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Resumo LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

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1
LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Vitor Hugo Zanolo Queiroga1 
 
LICITAÇÕES 
CONCEITO / NATUREZA JURÍDICA 
Licitação é o procedimento administrativo, exigido por lei, para que o Poder Público possa comprar, 
vender ou locar bens ou, ainda, realizar obras e adquirir serviços, segundo condições previamente 
estipuladas, visando selecionar a melhor proposta ou o melhor candidato, conciliando os recursos 
orçamentários existentes à promoção do interesse público. 
Vale ressaltar o conceito de Hely Lopes Meirelles (in Licitação e Contrato Administrativo, 13. ed., São 
Paulo: Malheiros, 2002): 
“[...] procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta 
mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Visa a propiciar iguais oportunidades aos que 
desejem contratar com o Poder Público, dentro dos padrões previamente estabelecidos pela 
Administração, e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. É o meio 
técnico-legal de verificação das melhores condições para execução de obras e serviços, compra de 
materiais, e alienação de bens públicos. Realiza-se através de uma sucessão ordenada de atos 
vinculantes para a Administração e para os licitantes, sem a observância dos quais é nulo o 
procedimento licitatório e o contrato subseqüente. 
A natureza jurídica da licitação é de procedimento administrativo, pois se trata de uma sequência 
ordenada de atos administrativos. 
Ministério Público/RO - Assertiva: “Não se pode considerar licitação como procedimento administrativo”. 
A assertiva foi considerada INCORRETA 
FINALIDADE 
A licitação visa dar fiel cumprimento aos imperativos da isonomia, impessoalidade, moralidade e 
indisponibilidade do interesse público, que sempre devem nortear a atuação da Administração 
Pública. Desta forma, tal procedimento obriga a realização de um processo público para seleção 
imparcial da melhor proposta, garantindo iguais condições a todos que queiram concorrer para a 
celebração do contrato. 
O próprio texto da Lei de Licitações traz a finalidade do procedimento licitatório: 
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a 
seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da 
 
1 Advogado e servidor público federal, graduado em Direito pela Faculdade Integrado (CEI) de Campo Mourão/PR 
e pós-graduado em Direito Civil e Processual Civil pela mesma Instituição. 
 2
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da 
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos 
Em outras palavras, pode-se sintetizar as finalidades da licitação como sendo: 
a) garantir a observância do princípio da isonomia - todos poderão participar da licitação; 
b) selecionar a proposta mais vantajosa para a administração; 
c) promover o desenvolvimento nacional sustentável (texto acrescentado pela Lei n. 12.349, de 
15/dez/2010) 
OAB/SP-Vunesp: Assertiva: “É da essência do instituto da licitação obter vantagem para a Administração sem 
descurar da isonomia”. 
A afirmação foi considerada CORRETA: 
 
Além dos princípios básicos (“L-I-M-P-E”) que devem nortear toda atividade da Administração Pública 
(previstos expressamente no artigo 37 da CF), existem princípios específicos das licitações: 
1) princípio da isonomia: defende a igualdade de tratamento pela comissão de licitação entre todos os 
concorrentes que se encontram na mesma situação. Importante ressaltar que tal igualdade não é 
absoluta, eis que a própria Lei n. 8.666/93 traz critérios de desempate. Atentem para o texto legal (art. 
3º): 
§ 1o É vedado aos agentes públicos: 
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, 
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e 
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de 
qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato,[...] 
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer 
outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de 
pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no 
parágrafo seguinte [...] 
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, 
sucessivamente, aos bens e serviços: 
 I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010) 
 II - produzidos no País; 
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. 
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no 
País. 
 
 3
2) princípio da competitividade: não podem ser adotadas medidas que comprometam decisivamente 
o caráter competitivo do certame, já que a busca pela melhor proposta é uma das finalidades da 
licitação. Assim, as exigências de qualificação técnica e econômica devem se restringir ao estritamente 
indispensável para garantia do cumprimento das obrigações (art. 37, XXI, da CF, e Lei de Licitações 
supracitada); 
3) princípio da vinculação ao instrumento convocatório: além da observância dos textos legais, a 
Administração Pública e também os participantes do certame deverão cumprir as condições do edital. 
Lembre-se da máxima> O edital é a lei da licitação. Vide texto legal e questão sobre o tema: 
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente 
vinculada. 
Analista Administrativo/FCC: Assertiva: “O princípio da vinculação ao instrumento convocatório é dirigido 
tanto à Administração Pública como aos licitantes”. 
A assertiva foi considerada CORRETA. 
 
Analista Judiciário-AM/FCC: Assertiva “A desclassificação do licitante, motivada pelo não atendimento às 
exigências constantes no instrumento convocatório do certame, está diretamente relacionada com o princípio 
da vinculação ao edital”. 
A assertiva foi considerada CORRETA 
 
4) princípio do julgamento objetivo: o edital deve apontar claramente o critério de julgamento a ser 
adotado para determinar o licitante vencedor. Assim, a análise de documentos e a avaliação das 
propostas devem se pautar por critérios objetivos predefinidos no instrumento convocatório, e não com 
base em elementos subjetivos. Segundo a doutrina, entretanto, a objetividade não é absoluta, na medida 
em que especialmente a verificação da qualificação técnica sempre envolve certo juízo subjetivo; 
5) princípio da inalterabilidade do edital: em regra, o edital não pode ser modificado após sua 
publicação. Porém, havendo necessidade de alteração de algum dispositivo, deverá ser dada ampla 
publicidade e a devolução dos prazos para não prejudicar os potenciais licitantes que eventualmente 
tenham deixado de participar do certame em razão da cláusula objeto da modificação; 
6) princípio do sigilo das propostas: os envelopes contendo as propostas dos licitantes não podem ser 
abertos e seus conteúdos divulgados antes do momento processual adequado, que é a sessão pública 
instaurada com essa finalidade (art. 43, § 1º, da Lei n. 8.666/93). Importante ressaltar que se trata de 
exceção ao princípio da publicidade. 
7) princípio do formalismo procedimental: as regras aplicáveis ao procedimento licitatório são 
definidas diretamente pelo legislador, devendo o administrador públicosua observância. Porém, deve-se 
ressaltar que o descumprimento de uma formalidade só causará nulidade se houver comprovação de 
prejuízo - aplicação do postulado pas de nullité sans grief (não há nulidade sem prejuízo); 
8) princípio da adjudicação compulsória: obriga a Administração a atribuir o objeto da licitação ao 
vencedor do certame. 
 
 
 4
OBRIGATORIEDADE 
O procedimento licitatório é OBRIGATÓRIO (salvo casos expressos na lei) e possui fundamentação legal 
no próprio texto constitucional, em seu artigo 37, XXI: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte 
[...] 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão 
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os 
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da 
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações 
Além disso, com relação à legislação infraconstitucional, destacam-se as Leis nº 8.666/93 (Lei de 
Licitações) e nº 10.520/02 (lei que rege os pregões). A Lei de Licitações traz o alcance da obrigatoriedade 
em licitar, no seu artigo 1º, §1º: 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a 
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os 
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
 
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL E DISPENSADA 
Inicialmente, deve-se estabelecer uma distinção entre licitação DISPENSÁVEL e DISPENSADA. A própria 
Lei n. 8.666/93 distingue casos de licitação “dispensável” (art. 24, caput) e de licitação “dispensada” (art. 
17). 
Na licitação dispensada, a Administração não possui discricionariedade em licitar ou não; sua realização 
está de antemão excluída, dispensada. As hipóteses envolvem bens (móveis ou imóveis) e estão descritas 
taxativamente na lei: 
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público 
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: 
 
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades 
autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia 
e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
 
a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de 
qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 
2009) 
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; 
d) investidura; 
 5
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; 
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso 
de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas 
habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da 
administração pública; 
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, 
mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se 
tal atribuição; 
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso 
de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros 
quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos 
por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) 
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na 
Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e 
quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; 
 
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos: 
 
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade 
e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; 
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; 
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; 
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, 
em virtude de suas finalidades; 
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, 
sem utilização previsível por quem deles dispõe. 
 
Por outro lado, na licitação dispensável, o administrador decide discricionariamente se a melhor 
solução é licitar ou contratar diretamente. Envolvem situações em que a competição é possível, mas sua 
realização pode não ser para a Administração conveniente e oportuna, à luz do interesse público. Veja o 
texto legal (principais incisos e com observações): 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto na modalidade 
carta-convite (R$ 150.000,00),ou seja, até R$ 15.000,00; desde que não se refiram a parcelas de uma 
mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser 
realizadas conjunta e concomitantemente (texto adaptado c/ valores) 
 
II - para outros serviços e compras de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto na modalidade 
carta-convite (R$ 80.000,00), ou seja, até R$ 8.000,00; nos casos previstos nesta Lei, desde que não se 
refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de 
uma só vez (texto adaptado c/ valores) 
 
ATENÇÃO!! § 1º do art. 24: Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste 
artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por 
consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por 
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências 
Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012) 
 
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
 
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de 
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, 
 6
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da 
situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no 
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da 
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; 
 
Orientação Normativan. 11 da AGU: “A contratação direta com fundamento no inc. IV do art. 24 da Lei n. 
8.666, de 1993, exige que, concomitantemente, seja apurado se a situação emergencial foi gerada por falta 
de planejamento, desídia ou má gestão, hipótese que, quem lhe deu causa será responsabilizado na forma da 
lei”. 
 
Analista Judiciário do TRT/MS-FCC: Assertiva: “Para a aquisição de bens necessários ao atendimento de 
determinada 
situação emergencial, o Poder Público poderá dispensar o procedimento licitatório” 
A assertiva foi considerada correta. 
 
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior (trata-se da chamada LICITAÇÃO DESERTA) e 
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas 
as condições preestabelecidas; 
 
Orientação Normativa n. 12 da AGU: “Não se dispensa licitação, com fundamento nos incs. V e VII do art. 
24 da Lei n. 8.666, de 1993, caso a licitação fracassada ou deserta tenha sido realizada na modalidade 
convite”. 
 
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o 
abastecimento; 
 
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no 
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, 
observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta 
dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; 
 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços 
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim 
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o 
praticado no mercado; 
 
Orientação Normativa n. 13 da AGU: “Empresa pública ou sociedade de economia mista que exerça 
atividade econômica não se enquadra como órgão ou entidade que integra a Administração Pública, para os 
fins de dispensa de licitação com fundamento no inc. VIII do art. 24 da Lei n. 8.666, de 1993”. 
 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em 
decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; 
 
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da 
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço 
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; 
 
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão 
contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições 
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; 
 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a 
realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; 
 
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do 
ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde 
que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; 
 7
 
Orientação Normativa n. 14 da AGU: “Os contratos firmados com as fundações de apoio com base na 
dispensa de licitação prevista no inc. XIII do art. 24 da Lei n. 8.666, de 1993, devem estar diretamente 
vinculados a projetos com definição clara do objeto e com prazo determinado, sendo vedadas a 
subcontratação; a contratação de serviços contínuos ou de manutenção; e a contratação de serviços 
destinados a atender às necessidades permanentes da instituição”. 
 
 
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo 
Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder 
Público; 
 
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde 
que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. 
 
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de 
edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito 
público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim 
específico; 
 
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à 
manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses 
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; 
 
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades 
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, 
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de 
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das 
operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: 
 
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e 
administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio 
logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; 
 
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada 
idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou 
fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 
 
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com 
recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa 
credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) 
 
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, 
permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; 
 
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias 
e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço 
contratado seja compatível com o praticado no mercado. 
 
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no 
âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. 
 
Analista Judiciário TRT-MS/FCC: Assertiva: “A União pode contratar, com dispensa de licitação, a prestação 
de serviços de organização social para atividades contempladas no contrato de gestão”. 
A assertiva foi considerada correta. 
 
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para 
a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. 
 8
 
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua 
administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado 
em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. 
 
XXVII - na contratação da coleta, processamento ecomercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou 
reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas 
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores 
de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de 
saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). 
 
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão 
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007). 
 
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças 
Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao 
preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 
11.783, de 2008). 
 
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a 
prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência 
Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído 
pela Lei nº 12.188, de 2.010) 
 
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 
de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 
12.349, de 2010) 
 
XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema 
Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da 
direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção 
tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) 
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para 
compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, 
empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências 
Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) 
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública 
estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que 
produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, 
conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) 
 
INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO 
As hipóteses de inexigibilidade estão previstas exemplificativamente no art. 25 da Lei n. 8.666/93. São 
casos em que a realização do procedimento licitatório é logicamente impossível por inviabilidade de 
competição, por se tratar de fornecedor é exclusivo ou de objeto singular. 
Defensor Público/BA: Assertiva: “O rol de hipóteses de inexigibilidade previsto no art. 25 da Lei federal n. 
8.666/93 é taxativo”. 
A assertiva foi considerada incorreta. 
 
(*BIZU: Ao contrário dos casos de dispensa (seja licitação dispensável ou dispensada), as hipóteses de 
inexigibilidade são poucos; dessa forma, recomenda-se um estudo detalhado desses casos; caindo na prova 
qualquer questão que não se enquadre neles, por eliminação, estaremos diante de um caso de dispensa.) 
 9
Ocorrendo alguns dos casos previstos no art. 25, a Administração fica vinculada, não possuindo poder de 
decisão entre realizar ou não o certame. Observe o texto legal: 
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: 
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, 
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a 
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do 
local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação 
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; 
Orientação Normativa n. 16 da AGU: “A contratação direta com fundamento na inexigibilidade prevista 
no art. 25, inc. I, da Lei n. 8.666, de 1993, é restrita aos casos de compras, não podendo abranger serviços”. 
Orientação Normativa n. 17 da AGU: “Compete à Administração averiguar a veracidade do atestado de 
exclusividade apresentado nos termos do art. 25, inc. I, da Lei n. 8.666, de 1993” 
 
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com 
profissionais ou empresas de notória especialização (vide §1º adiante), vedada a inexigibilidade para 
serviços de publicidade e divulgação; 
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos 
relativos a: 
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; 
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
 
 
Orientação Normativa n. 18: “Contrata -se por inexigibilidade de licitação com fundamento no art. 25, inc. 
II, da Lei n. 8.666, de 1993, conferencistas para ministrar cursos para treinamento e aperfeiçoamento de 
pessoal, ou a inscrição em cursos abertos, desde que caracterizada a singularidade do objeto e verificado 
tratar -se de notório especialista”. 
 
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário 
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua 
especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, 
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que 
o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do 
contrato. 
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, 
respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços 
e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. 
 
 
 
 10
TIPOS DE LICITAÇÃO 
Dá-se o nome de tipos de licitação para os diferentes critérios para julgamento das propostas. 
Importante ressaltar que os critérios para julgamento das propostas deverão ser necessariamente algum 
entre os que serão abordados abaixo, sendo proibida a utilização de qualquer outro, conforme previsão 
expressa da Lei n. 8.666/93 (art. 46, §5º). 
O art. 45 da Lei n. 8.666/93 prevê a existência de quatro tipos de licitação: 
a) menor preço: será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações 
do edital ou convite e ofertar o menor preço; 
b) melhor técnica: tipo de licitação utilizado exclusivamente para serviços de natureza 
predominantemente intelectual. 
Os procedimentos adotados para determinação da melhor proposta estão previstos no art. 46, § 1º: 
§ 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente 
explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a 
pagar: 
I - serão abertos os envelopes contendoas propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente 
qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e 
adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que 
considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo 
metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação 
das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução; 
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos 
licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à 
negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos 
detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela 
proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima; 
 
c) técnica e preço: utilizado exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual. O 
procedimento desse tipo de licitação está definido no art. 46, § 2º: 
§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo 
anterior (abaixo novamente), o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório: 
I do §1º - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes 
previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios 
pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório 
e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, 
compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, 
e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução; 
§2º, I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos 
preestabelecidos no instrumento convocatório; 
§2º, II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações das 
propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório. 
 11
 
d) maior lance ou oferta: critério utilizado exclusivamente para a modalidade leilão. 
OBSERVAÇÕES: além dos quatros tipos já mencionados, a Lei ainda estabelece que: 
- Para contratação de bens e serviços de informática, determina-se a utilização obrigatória do tipo de 
licitação técnica e preço, permitindo o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em 
decreto do Poder Executivo (art. 45, § 4º). 
- Na modalidade licitatória denominada concurso, o critério para julgamento das propostas é o melhor 
trabalho técnico, científico ou artístico (art. 22, § 4º, da Lei n. 8.666/93). 
- Quanto ao pregão, a definição da proposta vencedora é baseada no critério do menor lance ou oferta 
(art. 4º, X, da Lei n. 10.520/2002). 
 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
Modalidades licitatórias são os diferentes ritos previstos na legislação para o processamento da licitação. 
O art. 22 da Lei n. 8.666/93 menciona cinco modalidades: concorrência, tomada de preços, convite, 
concurso e leilão. A Lei n. 9.472/97 prevê a utilização da consulta exclusivamente para o âmbito da 
Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel (art. 55). E a Lei n. 10.520/2002 disciplina a modalidade 
pregão. 
Atualmente, portanto, são sete as modalidades licitatórias: 
a) concorrência (Lei n. 8.666/93); 
b) tomada de preços (Lei n. 8.666/93); 
c) convite (Lei n. 8.666/93); 
d) concurso (Lei n. 8.666/93); 
e) leilão (Lei n. 8.666/93); 
f) consulta (Lei n. 9.472/97); 
g) pregão (Lei n. 10.520/2002). 
 
OBSERVAÇÕES GERAIS: 
1) Proibição da criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das existentes (art. 22, § 8º); 
2) As três primeiras modalidades mencionadas – concorrência, tomada de preços e convite – 
diferenciam-se basicamente em função do valor do objeto, conforme preconiza o art. 23: 
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas 
em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: 
I - para obras e serviços de engenharia: 
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); 
 12
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); 
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); 
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: 
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); 
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); 
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais). 
Veja a tabela simplificada: 
Serviço \ Modalidade Convite Tomada de preços Concorrência 
Obras e serviços de 
engª 
até R$ 150.000,00* até R$ 1.500.000,00 acima de R$ 
1.500.000,00 
Demais objetos até R$ 80.000,00* até R$ 650.000,00 acima de R$ 650.000,00 
* LEMBRETE: licitações até 10% (em regra) desses valores poderão ser dispensadas 
OBS: Art. 23, § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no 
caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por 
maior número. 
 
3) Tendo em vista o valor do objeto, é sempre possível utilizar modalidade mais rigorosa do que a 
prevista nos itens acima. “Quem pode mais também pode menos”, MAS O INVERSO NÃO É POSSÍVEL! 
Exemplo: se o serviço de engenharia tiver o valor integral de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), caindo 
na faixa da tomada de preços, é possível substituir esta modalidade pela concorrência, mas não pelo 
convite. Esse é o sentido do art. 23, § 4º, da Lei n. 8.666/93: 
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer 
caso, a concorrência. 
 
a) CONCORRÊNCIA 
Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação 
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução 
de seu objeto (art. 22, § 1º, da Lei n. 8.666/93). 
Trata-se da modalidade formalmente mais rigorosa pois, conforme já exposto, envolve objetos de 
elevado valor: 
- obras e serviços de engenharia: acima de R$ 1.500.000,00; 
 13
- demais serviços: acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) 
Deve-se lembrar que a concorrência também poderá ser utilizada para licitações de valores inferiores, 
“Quem pode mais também pode menos”. 
Caracteriza-se pela garantia de ampla publicidade; o intervalo mínimo entre a publicação do edital e a 
entrega de envelopes será: 
- 45 dias corridos: para os tipos melhor técnica ou técnica e preço 
- 30 dias corridos: para o tipo menor preço. 
** Independentemente do valor da contratação, a concorrência é obrigatória nos seguintes casos (art. 23, 
§3º): 
1) compras e alienações de imóveis; 
2) concessões de direito real de uso; 
3) licitações internacionais; 
4) contratos de empreitada integral; 
5) concessões de serviço público; 
6) registro de preços. 
 
b) TOMADA DE PREÇOS 
É a modalidade entre interessados devidamente cadastrados ou que atendam às condições do edital 
até três dias antes da data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (art. 22, § 
2º, da Lei n.8.666/93). Se o pedido de cadastramento for indeferido, cabe recurso no prazo de cinco dias. 
Fiscal do INSS/Cespe: “A tomada de preços é modalidadede licitação em que somente poderão 
participar oferecendo propostas as pessoas cadastradas no órgão ou entidade licitante antes da 
publicação do edital”. 
Assertiva incorreta 
Envolve objetos de valor intermediário: 
- obras e serviços de engenharia: até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) 
- demais serviços: até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) 
O intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega de envelopes será: 
- 30 dias corridos: para os tipos melhor técnica ou técnica e preço 
- 15 dias corridos: para o tipo menor preço. 
 14
 
c) CONVITE 
É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, 
escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em 
local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na 
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da 
apresentação das propostas (art. 22, § 3º, da Lei n. 8.666/93). 
Envolve objetos de pequeno valor: 
- obras e serviços de engenharia: até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) 
- demais serviços: até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) 
Ao contrário da concorrência e tomada de preços, no convite não existe edital e sim a chamada carta -
convite. 
O intervalo mínimo entre a expedição da carta -convite e a entrega de envelopes é de 05 (cinco) dias 
úteis. 
OBS: atentar que no convite o prazo é contado em DIAS ÚTEIS (na concorrência e tomada de preços 
são dias corridos) 
 
d) CONCURSO 
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, 
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios (como uma viagem) ou remuneração (em 
dinheiro) aos vencedores, conforme critérios constantes de edital (art. 22, § 4º, da Lei n. 8.666/93). 
Pode-se citar como exemplos: concurso de projetos arquitetônicos de revitalização de uma praça; 
concurso de redações entre alunos da rede pública de ensino, etc. 
O intervalo mínimo entre a expedição do instrumento convocatório e a entrega de envelopes é de 45 
dias corridos. 
Uma característica EXCLUSIVA do concurso é a de que seu julgamento poderá ser feito por pessoas que 
NÃO são servidores públicos, conforme art. 51, § 5º: 
Art. 51, §5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de 
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não. 
ATENÇÃO: não confundir essa modalidade de licitação com o concurso para provimento de cargos, 
que também é um procedimento administrativo seletivo, mas sem natureza licitatória. 
 
 
 15
e) LEILÃO 
Nos termos do art. 24, § 5º, da Lei n. 8.666/93, leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer 
interessados, que possui como critério de julgamento das propostas o de maior lance ou oferta (no 
mínimo igual ou superior ao valor da avaliação) para a venda de bens: 
1) móveis inservíveis; 
2) produtos legalmente apreendidos ou penhorados; 
3) imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou dação, (nesse caso, a Administração poderá optar 
pela concorrência) 
O intervalo mínimo entre o instrumento convocatório e a entrega dos envelopes é de 15 dias corridos. 
 
f) PREGÃO 
O pregão poderá ser presencial (Lei nº 10.520/2002) ou eletrônico (regulamentado pelo Decreto n. 
5.450/2005). Trata-se de modalidade de licitação válida para todas as esferas federativas e utilizada para 
contratação de bens e serviços comuns (independentemente do valor), a saber: aqueles cujos padrões 
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações 
usuais no mercado (conforme art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 10.520/2002). 
Embora o uso do pregão seja opcional (pois a Administração poderá optar por outra modalidade 
licitatória em função do valor do objeto), no âmbito federal sua utilização é OBRIGATÓRIA (art. 4º do 
Decreto), devendo ser adotada preferencialmente a modalidade eletrônica. Desta forma, o pregão 
presencial na esfera federal somente será permitido mediante justificativa expressa da autoridade 
competente. 
No pregão, o intervalo mínimo entre a publicação do instrumento convocatório e o envio de propostas é 
de 08 dias ÚTEIS. 
Possui como principal característica a inversão nas fases naturais da licitação (que serão abordadas em 
momento oportuno neste trabalho). No pregão o julgamento das propostas antecede a habilitação 
dos licitantes. Desta forma, após a fase dos lances verbais decrescentes, é analisada a documentação 
somente de quem ofertou o menor lance, devolvendo-se fechados os envelopes com documentos de 
habilitação dos demais licitantes. 
OBS: Importante frisar que a referida inversão de fases agora também é permitida nas concorrências que 
antecedem a concessão de serviços públicos e nas que precedem parcerias público-privadas. 
Outra característica a ser observada é a de que, ao contrário das demais modalidades, no pregão a 
homologação é realizada após a adjudicação. 
Portanto, as etapas do pregão são: a) instrumento convocatório; b) julgamento (classificação); c) 
habilitação; d) adjudicação; e) homologação. 
 16
g) CONSULTA 
Consulta é uma modalidade de licitação exclusiva da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel e 
será realizada mediante procedimentos próprios determinados por atos normativos expedidos pela 
agência, vedada sua utilização para contratação de obras e serviços de engenharia (arts. 54 e 55 da Lei n. 
9.472/97). 
 
PROCEDIMENTOS 
Cada modalidade licitatória possui um procedimento próprio. No entanto, a sequência de fases observa 
sempre o padrão empregado no procedimento da concorrência. Assim, o estudo das fases da 
concorrência permite compreender as linhas gerais de todos os procedimentos licitatórios. 
A concorrência é dividida em duas grandes etapas: fase interna e fase externa. 
1) Fase interna: compreende todos os atos anteriores à publicação do edital, podendo inicialmente ser 
realizada audiência pública anterior ao início da abertura do processo, nos casos de objeto a ser 
contratado for de valor superior a cem vezes o limite mínimo da concorrência, isto é, acima de 
R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) para obras e serviços de engenharia, (art. 39, caput). 
Vide texto legal sobre o início do procedimento licitatório: 
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente 
autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do 
recurso próprio para a despesa [...] 
Destaca-se também a nomeação da comissão de licitação e a preparação do instrumento convocatório 
(edital ou carta-convite), que encerra a fase interna. 
2) Fase externa: inicia-se com a publicação do edital e inclui basicamente cinco etapas: a) instrumento 
convocatório; b) habilitação; c) classificação; d) homologação; e) adjudicação. 
 
2.a) instrumento convocatório; 
No edital, estão fixadas todas as regras do procedimento e os requisitos exigidos para participação no 
certame. A sua natureza vinculante e obrigatória faz do edital a lei da licitação. 
Os dados que deverão constar no edital estão previstas expressamente no art. 40: 
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição 
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será 
regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início 
da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: 
I - objeto da licitação,em descrição sucinta e clara; 
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 
desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação; 
III - sanções para o caso de inadimplemento; 
 17
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico; 
V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser 
examinado e adquirido; 
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de 
apresentação das propostas; 
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos; 
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos 
elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das 
obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto; 
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações 
internacionais; 
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços 
máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a 
preços de referência, ressalvado o dispossto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; 
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de 
índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que 
essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; 
XII - (Vetado) 
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão 
obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas; 
XIV - condições de pagamento, prevendo: 
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de adimplemento 
de cada parcela; 
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos 
financeiros; 
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de 
adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; 
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações 
de pagamentos; 
e) exigência de seguros, quando for o caso; 
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; 
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; 
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação. 
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o 
expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua 
divulgação e fornecimento aos interessados. 
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: 
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros complementos; 
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; 
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor; 
IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação. 
Preparado o edital nos termos do artigo supracitado, deverão ser publicados um resumo de seu 
conteúdo em avisos no Diário Oficial (da União ou do Estado/DF) e em jornal estadual/municipal com 
circulação local. 
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Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos 
e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, 
no mínimo, por uma vez: 
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração 
Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais 
ou garantidas por instituições federais; 
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por 
órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; 
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no 
Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, 
podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para 
ampliar a área de competição. 
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto 
integral do edital e todas as informações sobre a licitação. 
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: 
I - quarenta e cinco dias para: 
a) concurso; 
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando 
a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; 
II - trinta dias para: 
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; 
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; 
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou 
leilão; 
IV - cinco dias úteis para convite. 
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital 
resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e 
respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. 
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, 
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar 
a formulação das propostas. 
Por fim, cabe mencionar que qualquer cidadão (e não qualquer PESSOA) é parte legítima para impugnar 
o edital em razão de ilegalidade, devendo protocolar o pedido até cinco dias úteis antes da data fixada 
para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à 
impugnação em até três dias úteis. 
No caso de licitante, este deverá impugnar o edital no tocante a falhas ou irregularidades que o viciariam 
até o segundo dia útil que anteceder o evento licitatório inicial, sob pena de decadência desse direito 
(previsão no art. 41, §2º) 
 19
 
2.b) habilitação; 
É a fase licitatória de recebimento e abertura dos envelopes com a documentação exigida para participar 
do certame. Nas modalidades convite, leilão e concurso não existe a habilitação. 
Os documentos exigidos são relativos a habilitação jurídica, regularidades fiscal e trabalhista, 
qualificações técnica e econômico-financeira, conforme artigo 27 e seguintes: 
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em: 
I - cédula de identidade; 
II - registro comercial, no caso de empresa individual; 
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de 
sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus 
administradores; 
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em 
exercício; 
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, 
e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade 
assim o exigir. 
 
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistiráem: 
(Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011) 
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); 
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou 
sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; 
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do 
licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; 
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), 
demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. 
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a 
apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, 
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. (*Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011*) 
 
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: 
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; 
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, 
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal 
técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada 
um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; 
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que 
tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações 
objeto da licitação; 
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso. 
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações 
pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou 
privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: 
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data 
prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela 
entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de 
características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor 
significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; 
[...] (vetados) 
§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, 
serão definidas no instrumento convocatório. 
§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços 
similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior. 
 20
§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita 
através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado. 
§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época 
ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na 
licitação. 
§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico 
especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante 
a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, 
vedada as exigências de propriedade e de localização prévia. 
§ 7º e incisos (Vetados). 
§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a 
Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação 
ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos. 
§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como 
fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer 
a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais. 
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional 
de que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, 
admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada 
pela administração. 
§§ 11 e 12. (Vetado). 
 
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a: 
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na 
forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por 
balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 
3 (três) meses da data de apresentação da proposta; 
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de 
execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; 
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 
1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação. 
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos 
compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores 
mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. 
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá 
estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio 
líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de 
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento 
do contrato a ser ulteriormente celebrado. 
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá 
exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita 
relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data 
através de índices oficiais. 
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem 
diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do 
patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação. 
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo 
de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação 
que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente 
adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações 
decorrentes da licitação. 
§ 6º (Vetado). 
 
Observações importantes: 
1) O licitante que não atender às exigências de habilitação será excluído da competição. A inabilitação 
do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subsequentes (art. 41, § 4º, da Lei n. 
8.666/93). 
 21
2) A comissão só pode exigir a apresentação de certidões tributárias relativas a tributos vinculados ao 
objeto do certame. 
3) Encerrada a habilitação, a comissão fica impossibilitada(preclusão) de utilizar elementos da 
qualificação dos licitantes para realizar o julgamento das propostas: “Ultrapassada a fase de habilitação 
dos concorrentes e abertas as propostas, não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a 
habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento (art. 43, § 5º)”. 
4) Após a fase de habilitação, o licitante não pode mais desistir da proposta formulada, exceto por justo 
motivo decorrente de fato superveniente e aceito pela comissão (art. 43, § 6º). 
5) Contra a decisão que inabilita participante, cabe recurso com efeito suspensivo no prazo de cinco dias 
úteis contados da intimação na sessão ou da publicação da decisão no Diário Oficial (art. 109, I, a). 
6) No caso de todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas 
(licitação FRACASSADA), a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a 
apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste 
artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis (art. 48, § 3º). 
 
2.c) classificação / julgamento 
Nesta fase, em local e dia designados, serão abertos os envelopes dos proponentes habilitados com suas 
propostas. Para fins de julgamento, a comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos 
no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos pela lei. 
Merecem destaque os seguintes artigos: 
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos 
no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. 
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado 
que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. 
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive 
financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais 
licitantes. 
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor 
zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, 
ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se 
referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela 
ou à totalidade da remuneração. 
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira 
ou importações de qualquer natureza. 
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo 
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato 
convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição 
pelos licitantes e pelos órgãos de controle. 
 22
As propostas remanescentes são colocadas em ordem classificatória de acordo com o critério objetivo 
de julgamento, conforme o tipo de licitação. 
Após a divulgação do resultado, abre–se prazo de cinco dias úteis para interposição de recursos com 
efeito suspensivo. 
Havendo empate, será classificada em primeiro lugar a empresa de capital nacional e, persistindo, 
ocorrerá sorteio. 
 
2.d) homologação; 
Após a classificação, os autos sobem para a autoridade superior para homologação (aprovação). 
Encontrado algum vício, o administrador poderá anular o certame ou, preferencialmente, somente os 
atos prejudicados pelo defeito, preservando os demais. 
É possível ainda revogar a licitação na hipótese da ocorrência de causa superveniente que torne a 
licitação contrária ao interesse público, nos termos do art. 49 da Lei n. 8.666/93. 
Contra decisões relativas à homologação cabe recurso no prazo de cinco dias úteis, sem efeito 
suspensivo. (art. 109, §2º). 
IMPORTANTE: A anulação da licitação não produz direito a indenização; na revogação, a indenização é 
devida. Se já houver vencedor, somente ele será indenizado. 
 
2.e) adjudicação. 
Trata-se da última fase e consiste no ato administrativo declaratório e vinculado de atribuição jurídica do 
objeto da licitação ao vencedor do certame. 
A adjudicação produz dois efeitos principais: 
a) atribui o direito ao vencedor de não ser preterido na celebração do contrato (sob pena de nulidade – 
art. 50); 
b) provoca a liberação dos licitantes vencidos (que podem retirar os documentos apresentados). 
Importante destacar que o adjudicatário não tem direito adquirido à celebração do contrato, mas mera 
expectativa de direito. Isso porque, mesmo após a adjudicação, a Administração não é obrigada a 
celebrar o contrato, cabendo-lhe avaliar a conveniência e oportunidade da contratação. Porém, caso 
resolva pela contratação, é obrigada a escolher o vencedor da licitação. 
 
 23
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
1) CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA 
Contratos administrativos são ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas 
físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de 
direito público. 
Importante ressaltar que existem contratos celebrados pela Administração que não se caracterizam 
como contratos administrativos, mas como “contratos da administração”. Isso ocorre quando o contrato 
é firmado pelo ente público destituído de sua supremacia, como é o caso do contrato de locação. 
Assim, o então chamado critério das partes contratantes não é mais utilizado. Atualmente, o critério mais 
apropriado para conceituação dos contratos administrativos é o critério formal, que define como 
administrativos os contratos submetidos aos princípios e normas do Direito Administrativo. 
Magistratura/PA 2008: “Sempre que estiver presente em um dos polos da avença a Administração Pública, 
estamos diante de um contrato administrativo, regulado pelo direito público”. 
A assertiva foi considerada INCORRETA 
 
OAB Nacional/CESPE: “A presença da Administração Pública na relação contratual é suficiente para se 
qualificarem avenças no contrato administrativo”. 
A assertiva foi considerada INCORRETA 
 
Sobre a natureza jurídica, os contratos administrativos serão regidos por suas cláusulas e pelas normas 
e preceitos de direito público, sendo que as normas de direito privado relativas a contratos apenas serão 
utilizadas de forma supletiva. Vide texto legal e decisão do STJ sobre o tema: 
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos 
preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos 
contratos e as disposições de direito privado. 
ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESCISÃO. 
INDENIZAÇÃO. 1. Distinguem-se os contratos administrativos dos contratos de direito 
privado pela existência de cláusulas ditas exorbitantes, decorrentes da participação da 
administração na relação jurídica bilateral, que detém supremacia de poder para fixar as 
condições iniciais do ajuste, por meio de edital de licitação, utilizando normas de direito 
privado, no âmbito do direito público. 2. Os contratos administrativos regem-se não só 
pelas suas cláusulas, mas, também, pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes 
supletivamente as normas de direito privado. 3. A Administração Pública tem a 
possibilidade, por meio das cláusulas chamadas exorbitantes, que são impostas pelo 
Poder Público, de rescindir unilateralmente o contrato. 4. O Decreto-Lei nº 2.300/86 é 
expressoao determinar que a Administração Pública, mesmo nos casos de rescisão do 
contrato por interesse do serviço público, deve ressarcir os prejuízos comprovados, 
sofridos pelo contratado. 5. Recurso especial provido em parte. (STJ, REsp 737.741/RJ, Rel. 
Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/10/2006, DJ 01/12/2006, p. 
290). 
 24
 
2) PRINCIPAIS MODALIDADES 
Existem diversas espécies de contratos administrativos previstos pela legislação brasileira. Será feita uma 
abordagem dos mais importantes: 
2.1. CONTRATO DE OBRA PÚBLICA: 
É o ajuste pelo qual a Administração seleciona uma empresa privada com a finalidade de realizar a 
construção, reforma ou ampliação de imóvel destinado ao público ou ao serviço público. 
Os contratos de obra podem ter basicamente dois regimes de execução: 
a) regime de empreitada: a Administração atribui a execução da obra por conta e risco do 
contratado, mediante remuneração previamente ajustada. O pagamento pode ser realizado por 
preço global ou preço unitário; 
b) regime de tarefa: consistente na execução de obras de pequeno porte com pagamento 
periódico, após verificação do fiscal do órgão contratante. Em geral, o tarefeiro não fornece os 
materiais, somente a mão de obra e os instrumentos de trabalho. 
Agente Fiscal da Receita Federal/Esaf: “O contrato administrativo que tem por objeto a obtenção de mão de 
obra para pequenos trabalhos, mediante pagamento por preço certo, com ou sem fornecimento de material, 
denomina -se tarefa”. 
A assertiva foi considerada correta. 
 
2.2. CONTRATO DE SERVIÇO 
Possui por objeto uma atividade prestada à Administração, para atendimento de suas necessidades ou 
de seus administrados. 
Exemplos: coleta de lixo, demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, 
adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico -
profissionais (art. 6º, II, da Lei n. 8.666/93). 
Importante verificar a principal diferença com o contrato de obra: 
- contrato de obra: predominância do material 
- contrato de serviço: predominância da atividade 
Segundo Hely Lopes Meirelles, os serviços contratados podem ser de diversos tipos: 
a) serviços comuns: são aqueles realizáveis por qualquer pessoa. Exemplo: limpeza. A contratação 
dessa espécie de serviço sempre exige licitação; 
b) serviços técnicos profissionais generalizados: exigem alguma habilitação específica, mas não 
demandam maiores conhecimentos. Exemplo: serviços de engenharia. A celebração do contrato 
também pressupõe procedimento licitatório; 
 25
c) serviços técnicos profissionais especializados: exigem conhecimento mais apurado do que nos 
serviços comuns. Exemplo: elaboração de pareceres. A contratação desses serviços pode 
caracterizar hipótese de inexigibilidade se o contratado tiver notória especialização; 
d) trabalhos artísticos: são atividades profissionais relacionadas com escultura, pintura e música. 
Contratação de serviços artísticos, em regra, depende de prévia licitação na modalidade concurso, 
exceto caso de inexigibilidade (quando as circunstâncias recomendarem a escolha de artista 
renomado e consagrado pela crítica especializada ou pelo público em geral). 
 
2.3. CONTRATO DE FORNECIMENTO: 
É o contrato administrativo por meio do qual a Administração adquire coisas móveis para utilização nas 
repartições públicas ou estabelecimentos públicos. Exemplo: contrato de fornecimento de gêneros 
alimentícios para escolas da rede pública. 
O contrato pode ser de três tipos: 
a) fornecimento integral: em que a entrega é realizada de uma só vez; 
b) fornecimento parcelado: a entrega fracionada obedece a uma programação prévia. O 
fornecimento é encerrado somente após a entrega final da quantidade contratada; 
c) fornecimento contínuo: a entrega é sucessiva e se estende no tempo. 
 
2.4. CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 
Pelos contratos de concessão, a Administração Pública delega ao particular a prestação de serviço 
público, a execução de obra pública ou o uso de bem público. 
Possuem como principais características: bilaterais, comutativos, remunerados e intuitu personae. 
**ATENÇÃO: 
NÃO SE TRATA DE CONTRATO a concessão de jazida prevista no art. 176 da CF; trata-se de ato 
unilateral do Presidente da República. Vide texto legal: “CF, Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e 
demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta 
da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto da lavra”. 
O Estado (poder concedente) transfere à pessoa jurídica privada (concessionária) a prestação de serviço 
público, mediante o pagamento de tarifa diretamente do usuário ao prestador. 
Observações importantes: 
• A principal diferença da concessão de serviço público dos demais contratos administrativos é o 
fato de que o concessionário é remunerado diretamente pelo usuário, por meio do pagamento 
 26
de tarifa. Ao contrário, nos demais contratos administrativos, o contratado é remunerado pelo 
Estado, não pelos beneficiários da prestação; 
• Exige prévia concorrência pública (art. 2º, II, da Lei n. 8.987/95), podendo o edital prever a 
inversão da ordem das fases de habilitação e de julgamento das propostas (assim como ocorre 
no pregão) 
• O concessionário assume a prestação do serviço público por sua conta e risco: todos os danos 
decorrentes da prestação do serviço público concedido são de responsabilidade do 
concessionário (responde direta e objetivamente – a Administração responderá de forma 
subsidiária). Além disso, tanto os prejuízos causados a usuários quanto aqueles que atingem 
terceiros não usuários deverão ser indenizados (entendimento do STF) 
• O poder concedente poderá decretar intervenção na concessionária, assumindo 
temporariamente a gestão da empresa até a normalização da prestação (art. 32 da Lei n. 
8.987/95). 
• Poderá ocorrer a subconcessão, quando parte da prestação do serviço é terceirizada a outro 
concessionário, desde que autorizada no contrato e prevista no edital licitatório. Exige expressa 
autorização do poder concedente (art. 26 da Lei n. 8.987/95) e realização de licitação na 
modalidade concorrência. 
 
2.5. PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: 
A permissão, assim como a concessão, constitui instrumento hábil a promover a delegação temporária 
da prestação de serviços públicos a particulares, com respaldo no próprio texto constitucional: 
CF, Art. 175: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Importante a observância do art. 40 da Lei n. 8.987/95: 
Art. 40: A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os 
termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à 
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. 
Pela análise do texto legal, caracteriza-se por ser contrato de adesão (embora a doutrina entenda se 
tratar de ato administrativo unilateral). Além disso, é discricionário, intuitu personae e precário. 
 
Sobre as hipóteses mais frequentes de utilização da permissão, cite-se Celso Antônio Bandeira de Mello 
(in Curso de direito administrativo): 
 
Pelo seu caráter precário, caberia utilizá -lo quando: a) o permissionário não necessitasse alocar 
grandes capitais para o desempenho do serviço, b) poderia mobilizar, para diversa destinação e 
sem maiores transtornos, o equipamento utilizado, ou, ainda, c) quando o serviço não envolvesse 
implantação física de aparelhamento que adere ao solo, ou, finalmente, d) quando os riscos

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