Sistema Respiratório (Aula teórica)

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Roberto César de Carvalho Filho – S5 
Universidade Federal do Ceará 
Faculdade de Medicina 
Departamento de Morfologia 
Monitoria de Histologia/Embriologia Humanas 2012 
1. Introdução 
 Aparelho respiratório: 
 Formado pelos pulmões e por um sistema de tubos que conduzem o ar 
do meio exterior ao parênquima pulmonar; 
 Porção condutora: 
• Parte do aparelho respiratório responsável pela condução do ar, sem que haja 
troca gasosa; 
• Limpa, umedece e aquece o ar inspirado; 
• Geralmente com epitélio respiratório; 
• Fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. 
 Porção respiratória: 
• Parte do aparelho respiratório onde ocorre a troca gasosa; 
• Bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos. 
 Quanto mais delgado for o epitélio, mais fácil será a passagem de ar. 
 
2. Epitélio Respiratório 
 Tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico ciliado com 
células caliciformes; 
 Com 5 tipos celulares: 
 Célula cilíndrica ciliada (mais abundante): 
• Com cílios! (= responsáveis pela limpeza do trato respiratório e proteção 
contra agentes infecciosos). 
 Células caliciformes: 
• Mais esbranquiçadas; 
• Produzem muco, que dificulta a entrada de agentes infecciosos. 
 Células em escova: 
• Com microvilos no ápice e terminações nervosas aferentes na base. 
 Células basais: 
• Arredondadas e com alta atividade mitótica, sendo responsáveis pela 
renovação do epitélio. 
 Células granulares: 
• Parecidas com as células basais, porém apresentam grânulos. 
 A mucosa da porção condutora é um importante componente 
do sistema linfático! 
 Com macrófagos, plasmócitos, linfócitos e nódulos linfáticos; 
 Com células M! 
• Captam antígenos e transferem-nos para os macrófagos e linfócitos presentes 
em suas cavidades. 
 Mucosa respiratória comunica-se imediatamente com o meio externo: 
• Porta de entrada para agentes infecciosos; 
• Nódulos linfáticos protegem o indivíduo contra as impurezas do ar. 
A 
B 
• A: Tecido epitelial pseudoestratificado 
cilíndrico ciliado. 
• B: Célula caliciforme. 
B 
A 
C 
• A: Célula caliciforme. 
• B: Célula cilíndrica ciliada. 
• C: Lâmina própria. 
 Deficiência na proteína dineína, que cursa com imobilidade de 
cílios e flagelos; 
 Responsável pela esterilidade no homem; 
 Aumenta a frequência de infecções do trato respiratório. 
 Epitélio respiratório: 
 Maioria da porção condutora. 
 Epitélio estratificado pavimentoso: 
 Em regiões mais expostas ao fluxo de ar, ao atrito e a substâncias 
abrasivas; 
 Maior capacidade de proteção contra o atrito; 
 Presente na orofaringe, na epiglote e nas cordas vocais. 
 Epitélio metaplásico: 
 Em fumantes! 
 Diminuição progressiva do número de cílios e aumento das células 
caliciformes; 
 Pode surgir epitélio estratificado pavimentoso. 
3. Fossas Nasais 
 Vestíbulo: 
 Porção mais anterior das fossas nasais; 
 Com epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado; 
 Com pelos curtos (= vibrissas); 
 Com glândulas sebáceas e sudoríparas (= barreira contra poluentes). 
 Área respiratória: 
 Corresponde à maior parte das fossas nasais; 
 Com epitélio respiratório; 
 Com glândulas mistas (= mucosas e serosas); 
 Região onde o ar é limpo, aquecido e umedecido, sendo o plexo venoso 
responsável por essa função. 
 Área olfatória: 
 Situada na parte superior das fossas nasais; 
 Com quimiorreceptores da olfação; 
 Com epitélio olfatório: 
• Neuroepitélio pseudoestratificado cilíndrico. 
 Células de sustentação: 
• De formato cilíndrico; 
• Com microvilos no ápice, penetrando na camada de muco. 
 Células basais: 
• Arredondadas, na região basal, com intensa atividade mitótica e responsáveis 
pela regeneração do epitélio. 
 Células olfatórias: 
• Neurônios bipolares, com dendritos sensíveis a substâncias odoríferas. 
 Lâmina própria com glândulas de Bowman: 
 Glândula tubuloacinosa alveolar ramificada serosa; 
 Limpa a superfície do epitélio, para que outras partículas odoríferas atinjam 
as células receptoras. 
 Seios paranasais: 
 Com epitélio do tipo respiratório, porém mais baixo e com poucas 
células caliciformes; 
 Muco geralmente é drenado dessas cavidades para a fossa nasal, por 
intermédio do movimento ciliar; 
 Sinusite: por falha do movimento ciliar. 
 Faringe: 
 Nasofaringe: 
• Porção superior da faringe; 
• Porção respiratória; 
• Com epitélio respiratório. 
 Orofaringe: 
• Porção inferior da faringe; 
• Porção oral; 
• Com epitélio estratificado pavimentoso. 
4. Laringe 
 Tubo de forma irregular que une a faringe à traqueia; 
 Com estruturas cartilaginosas ligadas entre si por tecido 
conjuntivo fibroelástico; 
 Com 9 peças cartilaginosas: 
 Pares: aritenoides (hialinas), corniculada e cuneiforme (elásticas). 
 Ímpares: epiglótica (elástica), tireoidea e cricoidea (hialinas). 
 Cordas vocais: 
 Falsas (pregas vestibulares): 
• Superior; 
• Com epitélio respiratório. 
 Verdadeiras (pregas vocais): 
• Inferior; 
• Com tecido conjuntivo muito elástico; 
• Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. 
“Roberto, toda vez é assim, tu fica só enrolando a gente... 
 
Cadê a matéria da prova prática? E as questões que tu sempre advinha? 
Cadê, cadê, cadê? ;~” 
 
- Calma, descanse um pouquinho. Tome um chocolate quente e deleite-
se, porque só vou começar agora! 
5. Traqueia 
 É a continuação da faringe que termina na carina, dando dois 
ramos denominados brônquios extrapulmonares; 
 Com epitélio respiratório: 
 Tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico ciliado; 
 Com células caliciformes produtoras de muco. 
 Lâmina própria com glândulas seromucosas; 
 Com cartilagem em forma de C; 
 Com músculo traqueal: 
 Tecido muscular liso posterior, que une as duas pontas da cartilagem em 
C; 
 Participa do mecanismo da tosse. 
 Com camada adventícia: 
 Tecido conjuntivo frouxo com células adiposas. 
A 
B 
• A: Cartilagem hialina. 
• B: Músculo traqueal. 
Traqueia: Com cartilagem em C, 
com músculo traqueal na região 
posterior. 
• A: Tecido epitelial 
pseudoestratificado cilíndrico 
ciliado. 
• B: Lâmina própria. 
• C: Pericôndrio. 
• D: Cartilagem hialina. 
A 
B 
C 
D 
A 
B 
• A: Músculo traqueal. 
• B: Adventícia. 
6. Árvore Brônquica 
 Brônquios: 
 Com tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células 
caliciformes; 
 Com camada de cartilagem hialina descontínua; 
 Com camada de músculo liso descontínuo; 
 Com glândulas seromucosas; 
 Com BALT. 
 Bronquíolo propriamente dito: 
 Com tecido epitelial cilíndrico simples ciliado que diminui até cúbico 
simples ciliado ou não na porção final, com poucas células caliciformes; 
 Com luz estrelada; 
 Não apresentam cartilagem; 
 Não apresentam glândulas; 
 Não apresentam nódulos linfáticos (= sem BALT); 
 Com camada relativamente desenvolvida de músculo liso. 
Brônquio: Com cartilagem 
descontínua, com músculo liso 
descontínuo, com glândulas, com 
BALT. 
Bronquíolo propriamente dito: Com 
luz estrelada, sem cartilagem, sem 
BALT, sem glândulas e com camada 
muscular relativamente 
desenvolvida. 
BALT 
Cuidado! 
Brônquio ou bronquíolo 
propriamente dito? 
Brônquio, pois apresenta cartilagem 
descontínua! 
 Doença geralmente associada à contração da musculatura 
bronquiolar, pelo fato de esta ser proporcionalmente mais 
desenvolvida do que a musculatura brônquica; 
 Tratamentocom b-adrenérgicos, para relaxar a musculatura 
bronquiolar e causar broncodilatação. 
 Bronquíolos terminais: 
 Última região da porção condutora da árvore brônquica; 
 Com epitélio colunar baixo, ciliado ou não; 
 Com epitélio contínuo; 
 Com células de Clara: 
• Não ciliadas, com grânulos; 
• Secretam proteínas que protegem o epitélio bronquiolar contra poluentes e 
inflamações. 
 Bronquíolos respiratórios: 
 Primeira região da porção respiratória da árvore brônquica; 
 Com epitélio descontínuo! 
• Epitélio apresenta falhas, nas quais os alvéolos se conectam dando a 
propriedade respiratória a esse bronquíolo. 
 Permite trocas gasosas; 
 Com células de Clara. 
Bronquíolo terminal: Com epitélio 
colunar baixo, contínuo, ciliado ou 
não, que apresenta as células de 
Clara. 
A 
B 
• A: Bronquíolo terminal. 
• B: Bronquíolo respiratório. 
Bronquíolo respiratório: Com 
epitélio descontínuo, onde se 
inserem os alvéolos. 
 Ducto alveolar: 
 Tubo que conecta o bronquíolo respiratório ao ducto alveolar; 
 Com epitélio formado apenas por alvéolos; 
 Com epitélio pavimentoso simples. 
 Saco alveolar e alvéolos: 
 Saco alveolar = conjunto de alvéolos (= em forma de “cacho de uvas”); 
 Alvéolo: pequenas bolsas de paredes delgadas, onde ocorrem as trocas 
gasosas; 
 Septo interalveolar: 
• Separa dois alvéolos; 
• Constituída por 3 tipos celulares: pneumócitos tipo I, pneumócitos tipo II e 
células endoteliais. 
 Célula endotelial: 
 Com núcleo mais alongado; 
 Forma um endotélio contínuo, não fenestrado. 
 Pneumócito tipo I: 
 Célula alveolar pavimentosa; 
 Com núcleo achatado; 
 Com zônulas de oclusão unindo as células; 
 Forma uma barreira que permite a troca de gases e impede a passagem de 
líquido para dentro do alvéolo; 
 Sua lesão é responsável pela Síndrome do Desconforto Respiratório do Adulto. 
 Pneumócito tipo II: 
 Células septais; 
 São células arredondadas, com núcleo grande; 
 São responsáveis pela produção de surfactante; 
 Sua deficiência, em bebês prematuros, é responsável pela Síndrome do 
Desconforto Respiratório do Recém-Nascido. 
Saco alveolar: Conjunto de alvéolos, 
formando uma estrutura com 
formato de “cacho de uvas”. 
• A: Septo interalveolar. 
• B: Saco alveolar. 
A 
B 
 São macrófagos encontrados nos alvéolos, responsáveis pela 
defesa contra poluentes; 
 Também chamadas de células de poeira; 
 Na insuficiência cardíaca, as hemácias podem escapar para os 
pulmões, sendo que os macrófagos alveolares fagocitam essas 
hemácias (e são chamados de células da insuficiência 
cardíaca). 
Macrófagos alveolares (setas) 
 Serosa do pulmão; 
 Formada de mesotélio e tecido conjuntivo. 
 Dois folhetos: 
 Pleura visceral (= que está “colada” com o parênquima pulmonar); 
 Pleura parietal (= que está separada da visceral pelo espaço pleural). 
 Espaço pleural: 
 Espaço geralmente virtual que separa o folheto parietal do folheto 
visceral; 
 Possui líquido para facilitar o deslizamento entre os folhetos durante os 
movimentos respiratórios; 
 Pode estar aumentado quando há líquido (= hidrotórax), sangue (= 
hemotórax) ou ar (= pneumotórax) dentro dele. 
Pleura visceral 
“Ei nããããão, espera aê, Roberto! 
Tu falou de tudo tão rápido, mas tão rápido, que não consegui aprender 
nada! 
Revisa só mais uma vez, por favoooooor!” 
 
- Tááááá, eu reviso. Mas só porque sou muito bonzinho, certo? ;) 
Traqueia Brônquio 
• Com epitélio respiratório; 
• Com cartilagem contínua em 
formato de C; 
• Com glândulas; 
• Com BALT; 
• Com músculo traqueal (tecido 
muscular liso) anterior. 
• Com epitélio respiratório; 
• Com cartilagem descontínua; 
• Com BALT; 
• Com glândulas; 
• Com músculo liso descontínuo. 
Bronquíolo Propriamente Dito 
• Com epitélio cilíndrico simples 
ciliado; 
• Com luz estrelada; 
• Sem cartilagem; 
• Sem BALT; 
• Sem glândulas; 
• Com músculo liso contínuo e 
relativamente desenvolvido; 
• Bastante relacionado com a asma. 
Bronquíolo Terminal Bronquíolo Respiratório 
• Com epitélio colunar baixo; 
• Com epitélio contínuo; 
• Com células de Clara. 
• Com fragmentos de epitélio 
colunar baixo; 
• Com epitélio descontínuo; 
• Com alvéolos abrindo-se em seu 
interior; 
• Com células de Clara. 
Ducto Alveolar Saco Alveolar 
• Com epitélio pavimentoso simples; 
• Com camada muscular muito 
delgada; 
• Com alvéolos abrindo-se em seu 
interior. 
• Com epitélio pavimentoso simples; 
• Constituído por um conjunto de 
alvéolos; 
• Com formato de “cacho de uvas”. 
A B 
• A: Bronquíolo terminal. 
• B: Bronquíolo respiratório.