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Processos Industriais - Petroquímica e Polímeros

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Curso Técnico em Química 
 
Componente Curricular: Processos Industriais 
 
Terceira Edição - 2008 
 
 
 
Petroquímica e os Polímeros 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
NOME DO ALUNO : .......................................................................... 
 
TURMA: .................... NÚMERO: ................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Produção: Profº. Marcelo Antunes Gauto. 
 
 
Proibida reprodução total ou parcial desta obra sem autorização prévia do autor. 
 
 
 
Gravataí, Março de 2008.
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
 Profº. Marcelo Antunes Gauto 
2
 
 
Sumário 
Pág. 
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................03 
 1. Definições .............................................................................................................................09 
 2. Técnicas de polimerização....................................................................................................11 
3. Métodos de Preparação.. ......................................................................................................13 
3.1 Polímeros de adição.............................................................................................................13 
3.1.1 PE..................................................................................................................................13 
 3.1.2 PP..................................................................................................................................14 
 3.1.3 PS. ................................................................................................................................15 
 3.1.4 PVC................................................................................................................................15 
 3.1.5 PTFE..............................................................................................................................16 
 3.1.6 PMMA............................................................................................................................16 
3.1.7 POM...............................................................................................................................17 
3.1.8 PAN ..............................................................................................................................17 
3.1.9 Poliamidas.....................................................................................................................18 
3.1.10 PVA..............................................................................................................................19 
 3.1.11 PCMA.........................................................................................................................19 
3.1.12 Borrachas sintéticas ...................................................................................................20 
 Vulcanização...............................................................................................................22 
3.2 Polímeros de condensação..................................................................................................23 
3.2.1 Poliéster........................................................................................................................23 
 3.2.2 Polamida.......................................................................................................................24 
3.2.3 Silicone.........................................................................................................................26 
 3.2.4 Polifenol........................................................................................................................27 
3.2.5 PC.................................................................................................................................27 
 3.2.6 Poliuretana...................................................................................................................28 
3.2.7 Epóxi.............................................................................................................................29 
4. Moldagem do Pl ástico............................................................................................................31 
 5. Aditivos...................................................................................................................................33 
 6. Vantagens e desvantagens dos polímeros............................................................................33 
 7. Questões de estudo...............................................................................................................35 
 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................36
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
 Profº. Marcelo Antunes Gauto 
3
 
 
INTRODUÇÃO 
Os polímeros, atualmente, são uma classe de materiais dos quais nossa sociedade é bastante dependente. 
O emprego de materiais poliméricos na vida diária é cada vez mais significativo. Pode-se facilmente comprovar 
isso vendo os inúmeros materiais que são fabricados utilizando-se compostos poliméricos (tubos de 
encanamento, canetas, lapiseiras, sacos de lixo e sacolas de compra, colchões, cobertores de fibras acrílicas, 
roupas de náilon e de poliéster, guarda-chuvas e guarda-sóis, válvulas, tintas, borrachas, espumas sintéticas, 
eletrodomésticos em geral, computadores, carros, bicicletas, próteses, etc.). São os objetos ou materiais 
pertencentes ao grupo dos plásticos. Sendo assim, o assunto polímeros constitui um tema de indiscutível 
relevância tanto pela sua importância como matéria prima de uma gama imensa de produtos sem os quais 
dificilmente desfrutaríamos do mesmo conforto que temos atualmente como pelos problemas ambientais criados 
pela larga produção e descarte inadequado desses materiais, já que a produção desses resíduos tem aumentado 
bastante nos últimos tempos chegando hoje a representar cerca de 20% do total de volume de resíduos em 
lixões. 
(curiosidade: uma pessoa produz em média 45 Kg de lixo plástico por ano). 
 
A Petroquímica no Brasil 
 
Considerando que, ainda, a principal fonte de 
matéria-prima para obtenção de produtos intermediários 
são petróleo, gás natural, carvão mineral e da grande 
importância que os membros iniciais das séries parafinas 
e olefinas extraídos do petróleo possuem no setor 
químico orgânico, a indústria química do Brasil está 
estruturada de tal forma que a origem encontra-se nos 
pólos petroquímicos. Estes foram implantados, nas 
décadas de 70 e 80, como conjuntos de indústrias de primeira geração (up-stream) e de segunda geração (down-
stream) ao mesmo tempo e com capacidade para atender a toda demanda necessária para alavancar a indústria 
química brasileira através do fortalecimento da indústria de base. Esta forma de organização deu origem a três 
pólos petroquímicos representantes da totalidade das empresas de primeira e segunda geração, são eles: São 
Paulo (Petroquímica União), Bahia (Pólo Petroquímico de Camaçari) e Rio Grande do Sul (Pólo Petroquímico 
de Triunfo) e, em fase de implantação, Rio de janeiro. 
São chamadas de indústrias de primeira geração aquelas que utilizam matérias-primas provenientes do 
petróleo, principalmente nafta, gás natural e carvão mineral e as transformam em produtos petroquímicos 
básicos, dos quais os principais são: metano, eteno, propeno, série dos butenos, petroquímicos cíclicos 
(benzeno, tolueno, xilenos), metanol, etc. São comumente chamadas de Centrais de Matérias -Primas(CPM). 
Processo produtivo das indústrias de segunda geração é caracterizado pela transformação das diversas matérias -
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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primas básicas em produtos intermediários, como por exemplo monômeros para indústria de plásticos e afins, e 
intermediários químicos básicos. O destino destes produtos são as chamadas indústrias de terceira geração, 
também conhecidas como indústrias de transformação. Através de operações químicas e/ou físicas, processam 
os produtos intermediários para manufaturar os bens de consumo que chegam até o consumidor. 
 
 
 
 
 
 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
 Profº. Marcelo Antunes Gauto 
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Em função da grande importância que tem na industria da química orgânica os membros iniciais das 
séries parafínicas e olefinas, como matérias primas, são apresentados derivados imp ortantes obtidos a partir do 
metano, eteno, propeno, dos butenos e dos petroquímicos cíclicos aromáticos. Todos são precursores de 
substâncias petroquímicas, e suas respectivas matérias -primas principais. São apresentados, a seguir, produtos 
com valor agregado (comercializáveis) que são obtidos a partir destes. 
 
Esquema 1: Derivados petroquímicos do metano 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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Esquema 2: derivados petroquímicos do eteno 
 
Esquema 3: derivados petroquímicos de compostos aromáticos 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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Esquema 4: derivados petroquímicos do propeno, buteno e isobuteno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tarefa: Demonstre as reações completas de obtenção dos produtos assinalados pelo Prof° nos 
esquemas acima. 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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1. Definições sobre polímeros 
 
Polímero é uma substância constituída de moléculas caraterizadas 
pela repetição de uma ou mais espécies de átomos ou grupos de átomos 
(unidades constitucionais, os meros) ligados uns aos outros em quantidade 
suficiente para fornecer uma macromolécula. Essa macromolécula possui um 
conjunto de propriedades que não variam acentuadamente com a adição ou a 
remoção de uma ou algumas unidades constitucionais de suas moléculas. 
 
Uma macromolécula é uma molécula de alto peso molecular. O peso 
molecular elevado pode ser resultante da complexidade da molécula ou da 
existência de unidades constitucionais repetitivas. A vitamina B12, por 
exemplo, é uma macromolécula devido a sua complexidade: 
 
Figura 1: Vitamina B12 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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10
 
 
Os polímeros podem ser classificados em: 
 
· Naturais: proteínas, DNA, RNA, carboidratos – como amido e celulose). 
· Sintéticos: plásticos (PVC, PEAD, PEBD, PS, PP, PETE), fibras (nylon, por exemplo), resinas (durepóxi, 
como o Aralditeâ) 
 
Neste curso iremos restringir nossa discussão aos polímeros sintéticos. 
 
O sucesso crescente do uso de polímeros deve-se a combinação de baixos custos de produção, ótima 
resistência e boa aparência. O maior problema é a poluição que podem causar ao meio ambiente a longo prazo, 
uma vez que podem permanecer milhões de anos sob condições adversas sem se degradar. Tanto os polímeros 
naturais como os plásticos podem ser classificados em termoplásticos ou termorrígidos, conforme mostra a 
tabela a seguir: 
Tabela 1 – Características dos polímeros termoplásticos e termofixos 
Fusibilidade Características Exemplo 
Termoplásticos 
São polímeros que podem ser 
fundidos por aquecimento e que 
se solidificam por resfriamento. 
Seu formato pode ser 
modificado, embora esteja 
sujeito a um grau de degradação 
química, o que limita o número 
de reciclagens. 
Celulose, poliamida, 
polietileno, policloreto de 
vinila, politetrafluoretileno, 
polipropileno, poliestireno, 
poliacrilonitrila. 
Termorrígidos ou termofixos 
São polímeros infusíveis e 
insolúveis, que adquirem, por 
aquecimento ou outro 
tratamento qualquer, estrutura 
tridimensional e rígida com 
ligações cruzadas. Seu formato 
não poder ser modificado. Não 
permitem reprocessamento. 
Caseína, poliuretano, baquelite, 
borracha vulcanizada, epóxi, 
silicone. 
 
1.1 Quanto à estrutura molecular, podemos ter: 
 
1. estrutura linear 
2. estrutura ramificada 
3. estrutura em rede (reticulada) 
 
Desenhar estruturas: 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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1.2 Representação de cadeias poliméricas 
 
a) Cadeia sem ramificações 
b) Cadeia com ramificações 
c) Cadeia reticulada 
 
Os polímeros lineares e ramificados podem ser mais ou menos cristalinos e incluem alguns dos 
materiais também usados como fibras: o náilon, por exemplo. Incluem também os vários polialcenos: 
polietileno, policloreto de vinila, poliestireno, etc. Ao serem aquecidos, estes polímeros amolecem e por esta 
razão, chamam-se termoplásticos. 
Os polímeros de rede tridimensional (ou resinas) são altamente reticulados para formar uma estrutura 
tridimensional rígida, mas irregular, como nas resinas fenol-formaldeído. Uma amostra de tal material é 
essencialmente uma molécula gigante: por aquecimento não amolece, visto que o aquecimento exigiria a ruptura 
de ligações covalentes. Na realidade, o aquecimento pode causar formação de mais ligações reticulantes e tornar 
o material ainda mais duro. Por esta razão, estes polímeros chama-se termofixos. 
 
1.3 Quanto à morfologia no estado sólido, temos: 
 
1. Amorfos – as moléculas são orientadas aleatoriamente e estão entrelaçadas – lembram um prato de spaghetti 
cozido. Os polímeros amorfos são, geralmente transparentes. 
2. Semicristalinos – as moléculas exibem um empacotamento regular, ordenado, em determinadas regiões. 
Como pode ser previsto, este comportamento é mais comum em polímeros lineares, devido a sua estrutura 
regular. Devido às fortes interações intermoleculares, os polímeros semicristalinos são mais duros e 
resistentes; como as regiões cristalinas espalham a luz, estes polímeros são mais opacos. O surgimento de 
regiões cristalinas pode, ainda, ser induzido por um “esticamento” das fibras, no sentido de alinhar as 
moléculas. 
 
2.Técnicas de Polimerização: 
 
 Existem cinco técnicas básicas de polimerização: 
 
a) Polimerização em massa: usa-se apenas o monômero e o iniciador ou catalisador (se necessário). 
Vantagens: pureza dos produtos e baixo custo. 
Desvantagens: dificuldade em agitar e eliminar calor devido ao aumento da viscosidade. 
Exemplo: esta técnica é utilizada na Poliolefinas e Petroquímica Triunfo para obter o PEBD, na PPH 
para obter PP, na Renner e Killing para obter resina alquídica e na Rhodia p ara obter o Nylon 6,6. 
Qual o 
significado de 
cristalinidade 
para os 
polímeros? 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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b) Polimerização em solução: o monômero e o iniciador são dissolvidos em um solvente inerte 
(geralmente hexano, nafta ou toluol). 
Vantagens: facilidade na agitação e eliminação do calor. É útil quando o polímero vai ser usado em 
solução. 
Desvantagens: custo elevado na recuperação do solvente, polímeros de menor peso molecular, produtos 
de menor pureza. 
Exemplo: Estatécnica é utilizada na Polisul para obter o PEAD, na PPH para obter o PP, na Renner e 
Killing para obter resina alquídica. 
 
c) Polimerização em suspensão: o monômero é disperso sob a forma de partículas de 0,5mm de diâmetro 
num solvente apropriado (geralmente água). O iniciador é solúvel no monômero. São usado agentes 
dispersantes como o amido, gelatina, Poli(álcool vinílico) = PVAL e sódio -carboxi -metil-celulose = 
SCMC. 
Neste método se formam pequenas partículas do polímero que podem ser separadas por precipitação. 
Vantagens: facilidade na agitação e eliminação do calor. São obtidos polímeros de peso molecular 
bastante elevados. 
Desvantagens: produtos de menor pureza, custos elevados com a separação do polímero. 
Exemplo: esta técnica é usada na Metacril para obter PMMA. 
 
d) Polimerização em emulsão: o monômero é disperso sob a forma de partículas coloidais de 0,1µm de 
diâmetro num solvente apropriado (geralmente água). Normalmente o iniciador é solúvel no solvente. 
Sabões (tensoativos) são usados como agentes emulsionantes. O polímero é insolúvel no solvente e 
precipita logo que atinge determinado peso molecular. 
Vantagens: facilidade na agitação e eliminação do calor. São obtidos polímeros de peso molecular 
bastante elevados. 
Desvantagens: produtos de menor pureza (contém sabão da emulsão). Custos elevados com a separação 
do polímero. 
Exemplo: esta técnica é utilizada na Petroflex para obter SBR, na Renner e Killing para obter PVA. 
 
e) Polimerização interfacial: só ocorre em polimerização por condensação com monômeros muito 
reativos. Os monômeros devem ser solúveis nos solventes e os solventes devem ser imiscíveis. O 
polímero se forma no ponto de contato entre os dois solventes. 
Vantagens: ocorre à temperatura ambiente, é rápida e produz polímeros de alto peso molecular. 
Desvantagens: custos elevados na recuperação dos solventes. 
Exemplo: esta técnica é aplicada na Policarbonatos do Brasil para obter PC. 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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3. Quanto ao método de preparação, temos: 
 
1) Polímeros de adição 
2) Polímeros de condensação 
 
3.1 Polímeros de adição 
 
São polímeros formados por sucessivas adições de monômeros. As substâncias utilizadas na produção 
desses polímeros apresentam, na maioria das vezes, pelo menos uma dupla ligação entre carbonos. Durante a 
polimerização, na presença de catalisador, aquecimento e aumento de pressão, ocorre a ruptura de uma ligação e 
a formação de duas simples ligações, como mostra o esquema: 
n(A = A) ® ( - A – A - )n 
 monômero polímero 
São muitos os polímeros de adição presentes no nosso dia-a-dia. A seguir, veja alguns deles com suas 
respectivas características e aplicações: 
 
3.1.1 Polietileno 
O polietileno é um dos polímeros mais comuns, de uso diário freqüente devido ao seu baixo custo. Ele é 
obtido pela reação entre as moléculas do eteno (etileno). É um polímero que apresenta alta resistência à umidade 
e ao ataque químico, boa flexibilidade e baixa resistência mecânica. Dependendo das condições de pressão, 
temperatura e do catalisador, o polietileno pode apresentar cadeia reta ou ramificada, o que determinará 
propriedades diferentes. 
 
3.1.1.2 Polietileno de cadeia reta => Polietileno de alta densidade (PEAD ou HDPE) 
Possui cadeias lineares, que agrupam-se paralelamente, o que possibilita uma grande interação 
intermolecular, originando um material rígido e com alta cristalinidade. Cristalinidade: até 95%. Material 
termoplástico, branco, opaco. Propriedades mecânicas moderadas. 
Aplicações: É utilizado na fabricação de garrafas, brinquedos, tubos externos de canetas esferográficas , 
contentores, fita-lacre de embalagens, material hospitalar. 
Nomes comerciais: Eltex, Hostalen, Marlex, Polisul. 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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3.1.1.3 Polietileno de cadeia ramificada => Polietileno de baixa densidade (PEBD ou LDPE) 
Possui cadeias ramificadas, o que provoca um impedimento espacial, dificultando o “empilhamento” 
das cadeias poliméricas. Por esta razão, as forças intermoleculares que mantém as cadeias poliméricas unidas, 
tendem a ser mais fracas em polímeros ramificados. As cadeias ramificadas entrelaçam-se produzindo um 
material macio e bastante flexível , com baixa cristalinidade. Cristalinidade: até 60%. Material termoplástico, 
branco, translúcido a opaco. Boas propriedades mecânicas. 
A versatilidade de emprego do PEBD em filmes e sacos plásticos para embalagem e transporte dos mais 
diversos materiais traz como conseqüência o problema da poluição ambiental. 
Aplicações: É utilizado como filme plástico para embalagens de produtos alimentícios, farmacêuticos e 
químicos, nos sacos de lixo, nas sacolas plásticas dos supermercados, na produção de lâminas, em revestimentos 
de fios, utensílios domésticos, brinquedos. 
 OBS.: Nas embalagens de sorvetes de dois litros, a tampa é feita de PEBD e o pote, de PEAD. 
Nomes comerciais: Alathon, Petrothene, Politeno. 
 
 
3.1.2 Polipropileno (PP) 
É obtido pela adição sucessiva do propeno (propileno). 
 
 
Esse polímero é incolor e inodo ro, material termoplástico, tem baixa densidade, ótima dureza 
superficial, tem alta cristalinidade (60 -70%), como polímero apolar, é excelente material para resistir às 
radiações eletromagnéticas na região de microondas, tem boa resistência química e boa resistência térmica. 
Propriedades mecânicas moderadas. 
Aplicações: É utilizado para produzir objetos moldados, fibras para roupas, cordas, tapetes, material isolante, 
bandejas, prateleiras, pára-choques de automóveis, carcaças de eletrodomésticos, recipientes para uso em fornos 
de microondas, fita-lacre de embalagens válvulas para aerossóis, material hospitalar e equipamento médico 
(pode ser esterilizado), componentes eletrônicos, tubos e dutos (podem ser soldados), revestimentos. 
Nomes comerciais: Propat hene, Pro-fax, Prolen, Brasfax 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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3.1.3 Poliestireno (PS) 
Esse polímero é obtido pela adição sucessiva do vinil-benzeno (estireno). 
 
 
Material amorfo, termoplástico, o poliestireno tem baixo custo, facilidade de processamento, 
transparência e versatilidade, resistência aos ácidos e bases, amolece pela adição de hidrocarbonetos ( baixa 
resistência aos solventes), baixa resistência ao risco. Propriedades mecânicas moderadas. 
Aplicações: É usado na produção utensílios rígidos, como pratos, copos, xícaras, seringas, material de 
laboratório, brinquedos, embalagens para comésticos e alimentos e outros objetos transparentes. Quando sofre 
expansão provocada por gases, origina um material conhecido por isopor, que é utilizado como isolante 
térmico, acústico e elétrico. Isopor é marca registrada da empresa alemã Basf, para o poliestireno, expandido em 
pequenas bolhas ocas de 0,4 a 2,5 mm de diâmetro. Mais de 97% do volume do isopor é constituído de ar. A 
expansão ocorre pela ação do pentano, que aumenta até 50 vezes o tamanho inicial pela liberação de vapores. 
Nomes comerciais: Lustrex, Styron, Styropor, EDN. 
Obs.: Polímeros relacionados ao PS: copolímero de estireno e butadieno (HIPS ); copolímero de estireno e 
acrilonitrila (SAN ); copolímero de butadieno, estireno e acrilonitrila (ABS ). 
 
3.1.4 Policloreto de vinila (PVC) 
Esse polímero é obtido a partir de sucessivas adições do cloreto de vinila (cloroeteno). 
 
O PVC possui resistência química, facilidade de processamento, baixo custo de produção,não queima, e 
tem a capacidade de se compor com outras resinas. Cristalinidade: 5-15%. Material termoplástico. Rigidez 
elevada. Propriedades mecânicas elevadas. 
Aplicações: É utilizado para produzir tubulações para água e esgoto, discos fonográficos, pisos, passadeiras, 
capas de chuva, garrafas plásticas, toalhas de mesa, cortinas de chuveiro, calcinhas de bebê, filmes (finas 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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películas) para embalar alimentos, Calçados, bolsas e roupas imitando couro, carteiras transparentes para 
identificação, bonecas. 
Uma de suas principais características é o fato de que ele evita a propagação de chamas, sendo usado 
como isolante elétrico. 
Nomes comerciais: Geon, Norvic, Solvic. 
 
3.1.5 Politetrafluoretileno (PTFE) 
É o produto de adição sucessiva do tetrafluoretileno. 
 
Material termoplástico, cristalinidade: 95%, este polímero tem um conjunto único de propriedades; é um 
polímero especial, insolúvel e infusível. È moldado por sinterização sob forma de tarugos ou placas, dos quais 
as peças são cortadas e usinadas. Possui excepcional inércia química, resistência ao calor (não combustível) e 
baixo coeficiente de atrito. Propriedades mecânicas elevadas. 
Aplicações: O teflon é usado na forma de fitas para evitar vazamentos de água, válvulas, torneiras, gaxetas, 
engrenagens, anéis de vedação, como revestimento antiaderente de panelas e frigideiras, isolante elétrico, canos 
e equipamentos para indústria química (válvulas, registros), órgãos artificiais, rolamentos, etc. 
Nomes comerciais: Teflon, Fluon, Poyflon. 
 
3.1.6 Polimeta -acrilato de metila (plexiglass ou acrílico) (PMMA) 
É o polímero obtido pela adição sucessiva do meta-acrilato de metila. 
 
Amorfo, material termoplástico, tem semelhança ao vidro, resistência às intempéries elevada, 
resistência à radiação UV, boa resistência química, boa resistência ao impacto e à tensão, resistência ao risco 
elevada. Sofre despolimerização a partir de 180°C; é em geral fabricado como placas, por polimerização em 
massa, e termoformado (faz -se com que a reação ocorra até que se forme uma massa pastosa, a qual é 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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derramada em um molde ou entre duas lâminas verticais de vidro, onde ocorre o fim da polimerização). A 
moldagem de peças por injeção exige cuidados especiais. 
Aplicações: É utilizado para produzir lentes de contato, painéis transparentes, lanternas de carro, painéis de 
propaganda, semáforos, vidraças, etc. Fibras óticas de PMMA podem ser empregadas em substituição às fibras 
de quartzo, em painéis de carros. 
Nomes comerciais: Perpex, Lucite, Plexiglas. 
 
3.1.7 Polioximetileno (POM) 
É o produto obtido pela adição de aldeído fórmico (metanal). 
 
 
Propriedades: Material termoplástico, branco, opaco. Cristalinidade: 75%. Excelentes propriedades 
mecânicas. Excelente estabilidade dimensional. Boa resistência à abrasão e à fricção. Boa resistência à fadiga. 
Boa resistência a solventes e a reagentes. Baixa estabilidade térmica. Boa resiliência. Baixa absorção de água. È 
um dos 3 plásticos de engenharia mais importantes (os demais são: PA e PC). 
Aplicações: Partes de peças industriais para usos mecânicos; na indústria automobilística, cintos de segurança, 
engrenagens, mecanismos de elevadores de janelas de carro, componentes de torneiras, fechaduras, válvulas, 
molas, bombas, carcaças de chuveiros elétricos, zíperes, válvulas de aerossóis, componentes elétricos e 
eletrônicos (computadores, terminais de vídeo e de eletrodomésticos em geral). 
Nomes comerciais: Delrin, Celcon, Ultraform, Upital, Tenac. 
 
3.1.8 Poliacrilonitrila (PAN) 
É o produto obtido pela adição sucessiva de acrilonitrila ou cianeto de vinila (propenonitrila). 
 
 
Material termoplástico, cristalinidade baixa, esse é um dos poucos polímeros que podem ser obtidos em 
uma solução aquosa. Se o poliacrilonitrila for adicionado a um solvente apropriado, ele pode ser estirado 
Petroquímica: obtendo derivados de petróleo 
 
 
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facilmente, permitindo a obtenção de fibras comercializadas com o nome de orlon ou acrilon. Alta resistência 
mecânica e química. 
Aplicações: Essas fibras podem sofrer processos de fiação com algodão, lã ou seda, originando vários produtos, 
como: cobertores, mantas, tapetes, carpetes, pelúcia e tecidos de roupas de inverno. 
Nomes comerciais: Acrilan, Orlon, Dralon. 
 
3.1.9 Poliamidas 
No náilon 6 ou policaprolactama (PA-6), a caprolactama (monômero) é aquecida na presença de água, 
o que provoca a ruptura do anel do monômero e, a seguir, a sua polimerização. 
 
 
Propriedades: Cristalinidade , até 60%. Material termoplástico, amarelado e translúcido. Elevada 
resistência mecânica e química, boa resistência à fadiga, à abrasão e ao impacto, absorção de umidade. 
Aplicações: Como fibra: Tapetes, carpetes . Roupas. Meias. Fios de pesca. Cerdas de escova. Como artefato: 
Engrenagens para limpador de pára-brisas. Material esportivo (como raquetes, bases de esqui). Rodas de 
bicicleta. Conectores elétricos. Componentes de eletrodomésticos e de equipamentos para escritório. Como 
filme: Embalagens para alimentos. 
Nomes comerciais: Grilon, Grilamid, Capron, Nytron, Ultramid. 
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3.1.10 Poliacetato de vinila (PVAC ou PVA ou PVAc). 
É o polímero obtido pela adição sucessiva do acetato de vinila (etanoato de vinila). 
 
Material termoplástico, possui adesividade. Uma grande parte do PVAC produzido atualmente é 
utilizada para a produção de tintas para parede, adesivos para papel, adesivos fundidos e goma de mascar. 
Propriedades mecânicas fracas. 
Aplicações: PVAC é largamente empregado sob forma de emulsão, em tintas e adesivos. Emulsões de PVAC 
são largamente utilizadas em todo mundo para construção civil, em tintas para interiores e exteriores, de baixo 
custo. É também bastante consumido como emulsão adesiva. 
Nomes comerciais: Elvacet, Vinamul, Mowilith, Rhodopas. 
 
3.1.11 Policianoacrilato de metila 
É interessante acrescentar algumas informações sobre um adesivo de características muito especiais e 
amplo espectro de aplicações, porém de baixo volume de consumo e custo elevado. Trata-se dos adesivos de 
cianoacrilato de metila. São adesivos cujo componente fundamental não é um polímero; é um monômero muito 
reativo, que polimeriza quase instantaneamente na junta adesiva, sem a necessidade de catalisador, aquecimento 
ou pressão. 
A polimerização in situ é facilitada pelo espalhamento do adesivo, isto é, o monômero, como uma 
película fina sobre o substrato. O cianoacrilato de metila é muito fluido; para facilidade de uso, as composições 
adesivas são formuladas com espessantes, como sílica, além de plastificantes e estabilizadores, resultando 
fluidos viscosos. O plastificante evita que a junta adesiva fique quebradiça com o tempo. 
Os adesivos de cianoacrilato de metila oferecem as seguintes vantagens: rápido tempo para ocorrer a 
adesão; capacidade de aderir a substratos os mais diversificados; elevada força adesiva; juntas incolores e 
firmes; ausência de catalisador; baixo encolhimento; boa resistência às condições ambientais; alta eficiência (0,5 
gota por cm2). Suas desvantagens incluem: baixa estabilidade ao armazenamento; alto custo; dificuldade de 
preenchimento de irregularidades na superfície do substrato; baixa resistência ao impacto; baixa resistência à 
umidade, a ácidos e alcális; baixa viscosidade do adesivo, o que exige técnica especial de aplicação. O produtocomercial mais conhecido é o SuperBonder. 
 
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3.1.12 Borrachas sintéticas 
As borrachas sintéticas, quando comparadas às naturais são mais resistentes a variações de temperatura 
e ao ataque de produtos químicos, sendo utilizadas para a produção de pneus, mangueiras, correias e artigos para 
a vedação, etc. As mais comuns são: 
 
12.1) Polieritreno ou Polibutadieno (BR) – formado pela adição sucessiva de 1,3-butadieno (eritreno). 
 
 
Propriedades após a vulcanização: Material termorrígido, baixa elasticidade e alta resistência à 
abrasão. 
Aplicações: Pneumáticos em geral. 
Nomes comerciais: Ameripol CB, Cariflex, Coperflex. 
OBS.: A vulcanização é feita com enxofre. É essencial o reforço com negro-de-fumo. 
 
12.2) Policloropreno (CR) – formado pela adição sucessiva do cloropreno (2-cloro-1,3-butadieno). 
 
 
Propriedades após a vulcanização: Material termorrígido. Aderência a metais. Resistência ao 
envelhecimento. Resistência à chama. Diferente das demais borrachas, CR é vulcanizada com óxido de 
magnésio. Não é necessário reforço. Permite a obtenção de artefatos de quaisquer cores, o que é importante em 
vestuários de mergulhadores e em esportes aquáticos. A presença de cloro torna CR uma borracha muito 
resistente ao ataque químico, especialmente à água do mar. 
Aplicações: Roupas e luvas industriais. Revestimento de tanques industriais. Mangueiras, adesivos. Correias 
transportadoras. Revestimento de cabos submarinos. Artefatos em contato com água do mar. 
Nomes comerciais: Neoprene, Perbunan C. 
 
 
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12.3) Copolímero de butadieno e estireno (Buna-S) – o mais importante desses polímeros é uma borracha 
obtida pela copolimerização do 1,3 -butadieno (eritreno) com vinil-benzeno (estireno), tendo sódio metálico 
como catalisador. 
 
O nome comercial buna-S vem de: BU = butadieno; Na = sódio ; S = estireno (styrene). Essa borracha 
também é conhecida pelas siglas GRS (government rubber styrene) ou SBR (styrene butadiene rubber ). Este 
polímero após a vulcanização, é um material termorrígido. Por ser mu ito resistente ao atrito, é usado nas bandas 
de rodagem dos pneus. Algumas tintas do tipo látex são misturas parcialmente polimerizadas de estireno e 
dienos em água. Essa mistura contém agentes emulsificantes, como sabão, que mantêm as partículas dos 
monômeros dispersas na água. Após a aplicação desse tipo de tinta, a água evapora, permitindo a 
copolimerização e revestindo a superfície pintada com uma película. 
SBR é vulcanizada com enxofre. É necessário o reforço com negro-de-fumo. 
Nomes comerciais: Buna-S, Cariflex S, Polysar S, Petroflex. 
 
12.4) Copolímero de butadieno e acrilonitrila(NBR) – este polímero é obtido pela copolimerização de 
butadieno e acrilonitrila. 
 
 
Propriedades após a vulcanização: material termorrígido. Aderência a metais. Resistência a gasolina, 
óleos e gases apolares. NBR é a única borracha industrializada de caráter polar, e por isso, resistente de um 
modo geral a hidrocarbonetos. 
Aplicações após a vulcanização: mangueiras, gaxetas e válvulas. Revestimento de tanques industriais. 
Nomes comerciais: Buna N, Perbunan N, Nitriflex, Chemigum. 
É vulcanizada com enxofre. Necessita de reforço com negro-de-fumo. 
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S8 
 
12.5 Vulcanização 
A borracha natural, tal como é obtida, torna-se quebradiça em dias frios e pegajosa em dias quentes. 
Em 1839, Charles Goodyear aqueceu essa massa viscosa com enxofre e um pouco de óxido de chumbo II (PbO) 
e produziu um material bastante elástico, que praticamente não se alterava com pequenas variações de 
temperatura. Deu a esse processo, o nome de vulcanização (Vulcano = Deus do fogo). 
Na vulcanização, as moléculas de enxofre (S8) são rompidas, e algumas ligações duplas das cadeias que 
compõem a borrachas se abrem e reagem com o enxofre, através das chamadas 
pontes de enxofre , diminuindo o número de insaturações. As pontes de enxofre 
também têm a propriedade de alinhar as cadeias de tal maneira que, quando o 
material é tensionado, ele não se deforma. Quando esticamos a borracha natural, as 
cadeias do polímero deslizam e se separam, rompendo o material. Já na borracha 
vulcanizada essas cadeias estão presas umas às outras pelas pontes de enxofre, o que não permite o rompimento 
do material quando este é esticado. Essas pontes de enxofre são também as responsáveis pela volta das cadeias à 
posição original assim que o material pare de ser esticado. Evidentemente, se a tensão for muito grande, mesmo 
a borracha vulcanizada irá arrebentar. 
A vulcanização da borracha é feita pela adição de 3% a 8% de enxofre à borracha. Aumentando a 
porcentagem de enxofre, ocorrerá um aumento do número de pontes de enxofre, diminuindo a sua elasticidade. 
Quando essa porcentagem atinge valores próximos a 30%, obtém-se uma borracha denominada ebonite , que é 
rígida e apresenta grande resistência mecânica, sendo empregada como isolante elétrico e na produção de vários 
objetos, como pentes, vasos etc. 
 
 
Processo de Vulcanização: 
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3.2 Polímeros de condensação 
 
Esses polímeros são formados, geralmente, pela reação entre dois monômeros diferentes, com a 
eliminação de moléculas pequenas, por exemplo, a água. Nesse tipo de polimerização, os monômeros não 
precisam apresentar dupla ligação entre carbonos, mas é necessária a existência de dois tipos de grupos 
funcionais nos dois monômeros diferentes. 
 
 
 
Veja, a seguir, alguns polímeros de condensação e suas aplicações. 
 
3.2.1 Poliéster 
Esse polímero é caracterizado por vários grupos de ésteres, que são produtos da reação entre ácidos 
carboxílicos e álcoois, com a eliminação da água. A formação desse polímero exige que cada monômero 
apresente os dois grupos funcionais em quantidades iguais para a sua produção, portanto, deve-se usar um 
diácido e um diálcool na reação. 
 
PET - Um dos tipos de poliéster mais comum é o dracon , obtido pela reação ente o ácido tereftálico 
(ácido 1,4-benzenodióico) e o etilenoglicol (etanodiol). 
 
Cada grupo carboxila ( - COOH) do ácido reage com o grupo hidroxila ( - OH) do álcool, originando 
um grupo éster com a eliminação de uma molécula de água. Como cada molécula do ácido apresenta duas 
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carboxilas e cada molécula do álcool possui duas hidroxilas, cada um desses monômeros reagirá duas vezes. 
Esse processo se repete muitas vezes e origina, 500 grupos de ésteres. 
É um material termoplástico, com brilho, alta resistência mecânica, química e térmica. Possui grande 
versatilidade, baixo custo de processamento. Pode ser apresentado no estado amorfo (transparente), 
parcialmente cristalino e orientado (translúcido) e altamente cristalino (opaco). 
Esse polímero é conhecido por polietilenotereftalato (PET), e costuma ser comercializado com os 
nomes de dracon e terilene . Anualmente, são produzidos cerca de 5 milhões de toneladas de dracon. 
Aplicações: é empregado na fabricação de tecidos, cordas, filmes fotográficos, fitas de áudio e vídeo, 
guarda-chuvas, embalagens, garrafas de bebidas, gabinetes de fornos, esquis, linhas de pesca. É usado na 
construção civil, em massas para reparos e laminados ; e na medicina, pelo fato dele não provocar processos 
alérgicos e derejeição, é utilizado na produção de vasos e válvulas cardíacas e, ainda, como protetor para 
facilitar a regeneração de tecidos orgânicos das vítimas de queimaduras. A maior aplicação de PET é em 
garrafas descartáveis de refrigerante. O volume de plástico consumido constitui um problema ambiental. 
Esse polímero, quando misturado ao algodão, forma um tecido muito conhecido, denominado tergal . 
Nomes comerciais: Dracon, Mylar, Techster, Terphane, Bidim, Tergal. 
 
3.2.2 Poliamidas 
As poliamidas se originam da reação por condensação entre um diácido e uma diamina. As poliamidas 
possuem a ligação amídica. Em biologi a, a ligação amídica é denominada peptídica, pois é encontrada nas 
proteínas. 
2.1) Polihexametileno-adipamida (PA-6.6) ou Náilon 66 – é a poliamida mais conhecida. O náilon 66, foi 
obtido pela primeira vez por Wallace Carother, em 1939, quando reagiu ácido adípico (hexanodióico) e 
hexametilenodiamina (1,6-hexanodiamina). 
 
A reação de condensação para a obtenção do náilon é feita a quente (275°C) em uma aparelhagem sob 
alta pressão (10 atm). O polímero fundido passa através de finos orifícios, produzindo fios que, a seguir, sofrem 
resfriamento por uma corrente de ar. A estrutura do polímero resultante é semelhante à estrutura da seda, porém 
o náilon é mais resistente à tração e ao atrito. 
Propriedades: Cristalinidade: variável. Material termoplástico, semelhante à PA-6. 
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Aplicações: semelhantes às de PA-6. Além de fazer parte de inúmeras peças de vestuário, o náilon é 
empregado pela indústria automotiva e para a produção de artigos esportivos, acessórios elétricos e mecânicos e 
escovas. É usado também em rolamentos sem lubrificação, engrenagens, pneumáticos, embalagens, garrafas, 
linhas de pesca, etc. A PA-6.6 é um dos plásticos de engenharia mais importantes. Sua facilidade de 
processamento é vantajosa na fabricação de componentes de peças na indústria de informática e eletro-
eletrônica. 
Nomes comerciais: Zytel, Technyl, Ultramid. 
 
2.2) Poliamidas aromáticas 
Kevlar – É obtido pela reação de condensação entre o ácido tereftálico (ácido 1,4-benzenodióico) e o 
para-benzeno-diamina (1,4-benzeno -diamina). Trata-se de uma aramida , isto é, uma poliamida aromática. 
 
Propriedades: As cadeias desse polímero interagem umas com as outras de um modo muito intenso, 
pois são interações tipo ponte de hidrogênio e dipolo induzido - dipolo induzido. Essa intensa atração entre as 
cadeias confere ao polímero propriedades excepcionais de resistência. 
 
 
Essa intensa atração entre as cadeias confere ao polímero propriedades excepcionais de resistência. 
 
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Resistência ao calor (550°C); auto-retardante de chama; sensível a radiações ultravioleta; excelentes 
propriedades dielétricas. 
Aplicações: As propriedades deste polímero, têm permitido utilizar cordas de kevlar em substituição 
aos cabos de aço em muitas aplicações. Um exemplo particularmente importante é o das plataformas marítimas 
de petróleo. Uma corda de kevlar submersa na água do oceano apresenta resistência à tração vinte vezes maior 
que um cabo de aço de mesmo diâmetro, com a vantagem de não sofrer corrosão pela água do mar. 
O kevlar também é utilizado para produzir coletes à prova de bala, esquis profissionais, luvas protetoras 
contra o calor e chamas, utilizadas pelos bombeiros, em substituição ao asbesto, chassis de carros de corrida, 
bicicletas, na indústria aeroespacial (peças de avião). 
Nomes comerciais: Kevlar, Konex, Nomex, Tawaron. 
 
3.2.3 Silicones 
Apesar desses polímeros não possuírem carbono na cadeia principal e sim o silício (também do grupo 
4A da tabela periódica), são de grande importância industrial. 
 Das variedades do silicone, aquele que apresenta um maior número de aplicações é o obtido pela 
condensação do dimetilsiloxano – resultando no polidimetilsiloxano (MQ, PDMS). 
 
Os silicones possuem estabilidade à variação de temperatura entre – 63°C e 204°C, inércia química, 
pouca inflamabilidade, atoxidez, são incolores, inodoros e insípidos. 
Aplicações: Os vários tipos de silicones podem originar óleos e borrachas, sendo que sua utilização 
engloba desde a vedação de janelas, próteses cirúrgicas e impermeabilizantes, até brinquedos. 
Silicones com moléculas relativamente pequenas apresentam aspecto de óleos e são empregados na 
impermeabilização de superfícies. É o caso de ceras para polimento de automóvel e dos líquidos embelezadores 
de painéis plásticos e pára-choques. 
À medida que as cadeias se tornam maiores, o silicone passa a adquirir uma consistência de borracha. As 
borrachas usadas na vedação de janelas e boxes de banheiros são fabricadas com esse tipo de polímero. 
Quando as cadeias são muito longas passamos a ter um material de alta resistência térmica, utiliz ado na 
confecção de chupetas e bicos para mamadeiras, que podem ser esterilizados por aquecimento, sem sofrer danos 
à sua estrutura. 
Nomes comerciais: Silicone, Silastic. 
 
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3.2.4 Polifenol : Resina Fenólica (PR) 
Uma variedade de polifenol é a baquelite, sendo que a mais comum foi obtida em 1907 por Backenland, 
ao reagir por condensação, fenol comum com formol (metanal). 
 
Material termorrígido, boa resistência mecânica e térmica. 
Aplicações: Dentre as aplicações da baquelite, devido às suas propriedades de isolante térmico e 
elétrico, as mais comuns são a fabricação de cabos de panelas, tomadas, interruptores elétricos e aparelhos de 
telefone, engrenagens, pastilhas de freio. Quando ela é produzida na forma de laminados, é usada para 
revestimentos de móveis, sendo conhecida como fórmica, usada para revestimentos de móveis. 
Caso o polímero obtido seja predominantemente linear e de massa molecular relativamente baixa, é 
denominado novolac e é empregado em tintas, vernizes e colas para madeira. Se a reação prosseguir, dando 
origem a um polímero tridimensional (termofixo), aí então, obtém-se a baquelite. 
Nomes comerciais: Amberlite, Bakelite, Celeron, Fórmica, Formiplac. 
 
3.2.5 Policarbonatos (PC) 
Nesses polímeros encontramos um agrupamento de átomos similar ao que existe no ânion carbonato, 
derivando daí, o nome de tais polímeros. 
 Um exemplo de policarbonato é o de nome comercial lexan, que é produzido a partir de uma reação de 
condensação entre o fosgênio (COCl2) e o bisfenol A (4,4’-difenilol-propano). 
 
Propriedades: cristalinidade muito baixa, termoplástico, incolor, transparente. Semelhança ao vidro, 
porém altamente resistente ao impacto, boa estabilidade dimensional; boas propriedades elétricas; boa 
resistência ao escoamento sob carga e às intempéries; resistente à chama. È um dos 3 plásticos de engenharia 
mais importantes (os demais são: PA e POM). 
Aplicações: Essa espantosa resistência, aliada ao seu aspecto transparente semelhante ao vidro, torna-o 
de grande utilidade para a fabricação de janelas de avião e do chamado “vidro à prova de balas”. Uma lâmina de 
policarbonato de 1 polegada (2,54 cm) de espessura é capaz de deter uma bala calibre 38, atirada de 4 metros de 
distância. É também usado para confeccionar os visores dos capacetes para astronautas, capacetes de proteção 
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de motociclistas, componentes elétricos e eletrônicos, discos compactos, conectores, luminárias para uso 
exterior, recipientes para uso em fornos de microondas, tubos de centrífugas para sistemasaquosos, anúncios em 
estradas, artigos esportivos, aplicações em material de cozinha e de refeitórios, como bandejas, jarros d’água, 
talheres, mamadeiras, aplicações médicas em dialisadores renais. 
Nomes comerciais: Lexan, Durolon, Makrolon. 
 
3.2.6 Poliuretanas 
 Uma poliuretana pode ser obtida pela reação entre um diiisocoanato e um diol. Dióis do tipo éster são 
também usados. 
 
Propriedades: material termoplástico ou termorrígido, conforme a funcionalidade dos monômeros e o 
emprego ou não, de agentes de cura. Alta resistência à abrasão. Alta res istência ao rasgamento. Facilidade de 
fabricação de peças de grandes dimensões e formas; menor custo de processamento. 
As poliuretanas podem ser rígidas, flexíveis ou, ainda, na forma de espumas, dependendo das condições 
em que ocorre a reação. Na produção de espuma, por exemplo, um dos reagentes é misturado ao gás freon que, 
durante a reação, tende a se desprender, provocando a expansão do polímero. 
Aplicações: seu uso pode ocorrer em várias áreas, dependendo das características: 
Espuma – colchões, estofados, isolante térmico e acústico. 
Espuma rígida – peças de automóveis, amortecedores, diafragmas e válvulas de equipamentos industriais para 
processamento e transporte de minérios, solados e fibras. 
A lycra é um tecido que contém fios de poliuretana em sua composição. 
Nomes comerciais: Vulkolane, Lycra, Estane, Duroprene, Adiprene. 
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3.2.7 Resina Epoxídica (ER) 
É obtida pela reação entre epicloridrina e bisfenol A (4,4’-difenilol-propano). 
 
Propriedades (após a reticulação) : Material termorrígido. Excelente adesividade. Excelente resistência 
mecânica e à abrasão. Baixa contração. 
Aplicações: tintas para diversos fins. Adesivos para metal, cerâmica e vidro. Compósitos com fibra de 
vidro, de carbono ou de poliamida aromática, para a indústria aeronáutica. Componentes de equipamentos 
elétricos. Circuitos impressos. Encapsulamento de componentes eletrônicos. Moldes e matrizes para ferramentas 
industriais. 
Nomes comerciais: Araldite, Epikote, Durepoxi. 
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Tabela 2 – Classificação dos plásticos quanto à sua aplicação 
Aplicação Grupo Principais plásticos Sigla 
 
 
 
 
 
Termoplástico 
Polietileno 
Polipropileno 
Poliestireno 
Copoli(estireno-acrilonitrila) 
Copoli(acrilonitrila-butadieno -estireno) 
Copoli(etileno-acetato de vinila) 
Policloreto de vinila 
Poliacetato de vinila 
Poliacrilonitrila 
Policloreto de vinilideno 
Polimetacrilato de metila 
PE 
PP 
PS 
SAN 
ABS 
EVA 
PVC 
PVAC 
PAN 
PVDC 
PMMA 
 
 
 
 
 
 
 
Geral 
 
 
Termorrígido 
Resina epoxídica 
Resina de fenol-formaldeído 
Resina de uréia-formaldeído 
Resina de melanina-formaldeído 
Poliuretanos1 
ER 
PR 
UR 
MR 
PU 
 
 
 
Uso geral 
Polietileno de altíssimo peso molecular 
Polióxido de metileno 
Politereftalato de etileno 
Politereftalato de butileno 
Policarbonato 
Poliamidas alifáticas 
Polióxido de fenileno 
Polifluoreto de viilideno 
UHMWPE2 
POM 
PET 
PBT 
PC 
PA 
PPO 
PVDF 
 
 
 
 
 
 
 
 
Engenharia 
 
 
 
Uso Especial 
Politetrafluoretileno 
Poliarilatos 
Poliésteres líquidos cristalinos 
Poliamidas arométicas 
Poliimidas 
Poliamida-imida 
Poliéter-imida 
Poliéter-cetona 
Poliéter-éter-cetona 
Poliéter-sulfona 
Poliaril-sulfona 
Polissulfeto de fenileno 
PTFE 
PAR 
LCP 
PA 
PI 
PAI 
PEI 
PEK 
PEEK 
PES 
PAS 
PPS 
 
 
1 Há poliuretanos termoplásticos. 
2 Este polietileno tem cristalinidade de 45%, é um material termoplástico, branco, opaco. É utilizado em placas de 
revestimento de máquinas para indústria de mineração e alimentos; componentes de bombas para líquidos corrosivos; 
engrenagens; revestimento de pistas para esporte e linhas de montagem de automóveis; em medicina, como implantes, 
ossos artificiais; cepos para corte de carne. 
Comentário: Os poliuretanos 
também podem ser termoplásticos. 
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4. Os dois tipos de indústria de plásticos 
 A indústria de plásticos se divide em dois segmentos: um produz a matéria-prima propriamente dita e o 
outro a processa, modelando-a para confeccionar os objetos vendidos ao consumidor. 
 O produtor – primeiro desses segmentos – vende a matéria plástica, na forma de pequenos grãos já 
coloridos na tonalidade desejada, para as fábricas de objetos plásticos. 
 Essas fábricas – que correspondem ao segundo segmento – derretem os grãos em máquinas especiais 
que, imediatamente, injetam o material fundido em moldes apropriados. Após o resfriamento, com a volta à 
temperatura ambiente, ocorre o endurecimento do material. Através deste procedimento são elaborados os 
chamados “objetos de plástico injetado”. Observe atentamente alguns utensílios plásticos como pentes, escovas 
de dentes e cabos de talheres ou de chaves de fenda. Você perceberá, em algum lugar deles, existe a marca do 
ponto em que a matéria plástica derretida entrou no molde. Poderá também identificar uma marca fina, em 
forma de linha longitudinal, que corresponde a junção das partes superior e inferior do molde. 
 
Figura 2 – Injeção dos pellets para moldagem 
4.1.1 Como se faz uma garrafa plástica? 
 Além da injeção, processo que acabamos de descrever, outro tipo de modelagem importante é o assopro. 
Essa técnica consiste em lançar violentamente a massa fundida contra as paredes internas do molde, através de 
um jato de ar. Assim são feitos os frascos plásticos para desodorantes e as garrafas descartáveis para água 
mineral e refrigerantes. 
 
Figura 3 – Moldagem por assopro de uma garrafa. 
 
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4.1.2 Fábrica de fios se inspira na fábrica de macarrão 
 Outro processo de modelagem é a extrusão: o plástico fundido passa por um orifício com a forma 
desejada, sendo imediatamente resfriado. Os fios de náilon, os tubos utilizados em encanamentos residenciais e 
as mangueiras plásticas em geral são fabricadas desta maneira. 
 Talvez você já tenha visto como se faz macarrão caseiro. A massa elaborada com farinha e ovos é 
obrigada a passar por um orifício circular, saindo do outro lado na forma de filamentos, os fios de macarrão. O 
processo de extrusão é semelhante, sendo que, através dele, pode-se fabricar, além de fios, também tubos, 
mangueiras etc. 
 
Figura 4 – obtenção de fios por extrusão 
4.1.3 Fazendo couro artificial 
A Quarta maneira de modelar um plástico consiste na calandragem, técnica na qual o material derretido, 
após atravessar cilindros em rotação, transforma-se em uma lâmina. Como viabiliza a produção de folhas 
plásticas de várias espessuras, esse método é extremamente útil para obter saquinhos de supermercado, sacos 
para lixo e filmes plásticos transparentes para embalar alimentos. 
 A calandragem também permite a aplicação de um revestimento plástico sobre tecidos, formando o 
chamado “couro sintético” usado em poltronas, sofás, almofadas e estofamentos para automóveis. 
 
Figura 5 – Calandras para obtenção de filmes poliméricos 
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5. Aditivos 
Com a finalidade de melhorar as qualidades dos plásticos produzidos nas indústrias, são adicionados 
alguns aditivos que aparecem na tabela abaixo (os principais tipos): 
 
Exemplos de aditivos na produção de plásticosTipo Função 
Agente corante Conferir a cor desejada 
Antiestático 
Evitar que o polímero fique eletrizado ao ser 
atritado com outros materiais. 
Antioxidante 
Impedir ou minimizar a degradação resultante da 
oxidação por O2 e O3, presentes no ar. 
Aromatizante 
Proporcionar fragrância agradável; mascarar 
odores indesejáveis. 
Biocida 
Inibir a ação de microorganismos que possam 
atacar o material. 
Carga 
Aumentar a resistência ao desgaste por abrasão; 
reduzir custo por aumento do volume final. 
Estabilizante térmico Evitar a degradação pelo aquecimento. 
Estabilizante UV 
Prevenir a degradação causada pelos Raios 
ultravioleta do sol. 
Plastificante Aumentar a flexibilidade 
Retardador de chama Reduzir a inflamabilidade 
 
6. Vantagens e Desvantagens da utilização de materiais poliméricos 
 
Substâncias orgânicas poliméricas são transformadas em objetos (tubos, fios, tecidos, filmes, 
revestimentos, peças moldadas) com muito maior facilidade que os sólidos inorgânicos iônicos ou os metais. Há 
vários processos de fabricação de objetos feitos de plásticos ou de borracha: extrusão, injeção, moldagem por 
compressão, rotomoldagem, sopro e formação à vácuo, dentre outros. 
A principal vantagem dos processos de transformação de plásticos é que eles sempre consomem pouca 
energia se comparados aos processos usados na fabricação de artefatos de vidro, cimento, metais ou cerâmicas. 
Exatamente por isso as indústrias de transformação de plásticos causam pouca poluição térmica, contribuindo 
pouco para o efeito estufa, e sofrem poucas restrições ambientais quanto aos locais de instalação. 
Os polímeros sintéticos estão hoje presentes em nossa vida diária porque nos permitem resolver um 
grande número de problemas, quer na indústria, na agricultura e nos serviços, já que até o dinheiro passou a ser 
feito de plástico. Estes materiais são fabricados por uma grande e vigorosa indústria petroquímica, que 
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representa cerca de metade da indústria química em todo o mundo. Sua fabricação e transformação garantem o 
emprego e sustento de milhões de pessoas, inclusive muitos brasileiros. 
Nesta área o ritmo de inovação continua muito intenso e as novidades surgem continuamente graças ao 
esforço continuado de cientistas, engenheiros, tecnólogos e empreendedores. Uma grande novidade dos anos 80 
foi a descoberta de polímeros condutores de eletricidade, que foi premiada em 2000 com o Prêmio Nobel de 
Química. O impacto desses polímeros condutores na construção de dispositivos elétricos promete ser tão grande 
que alguns especialistas já afirmam que o vale do Silício, na Califórnia, poderá vir a ser chamado no futuro de 
Vale do PPV (poli-parafenilenovinileno, que poderá substituir o silício em muitas das suas aplicações. 
Entretanto, nem tudo são maravilhas. Plásticos e borrachas vêm causando nos últimos tempos sérios 
problemas ambientais. Por isso, devemos sempre atentar ao seu ciclo de vida, isto é, o conjunto de etapas que 
fazem a sua história, desde que a sua matéria prima (petróleo) é extraída da Terra, transformada e reciclada, até 
o seu descarte ou destruição por queima ou degradação no ambiente, transformando-se de novo em substâncias 
simples como o gás carbônico, água, carvão, etc. 
O uso e descarte irresponsáveis de materiais poliméricos acabaram criando muitos problemas 
ambientais. Estes problemas são devido à durabilidade dos polímeros sintéticos no ambiente, e não à sua 
toxidez, e por isso vemos garrafas plásticas, pneus, restos de fraldas descartáveis e embalagens poluindo rios, 
lagoas e praias. Esta poluição feita pelos plásticos não é um defeito dos plásticos em si, mas uma manifestação 
de má educação de indivíduos, de burrice coletiva e de falta de responsabilidade por parte de empresas e de 
representantes do poder público. Má educação, porque o culpado final é sempre uma pessoa que usou o plástico 
e não se deu ao trabalho de descartá-lo de maneira correta. Burrice, porque o plástico ou o pneu velho sempre 
têm valor e utilidade; ao invés de sermos prejudicados pelo seu descarte irresponsável, todos nós deveríamos 
usar a criatividade para reciclá-lo, fazendo que deixem de ser problemas para passarem a ser soluções para os 
outros problemas. Finalmente, o poder público (governos) deve legislar e fiscalizar para impedir a contaminação 
por plásticos, e as empresas devem renunciar a lucros obtidos às custas de danos ambientais decorrentes do uso 
de plásticos, p ois os prejuízos sociais não justificam os lucros gerados. 
Pesquise o significado dos seguintes símbolos encontrados nos objetos poliméricos: 
 
 
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7. Questões de estudo 
 
1) Demonstre a reação de obtenção e as aplicações dos seguintes polímeros: 
a) Politetrafluoretileno 
b) Polimetaacrilato de metila 
c) Poliacrilonitrila 
d) Náilon 6 
e) PVA 
f) Silicones 
g) Poliuretanas 
 
2) Diga qual a estrutura do polímero presente nos seguintes produtos comerciais e quais as propriedades 
presentes nos materiais pela utilização deste polímero: 
 
a) SuperBonder 
b) Neoprene 
c) SBR 
d) Isopor 
e) Garrafa PET 
f) Coletes à prova de balas e peças de avião 
g) Fórmica 
h) Vidro à prova de balas 
i) Lycra 
 
3) O que é a vulcanização da borracha? Para que serve? 
 
4) Qual a função do negro-de-fumo adicionado a borracha na fabricação de pneus? 
 
5) Como são produzidos os objetos de plástico injetado? 
 
6) Como são produzidas as garrafas plásticas? 
 
7) Qual o método de produção dos filmes plásticos em geral? 
 
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8) Quando queremos melhorar a qualidade de um determinado polímero, adicionamos alguns aditivos que irão 
conferir maior resistência ou melhorar algumas das propriedades presentes neste polímero. Baseado nisto, cite 
três aditivos que podem ser utilizados na produção de plásticos, exemplificando a utilização deste aditivo em 
algum objeto ou produto plástico utilizado no dia-a-dia. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
· PERUZZO, F.M. & CANTO, E.L.. Química na Abordagem do Cotidiano. 2. ed. São Paulo, Editora 
Moderna, 1998. 3v. 
· SHREVE, Norris R e BRINK Jr, Joseph A. Indústrias de processos químicos. 4a ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Dois, 1980. 
· USBERCO,J. & SALVADOR,E. Química. 1.ed. São Paulo, Editora Saraiva, 1995. 3v. 
· CARVALHO, G.C. Química Moderna 3. 2.ed. São Paulo, Editora Scipione, 1995.3v. 
· MANO, E.B. Polímeros como materiais de Engenharia , 2° reimpressão, São Paulo, Editora Edgard Blücher 
Ltda, 2000. 
· MANO, E.B. & MENDES, L.C. Introdução a Polímeros, 2.ed, São Paulo, Editora Edgard Blücher Ltda, 
1999 
 
Sites indicados: 
 
http://www.copesul.com.br 
http://www.braskem.com.br 
http://www.ipq.com.br 
http://www.petroflex.com.br

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