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Apostila de Administração Aplicada à Radiologia
Prof. M.Sc.Tácio Dantas de Brito Guerra
Natal-RN/ 2011
Cap. 1- A Administração aplicada às profissões
Em cada organização (empresa ou atividade profissional), a administração soluciona problemas, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de situações etc., exclusivos daquela organização. Um administrador bem-sucedido em uma organização pode não sê-lo em outra.
O administrador dá direção e rumo às organizações, proporciona liderança às pessoas e decide como os recursos organizacionais devem ser arranjados e aplicados para o alcance dos objetivos da organização. Essas atividades se aplicam não somente ao presidente ou aos altos executivos, mas também aos supervisores de primeira linha ou aos líderes de equipes. Em outras palavras, elas se aplicam ao profissionalsituado em qualquer nívelda organização.
CONCEITO: Administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de um grupo. É utilizada em especial em áreas com corpos dirigentes poderosos, como por exemplo, no mundo empresarial (administração de empresas) e em entidades dependentes dos governos (administração pública).
Administrar significa planejar, dirigir, organizar, coordenar, e controlar organizações e/ou tarefas, tendo como objetivo maior produtividade e/ou lucratividade. Para se chegar a isto, o administrador avalia os objetivos organizacionais e desenvolve as estratégias necessárias para alcançá-los. Este profissional, no entanto, não tem apenas função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que planejou e, portanto, vai ser aquele que define os programas e métodos de trabalho, avaliando os resultados e corrigindo os setores e procedimentos que estiverem com problemas.
Os quatro elementos da administração.
Como é função do administrador que a produtividade e/ou lucros sejam altos, ele também terá a função de fiscalizar a produção e, para isto, é necessário que fiscalize cada etapa do processo, controlando inclusive os equipamentos e materiais (recursos) envolvidos na produção, para evitar desperdícios e prejuízos para a organização.
A administração é o processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. O processo administrativo é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. Refere-se à combinação e aplicação de recursos organizacionais - humanos, materiais, financeiros, informação e tecnologia - para alcançar objetivos e atingir desempenho excepcional. A administração movimenta toda a organização em direção ao seu propósito ou objetivo através de definição de atividades que os membros organizacionais devem desempenhar. Provavelmente não haja conceito mais importante para a administração do que os objetivos a serem alcançados.
A administração no serviço de radiologia é fundamental para realização das atividades inerentes a esta função, a qual requer a competência de administrar e a liderança, características que auxiliam o pessoal dentro da instituição. A Radiologia, mais do que um negócio, é uma especialidade médica que se renova e avança a cada dia num processo de modernização que, além de investimentos, exige um esforço contínuo de atualização.
No Brasil o Conselho Federal de Medicina reconhece a especialidade pelo nome de "Radiologia e Diagnóstico por imagem". Diagnóstico por imagem é uma especialidade médica que se ocupa do uso das tecnologias de imagem para realização de diagnósticos.
Apostila de Administração aplicada à radiologia
Dr. Tacio Dantas de Brito Guerra
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O Setor de Radiologia, ou os CENTROS DE DIAGNÓSTICOS POR IMAGEM (CDI) constituem o setor de prestação de serviços que mais tem despertado preocupação por parte dos dirigentes hospitalares. Isto por que os custos empregados na implantação e manutenção somam quantias muito elevadas e desproporcionais para qualquer hospital; também porque os investimentos nesta área são absolutamente necessários para o atendimento de qualidade do paciente.
A administração do serviço de radiologia (CDI) envolve algumas grandes atividades: Atendimento; Fluxo de paciente; Custos relacionados; Controle de materiais e insumos perecíveis utilizados no exame; Assistência técnica; Manutenção dos equipamentos; Seleção dos profissionais (Administração dos Recursos Humanos); A imagem da Instituição / clinica e o Controle da rotina de realização de exames  PEDIDO DE EXAMES == RECEPÇÃO == SALA DE EXAMES == SALA DE LAUDOS == DIGITAÇÃO == SETOR DE GUARDA E RETIRADA DE EXAMES.
Além de profissionais envolvidos nesta rotina e na realização dos exames, a implantação de um serviço desta natureza exigirá altos investimentos e será necessária também a contratação de um plano de manutenção especializado permanentemente. O serviço de manutenção de primeiro atendimento é constituído por engenheiros e técnicos/tecnólogos na área eletrônica.
Isto observado nota-se que o técnico em radiologia também precisa ser um administrador, visto que as diversas técnicas radiográficas e equipamentos são diferentes em conduta e organização. É de se esperar muita diferença no trabalho diário, pois as áreas da radiologia são muito diversificadas.
A Radiologia está dividida em subespecialidades, tais como: a médica (para estudos de orgãos e estruturas de humanos); a odontológica (para estudos dos dentes e ossos do crânio); a veterinária (para estudos dos animais); a metalúrgica (para estudos de peças, placas e soldas); esterelização (no tratamento de eliminação de bactérias e fungos); ambiental (para atenções dadas ao tratamento de solos); científica (no que se refere à docência, estudos e pesquisas); alimentícia (no tratamento de eliminação de bactéria e fungos); projetos (quando envolve equipamentos médicos). Entre as tecnologias mais comumente utilizadas tem-se:
CONVENCIONAL	HEMODINÂMICA
DIGITAL	RADIOTERAPIA
RADIOLOGIA	FORENSE	RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA	ANGIOGRAFIA VETERINÁRIA		MEDICINA NUCLEAR
ODONTOLÓGICA	DENSITOMETRIA ÓSSEA
INDUSTRIAL	TOMOGRAFIA
TECNOLOGIAS DE IMAGENS EM COMPUTADORES	RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Diferença entre duas tecnologias- exemplo:	ULTRASSONOGRAFIA
Ressonância magnética – instalação da clínica em locais próximos a hospitais e em grandes cidades- custo elevado dos equipamentos – custo elevado dos exames- público-alvo: planos de saúde (bons) e classe média alta e alta- número de exames/por dia 50 (variável)– condição de trabalho mais difícil e exige menos especialização – menor organização (ex: setor de urgência).
Um administrador pode ser qualquer profissional que planeje, organize, direcione e controle seu trabalho. Para isto, é necessária habilidade e competência.
HABILIDADES
Existem três tipos de habilidades necessárias para que o administrador (profissional) possa trabalhar com sucesso: a
habilidade técnica, a humana e a conceitual.
· Habilidade técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para o desempenho de tarefas específicas, por meio da experiência e educação. É muito importante para o níveloperacional.
· Habilidade humana: Consiste na capacidade e facilidade para trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos de pessoas.
· Habilidade conceitual: Consiste na capacidade de compreender a complexidade da organização como um todo e o ajustamento do comportamento de suas partes. Essa habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu departamento ou grupo imediato. É muito importantepor parte do governo, transformando-se pelo menos em discurso institucional, até serem novamente destinadas a um plano secundário, quando deixam de ter importância.
Podemos afirmar que de um modo geral os problemas de saúde tornam-se foco de atenção quando se apresentam como epidemias e deixam de ter importância quando os mesmos se transformam em endemias.
4. As ações de saúde propostas pelo governo sempre procuram incorporar os problemas de saúde que atingem grupos sociais importantes de regiões sócio-econômicas igualmente importantes dentro da estrutura social vigente; e preferencialmente têm sido direcionadas para os grupos organizados e aglomerados urbanos em detrimento de grupos sociais dispersos e sem uma efetiva organização;
5. A conquista dos direitos sociais (saúde e previdência) tem sido sempre uma resultante do poder de luta, de organização e de reivindicação dos trabalhadores brasileiros e, nunca uma dádiva do estado, como alguns governos querem fazer parecer.
6. Devido a uma falta de clareza e de uma definição em relação à política de saúde, a história da saúde permeia e se confunde com a história da previdência socialno Brasil em determinados períodos.
7. A dualidade entre medicina preventiva e curativa sempre foi uma constante nas diversas políticas de saúde implementadas pelos vários governos.
Histórico
Para entendermos melhor a evolução da saúde pública no Brasil é interessante observarmos, num contexto histórico, o esquema da linha do tempo com os principais eventos políticos, econômicos e sociais ocorridos desde o descobrimento até os dias atuais.
Linha do tempo da saúde no Brasil
1500-1808 1902 1923	1933	1966	1970-78 1985, 86 1987,88 1990-91-93-96 2001 2006
NOB’s
LOS
Assembléia Constituinte
INPS
Campos Sales 1898-1902
- “Política dos
governadores, e hegemonia dos Estados de MG e SP, apoiados pelo governo central”
Rodrigues Alves 1902–1906
Saneamento e
urbanização do RJ contra febre amarela, peste bubônica e varíola (Oswaldo Cruz) Construção de estradas de ferro e portos.
Pactos
NOAS
SUS
SUDS
Movimentos
SINPAS
IAP’s
CAP’s
Existia Saúde Pública?
O Brasil era um país colonizado basicamente por degredados e aventureiros desde o descobrimento até a instalação do império. Deste modo, a atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e, àqueles que, por conhecimentos empíricos (curandeiros), desenvolviam as suas habilidades na arte de curar.
1808- A vinda da família real ao Brasil criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do Rio de Janeiro.
Em 1808, Dom João VI fundou na Bahia o Colégio Médico - Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador. No mês de novembro do mesmo ano foi criada a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro, anexa ao real Hospital Militar.
Até 1850 as atividades de saúde pública estavam limitadas ao seguinte: - Delegação das atribuições sanitárias as juntas municipais; - Controle de navios e saúde dos portos.
A inexistência de uma assistência médica estruturada fez com que proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos) aos quais cabiam as manipulações das fórmulas e até mesmo a própria prescrição.
Com a Proclamação da República, estabeleceu-se uma forma de organização jurídica-política típica do estado capitalista. A tradição de controle político pelos grandes proprietários (o coronelismo) impôs ainda normas de exercício do poder que representavam os interesses capitalistas dominantemente agrários.
Naturalmente, a falta de um modelo sanitário para o país deixava as cidades brasileiras à mercê das epidemias.
Até fins do século passado, o Estado brasileiro não tinha uma forma de atuação sistemática sobre a saúde de seus habitantes; apenas esporadicamente atuava de forma pontual em situações de epidemias.
A economia brasileira na virada do século era essencialmente agrícola e as divisas necessárias para o crescimento do país advinham, principalmente, da exportação de produtos da agricultura, em especial, a cafeeira e a açucareira.
Assim, o foco da atenção do governo brasileiro se situava estrategicamente nos chamados “espaços de circulação de mercadoria, ou seja, as estradas e os portos, principalmente os do Rio de Janeiro e de Santos”. Além disso, era importante para o Estado criar condições para incrementar a política de imigração, incentivando a incorporação de mão-de-obra imigrante para as culturas cafeeiras. Nesse sentido foram tomadas as primeiras providências pelo então presidente Rodrigues Alves que, em 1902, lança o programa de saneamento do Rio de Janeiro e o combate à febre amarela urbana em São Paulo.
Rodrigues Alves nomeou Oswaldo Cruz como Diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, que se propôs a erradicar a epidemia de febre-amarela na cidade do Rio de Janeiro. Foi criado um verdadeiro exército de 1.500 pessoas que passaram a exercer atividades de desinfecção no combate ao mosquito, vetor da febre-amarela. Este modelo de intervenção ficou conhecido como campanhista, e foi concebido dentro de uma visão militar em que os fins justificam os meios, e no qual os usos da força e da autoridade eram considerados os instrumentos preferenciais de ação. A falta de esclarecimentos e as arbitrariedades cometidas pelos “guardas-sanitários”, do tipo queimar os colchões e as roupas dos doentes, causou revolta na população.
A Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904, que instituiu a vacinação anti-varíola obrigatória para todo o território nacional. Surge, então, um grande movimento popular de revolta que ficou conhecido na história como a revolta da vacina. Apesar dos abusos, este modelo funcionou e tornou-se hegemônico no país, chegando a erradicar a febre amarela no RJ.
Oswaldo Cruz procurou organizar a diretoria geral de saúde pública, criando uma seção demográfica, um laboratório bacteriológico, um serviço de engenharia sanitária e de profilaxia da febre-amarela, a inspetoria de isolamento e desinfecção, e o instituto soroterápico federal, posteriormente transformado no Instituto Oswaldo Cruz.
Oswaldo Cruz	Revolta da vacina	Carlos Chagas
Em 1920, Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz, reestruturou o Departamento Nacional de Saúde, então ligado ao Ministério da Justiça e introduziu a propaganda e a educação sanitária na técnica rotineira de ação, inovando o modelo campanhista de Oswaldo Cruz que era puramente fiscal e policial.
Criaram-se órgãos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra e as doenças venéreas. A assistência hospitalar, infantil e a higiene industrial se destacaram como problemas individualizados. Expandiram-se as atividades de saneamento para outros estados Por estas razões, desde o final do século passado até o início dos anos 60, predominou o modelo do sanitarismo campanhista (MENDES, 1992).
Portanto, as primeiras iniciativas do governo no campo da atenção à saúde se dão a partir de interesses puramente mercantis. As regiões que não tinham importância estratégica para a economia do país ficavam resignadas à própria sorte em termos de práticas sanitárias. Não se pode dizer, então, que a essa altura se tinha uma política nacional de saúde pública, com objetivos claros de melhorar as condições de vida da população.
O primeiro marco da atuação do governo federal na saúde se deu somente em 1923 com a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública. Foram então definidas as áreas de atuação do governo na saúde: o saneamento urbano e rural, a propaganda sanitária, as higienes infantil, industrial e profissional, as atividades de supervisão e fiscalização, a saúde dos portos e o combate às endemias rurais.
Estas eram ações que se davam no campo coletivo, ou seja, as chamadas ações de saúde pública. No campo da assistência individual, ainda inexistiam práticas de assistência à saúde e a atenção médica e odontológica ainda era essencialmente liberal, ou seja, financiada pelos próprios indivíduos.
Os operários na época não tinham quaisquer garantias trabalhistas, tais como: férias, jornadade trabalho definida, pensão ou aposentadoria. Os imigrantes, especialmente os italianos (anarquistas), traziam consigo a história do movimento operário na Europa e dos direitos trabalhistas que já tinham sido conquistados pelos trabalhadores europeus, e desta forma procuraram mobilizar e organizar a classe operária no Brasil na luta pela conquistas dos seus direitos.
Contudo, ainda em 24 de janeiro de 1923, O congresso Nacional aprova a Lei Elói Chaves, sendo então criado o primeiro embrião do que hoje conhecemos como previdência social: as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs). As CAPs eram organizadas por empresas e mantidas e geridas pelos patrões e empregados. Seu surgimento obedeceu também à mesma lógica: as empresas que eram estratégicas para a economia nacional fundaram suas caixas. As primeiras foram as dos trabalhadores das companhias de vias férreas e portuários. Funcionavam como uma espécie de seguro social (tem direito àquele que paga contribuição) que garantiria certos benefícios como a aposentadoria e.principalmente assistência médica. Como tinham caráter privado, ou seja, eram mantidas por empresas, ainda não se configuravam como iniciativas do estado, muito embora os presidentes das Caixas fossem nomeados pelo Presidente da República e houvesse um interesse claro do governo na manutenção deste sistema.
O Estado não participava propriamente do custeio das Caixas, que de acordo com o determinado pelo artigo 3ñ da lei Elói Chaves, eram mantidas por: empregados das empresas (3% dos respectivos vencimentos); empresas (1% da renda bruta); e consumidores dos serviços das mesmas. (OLIVEIRA & TEIXEIRA, 1989)
O artigo 9ñ da Lei Elói Chaves:
1Ü - Socorros mÉdicos em caso de doença em sua pessoa ou pessoa de sua família, que habite sob o mesmo teto e sob a mesma economia;
2Ü - Medicamentos obtidos por preço especial determinado pelo Conselho de AdministraçÄo; 3Ü - Aposentadoria;
4Ü– PensÄo para seus herdeiros em caso de morte.
Entretanto, com o crescimento das CAPs (em 1930 já existiam 47 delas cobrindo mais de 140 mil associados), são criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) onde a participação do Estado já se dá de forma mais clara. A contribuição passa a ser tripartite, entrando o Estado como contribuinte. Os IAPs passam a se organizar por categorias profissionais e o primeiro a surgir é o dos marítimos (IAPM) em 1933, seguido dos comerciários (IAPC) e dos bancários (IAPB) em 1934, em 1936 o dos Industriários (IAPI), e em 1938 o dos Estivadores e Transportadores de Cargas (IAPETEL).
Seu decreto de constituição definia, no artigo 46, os benefícios assegurados aos associados:
a) aposentadoria;
b) pensÄo em caso de morte, para os membros de suas famílias ou para os beneficiàrios, na forma do art. 55;
c) assistância mÉdica e hospitalar, com internaçÄo atÉ trinta dias;
d) socorros farmacâuticos, mediante indenizaçÄo pelo preço do custo acrescido das despesas de administraçÄo.
ä 2Ü - O custeio dos socorros mencionados na alínea c nÄo deverà exceder ã importåncia correspondente ao total de 8% , da receita anual do Instituto, apurada no exercício anterior, sujeita a respectiva verba ã aprovaçÄo do Conselho Nacional do Trabalho.
Enquanto as CAPs privilegiavam a assistência médica como um dos principais benefícios, os IAPs, já com a participação do governo e, portanto, com uma política mais contencionista “privilegiam a previdência social mantendo a assistência médica num segundo plano”.
Em resumo, o que se observa, nos primórdios da ação governamental na saúde, no Brasil, é que as ações de caráter coletivo, como imunização, controle de epidemias e saneamento se dão no campo da saúde pública, com uma vinculação clara com a conjuntura econômica vigente. As ações de assistência à saúde a nível individual começaram a partir da estruturação da previdência social, vinculando a assistência médica ao princípio do seguro social e colocando-a no mesmo plano de benefícios como as aposentadorias, pensões por invalidez etc. Este é um aspecto extremamente importante, pois foi a partir desse modelo de prestação de serviços de saúde que se chegou ao quadro caótico que hoje temos na saúde.
O que se observou a partir da criação dos IAPs, foi uma crescente centralização das ações de saúde no âmbito federal. Era de interesse do governo criar um sistema de seguro social que garantisse a integridade do novo foco de atenção das ações do governo: o corpo do trabalhador.
Explica-se: com o crescimento da industrialização, o modelo agro-exportador passa a não ser mais hegemônico, deslocando- se a necessidade de sanear os espaços de circulação de mercadorias para a atuação sobre o corpo do trabalhador, a fim de manter e restaurar sua capacidade produtiva. A conjuntura política da época se caracterizava pelo Estado populista, onde diversas outras medidas foram tomadas, dentro das políticas sociais, no sentido mais de cooptar as categorias de trabalhadores que, a cada dia, avançavam em sua organização, e menos de responder aos problemas estruturais de vida daqueles trabalhadores. É criada, então, durante o governo Vargas, a legislação trabalhista, a montagem do sistema previdenciário, a regulação das relações sindicais etc.
ò medida que este sistema crescia tornava-se cada vez mais centralizado no Estado e ficava mais clara a dicotomia entre as
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ações de saúde pública e a assistência médica. Como foi discutida anteriormente, a institucionalização das ações de saúde pública se deu na forma de uma centralização crescente em torno do governo, sendo este modelo predominante até 1960 e permanecendo praticamente inalterado até os dias atuais. A partir do final da década de 50, a Medicina Previdenciária torna-se cada vez mais importante para o Estado, conquistando espaço e assumindo sua predominância em meados dos anos 60 quando se dá a unificação de todos os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) numa única instituição estatal: o Instituto Nacional de Previdência Social(INPS).
A criação do INPS consolidou o modelo brasileiro de seguro social e de prestação de serviços médicos. O direito à
assistência à saúde não era uma condição de cidadania, mas uma prerrogativa dos trabalhadores que tinham carteira assinada e, portanto, contribuíam com a Previdência.
Com o advento do regime militar após 1964, uma gigantesca estrutura foi criada em torno da Previdência Social, com uma clara vinculação com os interesses do capital nacional e estrangeiro. O Estado passa a ser o grande gerenciador do sistema de seguro social, na medida em que aumentou seu poder em duas frentes: econômica e política. No primeiro caso, a partir do aumento das alíquotas de contribuição, o que aumentou consideravelmente os recursos financeiros disponíveis. No campo político, é abolida a participação dos usuários na gestão da previdência social (que existia na época das CAPs e dos IAPs), aumentando ainda mais o controle governamental.
É estabelecido, então, o que ficou conhecido como "complexo previdenciário", que era composto de três sistemas: o sistema próprio, formado pela rede de hospitais e unidades de saúde de propriedade da Previdência Social, além dos recursos humanos assalariados pelo Estado e o sistema contratado, que era subdividido no sistema contratado credenciado (com sistema de pagamento por unidades de serviço) e no sistema contratado conveniado (sistema de pré-pagamento).
O modelo de prestação de serviços de saúde pelo INPS privilegiava a forma conveniada, ou seja, o governo comprava os
serviços de assistência médica às grandes corporações médicas privadas, principalmente hospitais e multinacionais fabricantes de medicamentos. Era um excelente negócio. O Estado tinha renda garantida, uma vez que a contribuição previdenciária era obrigatória
- tanto que estimulava cada vez mais a expansão das contribuições através do incentivo à prática do trabalho assalariado - e passou a ser o grande comprador de serviços de saúde às empresas médicas, expandindoo capital privado na área de saúde.
Em 1977, é criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) onde as ações relativas à previdência e a assistência médica ficam divididas é, então, formado pelo IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência Social), que, como o próprio nome indica, cuidava da parte financeira da Previdência, e pelo INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), responsável pela assistência médica. O INAMPS passa então a ser o grande catalisador das ações de assistência médica no Brasil, continuando com a mesma política de privilegiamento do setor privado. Passa a ser difundido o discurso de que o aumento dos serviços através de convênios é, tecnicamente, a alternativa mais correta.
Em síntese, apesar de ser uma ação com características de uma assistência à saúde estatal, tratava-se de uma crescente privatização do setor saúde. A participação do setor privado na assistência médica, através dos convênios e credenciamentos, tornava-se cada dia maior, com o governo investindo cada vez menos em sua rede própria. No início da década de 80, por exemplo, cerca de 70% das verbas destinadas à assistência médica ia para as mãos dos empresários da saúde, e o INAMPS chegou a comprar, naquela mesma época, 300 mil leitos a hospitais particulares e disponibilizar apenas 7.800 de sua rede própria.
Este modelo de prestação de serviços era extremamente perverso. Além de excludente, pois só tinha acesso ao serviço quem contribuía com a previdência – possuía características em sua prática que não guardavam nenhum compromisso com a melhoria dos níveis de saúde da população. Era um tipo de prática médica essencialmente curativista, centrada na técnica,
privilegiando as ações de maior sofisticação tecnológica. Isto acontecia por motivos óbvios: esse tipo de prática médica, apesar de limitado na redução dos índices de morbi-mortalidade da população, gerava maiores lucros. Além disso, era um tipo de serviço que, pelo fato de ser uma produção privada de serviços, paga pelo Estado através da Previdência, criava um estímulo à corrupção. Ficaram bastante conhecidos na década de 70, os famosos escândalos da Previdência Social onde hospitais privados consumiam o dinheiro do contribuinte com procedimentos e pacientes fantasmas.
A partir do início da década de 80, este sistema começa a mostrar sinais de esgotamento. As intermináveis filas, baixos salários, precárias condições de trabalho, geravam uma insatisfação crescente da população com a qualidade da assistência. A má- gerência dos recursos, aliada aos episódios cada vez mais crescentes de corrupção, levaram a Previdência a um colapso. Como fator agravante a essa época a previdência começa a "envelhecer" e a fase de captação de recursos começa a dar lugar a uma fase de maiores gastos. Ou seja, durante os primeiros anos de sua existência, a Previdência Social apenas recebeu contribuições que proporcionaram um volume de recursos e um patrimônio considerável. Com o aparecimento das primeiras aposentadorias e pensões, a Previdência passa a ter que gastar um dinheiro que não mais tem.
É importante ressaltar, também, que este sistema já era por demais criticado. Tais críticas não vieram à tona na ocasião, pois, durante o período mais repressor do regime militar, até fins dos anos 70, o sistema foi mantido à força. As lideranças sindicais haviam sido praticamente extintas a essa época e a participação dos trabalhadores nas discussões sobre o sistema de prestação de serviços médicos inexistia.
As duas últimas décadas foram marcadas por intensas transformações no sistema de saúde brasileiro, intimamente relacionadas com as mudanças ocorridas no âmbito político-institucional. Simultaneamente ao processo de redemocratização iniciado nos anos 80, o país passou por grave crise na área econômico-financeira. A sucessão de planos, siglas e propostas frustradas, caracterizaram a efervescência da produção intelectual do movimento sanitário brasileiro. Era preciso por em prática todos esses conceitos na perspectiva de impactar sobre a realidade de saúde da população brasileira.
A Conferência lnternacional sobre a Atenção Primaria à Saúde, realizada em Alma-Ata (localizada no atual Cazaquistão), em 1978, foi o ponto culminante na discussão contra a elitização da prática médica, bem como contra a inacessibilidade dos serviços médicos às grandes massas populacionais. Na Conferência, reafirmou-se ser a saúde um dos direitos fundamentais do homem, sob a responsabilidade política dos governos, e reconhece-se a sua determinação intersetorial. A conferência procurou consolidar o processo de expansão da cobertura assistencial iniciado na segunda metade dos anos 70, em atendimento às proposições formuladas pela OMS que preconizava “Saúde para Todos no Ano 2000”, principalmente por meio da Atenção Primária à Saúde. A saúde foi definida pela Organização Mundial de Saúde (O.M.S.) como "um estado de completo bem estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade".
Nessa mesma época, começa o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, constituído inicialmente por uma parcela da
intelectualidade universitária e dos profissionais da área da saúde. Posteriormente, incorporaram se ao movimento outros segmentos da sociedade, como centrais sindicais, movimentos populares de saúde e alguns parlamentares.
As proposições desse movimento, iniciado em pleno regime autoritário da ditadura militar, eram dirigidas basicamente à construção de uma nova política de saúde efetivamente democrática, considerando a descentralização, universalização e unificação como elementos essenciais para a reforma do setor.
Várias foram as propostas de implantação de uma rede de serviços voltada para a atenção primária à saúde, com hierarquização, descentralização e universalização, iniciando-se já a partir do Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), em 1976. Em 1980, foi criado o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE) – que, na realidade, nunca saiu do papel - logo seguido pelo plano do Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), em 1982, a partir do qual foi implementada a política de Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983. Estas constituíram uma estratégia de extrema importância para o processo de descentralização da saúde.
O momento político era propício com o advento da Nova República e a redemocratização do país após o fim do regime militar. Em 1985, após a eleição de Tancredo Neves e Sarney, os movimentos sociais se intensificam e uma maior discussão foi possível sobre os novos rumos que deveria tomar o sistema de saúde. Com a previsão da eleição da Assembléia Nacional Constituinte que se encarregaria da elaboração da nova Constituição Brasileira, é convocada a 8a Conferência Nacional de Saúde, para discutir a nova proposta de estrutura e de política de saúde para o país.
Em 1986 foi escrita a Carta de Ottawa na 1ª Conferência Internacional de Promoção de Saúde, que propôs que as condições fundamentais para a saúde são: paz, lar, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. Isto incentivou ainda mais a Reforma Sanitária no Brasil (8ª Conferência Nacional de Saúde).
A 8ª Conferência Nacional da Saúde, realizada em março de 1986, considerada um marco histórico, consagra os princípios preconizados pelo Movimento da Reforma Sanitåria.
		
Em 1987 é implementado o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), como uma consolidação das AIS, que adota como diretrizes a universalização e a eqüidade no acesso aos serviços, a integralidade dos cuidados, a regionalização dos serviços de saúde e implementação de distritos sanitários, a descentralização das ações de saúde, o desenvolvimento de instituições colegiadas gestoras e o desenvolvimento de uma política de recursos humanos.
O capítulo dedicado à saúde na nova Constituição Federal, promulgada em outubro de 1988, retrata o resultado de todoo processo desenvolvido ao longo dessas duas décadas, criando o Sistema Único de Saúde (SUS) e determinando que “a saúde é direito de todos e dever do Estado” (art. 196).
Entre outros, a Constituição prevê o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, com regionalização e hierarquização, descentralização com direção única em cada esfera de governo, participação da comunidade e atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.
A Lei nº 8.080, promulgada em 1990, operacionaliza as disposições constitucionais. São atribuições do SUS em seus três níveis de governo, além de outras, “ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde” (CF, art. 200, inciso III).
No entanto, um conjunto de fatores – como problemas ligados ao financiamento, ao clientelismo, à mudança do padrão epidemiológico e demográfico da população, aos crescentes custos do processo de atenção, ao corporativismo dos profissionais da saúde, entre muitos outros – tem se constituído em obstáculos expressivos para avanços maiores e mais consistentes. Tudo isso redunda em uma sensação de inviabilidade do SUS, apesar de o caminho ser unanimemente considerado como correto.
Conceitos de saúde
A OMS na Conferência de Alma-Ata na Suíça (1978), que preconizava “Saúde para Todos no Ano 2000”, principalmente por meio da Atenção Primária à Saúde definiu o termo pela primeira vez: "um estado de completo bem estar físico, mental e social e nÅo simplesmente a ausência de doença ou enfermidade".
A saúde é, acima de tudo, um direito universal e fundamental do ser humano, firmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e assegurado pela Constituição Federal de 1988. A efetivação da saúde como direito universal – ou seja, de todos – é um desafio que só pode ser alcançado por meio de políticas sociais e econômicas que reduzem as desigualdades sociais e regionais em nosso país, assegurando a cidadania e o fortalecimento da democracia.
A saúde estabelecida pela Constituição de 1988, que em seu artigo 196, assim determina: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem è redução do risco de doença e de outros agravos ao acesso universal e igualitårio ès ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
O Sistema Ünico de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde. Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), ficando restrita aos empregados que contribuíssem com a previdência social; os demais eram atendidos apenas em serviços filantrópicos, como a Santa Casa de Misericórdia.
A 8ª Conferência Nacional da Saúde com a criação do SUS define o conceito ampliado de saúde: “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentaçÅo, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educaçÅo, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da populaçÅo expressam a organizaçÅo social e econômica do país”.
O SUS
O SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo:
“As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I. DescentralizaçÄo, com direçÄo única em cada esfera de governo;
II. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III. ParticipaçÄo da comunidade.
Paràgrafo único - o sistema único de saúde serà financiado, com recursos do orçamento da seguridade social, da UniÄo, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, alÉm de outras fontes”.
A Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, regulamenta as ações e serviços de saúde, preconizando no artigo 4º que “o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por Érgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Ünico de Saúde”.
Ao SUS cabe a tarefa de promover e proteger a saúde, garantindo atenção qualificada e contínua aos indivíduos e às
coletividades, de forma eqüitativa.
O SUS é uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e ações de saúde estabelecida pela Constituição de 1988, que em seu artigo 196, assim determina: “A saúde é direito de todos e dever do Estado...”. E posteriormente às leis que a regulamentam.
O SUS, não é o sucessor do SUDS ou do INAMPS, é, portanto um novo sistema de Saúde que está em construção. Como SUS, a saúde passa a ser definida de uma forma mais abrangente:
“... tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentaçÅo, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educaçÅo, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais...”
O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a garantir assistência integral e
completamente gratuita para a totalidade da população, inclusive aos pacientes portadores do HIV, sintomáticos ou não, aos pacientes renais crônicos e aos pacientes com câncer.
A Rede Ambulatorial do SUS é constituída por 56.642 unidades, sendo realizados, em média, 350 milhões de atendimentos ao ano. Esta assistência estende-se da atenção básica até os atendimentos ambulatoriais de alta complexidade. São dispendidos, pelo MS recursos da ordem de R$ 10,5 bilhões por ano para custeio dos atendimentos ambulatoriais de média e alta complexidade e hospitalares,além de R$ 3 bilhões para a Atenção Básica.
Objetivos
O SUS deve ser entendido em seus objetivos finais, ou seja, prestar assistência à população baseada no modelo da promoção e recuperação da saúde, para que assim, busquem-se os meios, processos, estruturas e métodos, capazes de alcançar tais objetivos com eficiência e eficácia e, torná-lo efetivo em nosso país.
Estes meios, orientados pelos princípios organizativos da descentralização, regionalização, hierarquização, resolubilidade, participação social e complementaridade do setor privado, devem constituir-se em objetivos estratégicos que dêem concretude ao modelo de atenção à saúde desejada para o Sistema Único de Saúde.
Por que o Sistema Ünico de Saúde?
O Sistema Único de Saúde (SUS) segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de governo: federal, estadual e municipal, com a participação da sociedade civil.
Assim o SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um SISTEMA porque é composto por um conjunto de unidades, de serviços e ações voltados à promoção, proteção e recuperação da saúde prestada por órgãos e instituições públicas e privadas contratadas. O SUS é ÜNICO porque segue os mesmos princípios e diretrizes em todo o território nacional.
Quem faz parte do SUS?
O SUS é um Sistema Público, destinado a toda a população e financiado com recursos arrecadados através dos impostos que são pagos pela mesma.
Fazem parte do SUS: Centros e Postos de Saúde, Hospitais (incluindo os universitários), Laboratórios, Hemocentros, Fundações e Institutos de Pesquisas.
O setor privado participa de forma complementar através de contratos e de convênios de prestação de serviços ao Estado.
Princípios: Doutrinårios e Organizativos do SUS
· Princípios Doutrinårios- São os princípios que estão na doutrina- começam por vogal.
Baseado nos preceitos Constitucionais, a construção do SUS se norteia pelos seguintes princípios doutrinários:
· Universalidade
· Equidade
· Integralidade
Universalidade
"A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal.
“O acesso garantido aos serviços de saúde para toda a população, em todos os níveis de assistência, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie”.
Todas as pessoas têm direito ao atendimento independente decor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou
renda, etc. A saúde é direito de cidadania e dever dos governos Municipal, Estadual e Federal.
Deixam de existir com isto os “indigentes” que eram os brasileiros não incluídos no mercado formal de trabalho.
Equidade
“A necessidade de se reduzirem as disparidades sociais e regionais existentes em nosso país por meio, entre outros, das ações e dos serviços de saúde”.
Igualdade na assistência à saúde, com ações e serviços priorizados em função das situações de risco, condições de vida e
da saúde de determinados indivíduos e grupos de população.
Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde variam. Por isso, enquanto a Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político consideram mais importante lutar pela eqüidade do SUS.
Todo cidadão é igual perante o Sistema Único de Saúde e será atendido conforme as suas necessidades.
Os serviços de saúde devem considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, ou seja, cada grupo ou classe social ou região tem seus problemas específicos, tem diferenças no modo de viver, de adoecer e de ter oportunidades de satisfazer suas necessidades de vida.
Assim os serviços de saúde devem saber quais são as diferenças dos grupos da população e trabalhar para cada necessidade, oferecendo mais a quem mais precisa, diminuindo as desigualdades existentes.
O SUS não pode oferecer o mesmo atendimento à todas as pessoas, da mesma maneira, em todos os lugares. Se isto ocorrer, algumas pessoas vão ter o que não necessitam e outras não serão atendidas naquilo que necessitam.
Integralidade
“Um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema”.
A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Em outras
palavras, as necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em consideração mesmo que não sejam iguais às da maioria. As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo tempo para prevenção e a cura.
Os serviços de saúde devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser humano integral submetido às mais diferentes situações de vida e trabalho, que o leva a adoecer e a morrer.
O indivíduo não deve ser visto como um amontoado de partes (coração, fígado, pulmões, etc.) e solto no mundo.
O indivíduo é um ser humano, social, cidadão que biologicamente, psicologicamente, e socialmente está sujeito riscos de vida. Desta forma o atendimento deve ser feito para a sua saúde e não somente para as suas doenças. Isto exige que o atendimento deva ser feito também para erradicar as causas e diminuir os riscos, além de tratar os danos. Ou seja, isto faz com que as ações de promoção (que envolve ações de em outras áreas como habitação, meio ambiente, educação, etc.), com ações de prevenção (saneamento básico, imunizações, ações coletivas e preventivas, vigilância à saúde e sanitária, etc.) e de recuperação (atendimento médico, tratamento e reabilitação para os doentes).
Estas ações de promoção, proteção e de recuperação formam um todo indivisível que não podem ser compartimentalizadas. As unidades prestadoras de serviço com seus diversos graus de complexidade formam também um todo indivisível, configurando um sistema capaz de prestar assistência integral.
Promoção: São ações que buscam eliminar ou controlar as causas das doenças e agravos, ou seja, o que determina ou condiciona o aparecimento de casos.
Estas ações estão relacionadas a fatores biológicos (herança genética como câncer, hipertensão, etc.), psicológicos (estado emocional) e sociais (condições de vida, como na desnutrição, etc.).
Proteção: são ações específicas para prevenir riscos e exposições às doenças, ou seja, para manter o estado de saúde.
Como por exemplo:
· As ações de tratamento da água para evitar a cólera e outras doenças;
· Prevenção de complicação da gravidez, parto e do puerpério;
· Imunizações.
· Prevenção de doenças transmitidas pelo sexo - DST e AIDS;
· Prevenção da cárie dental;
· Prevenção de doenças contraídas no trabalho;
· Prevenção de câncer de mama, de próstata, de pulmão;
· Controle da qualidade do sangue, etc.
Recuperação: são as ações que evitam as mortes das pessoas doentes e as seqüelas; são as ações que já atuam sobre os danos. Por exemplo:
· Atendimento médico ambulatorial básico e especializado;
· Atendimento às urgências e emergências;
· Atendimento odontológico;
· Exames diagnósticos;
· Internações hospitalares;
Apostila de Administração aplicada à radiologia
Dr. Tacio Dantas de Brito Guerra
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· Princípios ou Diretrizes Organizativas do SUS- estes são para organizar o sistema-começam por consoante
· Regionalização e Hierarquização
· Resolubilidade ou Resolutividade
· Descentralização
· Participação dos Cidadãos: O Controle Social
· Complementaridade do Setor Privado
Regionalização e Hierarquização
Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade (hierarquização); o nível primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a eficiência e eficácia dos mesmos. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência (regionalização), ou seja, é responsável pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior complexidade são menos numerosos e por isso mesmo sua área de abrangência é mais ampla, abrangência a área de vários serviços de menor complexidade.
Ser eficiente e eficaz, produzindo resultados com qualidades.
A rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada, permitindo um conhecimento maior dos problemas de saúde da população de uma área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade.
O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível primário de atenção, que devem ser estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam serviços de saúde. Os que não forem resolvidos a este nível deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica.
a) No nível terciário de atenção à saúde estão os hospitais de referência e resolvem os 5% restantes dos problemas de
saúde.
b) 
O nível secundário resolve 15% dos problemas de saúde - são os Centros de Especialidades.
c) Neste nível se resolve 80% dos problemas - é a Unidade Básica de Saúde.
Contra-referência
Referência
Resolutividade
“A capacidade de resolver, com qualidade, os problemas de saúde detectados em cada caso, na implementação do cotidiano dos serviços de saúde no atual modelo assistencial do SUS”.
É a exigência de que um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o
serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua complexidade.
Descentralização político-administrativa
O SUS existe em três níveis também chamados de esferas: nacional, estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo a fundo", ou seja, baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no número de atendimentos.
É entendida como uma redistribuição das responsabilidades às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da idéia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto.
Deverá haver uma profunda redefinição das atribuições dos vários níveis de governo, com um nítido reforço dopoder
municipal sobre a saúde - a este processo dá-se o nome de municipalização.
Aos municípios cabe, portanto, a maior responsabilidade na implementação das ações de saúde diretamente voltada para os seus cidadãos. A Lei 8.080 e as NOBs (Norma Operacional Básica do Ministério da Saúde) que se seguiram definem precisamente o que é obrigação de cada esfera de governo.
O princípio de descentralização que norteia o SUS se dá, especialmente, pela transferência de responsabilidades e recursos para a esfera municipal, estimulando novas competências e capacidades político-institucional dos gestores locais, além de meios adequados à gestão de redes assistenciais de caráter regional e macrorregional, permitindo o acesso, a integralidade da atenção e a racionalização de recursos. Os estados e a União devem contribuir para a descentralização do SUS, fornecendo cooperação técnica e financeira para o processo de municipalização.
As ações e os serviços de saúde não podem ser estruturados apenas na escala dos municípios.
Existem no Brasil milhares de pequenas municipalidades que não possuem em seus territórios condições de oferecer serviços de alta e média complexidade; por outro lado, existem municípios que apresentam serviços de referência, tornando-se pólos regionais que garantem o atendimento da sua população e de municípios vizinhos. Em áreas de divisas interestaduais, são freqüentes os intercâmbios de serviços entre cidades próximas, mas de estados diferentes. Por isso mesmo, a construção de consensos e estratégias regionais é uma solução fundamental, que permitirá ao SUS superar as restrições de acesso, ampliando a capacidade de atendimento e o processo de descentralização.
Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade crescente, nos níveis ambulatorial e hospitalar, dispostos em área geográfica delimitada e com definição da população a ser atendida, com acesso a todo tipo de tecnologia disponível.
*Municipalização- Não é princípio mas tem a ver com descentralização
A implementação de espaços regionais de pactuação, envolvendo os gestores municipais e estaduais, é uma necessidade para o aperfeiçoamento do SUS. Os espaços regionais devem-se organizar a partir das necessidades e das afinidades específicas em saúde existentes nas regiões.
A municipalização da saúde, estabelecida na CF (art.30, VII) e na Lei Federal 8.080 (art.7º, IX, a), compreende sob dois aspectos: a HABILITAÇÃO dos municípios para assumirem a responsabilidade total pela gestão do sistema de saúde em seu território, e a DESCENTRALIZAÇÃO da gerência das ações e serviços de saúde para os municípios.
Com a municipalização da saúde, o poder público municipal passa a ser o responsável imediato, porém não o único, pelas necessidades de saúde de seus munícipes.
A municipalização da saúde, todavia, não exime os demais poderes públicos (União, Estados e Distrito Federal) e a sociedade da co-responsabilidade pela saúde. (CF, art.194, caput).
De acordo com a Norma Operacional Básica do SUS (NOB-SUS 01/96), GERÊNCIA é a administração de um Serviço ou Órgão de Saúde (Posto ou Centro de Saúde, unidade Mista, Hospital, Fundação, etc.), enquanto que GESTÃO é administração de um Sistema de Saúde, através das funções de direção ou comando, coordenação, planejamento, controle, avaliação e auditoria.
A municipalização é determinada:
a) Em nível federal pela CIT – Comissão Intergestores Tripartite, que reúne representantes da União (MS – Ministério da Saúde), dos Estados (CONASS – Conselho de Secretários Estaduais de Saúde) e dos Municípios (CONASEMS – Conselho Municipal de Secretários da Saúde);
b) Em nível estadual, pela CIB – Comissão Intergestores Bipartite, que reúne representantes do Estado (SES – Secretaria Estadual de Saúde) e,
c) Em nível municipal COSEMS – Colegiado de Secretários Municipais de Saúde.
A habilitação de um município em uma das condições de gestão definidas na Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2002 – Plena da Atenção Básica Ampliada e Plena do Sistema Municipal, significa declarar compromissos assumidos, na pessoa do gestor municipal, perante os outros gestores do SUS – União, Estado e demais Municípios, e perante a população sob sua responsabilidade.
Os municípios que não aderirem ao processo de habilitação permanecem, como simples prestadores de serviços, cabendo ao estado a gestão do sistema de saúde naquele município. Assim, embora possa exercer a gerência dos serviços próprios ou descentralizados, o município não pode exercer a gestão do sistema de saúde.
Participação dos cidadãos: O Controle Social
“A atuação do usuário do Sistema Único de Saúde no controle e fiscalização das ações e serviços de saúde”.
É a democratização do conhecimento do processo saúde /doença e dos serviços estimulando a organização da comunidade para o efetivo exercício do controle social na gestão do sistema.
O controle social, como também é chamado esse princípio, foi mais bem regulado pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os usuários têm metade das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro quarto.
É a garantia constitucional de que a população através de suas entidades representativas poderá participar do processo de
formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução, em todos os níveis desde o federal até o local.
Essa participação deve se dar nos conselhos de saúde, com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviços, com poder deliberativo.
As Conferências de Saúde nas três esferas de governo são as instâncias máximas de deliberação, devendo ocorrer periodicamente e definir as prioridades e linhas de ação sobre a saúde.
É dever das instituições oferecer informações e conhecimentos necessários para que a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde.
Complementaridade do Setor Privado
O setor privado participa do SUS de forma complementar, por meio de contratos e convênios de prestação de serviço ao Estado – quando as unidades públicas de assistência a saúde não são suficientes para garantir o atendimento a toda a população de uma determinada região.
A Constituição define que quando, por insuficiência do setor público, for necessária a contratação de serviços privados, isto se deve dar sob três condições:
· A celebração do contrato conforme as normas de direito público;
· A instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS
· A integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica do SUS em termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços.
· Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços não lucrativos (hospitais Filantrópicos – Santas Casas), conforme determina a Constituição.
· Assim cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e na seqüência, complementar a rede assistencial com o setor privado não lucrativo, com os mesmos conceitos de regionalização, hierarquização e universalização.
Humanização – Não chega a ser um princípio, mas se fala muito no SUS. Tem até um projeto chamado HumanizaSUS.
O objetivo é facilitar o atendimento, possibilitando uma identificação mais rápida do paciente, a marcação de consultas e exames e melhorar o acesso aos medicamentos pela rede do SUS, ou seja, humanizar o SUS.
É a responsabilização mútua entre os servidores da saúde e a comunidade e estreitamento do vínculo entre as equipes de profissionais e a população.
Principais Leis Legislação fundamental
· Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de 1988 — Título VIII ("Da Ordem Social"), Capítulo II ("Da Seguridade Social"), Seção II ("Da Saúde").
Legislação básica
· Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 - Lei Orgânica da Saúde - Dispõe sobre as competências doSistema.
· Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990- Dispõe sobre a participação da comunidade e transferências intergovernamentais.
· Lei nº 8.689, de 27 de julho de 1993 - Extingue o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social).
· Decreto nº 1.232, de 30 de agosto de 1994 - Regulamenta o repasse fundo a fundo.
Portarias do Ministério da Saúde
· Portaria GM/MS nº 2.203, de 5 de novembro de 1996 - Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde (NOB/96).
· Portaria GM/MS nº 1.886, de 18 de dezembro de 1997 -Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família (PSF).
· Portaria GM/MS nº 3.916, de 30 de outubro de 1998 - Política Nacional de Medicamentos.
· Portaria GM/MS nº 3.925, de 13 de novembro de 1998 - Manual para a Organização da Atenção Básica no SUS.
· Lei nº 9.782, de 26 de Janeiro de 1999 - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
· Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999 - Medicamento genérico.
· Lei nº 9.961, de 28 de Janeiro de 2000 - Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
. Emenda Constitucional 29/2000- Percentuais mínimos a serem aplicados na saúde.
	
Esfera de Governo
	2000
	2001
	2002
	2003
	2004
	Estados
	7%
	8%
	9%
	10%
	12 %
	Municípios
	7%
	8,6%
	10,2%
	11,8%
	15%
· Portaria GM/MS nº 95, de 26 de janeiro de 2001 - Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS-SUS 2001).
· Portaria GM/MS nº 17, de 05 de janeiro de 2001 (republicada em 16 de fevereiro) - Cadastro Nacional de Usuários do Sistema Único de Saúde.
· Portaria GM/MS nº 373, de 26 de fevereiro de 2002 - Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS-SUS 2002).
ConstituiçÅo Federal de 1988
Estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações a aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Constituição Federal de 1988- Arts. 196 a 200
Determina ao Poder Público sua “regulamentação, fiscalização e controle”, que as ações e os serviços da saúde “integram
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único”; definem suas diretrizes, atribuições, fontes de financiamento e, ainda, como deve se dar a participação da iniciativa privada.
SEÇÃO II da Constituição Federal- Principais artigos.
DA SAÚDE
Direito Universal X Dever de Estado
Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal (*universalidade) e igualitário às ações e serviços (*equidade) para sua promoção, proteção e recuperação (*integralidade).
*Estas palavras não estão no texto original, é apenas a interpretação colocada para o entendimento dos princípios
doutrinários.
PromoçÅo: São ações que buscam eliminar ou controlar as causas das doenças e agravos, ou seja, o que determina ou condiciona o aparecimento de casos. Estas ações estão relacionadas a fatores biológicos (herança genética como câncer, hipertensão, etc.), psicológicos (estado emocional) e sociais (condições de vida, como na desnutrição, etc.).
ProteçÅo: são ações específicas para prevenir riscos e exposições às doenças, ou seja, para manter o estado de saúde. Como por exemplo: as ações de tratamento da água para evitar a cólera e outras doenças; Imunizações; Prevenção de doenças transmitidas pelo sexo - DST e AIDS; Controle da qualidade do sangue, etc.
RecuperaçÅo: são as ações que evitam as mortes das pessoas doentes e as seqüelas; são as ações que já atuam sobre os danos. Por exemplo: Atendimento médico ambulatorial básico e especializado; Atendimento às urgências e emergências (SAMU); Atendimento odontológico (Estratégia de Saúde Bucal- ESB, Centro de Especialidades odontológicas- CEOs); Exames diagnósticos; Internações hospitalares;
Relevância pública
Art. 197 - São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
DefiniçÅo do Sistema Único de Saúde e suas diretrizes
Art. 198 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
Art. 199 – Assistência å Saúde é livre å iniciativa privada Outras competências do Sistema Único de Saúde
Art. 200 - Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
LeiOrgânica da Saúde (LOS), Lei nº 8.080/1990
Regulamenta, em todo o território nacional, as ações do SUS, estabelece as diretrizes para seu gerenciamento e descentralização e detalha as competências de cada esfera governamental.
Enfatiza a descentralização político-administrativa, por meio da municipalização dos serviços e das ações de saúde, com redistribuição de poder, competência e recursos, em direção aos municípios.
Determina como competência do SUS a definição de critérios, valores e qualidade dos serviços.
Trata da gestão financeira; define o Plano Municipal de Saúde como base das atividades e da programação de cada nível de direção do SUS e garante a gratuidade das ações e dos serviços nos atendimentos públicos e privados contratados e conveniados.
A saúde reconhecida como um direito
Art. 2º- A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não excluio das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
O conceito de saúde ampliada
Art. 3º- A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização sociale econômica do País.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mentale social.
A definição do SUS
Art. 4º - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controlede
qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar. Art. 6º - Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricionale a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
Os Princípios do SUS
Art. 7º - As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencialdos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nívelexecutivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
Lei nº 8.142/1990
Dispõe sobre o papel e a participação das comunidades na gestão do SUS, sobre as transferências de recursos financeiros entre União, Estados, Distrito Federale municípios na área da saúde e dá outras providências.
Institui as instâncias colegiadas e os instrumentos de participação social em cada esfera de governo. O recebimento de recursos financeiros pelos municípios está condicionado à existência de Conselho Municipal de Saúde (CMS), em funcionamento de acordo com a lei.
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
I - a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde.
1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política
de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
Art. 4í Para receberem os recursos, de que trata o art. 3ñ desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:
I - Fundo de Saúde; (Fundo Municipal de saúde e Fundo Estadual de Saúde).
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto nñ 99.438, de 7 de agosto de 1990; (CNS, CES,
CMS).
III 
- plano de saúde;
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o ü 4ñ do art. 33 da Lei nñ 8.080, de 19 de setembro de 1990;
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários - PCCS, previsto o prazo de dois anos para sua
implantação.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.
Esferas Gestoras do SUS
Nível Federal
-Ministério da Saúde
-Conselho Nacional de Saúde
-Comissão Intergestores Tripartite
Nível Estadual
-Secretaria de Estado de Saúde
-Conselho Estadual de Saúde
-Comissão Intergestores Bipartite
Nível Municipal
-Secretaria Municipal de Saúde
-Conselho Municipal de Saúde
Atuação dos gestores no SUS - RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DE SAÜDE
NÍVEL MUNICIPAL: Programar, executar e avaliar as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. NÍVEL ESTADUAL:
· Coordenar as ações de saúde do estado;
· Elaborar o Plano Estadual de Saúde;
· Corrigir distorções;
· Controle e Avaliação;
· Executar ações de apoio aos municípios.
NÍVEL FEDERAL: Formular, coordenar e controlar a política nacional de saúde; Orientar o conjunto de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Normas Operacionais Básicas e da Assistência
NOB é a abreviatura de Norma Operacional Båsica, que trata da edição de normas operacionais para o funcionamento e operacionalização do SUS de competência do Ministério da Saúde, tendo sido editadas até hoje: a NOB-SUS 01/91, NOB-SUS 01/93, NOB-SUS 01/96, NOAS 01/02.
Durante a década de 90, o Governo Federal optou pela implementação do SUS através das Normas Operacionais Båsicas – NOB’s, que vem exercendo forte papel indutor no processo de descentralização da gestão da Saúde, com paradoxal centralização decisória em relação ao financiamento do sistema.
Assim, a primeira NOB, editada em 1991, dentro do Governo de Fernando Collor, criou mecanismos de financiamento através da transferência de recursos para o pagamento de faturas constituídas a partir de uma tabela de procedimentos criada pelo Sistema de Informações Ambulatorial – SIA-SUS, ou a tabela de remuneração de serviços hospitalares, criada pelo Sistema de Informações Hospitalar – SIH-SUS, válidas para todos os serviços de saúde, igualando prestadores de serviços contratados e serviços públicos, reproduzindo em larga escala, embora já sob a égide do SUS, o modelo de remuneração do INAMPS, contrariando a nova legislação em vigor. Além disso, ao negociar tetos e realizar repasses diretamente ao gestor municipal, a
NOB/91 estimulou a estruturação de sistemas municipais isolados, descaracterizando as atribuições do nível estadual no processo de estruturação do SUS. Essa NOB teve como principal avanço oenvolvimento do nível municipal na assistência à saúde, até então praticamente inexistente.
A NOB 01/91 sob o argumento da inviabilidade conjuntural de regulamentar o artigo 35 da Lei 8.080 - que definia o repasse direto e automático de recursos do fundo nacional aos fundos estaduais e municipais de saúde, sendo 50% por critérios populacionais e os outros 50% segundo o perfil epidemiológico e demográfico, a capacidade instalada e a complexidade da rede de serviços de saúde, a contrapartida financeira, etc. O pagamento por produção. PACS- Programa de Agentes comunitários de Saúde.
A NOB/93, do período pós-impeachment de Collor, no governo de Itamar Franco, resulta num instrumento fundamental para o processo de descentralização e municipalização da saúde, conforme determina a Constituição. Esta norma foi lançada com um documento de apresentação denominado: "A ousadia de cumprir e fazer cumprir a Lei", resgatando os princípios da Reforma
Sanitária e assumindo o compromisso irrestrito com a implantação de um Sistema Único de Saúde. Ela regulamenta a habilitação da gestão da saúde pelos municípios, desencadeando o processo de municipalização através da transferência automática de recursos financeiros fundo a fundo, possibilitando que os municípios transformem-se em gestores de fato do SUS, prevendo três formas de gestão: Incipiente, Parcial e Semiplena. Esta última significou um importante avanço na qualificação das secretarias municipais de saúde no papel de gestores do Sistema Único de Saúde, com a transferência de recursos do Fundo Nacional de Saúde diretamente para os Fundos Municipais, dando aos gestores municipais autonomia e responsabilidade pelo planejamento e gestão de todo o sistema de saúde, incluindo os prestadores de serviços de saúde públicos (municipais, estaduais e federais) e privados. A NOB/93 estimulou, ainda, a criação das Comissões Intergestoras, responsáveis pela operacionalização do SUS e enfrentamento dos problemas na implantação da NOB.
Ainda em 1993 foi extinto o INAMPS, assumindo a Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde as tarefas e responsabilidades sanitárias historicamente delegadas para a área previdenciária. Após 70 anos a saúde passa a ser responsabilidade do Ministério da Saúde.
A NOB 01/93 criou critérios e categorias diferenciadas gestão para a habilitação dos municípios, e segundo o tipo de gestão implantado (incipiente, parcial, semiplena) haveria critérios também diferenciados de formas de repasse dos recursos financeiros.
Apesar de estar descumprindo 3 Leis Federais que obrigavam a previdência a repassar os recursos financeiros para o
Ministério da Saúde, em 1994, o então Ministro da Previdência Antônio Brito, em virtude do aumento concedido aos benefícios dos previdenciários do INSS, e alegando por esta razão não ter recursos suficientes para repassar para a área de saúde, determinou que à partir daquela data os recursos recolhidos da folha salarial dos empregados e empregadores seria destinado somente para custear a Previdência Social.
Em 1995, Fernando Henrique Cardoso assume o governo, a crise de financiamento do setor saúde se agrava, e o então Ministro da Saúde - Adib Jatene - propõe a criação da CPMF (contribuição provisória sobre movimentação financeira). O ministro pede demissão.
A crise de financiamento do SUS agrava a operacionalização do sistema, principalmente no que se refere ao atendimento hospitalar. A escassez de leitos nos grandes centros urbanos passa a ser uma constante.
Em 1997, os Hospitais Universitários do país “são forçados” a reduzir o número de atendimentos, e induzidos pelo próprio governo à privatização como solução para resolver a crise financeira do setor.
O governo edita a NOB-SUS 01/96, o que representa um avanço importante no modelo de gestão do SUS, principalmente no que se refere a consolidação da Municipalização. A NOB passa a vigorar efetivamente somente à partir de janeiro de 1998. Esta NOB propõe aos municípios se enquadrarem em dois novos modelos: Gestão Plena de Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal.
É possível constatar as diferenças existentes nos dois modelos de gestão, sendo a gestão plena do sistema municipal o de maior abrangência, transferindo um número maior de responsabilidades para os municípios, especialmente no que se refere gestão
direta do sistema hospitalar, não incluído no modelo de gestão plena da atenção básica. A forma de repasse dos recursos financeiros do governo federal para os municípios, que passa a ser feito com base num valor fixo per-capita (PAB) e não mais vinculado a produção de serviços, o que possibilita aos municípios desenvolverem novos modelos de atenção à saúde da população.
O PAB (Piso Assistencial Básico) é definido pela multiplicação de um valor per capita nacional (atualmente) pela população de cada município (fornecida pelo IBGE) e transferido regular e automaticamente ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios. Além disto, o município poderá receber incentivos para o desenvolvimento de determinadas ações de saúde agregando valor ao PAB, como: Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS); Programa de Saúde da Família (PSF); Assistência Farmacêutica básica; Programa de combate as Carências Nutricionais; ações básicas de vigilância sanitária; ações básicas de vigilância epidemiológica e ambiental.
A NOB/96 foi resultado de um intenso debate e negociações que duraram cerca de dois anos. Suas principais diretrizes são a consolidação do pleno exercício do poder público municipal, a caracterização das atribuições de cada nível de gestão, a reorganização do modelo assistencial com forte incentivo à atenção básica e a diminuição dos repasses por produção, aumentando
os repasses fundo a fundo. Passam a existir apenas duas formas de gestão: Plena da atenção básica e plena do Sistema Municipal. É implantado o PAB (Piso da Atenção Básica) que passa a financiar a atenção básica com pagamento per capita e não mais por procedimentos. Vale ainda lembrar que a NOB/96 determina que seja elaborada a Programação Pactuada Integrada (PPI), como forma ascendente de planejamento, a partir das necessidades assistenciais de cada município, a fim de garantir o acesso da população a todos os serviços de saúde que ela necessita, seja dentro do próprio município ou por encaminhamento ordenado e pactuado a municípios vizinhos, com a proposta de repasse dos respectivos aportes financeiros, sinalizando, assim, com uma lógica de organização regional e ascendente do SUS.
A implementação das NOB’s gerou um intenso processo de descentralização, com a adesão de um grande número de municípios às diferentes formas de gestão. Ocorre que esta descentralização se deu de forma muito rápida, sem o repasse financeiro correspondente e sem a devida valorização da estruturação regional da assistência.
Em novembro de 1998, o governo regulamentou a lei 9656/98 sobre os planos e seguros de saúde: plano ambulatorial, plano hospitalar com ou sem obstetrícia, plano odontológico e plano de referência.
No bojo do pacote recessivo propõe e aprova no congresso em Março de 99 o aumento da CPMF de 0,20 para 0,38 %: “aquele imposto criado para ser provisório e que deveria ser destinado unicamente para a saúde”.
O tom municipalista até então predominante parece ter esgotado seu poder de progressão e, neste cenário, surge a Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2001, reeditada em janeiro de 2002, com modificações resultantes de negociações na Comissão Intergestores Tripartite, aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde.
A NOAS está estruturada sobre o seguinte tripé:
· Regionalização e Organização da Assistência
1. Elaboração do Plano Diretor de Regionalização;
2. Ampliação da Atenção Básica (PABA);
3. Qualificação das Microrregiões na Assistência à Saúde;
4. Organização da Média Complexidade (M1, M2, M3);
5. Política para a Alta Complexidade.
· Fortalecimento da Capacidade de Gestão do SUS
1. Programação da Assistência
2. Garantia de Acesso da População Referenciada
3. Controle, Avaliaçãoe Regulação da Assistência.
4. Hospitais Públicos sob Gestão de Outro Nível de Governo
· Revisão de Critérios de Habilitação de Estados e municípios
PACTO PELA SAÚDE- 2006
Consolidação do SUS
Ao longo de sua história houve muitos avanços e também desafios permanentes a superar. Isso tem exigido, dos gestores do SUS, um movimento constante de mudanças, pela via das reformas incrementais. Contudo, esse modelo parece ter se esgotado, de um lado, pela dificuldade de imporem-se normas gerais a um país tão grande e desigual; de outro, pela sua fixação em conteúdos normativos de caráter técnico-processual, tratados, em geral, com detalhamento excessivo e enorme complexidade.
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores do SUS assumem o compromisso público da construção do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será anualmente revisado, com base nos princípios constitucionais do SUS, ênfase nas necessidades de saúde da população e que implicará o exercício simultâneo de definição de prioridades articuladas e integradas nos três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS.
O PACTO PELA VIDA está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais.
Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance desses resultados.
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são:
A. SAÚDE DO IDOSO:
Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral.
B. CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:
Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama.
C. MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA:
Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarréica e por pneumonias.
D. DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA.
Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias.
E. PROMOÇÃO DA SAÚDE:
Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regular alimentação saudável e combate ao tabagismo.
F. ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.
O PACTO EM DEFESA DO SUS
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de governos; e de defender, vigorosamente, os princípios basilares dessa política pública,inscritos na Constituição Federal.
A concretização desse Pacto passa por um movimento de repolitização da saúde,com uma clara estratégia de mobilização social envolvendo o conjunto da sociedade brasileira, extrapolando os limites do setor e vinculada ao processo de instituição da saúde como direito de cidadania, tendo o financiamento público da saúde como um dos pontos centrais.
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:
A. IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL COM A FINALIDADE DE:
Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universalgarantidor desses direitos; Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucionalnº 29,pelo Congresso Nacional; Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e financeiros para a saúde.
Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas.
B. ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS
O PACTO DE GESTÃO DO SUS
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado de forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS.
Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um país continentale com muitas diferenças e iniqüidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais é necessário avançar na regionalização e descentralização do SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diversidade operativa que respeite as singularidades regionais.
Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os estados e para os municípios, promovendo um choque de descentralização, acompanhado da desburocratização dos processos normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organização dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional.
Reitera a importância da participação e do controle socialcom o compromisso de apoio à sua qualificação.
Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite: busca critérios de alocação eqüitativa dos recursos; reforça os mecanismos de transferência fundo a fundo entre gestores; integra em grandes blocos o financiamento federal e estabelece relações contratuais entre os entes federativos.
As prioridades do Pacto de Gestão são:
A. DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS:
federal, estaduale municipal,superando o atualprocesso de habilitação.
B. ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com ênfase na Descentralização; Regionalização; Financiamento; Programação Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e Controle Social; Planejamento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
O que o SUS tem hoje:
	 	 
Exercício de fixação- SUS
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1- Onde começaram as ações de saúde no Brasile por quê?
2- Quais são os modelos assistenciais de saúde existentes no Brasildurante sua história? Explique cada um.
3- Por que o INAMPS não deu certo?
4- Quais são os três conceitos de saúde? Explique cada um.
5- O artigo 196 da Constituição Brasileira/1988 cita: “A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas”. Escreva quais são as ações políticas, sociais e econômicas necessárias para se ter a saúde ampliada.
6-O que significa para o SUS ser um SISTEMA e ser ÚNICO?
7- Quais são os princípios doutrinários do SUS? Explique o que significa cada um.
8- Quais são os princípios organizativos do SUS? Explique o que significa cada um.
9- O que significam as siglas:
CAP’s-
IAP’s- INSS- INPS- INAMPS- SUDS-
10- Leia as afirmações abaixo:
1- “Em saúde é necessårio ser justo; não hå necessidade de que exista acesso igualitårio aos serviços de saúde, porém deve existir atendimento de acordo com o contexto das necessidades”.
2- “O acesso garantido aos serviços de saúde para toda a população, em todos os níveis de assistência, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.”
3- “Participação comunitåria através de entidades representativas que, estimuladas por mecanismos de informação e divulgação dos conhecimentos sobre saúde, irå influir na formulação da política, no planejamento, na gestão, na execução e avaliação dos serviços que lhes são prestados”.
4- “Tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.”
5- “Considera a pessoa como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Por isso devem-se integrar as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação e promover a articulação com outras políticas públicas.”
6- “Serviços organizados em níveis de complexidade tecnolÉgica crescente, disposto numa årea geogråfica delimitada e com uma população definida.”
7- “Poderå fazer um contrato de Direitopara o nívelinstitucional.
As três habilidades do profissional
A combinação dessas habilidades é importante para o profissional. Na medida em que se sobe para os níveis mais elevados da organização (chefia, p.ex.), diminui a necessidade de habilidades técnicas, enquanto aumenta a necessidade de habilidade conceitual. Os níveis inferiores requerem considerável habilidade técnica dos supervisores para lidar com os problemas operacionais e concretos da organização.
COMPETÊNCIAS
As competências são qualidades de quem é capaz de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas - constituem o maior patrimônio pessoal do profissional, seu capital intelectual e sua maior riqueza. No entanto, em um mundo em constante mudança e transformação, a aquisição de uma nova competência necessária significa quase sempre o abandono de outra competência que se tornou velha e ultrapassada. O segredo está em adquirir competências duráveis: aquelas que, mesmo em tempos de rápida mudança, não se tornam descartáveis e nem obsoletas. Diante de todos esses desafios, o profissional- para ser bem-sucedido - precisa desenvolver três competências duráveis: o conhecimento, a perspectiva e a atitude.
Competências duráveis do profissional
O CONHECIMENTO
Significa todo o acervo de informações, conceitos, idéias, experiências, aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade. Como o conhecimento muda a cada instante em função da mudança e inovação que ocorrem com intensidade cada vez maior, o profissional precisa atualizar-se constantemente e renová-lo continuamente. Isso significa aprender a aprender, a ler, a ter contato com outras pessoas e profissionais e, sobretudo, reciclar-se continuamente para não se tornar obsoleto e ultrapassado em seus conhecimentos.
A PERSPECTIVA
Significa a capacidade de colocar o conhecimento em ação. Em saber transformar a teoria em prática. Em aplicar o conhecimento na análise das situações e na solução dos problemas e na condução do negócio. Não basta apenas possuir o conhecimento; ele pode ficar apenas em estado potencial. Torna-se necessário saber como utilizá-lo e aplicá-lo nas diversas situações e na solução dos diferentes problemas. A perspectiva representa a habilidade de colocar em ação os conceitos e idéias abstratas que estão na mente do profissional.
A ATITUDE
Significa o comportamento pessoal do profissional diante das situações com que se defronta no seu trabalho. A atitude representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, de motivar, de comunicar e de levar as coisas para frente. Envolve o impulso e a determinação de inovar e a convicção de melhorar, continuamente. É essa competência durável que transforma o profissionalem um agente de mudança nas empresas e organizações, e não simplesmente um agente de conservação.
Essas três competências duráveis constituem a trindade que conduz o profissionalao sucesso nas suas atividades.
Os Recursos Pessoais do profissional
A Tecnologia
Todas as organizações utilizam alguma forma de tecnologia, desde a mais rudimentar a mais sofisticada. A tecnologia representa todo o conjunto de conhecimentos utilizados para uma organização atingir seus objetivos. Com o desenvolvimento tecnológico, a organização sofreu um impacto e a tecnologia passou a ser uma das mais importantes variáveis, sendo ela quem determina a estrutura e o funcionamento das organizações.
Em Radiologia, o técnico precisa conhecer e está atualizado com as novas tecnologias que surgem numa velocidade cada vez maior, de modo que é preciso constante estudo e atualização.
O impacto da tecnologia no sucesso da organização.
Influência dos fatores tecnológicos e humanos.
Exercício de fixação
1- O que é Administração? Por que devemos aplicá-la na profissão de radiologia?
2- Quais as atividades desenvolvidas num CDI?
3- Quais as subespecialidades da Radiologia? Quais são as tecnologias da Radiologia?
4- Com base na administração, quais são as habilidades necessárias que um técnico deve possuir para desempenhar seu trabalho? Quala mais importante?
5- Você é recém-formado no curso técnico de radiologia. Consegue um primeiro emprego numa área na qual você tem pouca experiência e se acha relativamente fraco no assunto. Porém, você terá grandes chances de especialização e melhoria financeira. Qual (is) a(s) competência(s) necessárias para o sucesso profissional? Justifique.
6- Para ser Técnico em Radiologia é necessário ter domínio dos equipamentos, conhecer a técnica empregada, entender os princípios físicos, conhecer a biologia, ser responsável e ter um pouco de iniciativa. De que estamos falando? Habilidades ou competências? Justifique.
7- Você trabalha com Radiografia Convencional, mas surgiu uma oportunidade de chefia num setor de tomografia computadorizada que está um caos. Você vai administrá-lo. Quais serão as etapas a seguir, com base na teoria da administração, para melhoria do setor?
8- Um mamógrafo quebrou numa sexta-feira pela manhã, por causa de mau uso do técnico. O setor está parado. O chefe só retorna na terça, mas na segunda-feira à tarde tem atendimento de pacientes vindo de um interior distante.Você é o responsável no momento.O que fazer?
9- Você foi convidado (a) para ser responsável e para opinar sobre a instalação de um setor de ressonância magnética em uma clínica de médio porte. Pensando administrativamente, comente sobre o atendimento que será oferecido (localização, público-alvo, demanda,valores, custos,...)
10- Por que podemos dizer que a radiologia, de um modo geral, é uma operação de média tecnologia?
Cap. 2- Estrutura organizacional da unidade de radiologia ou radiodiagnóstico
PLANEJAMENTO
A unidade de Radiologia ou Radiodiagnóstico é a unidade onde se concentram equipamentos que realizam atividades concernentes ao uso de raios-X para fins de diagnóstico.
Tal unidade é de importância vital na dinâmica de funcionamento do hospital, levando em conta que o desenvolvimento técnico-científico de ponta, alcançado nesta área, permite a eficiência no processo de diagnóstico clínico ou cirúrgico das afecções e, conseqüentemente, no tratamento a ser instituído. Suas finalidades são:
· Realizar exames radiológicos diversos, contrastados ou não, respeitando as determinações constantes nas normas de proteção radiológica, de modo a prevenir danos à saúde dos profissionais que atuam no ambiente, e do paciente.
· Servir de campo de ensino para alunos dos cursos: técnico em radiologia, de graduação e pós-graduação nas áreas de saúde e outras afins, visando à formação e ao aprimoramento nos conhecimentos técnicos e científicos.
· Favorecer o desenvolvimento de pesquisas para aperfeiçoar as condições de ensino, assistenciais e técnicas nesta
área.
Levando em conta, então, as características das atividades aí desenvolvidas e os efeitos que poderão advir de falhas
relacionadas com suas instalações, é imprescindível que o planejamento da Unidade de Radiologia ou Radiodiagnóstico seja da responsabilidade de uma equipe multiprofissional. Os aspectos técnicos e científicos referentes ao planejamento devem assegurar medidas que visem favorecer a prevenção e proteção contra riscos para toda a equipe de saúde envolvida neste setor.
LOCALIZAÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde, recomenda-se como padrão localizar essa Unidade, de preferência, no pavimento térreo do hospital, a fim de possibilitar o acesso fácil aos pacientes provenientes de ambulatórios, das Unidades de emergência e de internação, sendo esta última por intermediário do sistema de circulação vertical. Essa localização permite, ainda, economia de material e mão-de-obra, uma vez que não há necessidade de fazer isolamento de piso, e facilitar a instalação dos equipamentos pesados e de rede elétrica especial. Ao lado das vantagens, vale destacar que tal localização evita que a unidade fique situada sobre pavimentos ou locais onde haja permanência prolongada de pessoas ou de materiais que possam ser afetados por contaminação radiológica eventual,público, de preferência com instituições não lucrativas e filantrÉpicas, quando por insuficiência do setor público.”
As citações acima tratam de princípios básicos do SUS. Quais?
Cap. 6- Estrutura da Secretaria de Saúde do RN
A Secretaria de Estado da Saúde Pública – SESAP, órgão de natureza substantiva, integrante da Administração Direta, foi fundado em 1964, através da Lei nº 3.088, de 17/02/1964, caracterizando-se como a organização base da Administração Estadual para o planejamento, a organização, a direção, o controle e a execução dos programas e projetos destinados à realização da Política Governamental no setor de prestação de Saúde Pública.
A competência da SESAP é determinada pela Lei Complementar nº 129, de 02/02/1995, publicada no D.O.E nº 7.535, sendo redefinida através da já mencionada Lei Complementar nº 163/99. Conforme a Lei Complementar nº 163/99, a SESAP compete:
I. Promover medidas de prevenção à Saúde da população, mediante o controle e o combate de doenças infecto- contagiosas e nutricionais;
II. Fiscalizar e controlar as condições sanitárias, de higiene e de saneamento, a qualidade de medicamentos e de alimentos e a prática profissional médica e paramédica;
III. Cumprir o Código de Saúde do Estado;
IV. Pesquisar, estudar e avaliar a demanda de atendimento médico e hospitalar, segundo condições, previdenciários públicos e particulares.
V. Dirigir as ações sanitárias;
VI. Promover campanhas educativas e informacionais, visando a preservação das condições de saúde da população;
VII. Identificar fontes de recursos financeiros permanentes para operação e expansão dos serviços médicos, hospitalares e assistências.
O Fundo de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte – FUSERN, instrumento contábil essencial para o funcionamento institucional foi criado pela Lei nº 4.120, de 07/12/1972, e Regulamento pelo Decreto nº 6.020, de 14/03/1973, alterado pelos Decretos 10.920, de 14/01/91 e 16.954 de 23/07/03.
Integra-se a estrutura organizacional da SESAP desde a publicação da Lei nº 4.120/72, mencionada anteriormente: o Conselho Estadual de Saúde. A rede prestadora de serviços de saúde da SESAP é constituída de 42 unidades, sendo 23 (vinte e três) hospitais de referência, 14 (catorze) unidades de referência e 05 (cinco) unidades de apoio, constituindo os 2 (dois) primeiros grupos redes assistenciais.
URSAP- UNIDADE REGIONAL DE SAÜDE PÜBLICA
O Estado visando atender a diretriz do SUS, regionalização, divide o sistema de saúde pública em Grande Natal e mais 6 regiões denominadas URSAP’s. São elas: I- URSAP- SÃO JOSÉ DE MIPIBU, II- URSAP- MOSSORÓ, III- URSAP- JOÃO CÂMARA, IV- URSAP- CAICÓ, V- URSAP- SANTA CRUZ e VI- URSAP- PAU DOS FERROS.
UNIDADES HOSPITALARES ESTADUAIS - (Nì de Leitos)- Cidade
Complexo Hospitalar Mons. Walfredo Gurgel (286) / Pronto Socorro Clóvis Sarinho (62)- Natal Hospital Dr. José Pedro Bezerra (158 clin+12 UTI)- Natal (Santa Catarina)
Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes (57clin +14cir)- Natal (Pq dos Coqueiros) Hospital Giselda Trigueiro (124) – Natal (Quintas)
Hospital Dr. João Machado – Natal (Tirol)- desativado ???
Hospital Dr. Ruy Pereira- antigo ITORN (84 clin + 16 UTI)- Natal- (Petrópolis) Hospital Dr. Deoclécio Marques de Lucena (96)- Parnamirim
Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho (38)- Macaíba Hospital Dr. Mariano Coelho (108)- Currais Novos (filantrópico) Hospital Dr. Tarcísio de Vasconcelos Maia- Mossoró
Hospital Regional Hélio Morais Marinho (52)- Apodi
Hospital Regional de João Câmara (41)
Hospital Dr. Cleodon Carlos de Andrade- Pau dos Ferros Hospital Rafael Fernandes (52)- Mossoró
Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos (80)- Assu
Hospital Regional Lindolfo Gomes Vidal ( 53)- Santo Antônio do Salto da Onça Hospital Regional de Angicos (28)
Hospital Regional do Seridó (88)
Hospital Regional Dr. Aguinaldo Pereira- Caraúbas (30) Hospital Regional de São Paulo do Potengi (40) Hospital Regional Dr. Odilon Guedes- Acari (40)
Hospital Regional Mons. Antônio Barros- S J de Mipibu (40)
Hospital Reg. Prof. Dr. Getúlio de Oliveira Sales- Canguaretama (60) Casa de Saúde Milton Marinho (21)- Caicó- (saúde mental) Laboratório Central- LACEN
Hemocentro do Rio Grande do Norte – Hemonorte Centro de Formação de Pessoal – Cefope
Centro de Saúde reprodutiva Leide Morais Centro de Reabilitação infantil- CRI
Unicat
Central de transplantes- HWG
Cap. 7- Estrutura Organizacional da Secretaria Municipal de Saúde de Natal – SMS.
(Regulamentada pelo Decreto nº 7.642 de 10.06.2005, publicado no Diário Oficial do Município no dia 13 de junho de 2005 e republicado por incorreção).
DISTRITALIZAÇÃO EM NATAL
Compreender a regionalização como diretriz do Sistema Único de Saúde, implica na adoção de estratégias para reorganização da rede de atenção, pressupondo o empreendimento de esforços visando a adequação dos recursos públicos frente à demanda atribuída por suas funções institucionais.
Nesse aspecto, Natal desencadeou o processo de distritalização em 1987, em referência ao processo de regionalização intramunicipal, fruto da assinatura de convênio de cooperação técnica com a Organização Panamericana de Saúde – OPAS, sob a coordenação da Secretaria de Estado da Saúde Pública, objetivando reorientar a política institucional da SMS através de uma série de consultorias com foco em áreas específicas, a saber: organização e estruturação do Sistema Municipal de Saúde, modelo assistencial com ênfase na Vigilância à Saúde, Sistema de Informações em Saúde e Territorialização.
O resultado das discussões do processo de territorialização em 1990 culminou com a divisão do Município em cinco distritos sanitários, respeitando a mesma conformação das Regiões Administrativas, que atuavam sob regime de organização em subprefeituras.
MICRO-REGIÕES DE NATAL POR DISTRITO
Distrito Norte
Lagoa Azul(1)
Pajuçara (1)
Redinha (1)
N.Sa. Apresentação (2)
Potengi(2)
Igapó (2)
Salinas (2)
Distrito Sul Candelária Capim Macio Lagoa Nova Neópolis
Nova Descoberta Parque das Colinas Pitimbu
Ponta Negra
Distrito Leste Alecrim Areia Preta
Barro Vermelho Cidade Alta Lagoa Seca Mãe Luiza Petrópolis Praia do Meio Ribeira
Rocas Santos Reis Tirol
Distrito Oeste Bairro Nordeste Bom Pastor Cid.da Esperança Cidade Nova
Dix-Sept Rosado Felipe Camarão Guarapes Nazaré
Planalto Quintas
USF- Distritos (2006) Norte I- 11 Equipes
Norte II- 9 equipes Sul- nenhuma Leste-3 Equipes Oeste-12 Equipes
ESTRUTURA DA REDE MUNICIPAL
A rede municipal de saúde é composta por 147 unidades, sendo 80 públicas municipais, 10 estaduais e 4 federais. De forma complementar, prestando serviço ao SUS municipal, conta-se com 6 unidades filantrópicas e 47 unidades privadas contratadas.
Postos de Atendimentos dos Distritos Sanitários HOSPITAIS
O município de Natal só tem um hospital municipal: o hospital dos pescadores localizado no bairro das Rocas.Porém, Natal
conta com uma rede hospitalar pactuada.
POLICLÍNICA
É um serviço com melhor infra-estrutura e realiza atendimentos para algumas especialidades médicas. Da rede pública é o que apresenta melhores condições. Existem atualmente em Natal 5 unidades deste tipo: centro clínico Asa Norte, centro de saúde Neópolis, centro clinico Dr. José Carlos Passos, FENAT e UIS Cidade da Esperança (Hoje UPA).
AMEs- Ambulatório médico de especialidades.
São unidades de serviços que oferecem atendimentos ambulatoriais em diversas especialidades médicas, além de procedimentos diagnósticos de média complexidade. São unidades de referência regional com alta resolubilidade, ou seja, com uma alta capacidade de resolver problemas coletivos referente à saúde, por meio de consultas e exames. A AME torna os serviços mais
ágeis proporcionando comodidade aos pacientes, tendo como conseqüência uma redução do tempo de espera e, encaminhando os mesmos para centros médicos hospitalares de média e alta complexidade, quando necessário.
FENAT- Fundação de Esportes de Natal
Realiza atendimentos principalmente a atletas amadores ou profissionais de diversos esportes, bem como seus familiares.Serviços de ortopedia, fisioterapia e odontologia.
UM - Unidade Mista de Saúde
É um serviço parecido com o do centro de saúde, porém apresenta o serviço de plantão 24 horas para algumas especialidades como odontologia, apresenta pequena maternidade, pediatria, etc. Com isto, realiza um número um pouco maior de atendimentos. Localiza-se em bairros estratégicos.
USF- Unidade de Saúde da Família
Unidade pública ESPECÍFICA para prestação de assistência em atenção contínua programada nas especialidades básicas e com equipe multidisciplinar para desenvolver as atividades que atendam as diretrizes da Estratégia Saúde da Família – ESF, do Ministério da Saúde.
Trata-se de um atendimento de casa em casa para prevenção e supervisão médica, onde os casos mais graves são encaminhados para outras unidades de saúde. A unidade tem três equipes do ESF (Estratégia de Saúde da Família), sendo cada equipe composta por 1 médico, 1 dentista, 1 enfermeiro, 2 auxiliares de enfermagem, 1 auxiliar de consultório dentário (ACD) e 5 agentes de saúde.
CS- Centro de Saúde
Realiza o serviço básico de saúde. Compreendendo a clínica geral, vacinação, odontologia, pediatria e ginecologia. Seu funcionamento é apenas durante o dia.
Unidade de Vigilância em Saúde
É o estabelecimento isolado que realiza trabalho de campo a partir de casos notificados e seus contatos, tendo como objetivos: identificar fontes e modo de transmissão; grupos expostos a maior risco; fatores determinantes; confirmar o diagnóstico e determinar as principais características epidemiológicas, orientando medidas de prevenção e controle a fim de impedir a ocorrência de novos eventos e/ou o estabelecimento de saúde isolado responsável pela execução de um conjunto de ações, capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.
Clínica Especializada/Ambulatório de Especialidade
Clínica Especializada destinada à assistência ambulatorial em apenas uma especialidade/área da assistência. (Centro Psicossocial, Reabilitação, odontologia etc.)
CEO- Centro de Especialidades Odontológicas
Atende todas as especialidades odontológicas. São 4: Clínica Odontológica 1, CEO Dr. Morton Mariz, CEO centro clínico Asa Norte e CEO UIS Cidade da Esperança.
CCZ- Centro Clínico de Zoonozes
Realiza o serviço de saúde referente aos animais.
Serviços de Saúde Mental
CAPS- Centro de Atendimento Psico-Social
O Caps é um serviço que atende portadores de transtornos decorrentes do abuso ou dependência de substâncias psicoativas, como, por exemplo, álcool e outras drogas. A clientela (com idade a partir de 14 anos) é atendida individualmente, em grupo ou em família. Os pacientes participam de oficinas, recebem visitas domiciliares, acolhimentos e atividades externas. Estas são realizadas por uma equipe multidisciplinar composta por médico, clínico, psiquiatra, psicólogo, assistente social, músico, arte educador, educador físico e nutricionista.
CAPS II - Oferece atenção integral a pacientes, a partir dos 16 anos, portadores de transtornos mentais graves e persistentes. Disponibiliza atendimento clínico individual e de grupo, além de outros procedimentos terapêuticos, incluindo orientações aos familiares.
O CAPS III se diferencia do CAPS II, pois conta com leitos de acolhimento noturno para usuários com transtorno mental em momentos de crise, funcionando em regime de plantão 24h.
CAPS AD - Atende à clientela a partir dos 14 anos, usuários de álcool e outras substâncias psicoativas, para tratamento e recuperação com ênfase na redução de danos, com o estímulo a novos hábitos, visando a diminuição de internações hospitalares para desintoxicação e outros tratamentos.
CAPS i - Dimensionado para acolhimento de clientela na faixa etária entre 05 a 18 anos, portadores de transtornos mentais graves e usuários de substâncias psicoativas.
APTAD - Ambulatório de Prevenção e Tratamento do Tabagismo, Alcoolismo e outras Drogadições - Implementado para realizar o atendimento preventivo e tratamento de dependência química para usuários a partir de 14 anos, promovendo também, orientação para os familiares.
Ambulatório de Saúde Mental - Atende pessoas, a partir de 16 anos, portadoras de transtornos mentais que necessitam de cuidados semi-intensivos e não intensivos, sendo referência para outros serviços especializados.
Residência Terapêutica - Casa destinada a abrigar pacientes com transtornos mentais, egressos de hospitais psiquiátricos após longos períodos de internação e que perderam os vínculos familiares e sociais, bem como, moradores de rua com transtornos mentais severos, quando estes estão inseridos em projetos terapêuticos vinculados aos CAPS.
SAMU- O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), normatizado no Brasil a partir de 2003 faz parte da Política Nacional de Urgências e Emergências e caracteriza-se pela prestação de socorro a vítimas em situações de agravos urgentes, nos locais onde esses ocorrem, possibilitando a garantia de um atendimento precoce e adequado ao ambiente pré-hospitalar, além do acesso ao Sistema de Saúde (CICONET; MARQUES; LIMA, 2008).
O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de saúde que são compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e socorristas e atendem urgências de caráter traumático, clínico, pediátrico, cirúrgico, gineco-obstétrico e de saúde mental (BRASIL, 2010).
O SAMU visa estabelecer um modelo assistencialpadronizado que funciona com centrais de regulação de discagem gratuita (linha 192) e com regulação médica regionalizada, hierarquizada e descentralizada.
CI- Clínica Infantil
Atende a clientela abaixo da idade de 12 anos.
CP-Centro Pediátrico
Corresponde ao mesmo público da clínica infantil, sendo um pouco mais especializado.
CERESTE- Centro de Referência da Zona Leste
Lida com a marcação de consultas para outras unidades de saúde mais especializadas
CREAI- Centro de Referência e Atenção ao Idoso
Trabalha com o público da terceira idade.
PS- Pronto-Socorro
Atendimento hospitalar de urgência.
NAN- Núcleo de Apenados
Atendimento básico aos presos de bom comportamento.
TERMINAL RODOVIÁRIO
Atendimento aos passageiros que necessitem de alguma urgência como dores, vômitos, pressão alta...
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image66.jpegcomo, por exemplo, reserva de alimentos, almoxarifado, farmácia, etc.
ESTRUTURA FÍSICA
Deve possuir área suficiente para realizar as tarefas com a devida qualidade, segurança e conforto dos funcionários e pacientes/clientes. O fluxo das atividades do setor deve ser preferencialmente unidirecional, sem cruzamentos, de forma a proporcionar melhor organização do serviço.
Para o bom andamento das atividades relacionadas com a prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia, a Unidade de Radiologia ou Radiodiagnóstico deve ser composta dos seguintes ambientes:
· Área para registro de pacientes (secretaria) - deve estar localizada bem à entrada da Unidade, para não atrapalhar o fluxo de pacientes e funcionários, e deve possuir um lugar destinado ao arquivo de radiografias, mesmo que seja em caráter temporário.
· Sala de espera de pacientes e acompanhantes - este ambiente deve ser provido de cadeiras confortáveis e ter espaço suficiente para estacionamento de cadeiras de rodas e macas com pacientes, enquanto aguardam a entrada para a sala de exame. Deve ter ainda sanitários anexos.
· Sala administrativa - esta sala destina-se à chefia administrativa da Unidade.
· Sala de serviço/ de preparo de pacientes - preconiza-se a existência de uma sala, de dimensão de 6m2 e 8m2, que possa atender a tais finalidades. Pode ser utilizada pelo enfermeiro para a assistência pré e pós-exame ou prestar cuidados necessários à realização de procedimentos específicos como, por exemplo, a angiografia cerebral. Quando no projeto de construção, esta sala planejada, também, para indução anestésica e recuperação de exames, deve-se prever que tenha, no mínimo, dois leitos, com área de 8,5 m2 por leito, guardando distância das paredes, exceto a cabeceira, de um metro. Se houver mais de dois leitos, deve-se manter 6,5 m2 por leito.
· Vestiário provido de sanitários e chuveiros- de preferência deve estar localizado próximo às salas de exame. A existência deste ambiente no planejamento da Unidade evita que o paciente tenha que trocar de roupa na sala de exames, preservando, assim, sua identidade e promovendo seu conforto.
· Sala de exames- salas destinadas à realização de exames e intervenções “por meio de radiologia, através dos resultados
de estudos radiográficos e fluoroscópicos.” São de dois tipos:
· Sala de exame (com comando) - nesta sala, a mesa de comando, ou painel de controle do aparelho de raios-X, está situada dentro de um biombo protetor fixo, localizado na parte interna da sala, geralmente próximo a porta. Esse biombo deve possuir blindagem adequada para garantir a proteção do operador, e um visor de vidro plumbífero que lhe permite ver e observar o paciente durante a realização do procedimento radiológico.
· Sala de exame telecomandada - esta sala deve ter dimensão de 22 m2 e estar anexa a uma sala de comando, de 6 m2, onde fica situado o painel de controle. Seria ideal que houvesse uma sala de comando para cada sala de exames telecomandados, mas uma sala de comando pode servir a duas salas.
REQUISITOS BÁSICOS PARA UMA SALA DE EXAMES RADIOLÓGICOS
Alguns requisitos devem ser observados no projeto arquitetônico das salas de exames radiológicos. São estes:
· Área física - preconiza-se a existência de salas para exames gerais, com dimensões de 25m2, exames odontológicos, 6m2, e de mama, 8m2, porém o número de salas está na dependência da capacidade de produção do equipamento e da demanda de atendimento. Da mesma maneira, a existência de salas de exames específicos vai depender do programa da instituição.
· Paredes, teto e piso - no acabamento final, as paredes, o teto e o piso devem ser revestidos de material lavável e resistente ao uso de desinfetantes padronizados. O teto deve ser contínuo, sendo proibida a utilização de forro falso removível. Além disso, segundo a resolução SS. 625, as salas de exames radiológicos devem possuir blindagem "que garante nas áreas adjacentes, a manutenção de níveis de radiação inferiores às limitações de dose equivalente prevista".
· Portas - para o Ministério da Saúde, as portas que dão acesso a ambientes, onde estão instalados os equipamentos de grande porte, devem ter largura e altura suficiente para permitir a saída de tais aparelhos. A dimensão mínima destas deve ser 1,20m x 2,10m. Quanto à cor, as paredes quando as portas devem ser pintadas de cor suave. Considerando a segurança, a Resolução SS.625 prescreve a afixação do símbolo internacional da presença de radiação ionizante e aviso de acesso restrito, nas portas das salas de exames radiológicos, além de possuir placas de chumbo no interior.
*Blindagem das áreas:
As salas de raios-x devem ser blindadas com chumbo ou equivalente em barita. Pisos e tetos em concreto podem ser considerados como blindagens, dependendo da espessura da laje, tipo concreto (vazado ou não), distância da fonte, geometria do feixe e fator de ocupação das áreas acima e abaixo da sala de raios-x. O chumbo possui densidade 11,35 g/cm3, o concreto de 2,2 g/cm3. A escolha do uso da massa baritada com relação ao lençol de chumbo está em geral relacionada à minimização de custo.
Barreiras físicas contra radiações ionizantes
	
· Janelas - as janelas devem ser de vidro plumbífero e escuro. Estes ambientes “carecem de condições especiais de iluminação, pois necessitam de obscuridade”.
· Ventilação - a renovação de ar das salas de exames radiológicos e fluoroscópicos deve ser feita pelo sistema de ar condicionado, dentro das exigências básicas destacadas nos projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
· Instalação elétrica - a instalação elétrica nas salas de exames radiográficos ou fluoroscópicos está na dependência “da especificação ditada pelo fabricante dos equipamentos que nela serão instalados”. Este ambiente deve ser provido de sistema elétrico de tensão diferenciada dos demais. Deve possuir, ainda, sinalização luminosa instalada logo acima das portas de acesso às salas de exames radiológicos, para indicar o momento em que está sendo acionado o feixe de raios-X do exame que está sendo realizado, o que serve de alerta a todos os componentes das equipes, para não entrarem nas salas. As salas de exames devem conter apenas mobiliários e outros equipamentos indispensáveis, de preferência constituídos de material de peso atômico baixo.
· Laboratório de processamento de chapas ou filmes – É dividido em câmara escura e câmara clara. Quando for exigida câmara escura para o processo de revelação, este local deve ser dotado de um sistema próprio para exaustão de vapores e gases. Sua área mínima deve ser de 5m2.
· Câmara clara - é a sala no serviço de radiologia destinada a avaliação das radiografias pelos médicos ou profissionais da área de radiologia (técnicos ou tecnólogos) . A câmara clara tem a presença da luz natural.
· Câmara escura - é a sala no serviço de radiologia no qual no seu interior desenvolvem-se os processos de manuseio e revelação das películas radiográficas. Caracteriza-se pela ausência de luz natural e presença de luz artificial de baixa intensidade (luz de segurança). Deve ser localizada, de preferência, entre as salas de exame ou mais próximo possível delas, encurtando o deslocamento dos profissionais e evitando o desperdício de tempo.
A câmara escura pode ser dividida em: parte seca e parte úmida.
PARTE SECA: Destinada ao manuseio e guarda das películas e chassis radiográficos. A parte seca da câmara escura está constituída de um balcão com gaveta basculante, com divisórias para guardar o filme. O Balcão serve para colocar o chassi na hora de carregar e descarregar. Há serviços que distribuem a caixa de filmes em cima do balcão, outros usam a gaveta basculante.
Componentes da parte seca:
· Balcão - local onde se guarda os filmes virgens. Utilizado também no manuseio das películas e chassis;
· Chassis - estojo metálico ou de plástico que tem como função proteger o filme fora do ambiente de iluminação de segurança;
· Porta chassis - é uma estante com divisórias, para guardar os chassis em posição vertical, normalmenteacima do balcão.
· Passador de chassis basculante - acessório que comunica a sala de exames com a câmara escura. Ele se divide em filmes batidos e filmes virgens. Quando um operador de câmara escura abre uma das partes (batidos ou virgens), por dentro da sala de câmara escura, o técnico não consegue abri-lo pela sala de exames e vice versa. Isto serve para que não ocorra a entrada de luz na câmara escura. Deve ter suas paredes revestidas por material absorvedor de rx (chumbo), a fim de evitar radiação dispersa na câmara escura. Deve ser posicionado o mais distante possível da fonte de rx.
· Colgadura - acessório utilizado para fixação das películas para o procedimento manual. São armações metálicas com presilhas superiores e inferiores. Constituída de aço inox, evita a corrosão.
· Porta colgadura - são pedaços de madeira ou ferro, preso a parede com finalidade de pendurar a colgadura, evitando que as mesmas fiquem espalhadas pelo chão.
· Luz de segurança – devem-se utilizar luminárias de cor âmbar (alaranjados), com uma potência de 6,5 a 10w. A luminária deve ser posicionada a uma distância do balcão de 120 cm. Lembre-se que o filme radiográfico após ser exposto ao rx torna-se mais sensíveis a incidência de luz, portanto o seu manuseio deve ser o mais rápido possível. Existe também a luz branca utilizada para limpeza dos tanques, preparo de químicos e limpeza geral.
PARTE ÚMIDA: formada por tanque de revelação, fixação e lavagem; toalha; torneira e acessórios.
Tanque de revelação: é um tanque de aço inox ou plástico, normalmente de 20 a 40 litros, contendo em seu interior substâncias reveladoras.
Tanque de fixação: é idêntico ao anterior, só que as substâncias encontradas em seu interior são fixadoras.
Tanque de lavagem: é idêntico ao anterior, só que bem maior e em seu interior contém água corrente, para que não haja impregnação de substâncias químicas, a qual poderia manchar as radiografias.
Acessórios:
Termômetro e timer: destinado ao controle de temperatura e tempo de revelação, no processo manual. A tabela de controle da temperatura e tempo encontra-se obrigatória conforme a norma 453/98. No processo automático o tempo e temperatura também devem ser medidos e averiguados com frequência. A temperatura na câmara escura deve variar entre 18 e 24ñC, para melhor conservação dos filmes e processamento das radiografias.
Higrômetro: utilizado para medir umidade relativa do ar na câmara escura, que deve ser por volta dos 50%.
Atualmente, a revelação de filmes radiográficos é feita em máquinas automáticas. Tais máquinas substituem as câmaras escuras e funcionam em sistema computadorizado. Por isso, são mantidas em ambiente conhecido como câmara clara, que deve ser provido de armário para acondicionamento de filmes radiográficos virgens. No projeto de instalação predial de esgoto sanitário, tanto a câmara escura como a clara, devem ser providas de caixa de separação de prata.
· Sala de interpretação de laudos - esta sala destina-se aos médicos radiologistas, para interpretação das imagens e emissão de laudos dos exames realizados. Deve estar provida de recursos tecnológicos básicos que possibilitam a agilização desse processo. Deve ter área mínima de 6m2.
· Sala para depósito de equipamentos e materiais - este local é destinado a guardar os equipamentos móveis e de outros materiais, como: aspirador, carro de anestesia, cilindros de gases, suporte de soro, etc.
· Sala de utilidades - esta sala deve ser provida de armário para guardar roupas, medicamentos e materiais esterilizados.
· Área de expurgo - destina-se ao processo de limpeza e desinfecção dos materiais utilizados durante os exames radiológicos. Deve ser provida de pias com balcão e de recipientes próprios para a imersão de materiais. Deve possuir, também, um sistema para descartar as secreções dos frascos dos aspiradores.
· Área para guardar materiais de limpeza - nesta área devem estar guardados os aparelhos, utensílios e produtos de limpeza usados na Unidade.
· Sala de estar com sanitário para funcionários.
· Área para guardar macas e cadeiras de rodas.
· Copa para funcionários.
As salas de exame com comando e telecomandos, de interpretação de laudos, de serviços, preparo de pacientes, indução anestésica e recuperação de exames são consideradas ambientes funcionais, enquanto as demais salas e áreas, ambientes de apoio. A copa e a área para guardar cadeiras e macas não são ambientes obrigatórios.
Exercício de fixação
1- Cite duas funções desempenhadas na Unidade de Radiologia.
2- Cite 3 vantagens de se localizar a Unidade Radiológica no pavimento térreo de um serviço de saúde.
3- Quais são as salas mais importantes numa Unidade Radiológica?
4- Diferencie a sala de exames com comando da sala telecomandada.
5- Como está dividido o laboratório de processamento radiográfico? Explique.
6- No que compreende a sala de expurgo?
7- Como deve ser a blindagem das salas destinadas ao setor de radiologia? Especifique os materiais usados.
Cap. 3- Organização dos recursos humanos na unidade de radiologia ou radiodiagnóstico
A Unidade de Radiologia ou radiodiagnóstico é um setor altamente especializado. Envolve a manipulação e operação de equipamentos complexos e que utilizam como fonte de energia a radiação ionizante que – consequentemente – pode produzir graves danos à saúde humana. Sendo assim, os responsáveis por este setor só podem contratar pessoal qualificado e devidamente habilitado no exercício legal da profissão.
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
A equipe multiprofissional atuante na Unidade de radiologia ou Radiodiagnóstico é composta pelas equipes de radiologistas, de proteção radiológica e de enfermagem. Cada uma delas desempenha atividades específicas em sua prática profissional, e a interação entre as mesmas é fundamental, pois culmina em trabalho de equipe harmonioso e produtivo.
EQUIPES DE RADIOLOGISTAS
Esta equipe é formada por radiologista de nível superior (sendo que podem, ou não, ser médicos), técnicos em radiologia (de nível médio), ambos com qualificações exigidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e auxiliares de câmara escura.
Médico Radiologista: Médico de formação generalista, registrado no competente Conselho Regional de Medicina e com título de especialização obtido junto ao Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e Diagnósticos por Imagem. Entre suas principais atribuições destacam-se: supervisionar a proteção radiológica; realizar procedimentos radiológicos de intervenção; realizar e/ou supervisionar exames radiológicos realizados com meios de contraste; supervisionar a realização de exames radiológicos nos diversos equipamentos; emitir laudos médicos em todos os procedimentos radiológicos realizados dentro ou fora do setor. Outras competências deste profissional:
· Executar e/ou supervisionar exames radiológicos, orientando os médicos residentes, no caso de hospital-escola, e o técnico em radiologia (nível médio) quanto à área específica de radiação, bem como a dose da mesma.
· Prescrever substâncias contrastantes ou radiopacas, de uso oral ou injetável, a serem administradas para facilitar a visibilidade de estruturas internas em exames radiográficos ou fluoroscópicos.
· Avaliar os pacientes com antecedentes alérgicos, antes de submetê-los a exame com o uso de contraste, e atender as possíveis intercorrências intra e pós-procedimento.
· Avaliar os achados radiográficos e descrevê-lo em laudos.
· Participar de atividades assistenciais, de ensino e pesquisa.
· Desenvolver atividades de assistência em equipe com os médicos anestesistas.
OBS.: Os médicos radiologistas podem não pertencer ao Departamento de Diagnóstico por Imagem da instituição. A participação destes, não só na Unidade de radiodiagnóstico, mas também nas de Tomografia Computadorizada, Ultrassonografia, Ressonância Magnética e Medicina Nuclear pode ocorrer em dias e horários determinados, a partir de planejamento pré- estabelecido entre este departamento e o de Anestesiologia.
Biomédicos: São profissionais graduados em Biomedicina. Suaprincipal atribuição é trabalhar com análises clínicas e bancos de sangue, porém os biomédicos especialistas em Biofísica, Imagenologia ou Radiologia trabalham em clínicas, hospitais ou centros de diagnóstico por imagem tendo a função de preparar o paciente, elaborar o plano de irradiação, gerenciar banco de imagens, programar e operar equipamentos de Ressonância Magnética, Tomografia Computadorizada, Medicina Nuclear, Radioterapia, entres outros, além de poder ser o responsável pelo controle de qualidade e radioproteção (de acordo com as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA)
Físicos-médicos: São profissionais em Física que exercem funções em Medicina.
O físico médico pode atuar em diversos ramos: como professor de instituição de ensino superior; como pesquisador de centros e instituições, gerando novos conhecimentos e métodos para serem utilizados em diagnóstico, tratamento e processos relacionados à área médica; e trabalhando em centros médicos (clínicas e hospitais), onde atua lado a lado com outros profissionais da área de saúde, ou em empresas de desenvolvimento e comercialização de equipamentos médico-hospitalares, atuando na área técnica.
O campo de atuação do Físico-Médico é diversificado, pois ele trabalha, principalmente, nas áreas de Radiobiologia Clínica e epidemiológica, Radiologia Diagnóstica (faz uso da radiação X para a obtenção de informações anatômicas e/ou funcionais do corpo
humano) e Intervencionista, Radioterapia (faz uso da radiação ionizante no tratamento das neoplasias malignas), Medicina Nuclear (faz uso de radionuclídeos para fins de diagnóstico e terapia), Radiocirurgia, Biomagnetismo, Proteção Radiológica e Metrologia das Radiações Ionizantes. Este profissional desenvolve atividades que vão desde a instalação, manutenção e controle de qualidade dos mais diversos equipamentos, como também dos serviços de saúde prestados à comunidade. Determinam planos de terapias e controle de radiações, apontando quando há riscos para os trabalhadores, pacientes, indivíduos do público e meio ambiente.
Pode trabalhar também em empresas especializadas na prestação de serviços de controle da qualidade de equipamentos de alto teor tecnológico, em projetos de controle da radiação (transporte de material radioativo, cálculo de barreira/proteção radiológica), em institutos controladores e reguladores de radiação ionizante, em órgãos de vigilância sanitária e na indústria de equipamentos de diagnóstico e terapia. Existe ainda a possibilidade de ministrar cursos de formação de pessoal técnico qualificado, como técnicos e tecnólogos em radiologia, entre outros profissionais da área da saúde.
O físico médico é indispensável no planejamento radioterápico, no desenvolvimento, controle e emprego de equipamentos como mamógrafos, tomógrafos de raios X, aparelhos de ressonância magnética nuclear, cintilografia, entre outros, e no uso de técnicas que empregam laser, podendo atuar ainda na proteção radiológica de trabalhadores da área de saúde e do público em geral. O físico médico é responsável pela otimização dos protocolos de aquisição de imagens e dosimetria, garantindo a segurança radiológica dos pacientes e a qualidade diagnóstica das imagens. Ele é capacitado a avaliar, por exemplo, a eficiência de blindagens em setores que utilizam equipamentos com fontes de radiação, e, com pós-graduação, a trabalhar em universidades e centros de pesquisa.
No campo da pesquisa, os físico-médicos em conjunto com profissionais das mais diversas áreas, por exemplo, biólogos, engenheiros e médicos, trabalham no aperfeiçoamento dos equipamentos e em novas técnicas de planejamento e tratamento de doenças.
Conseqüentemente, os profissionais de Física Médica são indispensáveis na utilização de tecnologias de ponta, por exemplo, aceleradores lineares clínicos, tomógrafos gama, sistema de braquiterapia de alta taxa de dose, ressonância magnética, entre outros.
Biólogos: são profissionais graduados em Biologia. Na área da radiologia atuam na radiobiologia, ou seja, estuda os efeitos da radiação nos organismos vivos. Os pacientes submetidos à radioterapia são acompanhados pelos biólogos que avaliam, por exemplo, o estado de saúde dos mesmos, possíveis mutações, reações aos medicamentos da quimioterapia, queimaduras, etc., além de atuarem observando aspectos organizacionais, gestão de recursos humanos, controle da radioproteção e no ensino e formação.
Tecnólogos (graduados em radiologia):
Profissionais com formação especializada em técnicas radiológicas em nível de graduação (tecnólogo). Devem estar registrados no Conselho Regional de Técnicos em Radiologia (CONTER) da jurisdição em que pretendem trabalhar. Entre suas principais atribuições destacam-se: realizar exames radiológicos simples ou com meio de contraste sob a supervisão do médico radiologista; operar os diversos métodos de obtenção de imagens em CDI, com destaque para: radiologia convencional, radiologia especializada, tomografia computadorizada, exames radiológicos no leito e centro cirúrgico, hemodinâmica e ressonância magnética. Como técnico científico de nível superior, o profissional conhece e opera com destreza, equipamentos na área de Radiodiagnóstico e também nas áreas de Radiologia Industrial (atividades relativas a radioproteção e controle de qualidade); Radioterapia (procedimentos radioterápicos); Radiologia de Salvaguardas (controle de equipamentos, proteção radiológica e pessoas a serem atendidas); Radiologia na área de Alimentos e Esterilização de Materiais. O Tecnólogo poderá atuar ainda na
administração de serviços radiológicos e gestão de qualidade.
São ainda atribuições dos tecnólogos:
· Coordenar e supervisionar as atividades ligadas ao setor de imagem;
· Prover a unidade de recursos humanos e materiais;
· Acompanhar a avaliação de desempenho dos componentes de sua equipe;
· Realizar atividades referentes a escolas e transferência de pessoal;
· Participar de reuniões e tomadas de decisões com a chefia administrativa do Departamento de Diagnóstico por Imagem, em relação à assistência a ser prestada.
· Colaborar com o serviço de educação continuada, promovendo reuniões científicas e informativas para a equipe de radiologistas, bem como cursos de reciclagem e atualização. Acompanhar estagiários de área de radiologia.
· Manter bom relacionamento com os serviços de apoio.
· Incentivar a participação dos componentes em congressos, realizar atividades de pesquisa em conjunto com os técnicos em radiologia e médicos;
· Executar e/ou supervisionar exames radiológicos orientando os técnicos em radiologia quanto à área específica de radiação, bem como a dose da mesma.
Campo de atuação:
· Hospitais, clínicas, indústrias, aeroportos, construção civil e todo setor que utilize raios-X para obtenção de imagem, elucidando diagnósticos ou investigando através de achados radiológicos;
· Atuar na supervisão de dosimetria dos equipamentos assim como na radioproteção;
· Elaborar planos de manutenção dos equipamentos.
Técnicos em radiologia (nível médio):
São atribuições do técnico:
· Ligar o aparelho de raios-X, seu funcionamento e a temperatura da sala.
· Verificar o tipo de exame e as posições solicitadas na requisição, para selecionar o dispositivo de contenção do filme ou chassi radiográfico adequado.
· Orientar e/ou posicionar o paciente para o exame radiográfico, relatando, por escrito, as intercorrências relacionadas com a posição e colaboração do mesmo.
· Executar ou avaliar na realização de exames, observando a “aferição, ajuste e operação dos equipamentos destinados a radioproteção”.
· Identificar os chassis radiográficos e encaminhá-los ao laboratório de processamento de radiografias aguardar a avaliação da qualidade das imagens, de modo a repeti-las, se preciso.
· Acondicionar as radiografias em envelope identificado, entregando-o ao paciente ou encaminhando-o à sala de interpretação de laudos.
· Realizar exames radiográficos de pacientes das Unidades de Internação, de Terapia Intensivae Pronto-Socorro, impossibilitados de serem locomovidos até a Unidade de radiologia ou Radiodiagnóstico e, também, no Centro Cirúrgico.
Auxiliares de câmara escura:
Esses profissionais de nível primário atuam exclusivamente nas áreas de câmara clara e escura, nos processos de revelação de filmes radiológicos e sua organização e no encaminhamento de exames já realizados. O profissional Auxiliar de Radiologia também está obrigado à inscrição e registro profissional no CONTER. Está cada vez mais escasso este profissional.
Suas atribuições são:
· Preparar as soluções reveladoras e fixadoras para uso.
· Revelar os filmes expostos aos raios-X ou fotografados pela operadora multiformato, por intermédio de operação manual ou automática.
· Recarregar os chassis radiográficos ou os recipientes do tipo maleta (supplies) na tomografia computadorizada ou ultra- sonografia.
· Colocar na manutenção dos chassis.
· Responsabilizar-se pela limpeza do aparelho de revelação.
· Zelar pela conservação do ambiente.
É importante ressaltar que algumas instituições estão utilizando mão-de-obra de pessoas deficientes visuais para exercer atividade nos laboratórios de processamento de chapas ou filmes, principalmente em câmara escura.
EQUIPE DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
A esta equipe compete:
· Fazer "controle de trabalhadores, áreas, meio ambiente e população, fontes de radiação e de rejeitos, e de equipamentos, realizar treinamento de trabalhadores, registrar dados e preparar relatórios".
EQUIPE DE ENFERMAGEM
A equipe de enfermagem é composta de enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem.
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE RADIOLOGIA
1 - ENFERMEIRO CHEFE DE SERVIÇO
Compete a este enfermeiro:
· Coordenar e supervisionar as atividades de assistência de enfermagem.
· Prover as Unidades de recursos humanos e materiais.
· Revisar as escalas mensais e de férias de sua equipe, com o objetivo de visualizar o remanejamento, entre as Unidades, quando se fizer necessário.
· Acompanhar a avaliação de desempenho dos componentes de sua equipe.
· Realizar atividades administrativas referentes às escalas e transferências de pessoal, conforme Normas do Departamento Pessoal.
· Encaminhar ao Departamento de pessoal as modificações de horário e de Unidade dos funcionários que estão sob sua supervisão.
· Participar de reuniões e tomada de decisões com a chefia administrativa do Departamento de Diagnóstico por Imagem, em relação à assistência a ser prestada.
· Manter a diretoria de enfermagem informada sobre os problemas e resoluções das Unidades do Departamento de Diagnóstico por Imagem, participando de reuniões programadas.
· Colaborar com a Diretoria de Enfermagem e Serviço de Educação Continuada na elaboração e revisão de rotinas, normas e procedimentos de enfermagem, quando solicitado.
· Promover reuniões científicas e informativas para a equipe de enfermagem, bem como cursos de reciclagem e atualização.
· Recepcionar os estagiários de enfermagem e medicina na Unidade e, na medida do possível, colaborar no ensino avaliação dos mesmos.
· Manter bom relacionamento com os serviços de apoio e assessoria. Incentivar a participação dos componentes de sua equipe em cursos e congressos, visando ao aprimoramento científico.
· Executar atividades de pesquisa em conjunto com os demais enfermeiros do Departamento de diagnóstico por Imagem.
· Colaborar com enfermeiros das Unidades de Diagnóstico por Imagem no planejamento de atividades assistenciais, visando melhorar a qualidade da assistência de enfermagem.
Do ponto de vista administrativo, o enfermeiro chefe de serviço é responsável pela coordenação de todas as Unidades que compõem o Departamento de Diagnóstico por Imagem.
2 - ENFERMEIRO
Ao enfermeiro compete:
· Receber e passar o plantão.
· Distribuir as atividades aos componentes da equipe de enfermagem, em cada turno de trabalho, estabelecendo o rodízio entre as salas de exame.
· Supervisionar a limpeza e a ordem nas salas de exame e na Unidade em geral.
· Controlar o fluxo de pacientes a serem atendidos, agilizando o andamento dos exames e tentando solucionar os problemas que interferem nos mesmos.
· Prestar assistência aos pacientes graves durante a permanência destes na Unidade.
3 - TÉCNICO EM ENFERMAGEM e AUXILIAR DE ENFERMAGEM
Suas atribuições são:
· Realizar atividades administrativas de enfermagem, sempre que solicitado pelo enfermeiro ou em sua ausência.
· Prestar cuidados de enfermagem aos pacientes durante a permanência destes na Unidade, em colaboração com o enfermeiro e assumindo os cuidados em sua ausência.
· Participar de cursos de reciclagem e atualização.
· Zelar pela conservação do materialpermanente, limpeza e ordem da Unidade.
· Participar da passagem de plantão.
· Checar a programação dos exames a serem realizados na sala sob sua responsabilidade.
· Verificar, diariamente, as condições de limpeza da sala de exames, antes do início do período de trabalho.
· Checar o funcionamento de aparelhos, tais como aspirador, foco de luz, fonte de oxigênio e outros que se fizerem necessários na sala.
· Comunicar à enfermeira os problemas relacionados à limpeza da sala, falta ou quebra de aparelhos, para que possam ser tomadas as devidas providências.
· Planejar os materiais a serem utilizados durante os exames e colocá-los na sala, tais como aventais para os pacientes, toucas, pro-pés, lençóis, suporte de soro, luvas de procedimento e outros.
· Suprir a sala de materiais esterilizados necessários e específicos aos exames a serem realizados, bem como de medicamentos, tomando cuidados especiais com as substâncias contrastantes.
· Manter em ordem o carro de anestesia.
· Verificar se há aventais plumbíferos (de chumbo) e protetores para a tiróide em número suficiente para uso da equipe.
· Conduzir o paciente à sala de exame, auxiliando-o na troca de roupa e, também, na remoção de pertences ou objetos radiopacos que possam prejudicar o exame, entregando-os aos acompanhantes ou acondicionando-os e local apropriado para posterior devolução.
· Posicioná-lo na mesa, segundo orientação do médico radiologista ou técnico em radiologia, mantendo-o mais confortável possível e observando os cuidados no posicionamento de dreno ou sonda, se houver, bem como de proteção de gônadas nas crianças.
· Cuidar para o paciente grave não permaneça só na sala de exames, nem por um instante.
· Proteger-se, vestindo o avental e o colar de proteção radiológica, e auxiliar a equipe durante o exame: circulando a sala, atendendo as necessidades de medicamentos e materiais esterilizados, e observando as condições do paciente. Algumas situações exigem a permanência de um acompanhante na sala, para ajudar na contenção do paciente. Nestes casos, este deve, estar protegido com aventale luvas plumbíferas.
· Ajudar o paciente a se vestir, ao término do exame, e proporcionar-lhe meios para se higienizar, se necessário.
· Encaminhá-lo a sala de espera, após o exame, devolvendo-o aos seus familiares, ou até que seja transportado de volta a Unidade de origem.
· Remover materiais usados em biópsias ou punções e promover a desinfecção e limpeza dos mesmos, segundo as orientações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
· Retirar da sala os medicamentos (contrastes) que não foram utilizados e guardá-los em localapropriado.
· Remover, também, os equipamentos e colocá-los nos devidos lugares, após limpá-los.
· Limpar e colocar os aventais plumbíferos em cabides apropriados existentes na sala e mantê-los sobre superfície horizontal.
· Fazer a limpeza concorrente da sala e prepará-la para o próximo exame, na manutenção da ordem.
· Ajudar na manutenção da ordem na Unidade em geral.
Exercício de fixação
1- Quais são as equipes de uma unidade radiológica?
2- Como é formada a equipe de radiologistas?
3- Cite quatro atribuições do médico radiologista.
4- Diferencie o Biólogo do Biomédico quanto a sua função na área da Radiologia.
5- Cite quatro atribuições do físico-médico.
6- Cite quatro atribuições do técnico de radiologia.
Cap. 4- Organizaçãohospitalar
O HOSPITAL
1- ORIGEM
O termo Hospital tem sua origem no Latim – hospitale, adjetivo derivado de hospes (hóspede, viajante, estrangeiro), significando aquele que dá o agasalho ou que hospeda. Do primitivo latim, originaram-se os termos hospital e ospedale, aceitos em diversos países. Ao pé da letra pode-se dizer que é o local onde se hospedam pessoas. Obviamente, estas se tornam hóspedes para realizar algum tratamento médico.
A terminologia mais utilizada relacionava-se com o grego latinizado Hospitum: lugar que recebia enfermos incuráveis ou
insanos.
2 – CONCEITO DE HOSPITAL
É uma instituição destinada ao diagnóstico e tratamento de internos e externos servindo ao mesmo tempo para: prevenção
contra doenças; promoção da saúde; pesquisa; ensino de nutrição, medicina, enfermagem, fisiologia, odontologia, radiologia, assistência social e outros profissionais da equipe de saúde.
“Hospital é a parte integrante de um sistema coordenado de saúde, cuja função é dispensar à comunidade completa assistência médica, preventiva e curativa, inclusive serviços extensivos à família, em seu domicílio e ainda certo treinamento médico e para-médico, e de pesquisa biossocial”.
Assim conceituado, percebe-se que o hospital é uma instituição dotada de planta física, organização administrativa e equipamentos, capaz de receber o paciente, acomodá-lo, tratá-lo e devolvê-lo à comunidade em condições satisfatórias de saúde.
O hospital, por sua vez, tem acompanhado o avanço da tecnologia médica e passou a considerar o ser paciente, não mais como matéria-prima para produzir serviços de saúde, mas sob o prisma social e econômico do indivíduo em relação à comunidade. Assim, o hospital é a casa em que o hóspede é pessoa especial, um membro para o qual a comunidade tem deveres, inclusive o de promover a sua completa reintegração social mais do que a recuperação somática, psíquica ou psicossomática.
Hospital é uma instituição devidamente aparelhada em pessoal e material destinada ao diagnóstico e tratamento de pessoas que necessitam de assistência médica e cuidados de uma equipe multidisciplinar.
Como alguns dos setores do hospital desenvolvem tarefas tão características, que fora dele têm freqüentemente vida autônoma, a organização hospitalar torna-se o somatório de hotel, lavanderia, farmácia, escola, centro comunitário, além de centro de atendimento curativo e preventivo.
A caracterização funcional de uma organização hospitalar faz com que ela seja considerada um sistema social aberto, onde estão atuando outros subsistemas técnicos representados pelas especializações dos conhecimentos e habilidades de profissionais como médicos, odontólogos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos entre outros. Em conseqüência, nenhuma pessoa ou grupo é responsável completamente pelo sucesso ou pela qualidade da experiência completa do paciente, uma vez que os profissionais são responsáveis por parte do processo, não havendo uma prestação de contas de todo o ciclo.
Os hospitais são organizações profissionais, que, para tudo funcionar, depende da capacitação e do conhecimento de seus executores; portanto, os seus resultados não podem ser facilmente medidos ou padronizados, uma vez que dependem fortemente da relação profissional/usuário.
Os hospitais são típicas organizações prestadoras de serviços, de grande utilidade e importância para a comunidade em geral. Além de algumas pessoas terem como trabalho o cotidiano hospitalar, é lá que muitas pessoas buscam ajuda nos momentos fundamentais – e também os mais difíceis – de suas vidas.
O hospital também deve ser visto sob o ângulo econômico, conforme lembra J. K. Owen: “O hospital deve trabalhar 365 dias do ano e, muito embora, seja olhado como instituição humanitária, encontra os mesmos problemas econômicos das indústrias”. Constitui-se também como centro de educação, capacitação de recursos humanos e pesquisa científica.
3- CLASSIFICAÇÃO
São classificados sob vários aspectos:
a) Quanto ao número de leitos:
. HOSPITAL DE PEQUENO PORTE - 25 a 49 leitos.
. HOSPITAL DE MÉDIO PORTE - 50 a 149 leitos.
. HOSPITAL DE GRANDE PORTE - 150 a 500 leitos
. de porte ESPECIAL ou extra - acima de 500 leitos.
b) Quanto ao tipo de assistência ou ao ponto de vista clínico, o hospital pode ser:
GERAL – são aqueles destinados a receber pacientes portadores de doenças de várias especialidades; destinado à prestação de atendimento nas especialidades básicas, por especialistas e/ou outras especialidades médicas. Pode dispor de serviço de Urgência/Emergência e habilitações especiais.
Ex:
ESPECIALIZADO - são aqueles destinados a internar e prestar cuidados especializados a determinados tipos de doenças; destinado a prestação de assistência à saúde em uma única especialidade/área. Pode dispor de serviço de Urgência/Emergência. Geralmente de referência regional, macro regional ou estadual.
Ex:
c) Quanto ao ponto de vista administrativo:
municipal 
. OFICIAL estadual 
federal 
O hospital é mantido por órgãos da administração (centralizada ou descentralizada) federal, estadual e municipal, pelas sociedades de economia mista ou por fundação.
lucrativo 
. PARTICULAR	filantrópico não-lucrativo beneficente 
É mantido por instituições particulares ou pessoa jurídica de direito privado. Pode ser:
· Hospital lucrativo: objetiva o lucro da empresa compensando o emprego do capital com distribuição de dividendos.
· Hospital não lucrativo: não objetiva o lucro, não remunera os administradores (as pessoas jurídicas), não distribui benefícios a qualquer título. Apenas aplica integralmente os recursos na manutenção, que tenha idênticos objetivos sociais.
· Hospital filantrópico: é o hospital particular não lucrativo que, de acordo com o Decreto nº 1840, de 20 de julho de 1973, proporciona assistência gratuita a um quinto do total de seus serviços. Apresenta ainda o seguinte: “nÄo concebe remuneraçÄo, gratificaçÄo, vantagem ou benefício de qualquer espÉcie e a qualquer título, a dirigentes superiores, diretores, sócio, irmÄos ou outras pessoas, salvo aquelas com as quais mantÉm vínculos legais de empregador”.
· Hospital beneficente: é o hospital particular não lucrativo, cuja finalidade é prestar assistência hospitalar a um grupo específico de pessoas a respectivos dependentes que contribuem como associados, cujos atos de constituição especifiquem sua clientela. Não é permitida a distribuição de dividendos, devendo seus recursos financeiros ser aplicados em benefício da própria instituição.
d) Nível de competência (nível de serviços médicos):
· Hospital primário: profilaxia (prevenção), clínica básica.
· Hospital secundário: básico, sem recursos avançados.
· Hospital terciário: nível tecnológico desenvolvido.
ò medida que aumenta o nível de serviços médicos, aumentam o nível de capacitação dos recursos humanos e a sofisticação tecnológica dos equipamentos.
e) Grupo etário:
· Hospital infantil: destina-se assistir pacientes com idade de até doze anos, podendo essa faixa etária máxima variar em alguns hospitais.
· Hospital geriátrico: destina-se a assistir pacientes idosos.
· Hospital de adultos: destina-se a assistir o paciente adulto.
f) De acordo com o tempo de permanência do paciente:
Hospitalde crônicos.
Hospitalde agudos,curta permanência ou Hospital-dia. Hospitalde longa permanência.
· Hospital de crônicos: é aquele que se destina a prestar assistência a pacientes, cujo quadro clínico se tenha estabilizado.
· Hospital de longa permanência: é aquele cuja permanência é prolongada por moléstia grave ou de prognóstico negativo, tendo geralmente uma média de sessenta dias. É o caso dos hospitais de psiquiatria, tisiologia e outros com características semelhantes.
· Hospital de agudos ou de curta permanência: é aquele cuja permanência em média não ultrapassa a trinta dias. É o caso das situações médicas de emergência ou moléstias agudas.
g) De acordo com a edificação ou estrutura:
Pavilhonar, multibloco, horizontalou vertical.
· Hospital pavilhonar: é o hospital cujos serviços se apresentam distribuído por edificaçõesisoladas de pequeno porte, podendo ou não estar interligadas.
· Hospital multibloco: é o hospital cujos serviços encontram-se distribuídos por edificações de médio ou grande porte, que podem ou não estar interligadas.
· Hospital horizontal: é o hospitalem que há predominância de sua dimensão horizontalsobre a vertical.
· Hospital vertical: é o hospitalem que há predominância de sua dimensão verticalsobre a horizontal. 4- FUNÇÕES DO HOSPITAL
A Organização Mundial de Saúde (OMS) explica: hospital é uma parte integral de uma organização médica e social, cuja função é prover completa assistência de saúde à população, curativa e preventiva, e cujos serviços de ambulatório atingem até a família e seu meio ambiente. É também, um centro de ensino por excelência, bem como à pesquisa biossocial.
As funções são da seguinte forma:
· Função restaurativa:diagnóstico, tratamento, reabilitação e emergência.
· Função de prevenção:supervisão da gravidez e supervisão do crescimento e desenvolvimento normal da criança e do adolescente, controle das doenças transmissíveis, prevenção das doenças de longa duração. Prevenção da invalidez física e mental, educação sanitária e saúde ocupacional.
· Função de ensino, educação e pesquisa:ensino prático das profissionais de medicina, enfermagem, serviço social, etc., formação de pós-graduação e especialistas, aspectos físicos, psicológicos e sociais da saúde e doença, atividades hospitalares, técnicas e administrativas.
No geral, temos como funções:
· Diagnóstico.
· Treinamento médico e cirúrgico.
· Prevenção de doença.
· Aplicação científica da higiene mental.
· Educação.
· Pesquisa.
5- TIPOS DE UNIDADE DE SAÚDE
Hospital Regional:
É o estabelecimento de saúde destinada a prestar assistência médica em regime de internação e emergência nas especialidades médicas básicas. A população mínima da área não deve ser menor do que 20.000 habitantes.
Hospital Local:
É o estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência médica em regime de internação e urgência, nas especialidades médicas básicas.
É um hospital destinado à população igual ou superior a 20.000 habitantes, constando de unidade de internação nas áreas de clínica médica, pediátrica, obstétrica, cirúrgica em geral e pediátrica, ginecologia e obstetrícia, otorrinolaringologia, oftalmologia e traumatologia. É referência em internação.
Policlínica:
Unidade de saúde para prestação de atendimento ambulatorial em várias especialidades, incluindo ou não as especialidades básicas, podendo ainda ofertar outras especialidades
não médicas. É concebido para atender agrupamentos populacionais superiores a 30.000 habitantes.
UPA’s (Unidade de pronto-atendimento):
São estruturas de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgências hospitalares, onde em conjunto com estas compõe uma rede organizada de Atenção às Urgências. São classificadas em três tipos: UPA I, II e III, de acordo com o número de habitantes.
A estratégia de atendimento está diretamente relacionada ao trabalho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU que organiza o fluxo de atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação.
CONSULTÓRIO: sala isolada destinada à prestação de assistência médica ou odontológica ou de outros profissionais de saúde de nível superior.
AMBULATÓRIO - unidade destinada à prestação de assistência em regime de não internação.
Clínica Especializada/AmbulatÉrio de Especialidades (AE):
Clínica Especializada destinada à assistência ambulatorial em apenas uma especialidade/área da assistência (Centro Psicossocial, Reabilitação, odontologia etc.)
AmbulatÉrio Médico de Especialidades (AME):
São unidades de serviços que oferecem atendimentos ambulatoriais em diversas especialidades médicas, além de procedimentos diagnósticos de média complexidade. Surgiu para melhoria do sistema de saúde desafogando os hospitais e diminuindo o tempo de espera da população por consultas e exames um pouco mais sofisticados.
Unidade Mista:
Unidade de saúde básica destinada à prestação de atendimento em atenção básica e integral à saúde, de forma programada ou não, nas especialidades básicas, podendo oferecer assistência odontológica e de outros profissionais, com unidade de internação, sob administração única. A assistência médica deve ser permanente e prestada por médico especialista ou generalista. Pode dispor de urgência/emergência e SADT básico ou de rotina (SADT- Serviço de apoio diagnóstico e terapêutico- são setores que dão suporte
ao diagnóstico clínico e ao acompanhamento do tratamento do paciente, como exemplo: laboratório de análises clínicas, banco de sangue, serviço de diagnóstico por imagens, entre outros).
É o estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência em regime ambulatorial e de internação, centralizando e integrando as atividades de saúde, basicamente em clínicas médico-pediátricas, obstétricas e cirúrgicas, todas normalmente em caráter de urgência. São construídas para servir de ponto avançado em zonas de escassa densidade demográfica. Deverá estar programada para atender agrupamentos populacionais que não ultrapassam 15.000 habitantes, e em locais onde o centro de saúde/hospital local ou regional é difícil, sendo coordenada pelo centro de saúde.
Centro de Saúde:
É uma unidade de saúde que presta assistência a uma população determinada, contando com uma equipe interdisciplinar em caráter permanente, com médicos generalistas ou especialistas.
Unidade Básica de Saúde:
Unidade para realização de atendimentos de atenção básica integral a uma população, de forma programada ou não, nas especialidades básicas, podendo oferecer assistência odontológica e de outros profissionais de nível superior. A assistência deve ser permanente e prestada por médico generalista ou especialista em pediatria e ginecologia, podendo ou não oferecer Serviços de Apoio Diagnóstico e Terapêutico - SADT e Pronto Atendimento 24 Horas.
Posto de Saúde:
Unidade destinada à prestação de assistência a uma determinada população, de forma programada ou não, por profissional de nível médio, com a presença intermitente ou não do profissional médico. É uma unidade de saúde que presta assistência a uma população determinada, estimado em até 2.000 habitantes.
Unidade de Saúde da Família:
Unidade pública ESPECÍFICA para prestação de assistência em atenção contínua programada nas especialidades básicas e com equipe multidisciplinar para desenvolver as atividades que atendam as diretrizes da Estratégia Saúde da Família – ESF, do Ministério da Saúde.
6- LOCALIZAÇÃO
O hospital deve ser instalado em local de fácil acesso e livre de agitação e do barulho. A administração hospitalar se realiza com base nos conhecimentos técnicos, científicos, com a colaboração de todos de que se integrar as equipes de profissionais. Para que o hospital preste uma boa assistência à comunidade é necessário contar com pessoal eficiente, uma boa organização e equipamento adequado em qualidade e quantidade.
O ambiente hospitalar é o meio ambiente mais amplo que envolve toda a sociedade humana, comunidades etc. Funciona como um local onde o que importa não é o sexo, raça ou condição social, mas sim o estado de saúde, embora possam sofrer influências e pressões em determinadas situações.
Muito embora não seja do interesse hospitalar, algumas condições externas podem ser determinantes no dia-a-dia do técnico que trabalhar em tal ambiente. São elas:
CONDIÇÕES SOCIAIS. Representam a parte do ambiente geral que descreve as características da sociedade na qual a organização existe. Importantes assuntos do componente social são: o estado geral dos valores sociais que prevalecem em questões de direitos humanos, valores sociais, tendências na educação, instituições sociais, bem como padrões sociais de comportamento.
Ex:
CONDIÇÕES ECONÔMICAS. Representam a parte do ambiente geral que define como os recursos estão sendo distribuídos e usados dentro do ambiente. Ou seja, como as pessoas e organizações de uma comunidade ou nação produzem, distribueme utilizam os vários bens e serviços. Importantes assuntos do componente econômico são: o estado geral da economia em termos de inflação, desenvolvimento/retração, níveis de renda, produto interno bruto, emprego/desemprego e outros indicadores relacionados com os fenômenos econômicos. A economia é a ciência que estuda esse componente ambiental.
Ex:
CONDIÇÕES TECNOLÓGICAS. Representam a parte do ambiente geral que inclui novas abordagens para a produção de bens e serviços. Envolvem novos procedimentos ou novos equipamentos, o estado geral do desenvolvimento e disponibilidade da tecnologia no ambiente, incluindo pesquisa e desenvolvimento e avanços científicos.
Ex:
CONDIÇÕES LEGAIS. Representam a parte do ambiente geral que contém os códigos legais vigentes. Envolvem o estado geraldas leis e regulamentos definidos pela sociedade, bem como a forma de governo predominante.
Ex:
CONDIÇÕES POLÍTICAS. Representam a parte do ambiente geral que contém os elementos relacionados com assuntos governamentais. Incluem o estado geral da filosofia e objetivos políticos dominantes, partidos políticos, representações da sociedade, quais as atitudes dos governos locais, regionais e nacional sobre indústrias, esforços de lobbies políticos, grupos de interesses etc.
Ex:
CONDIÇÕES CULTURAIS. Representam a parte do ambiente geral que contém os elementos relacionados com os valores sociais e culturais que prevalecem na sociedade.
Ex:
CONDIÇÕES DEMOGRÁFICAS. Representam as características estatísticas de uma população. Inclui mudanças no número de pessoas e a distribuição de rendas entre os vários segmentos da população. Essas mudanças influenciam a receptividade de bens e serviços dentro do meio ambiente de uma organização e que se refletem na estratégia organizacional.
Ex:
CONDIÇÕES ECOLÓGICAS. Representam o estado geral da natureza e condições do ambiente físico e natural, bem como a preocupação da sociedade com o meio ambiente.
Ex:
Todas essas variáveis ambientais formam um dinâmico e intenso campo de forças que se juntam e se repelem, que se unem e se chocam, se multiplicam e se anulam, assumindo tendências e direções inusitadas. O resultado (momento) desse emaranhado de forças é contingencial e imprevisível. Daí, a incerteza sobre os desdobramentos do macroambiente, razão pela qual se torna difícil, senão impossível, fazer qualquer previsão a respeito do futuro nesse conjunto de eventos de naturezas diferenciadas e diversas.
O ambiente geral como um campo dinâmico de forças atuantes sobre o local de trabalho.
Exercício de fixação
1- Defina Hospital caracterizando-o quanto ao número de leitos.
2- O que é um hospital beneficente?
3- Diferencie um Hospital Regional de um Hospital Local.
4- Diferencie a Policlínica de uma Unidade de Pronto-Atendimento.
5- O que é uma Unidade mista de saúde?
6- O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e Pronto Socorro Clóvis Sarinho possui uma alta taxa de ocupação e realiza mais de 1000 internações por mês, onde 60% dos pacientes internados vêm do interior. Esse hospital dá ênfase para atendimentos de urgência e emergência pelo SUS. Possui 286 leitos, sendo 19 leitos para UTI, 5 pediátricos e 5 cardiológicos e mais 106 leitos distribuídos da seguinte forma: 02 leitos para Buco-maxilo-facial; 25 para cirurgias em geral; 06 para neurologia; 06 para ortopedia e traumatologia; 30 para clínica geral; 26 para pediatria e 09 UTIs gerais.
a) Classifique este hospital sob o ponto de vista clínico, administrativo e quanto ao nº de leitos.
b) Dentre as condições externas que interferem no ambiente hospitalar, quais delas podemos observar no hospital citado acima.
7- O Hospital Dr. José Pedro Bezerra, também conhecido como Hospital Santa Catarina, é o segundo maior da Capital com 158 leitos e mais 12 vagas para UTI. Localizado na Zona Norte de Natal, ele recebe uma demanda expressiva de usuários do SUS, pois atende a população tanto dessa região da cidade – que abriga 300 mil habitantes, quanto o considerável volume de pacientes oriundos dos municípios da Grande Natal e do interior do Estado. É comum esse hospital receber paciente vindo do interior em ambulâncias municipais, o que acarreta aumento na demanda e conseqüentemente a capacidade dos leitos se torna, muitas vezes, insuficiente.
a) Classifique este hospital sob o ponto de vista clínico, administrativo e quanto ao nº de leitos.
b) Dentre as condições externas que interferem no ambiente hospitalar, quais delas podemos observar no hospital citado acima.
8- O Hospital Giselda Trigueiro (HGT), instituição de caráter público, caracteriza-se por ser um serviço de referência para o Estado do RN em: Doenças Infecciosas, Informação Toxicológica e Imunobiológicos Especiais. Representa ainda importante papel por servir como Hospital de Ensino, no qual funcionam o Departamento de Infectologia da UFRN. Seus principais serviços oferecidos são: Urgência e Emergência com atendimento 24 horas em Doenças Infecciosas para adultos e crianças, profilaxia anti-rábica, antitetânica, antipeçonhenta onde são realizados em média 6.000 atendimentos/mês, com atendimento a rede pública e privada. Possui 103 leitos de internação e presta também atendimento ambulatorial especializado em: Infectologia, Doenças de Chagas, Tuberculose, Hepatites, Hanseníase e HIV/AIDS, realizando em média 1.300 atendimentos/mês. Possui Internação em regime de Hospital Dia para pessoas que convivem com HIV/AIDS, bem como serviços de Apoio ao Diagnóstico e tratamento psicológico, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Farmácia e Serviço Social.
a) Classifique este hospital sob o ponto de vista clínico, administrativo, quanto ao nº de leitos e quanto à permanência do paciente.
b) Dentre as condições externas que interferem no ambiente hospitalar, quais delas podemos observar no hospital citado acima.
Cap. 5- O sistema de saúde no Brasil
Sistema Ünico de Saúde – SUS
Introdução
A crise do sistema de saúde no Brasil está presente no nosso dia a dia podendo ser constatada através de fatos amplamente conhecidos e divulgados pela mídia, como:
· filas freqüentes de pacientes nos serviços de saúde;
· falta de leitos hospitalares para atender a demanda da população;
· escassez de recursos financeiros, materiais e humanos para manter os serviços de saúde operando com eficácia e eficiência;
· atraso no repasse dos pagamentos do Ministério da Saúde para os serviços conveniados;
· baixos valores pagos pelo SUS aos diversos procedimentos médicos hospitalares;
· aumento de incidência e o ressurgimento de diversas doenças transmissíveis;
· denúncias de abusos cometidos pelos planos privados e pelos seguros de saúde. Como analisar e compreender toda esta complexa realidade do setor de saúde no país?
Para que possamos analisar a realidade hoje existente é necessário conhecer os determinantes históricos envolvidos neste processo. Assim como nós somos frutos do nosso passado e da nossa história, o setor saúde também sofreu as influências de todo o contexto político-socialpelo qualo Brasil passou ao longo do tempo.
Para analisarmos a história das políticas de saúde no país faz-se necessário a definição de algumas premissas importantes, a saber:
1. A evolução histórica das políticas de saúde está relacionada diretamente a evolução político-social e econômica da sociedade brasileira, não sendo possíveldissociá-los;
2. A lógica do processo evolutivo sempre obedeceu à ótica do avanço do capitalismo na sociedade brasileira, sofrendo a forte determinação do capitalismo a nívelinternacional;
3. A saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado brasileiro,sendo sempre deixada na periferia do sistema, como uma moldura de um quadro, tanto no que diz respeito a solução dos grandes problemas de saúde que afligem a população, quanto na destinação de recursos direcionados ao setor saúde.
Somente nos momentos em que determinadas endemias ou epidemias se apresentam como importantes em termos de repercussão econômica ou socialdentro do modelo capitalista proposto é que passam a ser alvo de uma maior atenção

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