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1 VITILIGO: FISIOPATOLOGIA, DISCROMIAS E TRATAMENTO Vanessa Queiroz Pereira∗ Gabriela Gonçalves de Oliveira∗∗ INTRODUÇÃO Doenças de pele, sobretudo as auto-imunes tem grande impacto na vida dos pacientes. Suas causas costumam ser genéticas, imunológicas, mas os fatores ambientais também influenciam. Apesar de não serem doenças infecciosas, causam constrangimento e estresse aos portadores. A cor da pele é estabelecida pela melanina, pelos tecidos que compõe a pele e subcutâneo e pelo sangue dos vasos da derme. Nos mamíferos há duas formas de melanina a feomelanina e a eumelanina, ambos derivados da tirosina, pela ação da tirosinase. A função principal da melanina é a filtragem das radiações, absorção de radicais livres citoplasmáticos e termo- reguladora. Discromias são modificações do estado normal da pele, resultantes da diminuição que são denominadas leucodermias ou aumento da melanina as melanodermias ou da deposição, na derme, de pigmentos ou substâncias de origem exógena ou endógena. O vitiligo é uma doença adquirida que tem a causa e seu mecanismo de ação desconhecidos é caracterizada pela ausência da melanina por destruição ou inativação dos melanócitos. Atinge cerca de 1% da população mundial independente de raça, sexo ou idade, em 1/3 dos casos há ocorrência familiar e pelo menos metade dos casos surge antes dos 20 anos de idade. É uma doença que esteticamente pode comprometer a qualidade de vida, levando a estigmatização e distúrbios psíquicos, como hoje é considerada uma doença multifatorial seu principal aspecto é o de autoimunidade. ∗ Acadêmica do 3º ano do Curso Tecnólogo em Estética e Cosmética ∗∗ Docente da disciplina de Farmacologia Dermo-Cosmética do Curso de Estética 2 DESENVOLVIMENTO O vitiligo é formado por máculas despigmentadas, que podem crescer lentamente, com surgimento concorrente de novas lesões, uma vez que essas lesões são completamente desenvolvidas não possuem melanócitos, nem infiltrado inflamatório. A lesão inicial pode apresentar alguns melanócitos e alguma inflamação, as regiões mais comuns são face, periorificiais, mucosas, genitais, superfícies extensoras, mãos e pés. Pode observar no vitiligo a manifestação de Koebner, em que a mancha esta relacionada à reprodução da doença em regiões com traumas físicos. O vitiligo pode ser classificado de varias formas como, segmentar, vulgar e universal que é o tipo menos comum, ou pelo padrão de desenvolvimento como, focal, misto ou mucoso. O exame oftalmológico é indispensável aos pacientes com vitiligo, pois podem desenvolver anomalias nos melanócitos da retina, contudo o comprometimento ocular é raramente observado. Outros exames também são fundamentais aos pacientes de vitiligo, como por exemplo, fazer uma boa anamnese, exame dermatológico clássico que com o uso da luz de Wood pode ser fundamental em pacientes de fototipo I e II. A luz de Wood pode também ser usada para acompanhar a resposta ao tratamento. Exames laboratoriais podem ser solicitados para agregar ou afastar doenças sistêmicas, como: dosagem de hormônios tireoidianos, dosagem de hemoglobina, hemograma completo, antiperoxidase e anticorpos antitireoglobulinas. O diagnostico diferencial do vitiligo abrange pitiríase alba, pitiríase versicolor, nevos acrômicos, leucodermia induzida por substâncias químicas, hipopigmentação pós-inflamatória, albinismo, hipomelanose guttata, hanseníase, esclerose tuberosa, piebaldismo e nevo halo. Para o tratamento do vitiligo há varias opções, levando em consideração as vantagens e desvantagens e a mais apropriada ao paciente, na sua maioria consistem em restaurar o pigmento da pele, principalmente por migração e ativação dos melanócitos. O uso dos corticosteróides pode inibir parcialmente a ação de auto-anticorpos 3 antimelanócitos ativos circulante, são encontrados na farmacologia em uso tópico, não podendo ser aplicado nos cílios e ao redor deles, pois, podem aumentar a pressão intraocular e exacerbar glaucoma e uso oral. Psoralênicos que são administrados por via tópica ou sistêmica, promovem a repigmentação através da luz solar. O uso tópico é somente indicado em forma localizada e não pode ocorrer exposição solar. CONCLUSÃO O vitiligo não se trata de uma doença infecciosa, nem tampouco coloca em risco a vida do paciente. No entanto, gera morbidade, pois os pacientes podem sofrer emocionalmente com a doença. Os próprios fatores emocionais também podem agravar a doença. Vários tratamentos farmacológicos podem ser usados, mas o tratamento emocional e a promoção do bem estar do paciente também são decisivos para o sucesso do tratamento. REFERÊNCIAS GOMES, Samuel Jesus; Duarte, Cintia Soraia. Curso didático de estética. 2 v. p147 – 148, São Caetano do Sul-SP: Yendis, 2009. HALDER, Rebat M. Taliaferro, Sumayah J. FITZPATRICK, Thomas B.; WOLFF, Klaus; DEFFERRARI, Rafael (Rev. téc.). Tratado de dermatologia. 7. ed., 2 v. p616 - 640. Rio de Janeiro: Revinter, 2011. LOPES, Celso; Petri, Valeria. Vitiligo. ROTTA, Osmar (Coord.). Guia de dermatologia: clínica, cirúrgica e cosmiátrica. São Paulo: Manole, 2008. 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