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Psicologia da Personalidade
Personalidade é um campo de estudo, dentro da Psicologia, que pode ser definido como um conjunto de aspectos cognitivos, conscientes e inconscientes, emocionais e comportamentais, relativamente duradouras de uma pessoa, que nos permite prever as respostas à sua capacidade de ajustamento.
Divergências teóricas
As teorias são corpos teóricos de conhecimentos organizados, que facilitam a compreensão de uma determinada dinâmica da personalidade, dentro de uma perspectiva específica. Vamos observar que muitas das teorias surgem da prática clínica e, por isso, temos teorias de personalidade na abordagem psicanalista, behaviorista, humanista e cognitivista. Além das abordagens dos traços que não se concentram nestas quatro abordagens básicas da Psicologia Clínica.
Questões divergentes
Desta forma, vamos perceber questões divergentes nas teorias de personalidade, tais como a importância da genética. Alguns autores privilegiam o aspecto genético na formação da personalidade, enquanto outros não abordam essa questão.
 
Enquanto uma teoria de personalidade considera o homem ativo com relação ao mundo (Freud), outra considera o homem como uma vítima passiva do ambiente (Skinner).
Continuidade da infância?
Alguns teóricos consideram a durabilidade das características ao longo do tempo. Neste caso, a personalidade na idade adulta seria uma continuidade da infância.
Para outros, não existe uma continuidade ao longo do tempo e o adulto pode ser radicalmente diferente da criança, a ponto de não se reconhecer nada em comum entre eles.
Componentes da Personalidade
A maioria dos teóricos investiga os aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais como aspectos componentes da personalidade. 
Para exemplificar, vamos pensar na seguinte situação:
Imagine que seu (sua) namorado(a), marido ou esposa lhe traga flores num dia comum. 
O que você pensaria?
Este é o aspecto cognitivo desta situação. Dependendo da sua avaliação, afetará sua emoção e seu comportamento.
 
Caso tenha achado gentil, ficará feliz e lhe dará um beijo. Caso tenha achado suspeito, poderá sentir raiva e lhe jogar as flores na cabeça. Neste exemplo, a cognição determinou a alteração nos outros componentes, a saber: emocional e comportamental.
Teorias multidimensionais
Pode-se dizer que o psicólogo da personalidade não estuda especificamente como ocorre a percepção, a cognição ou as emoções, mas como esses processos se relacionam de forma particular em cada pessoa.
 Assim, as teorias de personalidade são multidimensionais e devem contemplar cinco grandes áreas:
Estrutura
 
Os aspectos mais duráveis da personalidade. 
Um exemplo seriam os traços de personalidade, como a constância de uma determinada resposta individual diante de uma diversidade de situações.
 
Outro exemplo de estrutura refere-se ao tipo de personalidade.
Processos 
 
Refere-se aos motivos que explicam o comportamento. São estudadas três categorias de motivos:
Busca do prazer e evitação da dor;              Crescimento;          Autorrealização e motivos cognitivos.
Um mesmo comportamento pode ser motivado pela busca do prazer ou pela evitação do desprazer.
 
Por exemplo: quando uma pessoa vai para a academia porque quer emagrecer e, com isso, espera receber elogios e se tornar mais atraente, ela está em busca do prazer. Se ela vai para a academia porque está cansada de ouvir piadas a respeito do seu peso e da sua forma física, ela está querendo evitar a dor que experimenta.
Quando uma adolescente vai à aula para não ter que ouvir a mãe reclamar ou tirar a sua mesada, está motivada pela evitação do desprazer. Quando ela vai porque quer aprender aquele conteúdo, está motivada pela busca do prazer.
Desenvolvimento 
 
Relevância de aspectos inatos e adquiridos, associados à formação da personalidade. Segundo algumas teorias, o aspecto genético é mais relevante em características como:
Inteligência;          Nível de atividade motora;              Nível de ansiedade.
 
Para os psicólogos evolucionistas, todas as seis emoções básicas também são determinadas pela genética (Ekman, 1992).
Psicopatologia 
 
Causas das desordens da personalidade. Ou seja, as teorias devem investigar por que algumas pessoas conseguem suportar o estresse e as dificuldades do dia a dia e ainda se sentirem felizes, enquanto outras desenvolvem transtornos mentais.
 
Essas teorias devem também sugerir uma indicação psicoterápica e formas de contribuir para a saúde mental das pessoas com alguma psicopatologia.
Mudança 
Diz respeito à forma como as pessoas mudam, e por que às vezes mudam e outras vezes, não. Em quais circunstâncias mudam e se existe um núcleo básico que permanece.
Aula 2: Como avaliar a personalidade 
Avaliando um teste - Confiabilidade, precisão ou fidedignidade
A confiabilidade de um teste de personalidade é determinada, normalmente, de duas formas:
 
1 - Medem-se as mesmas pessoas duas vezes no intervalo de dois meses. Este procedimento avalia a confiabilidade do teste.
 
A personalidade de uma pessoa pode mudar em dois meses? Segundo as teorias de personalidade, embora as ações e reações possam mudar, os padrões subjacentes fundamentais permanecem relativamente estáveis por um período de tempo.
2 - Separa-se o teste em partes e mede-se se estas partes do teste produzem resultados semelhantes.
 
Exemplo: se em um teste tem 10 perguntas referentes à autoestima, pode-se avaliar questão por questão ou dividir o teste em duas partes. Exemplo: da questão 1 até a 5 e da questão 6 até a 10.
 
Deve-se aplicar o teste em algumas pessoas e depois comparar se o resultado de cada pessoa na primeira parte do teste é semelhante à segunda parte, ou seja, uma mesma pessoa não pode ter alta autoestima nas primeiras questões e baixa autoestima nas últimas.
Medidas biológicas
A primeira tentativa de medir a personalidade através das características do crânio foi chamada de frenologia.
 
Inicialmente, utilizavam-se estudos post-mortem, isto é, identificavam pessoas com transtornos de personalidade ou sinais de lesão e suas características, de forma minuciosa, antes da morte, e a dissecação do cérebro após a sua morte.
 
Hoje, deseja-se estudar a relação entre personalidade e estruturas cerebrais, ou seja, a localização de características de personalidade no sistema nervoso, através de registros e imagens da estrutura cerebral ou do seu funcionamento.
Aula 3
Estudos sobre Histeria
Em colaboração com Joseph Breuer, Freud publicou: Estudos sobre Histeria, em 1895, afirmando que o sintoma toma o lugar de processos psíquicos suprimidos que não chegam à consciência. Ou seja, que o sintoma representa uma transformação ("conversão") de tais processos.
 
A eficácia terapêutica de seu procedimento foi explicada em função da descarga do afeto. 
 
O caso de Anna O. foi importante para o desenvolvimento da Psicanálise, por ter apresentado a Freud o método catártico (eliminação dos sintomas através da vivência emocional de questões repulsivas excluídas da consciência).
Significado dos sonhos
Em outro episódio, Freud atendia um jovem paciente, que dizia, em estado de transe hipnótico, que matara o pai porque amava a própria mãe, e começara a ter sonhos estranhos.
 
Assim, Freud começa a pensar no significado dos sonhos e fazer autoanálise, visto que Breuer não o aceita como paciente. Freud formula então o conceito do “Complexo de Édipo”, e mais tarde, a interpretação dos sonhos.
 
Freud cria uma teoria sobre a neurose, baseada em todos os casos já tratados, além de sua própria autoanálise. Segundo esta teoria, todos os traumas são ligados à sexualidade, ou seja, a sexualidade como causa da histeria.
Transferência
A paciente Anna O., que parecia estar curada, tem uma recaída e cria uma gravidez psicológica. Brauer observa que Ana O. está apaixonada por ele e decide interromper o tratamento.
 
Este fenômeno revela a transferência, que na  teoria psicanalítica é a projeção de sentimentos relacionados às figurasparentais às pessoas em geral. Na seção psicanalítica, esses sentimentos são projetados para o psicanalista.
 
Neste caso específico de Anna O., a jovem transfere para Brauer a relação afetiva que tinha com o pai. Freud, então, passa a atender Anna, e conclui que, após a hipnose, os sintomas continuam. Assim, renuncia ao método catártico e abandona a hipnose. Freud continua tratando Anna O. e consegue levá-la a muitas lembranças em estado consciente.
A sexualidade e o inconsciente
Durante uma seção, Ana O. confessa ter sido molestada pelo pai, que para silenciá-la, presenteia-a com uma boneca. Freud desconfia da veracidade deste relato em função do afeto que Anna O. demonstra para com a boneca.
 
Freud reconhece que, na realidade, o que ocorreu foi o inverso disto. Quando a jovem dizia que seu pai a molestou, na verdade ela queria possuir seu próprio pai. Ela levou esta fantasia para a vida adulta, sem saber administrar que se tornou um trauma.
 
Freud então muda sua teoria, pois descobriu que a maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida.
 
Suas descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e Freud desenvolve o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil. Breuer discorda de expor a teoria da sexualidade na infância ao conselho de médicos. Freud diz que vai seguir sozinho a partir de então.
Relações entre eventos conscientes
Freud começa a procurar e descrever as relações ocultas que ligavam um evento consciente a outro. Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precederam, as conexões estão no inconsciente.
 
Uma vez que as relações inconscientes são descobertas, a aparente descontinuidade é elucidada. Em suas investigações na prática clínica sobre as causas e funcionamento das neuroses, Freud descobre que a maioria de pensamentos e desejos recalcados refere-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida.
 
Na infância estavam as experiências reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas na vida adulta. Assim, as ocorrências deste período de vida deixam marcas profundas na estruturação da personalidade.
Conceitos sobre sexualidade
As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e é desenvolvido o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil.
 
A sexualidade como busca de prazer existe desde o princípio de vida, logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade, como afirmavam as ideias dominantes.
 
 O desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo, até chegar à sexualidade adulta, onde a reprodução pode estar associada ao prazer, tanto no homem como na mulher. Esta afirmação contraria as ideias dominantes de que o sexo estava associado exclusivamente à reprodução.
 
Estas afirmações tiveram profundas repercussões na sociedade puritana da época, pela concepção vigente de infância como “inocente e pura”.
Recalque ou recalcamento
Espera-se que apareçam também as lacunas de memória, as confusões e as falhas. Essas memórias costumam vir acompanhadas de críticas e de mal-estar. Assim, Freud conclui que essas amnésias são resultado de um processo que ele chama de recalcamento, que leva as informações para o inconsciente e funciona para reduzir o desprazer de ter aquela lembrança na consciência.
 
Quanto maior a dificuldade de lembrar, ou falar, maior a confusão e os enganos, e maior a resistência.
 
O fator da resistência tornou-se um dos fundamentos de sua teoria. Quando se dispõe de um procedimento que permite partir das associações até o recalcado, pode-se tornar acessível à consciência o que era antes inconsciente.
Consciente, pré-consciente e inconsciente
A primeira teoria do aparelho psíquico baseia-se em uma concepção energética onde o acúmulo de energia gera tensão e é identificado como desprazer, e por isso, tende a provocar uma descarga energética que é sentida como prazer.
 
Segundo Freud, o objetivo de todo comportamento é o prazer, ou seja, a redução da tensão através da liberação da energia acumulada.
 
Se a energia é bloqueada para um canal de expressão, ela encontrará outro: a princípio, aquele que oferece menor resistência. Assim, se a energia é bloqueada para propósitos sexuais, será liberada de acordo com o que é possível diante da estrutura da personalidade ou aparelho psíquico.
 
Já a primeira teoria psicológica foi a de uma concepção topológica: consciente, pré-consciente e inconsciente.
Consciente
Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte do aparelho psíquico, e inclui tudo do que estamos cientes num dado momento. O nível consciente refere-se às experiências que a pessoa percebe, incluindo lembranças e ações intencionais.
  
A consciência funciona de modo realista, de acordo com as regras do tempo e do espaço. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava pré-consciente e inconsciente.
 
Freud recorre à imagem do iceberg para ilustrar a enorme dimensão da região inconsciente, visto que, segundo, ele só teríamos acesso a uma pequena parte dos conteúdos psíquicos.
Pré-consciente
É uma parte do inconsciente, e pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos são facilmente acessíveis fazem parte do pré-consciente. Estas podem incluir lembranças de ontem, as ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas.
 
O pré-consciente é como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções.
Inconsciente
A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais, e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente.
 
"Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual nada sabemos" (Freud, 1933, livro 28, p. 90, na edição brasileira).
No inconsciente estão aspectos não acessíveis à consciência. Além disso, há material que foi excluído da consciência, recalcado e reprimido. Repressão refere-se a uma ação que é exercida sobre alguém, a partir da exterioridade; enquanto o recalque designa aquele que seria um processo intrínseco ao próprio eu.
Aula 4: A abordagem psicanalítica. A segunda tópica freudiana. 
Complexo de Édipo e medo da castração
Hans apresenta mudanças estruturais de comportamento: sentia vergonha de exibir seu genital, e a fobia é eliminada.
 
Neste caso conhecido como "Pequeno Hans", Freud examina o desenvolvimento e a resolução de uma fobia num menino de cinco anos. O caso revela-se importante para a comprovação das teorias de Freud sobre a relação entre a sexualidade infantil e a origem das neuroses, desenvolvida nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade.
 
Trata-se da primeira aplicação terapêutica da Psicanálise à criança, visto que a teoria sobre o desenvolvimento infantil foi desenvolvida a partir de pacientes adultos. Freud identifica em Hans a ocorrência do complexo de Édipo e o medo da castração.
Estrutura da personalidade segundo Freud
Além da primeira tópica: consciente, inconsciente e pré-consciente, Freud desenvolve a segunda tópica que, juntamente com a primeira, compõe a estrutura psíquica. Essa tópica é representada graficamente pela metáfora do iceberg, como vimos na aula 3.
ID
Fonte da energia oriunda das pulsões – as motivações e desejos mais primitivos do ser humano. Para Freud, em grande parte, esses desejos seriam de caráter sexual, ou seja, baseados na busca do prazer e evitação da dor.
 
O id não conhece a lógica, a realidade ou a moral. É cego, irracional, antissocial e egoísta. Por isso diz-se que o idé regido pelo princípio do prazer. É totalmente inconsciente e impõe a satisfação imediata dos impulsos. Caso isso não ocorra, surgem as frustrações.
EGO
Estrutura psíquica que inclui o conjunto de processos psíquicos e de mecanismos através dos quais o organismo entra em contato com a realidade. O ego se desenvolve no início da vida da criança, antes do superego, inicialmente apenas para atender às exigências do id diante da realidade.
 
Por exemplo: a criança quer o pirulito, e a mãe fala: “só depois do almoço”. A criança chora e esperneia na tentativa de satisfazer o id, mas ganha uma palmada da mãe, e recebe o pirulito somente depois do almoço.
 
A criança então, da próxima vez, fala para a mãe: “eu quero o pirulito depois do almoço”. O id continua querendo o pirulito imediatamente, mas o ego resolve adiar o prazer em função das imposições da realidade. Por isso diz-se que o id é regido pelo princípio da realidade.
 
A terceira instância da personalidade encontra-se em oposição ao id.
SUPEREGO
Normas e valores sociais do grupo no qual o indivíduo foi criado e está inserido. Esta instância exige um comportamento correto e impecável. Caso isso não ocorra, surge a culpa. As exigências do superego se opõem quase sempre aos desejos do id.
Entendendo o processo
O constante conflito entre o superego e o id incide diretamente no ego, já que ambos exigem determinados comportamentos muitas vezes contraditórios. Pode-se dizer que, para Freud, a personalidade consiste basicamente neste conflito entre os desejos e as normas interiorizadas da sociedade. Enquanto o id busca o prazer, o superego busca a perfeição.
Estrutura -> ID
Nível Psíquico -> Totalmente inconsciente
Funções -> É o reservatório da energia psíquica, da libido e condiciona fortemente os acontecimentos psíquicos. Irracional e impulsivo procura o prazer alheio à realidade e à moral.
Estrutura -> EGO
Nível Psíquico -> Parcialmente inconsciente
Funções -> Representante da realidade e do mundo externo, deriva do Id, procurando do possível satisfazer os seus impulsos. Também procura satisfazer as exigências morais do Superego. Conseguir o equilíbrio de forças contrárias é tarefa árdua para o Ego.
Estrutura -> Superego
Nível Psíquico -> Parcialmente inconsciente
Funções -> Interiorização da autoridade dos pais, é constituído por normas e ideais morais. Procura através do Ego controlar o ID. Aspira à perfeição moral e tende a reprimir de forma severa as infracções à moralidade.
Ego: sempre consciente?
Um dos erros mais comuns é acreditar que o ego freudiano é sempre consciente. É certo que a maior parte dos processos do ego são conscientes, mas nem todos o são. Freud chegou a esta conclusão ao observar que, em certas ocasiões, alguns desejos procedentes do id são rejeitados e recalcados pelo ego, sem que o sujeito tenha consciência alguma dos desejos, nem da sua rejeição.
O ego amadurecido procura atender os desejos do id ao tomar consciência deles. Já um ego infantil e neurótico, ao contrário, resiste a trazê-los à consciência, defendendo-se contra eles através do recalcamento ou da utilização dos mecanismos de defesa.
 
Um ego maduro e adulto não teme os desejos do id, o que não significa que os satisfaça a todo o momento, e sim que toma consciência deles e avalia as possibilidades diante da realidade e da pressão do superego.
Os mecanismos de defesa do EGO
Processo de mecanismo de defesa
Segundo a dinâmica do funcionamento psíquico, o conflito resultante da força da pulsão do id, somado à ameaça provocada pelo superego, resulta em ansiedade para o ego. Diante da ameaça, o ego recorre a mecanismos de defesa inconscientes como forma de se proteger contra a ansiedade.
 
Os mecanismos de defesa apresentam-se em todas as pessoas, e só se tornam anormais quando aparecem excessivamente. Manifestado em um dado momento, este mecanismo depende da situação específica e das características da pessoa naquele momento.
Projeção
Consiste em atribuir ao outro os desejos, afetos ou comportamentos inaceitáveis. Exemplos: a pessoa infiel constantemente atribui essa característica aos outros; aquela pessoa que diz: 
“Fulano não suporta críticas”, quando é ela mesma que tem essa dificuldade.
Deslocamento
Quando o sujeito transfere pulsões e emoções do seu objeto para um substitutivo. Exemplos: o funcionário que sofre de humilhações do chefe no emprego e é agressivo ao chegar em casa; a criança que desloca a cólera sentida pelos pais para a boneca ou o cachorro.
Recalque (repressão)
É a base de todos os outros mecanismos de defesa. Consiste em afastar da consciência um afeto, uma ideia, um desejo ou experiência. Os conteúdos recalcados, apesar de inconscientes, continuam presentes e tendem a aparecer de forma disfarçada (sonhos, atos falhos, lapsos de linguagem etc.).
Sublimação
Em função das restrições do superego, a pulsão é transferida para outras atividades socialmente valorizadas. Um homem pode encontrar satisfação para seus impulsos agressivos tornando-se um lutador, um jogador de futebol ou até mesmo um cirurgião.
 
Para Freud, as obras de arte, as ciências, a religião, as invenções, as ações políticas, a literatura e as obras teatrais são sublimações, ou modos de substituição, do desejo sexual.
Formação reativa
Tendências consideradas inaceitáveis, que fazem com que a pessoa apresente comportamentos opostos às pulsões. Assim, uma pessoa pode ser demasiado amável e atenta com alguém que odeia ou demonstrar uma excessiva caridade para esconder um sadismo latente.
 
Uma pessoa submissa e dócil pode esconder um desejo violento de domínio. Uma pessoa extremamente moralista teria desejos totalmente libidinosos. Os homofóbicos teriam desejos homossexuais.
Racionalização
Encontrar razões lógicas ou aceitáveis do ponto de vista moral para justificar comportamentos duvidosos.
Exemplo: estudante cria o hábito de colar nas provas dizendo, para se justificar, que não teve tempo de estudar.
Isolamento
Consiste em retirar a emoção que acompanha pensamentos ou experiências desagradáveis. 
Exemplo: contar que foi estuprada com total indiferença.
Desenvolvimento
Segundo Freud, a maioria dos aspectos significativos da personalidade no adulto são formados nos primeiros cinco anos, do desenvolvimento psicossexual.
 
Nos Três ensaios sobre a sexualidade, Freud postulou o processo de desenvolvimento psicossexual, segundo o qual o corpo é erotizado, isto é, torna-se fonte de prazer. Em cada fase do desenvolvimento, o prazer localiza-se em uma parte específica do corpo chamada zona erógena.
Em cada fase observa-se um momento crítico e fundamental para o desenvolvimento. A forma de lidar com esses momentos pode representar um desenvolvimento contínuo ou a fixação naquela fase.
 
Freud usa o termo fixação para descrever o que ocorre quando uma pessoa permanece em uma determinada fase, e a busca de satisfação se mantém naquela parte do corpo. O direcionamento da libido em cada estágio, a gratificação e a experiência emocional da criança estabelecem a estruturação da personalidade futura.
Fase oral (1º ano de vida)
A zona de erotização é a boca. O prazer está ligado à ingestão de alimentos e à excitação da mucosa e dos lábios, e por isso, a criança leva tudo à boca.
 
A pulsão básica do bebê é receber alimento para atenuar as tensões de fome e sede. Enquanto é alimentada, a criança é também acalentada e acariciada. Desta forma, ela associa prazer e redução da tensão à amamentação.
O momento crítico é a dentição. No início da fase oral, a criança é passiva, e a forma com que a mãe lida com a amamentação e o dente do bebê é significativa para o desenvolvimento emocional deste, especialmente a sua forma de lidar com a agressividade.
 
É comum que alguma energia permaneça fixada na boca. Em adultos, observa-se a manutenção no prazer oral em comportamentos tais como: comer, chupar, lamber, beijar, beber, falar, fumar, roer unha etc. Esses comportamentos em excesso podem representar fixação na fase oral, pessoas cuja maturaçãopsicológica pode não ter se desenvolvido.
Fase anal (2º ano de vida)
A zona de erotização é o ânus, relacionado à questão do controle dos esfíncteres (anal e uretral). Este controle revela-se um ponto crítico nesta fase do desenvolvimento. Geralmente no segundo ano, as crianças aprendem a controlar os esfíncteres anais e a bexiga. A obtenção do controle fisiológico é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer.
 
As crianças aprendem que o crescente nível de controle lhes traz atenção e elogios por parte de seus pais. O interesse dos pais no treinamento da higiene permite à criança exigir atenção tanto pelo controle bem-sucedido quanto pelas dificuldades. A criança inicialmente gosta de observar suas fezes na privada, na hora de dar a descarga, e às vezes dizem-lhes adeus. Não é raro uma criança oferecer como presente a seu pai ou mãe parte de suas fezes.
 
Tendo sido elogiada por produzi-las, a criança pode surpreender-se ou confundir-se no caso de seus pais reagirem ao presente com repugnância. O treino da higiene é muito significativo no desenvolvimento emocional da criança. Características adultas que estão associadas à fase anal são ordem e obstinação. A fixação caracteriza-se por rituais compulsivos, excesso de controle, avareza etc.
Fase fálica
Acontece entre os 3 e 5 anos de idade. Segundo Freud, essa fase é caracterizada pelo período em que a criança se dá conta das diferenças sexuais. Nesta fase, acontece o que Fred chama de complexo de Édipo, e é em torno dele que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo.
Complexo de Édipo
No complexo de Édipo, a mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai (ou a figura masculina que o represente) é percebido como o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Esta fase caracteriza-se pelo desejo da criança de ir para a cama de seus pais e pelo ciúme da atenção que seus pais dão um ao outro, em vez de dá-la a ela.
Freud denominou a situação complexo de Édipo baseado na tragédia de Sófocles “Édipo Rei”. Segundo este, Édipo, tentando fugir do seu destino, mata seu pai (desconhecendo sua verdadeira identidade) e, mais tarde, casa-se com a mãe. Quando finalmente descobre o que tinha acontecido, Édipo arranca seus olhos.
Freud acreditava que todo menino revive um drama interno similar: ele deseja possuir sua mãe e matar seu pai. Ele também teme seu pai e receia ser castrado por ele.
Para as meninas, o problema é similar, mas na sua expressão e solução, tomam um rumo diferente. Nelas, a constatação da diferença sexual produz o surgimento da “inveja do pênis” e o consequente ressentimento para com a mãe (também castrada).
 
A menina deseja seu pai e vê sua mãe como a maior rival. Enquanto os meninos reprimem seus sentimentos, em parte pelo medo da castração, a necessidade da menina de reprimir seus desejos é menor, em função de já se perceber castrada.
 
Segundo Freud, essa diferença em intensidade permite às mulheres permanecer nesta rivalidade (situação edipiana) por um tempo indeterminado. Jung utiliza o termo "Complexo de Electra" para essa experiência feminina, baseando-se no mito grego de Eletra, filha de Agamenon. Porém, Freud rejeitava o uso de tal termo e preferiu usar complexo de Édipo para ambos os sexos.
Solução do complexo de Édipo
O menino resolve o complexo de Édipo procurando assemelhar-se ao pai, na esperança de um dia ter o amor que o pai recebe. Escolhe-o como modelo de comportamento e passa a internalizar as regras e as normas sociais impostas pela autoridade paterna (forma-se assim o superego).
 
Neste sentido, o superego é o herdeiro da resolução do complexo de Édipo. Por medo do pai, o menino “desiste” da mãe, isto é, o desejo pela mãe é substituído pelo interesse no mundo social e cultural. Inicia-se o uso da sublimação como mecanismo de defesa.
Este mesmo processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação.
Um tempo em que os desejos sexuais da fase são recalcados com sucesso, pelo superego. Durante ele, o desejo sexual torna-se inconsciente. Nesse período da vida, depois que a primeira eflorescência da sexualidade feneceu, surgem experiências como vergonha, repulsa e moralidade, resultado da relação.
A fase final do desenvolvimento biológico e psicológico ocorre com o início da puberdade e o retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais. Neste momento, meninos e meninas tornam-se conscientes de suas identidades sexuais distintas e passam a buscar formas de satisfazer suas necessidades e conseguem amar e trabalhar.
Aula 5:Teoria behaviorista – condicionamento clássico e operante
O reflexo condicionado foi descoberto acidentalmente. Influenciado pela teoria da evolução de Darwin, Pavlov realizava experimentos com cães. Ele abria uma fístula próxima à glândula salivar dos cães, por onde passava uma cânula que recolhia a saliva produzida pelo animal. O cachorro secretava saliva involuntariamente sempre que recebia comida na boca.
Este método permitiu a observação, a medição e quantificação do material colhido. Pavlov percebeu que a saliva era secretada mesmo antes de o animal receber a comida. Os cães salivavam ao ver a comida ou ouvir som dos passos do assistente que os alimentava. Pavlov descobriu que o animal tinha associado a comida ao assistente que lhes trazia a comida.

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