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lei de toxicos -Módulo 01 Tóxicos - Damasio de Jesus

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___________________________________________________________________
CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO I
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Tóxicos – Lei n. 6.368/1976
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Tóxicos – Lei n. 6.368/1976
1. FINALIDADES DA LEI
O exame dos primeiros artigos da Lei n. 6.368/76 evidencia a relevância dada à educação e à participação da sociedade no combate à toxicomania. Como adverte João de Deus Lacerda Menna Barreto, membro da comissão nomeada pelo MJ para os estudos que serviram de base ao projeto de lei, trata-se de um diploma que tem por objetivo, essencialmente, prevenir e, acidentalmente, punir.
Visa-se o combate à toxicomania ou, modernamente, à dependência. Consoante a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a toxicomania é o estado de intoxicação periódico ou crônico, nocivo ao indivíduo e à sociedade, provocado pelo consumo repetido de uma droga, natural ou sintética. 
São características da dependência:
irresistível desejo de continuar consumindo a droga;
tendência contínua a aumentar as doses;
dependência física ou psíquica, ou ambas.
	Em síntese, a dependência é a sujeição do indivíduo às drogas, exposta pela necessidade física e/ou psíquica de ingeri-las.
 	A Lei n. 6.368/76 emprega o termo substância entorpecente. Trata-se, segundo a clássica definição de Di Mattei, de veneno que age eletivamente sobre o córtex cerebral, suscetível de promover agradável ebriedade, de ser ingerido em doses crescentes sem determinar envenenamento agudo ou morte, mas capaz de gerar estado de necessidade tóxica, graves e perigosos distúrbios de abstinência, alterações somáticas e psíquicas, profundas e progressivas�.
	Substância entorpecente, para a Lei n. 6.368/76, tem conceito mais abrangente. A expressão alcança não só as substâncias tranqüilizantes ou sedativas (psicolépticos), mas, também, os antidepressivos (psicoanalépticos) e os alucinógenos (psicodislépticos). Melhor teria sido o emprego do termo psicotrópicos que, quanto aos seus efeitos, dividem-se em psicolépticos, psicoanalépticos e psicodislépticos.
	Entre os psicolépticos, que são os entorpecentes stricto sensu, destacam-se os barbitúricos. Os psicoanalépticos são os estimulantes psíquicos com base em anfetaminas, como enfatiza Vicente Greco Filho. Têm ação oposta à dos barbitúricos, eliminando a fadiga e o sono. Os psicodislépticos são drogas que desestruturam a personalidade. São os conhecidos alucinógenos, responsáveis pela produção de delírios e alucinações. Estão entre eles, por exemplo, a Cannabis sativa, a mescalina (alucinógeno encontrado em certos cactos) e o ácido lisérgico (LSD). Os alucinógenos agem através da supressão do ácido nicotínico e do açúcar do sangue, o que enseja disfunções cerebrais e causam o desfile de desorganizados impulsos do inconsciente�. Todas essas substâncias estão sob a incidência da Lei n. 6.368/76.
2. DA PREVENÇÃO	
	Está disciplinada nos artigos 1.° a 7.° da lei. A prévia abordagem dada pelo legislador bem demonstra a importância do tema e a prevalência que a ela deve ser dada pelo Estado no combate à dependência.	
	Dispõe o art. 1.°:
“É dever de toda pessoa física ou jurídica colaborar na prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.
Par. ún. – As pessoas jurídicas que, quando solicitadas, não prestarem colaboração nos planos governamentais de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica perderão, a juízo do órgão ou do poder competente, auxílios ou subvenções que venham recebendo da União, dos Estados, do Distrito Federal, Territórios e Municípios, bem como de suas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações.
Expressa-se no art. 1.° o dever jurídico imposto às pessoas físicas e jurídicas, deixando em aberto a forma de cooperação no combate ao tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica. 
Para as pessoas jurídicas, a não colaboração implica na perda de auxílio ou subvenção que estejam recebendo do Poder Público. O artigo comentado, todavia, não estabelece para as pessoas físicas sanção pelo descumprimento desse dever preponderantemente moral. Tal fato não retira da norma o seu valor jurídico. Como adverte Vicente Greco Filho, a ausência de sanção transforma a norma de imperativa em exortativa. De qualquer forma, às pessoas jurídicas ou físicas, não há previsão de sanção penal decorrente do descumprimento da norma.
	Art. 2.º :
“Ficam proibidos em todo o território brasileiro o plantio, a cultura, a colheita e a exploração, por particulares, de todas as plantas das quais possa ser extraída substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.
	§ 1.º – As plantas dessa natureza, nativas ou cultivadas, existentes no território nacional, serão destruídas pelas autoridades policiais, ressalvados os casos previstos no parágrafo seguinte.
	§ 2.º – A cultura dessas plantas com fins terapêuticos ou científicos só será permitida mediante prévia autorização das autoridades competentes.
	§ 3.º – Para extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, possuir, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir para qualquer fim substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica ou matéria-prima destinada à sua preparação, é indispensável licença da autoridade sanitária competente, observadas as demais exigências legais.
§ 4.º – Fica dispensada da exigência prevista no parágrafo anterior a aquisição de medicamentos mediante prescrição médica, de acordo com os preceitos legais ou regulamentares.”
	Estabeleceu-se que só as entidades públicas podem plantar, cultivar, colher e explorar plantas das quais possa ser extraída substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, desde que devidamente autorizadas. Frise-se que a Lei n. 8.257/91 previu e regulamentou a expropriação de glebas utilizadas em culturas ilegais de plantas psicotrópicas, sem qualquer indenização ao proprietário e sem o prejuízo das sanções penais decorrentes de seu comportamento. Essas glebas serão destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios ou medicamentosos (art. 1.° da Lei n. 8.257/91). 
Art. 4.º:
“Os dirigentes de estabelecimentos de ensino ou hospitalares, ou de entidades sociais, culturais, recreativas, esportivas ou beneficentes, adotarão, de comum acordo e sob a orientação técnica de autoridades especializadas, todas as medidas necessárias à prevenção do tráfico ilícito e do uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, nos recintos ou imediações de suas atividades.
Par. ún.. – A não-observância do disposto neste artigo implicará a responsabilidade penal e administrativa dos referidos dirigentes.”
	No que concerne à responsabilidade administrativa, não se vislumbram grandes dificuldades, desde que se tratem de estabelecimentos públicos, porquanto seus dirigentes estão sujeitos ao cumprimento das normas legais. Quanto aos estabelecimentos particulares, entretanto, há dificuldades para a aplicação do art. 4.°. Tratando-se de estabelecimentos de ensino privados, estando sujeitos à fiscalização do Poder Público, poderia ser cassada a autorização de funcionamento, como sugere Vicente Greco. Outras estariam sujeitas a uma ação de dissolução de sociedade civil, proposta pelo MP.
	No campo penal, nota-se a completa impropriedade do dispositivo. Isso decorre da ausência de descrição da conduta típica. Os referidos dirigentes dos estabelecimentos apontados no art. 4.° poderão, no entanto,responder a título de co-autoria ou participação mediante omissão nos delitos previstos na Lei n. 6.368/76, desde que se enfatize que deviam e podiam agir para impedir o resultado. A obrigação de agir estaria, por si só, estabelecida pelo disposto no art. 1.° da Lei Antitóxicos, i. e., no dever de toda a pessoa, física ou jurídica, colaborar no combate ao tráfico ilícito ou uso indevido de substâncias entorpecentes.
3. DO TRATAMENTO E DA RECUPERAÇÃO
Os artigos 8.° a 11 (Capítulo II da Lei Antitóxicos) ocupam-se do dependente, submetendo-lhe às medidas neles previstas. Frise-se que estão abrangidos quaisquer dependentes, tenham ou não praticado infração penal.
Art. 10:
“O tratamento sob regime de internação hospitalar será obrigatório quando o quadro clínico do dependente ou a natureza de suas manifestações psicopatológicas assim o exigirem.
§ 1.º – Quando verificada a desnecessidade de internação, o dependente será submetido a tratamento em regime extra-hospitalar, com assistência do serviço social competente.
	§ 2.º – Os estabelecimentos hospitalares e clínicas, oficiais ou particulares, que receberem dependentes para tratamento, encaminharão à repartição competente, até o dia 10 de cada mês, mapa estatístico dos casos atendidos durante o mês anterior, com a indicação do código da doença, segundo a classificação aprovada pela Organização Mundial de Saúde, dispensada a menção do nome do paciente.”
 
	Destaca-se, desde logo, a mudança de rumo tomada pela vigente Lei Antitóxicos. Trata-se da possibilidade de tratamento do dependente sem a internação, com a assistência do serviço social. Esse tratamento extra-hospitalar era expressamente vedado pelo Dec.-lei n. 891/38.
	Segundo o caput do art. 10, o regime de internação só será obrigatório quando o quadro clínico do dependente ou a natureza de suas manifestações psicopatológicas assim o exigirem. Cuidando-se de dependente que não praticou infração penal, a solução apontada por Vicente Greco estaria na aplicação ao art. 29 do Dec.-lei n. 891/38. Esse dispositivo dá ao MP a possibilidade de requerer ao Juiz a internação do toxicômano, tal como o faz nos casos de loucura furiosa, devendo provar a necessidade do regime de internação. A conclusão da perícia médica, que indicará a melhor forma de tratamento, sem caráter vinculativo, orientará a decisão judicial.
	Art. 11:
“Ao dependente que, em razão da prática de qualquer infração penal, for imposta pena privativa de liberdade ou medida de segurança detentiva, será dispensado tratamento em ambulatório interno do sistema penitenciário onde estiver cumprindo a sanção respectiva.
	O disposto no artigo acima transcrito é aplicado aos condenados dependentes presos, inclusive aos semi-imputáveis por dependência de drogas ilegais. A estes últimos impõe-se, sem possibilidade de conversão em tratamento, a pena privativa de liberdade. Como tem o Estado o dever de submetê-los a tratamento, a solução será dispensá-lo no ambulatório interno do estabelecimento carcerário.
	Ao inimputável é obrigatória a absolvição, aplicando-se o tratamento previsto no art. 29 da Lei Antitóxicos.
� GREGO FILHO, Vicente. Tóxicos: Prevenção e Repressão. 11.ª ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
� Ib. Op. cit.
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