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Deontologia Jurídica Professor Roberto Morgado TÓPICOS DA AULA 04 • CED – orientações gerais • Honorários Advocatícios • CED – Processo Disciplinar • CED - Publicidade Código de Ética e Disciplina Regras Gerais O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerce. Deve ainda ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização, sendo vedado o oferecimento de serviços profissionais que impliquem, direta ou indiretamente, inculcação ou captação de clientela DEVERES DO ADVOGADO HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Código de Ética e Disciplina arts.35 a 43 Estatuto da Advocacia e da OAB Arts.22 a 26 O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil prevê em seu art.22 três tipos de honorários CONVENCIONADOS FIXADOS POR ARBITRAMENTO JUDICIAL DECORRENTES DA SUCUMBENCIA A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. Só podem ser cobrados honorários por: •Advogados •Sociedades de Advogados. O exercício da advocacia exige exclusividade na atuação e qualquer Empresa mercantil não está apta a praticar atos privativos de advogado. Empresa de cobrança não pode cobrar honorários advocatícios de devedor; nem pode praticar advocacia sob pena de exercício ilegal de profissão. O advogado está impedido de a ela se associar sob pena de incorrer nas sanções estatutárias e disciplinares A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. HONORÁRIOS CONVENCIONADOS Honorários convencionados podem ser entendidos como os que foram acordados entre o cliente e o advogado. A recomendação da Ordem dos Advogados do Brasil e que sejam feitos por escrito, devendo sempre ser fixados com moderação, observados os seguintes elementos, elencados no art.36 do Código de Ética e Disciplina CONTRATAÇÃO VERBAL Não existe obrigatoriedade de contrato escrito entre o advogado e seu cliente para prestação de serviços jurídico, não imposta ao advogado o disposto no art. 35 do Código de Ética, vez que mera recomendação. . ALTERAÇÃO DO CONTRATO Os honorários advocatícios e sua eventual correção. bem como sua majoração decorrente do aumento dos atos judiciais que advierem como necessários, devem ser previstos em contrato escrito, qualquer que seja o objeto e o meio da prestação do serviço profissional, contendo todas as especificações e forma de pagamento, inclusive no caso de acordo. Na elaboração do contrato de honorários advocatícios, deve-se observar a TABELA DE HONORARIOS MÍNIMOS, fixada pelos Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil. A redução dos valores constantes da tabela somente é tolerada após prévia análise do Tribunal de Ética e Disciplina CED, Art. 41. O advogado deve evitar o aviltamento de valores dos serviços profissionais, não os fixando de forma irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela tabela de Honorários, salvo motivo plenamente justificável. Código de Ética e Disciplina Art. 36. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes: I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; II - o trabalho e o tempo necessários; III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço profissional; V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente avulso, habitual ou permanente; VI - o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do domicílio do advogado; VII - a competência e o renome do profissional; VIII – a praxe do foro sobre trabalhos análogos QUOTA LITIS X DATIO IN SOLUTIO Art. 38. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos de honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas em favor do constituinte ou do cliente. Art.38, Parágrafo único. A participação do advogado em bens particulares de cliente, comprovadamente sem condições pecuniárias, só é tolerada em caráter excepcional, e desde que contratada por escrito. COBRANÇA e EXECUÇÃO Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado, contado o prazo: I - do vencimento do contrato, se houver; II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar; III - da ultimação do serviço extrajudicial; IV - da desistência ou transação; V - da renúncia ou revogação do mandato. Art. 25-A. Prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele (art. 34, XXI). O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar antecipadamente seus honorários com o substabelecente. Advogado tem direito a executar autonomamente os honorários fixados em condenação; ainda que o cliente faça acordo sem sua aquiescência. Há uma verdadeira Ação Acessória. Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o Juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.(EAOAB, art.22,§ 4º) Art. 24 - A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. §1º - A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe Convier. §2º - Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou representantes legais. §4º - o acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por sentença Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final HONORÁRIOS FIXADOS POR ARBITRAMENTO JUDICIAL Havendo necessidade de arbitramento e cobrança judicial dos honorários advocatícios, deve o advogado renunciar ao patrocínio da causa, fazendo-se representar por um colega. Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneraçãocompatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA Os honorários da sucumbência não excluem os contratados, porém devem ser levados em conta no acerto final com o cliente ou constituinte, tendo sempre presente o que foi ajustado na aceitação da causa. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, bem como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente, em face do serviço efetivamente prestado. Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina mediar e conciliar nas questões que envolvam partilha de honorários contratados em conjunto ou mediante substabelecimento, ou decorrente de sucumbência; STF HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA * Artigo 21 - Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados. Parágrafo único - Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo. Sobre o caput do artigo 21, a Corte julgou procedente em parte para dar interpretação conforme a Constituição Federal , podendo haver estipulação em contrário sobre os honorários da sucumbência. Em relação ao parágrafo único julgando a ação procedente em parte para dar interpretação conforme a Constituição. * Artigo 24 (...) § 3º - É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência. Por unanimidade, os ministros julgaram este dispositivo inconstitucional, dando interpretação conforme a Constituição Federal. Eles seguiram o voto do ministro Maurício Corrêa segundo a qual o advogado da parte vencedora poderá negociar a verba honorária da sucumbência com seu cliente. PROCESSO DISCIPLINAR Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina •orientar e aconselhar sobre ética profissional, respondendo às consultas em tese •julgar os processos disciplinares. mediar e conciliar nas questões que envolvam: a) dúvidas e pendências entre advogados; b) partilha de honorários contratados em conjunto ou mediante substabelecimento, ou decorrente de sucumbência; c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de advogados. INSTAURAÇÃO •O processo disciplinar é instaurado perante o Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração. •A instauração do processo disciplinar está subordinada ao juízo de admissibilidade. •A instauração do processo disciplinar pode se dar de ofício ou mediante representação do interessado ou autoridade. •A representação contra Presidente do Conselho Seccional é processada e julgada pelo Conselho Federal.. JUSTIÇA COMUM e OAB •a absolvição do advogado perante a Justiça Comum, NÃO IMPORTA no arquivamento do Processo Disciplinar. •a jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes. PRAZOS – DEFESA PRÉVIA e RAZÕES FINAIS O prazo para apresentação de defesa prévia é de 15 (quinze) dias. Concluída a instrução do processo, será aberto prazo sucessivo de 15(quinze) dias para apresentação de razões finais. O termo inicial do prazo prescricional para o processo disciplinar é a data da constatação oficial do fato, assim considerado o momento em que se dá a instauração do processo disciplinar. EFEITO SUSPENSIVO DO RECURSO Todo Recurso interposto em face de decisão do TED tem EFEITO SUSPENSIVO, EXCETO O QUE DETERMINAR A SUSPENSÃO PREVENTIVA. REABILITAÇÃO é permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação em face de provas efetivas de bom comportamento. ARQUIVAMENTO O relator pode pedir o arquivamento, antes ou após a defesa prévia e se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento da liminar da representação, este deve ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para determinar o seu arquivamento. EFEITOS DA SUSPENSÃO PARA EXERCÍCIO DA ATIVIDADE a suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, EM TODO O PAÍS e não tão somente na base territorial onde tenha ocorrido a infração. PUBLICIDADE DA ADVOCACIA Prov. 94/00 e CED www.morgadodeontologia.blogspot.com 56 www.morgadodeontologia.blogspot.com 57 Art. 5º. São admitidos como veículos de informação publicitária da advocacia: a) Internet, fax, correio eletrônico e outros meios de comunicação semelhantes; b) revistas, folhetos, jornais, boletins e qualquer outro tipo de imprensa escrita; c) placa de identificação do escritório; d) papéis de petições, de recados e de cartas, envelopes e pastas. Parágrafo único. As páginas mantidas nos meios eletrônicos de comunicação podem fornecer informações a respeito de eventos, de conferências e outras de conteúdo jurídico, úteis à orientação geral, contanto que estas últimas não envolvam casos concretos nem mencionem clientes. www.morgadodeontologia.blogspot.com 58 Art. 6º. Não são admitidos como veículos de publicidade da advocacia: a) rádio e televisão; b) painéis de propaganda, anúncios luminosos e quaisquer outros meios de publicidade em vias públicas; c) cartas circulares e panfletos distribuídos ao público; d) oferta de serviços mediante intermediários. www.morgadodeontologia.blogspot.com 59 Art. 3º. São meios lícitos de publicidade da advocacia: a) a utilização de cartões de visita e de apresentação do escritório, contendo, exclusivamente, informações objetivas; b) a placa identificativa do escritório, afixada no local onde se encontra instalado; c) o anúncio do escritório em listas de telefone e análogas; d) a comunicação de mudança de endereço e de alteração de outros dados de identificação do escritório nos diversos meios de comunicação escrita, assim como por meio de mala-direta aos colegas e aos clientes cadastrados; e) a menção da condição de advogado e, se for o caso, do ramo de atuação, em anuários profissionais, nacionais ou estrangeiros; f) a divulgação das informações objetivas, relativas ao advogado ou à sociedade de advogados, com modicidade, nos meios de comunicação escrita e eletrônica. www.morgadodeontologia.blogspot.com 60 Art. 4º. Não são permitidos ao advogado em qualquer publicidade relativa à advocacia: a) menção a clientes ou a assuntos profissionais e a demandas sob seu patrocínio; b) referência, direta ou indireta, a qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido; c) emprego de orações ou expressões persuasivas, de auto-engrande-cimento ou de comparação; d) divulgação de valores dos serviços, sua gratuidade ou forma de pagamento; e) oferta de serviços em relação a casos concretos e qualquer convocação para postulação de interesses nas vias judiciais ou administrativas; f) veiculação do exercício da advocacia em conjunto com outra atividade; g) informações sobre as dimensões, qualidades ou estrutura do escritório; h) informações errôneas ou enganosas; i) promessa de resultados ou indução do resultado com dispensa de pagamento de honorários; j) menção a título acadêmico não reconhecido;k) emprego de fotografias e ilustrações, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia; l) utilização de meios promocionais típicos de atividade mercantil. www.morgadodeontologia.blogspot.com 61 www.morgadodeontologia.blogspot.com 62 www.morgadodeontologia.blogspot.com 63 www.morgadodeontologia.blogspot.com 64 www.morgadodeontologia.blogspot.com 65 www.morgadodeontologia.blogspot.com 66 www.morgadodeontologia.blogspot.com 67 Tópicos da Disciplina • ATOS PRIVATIVOS • ATIVIDADE DA ADVOCACIA • TIPOS DE ADVOGADOS • MANDATO • DIREITOS DOS ADVOGADOS • INSCRIÇÃO • INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO • SOCIEDADES DE ADVOGADOS • HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS I • NFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES • OAB-ESTRUTURA,COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIA • PROCESSO DISCIPLINAR • CED-NORMAS GERAIS • CED-SIGILO PROFISSIONAL • CED-PUBLICIDADE DA ADVOCACIA www.morgadodeontologia.blogspot.com 68 DEONTOLOGIA JURÍDICA rnmorgado@hotmail.com www.morgadodeontologia.blogspot.com www.morgadodeontologia.blogspot.com 69
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