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PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
O termo princípio possui mais de um significado. Num deles, indica o começo ou o início de alguma coisa. É o sentido comum ou ordinário. Não é com tal significado que a Constituição Federal o emprega. Ali está exprimindo o alicerce, a base ou a estrutura de todo o sistema tributário brasileiro ou, por palavras conhecidas, “o mandamento nuclear do sistema” (Celso Antônio Bandeira de Melo), porque o princípio é o que dá “fundamento” ao sistema.
A competência tributária concedida pela Constituição aos entes tributantes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), não é ilimitada, encontra limites no próprio texto da Carta Magna. O constituinte, ao eleger determinados valores como mais relevantes dentro do texto constitucional, como por exemplo os direitos e garantias individuais, estabeleceu, principalmente no capítulo relativo ao Sistema Tributário Nacional, uma série de princípios e normas que visam assegurar o respeito ao cidadão – contribuinte, fazendo com que o Estado não extrapole na sua função de exigir e arrecadar tributos.
É bom salientar que os limites ao poder de tributar não se resumem aos princípios encontrados na seção "Das Limitações do Poder de Tributar" do STN, no próprio capítulo do Sistema Tributário Nacional e em outros pontos da Constituição Federal encontramos várias normas que têm como efeito a limitação do poder do Estado no campo da tributação, sendo um exemplo disso as imunidades conferidas nos artigos relativos a alguns tributos (como podemos ver nos casos do ICMS e do IPI). Assim, como vamos estudar as limitações do poder de tributar devemos ter em mente que se trata de um conceito bem mais amplo, que foge da simples enumeração dos já conhecidos Princípios Constitucionais Tributários.
Vamos analisar os limites impostos pela Constituição Federal ao poder de tributar, esses limites ora aparecem como vedações absolutas, que constituem as imunidades tributárias, ora aparecem como garantia de proteção aos direitos individuais dos contribuintes, os chamados Princípios Constitucionais Tributários ou Princípios Jurídicos da Tributação.
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
a) Princípio da capacidade contributiva (art. 145, § 1º)
O referido princípio estabelece que, "sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte".
Ao criar um tributo, o legislador deve levar em conta, sempre que possível, a situação particular de cada contribuinte, permitindo com isso que seja realizada a justiça tributária ao não exigir tributo acima do suportável. O princípio da capacidade contributiva é realizado, por exemplo, no imposto de renda, onde existem alíquotas diferenciadas e se permitem várias deduções de acordo com a situação do contribuinte.
b) Princípio da vedação de confisco (art. 150, IV)
O Estado não pode criar tributo com efeito de confisco, ou seja, o tributo não pode ser tão gravoso que atinja de forma exacerbada o patrimônio do contribuinte. Assim, podemos concluir que toda vez que o sujeito passivo estiver sendo tributado em desacordo com o princípio anterior (capacidade contributiva), ou seja, que tal tributação esteja tirando do sujeito passivo quantia além daquela que tem possibilidade de suportar, estaremos diante de um tributo de natureza confiscatória, este, com vedação expressa por preceito Constitucional.
c) Princípio da legalidade ou da reserva legal (art. 150, I)
O texto do art. 150, I da CF estabelece que "é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça". É o princípio da legalidade tributária, que limita a atuação do poder tributante em respeito ao princípio da segurança jurídica. Seria temeroso permitir que a Administração Pública tivesse total liberdade na criação e aumento dos tributos, sem garantia alguma que protegesse os cidadãos contra os possíveis excessos cometidos.
O princípio da legalidade tributária nada mais é que uma reverberação do princípio encontrado no art. 5º, II da CF onde lemos que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei", o constituinte quis deixar bem claro a total submissão dos Entes tributantes ao referido princípio. A lei a que se refere o texto constitucional é lei em sentido estrito (strictu sensu), entendida como norma jurídica aprovada pelo legislativo e sancionada pelo executivo, ao contrário da lei em sentido amplo que se entende como qualquer norma jurídica emanada do estado que obriga a coletividade, assim os tributos só podem ser instituídos ou aumentados através de lei em sentido estrito.
EXCEÇÕES: Na própria CF encontramos algumas exceções em relação ao princípio da legalidade, o Poder Executivo tem liberdade de alterar as alíquotas dos impostos sobre exportação, importação, produtos industrializados e sobre operações financeiras através de decreto. 
IMPORTANTE: Quanto à alteração da base cálculo da tabela do IPVA e do IPTU, o § 1º do art. 97 do CTN, estabelece que: “Equipara-se à majoração do tributo a modificação de sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.” 
Contudo, esclarece o §2º do mesmo artigo: “Não constitui majoração de tributo, para fins do disposto no inciso II deste artigo (somente a lei pode majorar tributos), a atualização do valor monetária da respectiva base de cálculo.
Portanto, a alteração das tabelas de base de cálculo do IPVA e do IPTU, estará sujeitas à submissão ao princípio da legalidade, se o índice aplicado for maior do que a simples correção monetária do período.
É importante frisar que em relação à instituição de tributos não existem exceções, ou seja,todos os tributos devem ser instituído por lei (em sentido estrito).
d) Princípio da anterioridade
Insta salientar, que o princípio em análise, preocupa-se com o momento da efetiva produção de efeitos da lei tributária, portanto, irrelevante o comando de vigência que cada lei carrega consigo, pois, a produção de efeitos estará condicionada à submissão ao princípio da anterioridade, em um de seus três tipos de apresentação Constitucional (do exercício fiscal, nonagesimal ou noventena).
d1) Princípio da anterioridade do exercício fiscal (art. 150, III, b)
Proclama o referido artigo que é vedado aos Entes tributantes cobrar tributo "no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou". Também aqui vemos o desejo de estabelecer a segurança jurídica na relação tributária, o Estado vê-se obrigado a aguardar o início do próximo exercício financeiro para iniciar a cobrança do tributo instituído ou aumentado. Assim, se um tributo tiver sua alíquota aumentada no mês de abril de 2010, só poderá ser cobrado com a nova alíquota a partir 1º de janeiro de 2011.
tal princípio é conhecido como “princípio da não surpresa”, por prestar-se a conceder ao sujeito passivo da relação tributária, tempo hábil para se preparar para suportar uma nova exação ou um aumento de tributo já existente.
EXCEÇÕES: O princípio da anterioridade do exercício fiscal, comporta algumas exceções: importação, exportação, produtos industrializados, operações financeiras, extraordinários de guerra (154,II - CF) e o empréstimo compulsório decorrente de calamidade pública ou guerra externa (148, I – CF) e a CIDE Combustível, podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que foram instituídos ou aumentados.
d2) Princípio da anterioridade nonagesimal (art. 150, III, c – CF)
Considerando o exposto linhas acima, o legislador incluiu através da lei complementar 104/2001, no texto Constitucional a alínea c, no inciso III do art. 150, determinando a anterioridade mínima de 90 dias,a denominada anterioridade nonagesimal, cuja aplicação, presta-se àquelas leis publicadas a menos de noventa dias do início de um novo exercício fiscal.
EXCEÇÕES: O princípio da anterioridade nonagesimal, comporta algumas exceções: importação, exportação, Imposto de renda, operações financeiras, extraordinários de guerra (154,II - CF) e o empréstimo compulsório decorrente de calamidade pública ou guerra externa (148, I – CF) e as bases de cálculos do IPVA e do IPTU, podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que foram instituídos ou aumentados.
d3) Princípio da anterioridade noventena (art. 195, §6º – CF)
Ainda considerando o mesmo motivo, qual seja, evitar a surpresa do sujeito passivo da relação tributária, encontramos no dispositivo supramencionado a anterioridade noventena, a qual, da mesma forma que a nonagesimal, prevê um período mínimo de 90 (noventa) dias de vacância, para que a lei possa produzir seus efeitos. Contudo, sua aplicação restringi-se às leis que versarem sobre Contribuições Sociais, podendo tal período de vacância, ser cumprido em qualquer fase do exercício fiscal, produzindo efeitos até mesmo dentro daquele em que a lei foi publicada, e essa, é a diferença entre a nonagesimal e a noventena. 
 e) Princípio da igualdade ou isonomia tributária (art. 150, II)
A igualdade jurídica dos cidadãos é proclamada no art. 5º, I da CF, que afirma "todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza...", vemos assim que a isonomia ou igualdade tributária não é nada mais que uma confirmação de um princípio constitucional básico: a igualdade de todos perante a lei.
Os poderes tributantes não poderão tratar os iguais de forma desigual, independentemente do nome que tenham os rendimentos, títulos ou direitos dos indivíduos, a lei tributária não poderá ser imposta de forma diferenciada em função de ocupação profissional ou função exercida.
f) Princípio da liberdade de trânsito (art. 150, V)
A CF garante a todos os indivíduos a liberdade de locomoção dentro do território nacional, sendo assim, art. 150, V confirma tal liberdade ao assegurar que não se pode limitar o tráfego de pessoas ou bens através da criação de tributos interestaduais ou intermunicipais, exceto pela cobrança de pedágio, em vias conservadas pelo Poder Público.
g) Princípio da uniformidade da tributação (art. 151, I)
A União não pode criar tributos que impliquem em distinção ou preferência por um Estado, Distrito Federal ou Município, em relação aos demais. Os tributos têm de ser uniformes em todo o território nacional.
Os incentivos fiscais, concedidos através de leis, que visam a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões, são exceções a este princípio (por exemplo, os incentivos fiscais concedidos através da SUDENE).
h) Princípio da uniformidade de tributação entre Estados, DF e Municípios (art. 152).
Nenhum Estado, DF ou Município pode estabelecer tributo ou alíquota de valor diferente sobre bens ou serviços de qualquer natureza, em função de sua origem ou de seu destino.
i) Proibição de tratamento tributário mais oneroso para os Estados, DF e Municípios (art. 151, II).
A União não poderá fixar para os demais Entes da Federação, níveis superiores aos que fixar para si mesma e para seus agentes, impostos incidentes sobre:
Renda das obrigações da dívida pública;
Remuneração e proventos dos agentes públicos.
j) Proibição de isenção heterônoma (art. 151, III).
A União não pode fixar isenções em relação a tributo a cuja competência pertença aos Estados, DF ou aos Municípios. A União só pode conceder isenções relativas a tributos de sua competência.
k) Princípio da irretroatividade (art. 150, III, a)
Não se pode cobrar tributo relativo a situações ocorridas antes do início da vigência da lei que as tenha definido, ou seja, a lei sempre se aplicará a fatos geradores ocorridos após o início da sua vigência.
A regra geral é da irretroatividade da lei, sendo exceção a ocorrência de leis tributárias retroativas, tais como as leis interpretativas, a lei mais benigna, etc.
O artigo art. 106 do CTN se encarregou de elencar as situações em que a lei tributária, por exceção, poderá retroagir. 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Noções gerais:
Incidência: Há incidência quando ocorrer o fato gerador do tributo.
Não-incidência: se dá quando ocorrer fatos não abordados na hipótese de incidência do tributo (fatos tributariamente irrelevantes) ou quando não ocorrerem fatos. Muitas vezes, o legislador traz a não-incidência expressa, mas é apenas um reforço, pois já não haveria incidência tributária caso não estivesse explicitada.
Imunidade: É uma hipótese de não-incidência tributária constitucionalmente qualificada.
Isenção: Para alguns autores, é uma hipótese de não-incidência legalmente qualificada (por lei infra Constitucional). Para outros se trata de uma exclusão do crédito tributário, pois embora tenha ocorrido o fato gerador do tributo (haja incidência), o ente tributante está impedido de constituir e cobrar o crédito tributário.
Para que desapareça uma imunidade, é preciso alterar a Constituição, já para que desapareça uma isenção, basta que a lei concessiva seja revogada.
Alíquota zero: Há incidência, mas o valor a recolher será nulo, em face do cálculo.
Imunidade tributária
Conceito:
Imunidade é uma proteção que a Constituição Federal confere à algumas pessoas, sejam estas, natural ou jurídica. É uma hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada.
As imunidades previstas no artigo 150, I a V da Constituição Federal, em regra, só se aplicam aos impostos, mas não podemos esquecer que existem imunidades espalhadas na Constituição, algumas em relação às taxas e contribuições especiais.
Importante: A imunidade só atinge a obrigação principal, permanecendo assim as obrigações acessórias.
TIPOS DE IMUNIDADES
Imunidade recíproca às pessoas políticas (art. 150, VI, “a” da CF). Extensiva ao patrimônio, renda e serviços das Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (art. 150, §2º da CF).
Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer culto (art. 150, VI, “b” da CF).
Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos empregados, Instituições assistências e educacionais sem fins lucrativos (art. 150, VI, “c” da CF).
Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, “d” da CF).
Imunidades de obras fonográficas, em mídia digital ( art. 150, VI, “e” da CF)
Imunidade recíproca das pessoas políticas:
As pessoas políticas não podem tributar-se reciprocamente por meio de impostos. 
“Sem prejuízo de outras garantias ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir imposto sobre patrimônio renda e serviços uns dos outros” (art. 150, VI, “a” da CF).- Tal imunidade decorre do princípio da isonomia no âmbito político, o qual afirma que as pessoas políticas são iguais.
- Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem.
- Patrimônio, renda e serviços: Devemos fazer uma interpretação extensiva abrangendo todos os impostos, exceto os referentes à produção.
- Pessoas políticas que praticarem atividade econômica regida pelodireito privado: Não serão abrangidas pela imunidade (art. 150, VI, §3º da CF).
- Pessoa políticas que prestarem serviço público em que haja contraprestação: Não serão abrangidas pela imunidade (art. 150, VI, §3º da CF).
Obs.: O adquirente do imóvel das pessoas políticas tem que pagar ITBI.
Extensão da imunidade recíproca - Imunidade do patrimônio, renda e serviços das Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público:
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, renda e serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes 
- Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem.
- Patrimônio, renda e serviços vinculados às finalidades essenciais ou dela decorrentes: Diferentemente das pessoas políticas, basta que o patrimônio, a renda e os serviços não estejam vinculados à finalidade para que não haja imunidade. Nas pessoas políticas a imunidade abrange qualquer patrimônio, renda e serviços.
- Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que praticarem atividade econômica regida pelo direito privado: Não serão abrangidas pela imunidade (art. 150, VI, §3º da CF). Ex: lanchonete dentro de uma autarquia.
- Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que prestarem serviço público em que haja contraprestação ou pagamento de tarifa pelo usuário: Não serão abrangidas pela imunidade (art. 150, VI, §3º da CF).
Obs.: O adquirente do imóvel dessas pessoas tem que pagar ITBI, contudo, tal imunidade é extensiva ao IPTU de imóveis de propriedade destas entidades, mesmo quando locados para terceiros, até mesmo para pessoas naturais. (súmula 724 do STF)
Imunidade religiosa - Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer culto:
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre templos de qualquer culto no que se refere ao patrimônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais (art. 150, VI, “b” e §4º da CF).
- Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem.
Templos de qualquer culto é uma expressão ampla que abrange não só as Igrejas, como também as Lojas maçônicas, Casa do Pastor, Convento, Centro de Formação de Rabinos, Seminários, Casa Paroquial, Imóveis que facilitam o culto, veículos utilizados para atividades pastorais, como o templo móvel e etc. Assim os anexos dos templos também são abrangidos.
Obs.: Apesar do texto da súmula 724 do STF referir-se somente ás Autarquias e Fundações, seus efeitos foram estendidos aos beneficiários da imunidade religiosa.
- Patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais do templo:Tendo em vista que a imunidade tem limites, não alcança atividades desvinculadas do culto (art. 150, §4º da CF).
Ex: Estacionamento da Igreja pode ser tributado por ISS, IPTU, IR, etc. – Entretanto, se a renda for convertida à atividade essencial do templo, tal renda não sofrerá qualquer incidência de imposto.
Imunidade política - Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos empregados, Instituições assistenciais e educacionais sem fins lucrativos.
É vedado às pessoas políticas instituir imposto sobre patrimônio, renda e serviços dos Partidos políticos e suas fundações, Sindicatos de empregados e Instituições assistenciais e educacionais sem fins lucrativos, observados os requisitos apontados na lei (art. 150 III, “c” da CF).
- Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem.
Partidos Políticos: precisam ter registro no Tribunal Superior Eleitoral, ainda que provisório.
Entidades Sindicais: O dispositivo é restrito aos sindicatos dos empregados. As centrais sindicais também estão abrangidas pela imunidade. Ex: CUT.
Instituições assistenciais e educacionais: Não podem ter fins lucrativos.
- Requisitos que devem ser obedecidos pelas instituições assistenciais e educacionais sem fins lucrativos: Cabe à lei complementar apontar os requisitos que devem ser observados, pois a ela compete regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II “a” da CF e 14 do CTN).
Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título (art. 14, I do CTN).
Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção, dos seus objetivos institucionais (art. 14, II do CTN).
Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão (art. 14, III do CTN).
Obs.: Na falta de cumprimento dos requisitos do artigo 14 do Código Tributário Nacional (obrigação acessória), a autoridade competente pode suspender a aplicação do beneficio.
Imunidade cultural - Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão:
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI “d” da CF).
Tal imunidade visa a proteger a liberdade de imprensa e difusão da cultura. Assim, os livros que não se destinam à propagação do pensamento não estão imunes. Ex: livro de ata, livro de bordo, livro de ouro, livro-diário e etc.
- Imunidade objetiva: Como a imunidade é objetiva/material, seus efeitos não se estendem às empresas fabricantes. 
Os outros componentes dos livros (insumos. Ex.: cola, tinta) não são abrangidos pela imunidade, pois a Constituição Federal só mencionou o papel destinado a impressão, excluindo os demais.
Obs.: A súmula 657 do STF, abrange os benefícios desta imunidade, aos filmes e papel fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos
Imunidade musical - Imunidade dos CDs e DVDs de obras musicais, sejam esta, apenas em áudio (CD), ou em áudio e vídeo (DVD).
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos (qualquer imposto) sobre:
Art. 150, VI, alínea e - fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser
Tal imunidade visa garantir a divulgação e aquisição de obras musicais, por preço mais baixos, a fim de promover de forma indireta, combate às falsificações (pirataria).
- Imunidade objetiva: Como a imunidade é objetiva/material, seus efeitos não se estendem às empresas produtoras das obras, somente os CDs e DVDs gozam do benefício da imunidade.. 
IMUNIDADES ESPECÍFICAS PARA IMPOSTOS
A imunidade específica refere-se a um único imposto.
- Imunidade em relação ao IPI
- Imunidade em relação ao ITR
- Imunidade em relação ao ICMS
- Imunidade em relação ao ITBI
Imunidade em relação ao IPI:
O IPI não incide sobre exportações de produtos industrializados (art. 153, §3º, III da CF). O país não deve exportar tributos, mas sim produtos e estes devem chegar ao mercado internacional com condições de competitividade.
Imunidade em relação ao ITR:
O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando o proprietário que as explore não possua outro imóvel (art. 153, §4º, II da CF).
Imunidade em relação ao ICMS:
- O ICMS não incidirá sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatário no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto, cobrado nas operações e prestações anteriores. (art. 155, §2º, X, “a” da CF).
- O ICMS não incidirá sobre operações interestaduais de petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica (art. 155, §2º, X, “b” da CF). Ex: Quando Itaipu vende energia elétrica para São Paulo, não incide ICMS.
A LC 87/96 dispõe que a imunidadesó se restringe ás operações destinadas à comercialização ou à industrialização. Assim, quando as operações interestaduais de petróleo e seus derivados se destinar ao consumidor final, não haverá imunidade.
- ICMS não incide nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, §2º, X, “c” da CF).
- O ICMS não incidirá sobre o ouro quando utilizado como ativo financeiro ou instrumento cambial, mas nesta operação incidirá IOF (art. 153, §5º da CF).
- Com exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (art. 155, §3º da CF).
Imunidade em relação ao ITBI:
- Não incide sobre os direitos reais de garantia incidentes sobre imóveis. (art. 156, II, in fine da CF) Ex: Hipoteca e Anticrese.
- Não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital (art. 156, §2º, I da CF).
- Sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão (reunião de 2 ou mais sociedades para formar uma só), incorporação (absorção por uma ou mais sociedades de uma ou outras), cisão (transferência de parte do patrimônio de uma sociedade anônima a outras já existentes com tal finalidade) ou extinção de pessoa jurídica (art. 156, §2º, I da CF).
Exceção: Se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de imóveis ou arrendamento mercantil, haverá incidência do ITBI (art. 156, §2º, I, da CF). “O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição” (art. 37 do CTN).
São isentas de ITBI as transmissões imobiliárias decorrentes de desapropriações realizadas para fim de reforma agrária. Houve um erro de técnica legislativa, pois na verdade são imunes (art. 184, §5º da CF). Também não incide sobre os bens adquiridos por usucapião, pois é forma originária de aquisição da propriedade.
OUTRAS IMUNIDADES ESPECÍFICAS PARA TAXAS E CONTRIBUIÇÕES
Imunidade em relação às contribuições sociais:
- A contribuição para a seguridade social não incidirá sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência de que trata o art. 201 (art. 195, II da CF).
- São isentas de contribuições sociais para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (art. 195, §7º da CF). Embora mencione a palavra “isentas”, trata-se de imunidade.
Imunidades com relação as taxas:
Ex: direito de petição, certidão de nascimento; certidão de óbito (art. 5º, XXXIV, “a” e “b” da CF).
TRIBUTOS EM ESPÉCIES
A legislação tributária possui uma extensa gama de hipóteses de incidência de tributos. Havendo a incidência de um fato sobre umas dessas hipóteses previstas, nascerá a obrigação tributária.
Conceito de tributo: O Código Tributário Nacional define como sendo tributo "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada".(art. 3º do CTN)
O artigo 5º do CTN menciona como espécies de tributos: impostos taxas e contribuições de melhoria.
No entanto, sob a inteligência dos artigos 148 e 149 do Sistema Tributário Nacional, consubstanciado na Constituição Federal, evidencia-se que há mais duas espécies tributárias, a saber: o empréstimo compulsório e as contribuições especiais. É cediço, que não há consenso na doutrina quanto às classificações.
IDENTIFICANDO AS ESPÉCIES DE TRIBUTO
O artigo 4º do CTN, determina que é irrelevante o nome que se dê ao tributo, e o destino dado à arrecadação, para se determinar com precisão qual o tipo de exação, há de se verificar o fato gerador, portanto, vejamos:
IMPOSTO
Conforme dispositivo do artigo 16 do CTN, o fato gerador do imposto independe de qualquer atividade estatal, assim, o fato gerador do imposto, sempre ocorrerá por ação do sujeito passivo. Portanto, todas as vezes que nos depararmos com um fato gerador de obrigação tributária onde, sua característica principal é a completa ausência de atividade estatal, estaremos diante de um tributo da espécie IMPOSTO.
TAXA
O artigo 77 do CTN preconiza que "as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição".
Importante: para que se configure o fato gerador da taxa, necessário que no serviço prestado sejam encontrados os elementos “específico e divisível”.
Importante: Quanto à utilização, esta poderá ser efetiva, quando se efetivamente se utiliza o serviço OU potencial, quando posto à disposição, o sujeito passivo usa se quiser. 
Este ditame está em consonância com o art.145, II da CF. A título de exemplo, podemos citar as seguintes taxas:
Taxa de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários - CVM (Lei 7.940/89);
Taxa de Licenciamento Anual de Veículo;
Taxa de Utilização do MERCANTE - decreto 5.324/04;
Taxa de Utilização do SISCOMEX;
Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE (Lei 9.718/98);
Taxas do Registro do Comércio - Juntas Comerciais.
Obs.: Vale chamar a atenção para o § 2º do art. 145 da CF, onde diz: “as taxas não poderão ter base de cálculo própria de imposto.”
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
"A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado". (Art. 81)
O notável Professor Geraldo Ataliba define a contribuição de melhoria como "instrumento puro e simples de realização do princípio constitucional e legal que atribui ao poder público a valorização imobiliária causada por obra pública".
Em tese, a contribuição de melhoria, é uma instituição que favorece a justiça social. Além disso, cria recursos impreteríveis ao desenvolvimento da infra estrutura, proporcionando melhora na qualidade de vida aos contribuintes.
OUTRAS CONTRIBUIÇÕES
As diretrizes das contribuições especiais estão na Constituição Federal. O artigo 149 da Carta Magna dispõe:
"Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas" (...).
Segundo Roque Antonio Carrazza "Com a só leitura deste artigo já percebemos que a Constituição Federal prevê três modalidades de ‘contribuições': as interventivas, as corporativas e as sociais. Todas elas têm natureza nitidamente tributária, mesmo porque, com a expressa alusão aos ‘arts. 146, III e 150, I e III, ambos da Constituição Federal, fica óbvio que deverão obedecer ao regime jurídico tributário, isto é, aos princípios que informam a tributação no Brasil.
Como exemplo, as contribuições infra transcritas:
PIS (Programa de Integração Social); PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público); Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho - SAT; Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa - Sebrae -( Lei 8.029/90); Contribuição aoServiço Nacional de Aprendizado Comercial - SENAC - Decreto (Lei 8.621/46).
CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA – CIP ou COSIP.
Esta contribuição foi criada e anexada através do art. 149A à Constituição Federal pela EC 39/2002, e, como seu fato gerador não contém nenhuma semelhança com a Contribuição de melhoria, nem tão pouco com as Contribuições para-fiscais expressas no art. 149, para efeitos didáticos, necessário seu estudo de forma isolada das demais. 
Empréstimos Compulsórios
Por fim, prevê o artigo 148 da CF, que mediante lei complementar, somente a União, excepcionalmente, poderá instituir empréstimos compulsórios, nos casos de: guerra externa, ou sua iminência; calamidade pública ou em caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, ressaltando que tal lei, para que produza seus efeitos, deverá submeter-se ao princípio da anterioridade do exercício fiscal. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS QUANTO OS SEUS OBJETIVOS
Os Tributos podem ser classificados quanto aos objetivos que carregam como: Fiscais, Extra-fiscais e para-fiscais.
Fiscais – São os Tributos cujo único objetivo de sua existência resumi-se a arrecadação.
Extra-fiscais – A extrafiscalidade apresenta-se como um instrumento regulatório da economia, com esse fim, permite ao Ente tributante a manipulação de suas alíquotas para cima ou para baixo conforme a necessidade de fomentar ou inibir determinada atividade econômica. Ex.: redução de IPI para compra de automóveis, fomentando a atividade, ou elevação da alíquota de Imposto de importação como instrumento de reserva de mercado para produtos similares de fabricação nacional.
Parafiscalidade – Os Tributos de natureza para-fiscal, são aqueles cujo objetivo é custear as entidades paraestatais, tais como: CREA, SESI, SENAI, etc...
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Tratados e Convenções Internacionais
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha (art. 98 do CTN).
O conflito entre a lei interna e o tratado resolve-se, pois, a favor da norma especial (do tratado), que excepciona a norma geral (da lei interna), tornando-se indiferente que a norma interna seja anterior ou posterior ao tratado. Este prepondera em ambos os casos porque produz preceito especial, harmonizável com a norma geral (Luciano Amaro).
Apesar da redação final do art. 98 do CTN a jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que após a incorporação do tratado ao direito interno, este adquire posição hierárquica idêntica à de uma lei ordinária, o que possibilita que uma lei ordinária aprovado pela congresso nacional venha a modificá-lo ou revogá-lo (tratado) internamente.
Decretos
O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei (Art. 99 do CTN).
Normas Complementares
São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos (Art. 100 do CTN):
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
Vigência da Legislação Tributária
A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União (Art. 102 do CTN).
Salvo disposição em contrário, entram em vigor (Art. 103 do CTN):
I - os atos administrativos expedidos pelas autoridades administrativas, na data da sua publicação;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na data neles prevista.
APLICAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA 
Ao final do tópico princípios, vimos como exceção à irretroatividade tributária, a aplicação da legislação da lei tributária aos fatos pretéritos (no passado), contudo, para entendermos de forma mais ampla, necessário se faz uma análise da aplicação no futuro e as formas possíveis de interpretação. 
O artigo 105 do CTN dispõe que a lei tributária aplicar-se-á aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116 (fato gerador).
Para entendermos o dispositivo legal supra, é imperioso que se saiba que o fato gerador poderá ocorrer de forma instantânea ou complexiva, assim, quando a lei determina a aplicação no futuro, é fácil visualizar nos fatos ocorridos instantaneamente, tais como:a propriedade de um veículo (IPVA), a propriedade de um imóvel (IPTU), mas, não os complexivos, pois estes, são iniciados antes da publicação e completados após, como ocorre com o fato gerador do IMPOSTO DE RENDA, o qual, ocorre a cada mês de um exercício fiscal (ano), mas, somente é completado com a declaração de ajuste que ocorrerá no exercício subsequente.
INTERPRETAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA
A fim de limitar a aplicação da interpretação da lei em matéria tributária, o legislador achou por bem, estabelecer limites expressos, e o fez nos artigos 107 à 112 do CTN.
Determinam os dispositivos acima, que a lei tributária somente poderá ser interpretada das seguintes formas: pela analogia, pelos princípios gerais de direito tributário, pelos princípios gerais de direito público e pela equidade.
Obs. Nº 1 – Quando a analogia for utilizada para interpretar a lei tributária, o resultado dessa interpretação, não poderá ser a criação de uma nova exação.
Obs. nº 2 – Quanto a equidade for utilizada para interpretar a lei tributária, o resultado dessa interpretação não poderá ser a dispensa de pagamento de um tributo já lançado.
Obs. Nº 3 – Quando a lei tributária versar sobre, suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção ou dispensa de cumprimento de obrigação acessória, a única interpretação possível é a literal.
FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O estudo do fato gerador é de grande importância para o direito tributário. Em linhas gerais o fato gerador é aquele fato hipotético descrito em lei (hipótese de incidência) cuja ocorrência dá origem a obrigação tributária. 
Contudo, é de suma importância saber que fato gerador e hipótese de incidência são coisas distintas: hipótese de incidência é a descrição contida na lei, da situação necessária e suficiente ao surgimento da obrigação tributária; fato gerador é a ocorrência no mundo dos fatos daquilo que está descrito na lei. 
Assim, podemos considerar que a hipótese de incidência está para o direito tributário, da mesma forma que o tipo penal está para o direito penal, ou seja, a hipótese de incidência é o tipo tributário descrito em lei, e que sua prática configura-se com fato gerador da obrigação tributária.
Diz o art. 116, que considera-se ocorrido o fato gerador e existentes seus efeitos:
Tratando-se de situação de fato, no momento em que se verificar as circunstâncias necessárias para que produzam os efeitos;
Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída. 
Importante: o § único do art. 116, é conhecido como “normal geral antielisiva”, pois em seu texto diz: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.”
Obs.: Frise-se que elisão fiscal difere de evasão, este é um ato ilícito, ao passo que aquele, é uma forma lícita de se evitar a ocorrência do fato gerador, a fim de que não se contraia a obrigação tributária. Importante ressaltar, que o dispositivo supra, é uma norma de eficácia contida, pois, pendente de lei. 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A obrigação tributária pode ser principal ou acessória. Assim, teremos um fato gerador para a obrigação principal e outro para a acessória, pois, ao contrário da regra geral em que o acessório acompanham o principal, em direito tributário as obrigações tem vida própria e independente, podendo inclusive, existir uma sem a existência da outra. Ex.: O sujeito passivo do ICMS que goza de uma isenção, não terá contra si, a obrigação principal (PAGAR), ainda assim, terá que emitir nota fiscal registrando a operação, obrigação acessória.
Na obrigação principal o fato gerador é uma situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência, sendo na prática, uma obrigação única e exclusivamente de pagar. O conceito é dado pelo artigo 114 do CTN.
O fato gerador da obrigação acessória é a situação descrita na legislação (lei em sentido amplo) que imponha uma obrigação de fazer ou não fazer algo.
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
A capacidade tributária passiva independe (art. 126 do CTN):
da capacidade civil das pessoas naturais, portanto, adquiri-se a capacidade tributária no momento do nascimento com vida.
De achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios, portanto, permanece capaz, mesmo àquelas pessoas que tiveram limitados os seus direitos civis, tais como: presidiários, interditados, etc...
de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. Ex.: sociedades de fato (aquelas que não existem de direito), camelôs, etc...
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
Para estabelecimento do domicílio tributário, o art. 127 do CTN praticamente repete as disposições expressas no código civil, com algumas poucas modificações, tais como:
- Não sendo possível a aplicação da regra estabelecida em lei, considerar-se-á o local da prática do fato gerador.
- A autoridade administrativa poderá recusar o domicílio eleito pelo sujeito passivo, ante as dificuldade encontradas para fiscalizar ou arrecadar, passando a considerar de forma unilateral, o local da prática do fato gerador.
SUJEIÇÃO NA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA
Como toda relação jurídica, na relação jurídico tributário também são encontrados dois sujeitos, o ativo e o passivo.
SUJEITO ATIVO – Na relação jurídico tributário o sujeito ativo sempre será o Ente tributante, mesmo figurando como Réu em uma lide judicial.
SUJEITO PASSIVO – A sujeição passiva poderá se dar de duas formas: direta ou indireta.
Sujeição passiva direta – Aquela em que o sujeito passivo tem relação pessoal e direta com o fato gerador, nesses casos, o sujeito passivo é denominado de CONTRIBUINTE.
Sujeição passiva indireta – Esta somente poderá ocorrer mediante determinação legal, pois o sujeito passivo de fato, tanto poderá ser substituído por terceira pessoa, como ser transferida sua responsabilidade tributária.
Sujeição passiva indireta por transferência – Esta poderá ocorrer por: solidariedade ou por Responsabilidade.
Sujeição passiva indireta transferida por solidariedade – Para melhor entendermos os efeitos da solidariedade em direito tributário, insta salientar, que sofre uma pequena modificação, levando o interlocutor a imaginar, tratar-se não de obrigação solidária, mas, de obrigação conjunta. Contudo, apesar deste estremecido entendimento, considera-se como sendo uma obrigação solidária, pois então vejamos a situação:
Um imóvel foi adquirido em condomínio por cinco pessoas, entretanto, em um determinado momento, um dos co-proprietários enquadrou-se na quesitação exigida pelo município para gozar do benefício de uma isenção tributária.
Nesta situação hipotética, aquele agraciado pelo benefício fiscal, será excluído da sujeição passiva juntamente com a cota-parte que lhe correspondia, restando o saldo ainda de responsabilidade solidária entre os quatro co-proprietários remanescentes. 
E ai, questiona-se: se a obrigação é solidária, todos devem o todo, portanto, a cota-parte não poderia ser retirada da dívida tributária, pois, tal situação é típica de obrigação conjunta.
E ai, responde-se: é assim que dispõe o artigo 125, II do CTN, e é assim que responderemos se nos for questionado em prova. 
Sujeição passiva indireta transferida por responsabilidade – Nesta modalidade, a responsabilidade do sujeito passivo poderá ser transferida por lei: à terceiros, por cometimento de infrações ou por sucessão.
a) Responsabilidade transferia à terceiros – Neste caso a lei determinará a transferência da responsabilidade da obrigação principal a um terceira pessoa, mesmo que esta, não tenha qualquer relação direto com o fato gerador. O art. 134 do CTN, elenca algumas possibilidades desta ocorrência, ex.: os pais de filhos menores, os tutores, os administradores de bens de terceiros, o síndico da massa falida, os tabeliães, escrivães e os sócios no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
b) Responsabilidade transferida por prática de infrações – Nessa transferência, a lei responsabilizará pessoalmente a pessoa do infrator, quando da ocorrência de prática de infrações conceituadas como crime ou como contravenção penal.
Ressalva-se entretanto, os casos em que o agente tenha praticado o ato no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou tenha agido em cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito.
c) Responsabilidade transferida por sucessão – A transferência por sucessão poderá ser visualizada em três situações distintas: na alienação de bens móveis ou imóveis, na aquisição de bens pela via da sucessão hereditária ou pela sucessão empresarial.
c1) Pela alienação de bens móveis e imóveis – Determina o CTN no art. 130, que os créditos tributários relativos à tributos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, exceção a essa regra, ocorrerá se o adquirente apresentar prova de quitação de tais débitos.
Obs.: Quanto à bens arrematados em hasta pública, o valor arrecadado suportará a totalidade dos débitos existentes.
c2) Pela sucessão hereditária – Os débitos tributários por ventura existentes serão suportados pelo monte hereditário, contudo, o limite temporal para o credor exercer seu direito de cobrança, será o trânsito em julgado da sentença que homologar a partilha.
c3) Pela sucessão empresarial – a pessoa jurídica que resultar de fusão, transformação ou incorporação, responderão pelos créditos tributários constituídos até a data da fusão, incorporação e da transformação. E mais, a pessoa natural ou jurídica que adquirir fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, continuando com a atividade, sob a mesma ou outra razão social, mesma firma ou nome individual, responderá pelos tributos devidos como sucessores da seguinte forma:
Obs.: Notem que a responsabilidade será transferida ao adquirente, porém, esta responsabilidade irá variar entre INTEGRAL e SUBSIDIÁRIA dependendo da situação em que se encontrar o alienante. Para melhor entendimento, abaixo apresentaremos três hipóteses que poderão ocorrer.
Ex. 1 – O alienante transfere o negócio para o adquirente e se afastatotalmente da atividade comercial, neste caso, a responsabilidade do adquirente será INTEGRAL.
Ex. 2 – O alienante transfere o negócio para o adquirente, mas, permanece na atividade comercial com outro estabelecimento, neste caso, a responsabilidade do adquirente será SUBSIDIÁRIA com o alienante.
Ex. 2 – O alienante transfere o negócio para o adquirente, se afasta da atividade, mas, retorna a mesma ou a qualquer outra atividade comercial em menos de 6 meses, neste caso, a responsabilidade do adquirente será SUBSIDIÁRIA com o alienante.
Obs.: Se o retorno do alienante, a qualquer atividade, ocorrer após os 6 meses contados da data da alienação, a responsabilidade do adquirente será INTEGRAL.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
A competência tributária é aquela determinada pela Constituição Federal, esta, dividi-se em: competência legislativa e competência administrativa.
Insta salientar, que a competência legislativa é indelegável, uma vez determinada competência para instituição de um tributo a um Ente federativo, outro não poderá exercê-la. Contudo, a competência administrativa poderá ser delegada como veremos linhas adiante. Frise-se que a competência tributária plena, compreende o exercício da competência legislativa e da competência administrativa pela mesma pessoa política.
A competência está dividida da seguinte forma: competência comum, privativa, residual, extraordinária, cumulativa e exclusiva.
I – Competência comum – Esta competência, como a própria denominação induz, todos os Entes da Federação poderão exercê-la, pois, refere-se a competência para instituir taxas e contribuições de melhorias, portanto, como vimos linhas acima, qualquer dos quatro Entes da Federação que exercer o poder de policia ((fiscalização) ou prestar um serviço específico e divisível, poderá instituir uma taxa correspondente, bem como, aquele que promover um obra pública, valorizando os bens imóveis dos administrados, poderão instituir contribuição de melhoria.
II – Competência privativa – Esta competência refere-se a instituição de impostos, e está determinada de forma expressa na Constituição Federal, portanto, indelegável.
No art. 153 da CF, encontramos elencados os impostos de competência privativa da União, são eles: Imposto de importação (II), de exportação (IE), territorial rural (ITR), de renda (IR), de produto industrializado (IPI), sobre operações financeiras (IOF) e sobre grandes fortunas (IGF).
No art. 155 da CF, encontramos elencados os imposto de competência privativa dos Estados, são eles: Imposto sobre circulação de mercadoria (ICMS), de transmissão causa morte e doação (ITMCD), sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA).
No art. 156 da CF, encontramos elencados os impostos de competência privativa dos Municípios, são eles: Imposto sobre serviço de qualquer natureza (ISSQN), sobre a propriedade territorial urbana (IPTU) e sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI).
Quanto à competência do Distrito Federal, este, exercerá as competência dos Estados e dos Municípios de forma cumulativamente.
III – Competência Residual – Esta competência somente poderá ser exercida pela União, a qual poderá instituir (e neste caso específico entenda-se criar) imposto não compreendido no art. 153 da CF, desde que identifique uma base de cálculo na tributada e que esse novo imposto não seja cumulativo. Importante ressaltar, que o exercício dessa competência está condicionado à lei complementar. 
IV – Competência Extraordinária – Esta competência somente poderá ser exercida pela União, a qual, em razão de guerra ou em sua iminência, poderá instituir para si, imposto de competência de qualquer outro Ente da Federação. Esses impostos são vulgarmente conhecidos como impostos de guerra.
V – Competência Cumulativa – exercem a competência cumulativa, a União e o DF, sendo que deste, já tivemos oportunidade de observar no final do item II, portanto, resta-nos explicar a cumulatividade da União, a qual será exercida nos territórios (caso voltemos a tê-los) da seguinte forma:
1. Se o território não for dividido em município, a União exercerá cumulativamente as competências dos Estados, dos Municípios, além da sua própria.
2. Se o território for dividido em municípios, a União exercerá cumulativamente a competência dos Estados, dela Própria (União) e a competência  municipal será exercida pelos próprios municípios.
VI – Competência Exclusiva – Esta competência, confere à União de forma exclusiva (cabendo exceção) a instituição de Contribuições Sociais, de Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) e as Contribuições de interesse de categorias profissionais (para-fiscais).
Contudo, apesar do art. 149 da CF estabelecer competência exclusiva para União, o seu próprio parágrafo 1º dispõe que, quanto às Contribuições Sociais, os Estados, DF e os Municípios, poderão também instituir para si, a fim de custear seus Institutos previdenciários, ficando bem explícita a exceção.
Obs.: Apesar de estar sub-entendida que a competência para instituir contribuições é de exercício exclusivo da União, o legislador pátrio através da inclusão do art. 149A, conferiu aos Municípios e ao DF, a competência para instituir a Contribuição de Iluminação pública (CIP ou COSIP).
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
Dentre os vários tópicos em estudo, o lançamento ocupa lugar de destaque por sua relevância para o mundo tributário, pois, este é o momento em que o crédito tributário deixa de ser uma mera expectativa de receita, para ser definitivamente constituído em favor do Ente tributante.
Conceito: o art. 142 preceitua que o lançamento é o ato administrativo que constitui o crédito tributário.
Para que ocorra o lançamento, algumas situações necessitam ser esclarecidos, tais como:
Quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeiras, far-se-á a conversão, considerando o câmbio do dia da ocorrência do fato gerador.
O lançamento reportar-se-á à data da ocorrência do fato gerador, regendo-se pela lei então vigente, mesmo que tenha sido posteriormente modificada ou revogada. Contudo, há que se chamar a atenção para o fato de a alteração legal ter ocorrido em lei que normatiza apenas os procedimentos administrativos do lançamento, neste caso, o mencionado ato será praticado respeitando os dispositivos da lei vigente no momento do ato.
Conclusão: nos casos em que a lei altera as condições diretamente ligadas aos direitos e obrigações do sujeito passivo, respeitar-se-á, por uma questão de direito adquirido, os dispositivo da lei em vigor no dia do fato gerador, porém, se a lei alterada, versar apenas sobre procedimentos administrativos, sem que modifique qualquer direito do sujeito passivo, esta poderá ser utilizada para realizar o ato.
Uma vez efetuado o lançamento, este, somente poderá ser alterado por: 
1. Impugnação do sujeito passivo – Em caso de discordância, seja de natureza material ou formal, o procedimento de impugnação será na seara administrativa o caminho indicado para fins de sua alteração.
2. Recurso de Ofício – Nos casos em que a autoridade administrativa julgar procedente o pedido de impugnação do sujeito passivo, esta, deverá devolver o processo administrativo para novo julgamento ao conselho de contribuinte, esta modalidade, é conhecida como reexame necessário administrativo.
3. Iniciativa de ofício da autoridade administrativa – Apesar da semelhança à 1ª vista com a opção anterior, esta, nada tem à ver com o reexame necessário daquela, nesta opção de alterabilidade do lançamento, está-se referindo à possibilidade do ato ser revogado de ofício pela autoridade que o praticou.
Modalidades de Lançamento: Os lançamento poderão ocorrer de três formas, variando em função da participação do sujeito passivo, ou seja:
Lançamento de oficio: É o lançamento no qual a autoridade Fiscal realiza todos os atos ligados a verificação da ocorrencia do fato gerador, determinação do sujeito passivo, base de cálculo, aliquota visando a aferição do ‘quantum’a ser pago pelo sujeito passivo, sem qualquer participação deste para realização do ato (Individualização da obrigação tributária). Ex. IPTU 
Lançamento por declaração ou lançamento misto: É o lançamento onde há participação do sujeito ativo e do passivo, este, prestando informações para o lançamento ser efetivado pela autoridade administrativa (147 CTN). Ex: Imposto de Importação – para que se possa proceder o lançamento, o sujeito ativo necessita de infomações, sem as quais, impossível a pratica do ato, tais como: tipo de mercadoria, quantidade, valor, etc...
Neste tipo de lançamento, o sujeito passivo presta algumas infomações ao sujeito ativo, que somadas as infomações de que já tem posse, constitui o crédito tributário.
Vale ressaltar, que o lançamento poderá se dar a partir de duas formas de base de cálculo, ad valorem ou por uma medida específica.
1. Ad valorem (sobre o valor) – Nesta modalidade o Ente tributante aplicará uma alíquota pré-estabelecida em uma base de cálculo determinada pelo valor declarado.
Medida específica – Nesta modalidade, o Ente tributante considerará uma medida do tipo: tonelada, metro, etc..., tributando com uma tabela de referencia, ou seja, ex.: X reais para cada tonelada de minério de ferro.
Obs.: em hipótese alguma, serão utilizadas as duas formas concomitantemente.
Lançamento por homologação: É o lançamento no qual o sujeito passivo realiza todos os atos instumentais, cabendo a autoridade fiscal ratificar/convalidar estes. (A maioria dos tributos hoje em dia, são lançados por homologação, por uma questão de economia ao Fisco). 
O Lançamento por homologação é uma prática fixada em lei, e, caso o sujeito passivo não o realize no prazo previsto em lei, passa a fazenda ter o direito de lançar de ofício.
Após a ocorrencia do fato gerador o contribuinte deve declarar e pagar antecipadamente, neste caso, o lançamento ficará condicionado a ulterior homologação, a qual, poderá ocorrer de forma expressa ou de forma tácita.
1. Lançamento por homologação de forma expressa – Ocorrerá quando a própria autoridade fiscal comparecer ao estabelecimento do sujeito passivo e após conferir todo o trabalho feito, ratificá-lo com a homologação de forma expressa.
2. Lançamento de forma tácita: Ocorrerá no último dia do 5º ano, a contar do dia do fato gerador, portanto, tal forma de lançamento depende da omissão do Ente tributante, pois, se no prazo estabelecido por lei não houver qualquer manifestação do sujeito ativo, considerar-se-á lançado.
Obs.: Entende o STF, que o efetivo lançamento por homologação ocorre no momento da entrega da DCT (Declaração de Créditos Tributários) pelo sujeito passivo, independentemente do efetivo pagamento.
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 175 à 182 - CTN)
Exclusão do crédito tributário: é o impedimento da sua constituição. Com a exclusão se evita que o crédito tributário seja constituído. Ocorre o fato gerador, que dá início à obrigação tributária, mas o crédito tributário não chega a ser constituído. Portanto, nesse benefício fiscal, a lei dispensa a exigência da obrigação principal.
Exclui-se o crédito tributário pela: ISENCÃO ou ANISTIA
ISENÇÃO: o efeito da isenção tem conteúdo negativo, fazendo com que a matéria que era tributada, deixe de sêlo, deixando de gerar os efeitos da tributação. De forma bastante simplificada se poderia dizer que a isenção é uma “dispensa legal”.
Obrigações acessórias: a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias.
Importante: a exclusão do crédito tributário só se dá em razão de lei específica, conforme dispõe o §6º do art. 150 da CF, e, do mesmo modo previsto no art. 97, VI, do CTN, podendo ser concedida por lei ordinária ou complementar.
Quanto ao alcance: a isenção alcança tão-somente os impostos, salvo se a lei do ente tributante a estender a outros tributos, como disposto no art. 177, CTN.
Quanto a duração do favor: A isenção poderá ser concedida por prazo certo ou por prazo indeterminado, salvo se concedida por prazo certo, a lei concessiva de isneção poderá ser revogada a qualquer momento, desde que submetida ao princípio da anterioridade do exercício fiscal. 
Quanto à objetividade: 
a) objetiva, quando é concedida em função do fato gerador da obrigação tributária, objetivamente considerado; 
b) subjetiva, quando é concedida em função de condições pessoais dos seus respectivos destinatários; 
c) mista, quando é concedida tanto em função do fato gerador da obrigação tributária, como em função de aspectos pessoais de seu destinatário.
Quanto à área: 
a) ampla, que se aplicam a todo o território do sujeito ativo; 
b) restritas ou regionais, que se aplicam apenas à determinada região.
Quanto à abrangência: 
a) totais, absoluta ou gerais, quando alcançam todos os tributos; 
b) especiais, relativas ou limitadas, quando incluem apenas determinado tributo.
Quanto à competência: 
a) autônoma, quando concedida pelo sujeito ativo que detêm a competência para instituir. 
b) heterônomas, quando concedida por sujeito ativo diverso do competente.
Obs.: Ressalta-se o princípio da proibição de isenção heterônoma, com dispositivo Constitucional, no inciso III do art. 151.
ANISTIA 
Vitorrio Cassone conceitua a anistia, como o “benefício que visa excluir o crédito tributário na parte relativa à multa aplicada pelo sujeito ativo ao sujeito passivo por infrações cometidas por este anteriormente à vigência da lei que a concedeu”.
A anistia poderá ser concedida em caráter geral ou individual. Quando a anistia não for concedida de forma individual, se dará através de requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão, e despacho fundamentado da autoridade administrativa.
Importante: Da mesma forma que é disposto com relação à isenção também se opera com relação à anistia; o despacho concessivo de anistia de forma individual, não gera direito adquirido, podendo a autoridade administrativa reconsiderar seu ato.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 151 à 155A - CTN)
Art. 151 do CTN - Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I – moratória;
II – o depósito de seu montante integral;
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.
Para efeitos puramente didáticos, inverteremos a ordem determinada pelo art. 151, colocando o parcelamento em segundo lugar.
- Moratória: prorrogação do prazo para pagamento, prevista em lei e mediante acordo entre as partes. Para o gozo deste benefício fiscal, o CTN estabeleceu algumas condições especiais, as quais, estão dispostas entre o art. 152 e 155 do mesmo diploma.
Quando concedida em caráter geral, poderá ser concedida pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do DF e dos Municípios, quando simultâneamente concedida quanto aos tributos de competência Federal e ás obrigações de direito privado.
Quando concedida em caráter individual, assim como em todos os benefícios fiscais, ocorrerá mediante iniciativa do sujeito passivo e despacho fundamentado da autoridade administrativa.
A lei concessiva de moratória poderá abranger aspectos objetivos (espacial, temporal), ou subjetivo (determinado grupo de sujeitos passivos).
Salvo disposição de lei em contrário, a lei concessiva de moratória somente produz efeitos ex tunc, ou seja, somente abrange créditos definitivamente cosntituídos.
A moratória não aproveita atos viciados praticados pelo sujeito passivo.
A concessão de moratória em caráter individual não gera direito adquirido e poderá ser revogada a qualuer momento de ofício, sempre que se apure que o beneficiário não satisfazia oudeixou de satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para concessão do favor fiscal, devendo ser cobrado o crédito acrescido de juros de mora.
Obs.: Note que a incidência de juros de mora, somente ocorrerá nos casos da perda do favor, o que nos leva a deduzir, que durante seu gozo, a moratória exclui os juros. 	
- Parcelamento: Espécie de moratória concedido mediante requerimento da pessoa interessada; Previsto em lei; Implica em confissão de dívida; O não pagamento do parcelamento provoca o vencimento antecipado da dívida confessada e podendo a qualquer momento, ser inscrito em dívida ativa.
Obs.: O parcelamento, salvo disposição de lei em contrário, não exclui os juros.
Obs.: Aplicam-se subsidiariamente ao parcelamento, às disposições expressas para a normatização da moratória. Portanto, as disposições elencadas linhas acima, terão aplicabilidade também para o gozo do benefício do parcelamento.
- Depósito em Montante Integral: Pode ser promovido tanto no processo administrativo, como no processo judicial. Objetiva-se evitar a incidência de multa e juros de mora no caso de derrota em um procedimento litigioso.
- Processo Administrativo: (Impugnação e Recurso voluntário) - As impugnações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do procedimento administrativo tributário, têm a força de sustar a exigibilidade do crédito, ficando, assim, o Poder Público inibido da prática de qualquer ato de cobrança.
- Medida Liminar em Mandado de Segurança: Concedida a liminar, em processo de mandado de segurança impetrado contra ato jurídico administrativo de lançamento tributário, a exigibilidade do ato fica suspensa, de sorte que a Fazenda passa a aguardar a sentença denegatória, ou, então, que a medida venha a ser sustada.
- Conceção de antecipação de Tutela jurisdicional: Da mesma forma que a liminar em MS, uma vez concedida a antecipação de tutela em qualquer ação judicial, esta, terá o poder de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Importante: Nas duas últimas modalidades, deve-se ter em vista, que o ato que suspende a exigibilidade do crédito tributário, é o despacho concessivo, não bastando o simples ajuizamento.
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 156 à 174 - CTN)
- Pagamento: Consciste no ato praticado pelo sujeito passivo direto ou indireto, de entrega ao sujeito ativo da soma em dinheiro decorrente da obrigação tributária;
Quando a lei não dipuser expressamente, o pagamento será efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo.
Quando a lei não fixar prazo para pagamento, o vencimento considerar-se-á 30 dias contados da data da notificação ao sujeito passivo.
O sujeito passivo tem direito independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial de valores indevidamente pagos à título de tributo, seja por erro na identificação do sujeito passivo, seja por pagamento a maior do que o devido.
- Compensação: O CTN admite a compensação de crédito tributário com créditos, líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública,
conforme preceito contido no art. 170-A, CTN, carreado pela LC 104, contudo, tal dispositivo restringe o aproveitamento de crédito contra a Fazenda objeto de contestação judicial pelo contribuintesomente após o trânsito em julgado da sentença;
- Transação: “acordo” permitido por lei, onde as partes, sujeito passivo e sujeito ativo, transigem entre si, conforme os balizamentos estabelecidos em lei.
- Remissão: Este benefício fiscal, presta-se à perdoar a dívida de forma integral, contudo, há que se chamar a atenção para o termo correto, ou seja, remiSSão, e não remiÇão, pois este, significa o resgate da dívida.
- Prescrição: É a perda do direito de ação por parte do sujeito ativo, assim, uma vez constituído o crédito tributário pelo lançamento, a Fazenda Pública tem cinco anos para cobrá-lo.
 
São causas de interrupção do prazo prescricional: 
a) o despacho que determina a citação do devedor; 
b) protesto judicial; 
c) qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
d) qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor;
e) o despacho que determina o arquivamento do processo.
Obs.: Vencido o prazo de 5 anos de permanência do proceso em arquivo, ocorrerá a prescrição intercorrente.
São causas de suspensão da prescrição:
a) a concessão do benefício da moratória;
b) a concessão do benefício do parcelamento;
c) a inscrição em dívida ativa pelo período máximo de 180 dias;
o despacho que abre vistas à procuradoria, para que dê andamento à execução fiscal pelo período de 1 (um) ano.
- Decadência: Importa a decadência na perda do direito de constituir o crédito tributário, ou seja, de formaliza-lo pelo lançamento. A conseqüência é a inexigibilidade do cumprimento da obrigação principal atraído pela prática do fato gerador. O prazo para a fazenda pública constituir o crédito tributário extingue-se em 05 anos, a contar:
do primeiro dia do exercício seguinte àquele que o lançamento deveria ter sido efetuado;
da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Obs.: Considerando o termo usado pelo dispositivo legal “anulado”, pressupõe-se tratar-se de decisão judicial, assim, teremos a figura da suspensão da decadência durante o transcurso do processo e a figura da interrupção da decadência no caso da decisão ser favorável ao sujeito passivo, desde modo, estaremos diante de uma exceção a regra geral disposta no art. 207, a qual determina a não aplicabilidade à decadência, das regras que suspendem ou interrompem a priscrição.
nos casos de lançamento por homologação, o termo inicial do prazo de decadencial de 05 anos, é o dia da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4°, CTN).
Exceção ocorrerá em caso de dolo, simulação ou fraude, em que o termo inicial passará a ser considerado como o da hipótese prevista no art. 173, I, do CTN.
- Conversão de depósito em renda: o contribuinte pode suspender a exigibilidade do crédito tributário por meio de depósito do montante integral do tributo discutido (art. 151, II, do CTN). Caso a decisão seja favorável ao contribuinte, este poderá levantar o valor depositado. Por outro lado, se a decisão lhe for desfavorável, o depósito será convertido em renda, extinguindo o crédito tributário.
- Pagamento antecipado por homologação: se a lei não fixar prazo diverso para a homologação, ele será de 05 anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado sobre o lançamento efetuado, considera-se homologado, de forma tácita, e extinto o crédito tributário, salvo se comprovado a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, de acordo com o disposto no art. 150, § 4°, CTN.
- Consignação em pagamento: Nesta modalidade de extinção do crédito tributário, devemos atentar para as condições que o CTN determina para sua utilização.
Importante frisar, que em hipótese alguma, poder-se-á discutir os valores lançados contra o sujeito passivo, pois, para dirimir este tipo de conflito entre o sujeito passivo e o ativo, o remédio jurídico seria a ação anulatória. Assim, o art. 164 do CTN determina taxativamente em que situações poderá ser utilizada a ação consignatória como meio de extinção do crédito tributário, são elas.
1. Da recusa de recebimento de um tributo, ou a subordinação deste ao pagamento de outro ou de penalidade, ou até mesmo ao cumprimento de obrigação acessória;
2. Da subordinação do recebimento ao cumprimento de exigência administrativa sem previsão legal.
3. Da exigência, por mais de um sujeito ativo de tributo idêntico sobre a mesma base de cálculo.
Ex.: uma casa localizada na divisa de dois municípios, ambos notificam do lançamento do IPTU, não se podendo determinar qual município tem direito ao tributo, será necessário consignar o pagamentochamando ambos à lide.
- Decisão administrativa irreformável: é a decisão da esfera administrativa que não possa mais ser objeto de ação anulatória. A decisão administrativa anula o lançamento, consequentemente, extinguindo o crédito tributário.
- Decisão judicial transitada em julgada: - A decisão judicial transitada em julgado favorável ao sujeito passivo, tem o poder de extinguir o crédito tributário, entretanto, se desfavorável, esta só extinguirá o crédito, se o juízo estiver garantido por depósito, neste caso, o depósito converte-se em renda, que por sua vez, extingue o crédito tributário.
- Dação em pagamento de bens imóveis: Ocorre a dação em pagamento quando o devedor entrega ao credor coisa diversa de dinheiro, em substituição à prestação devida, visando a extinção da obrigação;
O art. 156, CTN faz referência à dação em pagamento de bens imóveis, na forma prevista em lei. Assim, não será possível a dação em pagamento de bens móveis.
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Os créditos de qualquer natureza são, genericamente, garantidos pelo patrimônio do devedor. Garantias reais ou pessoais melhoram a qualidade do crédito, no sentido que, na hipótese de inadimplemento, dão ao credor maiores condições de satisfazer seu direito.
Mesmo quando inexistam garantias reais ou pessoais, o legislador busca proteger o interesse do credor, ao vedar certas operações do devedor que possam desfalcar o seu patrimônio. Por outro lado, o direito prestigia, com certos institutos(impenhorabilidade, bem da família) determinadas situações jurídicas em que o interesse do credor cede o passo, de tal sorte que a satisfação do seu direito não se pode dar por meio da constrição judicial sobre determinados bens do devedor.
Quando diversos são os credores e o patrimônio do devedor se revela insuficiente para responder por todas as dividas, a regra é a do concurso, com o rateio do produto da execução na proporção do montante dos créditos. Porém, créditos há que, por serem legalmente privilegiados, não se sujeitam ao rateio, sendo pagos preferencialmente, após o que se busca satisfazer os demais credores, tal qual se dá com os créditos trabalhistas.
A preocupação do CTN, tendo em vista que o crédito tributário decorre de imposição legal, foi guarnece-lo de normas protetoras que permitam, na eventualidade de o Fisco ter de recorrer à execução, evitar certos obstáculos que poderiam frustrar a realização do seu direito.
Com esse objetivo, o Código afasta ou excepciona, para fins fiscais, os efeitos legais que normalmente decorreriam de certos institutos do direito privado, define situações de presunção de fraude, em certos negócios operados, em dadas situações, pelo devedor tributário, e outorga vantagens ao credor fiscal, na medida em que ele não se subordina às regras que comandam a realização de créditos de outra natureza.
Os artigos 183 a 193, do CTN disciplinam as garantias e privilégios inerentes ao Crédito Tributário.
As Garantias são os meios jurídicos assecuratórios que cercam o direito subjetivo do Estado de receber a prestação do tributo. Já o Privilégio é a posição de superioridade de que desfruta o crédito tributário com relação aos demais, excetuando-se as decorrentes da legislação do trabalho.
O Art. 183 do CTN estabelece que a enumeração das garantias por ele atribuídas ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em Lei em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram.
Por esse motivo pode, o legislador, federal, estadual ou municipal, estipular determinadas garantias para o crédito tributário, além das garantias estabelecidas e previstas no próprio Código Tributário Nacional.
Conceituamos Garantia como sendo o meio ou modo de assegurar o Direito. As garantias estabelecidas no art. 183 do CTN, somente em relação a essas liberou o legislador, não acontecendo assim com relação aos privilégios, cabendo ressaltar que nem sempre possa distinguir nitidamente uma garantia de um privilégio.
O parágrafo único do art. 183 do CTN prescreve que o fato de ser atribuída ao crédito tributário uma garantia qualquer, real ou fidejussória, não lhe altera a natureza. Ou seja, não deixa de ser Tributário para ser hipotecário, ou cambiário, em função da garantia que lhe tenha sido atribuída.
Todos os bens e rendas de qualquer origem ou natureza do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida respondem pelo crédito tributário. Mesmo os bens hipotecados, ou penhorados, ou de qualquer forma gravados por ônus real, ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, respondem pelo crédito tributário. É irrelevante a data da constituição do ônus ou da cláusula.
Assim, mesmo que o ônus real ou a cláusula de inalienabilidade, ou impenhorabilidade, seja anterior a data de constituição do crédito tributário, o bem onerado responderá pelo crédito tributário. Somente prevalece contra o crédito tributário a impenhorabilidade absoluta decorrente de lei.
Com relação ao conceito de Impenhorabilidade, é a qualidade daquilo que não pode ser penhorado. Pode resultar da Lei ou da Vontade. Resulta-se da vontade, é inoperante em face do credor tributário. Prevalecerá, porém, se resulta da lei.
A título de exemplo podemos destacar: “Quem realiza uma doação, ou um testamento, pode determinar, no instrumento respectivo, que os bens doados, ou a serem herdados, não podem ser alienados pelo donatário, ou herdeiro, ou legatário. Pode também determinar que ditos bens não possam ser objeto de penhora em execução. Essas estipulações não produzem nenhum efeito perante o credor tributário,prevalecem apenas entre os particulares, não contra o fisco.
Não podem ser penhorados, em face o que estipula o art. 649 do Código de Processo Civil:
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - as provisões de alimento e de combustível, necessárias à manutenção do devedor e de sua família durante 1 (um) mês;
III - o anel nupcial e os retratos de família;
IV - os vencimentos dos magistrados, dos professores e dos funcionários públicos, o soldo e os salários, salvo para pagamento de prestação alimentícia;
V - os equipamentos dos militares;
VI - os livros, as máquinas, os utensílios e os instrumentos, necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão;
VII - as pensões, as tenças ou os montepios, percebidos dos cofres públicos, ou de institutos de previdência, bem como os provenientes de liberalidade de terceiro, quando destinados ao sustento do devedor ou da sua família;
 Art. 813 do CC.
VIII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se estas forem penhoradas;
IX - o seguro de vida;
X - o imóvel rural, até um módulo, desde que este seja o único de que disponha o devedor, ressalvada a hipoteca para fins de financiamento agropecuário. (Inciso acrescentado pela Lei n. 7.513, de 9.7.1986).
A impenhorabilidade dos bens acima indicados é absoluta. Eles não podem ser penhorados mesmo quando o executado não disponha de outros bens. Note-se, porém, que a referência, na letra “a” da precedente enumeração, a bens declarados, por ato voluntário, não sujeitos a execução há de ser entendida em harmonia com o disposto no art. 184 do CTN. A impenhorabilidade decorrente de ato de vontade não opera efeitos contra o fisco. A regra do art. 649 do CPC é geral, enquanto a do art. 184 do CTN é especifica. A primeira cuida da impenhorabilidade contra os credores de um modo geral, enquanto a última estabelece uma exceção, admitindo a penhora, quando se trate de crédito tributário, de bens gravados com cláusula de impenhorabilidade.
A sujeição do patrimônio do devedor à satisfação do crédito tributário – a título de exemplo se dá, em regra, com quaisquer créditos, conforme disposto no art. 184, esse dispositivo, amplia essa proteção, ao vincular à satisfação de dividas tributárias mesmo os bens gravados com ônus real.

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