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ESQUISTOSSOMOSE JULIANA PEREIRA ESQUISTOSSOMOSE • Conhecida também como barriga d’água ou doença do caramujo, é uma infecção causada por parasitas do gênero Schistosoma. • Existem seis espécies de Schistosoma, a saber: S. mansoni, S. hematobium, S. intercalatum, S. japonicum, S. malayensis e S. mekongi ESQUISTOSSOMOSE • O parasita causador da esquistossomose no Brasil é o Schistosoma mansoni, um helminto pertencente à classe dos Trematoda, família Schistosomatidae e gênero Schistosoma. • A esquistossomose é endêmica nos Estados de Alagoas, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais. No resto do país a transmissão é pequena, não atingindo grandes áreas. ESQUISTOSSOMOSE CICLO DA ESQUISTOSSOMOSE • O S. mansoni apresenta um hospedeiro intermediário: o caramujo, e um hospedeiro definitivo: o ser humano. • O S. mansoni adulto vive nas veias mesentéricas do homem contaminado, as responsáveis por drenar o sangue dos intestinos, rico em alimentos digeridos, e levá-lo para o fígado. ESQUISTOSSOMOSE • Estando hospedado nas veias, o S. mansoni produz milhares de ovos que conseguem atravessar as paredes dos vasos sanguíneos em direção aos intestinos, sendo, assim, eliminados nas fezes. • A partir deste ponto, duas condições se fazem necessárias para a continuação do ciclo: - A primeira é o contato dos ovos com a água, pois é nesse momento que eles eclodem, liberando o seu embrião, que recebe o nome de miracídio. ESQUISTOSSOMOSE -A segunda condição é a presença do caramujo do gênero Biomphalaria em águas contaminadas, pois somente dentro deles é que os miracídios conseguem chegar à forma de larva. • Lagos e represas que recebem esgoto não tratado e que abrigam caramujos, são áreas de risco para contaminação. Além do despejo de esgoto, se pessoas contaminadas evacuarem próximo às margens do lago, também há risco de contaminação da água. ESQUISTOSSOMOSE • Após invadirem o caramujo, os miracídios se multiplicam e em 3 a 6 semanas se transformam na larva infectante, chamada de cercária. • Uma vez formadas, as cercárias abandonam o caramujo e sobrevivem por até 48h à procura do hospedeiro definitivo (homem). • Os caramujos infectados eliminam cercárias por toda a vida, que é aproximadamente de um ano. • O horário no qual as cercárias são vistas em maior quantidade na água e com maior atividade é entre 10 e 16h, quando a luz solar e o calor são mais intensos. ESQUISTOSSOMOSE • As primeiras horas na água são o momento no qual as cercárias estão mais infectantes. • Em contato com o hospedeiro as cercárias são capazes de penetrar profundamente a pele até encontrarem um vaso sanguíneo. Pés e pernas são os pontos mais frequentemente invadidos. •A cercária é capaz de penetrar pele sã. Não é preciso haver feridas para que a larva consiga invadir o corpo. • Além do contato direto com a pele, o ingestão de água contaminada com cercárias também é uma via de contaminação pelo S. mansoni. ESQUISTOSSOMOSE • Após penetrar a pele e encontrar sangue, a larva viaja pelas veias, passa pelo coração, atinge os pulmões e por fim, chega ao fígado. • Durante seu trajeto no corpo do hospedeiro, que dura vários dias, as cercárias sofrem nova transformação, sendo agora chamadas de esquistossômulos. • No fígado os esquistossômulos finalmente atingem a maturidade, sendo agora as formas adultas machos e fêmeas capazes de se acasalarem. ESQUISTOSSOMOSE • Após o acasalamento, macho e fêmea migram para as veias mesentéricas onde serão depositados os ovos, reiniciando todo o ciclo. • O ser humano infectado pelo S. mansoni começa a eliminar ovos a partir de 5 semanas após a infecção. • Se não tratado, o indivíduo pode permanecer eliminando ovos por até 20 anos (média de 6 a 10 anos). • Os caramujos infectados eliminam cercárias por toda a vida, que é aproximadamente de um ano. ESQUISTOSSOMOSE ESQUISTOSSOMOSE Sintomas Os sintomas mais comuns são: - diarréia, febres, cólicas, dores de cabeça, náuseas, tonturas, sonolência, emagrecimento, endurecimento e o aumento de volume do fígado e hemorragias que causam vômitos e fezes escurecidos. As crianças são as mais atingidas por este parasita, pois são mais vulneráveis por brincarem em locais úmidos sem saber que lá podem estar estes parasitas a espera de um hospedeiro. Os adultos costumam se proteger com o uso de botas de borracha. ESQUISTOSSOMOSE • A penetração da pele por cercárias pode provocar a chamada “coceira do nadador”. Trata-se de uma ou mais lesões, tipicamente nas pernas ou pés, em forma de pápulas vermelhas que causam intenso comichão. ESQUISTOSSOMOSE A forma crônica da esquistossomose apresenta as seguintes formas: Esquistossomose intestinal A retenção de ovos na parede do intestino causa diarreia sanguinolenta, cólicas e emagrecimento. A intensa resposta inflamatória do corpo contra os ovos pode causar ulcerações na parede do intestino, granulomas e obstrução à passagem das fezes. ESQUISTOSSOMOSE Esquistossomose hepatoesplênica • Pacientes contaminados com uma grande carga de parasitas são mais propensos a produzir a doença no fígado. • Os ovos do parasita tendem a migrar e se depositar na veia porta, causando inflamação e obstrução a passagem do sangue por fibrose, o que leva ao que chamamos de hipertensão portal. ESQUISTOSSOMOSE • A hipertensão portal é a responsável pelas complicações da forma hepatoesplênica da esquistossomose, entre elas, ascite (barriga d’água) esplenomegalia (aumento do baço) e varizes do esôfago. • As varizes do esôfago são uma complicação temida da hipertensão porta, pois podem romper-se causando grave hemorragia digestiva e vômitos sanguinolentos. ESQUISTOSSOMOSE DIAGNÓSTICO DA ESQUISTOSSOMOSE: - Hemograma - Exame de fezes - Biópsia de reto - Sorologia - Ultrassonografia (fibrose da veia porta) ESQUISTOSSOMOSE TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE - Praziquantel nas dosagem (recomendada) de 60 mg/kg para crianças até 15 anos e 50 mg/kg para adultos, ambos em dose única. - Uma alternativa ao Praziquantel é o Oxamniquine, recomendado na dosagem de 15 mg/kg para adultos e 20 mg/kg para crianças até 15 anos, ambos também em dose única. ESQUISTOSSOMOSE PREVENÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE -Não existe vacina, portanto, a forma ideal de prevenir a esquistossomose é evitando o contato com o parasita. - Evitar contato com a água contaminada ( rios e lagos) - Se o contato com água contaminada for inevitável, use calças, botas e luvas de borracha. Dê preferência a horários com menos luminosidade e calor. ANCILOSTOMIASE Juliana Pereira ANCILOSTOMIASE •Ancilostomíase, Ancilostomose ou Necatoríase são nomes de doenças causadas pelos Ancilostomídeos das espécies Ancylostoma duodenale, Necator americanus e Ancylostoma ceylanicum. Estas verminoses, também conhecidas como “amarelão” têm grande prevalência em regiões quentes e úmidas, de solo arenoso. • Ancylostominae: apresentam dentes na margem da boca • Bunostominae: Apresentam lâminas cortantes circundando a margem da boca (N. americanus) ANCILOSTOMIASE Ancylostoma duodenale macho mede de 8 a 11 mm fêmea mede de 10 a 18mm Necator americanus macho mede de 5 a 9 mm fêmea mede de 9 a 11 mm Ancylostoma ceylanicum macho mede de 8 mm fêmea mede de 10 mm ANCILOSTOMIASE • Os ovos dos helmintos causadores da ancilostomíase possuem forma ovalada, casca fina e transparente e um espaço largo e claro entre a casca e o conteúdo dos ovos. • Os parasitas adultos possuem o corpo cilíndrico, rígido, somente afilado nas extremidades. Os machos apresentam na extremidade posterior uma expansão chamada de bolsa copuladora. Na porção anterior encontramos a cápsula bucal, que permite a distinção entre os dois parasitas. ANCILOSTOMIASE ANCILOSTOMIASE • As formas de transmissão desta verminose acontecem por penetração ativa das larvas filarióides infestantes na pele ou mucosas, principalmente nas regiões dos pés, pernas, nádegas e mãos, como também pela ingestão das larvas junto com os alimentos. ANCILOSTOMIASE Ciclo de Vida • Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. •Depois do acasalamento, os ovos são expulsos com as fezes (a fêmea do Ancylostoma duodenale põe até 30 mil ovos por dia, enquanto que a do Necator americanus põe 9 mil). •Encontrando condições favoráveis no calor (calor e umidade), tornam-se embrionados 24 horas depois da expulsão. ANCILOSTOMIASE • A larva assim originada denomina-se rabditóide. • Abandona a casca do ovo, passando a ter vida livre no solo. • Depois de uma semana, em média, transforma-se numa larva que pode penetrar através da pele do homem, denominada larva filarióide infestante. • Quando os indivíduos andam descalços nestas áreas, as larvas filarióides penetram na pele, migram para os capilares linfáticos da derme e, em seguida, passam para os capilares sanguíneos, sendo levadas pela circulação até o coração e, finalmente, aos pulmões. ANCILOSTOMIASE • Depois, perfuram os capilares pulmonares e a parede dos alvéolos, migram pelos bronquíolos e chegam à faringe. Em seguida, descem pelo esôfago e alcançam o intestino delgado, onde se tornam adultas. • Outra contaminação é pela larva filarióide encistada (pode ocorrer o encistamento da larva no solo) a qual, se é ingerida oralmente, alcança o estado adulto no intestino delgado, sem percorrer os caminhos descritos anteriormente. ANCILOSTOMIASE ANCILOSTOMIASE Sintomas • No local da penetração das larvas filarióides, ocorre uma reação inflamatória (pruriginosa). •No decurso, pode ser observada tosse ou até pneumonia (passagem das larvas pelos pulmões). •Em seguida, surgem perturbações intestinais que se manifestam por cólicas, náuseas e hemorragias decorrentes da ação espoliadora dos dentes ou placas cortantes existentes na boca destes vermes. ANCILOSTOMIASE •Estas hemorragias podem levar o indivíduo a uma anemia intensa. •Poderão ocorrer algumas complicações, tais como: caquexia (desnutrição profunda), amenorréia (ausência de menstruação), partos com feto morto. • Em crianças ainda podem ocorrer diminuição ou perversão do apetite (comer terra), retardamento físico e mental, e ainda consequências como dificuldade de aprendizagem escolar e a debilidade orgânica generalizada. ANCILOSTOMIASE PREVENÇÃO - Educação sanitária em massa. - Serviços de engenharia sanitária (construções de moradias higiênicas, dotadas de água tratada e instalações sanitárias adequadas). - Abolir por completo adubação com fezes humanas. - Proteção dos pés pelo uso de calçados. - Alimentação adequada, rica em proteínas, sais minerais, vitaminas e carboidratos. - Tratamento dos doentes (deve ser repetido com intervalo de seis meses, durante dois anos aproximadamente, a fim de impedir que o homem continue disseminando os ovos. Utiliza-se anti- helmínticos e antianêmicos. ANCILOSTOMIASE DIAGNÓSTICO - Diagnóstico laboratorial da verminose é necessário fazer uma pesquisa de ovos de vermes nas fezes. - Cropocultura - Testes imunológicos - Testes microbiológicos ANCILOSTOMIASE Tratamento • O tratamento para a ancilostomose geralmente é feito com remédios antiparasitários, como o Albendazol ou Mebedazol, pode também ser usado do Pamoato de pirantel. • Além disso, o médico também pode prescrever suplementos de ferro caso o paciente tenha anemia. FIM
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