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Juliana Pereira Conhecida popularmente como Doença de gato, trata-se de uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo. Transmissão Agentes causadores (patógeno e vetores): O agente causador é o protozoário Toxoplasma gondii. Um protozoário coccídio intracelular, pertencente à família Sarcocystidae. O homem adquire a infecção por três vias: 1) ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; 2) ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; 3) por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez. O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, ocorre de 10 a 23 dias, quando a fonte for a ingestão de carne; de 5 a 20 dias, após ingestão de oocistos de fezes de gatos. Não se transmite diretamente de uma pessoa a outra, com exceção das infecções intrauterinas. Os oocistos expulsos por felídeos esporulam e se tornam infectantes depois de 1 a 5 dias, podendo conservar essa condição por 1 ano. Ciclo Biológico O Toxoplasma gondii apresenta um ciclo biológico heteroxênico, com duas fases distintas: - a fase assexuada - e a fase sexuada ou coccidiana. Ambas as fases ocorrem no gato ou em outros felídeos que agem como hospedeiros definitivos. Aves, mamíferos, incluindo o homem, são hospedeiros intermediários (apenas ciclo assexuado). Esses animais transmitem a infecção apenas quando sua carne serve de alimentos para outros animais ou pela via congênita. Na fase assexuada: O homem ou outro hospedeiro suscetível ingere água e alimentos contaminados com oocistos maduros (contendo esporozoítos); cistos (contendo bradizoítos); ou taquizoítos eliminados no leite. Esses últimos são os menos resistentes e podem ser destruídos pela ação do suco gástrico, mas caso consigam penetrar a mucosa oral ou serem inalados, apresentam a mesma evolução que as outras formas de parasita. Ao atingirem a luz do tubo gastrintestinal e atravessarem a mucosa, os esporozoítos, bradizoítos, ou taquizoítos multiplicam-se rapidamente no meio intracelular, como taquizoítos. Eles invadem vários tipos celulares do organismos e formam vacúolos parasitóforos, no interior do qual se dividem por reprodução assexuada (duas células filhas são formadas dentro da célula mãe). Esse processo origina novos taquizoítos, os quais promoverão a lise da célula infectada e invadirão novas células. Na fase inicial da doença, caracterizada como proliferativa, os taquizoítos disseminam-se no organismo, por meio da linfa ou do sangue, representando a fase aguda da infecção. O quadro originado pode ser polissintomático, dependendo da cepa do parasita, da suscetibilidade do hospedeiro e do número de formas infectantes ingeridas. Devido à resposta imune do hospedeiro ocorre uma diminuição do parasitismo, com o desaparecimento dos parasitas extracelulares do sangue, da linfa e dos órgãos viscerais. Pode ocorrer a formação de cistos, o que diminui os sintomas e caracteriza a fase crônica da infecção, a qual pode permanecer por longo período. O ciclo sexuado, ou coccidiano, ocorre nas células epiteliais do intestino delgado do gato e de outros felídeos. Nesse ciclo, o parasita apresenta uma fase assexuada e outra sexuada. O ciclo enteroepitelial no gato resulta na formação de oocistos. Os esporozoítos, bradizoítos, ou taquizoítos penetram o epitélio intestinal do gato, principalmente na região das vilosidades do íleo; Multiplicam-se por endodiogenia e originam vários merozoítos. Os merozoítos formados no interior dos vacúolos parasitóforos rompem a célula infectada e penetram em outras células epiteliais, onde originarão as formas sexuadas masculinas e femininas, na fase sexuada do ciclo enteroepitelial. Essas formas sofrem maturação e originam microgametas - gametas masculinos móveis e macrogametas – gametas femininos imóveis. Os microgametas abandonam a célula de origem e fecundam o macrogameta no interior de uma célula epitelial, originando o zigoto. Esse ovo, ou zigoto forma uma parede externa dupla e evolui para oocisto ainda no epitélio. O oocisto imaturo, liberado após o rompimento da célula epitelial, é eliminado juntamente com as fezes do gato. No meio ambiente, o oocisto sofre maturação, em cerca de dois a cinco dias, por um processo denominado esporogonia, e produz em seu interior dois esporocistos, cada um contendo quatro esporozoítos e uma massa residual de citoplasma. Quando maduro, o oocisto torna-se infectante, se ingerido por algum animal susceptível. O oocisto pode se manter infectante e viável no meio ambiente por até 18 meses, se mantidos em condições adequadas de temperatura e umidade. Taquizoítos do exudado peritonial de rato Sintomas de Toxoplasmose Geralmente, a toxoplasmose é uma doença assintomática. Em alguns casos, porém, em pessoas consideradas saudáveis, podem aparecer sintomas parecidos com os da gripe, como dor de cabeça, coriza, dor no corpo, febre, fadiga e dor de garganta. Já em pacientes com o sistema imunológico debilitado, podem surgir sintomas específicos, como problemas de coordenação, convulsões, confusões, visão turva e, em alguns casos, até mesmo infecções respiratórias, como pneumonia e tuberculose. Em bebês, os sintomas são diferentes: alguns podem nascer com pulmões e baço anormalmente grandes, podem sofrer também de convulsões e de amarelamento da pele e dos dentes, além de graves infecções nos olhos. Somente uma pequena parte dos bebês que nascem com toxoplasmose demonstram sinais da doença nos primeiros dias de vida. Geralmente os sintomas só aparecem na adolescência. Sintomas de Toxoplasmose Tratamento Prevenção Como a principal forma de contaminação é via oral, de uma forma geral a prevenção deve ser feita: - pela não ingestão de carnes cruas ou malcozidas; - comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente; -evitar contato com fezes de gato. As gestantes: - além de evitar o contato com gatos, - devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré- natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes. Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso. Juliana Pereira Também conhecida como enterobíase. É uma parasitose intestinal causada por um nematódeo Oxyurus vermicularis ou Enterobius vermicularis A transmissão é direta e não há necessidade de intermediadores. O contágio é feito através do contato com os ovos da fêmea. Os ovos são imunes ao efeito de desinfetantes e sobrevivem no meio ambiente por até mesmo mais de três semanas. Ao comer ou beber água contaminada com os ovos a pessoa se infecta. Também é frequente encontrar ovos em roupas de cama, de banho e em objetos de pessoas com o parasita. Caso os ovos estejam na mão desta pessoa, ao cumprimentá-la também pode haver contágio. A forma mais frequente de contágio é quando crianças,que ainda não possuem hábitos de higiene bem desenvolvidos, coçam a região anal e depois colocam a mão na boca ou ainda entram em contato com outros amiguinhos. Agente causador/ Ciclo biológico O Oxyurus vermicularis ou Enterobius vermicula é quem provoca a doença. Os ovos são resistentes e incolores. Ao cair no meio ambiente podem sobreviver por mais de três semanas. Eles possuem uma aparência assimétrica, sendo um dos lados convexo e ou outro achatado. Quando são encontrados nas fezes já possuem um embrião em seus interiores. Após a infecção os parasitas seguem para a o intestino grosso e lá se tornam adultos. As fêmeas vão para a região do ânus e geralmente morrem após liberarem os ovos. Os machos tendem a morrer logo após o acasalamento. Os ovos podem ficar na região perianal maturando ou ir embora junto das fezes. Com isto o ciclo tem início novamente. Sintomas Estes irão variar de acordo com a quantidade de parasitas, já que a ação patogênica consiste basicamente em um resultado de uma ação mecânica. Os microrganismos começam a produzir pequenas erosões na mucosa da região, provocando irritação local. É comum, ocorrer náuseas, vômitos, cólicas e fortes dores abdominais. Em casos mais graves pode até mesmo haver a presença de sangue nas fezes. Sintomas O sinal mais comum, é a coceira na região anal. Esta tende a aumentar durante a noite, devido ao calor, e causa insônia e irritabilidade. Nas mulheres é possível haver uma migração do verme para a região genital, fato que ocasiona prurido na vulva, corrimento e pode tornar o ambiente mais vulnerável a uma infecção. Diagnóstico da oxiuríase O diagnóstico da oxiuríase é feito através de: - exame de fezes, - esfregaço da região anal (Swab) - ou fita adesiva, que é colocada momentaneamente na região anal, onde os vermes ficam colados e podem ser observados no microscópio. Prevenção Simples medidas podem ser tomadas com o intuito de se prevenir esta doença: - Adquirir o hábito de lavar as mãos sempre que se for ao banheiro. - Manter o corpo limpo, tomar banho várias vezes por dia, trocar de roupa frequentemente, inclusive as roupas de cama e de banho, são outras medidas muito importantes. - Lavar bem frutas, verduras e legumes antes de comer. - Evite colocar as mãos na boca. - Não compartilhe roupas íntimas. - Ter bons hábitos de higiene. - Se possível, evite aglomerações, principalmente em locais fechados. Tratamento para oxiuríase O tratamento para oxiuríase é feito com o uso de anti- helmínticos como o Albendazol, por exemplo.
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