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Benefícios da microbiota endógena

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Página | 28
CENTRO UNIVERSITÁRIO MONTE SERRAT 
Diego Augusto de Lima Rangel.
Sonia Cristina de Moraes Alves Gaspar.
A RELEVANCIA DA MICROBIOTA 
NO SER HUMANO
Santos
2013
Diego Augusto de Lima Rangel.
Sonia Cristina de Moraes Alves Gaspar.
A RELEVANCIA DA MICROBIOTA 
NO SER HUMANO
Trabalho interdisciplinar dirigido apresentado ao CENTRO UNIVERSITÁRIO MONTE SERRAT – UNIMONTE, para obtenção de nota na disciplina de Trabalho Interdisciplinar Dirigido no primeiro ciclo do curso de Biomedicina.
Orientação: Prof. Ms. Glaucia Plaça Silva.
 
Santos
2013
Diego Augusto de Lima Rangel.
Sonia Cristina de Moraes Alves Gaspar.
A RELEVANCIA DA MICROBIOTA 
NO SER HUMANO
Trabalho Interdisciplinar Redigido apresentado ao 
Centro Universitário Monte Serrat como exigência 
em Biomedicina.
Orientador: Glaucia Plaça Silva.
BANCA EXAMINADORA: 
Nome do examinador: 
Titulação: 
Instituição: 
Nome do examinador: 
Titulação: 
Instituição: 
Local: Centro Universitário Monte Serrat – UNIMONTE 
Data da aprovação: 05/06/2013.
RESUMO
As bactérias tem um papel de fundamental importância na vida de organismos multicelulares, protegendo nosso organismo contra micro-organismos patógenos e até sintetizando vitaminas essenciais para nossa manutenção. Pesquisas mostram que a origem da célula eucarionte (todos os organismos multicelulares, protozoários e fungos) advém de bactérias, e as mitocôndrias (organelas presentes em nossas células) são bactérias em simbiose com a célula eucarionte.
A importância das bactérias para os seres humanos frequentemente é esquecida, não sendo atribuída a importância que a microbiota merece Com esse trabalho esperamos abranger grande parte do papel da microbiota endógena humana, e também explicar a teoria endossimbiótica, que da uma importância ainda maior para as bactérias.
Nosso objetivo com essa pesquisa é informar sobre os benefícios que a microbiota pode trazer para o hospedeiro, quando que ela pode se tornar patogênica, informar os tipos de microbiota existente e como nosso organismo consegue regula-la, e ainda explicar o funcionamento da teoria endossimbiótica, mostrando todas as evidências e corroboram para sua veracidade.
Esse trabalho por se tratar de um levantamento de dados se baseia em buscar o máximo conteúdo possível sobre o escopo do que estamos abordando, tendo como referências artigos científicos, livros e sites especializados em microbiologia.
Por fim vemos que os organismos que estão presentes na nossa microbiota são fundamentais para que o nosso corpo funcione de maneira saudável, tendo em vista os animais germfree que não contem micro-organismos e possuem varias desvantagens aos animais que possuem a microbiota normal, chegando a um ponto que se torna difícil a manutenção da vida se animais em ambiente estéril. E também concluímos com a teoria da endossimbiose que as bactérias são a chave para a existência de organismos
Palavras-chaves: Microbiota endógena, bactérias, endossimbiose, importância, patogenicidade, germfree
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Equipamento de criação de animais “germfree”
Figura 2: Candidíase na boca
Figura 3: Furúnculo causado por estafilococos
Figura 4: Pé-de-Atleta
Figura 5: Processo explicativo endossimbiótico
Figura 6: Bactéria convencional
Figura 7: Mitocôndria
SUMARIO
Introdução 
Tipos de microbiota
 Microbiota Residente
 Microbiota Transitória
Benefícios da microbiota endógena
Benefícios da microbiota do intestino grosso
Benefícios da microbiota da vagina
Benefícios da microbiota da pele
A vida sem bactérias
Criação de animais germfree
Diferença entre animais convencionais e animais germfree
Quando a microbiota torna-se patogênica
Composição da microbiota endógena e métodos específicos de regulação natural
Pele
Olhos
Trato respiratório superior
Trato respiratório inferior
Boca
Estômago
Intestino Delgado
Intestino Grosso
Sistema reprodutivo e urinário
Teoria da endossimbiose
Proposta
Como ocorre a endossibiose
Evidências a favor da endossimbiose
Réplica e tréplica da teoria endossimbiótica
Justificativa
Objetivo
Geral
Específicos
Metodologia
Conclusão
Referências bibliográficas
INTRODUÇÃO 
Por muito tempo os microrganismos não eram do conhecimento dos seres humanos, após sua descoberta ainda havia dúvidas sobre o papel desses microrganismos. Décadas após o seu descobrimento os cientistas conseguiram constatar uma parte do papel que a microbiota exerce. Através de equipamentos que possibilitaram a criação de animais sem bactérias vimos que estes têm desvantagens significativas perto de animais com a microbiota normal.
Pesquisas mais recentes mostram que através da endossimbiose as bactérias não só ajudam mas foram necessárias para a existência dos organismos complexos como o conhecemos.
Essa pesquisa irá abordar o papel da microbiota endógena nos seres humanos, mostrando os seus benefícios, quando se torna patogênica, mostrar as formas de regulação da microbiota pelo nosso organismo, e citar os tipos de bactérias presentes em determinados sítios do corpo.
Para reforçar a importância das bactérias, iremos comentar sobre a teoria da endossimbiose, proposta por Lyn Margulis, teoria que aponta para as bactérias como tendo fundamental importância na existência de organismos multicelulares.
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TIPOS DE MICROBIOTA
2.1 MICROBIOTA RESIDENTE
A Microbiota residente é composta por microrganismos frequentemente encontrados em uma determinada região anatômica, em indivíduos de uma mesma população. Tem como características:
Composição altamente influenciada pelos hábitos do hospedeiro (dieta, condições sanitárias, poluição do ar, hábitos de higiene).
Não patogênica em condições normais.
A região anatômica influencia no tipo de micro-organismo encontrado.
Recomposição rápida caso removida.
2.2 MICROBIOTA TRANSITÓRIA
A microbiota transitória é composta por microrganismos que aparecem em um lugar não habitual. Tem como características:
Pouco potencial patógeno (caso a microbiota normal esteja intacta).
Permanência curta no hospedeiro.
Pode ser removida por antissepsia.
BENEFÍCIOS DA MICROBIOTA ENDÓGENA
3.1 BENEFÍCIOS MICROBIOTA DO INTESTINO GROSSO
Os benefícios da microbiota intestinal no organismo humano são metabólicos (fermentação de resíduos alimentares não digeríveis e a de muco produzido pelo epitélio intestinal, além de sintetizar vitaminas (vitamina K) e promover a absorção de cálcio, magnésio e ferro); tróficos (atuando na proliferação e na diferenciação do cólon, prevenindo colites ulcerativas e neoplasias colônias).
As bactérias intestinais são importantes na conversão de pigmentos e ácidos biliares, absorção de nutrientes e produtos de degradação e no antagonismo a patógenos microbianos. A microbiota intestinal produz amônia e outros produtos de degradação que são absorvidos pelo organismo.
No intestino grosso a bactéria E. coli produz a proteína bacteriocina, que inibem o crescimento de bactérias relacionadas com micróbios patogênicos Salmonella e Shigella. Outras bactérias inibem o crescimento da bactéria Clostridium difficile, possivelmente competindo por nutrientes ou produzindo bacteriocinas (TORTORA, FUNKE & CASE, 2005).
3.2 BENEFÍCIOS MICROBIOTA DA VAGINA
As evidências mostram que a microbiota bacteriana do trato vaginal reduz a probabilidade de que patógenos como bactérias, protozoários parasitas, leveduras como Candida albicans ou vírus se estabeleçam na vagina. 
Os Lactobacillus vaginais aparentemente evitam a colonização da vagina por patógenos causadores de doenças sexualmente transmissíveis, como Neisseria gonorrhoeae, Trichomonas vaginalis, Candida albicans e HIV, ou por patógenos causadores de infecções do trato urinário, tais como Ureaplasma urealyticum e linhagens uropatogênicas de E.coli. Eles também são responsáveis por produzir ácido lático que mantém baixo o pH das secreções vaginais, inibindo o crescimento de muitas bactérias, produzem substâncias antimicrobianas e bacteriocinas, se co-agregam com outras bactérias e estimulam o sistema imune vaginal superficial.
3.3 BENEFÍCIOS MICROBIOTA DA PELE
O pH da pele está entre 3 e 5, devido aos ácidos orgânicos como o ácido lático produzido pela flora normal. Este pH baixo pode inibir o crescimento de outros organismos que podem ser patogênicos para o humano.
A VIDA SEM BACTÉRIAS
Um método para verificar a relevância das bactérias em um ser vivo é colocá-lo em um ambiente livre de bactérias, ou seja, um ambiente estéril. A primeira vez que animais germfree (livre de bactérias) foram criados foi na Alemanha, entre 1899 e 1908. Os animais testados foram galinhas, e elas não conseguiram se desenvolver normalmente. Porém em 1912 os cientistas tiveram êxito em criam 17 galinhas germfree.
Em 1928 foram desenvolvidos equipamentos capazes de criar animais em ambientes germfree de forma eficiente. Com isso foi possível fazer comparações entre animais convencionais com a microbiota normal presente e animais germfree, e, além disso, verificar os efeitos de microrganismos inoculados no animal testado.
4.1 CRIAÇÃO DE ANIMAIS "GERMFREE"
O animal obtém bactéria a partir do momento que entra em contato com a vagina da mãe (no caso dos mamíferos), quando entram em contato com superfícies não estéreis, pela ingestão ou inalação.
O útero é um ambiente estéril, portanto para obtenção de um mamífero germfree é necessária uma cesária, que seria uma incisão cirúrgica na parede do abdômen, retirar o animal em ambiente e sob condições estéreis, após isso o animal é inserido em uma gaiola especial para criação germfree. Os animais recém-nascidos devem ser alimentados de uma em uma hora por aproximadamente três semanas, com uma fórmula contendo os componentes do leite materno, que é evitado por conter microrganismos.
Uma forma de verificar a eficiência técnica da criação de animais germfree é pelo monitoramento periódico do ar, dos orifícios corpóreos e pelas excretas.
Figura 1: Equipamento de criação de animais germfree
Fonte: http://ulam.med.umich.edu/services/animal/germfree.html
4.2 DIFERENÇAS ENTRE ANIMAIS CONVENCIONAIS E ANIMAIS "GERMFREE"
Após o contato com a microbiota normal, o corpo produz anticorpos contra os antígenos das bactérias residentes, antígenos da microbiota normal se assemelham muitas vezes a microrganismos patógenos, o que leva ao animal germfree ser extremamente vulnerável a microrganismos com potencial patógeno. O animal germfree também apresenta vulnerabilidade a microrganismos não patogênicos, isso porque os anticorpos maternos ajudam na resistência aos antígenos após o nascimento, esses anticorpos são ausentes na criação germfree.
Também foi verificado que animais germfree necessitam de mais vitamina B em suas dietas do que animais convencionais, e a vitamina K, uma vitamina que não é necessária na dieta de animais normais também é necessária na alimentação de animais germfree. Isso evidencia a grande contribuição na síntese de vitaminas fornecidas pelas bactérias.
. 
QUANDO MICROBIOTA TORNA-SE PATOGÊNICA
Diante da grande diversidade e complexidade das interações dos microrganismos com o nosso corpo, é fundamental que a microbiota endógena esteja em equilíbrio. 
Vários fatores estão associados com esse desequilíbrio, sendo que, segundo Finegold & Wexler (1988 apud Souza & Scarcelli 2000), um dos principais diz respeito ao uso indiscriminado de drogas antimicrobianas, principalmente dos antibióticos. Esses medicamentos podem destruir uma boa parcela da microbiota residente, facilitando assim o crescimento excessivo de microrganismos que normalmente fazem parte da nossa microbiota, mas, em pequeno número. 
Dessa forma, a multiplicação desenfreada desses microrganismos denominados de patógenos oportunistas, causa o que se convencionou chamar de superinfecção. Se a microbiota for destruída permanentemente, compromete a sobrevivência humana, pois, dependendo do tempo que ficar sem ela, pode-se desenvolver infecções locais e septicemias.
Um bom exemplo disso é a levedura Candida albicans, que geralmente está presente em pouco número nas aberturas do nosso corpo, porém, quando por qualquer motivo a nossa microbiota residente é reduzida a um pequeno número, esse microrganismo cresce intensamente na boca, vagina ou intestino grosso, causando a patogenia chamada de Candidíase (BURTON & KIRK, 2005).
Figura 2: Candidíase na boca
Fonte: http://www.mdsaude.com/2008/08/fotos-candidiase.html
Outras circunstâncias que podem levar ao desequilíbrio da microbiota normal e torna-la patogênica são a diminuição da imunidade, defeitos de atividade fagocitária, alteração na barreira epitelial, quimioterapia e associação bacteriana.
Se os microrganismos da microbiota trocarem de hábitat, por exemplo, se da pele o estafilococo for introduzido no tecido subcutâneo por um ferimento (o simples hábito de coçar a pele pode produzir solução de continuidade), pode levar a uma infecção. No caso de haver uma perfuração intestinal e os enterococos, as enterobactérias e os anaeróbios intestinais caírem na cavidade peritoneal (membrana que reveste internamente a cavidade abdominal e pélvica), se tem uma inflamação no local.
Figura 3 Furúnculo causado por estafilococos
Fonte:http://www.teclasap.com.br/2009/02/05/como-dizer-furunculo-em-ingles/
COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA ENDÓGENA E MÉTODOS ESPECÍFICOS DE REGULÇÃO NATURAL
O corpo humano é habitado por um grande número de microrganismos, que formam a microbiota normal. É composta na maioria por bactérias, mas fungos e protozoários também são encontrados.
Alguns micróbios ocorrem na pele, mas a maioria vive nas superfícies internas do corpo, como mucosas do nariz, boca, trato respiratório superior, trato intestinal e geniturinário. Contudo, existem partes usualmente isentas de microrganismos, ou seja, estéreis, como sangue, liquor, líquido sinovial, tecidos profundos. Nestes, a presença de microrganismos pode indicar infecção. 
6.1 PELE
A pele é habitada por Propionibacterium, Staphylococcus, Corynebacterium, Micrococcus, Acinetobacter, Brevibacterium, Pityrosporum (fungo), Candida (fungo) e Malassezia (fungo). Apesar de estar frequentemente em contato com microrganismos do ambiente externo, em casos de cortes e abrasões a entrada de micróbios não ocorre, pois normalmente ela é impermeável aos microrganismos. A pele possui um ambiente desfavorável ao crescimento de microrganismos, como o Streptococcus pyogenes que não sobrevive mais do que horas sobre a superfície da pele, mas pode sobreviver durante semanas em partículas de pó.
Alguns dos fatores que impedem os microrganismos de se reproduzirem na pele são:
Baixa umidade: a superfície seca da pele inibe o crescimento de microrganismos. Em ambientes secos, algumas bactérias perdem suas funções, e algumas morrem em horas. Em lugares mais úmidos como a região das axilas e entre os dedos dos pés, a quantidade de microrganismos da microbiota é maior do que em áreas secas. Em casos onde a região úmida da pele torna-se mais úmida e macia, alguns fungos podem causar infecções, como o que causa o pé-de-atleta.
Figura 4: Pé-de-Atleta
Fonte: http://www.mdsaude.com/2012/12/remedio-frieira.html#
Baixo pH: a pele possui um ph baixo, entre 3-5 (maior nas regiões úmidas, devido ao ácido láctico produzido pela microbiota normal. Com isso torna-se difícil o crescimento de microrganismos.
Substâncias inibitórias: a pele produz muitos compostos bactericidas e bacteriostáticos. As glândulas sudoríparas secretam uma enzima chamada lisozima, que é capaz de destruir o peptideoglicano (estrutura que confere rigidez à parede celular de bactérias) de paredes celulares bacterianas. As glândulas sebáceas secretam lipídeos complexos, que podem ser degradados por algumas bactérias para produzir ácidos graxos, como o ácido oléico,que são extremamente inibitórios para outras bactérias.
Apesar desses fatores, algumas bactérias conseguem sobreviver, crescem e formam a microbiota normal. As glândulas sudoríparas e sebáceas também fornecem água, uréia, sais e ácidos graxos que servem de nutrientes para os microrganismos da microbiota normal.
6.2 OLHOS
Os olhos (conjuntiva) são habitados por Staphylococcus epidermidis, S. áureos, difteroides, Propionibacterium,Corynebacterium, estreptococos, Micrococcus. É basicamente a mesma microbiota encontrada na pele. As lágrimas e o ato de piscar eliminam alguns micróbios ou impedem que outros colonizem. Além disso, a lisozima, uma substância antimicrobiana é secretada pelas lágrimas. Com isso, a microbiota da conjuntiva torna-se escassa.
6.3 TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
O trato respiratório superior (nariz, nasofaringe, garganta) é habitado por Staphylococcus epidermidis, S. áureos e difteroides no nariz; Staphylococcus epidermidis, S. áureos, difteroides, Streptococcus peneumoniae, Haemophiluse Neisseria na garganta. Apesar das mucosas serem uma região mais úmida que a pele, podem criar problemas para os microrganismos. Quando respiramos, o ar com microrganismos passa pelos canais nasais e nasofaringe, e muitos aderem à camada fina e úmida de muco viscoso que recobre as superfícies epiteliais. Com o movimento dos cílios, a camada de muco move-se para a orofaringe, onde as bactérias são capturadas, deglutidas e podem ser destruídas pelo ácido clorídrico do estômago. As secreções nasais contém lisozima, que matam ou inibem microrganismos. 
6.4 TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR
O trato respiratório inferior (mucosa superficial da traqueia, brônquios, pulmões) não possuem microbiota normal, devido a grande remoção mecânica dos microrganismos pelo fluxo de muco, dirigido pelos cílios até à extremidade superior. As poucas bactérias que conseguem chegar aos sacos aéreos pulmonares são capturadas e destruídas pelos macrófagos.
6.5 BOCA
A boca é habitada por Streptococcus,Lactobacillus, Actinomyces, Bacteroides, Veillonella, Neisseria, Haemophilus, Fusobacterium, Treponema, Staphylococcus, Corynebacterium e Candida(fungo). A umidade, calor e presença constante de alimentos propiciam um ambiente ideal que suporta uma ampla e diversa população na língua, nas bochechas, nos dentes e nas gengivas. Os diversos micróbios podem ser desalojados devido às mordidas, a mastigação, os movimentos da língua e o fluxo da saliva. Além disso, a saliva contém várias substâncias antimicrobianas.
6.6 ESTÔMAGO
O estômago é habitado por lactobacilos e leveduras, como Candida. Apesar de receber numerosas bactérias transitórias da cavidade oral, o conteúdo líquido do estômago possui uma microbiota muito escassa, por volta de 10 bactérias por mililitro. Isso ocorre devido efeito bactericida do ácido clorídrico estomacal e das enzimas digestivas.
6.7 INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é habitado por cocos e bacilos Gram-Positivos. Poucas bactérias sobrevivem no duodeno devido influência combinada de um ambiente fortemente ácido e ação inibitória da bile da vesícula biliar. Na segunda parte do intestino delgado, o jejuno, são encontradas enterococos, lactobacilos e corinebactérias e candida albicans. A última parte, o íleo, encontram-se bactérias anaeróbias como Bacteroides e anaeróbias facultativas, como Escherichia coli.
6.8 INTESTINO GROSSO
O intestino grosso é habitado por E. coli, Lactobacillus, Fusobacterium, Bacteroides, Enterococcus, Bifidobacterium, Enterobacter, Citrobacter, Proteus, Klebsiella e Candida (fungo). Aqui se concentra o maior número de microrganismos da microbiota residente no corpo, devido a umidade e nutrientes. O muco, a descamação e a produção de uma série de substancias antimicrobiana previnem que muitos micróbios colonizem o revestimento do trato digestório. O movimento contínuo do conteúdo por meio do canal intestinal, devido ao peristaltismo também é um fator que auxilia a remover os microrganismos do intestino grosso.
6.9 SISTEMA REPRODUTIVO E URINÁRIO
O sistema reprodutivo e urinário é habitado por Staphylococcus, Micrococcus, Enterococcus, Lactobacillus, Bacteroides, Difteroides aeróbicos, Pseudomonas, Klebsiella e Proteus na uretra; Lactobacilli, Streptococcus, Clostridium, Candidaalbicans (fungo) e Trichomonas vaninalis (protozoário) na vagina. Em pessoas saudáveis, os rins, ureteres e a bexiga são estéreis. O canal que transporta a urina para fora do corpo também está livre de bactérias, tornando a urina dentro da bexiga estéril. A parte proximal da uretra em ambos os sexos contém uma microbiota residente; a vagina possui uma população de micróbios ácido-tolerantes em virtude da natureza de suas secreções. Assim como no intestino, o muco e a descamação periódica previnem que microrganismos colonizem o revestimento do trato geniturinário e o fluxo da urino remove micróbios mecanicamente. A acidez da vagina inibe ou mata muitos micróbios, produzida pelos cílios e muco que expelem micróbios de cérvice uterina para a vagina.
TEORIA DA ENDOSSIMBIOSE
7.1 PROPOSTA TREPLICA DA TEORIA ENDOSSIMBIOTICAE
A teoria propõe que as mitocôndrias e cloroplastos são bactérias em simbiose com uma célula eucarionte, assim que foi proposta a teoria não teve grande aceitação no meio científico, mas com as evidências apresentadas, hoje em dia é amplamente aceita.
A seguir mostraremos como teria acontecido a endosimbiose e as premissas que corroboram com a teoria. As evidências serão focadas nas mitocôndrias, descartando os cloroplastos, assim mantendo o foco no ser humano.
7.2 COMO OCORRE A ENDOSSIMBIOSE
Segundo a teoria, após uma célula procariota perder sua parede ela teria ganhado flexibilidade em sua membrana, com isso ela teria sofrido várias invaginações, assim dando origem as organelas membranosas e ao envoltório nuclear de um eucarioto. Uma célula, com essas características seria capaz de endocitar células e também de se alimentar delas. Essa célula teria endocitado uma bactéria capaz de realizar respiração aeróbia (alpha-proteobactéria), e não realizado a digestão, entrando em simbiose com a bactéria hospedeira. A bactéria ganharia abrigo e nutrientes, e a célula eucarionte ganharia energia.
Figura 5: Processo explicativo endossimbiótico
Fonte: http://biogeolearning.com/site/v1/biologia-11o-ano-indice/evolucao-biologica/origem-das-celulas-eucarioticas/
7.3 EVIDÊNCIAS A FAVOR DA ENDOSSIMBIOSE
Mitocôndrias possuem DNA, RNA e ribossomos próprios, assim como uma bactéria.
Mitocôndrias tem o DNA semelhante ao de uma bactéria.
As mitocôndrias possuem a membrana semelhante ao de uma bactéria. 
Figura 6: Bactéria convencional
Fonte: http://biosalecionario.blogspot.com.br/2010/04/bacteria.html
 Figura 7: Mitocôndria
 
 Fonte: http://www.vestibulandoweb.com.br/biologia/teoria/celula-eucarionte.asp
Tamanho da mitocôndria semelhante ao de uma bactéria.
 Bactéria: 0.2 a 5,0 micrômetros.
 Mitocôndria: 0,5 a 0,8 micrômetros.
Membrana interna das mitocôndrias é produzida por elas mesmas.
A síntese proteica das mitocôndrias é inibida por estreptomicina e cloranfenicol, inibidores de procariontes.
 A síntese proteica das mitocôndrias não é inibida por cicloheximida, um inibidor de eucariontes.
O aminoácido que inicia a cadeia polipeptídica de uma mitocôndria é o formil-metionina, assim como nas bactérias.
As mitocôndrias realizam divisão autônoma.
As enzimas das mitocôndrias são produzidas independendo do material genético nuclear.
7.4 RÉPLICA E TRÉPLICA DA TEORIA ENDOSSIMBIÓTICA
O argumento contra a teoria mais comum é que as mitocôndrias e os cloroplastos não conseguem viver de forma autônoma fora da célula, esse argumento questiona se realmente mitocôndrias e cloroplastos já foram organismos de vida livre.
 A teoria responde que durante milhares de anos de simbiose a bactéria englobada teria sofrido um processo de co-evolução com a célula hospedeira, assim se tornando dependentedelas. Por milhares de anos tendo sua necessidade proteica suprida pela célula hospedeira, a bactéria não estaria mais produzindo proteínas necessárias para a vida fora da célula.
JUSTIFICATIVA
Apesar das bactérias terem um papel essencial na manutenção da vida dos seres vivos esse fato constantemente é esquecido. Portanto se deve esclarecer a importância da microbiota endógena humana, enfatizando o papel das bactérias, reunindo o máximo de material pertinente sobre o tema, de forma a facilitar futuras pesquisas sobre o assunto.
 A teoria da endossimbiose apesar de ser amplamente aceita pela comunidade científica não é suficientemente comentada, com essa introdução ao tema, mostrando as evidências e o seu funcionamento, enfatizando a importância bacteriana.
OBJETIVO
9.1 GERAL
Explanar sobre a relevância da microbiota no ser humano
9.2 ESPECÍFICOS
Mostrar os benefícios da microbiota endógena e as consequências de sua ausência.
Alertar sobre quais são as ocasiões que levam a microbiota se tornar patogênica e falar sobre os métodos de regulação naturais da microbiota no organismo.
Explicar a teoria da endossimbiose colocando suas premissas e réplicas
METODOLOGIA
Este trabalho é de caráter descritivo, onde foi realizado um levantamento de dados de referências bibliográficas cientificas, em sites especializados em microbiologia, artigos científicos e livros. 
Aprofundaremos este estudo no conhecimento sobre a microbiota endógena humana, mostrando seus benefícios, quando se torna patogênica, as formas de regulação da microbiota pelo nosso organismo, e também sobre a teoria da endossimbiose.
CONCLUSÃO 
Após ter abordado sobre a microbiota endógena humana, seus benefícios, quando se torna patogênica e sobre a teoria da endossimbiose, concluímos que as bactérias têm um papel fundamental na vida do ser humano. Foi constatado que existe a possibilidade de vida sem bactérias em ambiente estéril, porém os animais “germfree” (sem microbiota) teriam deficiências graves em relação aos que possuem uma microbiota normal.
Verificamos que as bactérias do corpo humano superam em dez vezes o número de células, e apenas um pequeno percentual das bactérias tem potencial patogênico.
Também foi analisada a teoria da endossimbiose, que aponta para uma importância ainda maior das bactérias no corpo humano, como em todos os organismos complexos, assim enfatizando o papel das bactérias.
Portanto, nossa conclusão foi que as bactérias tem um papel importantíssimo para a manutenção da vida na Terra. O que antes para nós eram vistas como vilãs, agora são vistas como “amigas”. E se a teoria da endossimbiose realmente estiver correta (como mostram as evidências), as bactérias são nossas heroínas, que possibilitaram a evolução das células a ponto de tornarem-se organismos complexos, e em alguns casos chegando ao ponto de criar consciência.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTIBIOTICOTERAPIA, acessado em 10 de maio de 2013, ás 15:30h , no site: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe6AwAF/antibioticoterapia
A ORIGEM, TEORIA DA ENDOSSIMBIOSE, acessado em 1 de maio de 2013, ás 15:30, no site: http://plastosbiologia.blogspot.com.br/2011/06/origem-teoria-da-endossimbiose.html
BACTERIAS, acessado em 4 de maio de 2013, ás 16:30h, no site: http://biosalecionario.blogspot.com.br/2010/04/bacteria.html
CARACTERISTICAS GERAIS DA MICROBIOTA DO HOMEM, acessado em 6 de maio de 2013, ás 16:00h , no site: http://www.unirio.br/DMP/Graduacao/Nutricao/Microbiologia/Caracter%C3%ADsticas%20Gerais%20da%20Microbiota%20do%20Homem.pdf
COMPOSIÇAO QUIMICA DA CÉLULA – CARBOIDRATO, acessado 17 de abril de 2013, ás 14:30h, no site : http://www.vestibulandoweb.com.br/biologia/teoria/celula-eucarionte.asp
GEO F. BROKS et Al., Microbiologia Médica. 25 ed., Ed. AMGH, 2010 pg 159-163. Acervo: Centro Universitário Monte Serrat
MICROBIOTA E O CORPO HUMANO – MICROBIOTA NORMAL E SUA FUNÇAO, acessado em 18 de maio de 2013, ás 17:00h, no site: http://pt-br.aia1317.wikia.com/wiki/Microbiota_e_o_Corpo_Humano_-_Microbiota_Normal_e_sua_Fun%C3%A7%C3%A3o
MICROBIOTA DO CORPO HUMANO, acessado em 9 de maio de 2013 , ás 14:30h, no site: http://www.unirio.br/dmp/Graduacao/Medicina/Microbiologia/Microbiota%20do%20Corpo%20Humano.pdf
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