Buscar

Anais da V Conferência Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

OÜÜÜIÜ
04^
Anais
d a
V Conferência Nacional 
da Ordem dos Advogados do Brasil
Cflnselho FeJeral éi Ordem ios MvonaJos J i Brisil
ANAIS
D A
V CONFERÊNCIA NACIONAL
D A
ORDEM DOS ADVOGADOS 
DO BRASIL
Rio de Janeiro-GB 
11 a 16 de Agosto de 19?4
E R R A T A
Página 11 linha 23 onde se lê Eugêmio —
" 73 11 " " " exclusar-me
” 103 " 27 " " " Cardoz
leia-se Eugênio
excusar-me 
" Cardozo
Í N D I C E
Págs.
1 Introoução ___ - - ......................... 13
2. Ata da instalação da Comissão Executiva ................................ 15
3 Comissões ......................................................................................... 11
3.1 Comissão Executiva .............................................................. 17
3.2 Comissão Organizadora ................................................ 17
3.3 Comissão de Temário .......................................................... 17
3 .4 Comissões Especiais ............................................................... 18
3.5 Conselho Consultivo ............................................................. 18
^ 3.6 Relatores ......................................... 19
4. Conselho Federal ......... 21
4.1 Diretoria .......................................... 21
4.2 Membros Natos ...................................................................... 21
4 .3 Delegações dos Conselhos Secionais ..................................... 21
5 Presidentes dos Conselhos Secionais .......................................... 23
6. Relação dos inscritos ................................................................. 24
7. Programa ......................................................................................... 36
8. Temário e Relatores ............... 38
9. Sessão inaugural ........................ 42
9.1 Autoridades presentes .......................................................... 42
9.2 Discurso do Dr* José Ribeiro de Castro Pilho, Presidente
do Conselho Federal .......................................................... 44
9.3 Discurso do Dr, Álvaro Leite Guimarães» Presidente do 
Conselho Secional da Guanabara, saudando as Delega­
ções Estaduais ........................................................................ 52
9.4 Discurso do Dr. Otávio Mendonça em nome das Delega­
ções Estaduais ....................................................................... 57
Págs.
9.5 Discurso de S. Ex.% o Ministro Eloy José da Rocha, Pre^ 
sidente do Supremo Tribunal Federal ................................. 73
10. Conclusões aprovadas .................................................................. 77
11. Indicações ....................................... 97
13, Sessão de encerramento . , ...................................................... 98
12.1 Discurso do Presidente do Conselho Federal, Dr. José 
Riheiro de Castro Filho .................................................... 98
12.2 Discurso do Dr, Jorge Fernando Loretti .......................... 102
13. Teses
N “ 1 — Os Direitos do homem e sua tutela jurídica —
— Heleno Cláudio, Fragoso ..................... 105
N “ 2 — Direitos do homem e prerrogativas dos Advogados
— Nehemias Guelras ................ 133
N." 3 — Direitos do homem, a ordem pública e a seguran-
V ça nacional — Miguel Seabra Fagundes ................. 143
N,“ 4 — O direito ao trabalho — Evaristo de Morais Filho 153
N" 5 — Os abusos do poder econômico e garantias indi­
viduais — Miguel Reale ......................................... 195
N.“ 6 — Direitos ao bem-estar social — Orlando Gomes... 205
N " 7 — Problemas da urbanização da gociedade brasileira
— Clóvis Ramalhete ......... 227
N." 8 — Direitos à manifestação do pensamento — Hary-
berto de Miranda Jordão ....................................... 255
N.“ 9 — Proteção dos direitos do homem diante da orga­
nização judiciária e da administração pública — 
Jorge Fernando Loretti ............................................. 269
N*10 — Os partidos políticos e o direito de participação
política do cidadão — Josaphat Marinho ............ 289
N" 11 — Direito de asilo — Heráclito Fontoura Sobral Pinto 311
12 — O menor e os direitos humanos — Esther de Fi­
gueiredo Ferraz .......... 321
N," 13 — Liberdade de Associação — Paulo Brossard de
Souza Pinto .................................................................. 383
Págs.
N." 14 — Os direitos do homem concernentes à família —
Caio Mário da SUva Pereira ..................................... 393
15 — O acesso à cultura, como direito de todos os ho­
mens — Pontes de Miranda ..................................... 411
N.® 16 — Limitações dos direitos do homem: legitimidade
e alcance — Gervásio Leite ....................................... 439
N* 17 — Direitos humanos e a tributação — Otto de
Andrade Gil .................................................................... 461
N." 18 — Direitos humanos na área internacional — Oscar
Dias Corrêa ..................................................................... 493
19 — Da inutilidade do Conselho de Defesa dos Direitos
da Pessoa Humana — Nelson Carneiro ................. 513
N " 20 — O direito do trabalho como expressão dos direitos
do homem — Albino Lima ......................................... 525
N.“ 21 — As multas fiscais e os direitos do homem — A.
Theodoro Nascimento .................................................. 535
N / 22 — Direito à vida, o primeiro dos direitos humanos —
J. Motta Maia ............................................................ 549
23 — Ombudsman, instrumento de defesa dos direitos
— humanos nas democracias modernas — João de
Oliveira Filho ......................................................... 563
N “ 24 — Os direitos do homem e a organização sindical bra­
sileira ,— Eugêmio Roberto Haddock Lobo .......... 581
N.“ 25 — A defesa dos direitos humanos e a independência
da Ordem — Justino Vasconcellos ............................ 607
N.® 26 — Criminalidade comum e segurança nacional —______
Carlos de Araújo Lima .............................................. 627
N*® 27 — Violação do direito do trabalho na reforma da
Previdência Social — Nildo Martini ........................ 665
N." 28 — Direito à propriedade da terra e a Reforma Agrária
como meio de realizá-la — J. Paulo Bittencourt .. 675
N / 29 — Tribunais nacionais e remédios efetivos, para atos 
vinculados à economia agrária do Brasil — Octávio 
Mello Alvarenga .............................................................. 687
N / 30 — A Previdência Social em sentido lato: um dos
direitos humanos fundamentais. O exercício desse 
direito — Oswaldo Astolpho Rezende, Horácio da
Págs.
Silva Pinta, Mário Baptista de Magalhães, Fran­
cisco Gosta Netto — 695
N.“ 31 — O Imposto de Renda sobre honorários de advogado
— Antônio Carlos Nogueira Reis .............................. 701
N / -32 — Do cabimento de mandado de segurança nos casos 
de crimes políticos contra a segurança nacional —
— Júlio Fernandes Teixeira ..................................... 709
N.' 33 — Os direitos do homem rural diante de um tribunal
administrativo agrário — Ivo Frey .......................... 719
N / 34 — Direitos humanos e a prestação jurisdicional —
Osmar Alves de Melo ................................. 727
N " 35 — Direito do trânsito, instrumento de defesa da vida
humeuia — Abrahim Tebet ....................................... 739
Nr 36 — 0 advogado, os direitos humanos e a crise da
justiça criminal — Virgílio Luiz Donnici ................. 743
N." 37 — Defesa do homem, direitos, garantias individuais e
sociais — Yolanda Mendonça ................................ 755
VN / 38 — 0 sistema penitenciário e os direitos do homem —
Francisco Gil Gastello Branco ................................ 761
N / 39 — Direitos ao bem-estar social — Sérgio do Rego
Macedo — ..................................................................... 769
N.“ 40 — A defesa dos direitos fundamentais do homem 
como dever dos advogados — Fernando Andrade 
de Oliveira .................................................................... 783
INTRODUÇÃO
A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL oferece, ao
País, os Anais da 5 / Conferência Nacional^ levada a efeito entre 
os dias 11 e 16 de agosto deste ano, nesta cidade do Rio de 
Janeiro,
Dizemos oferecer ao País e a expressão é por nós usada 
¥ propositadamente, por isso que o tema central do encontro
— Direitos Humanos — diz respeito a todos os cidadãos e 
não apenas à nossa classe.
No anot que se seguiu à data, em que se comemorou a 
passagem do 25° aniversário da assinatura, em Paris, da De­
claração Universal dos Direitos do Homem e quando, em nos­
sos dias, a violência e todo seu cortejo se amplia, assumindo 
proporções alarmantes, o tema se impunha no propósito de, 
através da pregação e da divulgação^ conscientizar a Naçào 
de que não basta declarar o direito, inserindo-o em documen­
tos internacionais e constituições.
Impõe-se, dizíamos nós, a coexistência, ao lado dessas 
proclamações, das chamadas garantias constitucionais que 
deveriam e devem ser intocáveis, a modo de serem acionadas 
a qualquer instante, frente à ameaça ou a consumação do ato 
lesivo.
—* 13 —
X
Todavia, e sendo certo que a violência surge de todas as 
áreas, além das garantias constitucionais, impõe-se educar e 
conscientizar o homem.
No poder ou na oposição, na glória ou no ostracismo, o 
homem precisa ser convencido, de vez por todas, da presen­
ça de outros valores, avultando, entre estes, o da dignidade 
da pessoa humana, que deve, acima de tudo, ser preservada 
e respeitada.
Os advogados, que participaram do grande encontro do 
Rio de Janeiro e eram cerca de mil e entre eles os eminentes 
relatores das quarenta teses, oferecem, para meditação, uma 
preciosa contribuição, que agora publicamos.
Divulguemos os direitos fundamentais do homem até que 
eles, integrando a sua consciência, se transformem em norma 
definitiva de conduta dos governantes e governados, das maio- 
rias e das minorias.
Os direitos fundamentais do homem devem independer 
das circunstâncias e das posições. Quando assim for, haverá 
paz sobre a terra.
JOSÊ RIBEIRO DE CASTRO FILHO 
Presidente
ATA DA INSTALAÇÃO DA COMISSÃO EXECUTIVA DA 
QUINTA CONFERÊNCIA NACIONAL DA ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL, REALIZADA AOS OITO DE 
JANEIRO DE MIL NOVECENTOS E SETENTA E QUATRO, 
NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA. A AVENIDA MARE­
CHAL CÂMARA, DUZENTOS E DEZ, QUARTO ANDAR — 
CASA DO ADVOGADO — ESTADO DA GUANABARA.
No dia oito de janeiro de mil novecentos e setenta e 
quatro, na sala do Gabinete do Presidente do Conselho Fe­
deral da Ordem dos Advogados do Brasil, às 10 horas, reuniu- 
se a Comissão Executiva da V Conferência Nacional da Or­
dem dos Advogados do Brasil, presentes os seguintes mem­
bros: José Ribeiro de Castro Filho, Presidente, Paulo Barreto 
de Araújo, Secretario-Geral, e os Senhores Conselheiros Clo­
vis Ramalhete, Álfio Ponzi, Rubens Ferraz, Haryberto de 
Miranda Jordão, Heleno Cláudio Fragoso, Danilo Marcondes 
de Souza e Raymundo Faoro, com a assistência de José Motta 
Maia, Assessor da Presidência. — Inicialmente, o Presidente, 
abrindo a sessão, disse de suas finalidades e deu a palavra 
ao Assessor para expor o esquema básico inicial da Confe- 
rência, consoante exposição escrita distribuída a todos os 
presentes. — Foram adotadas as seguintes resoluções: 1. A 
Conferência será realizada na cidade do Rio de Janeiro, na 
semana de 11 (onze) a 16 (dezesseis) de agosto de mil novecen­
tos e setenta e quatro. — 2, Das sugestões constantes do es­
quema apresentado pelo Assessor da Presidência, foi prefe^ 
rida a fórmula de um Tema único, a ser desdobrado, em 
teses e proposições: o ADVOGADO E 0 8 DIREITOS DO
HOMEM. — 3, Foi designada Comissão para elaborar o te- 
mário e seu desdobramento em teses, bem assim para orga­
nizar o elenco de Relatores que deve ter, tanto quanto pos­
sível, caráter nacional. A Comissão é a seguinte: Clóvis Ra­
malhete como seu Coordenador, Álfio Ponzi, Haryberto de 
Miranda Jordão, Heleno Cláudio Fragoso e Raymundo Faoro.
— 4. Foram examinados vários assuntos tais como a esco­
lha da Comissão Organizadora, sendo, desde logo, designa* 
do seu presidente o Dr. Rubens Ferraz que selecionará os 
demais integrantes, bem assim vários aspectos e medidas re­
lativas à infra-estrutura da reunião, — 5. Ficou resolvido 
que serão custeadas pelo Conselho Federal a viagem e a esta' 
da no Rio, durante a Conferência, dos Relatores convidados 
e dos Presidentes dos Conselhos Secionais e de suas res­
pectivas esposas. — 6. Fixado em princípio, o critério para 
convites de honra. — 7, Acolhida proposta do Presidente 
no sentido de não se postular qualquer subsídio financeiro 
de entidades públicas ou particulares para a realização do 
conclave. — 8, Os Presidentes dos Conselhos Secionais se­
rão Vice-Presidentes natos da Conferencia. — Fixado dia 14 
(quatorze) de janeiro, ás dezesseis (16) horas para outra 
reunião da Comissão Executiva. — Para constar, Eu, Asses­
sor da Presidência, mandei datilografar a presente ata que, 
após conferida, vai por mim e pelo Secretário-Geral assinada 
e, pelo Presidente, aprovada.
PAULO BARRETO DE ARAUJO J. MOTTA MAIA
Secretário-Geral Assessor
JOSÉ RIBEIRO DE CASTRO FILHO 
Presidente
— 16
i
3. COMISSÕES
3 A Comissão Executiva
José Ribeiro de Castro Filho, Presidente 
Paulo Barreto de Araújo, Secretário-Geral 
Clóvis Ramalhete 
Álfio Ponzi 
Rubens Ferraz
Haryberto de Miranda Jordão 
Heleno Cláudio Fragoso 
Danilo Marcondes de Souza 
Raymundo Faoro
Assessor-Geral: J. Motta Maia
Vice-Presidentes: os Presidentes dos Conselhos Secionais 
da OAB
3.2 Comissão Organizadora
Rubens Ferraz, Presidente
Jorge Fernando Loretti, Vice-Presidente
Sebastião Pinto Costa, Secretário
3.3 Comissão de Temârio
Clóvis Ramalhete, Coordenador 
Álfio Ponzi
Haryberto de Miranda Jordão 
Heleno Cláudio Fragoso 
Raymundo Faoro
Divisão setorial: Planejamento — Corintho de Arruda Falcão 
(Presidente), Manoel Augusto dc Godoy Bezerra, Jonas de 
Mello Carvalho, Paulo Cesar Costeira. Finanças — Jurandyr 
dos Santos Silva (Presidente), Manoel Martins dos Reis, 
Oswaldo de Souza Valle, Luiz Leonardos. Transportes — Ro­
naldo José da Cunha Lima (Presidente), Augusto Sussckind 
de Moraes Rego, Jayme Mesquita, Ricardo Cesar Pereira Lira. 
Redação e Divulgação — Francisco de Assis Serrano Neves 
(Presidente), Eduardo Seabra Fagundes, Gélson Fonseca,
— 17 —
Eugênio Roberto Haddock Lobo. Impressão — José Danir 
Siqueira do Nascimento (Presidente), Edgard Queiroz do 
Valle e Breno de Andrade.
3.4 Comissões Especiais
I Comissão
Presidente
Vice-Presidente
Secretário
Presidente
Vice-Presidente
Secretário
Presidente
Vice-Presidente
Secretário
Presidente
Vice-Presidente
Secretário
Carlos Povina Cavalcanti 
José Frejat 
Hirosê Pimpão
/ / Comissão
Samuel Vital Duarte 
Jonas Mello de Carvalhn 
Oswaldo de Souza Valle
l í l Comissão
Ivo d'Aquino 
Ernesto Pereira Borges 
Jayme Mesquita
IV Comissão
Joaquim Gomes de Norões e Souza 
José Danir Siqueira do Nascimento 
Edgard Queiroz do Valle
V Comissão
Presidente — Haroldo Valladão
Vice-Presidente — Alfio Ponzi
Secretário — Ciaudionor de Andrade Júnior
3-5 Conselho Consultivo
Conselheiros natos (ex-Presidentes do Conselho Federal 
da OAB): Haroldo Teixeira Valladão, Miguel Seabra Fagun­
— 18 —
4
des, Nehemias Gueiros, Alcino de Paula Salazar, José Eduar­
do Prado Kelly, Carlos Povina Cavalcanti, Alberto
Barreto 
de Mello, Samuel Vital Duarte, Laudo de Almeida Camargo, 
José Cavalcanti Neves.
Conselheiros Federais: Amoldo Wald, George Francisco 
Tavares, Raul de Souza Silveira, José Frejat, Nilson do Mon­
te Resende, Paulo Pimentel Bello, Edmilson Moreira Arrais, 
Carlos de Araújo Lima, Salomão Abraham Benoliel, Everar- 
do Corrêa Bezerra, José Jacaúna de Souza, Antônio Evaristo 
de Moraes Filho, José Eduardo Barbosa Santos Neves, Sal­
vador Batista de Moraes, Fernando Eugênio dos Reis Per­
digão, Ernesto Pereira Borges, Luiz Neves de Senna Nunes, 
José Glympio de Castro Filho, Luiz Carlos Valle Nogueira, 
Ivan Pereira de Oliveira, Jackson Smith Lisboa, Hirosê 
Pimpão, Corintho de Arruda Falcão, Ivan de Souza, Fenelon 
Nonato da Silva, José Rocha Leal, Mário Guimarães, Clau- 
dionor de Andrade Júnior, Luiz Raymundo de Lyra Tavares, 
Marcos Saibelmann Melzer, Fernando José Besadona de Oli­
veira, Ivo d'Aqui no, José Tavares da Cunha Mello, ítalo Car­
los Falbo, Raul Esteves Rangel, Adroaldo Campos Filho, José 
Garcia de Freitas, Paulo de Freitas Mercadante.
3.6 Relatores
1. Heleno Cláudio Fragoso
2. Nehemias Gueiros
3. Miguel Seabra Fagundes
4. Evaristo de Moraes Filho
5. Miguel Reale
6. Orlando Gomes
7. Clòvis Ramalhete
8. Haryberto de Miranda Jordão
9. Jorge Fernando Loretti
10. Josaphat Marinho
11. Heráclito Fontoura Sobral Pinto
12. Esther Figueiredo Ferraz
13. Paulo Brossard de Souza Pinto
14. Caio Mário da Silva Pereira
15. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda
16. Gervásio Leite
17. Otto de Andrade Gil
18. Oscar Dias Corrêa
- 1 9 -
19. Nelson Carneiro
20. Albino Lima
21. A. Theodore Nascimento
22. J. Motta Maia
23. João de Oliveira Filho
24. Eugênio Roberto Haddock Lobo
25. Justino Vasconcelos
26. Carlos de Araujo Lima
27. Nildo Martini
28. J. Paulo Bittencourt
29. Octávio de Mello Alvarenga
30. Oswaldo Astolpho de Rezende
31. Antônio Carlos Nogueira Reis
32. Júlio Fernando Toledo Teixeira
33. Ivo Frey
34. Osmar Alves de Melo
35. Abrahim Tebet
36. Virgílio Donnici
37. Yolanda Mendonça
38. Francisco Gil Castello Branco
39. Sérgio do Rego Macedo
40. Fernando Andrade de Oliveira
#
— 20 -
é
0
4. CONSELHO FEDERAL
4.1 Diretoria
PRESIDENTE — José Ribeiro de Castro Filho 
VICE-PRESIDENTE — Wilson do Egito Coelho 
SECRETARIO-GERAL — Paulo Barreto de Araújo 
SUBSECRETARIO-GERAL — Carlos Maurício Martins Rodrigues 
TESOUREIRO — Jurandir dos Santos Silva
4.2 Membros Natos
Haroldo Valladão — Miguel Seabra Fagundes 
Nehemias Gueiros — Alcino de Paula Salazar 
José Eduardo do Prado Kelly — Carlos Povina Cavalcanti 
Alberto Barreto de Mello — Samuel Vital Duarte 
Laudo de Almeida Camargo — José Cavalcanti Neves
4.3 Delegações dos Conselhos Secionais
ACRE Arnoldo Wald
George Francisco Tavares 
Raul de Sousa Silveira
José Prejat 
Nilson do Monte Rezende 
Paulo Pimentel Bello
Carlos de Araújo Lima 
Edmilson Moreira Arrais 
Salomão Abraham Benoliel
Jonas Mello de Carvalho 
Josaphat Marinho 
Paulo Barreto de Araújo
CEARA Carlos Maurício Martins Rodrigues
Everardo Corrêa Bezerra 
José Jacaúna de Souza
Antônio Evaristo de Moraes Filho 
Haryberto de Miranda Jordão 
Jayme Mesquita
Clóvis Ramalhete 
Edgard Queiroz do Valle 
José Eduardo Santos Neves 
Abelino de Sena Nunes 
Salvador Batista de Moraes 
Sylvio Curado
— • 21 — '
DISTRITO FEDERAL
ESPÍRITO SANTO 
GOIÁS
ALAGOAS
AMAZONAS
BAHIA
GUANABARA
MARANHÃO
MATO GROSSO
MINAS GERAIS
PARÁ
PARAÍBA
PARANÁ
PERNAMBUCO
PIAUÍ
RIO DE JANEIRO
RIO GRANDE DO NORTE
RIO GRANDE DO SUL
SANTA CATARINA 
SAO PAULO
SERGIPE
Francisco de Assis Serrano Neves 
Herácllto Fontoura Sobral Pinto 
Rubens Ferraz
Fernando Eugênio dos Reis Perdigão 
Manoel Martins dos Reis 
Sebastião Pinto Costa
Ernesto Pereira Borges 
Jurandir dos Santos Silva 
Luiz Neves de Senna Santos
Caio Mário da Silva Pereira 
José Olympic de Castro Filho 
Oscar Dias Corrêa
Joaquim Gomes de NorÕes e Souza 
Luiz Carlos do Valle Nogueira 
Oswaldo de Souza Valle
Ivan Pereira de Oliveira 
Jackson Smith Lisboa 
Ronaldo José da Cunha Lima
Augusto Sussekind de Moraes Rego 
Heleno Cláudio Fragoso 
Hirosê Pimpão
Alfio Ponzi 
Corlntho de Arruda Falcão 
Ivan Campos de Souza
Fenelon Nonato da Silva 
José Rocha Leal 
Wilson do Egito Coelho
Jorge Fernando Loretti 
José Danir Siqueira do Nascimento 
Mário Guimarães
Claudionor de Andrade Júnior 
Eduardo Seabra Fagundes 
Luiz Raymundo de Lyra Tavares
Manoel Augusto de Godoy Bezerra 
Marcus Saibelmann Melzer 
Raymundo Faoro
Fernando José Basadona de Oliveira 
Ivo d'Aquino 
José Tavares da Cunha Melo 
Danilo Marcondes de Souza 
ítalo Carlos Falbo 
Raul Esteves Rangel
Adroaldo Campos Filho 
Paulo de Freitas Mercadante 
José Garcia de Freitas
” 22 —-
5. PRESIDENTES DOS CONSELHOS SECiONAIS
1. Acre — Adherbal Maximiniano Corrêa
2. Alagoas — Adelmo de Almeida Cabral
3. Amazonas — José de Ribamar Prazeres Coelho
4. Bahia — Mário Raymundo Gomes Marques
5. Ceará — Carlos Roberto Martins Rodrigues
6. Distrito Federal — Antônio Carlos Sigmaringa Seixas
7. Espírito Santo — Manoel Moreira Camargo
8. Goiás — Jorge Jungmann
9. Guanabara — Álvaro Leite Guimarães
10. Maranhão — José de Ribamar Cunha Oliveira
11. Mato Grosso — Djalma Metello Duarte Caldas
12. Minas Gerais — Ariosvaldo Campos Pires
13. Pará — Aldebaro Cavaleiro Macedo Klautau Filho
14. Paraíba — Paulo Américo Mala
15. Paraná — Èlio Narézi
16. Pernambuco — Joaquim Corrêa de Carvalho Júnior
17. Piauí — Waldemar Leal
18. Rio de Janeiro — Waldemar Zweiter
19. Rio Grande do Norte — Eider Furtado de Mendonça
20. Rio Grande do Sul — Justino Vasconcellos
21. Santa Catarina — João José Ramos Schaefer
22. São Paulo — Cid Vieira de Souza
23. Sergipe — Osmário Vilanova de Carvalho
— 23 —
V
6 RELAÇÃO DOS INSCRITOS
ALAGOAS
1. Aurino Malta de Oliveira 
AMAZONAS
1. Alberto Simonetti Cabral Filho
2. Aurélia Couto Ramos
3. Bartolomeu Augusto de Vasconcellos Dias
4. Félix Valois Coelho Júnior
5. José C, Silva Filho
6. José Paiva Souza Filho
7. José Russo
8. Onésimo Jones de Souza
9. Raymundo Fabiano Teixeira
10. Reginaldo Tribuzy
BAHIA
1. Amâncio José de Souza Neto
2. Almir Benjamim Tourinho
3. Antonio Carlos Nogueira Reis
4. Antonio Guerra Lima
5. Antonio José Marques Neto
6. Antonio Theodoro Nascimento Filho
7. Aurélio Pires
8. Carlos Fraga
9. Cláudio Estanislau Alves
10. Edson 0'Dwyer
11. Francisco Peçanha Martins
12. Genaro José de Oliveira
13. Heckel Amâncio Costa
14. Hélio Gil Gracindo
15. João Mello Cruz
16. Joaquim Maurício da Motta Leal
17. Jorge Francisco Mcdauar
'—' 24 —
tf
18. Laercio Amorim
19. Manoel Dias de Souza Filho
20. Mirian Conceição Vieira
21. Ormel Rossi
22. Suely Rossi
23. Rogério Ataide C. Pinto
24. Sérgio Habib
25. Virginia Mendonça
26. Walter Felizola Soares
CEARA
1. Antonio Francisco de Albuquerque
2. José Moura Vieira Mai a
3. Maria Helena de Sá
4. Raimundo Rui Farias
DISTRITO FEDERAL
1. Antonio Carlos Osório
2. Francisco Ferreira de Castro
3. Heitor Peres Muniz
4. Humberto Gomes de Barros
5. Inezil Pena Marinho
6. José Alberto Vinhaes
7. José Guilherme de Barros
8. José Paulo Pertence
9. Moacir Belchior
10. Optaciano Mendes Muniz
11. Osmar Alves de Mello
12. Roberto Rosas
ESPÍRITO SANTO
1. Carlos Dorsch
2. Cl cone Heringer
3. José Ignacio Ferreira
4. José Santos Neves
5. Sinzenando Pechincha Filho
—' 25
V
GOIÁS
1, Alaor Barbosa dos Santos
2, Luiz Antonio de Carvalho
GUANABARA
1. Abrahim Tebet
2. Adolpho José Fernandes
3. Alberto Venâncio Filho
4. Alberto Dau
5. Albino Lima
6. Alexandrina Beatriz Távora Gil
7. Aloysio Augusto da Costa
8. Antonio Carlos Barreto Vasconcelos
9. Antonio Modesto da Silva
10. Antonio Salen
11. Arakem Faissol Pinto
12. Arletc Silva da Costa Net to
13. Armando Cordeiro Gerk
14. Arthur de Castro Borges
15. Arthur Lavigne Junior
16. Augusto Freire Belém
17. Angela Maria Seixas de Brito Cunha
18. Benedito Calheiros Bomfim
19. Bento de Barros Ribeiro
20. Bernadete Vieira da Silva
21. Breno de Andrade
22. Caio Tácito Sá Viana Pereira de Vasconcelos
23. Caio Mário Meira de Vasconcellos
24. Cassio Rodrigues Pereira
25. Cláudio de Souza Amaral
26. Carlos Autran Massena
27. Carlos da Silva Moreira
28. Carlos Figueiredo Forbes
29. Carlos Henrique de Carvalho Fróes
30. Carolina Sotto Mayor
31. Cyro Aurélio de Miranda
32. Custódio de Almeida
33. Celso dc Albuquerque Barreto
34. Celso da Silva Soares
— 26 “ *
35. Cecília Silveira Cintra
36. Denize de Castro Cellos
37. Domingos Henrique Leal Braune
38. Edgard Montaury Pimenta
39. Edson Barroso Fernandes
40. Edval Monteiro Rodrigues
41. Egberto Teixeira Soares
42. Elizabeth dos Santos Carvalho
43. Enio Souza Leão
44. Erymá Antunes Carneiro
45. Francisco Costa Netto
46. Francisco das Chagas Machado
47. Fernando Cícero Velloso
48. Fernando Cavalcanti
49. Flora Strozenberg
50. Gaston Luiz do Rego
51. Gert Egon Dannemann
52. Gilberto Cavalcanti Rabello
53. Gilberto de Ulhôa Canto
54. Gladys Marques da Rocha
55. Guilherme Augusto Alves Pires
56. Gustavo Martins Gonçalves
57. Hamilton Prisco Paraíso
58. Heider Villares Sucena
59. Helena Litman Schwartz
60. Helly Magalhães Outeral
61. Henrique Cândido Camargo
62. Herman Assis Baeto
63. Horácio Machado Medeiros
64. Horácio da Silva Pinto
65. Humberto Jansen Machado
66. Iara Paixão Dantas
67. Ivan Alkmim
68. Ivan Paixão França
69. Ivo Frey
70. Ives Orlando Tito de Oliveira
71. Jessé Cláudio Fontes de Alencar
72. João Batista dos Santos
73. João José Póvoa
74. João Mário de Medeiros
75. João de Oliveira Filho
— 27 ^
76. João Travassos Chermont
77. José Carlos Araujo Tajra
78. José Carlos Brandão Monteiro
79. José Carlos Ribeiro Filho
80. José Carlos Barbosa Moreira
81. José de Jesus Lopes
82. José Magalhães Ribeiro
83. José Ribeiro de Castro Neto
84. José Salvador Leal Miranda
85. Júlio Cesar Costeira
86. Júlio dos Santos Vieira de Mello
87. Léa Ribeiro da Silva Novaes 
88* Leonidas Amorim
89. Leonardo Greco
90. Lincoln Francisco Benício Neto
91. Lineu Dondeo
92. Luiz Mário Camargo Xavier
93. Luiz Monteiro Salgado Lima
94. Luiz da Rocha Braz
95. Magdalena Thoniaz Londero
96. Marcelo Meira de Vasconcellos
97. Mauro Caldeira de Andrade
98. Mário Baptista de Magalhães
99. Mário dos Santos Paulo
100. Marione Gomes Meirelics
101. Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira
102. Milton Monte Rodrigues dos Santos
103. Milton Menezes da Costa
104. Nelson de Azevedo Branco
105. Nelson Carneiro
106. Nildü Martini de Barros
107. Neuza da Cruz
108. Omar Denys Cattete
109. Octávio Mello Alvarenga
110. Oswaldo Astolpho Resende
111. Paulo Eduardo de Araujo Saboya
112. Paulo Henrique Mata Machado
113. Pauío Juvenal Barbosa
114. Paulo Martins de Abranches
115. Paulo Valladares
#
116* Peter Dirk Siemsen
117. Randolpho Gomes
118. Renato Cutin
119. René Boeckel Velloso
120. Ricardo Cesar Pereira Lira
121. Roberto Camargo
122. Roberto Litman
123. Roberto Paraiso Rocha
124. Rolando do Carvalho Lemgruber
125. Ruth Farias de Melo
126. Sérgio do Rego Macedo
127. Steiner do Couto
128. Sylvio Kelner
129. Sylvio Rohan Guaíá
130. Técio Lins e Silva 
131 Thomas Leonardos
132. Tito Livio de Figueiredo Jr.
133. Tito Livio Cavalcanti de Medeiros
134. Valdir Edson Nasser
135. Wany do Couto Faria
136. Walter Lemos de Azevedo
137. Yolanda Mendonça
MARANHÃO
1. Crescêncio Custódio Bogea Gonçalves
2. Durval Soares da Fonseca
3. Eugênio Martins Freitas
4. Felipe dos Santos Jacinto
5. Gervásio Protásio dos Santos
6. Pedro da Costa Moraes
7. Salvio Jesus de Castro Costa
MATO GROSSO
1. Benjamim Monteiro Filho
2. Lydio M. Bandeira de Mello
3. Munir Feguri
MINAS GERAIS
1. Aderbal Teixeira
— 29 —
V
2. Antônio Couto de Andrade
3. Aristóteles Dutra de Araujo
4- Aristóteles Atheniense
5. Camel Aboala Abrão
6. Daniel Ribeiro do Valle
7. Edson Gonçalves Prata
8. Eduardo Brant Moraes
9. Ercílio Guimarães
10. Francisco Kioyasu Shimabukuro
11. Guido Luiz Mendonça Bilharinho
12. Gustavo Capanema de Almeida 
13- ítalo Pifano
14. João Velu Galvão
15. Márcio Nogueira
16. Marcus Vinícius de Garcia Ramos
17. Newton Fernandes
18. Nelson Santos Anjo
19. Newton Pascal de Oliveira
20. Osmar Batista Pereira
21. Raymundo Cândido
22. Rômulo Coelho
23. Unias Silva
24. Vivaldo Rezende
PARA
1. Aloysio da Costa Chaves
2. Augusto Barreira
3. Benedicto Wilfredo Monteiro
4. Egydio Machado Salles
5. Frederico Coelho de Souza
ó . Humberto Machado de Mendonça
7. Joaquim Eugênio da Cruz de Amorim Mac-Culloch
8, Joaquim Lemos Gomes de Souza 
y. Júlio Augusto de Alencar
10. Marçal Marcelino da Silva Filho
11. Maria de Nazaré Oliveira Imbíriba
12. Milton Augusto de Brito Nobre
13. Oswaldo Nasser Tuma
14. Otávio Mendonça
15. Propércio Ferreira de Oliveira Filho
30 —
16. Sérgio Alberto Frazâo do Couto
17. Silvio Augusto de Bastos Meira
18. Sousange Angélica de Souza
19. Wilham de Almeida Cavalcante
PARAÍBA
1. Joacii de Brito Pereira
2. José Mário Porto
PARANÁ
1. Antonio Acir Breda
2. Athos Moraes de Castro Vellozo
3. Carlos Fernando Corrêa de Castro
4. Eduardo Rocha Virniond
5. Fernando Caldeira de Andrada
6. Fernando Andrada de Oliveira
7. Joaquim Munhoz de Mello
8. Leonel da Rosa Vieira
9. Plínio Antonio de Sotti Lopes 
lU. René Ariel Dotti
PERMAMBUCO
1. Affonso Neves Baptista Neto
2. Francisco Pinheiro dos Reis
3. Geraldo de Oliveira Santos Neves
4. Geraldo dos Anjos Netto de Mendonça
5. Ivan da Costa Pinto Neves
6. João Pinheiro Lins
7. José Guimarães Sobrinho
8. José Teotônio Vieira Regueira
9. Luiz Gonzaga Gomes de Freitas
10. Margarida de Oliveira
11. Nivaldo Nelmar de Arruda Guimarães
12. Reinaldo Dornelas Câmara
13. Paulo Fernando Motta
14. Rodolfo Araujo
15. Sérgio Higino Dias dos Santos Filho
16. Solon Soares da Silva Filho
17. Urbano Vitalino de Melo Filho
18. Volgran Correia Lima
19. Zilda Resende Duque
PIAUÍ
1. Celso Barros Coelho
2. Deusdedit Souza
3. Fernando Lopes da Silva Filho
4. Fides Angélica de C. M, Mendes Ommati
5. Humberto Machado Coelho
6. Iracema Santos Rocha da Silva
7. Jorge Azar Chaib
8. José Eduardo Pereira
9. Luiz Gonzaga Soares Viana
10. Ocílio Pereira do Lago Júnior
11. Omar dos Santos Rocha
12. Raimundo Soares Nascimento
13. Reginaldo Santos Furtado
RIO DE JANEIRO
1. Adalberto Espírito Santo Tinoco Barreto
2. Alaor Eduardo Scisinio
3. Alberto Francisco Torres
4. Albino Vaz Teixeira
5. Alcy Amorim da Cruz
6. Alfredina Gonzaga de Oliveira
7. Aloysio Tavares Picanço
8. Antonio Rodrigues Ferreira
9. Augusto Frederico de Moraes Bittencourt
10. Carlos Arthur Paulon
11. Carlos Augusto Coimbra de Mello
12. Ellis Hermydio Figueira
13. Flávio Cautiero Horta Jardim
14. Herval Basil io
15. Humberto Soeiro de Carvalho
16. Jamil Smera
17. João Alberto Baptista Campos
18. João Baptista Correa de Mello
—* 32 —
4
19. José Augusto Tanus
20. Leonardo Melino
21. Mareio Aloisio Pacheco de Mello
22. Mário Brazil de Araujo
23. Mário Caldas
24. Nelson Joaquim da Silva
25. Raldênio Bonifácio Costa
26. Roberto Bussinger Figueiredo
27. Ronaldo Cardoso Alexandrino 
28- Sebastião Mário Miguel Panza
29. Sérgio Maurício Pacheco de Mello
30. Themístocles Américo Caldas Pinho
31. Ulysses Leocádio
RIO GRANDE DO NORTE
1. Amauri Sampayo Marinho
2. Terezinha de Almeida Galvão
RIO GRANDE DO SUL
1. Abrano Bedim
2. Antonio Medeiros de Azevedo
3. Ari Bueno de Almeida
4. Eliseu Gomes Torres
5. Érico Alves Lourenço de Lima
6. Francisco Talaia O'Donnell
7. Fernando Sérgio Lobato Dias
8. George Teixeira Giorgis
9. Gelso
Radaeli
10. José Antonio Ponzi
11. Júlio de Souza Teixeira
12. Marcus Soibelmann Melser
13. Milone Antonio Sachet
14. Nereida Lourenço de Lima
15. Paulo Kreitchmann
16. Pedro Myrtes de Lima Vargas
17. Walter Eugênio Tschiedel
SANTA CATARINA
1. Aluizio Biasi
2. Angelo Silvestre Bez
3. Antonio Boabaid
4. Aroldo Joaquim Camillo
5. Carlos Alberto Silveira Leanzi
6. Dante Heroíco Fortunato
7. Elci Irene Marçal Boabaid
8. Enio Carneiro da Cunha Luz
9. Helio Sacilotti de Oliveira
10. Hylton Gouvêa Lins
11. Miguel Hermínio Daux
12. Sadi Lima
13. Túlio Cesar Gondim
SÃO PAULO
1. Carlos Alberto Augusto Batista
2. Darray Mendonça
3. Domingo Marmo
4. Dione Prado Stamato
5. Edevaldo Alves Silva
6. Ernani Pereira Rosa
7. Evaristo Gazzetti
8. Floriza Lemos Leite
9. Francisco Léo Munari
10. Francisco Sproríni Filho
11. J. B. Viana de Moraes
12. João Augusto Melo Rosa
13. Joaquim Cavalcanti de Oliveira Lima Neto
14. J. Paulo Bittencourt
15. Jorge Lauro Celidônio
16. José Carlos Aguirre
17. José Carlos Dias
18. José de Castro Bigi
19. José Sollero Filho
20. Júlio Fernando Toledo Teixeira
21. Luiz Barros de Ulhôa Cintra
22. Luiz Lobo Neto
23. Maria de Lourdes Almeida Junqueira Thomaz
24. Maria Lúcia Borges de Araujo Cintra
25. Mário Sérgio Duarte Garcia
26. Maurício de Oliveira
27. Miguel Gonçalves da Silva
28. Miguel Reale Júnior
29. Nélio Chagas de Moraes
30. Otoniel Brandão Ferreira
31. Otto Cyrillo Lehmann
32. Paulo Sérgio Leite Fernandes
33. Rosa Maria Cardoso da Cunha
34. Ruy de Azevedo Sodré
35. Sérgio Guarinon Corrêa
36. Sérgio Marques da Cuz
37. Sérgio Sérvulo da Cunha
38. Silma Mar lice Z. de Souza
39. Virgílio Manoelino Pinto
40. Wellington Rocha Cantai
SERGIPE
1. Antonio Jacinto Filho
2. Dyrce Moreno Jacintho
3. Geni Rodrigues Schuster
4. José Augusto de Azeredo Lobão
5. José Gilton Pinto Garcia
6. Luís Urbano Silva de Lima
7. Maria José Cruz e Freitas
7 P R O G R A M A
Trabalhos da Conferência 
Atividades sociais
11 de agosto 
domingo
18 h — Sessão solene de instalação
19 h — Coquetel de congraçamento (Hotel Glória)
12 de agosto 
segunda-feira
Inscrição e entrega de credenciais 
Trabalho de Comissões 
Trabalho de Comissões -
Coquetel no Jockey Club .
13 de agosto 
terça-feira
9 h-12 h — Trabalho de Comissões 
14h-17h — Trabalho de Comissões 
Noite livre
14 de agosto 
quarta-feira
9 h-12 h — Trabalho de Comissões 
14h -1 7 h — Conclusão dos Trabalhos de Comissões 
Noite livre
15 de agosto 
quinta-feira
10h-13h — Passeio turístico pela Cidade
13 h — Almoço na Churrascaria Gaúcha 
Tarde e noite livres
— 36 —
8 h —” 
9h-12h — 
14 h-17 h — 
19 h —
4
#
ló de agosto 
sexta-feira
9 h-12 h — Sessão plenária para discussão e votação das in­
dicações das Comissões 
14.30-17.30 - Sessão plenária para discussão e votação das in­
dicações das Comissões 
18 h — Sessão solene de encerramento 
21 h — Banquete no Clube dos Caiçaras
- 37 —
8. TEMÁRIO E RELATORES
O Advogado e os Direitos do Homem
1 * Os Direitos do Homem e sua tutela jurídica.
RELATOR — Prof. Heleno Cláudio Fragoso
2. Direitos do Homem e prerrogativas dos advogados. 
RELATOR — Prof. Nehemias Gueiros
3. Direitos do Homem, a Ordem Pública e a Segurança Na­
cional.
RELATOR — Prof. Miguel Seabra Fagundes
4. O Direito ao Trabalho.
RELATOR — Prof. Evaristo de Moraes Filho
5. Os Abusos do Poder Econômico e Garantias Individuais 
RELATOR — Prof. Miguel Reale
6. Direitos ao Bem-Estar Social.
RELATOR — Prof. Orlando Gomes
7. Problemas da Urbanização da Sociedade Brasileira. 
RELATOR — Prof. Clóvis Ramalhete
8. Direitos à Manifestação do Pensamento.
RELATOR — Prof. Haryberto de Miranda Jordão
9. Proteção dos Direitos do Homem diante da Organização 
Judiciária e da Administração Pública.
RELATOR — Prof, Jorge Fernando Loretti
10, Os Partidos Políticos e o Direito de Participação Política 
do Cidadão.
RELATOR — Prof. Josaphat Marinho
11, Direito de Asilo.
RELATOR — Prof. Heráclito Fontoura Sobral Pinto
12, 0 Menor e os Direitos do Humanos 
RELATORA — Prof* Esther de Figueiredo Ferraz
— 38 —
13. Liberdade de Associação,
RELATOR — Prof, Paulo Brossard de Souza Pinto
14. Os Direitos do Homem concernentes á Família. 
RELATOR — Prof. Caio Mário da Silva Pereira
15. O Acesso á Cultura, como Direito de todos,
RELATOR — Embaixador Pontes de Miranda
16. Limitações dos Direitos do Homem; Legitimidade e Al­
cance,
RELATOR — Prof. Gervásio Leite
17. Direitos Humanos e a Tributação.
RELATOR — Prof, Otto de Andrade Gil
18. Direitos Humanos na Area Internacional.
RELATOR —- Prof. Oscar Dias Corrêa
19. Da inutilidade do Conselho de Defesa dos Direitos da Pes­
soa Humana.
RELATOR — Prof. Néison Carneiro
20. O Direito do Trabalho como Expressão dos Direitos do 
Homem.
RELATOR — Prof. Albino Lima
21. As Multas Fiscais e os Direitos do Homem.
RELATOR — Prof, A. Theodoro Nascimento
22. Direito à vida, o primeiro dos Direitos Humanos. 
RELATOR — Prof. J. Motta Maia
23. Ombudsman, instrumento de Defesa dos Direitos Hu­
manos nas Democracias Modernas,
RELATOR — Prof, João de Oliveira Filho
24. Os Direitos do Homem e a Organização Sindical Brasi­
leira.
RELATOR — Prof. Eugênio Roberto Haddock Lobo
25. A Defesa dos Direitos Humanos e a Independência da 
Ordem.
RELATOR — Prof. Justino Vasconcellos 
— 39 —"
26. Criminalidade comum e segurança nacional.
RELATOR — Prof* Carlos de Araújo Lima
27. Violação do Direito do Trabalho na Reforma da Previ­
dência Social
RELATOR — Nildo Martini
28. Direito à propriedade da terra e a Reforma Agrária como 
meio de realizá-lo.
RELATOR — Prof, J. Paulo Bittencourt
29. Tribunais Nacionais c Remédios Efetivos, para atos Vin­
culados à Economia Agrária do Brasil
RELATOR — Octavio Mello Alvarenga
30. A previdência social em sentido lato: um dos direitos 
humanos fundamentais. 0 exercício desse direito. 
RELATORES — Oswaldo Astholfo Rezende e outros
31. O Imposto de Renda Sobre Honorários de Advogado 
RELATOR — Antônio Carlos Nogueira Reis
32. Do Cabimento dc Mandado de Segurança nos casos dc 
Crimes Políticos contra a Segurança Nacional 
RELATOR — Júlio Fernandes Teixeira
33. Os Direitos do Homem Rural Diante de um Tribunal 
Administrativo Agrário
RELATOR — Ivo Frey
34. Direitos Humanos e a Prestação Jurisdicional 
RELATOR — Osmar Alves de Meio
35. Direito de Trânsito, Instrumento de Defesa da Vida Hu­
mana
RELATOR — Abrahim Tebet
36. 0 Advogado, os Direitos Humanos e a Crise da Justiça 
Criminal
RELATOR — Virgilio Luiz Donnici
37. Defesa do Homem, Direitos, Garantias Individuais e 
Sociais
RELATORA — Yolanda Mendonça
38. O Sistema Penitenciário e os Direitos do Homem 
RELATOR — Francisco Gil Castello Branco
39. Direitos do Bem-Estar Social 
RELATOR — Sérgio do Rego Macedo
40. A Defesa dos Direitos Fundamentais do Homem Como 
Dever dos Advogados
RELATOR — Fernando Andrade de Oliveira
- 4 1 —
9 SESSÃO INAUGURAL
9.1 Autoridades presentes
1 — PRESIDENTE DO SINDICATO DOS ADVOGADOS
DR. ELY OUTEIRAL
2 — PRESIDENTE DO CLUBE DOS ADVOGADOS
DR. BRENNO ANDRADE
3 — PRESIDENTE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO
BRASIL NA GUANABARA 
DR. ALVARO LEITE GUIMARAES
4 — MINISTRO DO INTERIOR — REPRESENTADO PELO
DR. JOSÉ ANDREA
5 — CARDEAL ARCEBISPO DO RIO DE JANEIRO — RE­
PRESENTADO POR MONSENHOR G U I L H E R M E 
SCHUBERT
6 — MINISTRO TEMISTOCLES CAVALCANTI
7 — MINISTRO PRADO KELLY
8 — SECRETARIO-GERAL DO CONSELHO FEDERAL DA
ORDEM DOS ADVOGADOS
DR. PAULO BARRETO DE ARAUJO
9 — PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
MINISTRO ELOY JOSÉ DA ROCHA
10 — PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DA ORDEM
DOS ADVOGADOS
DR. JOSÊ RIBEIRO DE CASTRO FILHO
11 — GOVERNADOR DO ESTADO DA GUANABARA —
REPRESENTADO PELO SECRETARIO DE JUSTIÇA 
DR. GERALDO FARIA
BATISTA
12 — MINISTRO LUIZ GALLOTTI
— 42 ““
«
13 — PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ES­
TADO DA GUANABARA — REPRESENTADO PELO 
VICE-PRESIDENTE DO MESMO TRIBUNAL 
DR. SALVADOR PINTO FILHO
14 — RUY DE LIMA PESSOA — REPRESENTADO PELA
DRA. MARLY VALLE MONTEIRO
15 — PRESIDENTE DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS
ADVOGADOS
DR. OSWALDO ASTHOLFO REZENDE
- 4 3 —
/
9.2 Discurso do Dr, José Ribeiro de Castro Filho, Presiden­
te do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
'Os direitos estruturais da pessoa humana, porque atri­
butos inerentes ao próprio ser, antecedem ao aparecimento 
do Estado e independem das normas escritas, até porque o 
indivíduo antecede ao Direito e ao Estado, que são cons­
truções suas e, ao depois, pelo processo da autolimitação, a 
ambos se submete.
Porém, mais uma vez a criatura volta-se contra o criador 
e, constituído o Poder, sobreveio de logo o conflito com 
a liberdade, antinomia que data de todos os tempos, prolon­
ga-se pelos séculos em fora e assume graves proporções nessa 
hora do mundo quando, além de outros fatores de violência, 
o Executivo, no propósito ou sob o pretexto de contê-los e 
até porque é da índole do poder o excesso, se exacerba e se 
adianta em relação aos dois outros poderes do Estado, acar­
retando para o homem o clima da insegurança, que significa, 
em úhim a análise, forma de negação dos seus direitos funda­
mentais*
Na verdade, a proposição nao importa em desafio para 
0 jurista, mesmo porque, sempre atento e sensível aos fe­
nômenos sociais, desde muito, através dos processos de cons­
trução, tem colocado a serviço da humanidade a sua colabo­
ração admirável e generosa.
0 eminente Prof. Miguel Reale afirmava de uma feita 
que o jurista é um criador de bens culturais, tomada essa 
palavra no sentido de tudo aquilo que se acrescenta ao mun­
do criado da natureza e, na verdade, assim o é e assim tem 
sido.
Muito mais que mero espectador, partícipe atuante, ao 
advogado não passaram desapercebidos os acontecimentos 
históricos expressando a luta do homem contra o arbítrio e 
assim e destacando os principais:
Na Roma antiga os plebeus exigiam dos patrícios a obri­
gatoriedade da publicidade do direito positivo com a afixa- 
ção, nas portas do Senado, da lei das doze tábuas.
- 4 4 -
Em 1215, através da Carta Magna, era a sujeição do Rei 
ao império da lei.
A partir de então, os atos libertários escritos se suce­
deram mais aceleradamente. Em 1628 as comunas se impu­
nham a Carlos L 0 Bill of Rights restringia o Poder Real, re­
presentado por Guilherme de Orange e o Act of Settlement, 
de 1701, ao impedir a destituição dos magistrados pelo sobe­
rano, expressava a primeira forma de manifestação da inde­
pendência do Judiciário.
Ao depois sobrevieram a Declaração da Independência 
Americana, a Declaração dos Direitos do Homem, da Revo­
lução Francesa e, apressando o passo e já em nossos dias, 
a Carta de Paris de 10 de dezembro de 1948, quando então 
se ampliam os chamados direitos fundamentais do homem 
á sombra de duas inspirações da maior altitude — o senti­
do de universalidade e a dimensão dos mesmos.
Mas o que se aprendeu da lição da história e eis aí a 
sensibilidade dos juristas, foi a inutilidade de meras decla­
rações ou de reconhecimentos dos direitos fundamentais do 
homem.
O Prof. Heleno Fragoso, com a sua extraordinária per- 
cuciência, afirmou na tese que submete à apreciação deste 
Congresso:
"Acha-se definitivamente ultrapassada a fase das decla­
rações de direitos e liberdades fundamentais,"
A experiência recolhida através dos tempos nos leva à 
convicção, e essa é uma das nossas contribuições, de que se 
impõe, para a efetivação dos direitos estruturais da pessoa 
humana, mais que a declaração, a presença e a efetividade 
de um instrumental, fixado a qualquer custo, que assegure, 
em realidade, esse reconhecimento,
Para tanto, se faz mister a presença, na estrutura orgâ­
nica do Estado, de um Judiciário autônomo.
De que adiantará a inserção nas Cartas internas e nos 
tratados internacionais dos direitos fundamentais dos ho­
mens, se, quando ocorrer a violação, o Judiciário, sob o con­
trole do Executivo ou tangido por outras razões, que não
^ 45 —
importa considerar, não dispuser da independência neces­
sária para decidir?
Impõe-se a reação do Judiciário contra os movimentos do 
Executivo no propósito de minimizá-lo e da submissão.
De minha parte, diviso nas teorias nascentes, visando à 
criação de cortes internacionais com atribuições de julgar 
súditos de países convenientes, uma forma de desprestígio 
da Justiça local.
Tangido a um exemplo e com magnífico sentido de rea­
lidade, fixo-me nos Estados Unidos da América do Norte, 
onde tanto não se faz mister.
Às decisões da Suprema Corte daquele país, mesmo nas 
horas mais difíceis da nacionalidade, nunca faltaram as ins­
pirações do direito.
Rui, apesar dos anos, sempre presente, expressava a sua 
crença no Judiciário:
"Considera-se justamente o Poder Judiciário, como o 
baluarte das nossas liberdades civis, o guarda da Consti­
tuição, o arbitrador dos limites da ação administrati­
va, o defensor da moralidade pública e o protetor supre­
mo da nossa vida, da propriedade, da honra, da digni­
dade cívica e da igualdade perante a lei,
"Em todas as questões que se referem a invasões de 
direitos civis, em todas as de ameaça á nossa vida, 
saúde, propriedade, ou reputação, compete ao Judiciá­
rio, não só fixar qual seja a lei, quando controversa, 
mas acomodá-la às alterações sucessivas do estado so- 
ciai, e sustar a ação dela, quando ofensiva da lei fun­
damental/'
Antes, já o inovidável Pimenta Bueno escrevia, referin­
do-se ao Judiciário:
“Por isso mesmo que a sociedade deve possuir e exi­
gir uma administração de justiça protetora, fácil, pron­
ta e imparcial; por isso mesmo que este Poder exerce 
preponderante influencia sobre a ordem pública e des­
tinos sociais, influência que se estende sobre todas as
— 46 —
«
classes, que se exerce diariamente sobre a honra, a li­
berdade, a fortuna e a vida dos cidadãos; por isso mes­
mo, dizemos, é óbvio que nem a Constituição nem as 
leis orgânicas deveriam jamais olvidar-se das condições 
e meios essenciais para que ele ministre todas as garan­
tias, para que possa desempenhar sua alta m issão. . . "
Na verdade, as citações devem ficar no sentido apenas 
da homenagem, pois c certo que, tanto como no que tange 
aos direitos humanos, também é inato, em nossas consciên­
cias, o sentimento do julgamento, que tem, como pressupos­
to, a independência.
Mas, o Judiciário é poder inerte, destituído, na expres­
são precisa do douto Justino Vasconcellos, de impulso pró­
prio. Quem o aciona? Quem o coloca em movimento?
Minhas senhoras e meus senhores: permiti que eu me 
exceda neste passo para vos confessar o que faço talvez sob 
o signo da melancolia: não fosse a violação do direito e, nes* 
sa área, tudo permaneceria estático,
Com efeito, o advogado age sob o impulso ou procurado 
pelo cidadão ameaçado ou lesado em seus direitos.
Dir-se-ia, por conseqüência, que, não fosse o atentado, 
nem o advogado nem o Judiciário se movimentariam. Por 
conseqüência, a lesão se constitui, em última análise, em 
agente impulsionador.
Tudo isso, porém, não importa. O que é trágico consi­
derar é a presença da lesão mas, de outra parte, a existên­
cia confortadora, a um só tempo, daquele que patrocina o 
direito lesado — o advogado — e daquele que decide sobre a 
ocorrência — o Judiciário.
Ora, senhoras e senhores, quanto de grandeza haverá 
em tudo isso e amanhã podereis ser o atingido, quando ti- 
verdes a certeza de que, quando assim o for, quando assim 
suceder, haverá um Judiciário autônomo, que julgue a des­
peito de tudo e uma advocacia que tem a coragem de pro­
clamar e sustentar o vosso
direito?
Todavia, no mundo inteiro, se conspira nessa hora con­
tra a independência da advocacia, embora na Grécia, em 
Roma, na França de São Luís, na Espanha de Afonso, o sá-
’ 47
¥ '
bio, se tenha proclamado a grandeza do sagrado encargo e 
entre nós, a partir da lei orgânica da Ordem, o exercício do 
nosso munus assumiu proporções grandiosas.
Mas, precisamente porque assim seja, porque são os 
advogados, na expressão feliz do Manifesto de Bruxelas, os 
defensores dos direitos do homem, armam-se, não raro, con­
tra eles, os advogados, todas as represálias. É a ação dos 
déspotas, dos arbitrários, sempre recalcitrantes.
Volvamos as nossas vistas para o passado e para os 
tempos presentes e sempre haveremos de verificar que, con­
tra nós, contra os advogados, se dirigem, desde Napoleão, 
as iras do poder, que se extravia,
Não importa. Nascemos sob o signo da defesa. Esse é 
o nosso propósito. Amanhã, talvez hoje mesmo, iremos de­
fender aqueles que hoje tolhem os nossos passos, que só 
visam á sacralidade.
O Advogado, na sua expressão grandiosa, não defende 
A ou B, num sentido apenas de individualização, ou parti­
cular, mas defende e sustenta, sobretudo, o direito, vale di­
zer, a aplicação do princípio fundamental.
Quando se atinge um direito individual não se fere ape­
nas o cidadão, mas a própria ordem jurídica, que se implan­
ta e reina em função do homem, como seu único destinatário.
A independência, que pleiteamos e que havemos de sus­
tentar sem tréguas, nós os advogados brasileiros e os advo­
gados de todo o mundo — e tanto já se disse no Manifesto de 
Bruxelas e no Relatório de Lausanne e dizemos nós nesta 
hora, que é uma hora de luz, luz que ilumina os caminhos 
do idealismo, luz que clareia as estradas da liberdade, dos 
direitos e da Justiça, a independência, que assim postula­
mos, expressa a condição fundamental para que possamos 
defender os direitos do homem.
Que será dos advogados jungidos a qualquer dos pode- 
res do Estado e, conseqüentemente, do cidadão ferido?
Um dos compromissos, que devemos assumir nesta noi­
te, a menos que caminhemos para o perjúrio e para a apos- 
tasia, é o da independência nossa e da nossa corporação 
eterna.
— 48 —"
m
Pelo culto ao direito e na defesa de nossos clientes, os 
cidadãos, nós haveremos de ser donos dos nossos destinos.
Perlustremos mais uma vez o trabalho de Justino Vas ^
concellos, bravo e ilustre presidente da Seção do Rio Grande 
do Sul:
"Desde o Imperador Justino — registra ZANARDELLI
— os advogados constituiram-se em Ordem, que os es­
tatutos medievais "dotaram de plena independência e 
autonomia" (GIUSEPPE ZANARDELLI, Uavvocatura,
2.® ed., nova tiragem, Unitas, Milão, 1920, p. 11).
Compreende-se, pois, a saudação do chanceler HENRI 
D'AGUESSEAU, em 1693, à Ordem que, "tão antiga como a 
magistratura, tão nobre como a virtude^ tão necessária quan­
to a Justiça, se distingue por um caráter que lhe é próprio, 
e, único entre todos os demais estados, mantém-se na feliz 
e tranqüila posse de sua independência" (apitâ FELIX LI- 
OUVILLE, op. ciL, p. 42)/'
Todavia e como sempre, conspira-se contra a indepen­
dência dos advogados e de sua corporação, esquecidos os 
que assim agem — e vamos repetir — que amanhã, um 
amanhã muito mais próximo do que lhes seria lícito supor 
recorrerão ao advogado e à Ordem.
Lembrem-se eles, e a imagem já foi por nós proclama­
da, de que a vida, em relação aos eventuais detentores do 
poder, se assemelha à roda gigante dos parques de diver­
sões infantis.
Apesar do curso da história e das conseqüências daí de­
correntes, ainda sobrevivem os recalcitrantes e ainda agora, 
em nossa pátria, apesar de todas as advertências, pareceres 
e julgados, se pretende, através de decretos nulos e de inter­
pretações forçadas, a subordinação da Ordem dos Advogados 
ao Executivo!
E amanhã, que pode ser hoje, o que será do cidadão 
compelido a acionar o Estado e a ter como patrono um de­
fensor que seria um subordinado do próprio Estado pela 
via do Executivo?
Só essa indagação basta, por si só, para a decisão.
^ 40 —
Se não pelo amor ao direito, o que seria tudo, mas pelo 
menos pelo instinto de conservação, que será o menos, pre­
servai a autonomia da Ordem e a Independência do Advogado.
Mas, existe mais a considerar:
Que seria do médico cirurgião sem o bisturi, do enge­
nheiro sem a tábua de cálculos, do agricultor sem a charrua 
e as sementes?
Assim também, que será do advogado, ainda que for­
malmente independente, sem a presença reinante da lei jus­
ta, sem a existência de um Judiciário autônomo e, mais es- 
peficamente, sem que disponha de instrumentos outros, igual­
mente indispensáveis á sua atividade e, entre eles, o direito 
de petição e de recurso, o habeas-corpus, em toda a sua ple­
nitude, o de se comunicar com o seu cliente detido, a obri­
gatoriedade da comunicação da prisão e a possibilidade de 
assegurar a incolumidade física do cidadão preso?
E voltamos ao ponto de partida: que adiantará a inser­
ção de direitos estruturais da pessoa humana nas constitui­
ções c nos tratados ou convenções, se feridos ou lesados eles, 
o seu defensor, o advogado, mesmo independente, não dis­
puser dos instrumentos indispensáveis para a consecução des­
ses objetivos?
Devemos ser objetivos na afirmativa: esperamos que o 
nosso governo suprima as restrições agora em vigor, cons- 
tituindo-se em exemplo para outros povos, o que será gran­
dioso!
Ninguém advoga, supomos, a vocação para o suicídio 
da democracia, que ao revés, deve ser defendida e sustenta­
da a todo custo.z Compreende-se a adoção de providências 
excepcionais tendentes à consolidação de um processo revo­
lucionário que se tornou vitorioso, mas não se pode admitir 
que as mesmas se transformem em presenças permanentes, 
que passam a ameaçar os direitos fundamentais da pessoa 
humana.
Contra o injustiçado, quem se erguerá e através de que 
instrumentos, se normas de exceção, ainda vigentes, criam 
sérias dificuldades para a defesa?
— 50 —
Nao! Nós os advogados brasileiros queremos o julga­
mento justo e as garantias a ele pertinentes*
O nosso comportamento justifica o propósito e a exi­
gência*
Ainda há pouco recebíamos o julgamento do Egrégio 
Supremo Tribunal Federal através da palavra de um de seus 
insignes juizes, o saudoso e nobre Adaucto Lúcio Cardoso, que 
engrandeceu a advocacia e dignificou a Judicatura:
"Muito devo aos advogados pelo que pude fazer como 
juiz, Na maioria dos casos que chegavam ao Supremo 
Tribunal Federal, o debate era tão rico que, na expres­
são de um grande jurista, a matéria vinha como que 
''peptonisada" para o relatório e o voto. E a tremenda 
tarefa, que recai sobre os ministros do Supremo Tri­
bunal Federal, pode ter vencimento, além da capacidade 
de trabalho dos seus juizes, pela admirável colaboração 
que os advogados da instância extraordinária prestam 
à excelsa Corte "
E Oscar Tenório, ilustre e humano Desembargador do 
Tribunal de Justiça da Guanabara, afirmava quando da SO' 
lenidade do ano judiciário de 1974:
"Na história das instituições judiciárias, o advogado 
exerce missão que o torna igual, em grandeza, á do juiz. 
Classe viril. Em todas as frentes da defesa da liberdade, 
da honra e do patrimônio, nós o encontramos* Classe 
malsinada, paga pela desídia e corrupção de poucos. 
Classe que produz gigantes na direção da vida nacional 
e internacional, ao lado de tantos derrotados pela es­
cassez de clientes. Quantos peregrinam sua pobreza nas 
salas de audiência e nos cartórios, sapatos cambos, rou­
pas com as manchas suarentas de prolongado uso. Que 
ressoe neste tribunal a palavra justiceira. O busto que 
patrocina este salão plenário não é o de um juiz, É o 
de um advogado."
Tiradentes se opôs a uma Ordem constituída. Foi enfor­
cado e esquartejado e, ao depois,
transformado em m ártir 
da Independência. Com quem a verdade? Cabe ao Judiciário 
o julgamento, Nós os advogados postulamos, na época, o seu 
direito de defesa, que não é nosso, é da consciência, vem de
— 51 “
¥ '
Deus e foi reconhecido por Cristo no episódio da figueira, 
quando caminhava, segundo o relato de Vieira, na estrada 
de Betânia para Jerusalém.
A advocacia, não se iludam os seus inimigos, se asseme­
lha, na sua tenacidade, àquelas raízes profundas de que fa­
lava Oliveira Martins:
"Nenhuma charrua destrói apesar de revolta a leiva pelo 
ferro das conquistas, depois de esmagadas as folhas e 
troncos pelo tropear dos cavalos de guerra, depois de 
queimados e reduzidos a cinzas pelos incêndios das in­
vasões: embora se lancem novas sementes à terra e nas­
çam vegetações novas, essas raízes profundas tomam 
a reverdecer, crescem, dominam um chão que é seu, e 
afinal convertem ou esmagam, transformam ou exter­
minam, de um modo obscuro, lento, mas invencível, as 
plantas intrusas/'
As plantas intrusas sào a violência e a ilegalidade, que 
abominamos!"
9.3 Discurso do Dr. Álvaro Leite Guimarães, Presidente do 
Conselho Secionàí da Guanabara, saudando as Delegações 
Estaduais
Meus senhores:
Vive a Guanabara, neste momento tao significativo para 
a cultura jurídica brasileira, um dos mais expressivos acon­
tecimentos de sua fecunda e radiosa existência.
Núcleo atuante e operoso da inteligência e do saber, 
tem o nosso Estado, neste instante, consciência segura dc 
que está sendo palco do mais empolgante evento socio-jurí- 
dico de seu movimentado calendário cultural, desde que 
daqui saiu, para outras plagas, a Capital da República Fede­
rativa Brasileira.
Reúnem-se nesta histórica c acolhedora cidade, numa fes­
ta cívica de comovedora sensibilidade, as mais destacadas
—- 52
#
personalidades dos meios jurídicos deste País, numa eloqüen­
te demonstração de unidade de vistas e de sentimentos, em­
penhados que nos achamos no congraçamento da Classe a 
que todos pertencemos, para o exame e o estudo dos proble­
mas vinculados aos interesses da nossa profissão.
O tema central dos debates desta V Conferência, esco­
lhido pelo E. Conselho Federal da O .A .B ,, sob a segura di­
reção do eminente bastonário JOSÉ RIBEIRO DE CASTRO 
FILHO, diz bem o que será este Simpósio. Nenhum outro 
assunto poderia despertar, no seio de nossa profissão, inte­
resse maior e mais apaixonante do que o que se relaciona 
com os direitos inalienáveis da pessoa humana e a indecli­
nável necessidade de sua preservação, para que se possa as­
segurar a todos os cidadãos as liberdades fundamentais a 
que têm direito.
0 respeito à dignidade do homem é, sem dúvida alguma, 
a maior preocupação do advogado, nessa constante e per­
manente luta pelas garantias constitucionais, uma das mais 
decantadas conquistas da civilização contemporânea*
0 mundo está vivendo, desenganadamente, um período 
de profundas modificações, em que as incertezas e as di­
ficuldades de toda sorte desafiam a argúcia e a inteligên­
cia dos responsáveis pelo equilíbrio social.
Cabe ao jurista, por conseguinte, identificar as distor­
ções e os percalços que interferem com a ordem jurídica; 
perquirir a realidade histórica, interpretando as razões e as 
causas dos episódios criadores das anomalias sociais, para, 
então, equacionar a solução salvadora.
Daí porque o advogado tanto apregoa e defende o estado 
de direito, que consiste, exatamente, na manutenção de prin­
cípios e normas que assegurem aos cidadãos de uma comu­
nidade condições essenciais de convivência.
Não poderíamos, portanto, deixar de pôr em destaque 
ainda que sucintamente, o papel reservado ao jurista brasi­
leiro, quando aqui se instala uma Conferência de tão grande 
repercussão na vida do País, onde os advogados patrícios se 
reúnem à procura de soluções que visam ao aperfeiçoamento 
das instituições jurídicas, já que são eles os artificies da le­
galidade democrática e os defensores intransigentes das li­
berdades públicas.
— 53 —
Esses os objetivos desta reunião benfazeja, em tão boa 
hora convocada pelo Orgão Máximo da nossa profissão.
N g momento em que, como Presidente do Conselho S ec ­
cional da Guanabara, participo da solenidade de instalação 
dos trabalhos desta Conferência Nacional dos Advogados, 
desejo expressar, em meu nome pessoal e em nome de todos 
os advogados cariocas, a honra excels a de apresentar as boas- 
vindas aos eminentes visitantes, aos quais auguramos uma 
permanência proveitosa e agradável em nosso convívio.
0 comparecimento de tão preclaros colegas constitui 
para os advogados da Guanabara um motivo de grande satis­
fação, sobretudo porque propicia uma oportunidade tão cara 
aos nossos sentimentos, de manifestar, mais uma vez, a admi­
ração e o apreço que nutrimos pelos nossos bravos colegas, 
espalhados na vastidão desta grande Nação, que aqui vieram 
para dar um testemunho eloqüente de respeito aos sagrados 
direitos da pessoa humana.
Na certeza de que os ilustres convidados se sintam como 
se estivessem em seus próprios lares, esperamos poder trans­
mitir-lhes, com o calor da nossa hospitalidade, o prazer que 
nos traz a sua grata presença, pela distinção concedida ao 
nosso Estado, com sua escolha para a sede desse memorável 
encontro.
Podemos assegurar que o nosso propósito, como mem^ 
bros desta Conferência, é o mesmo que anima a todos os con­
vencionais, porque sentimos a importância do tema proposta 
pelo Orgão Máximo da Classe.
Essa convivência que iremos manter, estamos certos, 
servirá para reavivar a fé nos primados da Justiça e do Di­
reito, guardiões que somos das normas legais e arautos das 
liberdades fundamentais asseguradas a todos os cidadãos 
do mundo, através da Declaração Universal dos Direitos do 
Homem.
Como ensinou RUY BARBOSA, não é suficiente declarar 
fidelidade aos direitos fundamentais da humanidade, mas 
torna-se imprescindível assegurar os meios indispensáveis, 
para que tais direitos se apresentem reais e efetivos, pois a 
simples proclamação deles nada significaria, não passando 
de uma imagem retórica c sem qualquer ressonância.
o quadro institucional brasileiro não poderia deixar de 
sofrer, como na realidade sofreu, os reflexos e as repercussões 
que os problemas sócio-econômicos criaram para todos os 
povos da terra, notadamente para o nosso conturbado Con­
tinente.
O estilo de vida ideal de uma Nação deverá firmar-se, 
não só no contexto de sua estrutura politico-cultural, como 
também nas justas aspirações de sua destinação histórica, 
dentro de uma determinada perspectiva, com relação à qual 
não podem ser estranhas as características fundamentais do 
seu povo e as tendências indesviáveis de sua formação 
étnica.
Assim, as técnicas jurídicas ideais para modelar as ins­
tituições de nosso País deverão estar em consonância com 
essas características ínsitas da nossa gente, não devendo, por 
isso mesmo, distanciar-se da filosofia política que sempre 
inspirou o estilo democrático brasileiro.
Por isso mesmo que o Direito há-de ajustar-se às exi­
gências da realidade em que vivemos, evoluindo de acordo 
com as novas condições de vida, não poderão os juristas per­
der de vista que as concessões e as transigências, por ventu­
ra feitas a determinados princípios resguardadores da digni­
dade humana, poderão afetar a ordem jurídica, que segundo 
MILTON CAMPOS —
— "não é pura e abstrata categoria do espírito, con­
cepção arbitrária de poder, ou plano subjetivo imposto 
pela força às realidades exteriores, mas c antes uma 
ordenação natural e espontânea do convívio humano, 
que penetra na índole popular e que aí atua como que 
por efeito de uma convicção íntima."
Daí porque sentimos a necessidade dc uma reformula­
ção do pensamento jurídico nacional, a fim de que não pe- 
riclite, na consciência
cívica brasileira, a fé nos ideais de­
mocráticos.
Este o objetivo essencial, a nosso ver, deste Congresso 
de advogados e juristas, reunido na Capital política e cultu­
ral do Brasil, buscando sensibilizar todas as forças vivas da 
nacionalidade para essa cruzada bendita da prevalência da 
lei e da justiça, a fim de que os direitos essenciais do homem 
sejam reverenciados e defendidos.
0 enfoque que se deu ao tema central — "0 advoga- 
do e os direitos humanos” — diz bem dos intuitos deste 
Congresso. Aqui serão examinados, nestes cinco dias reser­
vados, ao exame dq um assunto tão palpitante, todos os as­
pectos do problema proposto pelo Conselho Federal da Or­
dem dos Advogados do Brasil.
Os advogados brasileiros estão engajados nessa cruzada 
cívica e nada os deterá, na medida em que se conscientiza­
rem de que têm o dever de proclamar, alto e bom som, que 
nenhum bem é maior do que a dignidade a que tem direito 
todo o ser humano, criatura de Deus que é feita à sua ima­
gem e semelhança.
A pessoa humana, princípio e fim de todas as aspirações 
terrenas, em tom o da qual tudo se procura fazer e em pro­
veito de quem se busca a paz, a ordem, o progresso, tem que 
ser o centro e o objeto da atenção dos governantes e dos 
cuidados dos que zelam pelo império da lei e da Justiça.
Para dar o testemunho vibrante de nosso amor à liber­
dade e aos princípios que a inspiram e a sustentam, para 
transm itir a segurança e a certeza na prevalência do Direi­
to, é que aqui nos encontramos.
M as/para que possamos desincumbir-nos desta grandiosa 
missão, cumpre assegurar aos advogados brasileiros a liber­
dade e a independência no seu exercício profissional, condi­
ções essenciais ao funcionamento da Justiça e à manutenção 
dos princípios que sustentam o sistema jurídico nacional.
Esta a razão que nos leva a não aceitar qualquer subor­
dinação ou tutela administrativa de outros Orgãos estatais, 
pois a independência dé nossa instituição profissional é re­
quisito essencial à sua própria sobrevivência.
Demais disso, há que se reconhecer, como condição pre- 
cípua ao alcance desse desideratum, que sem uma Justiça 
altiva, firme e desvinculada de quaisquer outros propósitos 
que lhe sejam estranhos, impossível será alcançarmos as 
metas que nos foram propostas pelos organizadores desta 
Conferência.
Por isso, somos, também, pela reforma do Poder Ju­
diciário brasileiro, de tão gratas tradições, para que, muni-
— 56 —'
do de instrumental mais eficiente, que lhe dê as condições 
ideais de funcionamento e atuação, possa cumprir, em toda 
a plenitude, os graves encargos que lhe foram atribuídos pela 
Constituição Federal.
Essas as razões por que não poderíamos deixar de ex­
pressar nosso respeito pelos poderes constituídos do País, 
no momento em que nos lançamos nesta vibrante campanha, 
em favor de valores essenciais da vida humana.
Por isso, a Presidência do Órgão Organizador desta Con­
ferência convidou o eminente Presidente do Colendo Supre^ 
mo Tribunal Federal, Ministro ELOY DA ROCHA, digníssi­
mo Chefe do Poder Judiciário, para presidir a sessão inau­
gural deste importante Simpósio, numa homenagem à Justi­
ça brasileira, responsável que é pela inviolabilidade dos pos­
tulados constitucionais.
À Sessão de encerramento da V Conferência Nacional 
dos Advogados deverá comparecer, por sua vez, o eminente 
Ministro da Justiça dr. ARMANDO FALCÃO, numa demons­
tração de apreço ao homem público que tem a seu cargo a 
manutenção da ordem e o perfeito funcionamento das ins­
tituições jurídicas nacionais,
Com isso, visam os advogados brasileiros demonstrar o 
seu propósito de encontrar a solução dos problemas que os 
atormentam, no exercício de sua profissão, estritamente den­
tro do respeito à lei e em perfeito acatamento às decisões 
dos Órgãos Jurisdicionais do País, sem perder de vista os 
compromissos que o Brasil espontaneamente assumiu com 
os organismos internacionais, que zelam pelos direitos fun­
damentais do indivíduo.
Dentro desse entendimento, que esperamos seja a tôni­
ca de nossas decisões, estamos certos de que os advogados 
brasileiros darão mais uma demonstração eloqüente de seu 
amor à liberdade e de um permanente espírito de luta, pela 
sobrevivência dos mais altos valores que inspiram e susten­
tam a dignidade humana,
9 A Discurso do Dr, Otávio Mendonça em nome das Delega­
ções Estaduais
No momento em que se instala esta V Conferência Na­
cional da Ordem dos Advogados do Brasil — peço licença 
para duas invocações, com as quais homenagearemos simbo­
licamente todos os companheiros desaparecidos desde quan­
do, em 1970, nos reunimos, em São Paulo, pela última vez.
Refiro-me a ADAUCTO LÜCIO CARDOSO e ORLANDO 
CHICRE MIGUEL BITAR, Conheci ADAUCTO apenas de 
nome, acompanhando o freqüente noticiário sobre a sua 
vida transbordante, como advogado, como parlamentar, como 
juiz, CARLOS CASTELO BRANCO diz que ele foi "uma pre­
sença moral na vida pública". DJALMA MARINHO chãmava-o 
de "o gascão, o eterno estudante” e LIMA SOBRINHO traçou- 
lhe este perfil ínapagável: "ADAUCTO CARDOSO gostava das 
posições vanguardeiras. Havia nele, ate no olhar e nos gestos, 
alguma coisa de desafio, quase diria de provocação... Possuía 
a segurança de quem se dava todo aos seus combates, com 
absoluta sinceridade, sem planos e sem cálculos". (1)
ORLANDO BITAR — professor de Direito Constitucio­
nal, antigo juiz dos Tribunais Eleitoral e do Trabalho, advo­
gado militante. Conselheiro da nossa Ordem durante mais 
de 20 anos, membro do Conselho de Cultura, do Instituto 
Histórico e da Academia Paraense de Letras, era, sem dúvi­
da, no meu Estado, o mais completo humanista da nossa 
geração. Seus trabalhos estão sendo coligidos por DJACIR 
MENEZES, a fim de serem editados pelo Conselho Federal 
de Cultura. Se vivesse, estaria relatando uma das teses des­
te conclave* Modesto até a humildade, estudioso até o fana­
tismo, desprendido até a renuncia— desapareceu com pou^ 
CO mais de 50 anos, deixando, para quantos o conheceram, 
um dos mais nobres exemplos de que se poderá orgulhar 
para sempre a nossa profissão.
Senhores Conferencistas:
Recolho, não apenas para o meu Estado, mas para toda 
a Região Amazônica, a honra de agradecer, em nome das de­
legações visitantes, a carinhosa saudação do nobre Presiden­
te da Secçãp da Guanabara, esse magnífico anfitrião que é 
ÁLVARO LÈÍTÉ GUIMARÃES Através dele congratulamo- 
nos com todos os colegas do Rio, sede desta Quinta Confe-
—• 58 "
«
rcncia, como o foi da Primeira, aqui reunida em 1958. E ao 
Conselho Federal, na pessoa de JOSÉ RIBEIRO DE CASTRO 
FILHO, asseguramos a solidariedade inviolável de todas as 
Secções da Ordem, cuja Presidencia ele exerce com aquele 
traço de genuína liderança que herdou dos seus grandes an­
tecessores, desde LEVI CARNEIRO até JOSÉ CAVALCANTI 
NEVES. Além deste, aqui estão presentes alguns outros — 
PRADO KELLY, ALCINO SALAZAR, SEABRA FAGUNDES, 
HAROLDO VALLADÃO — todos eles, para o r^ lh o nosso, 
padrões de inteligência e dignidade, que o país inteiro reco­
nhece, proclama e reverencia, A iniciativa destes encontros 
é uma demonstração a mais da lucidez de NEHEMIAS GUEI- 
ROS, Presidente do Conselho Federal ao tempo da Primeira 
Conferência, após a qual voltamos a nos reunir em 60, 68 e 70, 
duas vezes em São Paulo e uma no Recife. Parece que nesse 
exemplo se inspiraram as Faculdades de Direito, cujos pro­
fessores desde 71, debatem anualmente seus assuntos, em 
Juiz de Fora, Bagé, Campinas, há poucas semanas, em Be­
lém. E como os Tribunais do Trabalho e os Tribunais de 
Contas adotaram rodízios semelhantes — vai pouco a pouco 
desaparecendo a irritante sensação de distância, menos geo­
gráfica do que psicológica, da qual resultava uma ausência 
quase completa de pontos de vista comuns entre os juristas 
brasileiros, Não há, talvez, categoria
profissional nem ativi­
dade de cultura que mais necessite de contacto do que a 
nossa. Representamos um sistema jurídico que, salvo regras 
secundárias, é uniforme, porém deve ser aplicado em condi­
ções da mais surpreendente disparidade. Nossas regiões di­
ferem pelo estagio econômico, pelos produtos em que se ba­
seiam o seu comércio, a sua indústria, a sua pecuária, a sua 
agricultura, o seu extrativismo, a sua pesca e a sua minera­
ção. Nós, advogados, poderíamos e poderemos contribuir 
para o que RAUL FLORI ANO chama a constância na muta- 
biíidade ou a consistência no movediço{2). Mas para isso é 
indispensável que nos conheçamos melhor, que nos habitue­
mos a enfrentar em conjunto as dificuldades inerentes ao 
nosso " m e t i e r que aceitemos as críticas recíprocas como 
um processo válido de aperfeiçoamento e compreensão. Esse 
me parece ser o saldo mais positivo dessas Conferências. De 
cada qual delas, através de suas teses, debates, conclusões, e 
até dos amenos programas sociais e dos afetos que se culti­
vam — saímos certamente menos separados e menos egoís­
tas, 0 que significa mais fortes, mais aptos para a luta, mais 
seguros do nosso destino.
^ 59 —
Os Direitos Humanos são o tema geral desta reunião. 
Homenageamos, assim, o primeiro quarto de século, trans­
corrido em 73, da sua catalogação em termos universais. Re 
vendo seus antecedentes, sua lenta evolução, os meios de que 
dispomos para defendê-los e as novas amplitudes que esses 
vetustos princípios adquirem sem cessar, pretendemos ser 
úteis à nossa classe, ao nosso País — mas também ao mun^ 
do e ao tempo em que vivemos — de vez não se tra ta de va­
lores transitórios nem regionais, porém sim dos mais am­
plos e eternos que o espírito humano jamais concebeu*
A tradição coloca no início do Século XIII o primeiro 
documento que, limitando o arbítrio da Autoridade, consa­
grou o mínimo de Liberdade indispensável à d i^ id ad e da 
existência humana. È certo que conheço referências às Cor­
tes de Leão, nas quais, algum tempo antes, D. Afonso teria 
jurado respeitar certos direitos fundamentais* Mas o episó­
dio ibérico foi de escassa duração, enquanto o saxônico nun­
ca mais se apagaria das instituições do seu país. Talvez por 
isso tornou-se habitual conceder à Magna Carta prioridade 
cronológica na garantia das liberdades. Após longo período 
de ruidosos fracassos, somente no século XVII essas fran­
quias inglesas lograram firmeza, com a destituição dos 
Stuarts, de incorrigível vocação absolutista, e o chamamento 
ao poder de Guilherme de Orange pela "Glorious Revolution", 
de 1688. A petição de direitos (1628), o Ato de Habeas-Corpus 
(1679) e o Bill of Rights (1689) atualizaram e ampliaram a 
Magna Carta, constituindo, assim, as bases trisseculares do 
liberalismo na Inglaterra. Nessas diretrizes inspiraram-se os 
luminosos espíritos que transformariam a Europa e a Amé­
rica do Norte no Século XVIII — um LOCKE, um MONTES­
QUIEU, um VOLTAIRE, um ROUSSEAU, um D'ALEMBERT, 
um SIEYÈS, um DIDEROT. Sua extraordinária contribui­
ção não foi apenas a de haverem divulgado, muitas vezes em 
páginas de beleza imperecível, o avanço que as instituições 
britânicas representavam em uma época na qual ainda per­
maneciam como exemplo solitário. Mais importante foi cons­
truírem uma base filosófica para o sistema quase empírico 
que se instalara na Inglaterra. Daí resultou o caráter de uni­
versalidade dos documentos da Revolução Americana e da 
Revolução Francesa. Aquilo que os duros barões ingleses ha­
viam concebido como sistema local de garantias transfor- 
mou-se num ideário que passou a ser reclamado pelo mundo 
inteiro, A Declaração de Direitos, aprovada em França em
#
agosto de 1789, não se destinou apenas aos franceses, mas sim 
a todos os homens e, treze anos antes, THOMAS JEFFERSON 
já inscrevera na Declaração da Independência aquele resu­
mo que perdura como a melhor síntese jamais feita do mí­
nimo irrecusável a qualquer indivíduo sobre a Terra:
"We hold these truths to be self-evident, that all men 
are created equal, that they are endowed by their Crea­
tor with certain inalienable Rights, that among these 
are life, liberty and the pursuit of Happiness/'
Ai está realmente tudo; — a vida, a liberdade e a husca 
da felicidade. Por maiores que sejam, os desdobramentos 
posteriores cabem sempre em alguma dessas garantias fun­
damentais,
Nas primeiras décadas do Scculo XIX separou-se a Amé­
rica Latina das metrópoles ibéricas, O espírito prevalecente 
nessa mudança foi o das Revoluções Francesa e Americana, 
pelo qual seus líderes se haviam apaixonado nas Universida­
des européias, Isso explica a inclusão nos textos com que se 
organizaram essas jovens nações daquele mesmo elenco de 
direitos essenciais, E foi assim que eles surgiram no Brasil 
pela primeira vez, enumerados nos 35 itens do artigo 179 da 
Constituição de 1824.
Comemoramos este ano o Sesquicentenário dessa Cons­
tituição. Embora PEDRO I houvesse dissolvido a Constituin­
te que convocara antes de proclamar a Independência — 
cumpriu a promessa de outorgar uma Carta tão liberal, se­
não mais liberal que o Projeto de ANTÔNIO CARLOS, em 
discussão, quando fechara a Assembléia de 23. Projeto que 
permaneceu como base da Constituição, sem alterações de 
relevo, salvo a introdução do Poder Moderador, chave da au­
toridade do Monarca, idéia que o MARQUÊS DE CARAVE­
LAS haurira em BENJAMIM CONSTANT para conciliar o 
temperamento despótico com as atitudes liberais dessa per­
sonalidade contraditória e fascinante que foi o nosso primei­
ro Imperador,
Quanto aos Direitos Humanos, a Carta de 24 foi das mais 
avançadas do seu tempo, acentua ARTHUR CEZAR FERREI­
RA REIS, em Conferência comemorativa do seu 150* aniver- 
sario. (3) Cotejada com a Declaração Francesa, com a Cons­
tituição espanhola, aprovada em Cadiz, 1812 — e por alguns
— ' 61 —
meses vigente em Portugal e no Brasil — o nosso texto é 
mais detalhado e, em vários pontos, rnais claro e generoso. 
JOSÉ HONORIO RORIGUES, no estudo que acaba de dedi­
car à Constituinte de 23(4) dá-nos um excelente exemplo, des­
crevendo a discussão sobre a liberdade religiosa. O projeto, 
proclamando o Catolicismo religião oficial, apenas permitia 
a prática das demais seitas cristãs, inibindo de direitos po­
líticos os que professassem cultos diferentes. Porém a Cons­
tituição de 24 iria mais longe, instaurando, no item 50 do 
art, 179, a completa liberdade de crença no Brasil: — "Nin­
guém pode ser perseguido por motivo de religião, uma vez 
que respeite a do Estado e não ofenda a moral pública”.
Nunca mais se alterou a vocação liberal brasileira. As 
Constituições de 91, de 34, de 37, de 46, de 67 e de 69 repro­
duziram c completaram as garantias de 24, com alterações 
resultantes das circunstâncias que as condicionaram. Mere­
ce, apenas, destaque a circunstância de que, a partir da Car­
ta de 91, mantemos uma espécie de cláusula aberta e perma­
nente, segundo a qual os direitos enumerados são exempli- 
ficativos e não exaustivos, sem excluírem, portanto, quais­
quer outros resultantes da índole do regime. Graças a esse 
dispositivo é que se podem reputar inseridos na Constituição 
todos os Direitos Humanos proclamados na Declaração Uni­
versal, ou na Americana, ainda que essas Declarações não 
possuam caráter obrigatório e mesmo quando não estejam 
algumas garantias explicitamente transcritas no texto cons­
titucional vigorante.
Desde o fim da I Guerra Mundial, duas circunstâncias 
modificaram, pouco a pouco, o panorama dos direitos indi­
viduais. Em primeiro lugar, tornou-se evidente que a velha 
enumeração estava incompleta, ou melhor, era em muitos as­
pectos contraditória. A chamada "questão social", que duran­
te milênios permanecera latente — tornara-se explosiva sob o 
impacto das enormes concentrações industriais. Os dois gran­
des princípios

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais