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OÜÜÜIÜ 04^ Anais d a V Conferência Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil Cflnselho FeJeral éi Ordem ios MvonaJos J i Brisil ANAIS D A V CONFERÊNCIA NACIONAL D A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL Rio de Janeiro-GB 11 a 16 de Agosto de 19?4 E R R A T A Página 11 linha 23 onde se lê Eugêmio — " 73 11 " " " exclusar-me ” 103 " 27 " " " Cardoz leia-se Eugênio excusar-me " Cardozo Í N D I C E Págs. 1 Introoução ___ - - ......................... 13 2. Ata da instalação da Comissão Executiva ................................ 15 3 Comissões ......................................................................................... 11 3.1 Comissão Executiva .............................................................. 17 3.2 Comissão Organizadora ................................................ 17 3.3 Comissão de Temário .......................................................... 17 3 .4 Comissões Especiais ............................................................... 18 3.5 Conselho Consultivo ............................................................. 18 ^ 3.6 Relatores ......................................... 19 4. Conselho Federal ......... 21 4.1 Diretoria .......................................... 21 4.2 Membros Natos ...................................................................... 21 4 .3 Delegações dos Conselhos Secionais ..................................... 21 5 Presidentes dos Conselhos Secionais .......................................... 23 6. Relação dos inscritos ................................................................. 24 7. Programa ......................................................................................... 36 8. Temário e Relatores ............... 38 9. Sessão inaugural ........................ 42 9.1 Autoridades presentes .......................................................... 42 9.2 Discurso do Dr* José Ribeiro de Castro Pilho, Presidente do Conselho Federal .......................................................... 44 9.3 Discurso do Dr, Álvaro Leite Guimarães» Presidente do Conselho Secional da Guanabara, saudando as Delega ções Estaduais ........................................................................ 52 9.4 Discurso do Dr. Otávio Mendonça em nome das Delega ções Estaduais ....................................................................... 57 Págs. 9.5 Discurso de S. Ex.% o Ministro Eloy José da Rocha, Pre^ sidente do Supremo Tribunal Federal ................................. 73 10. Conclusões aprovadas .................................................................. 77 11. Indicações ....................................... 97 13, Sessão de encerramento . , ...................................................... 98 12.1 Discurso do Presidente do Conselho Federal, Dr. José Riheiro de Castro Filho .................................................... 98 12.2 Discurso do Dr, Jorge Fernando Loretti .......................... 102 13. Teses N “ 1 — Os Direitos do homem e sua tutela jurídica — — Heleno Cláudio, Fragoso ..................... 105 N “ 2 — Direitos do homem e prerrogativas dos Advogados — Nehemias Guelras ................ 133 N." 3 — Direitos do homem, a ordem pública e a seguran- V ça nacional — Miguel Seabra Fagundes ................. 143 N,“ 4 — O direito ao trabalho — Evaristo de Morais Filho 153 N" 5 — Os abusos do poder econômico e garantias indi viduais — Miguel Reale ......................................... 195 N.“ 6 — Direitos ao bem-estar social — Orlando Gomes... 205 N " 7 — Problemas da urbanização da gociedade brasileira — Clóvis Ramalhete ......... 227 N." 8 — Direitos à manifestação do pensamento — Hary- berto de Miranda Jordão ....................................... 255 N.“ 9 — Proteção dos direitos do homem diante da orga nização judiciária e da administração pública — Jorge Fernando Loretti ............................................. 269 N*10 — Os partidos políticos e o direito de participação política do cidadão — Josaphat Marinho ............ 289 N" 11 — Direito de asilo — Heráclito Fontoura Sobral Pinto 311 12 — O menor e os direitos humanos — Esther de Fi gueiredo Ferraz .......... 321 N," 13 — Liberdade de Associação — Paulo Brossard de Souza Pinto .................................................................. 383 Págs. N." 14 — Os direitos do homem concernentes à família — Caio Mário da SUva Pereira ..................................... 393 15 — O acesso à cultura, como direito de todos os ho mens — Pontes de Miranda ..................................... 411 N.® 16 — Limitações dos direitos do homem: legitimidade e alcance — Gervásio Leite ....................................... 439 N* 17 — Direitos humanos e a tributação — Otto de Andrade Gil .................................................................... 461 N." 18 — Direitos humanos na área internacional — Oscar Dias Corrêa ..................................................................... 493 19 — Da inutilidade do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana — Nelson Carneiro ................. 513 N " 20 — O direito do trabalho como expressão dos direitos do homem — Albino Lima ......................................... 525 N.“ 21 — As multas fiscais e os direitos do homem — A. Theodoro Nascimento .................................................. 535 N / 22 — Direito à vida, o primeiro dos direitos humanos — J. Motta Maia ............................................................ 549 23 — Ombudsman, instrumento de defesa dos direitos — humanos nas democracias modernas — João de Oliveira Filho ......................................................... 563 N “ 24 — Os direitos do homem e a organização sindical bra sileira ,— Eugêmio Roberto Haddock Lobo .......... 581 N.“ 25 — A defesa dos direitos humanos e a independência da Ordem — Justino Vasconcellos ............................ 607 N.® 26 — Criminalidade comum e segurança nacional —______ Carlos de Araújo Lima .............................................. 627 N*® 27 — Violação do direito do trabalho na reforma da Previdência Social — Nildo Martini ........................ 665 N." 28 — Direito à propriedade da terra e a Reforma Agrária como meio de realizá-la — J. Paulo Bittencourt .. 675 N / 29 — Tribunais nacionais e remédios efetivos, para atos vinculados à economia agrária do Brasil — Octávio Mello Alvarenga .............................................................. 687 N / 30 — A Previdência Social em sentido lato: um dos direitos humanos fundamentais. O exercício desse direito — Oswaldo Astolpho Rezende, Horácio da Págs. Silva Pinta, Mário Baptista de Magalhães, Fran cisco Gosta Netto — 695 N.“ 31 — O Imposto de Renda sobre honorários de advogado — Antônio Carlos Nogueira Reis .............................. 701 N / -32 — Do cabimento de mandado de segurança nos casos de crimes políticos contra a segurança nacional — — Júlio Fernandes Teixeira ..................................... 709 N.' 33 — Os direitos do homem rural diante de um tribunal administrativo agrário — Ivo Frey .......................... 719 N / 34 — Direitos humanos e a prestação jurisdicional — Osmar Alves de Melo ................................. 727 N " 35 — Direito do trânsito, instrumento de defesa da vida humeuia — Abrahim Tebet ....................................... 739 Nr 36 — 0 advogado, os direitos humanos e a crise da justiça criminal — Virgílio Luiz Donnici ................. 743 N." 37 — Defesa do homem, direitos, garantias individuais e sociais — Yolanda Mendonça ................................ 755 VN / 38 — 0 sistema penitenciário e os direitos do homem — Francisco Gil Gastello Branco ................................ 761 N / 39 — Direitos ao bem-estar social — Sérgio do Rego Macedo — ..................................................................... 769 N.“ 40 — A defesa dos direitos fundamentais do homem como dever dos advogados — Fernando Andrade de Oliveira .................................................................... 783 INTRODUÇÃO A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL oferece, ao País, os Anais da 5 / Conferência Nacional^ levada a efeito entre os dias 11 e 16 de agosto deste ano, nesta cidade do Rio de Janeiro, Dizemos oferecer ao País e a expressão é por nós usada ¥ propositadamente, por isso que o tema central do encontro — Direitos Humanos — diz respeito a todos os cidadãos e não apenas à nossa classe. No anot que se seguiu à data, em que se comemorou a passagem do 25° aniversário da assinatura, em Paris, da De claração Universal dos Direitos do Homem e quando, em nos sos dias, a violência e todo seu cortejo se amplia, assumindo proporções alarmantes, o tema se impunha no propósito de, através da pregação e da divulgação^ conscientizar a Naçào de que não basta declarar o direito, inserindo-o em documen tos internacionais e constituições. Impõe-se, dizíamos nós, a coexistência, ao lado dessas proclamações, das chamadas garantias constitucionais que deveriam e devem ser intocáveis, a modo de serem acionadas a qualquer instante, frente à ameaça ou a consumação do ato lesivo. —* 13 — X Todavia, e sendo certo que a violência surge de todas as áreas, além das garantias constitucionais, impõe-se educar e conscientizar o homem. No poder ou na oposição, na glória ou no ostracismo, o homem precisa ser convencido, de vez por todas, da presen ça de outros valores, avultando, entre estes, o da dignidade da pessoa humana, que deve, acima de tudo, ser preservada e respeitada. Os advogados, que participaram do grande encontro do Rio de Janeiro e eram cerca de mil e entre eles os eminentes relatores das quarenta teses, oferecem, para meditação, uma preciosa contribuição, que agora publicamos. Divulguemos os direitos fundamentais do homem até que eles, integrando a sua consciência, se transformem em norma definitiva de conduta dos governantes e governados, das maio- rias e das minorias. Os direitos fundamentais do homem devem independer das circunstâncias e das posições. Quando assim for, haverá paz sobre a terra. JOSÊ RIBEIRO DE CASTRO FILHO Presidente ATA DA INSTALAÇÃO DA COMISSÃO EXECUTIVA DA QUINTA CONFERÊNCIA NACIONAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, REALIZADA AOS OITO DE JANEIRO DE MIL NOVECENTOS E SETENTA E QUATRO, NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA. A AVENIDA MARE CHAL CÂMARA, DUZENTOS E DEZ, QUARTO ANDAR — CASA DO ADVOGADO — ESTADO DA GUANABARA. No dia oito de janeiro de mil novecentos e setenta e quatro, na sala do Gabinete do Presidente do Conselho Fe deral da Ordem dos Advogados do Brasil, às 10 horas, reuniu- se a Comissão Executiva da V Conferência Nacional da Or dem dos Advogados do Brasil, presentes os seguintes mem bros: José Ribeiro de Castro Filho, Presidente, Paulo Barreto de Araújo, Secretario-Geral, e os Senhores Conselheiros Clo vis Ramalhete, Álfio Ponzi, Rubens Ferraz, Haryberto de Miranda Jordão, Heleno Cláudio Fragoso, Danilo Marcondes de Souza e Raymundo Faoro, com a assistência de José Motta Maia, Assessor da Presidência. — Inicialmente, o Presidente, abrindo a sessão, disse de suas finalidades e deu a palavra ao Assessor para expor o esquema básico inicial da Confe- rência, consoante exposição escrita distribuída a todos os presentes. — Foram adotadas as seguintes resoluções: 1. A Conferência será realizada na cidade do Rio de Janeiro, na semana de 11 (onze) a 16 (dezesseis) de agosto de mil novecen tos e setenta e quatro. — 2, Das sugestões constantes do es quema apresentado pelo Assessor da Presidência, foi prefe^ rida a fórmula de um Tema único, a ser desdobrado, em teses e proposições: o ADVOGADO E 0 8 DIREITOS DO HOMEM. — 3, Foi designada Comissão para elaborar o te- mário e seu desdobramento em teses, bem assim para orga nizar o elenco de Relatores que deve ter, tanto quanto pos sível, caráter nacional. A Comissão é a seguinte: Clóvis Ra malhete como seu Coordenador, Álfio Ponzi, Haryberto de Miranda Jordão, Heleno Cláudio Fragoso e Raymundo Faoro. — 4. Foram examinados vários assuntos tais como a esco lha da Comissão Organizadora, sendo, desde logo, designa* do seu presidente o Dr. Rubens Ferraz que selecionará os demais integrantes, bem assim vários aspectos e medidas re lativas à infra-estrutura da reunião, — 5. Ficou resolvido que serão custeadas pelo Conselho Federal a viagem e a esta' da no Rio, durante a Conferência, dos Relatores convidados e dos Presidentes dos Conselhos Secionais e de suas res pectivas esposas. — 6. Fixado em princípio, o critério para convites de honra. — 7, Acolhida proposta do Presidente no sentido de não se postular qualquer subsídio financeiro de entidades públicas ou particulares para a realização do conclave. — 8, Os Presidentes dos Conselhos Secionais se rão Vice-Presidentes natos da Conferencia. — Fixado dia 14 (quatorze) de janeiro, ás dezesseis (16) horas para outra reunião da Comissão Executiva. — Para constar, Eu, Asses sor da Presidência, mandei datilografar a presente ata que, após conferida, vai por mim e pelo Secretário-Geral assinada e, pelo Presidente, aprovada. PAULO BARRETO DE ARAUJO J. MOTTA MAIA Secretário-Geral Assessor JOSÉ RIBEIRO DE CASTRO FILHO Presidente — 16 i 3. COMISSÕES 3 A Comissão Executiva José Ribeiro de Castro Filho, Presidente Paulo Barreto de Araújo, Secretário-Geral Clóvis Ramalhete Álfio Ponzi Rubens Ferraz Haryberto de Miranda Jordão Heleno Cláudio Fragoso Danilo Marcondes de Souza Raymundo Faoro Assessor-Geral: J. Motta Maia Vice-Presidentes: os Presidentes dos Conselhos Secionais da OAB 3.2 Comissão Organizadora Rubens Ferraz, Presidente Jorge Fernando Loretti, Vice-Presidente Sebastião Pinto Costa, Secretário 3.3 Comissão de Temârio Clóvis Ramalhete, Coordenador Álfio Ponzi Haryberto de Miranda Jordão Heleno Cláudio Fragoso Raymundo Faoro Divisão setorial: Planejamento — Corintho de Arruda Falcão (Presidente), Manoel Augusto dc Godoy Bezerra, Jonas de Mello Carvalho, Paulo Cesar Costeira. Finanças — Jurandyr dos Santos Silva (Presidente), Manoel Martins dos Reis, Oswaldo de Souza Valle, Luiz Leonardos. Transportes — Ro naldo José da Cunha Lima (Presidente), Augusto Sussckind de Moraes Rego, Jayme Mesquita, Ricardo Cesar Pereira Lira. Redação e Divulgação — Francisco de Assis Serrano Neves (Presidente), Eduardo Seabra Fagundes, Gélson Fonseca, — 17 — Eugênio Roberto Haddock Lobo. Impressão — José Danir Siqueira do Nascimento (Presidente), Edgard Queiroz do Valle e Breno de Andrade. 3.4 Comissões Especiais I Comissão Presidente Vice-Presidente Secretário Presidente Vice-Presidente Secretário Presidente Vice-Presidente Secretário Presidente Vice-Presidente Secretário Carlos Povina Cavalcanti José Frejat Hirosê Pimpão / / Comissão Samuel Vital Duarte Jonas Mello de Carvalhn Oswaldo de Souza Valle l í l Comissão Ivo d'Aquino Ernesto Pereira Borges Jayme Mesquita IV Comissão Joaquim Gomes de Norões e Souza José Danir Siqueira do Nascimento Edgard Queiroz do Valle V Comissão Presidente — Haroldo Valladão Vice-Presidente — Alfio Ponzi Secretário — Ciaudionor de Andrade Júnior 3-5 Conselho Consultivo Conselheiros natos (ex-Presidentes do Conselho Federal da OAB): Haroldo Teixeira Valladão, Miguel Seabra Fagun — 18 — 4 des, Nehemias Gueiros, Alcino de Paula Salazar, José Eduar do Prado Kelly, Carlos Povina Cavalcanti, Alberto Barreto de Mello, Samuel Vital Duarte, Laudo de Almeida Camargo, José Cavalcanti Neves. Conselheiros Federais: Amoldo Wald, George Francisco Tavares, Raul de Souza Silveira, José Frejat, Nilson do Mon te Resende, Paulo Pimentel Bello, Edmilson Moreira Arrais, Carlos de Araújo Lima, Salomão Abraham Benoliel, Everar- do Corrêa Bezerra, José Jacaúna de Souza, Antônio Evaristo de Moraes Filho, José Eduardo Barbosa Santos Neves, Sal vador Batista de Moraes, Fernando Eugênio dos Reis Per digão, Ernesto Pereira Borges, Luiz Neves de Senna Nunes, José Glympio de Castro Filho, Luiz Carlos Valle Nogueira, Ivan Pereira de Oliveira, Jackson Smith Lisboa, Hirosê Pimpão, Corintho de Arruda Falcão, Ivan de Souza, Fenelon Nonato da Silva, José Rocha Leal, Mário Guimarães, Clau- dionor de Andrade Júnior, Luiz Raymundo de Lyra Tavares, Marcos Saibelmann Melzer, Fernando José Besadona de Oli veira, Ivo d'Aqui no, José Tavares da Cunha Mello, ítalo Car los Falbo, Raul Esteves Rangel, Adroaldo Campos Filho, José Garcia de Freitas, Paulo de Freitas Mercadante. 3.6 Relatores 1. Heleno Cláudio Fragoso 2. Nehemias Gueiros 3. Miguel Seabra Fagundes 4. Evaristo de Moraes Filho 5. Miguel Reale 6. Orlando Gomes 7. Clòvis Ramalhete 8. Haryberto de Miranda Jordão 9. Jorge Fernando Loretti 10. Josaphat Marinho 11. Heráclito Fontoura Sobral Pinto 12. Esther Figueiredo Ferraz 13. Paulo Brossard de Souza Pinto 14. Caio Mário da Silva Pereira 15. Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda 16. Gervásio Leite 17. Otto de Andrade Gil 18. Oscar Dias Corrêa - 1 9 - 19. Nelson Carneiro 20. Albino Lima 21. A. Theodore Nascimento 22. J. Motta Maia 23. João de Oliveira Filho 24. Eugênio Roberto Haddock Lobo 25. Justino Vasconcelos 26. Carlos de Araujo Lima 27. Nildo Martini 28. J. Paulo Bittencourt 29. Octávio de Mello Alvarenga 30. Oswaldo Astolpho de Rezende 31. Antônio Carlos Nogueira Reis 32. Júlio Fernando Toledo Teixeira 33. Ivo Frey 34. Osmar Alves de Melo 35. Abrahim Tebet 36. Virgílio Donnici 37. Yolanda Mendonça 38. Francisco Gil Castello Branco 39. Sérgio do Rego Macedo 40. Fernando Andrade de Oliveira # — 20 - é 0 4. CONSELHO FEDERAL 4.1 Diretoria PRESIDENTE — José Ribeiro de Castro Filho VICE-PRESIDENTE — Wilson do Egito Coelho SECRETARIO-GERAL — Paulo Barreto de Araújo SUBSECRETARIO-GERAL — Carlos Maurício Martins Rodrigues TESOUREIRO — Jurandir dos Santos Silva 4.2 Membros Natos Haroldo Valladão — Miguel Seabra Fagundes Nehemias Gueiros — Alcino de Paula Salazar José Eduardo do Prado Kelly — Carlos Povina Cavalcanti Alberto Barreto de Mello — Samuel Vital Duarte Laudo de Almeida Camargo — José Cavalcanti Neves 4.3 Delegações dos Conselhos Secionais ACRE Arnoldo Wald George Francisco Tavares Raul de Sousa Silveira José Prejat Nilson do Monte Rezende Paulo Pimentel Bello Carlos de Araújo Lima Edmilson Moreira Arrais Salomão Abraham Benoliel Jonas Mello de Carvalho Josaphat Marinho Paulo Barreto de Araújo CEARA Carlos Maurício Martins Rodrigues Everardo Corrêa Bezerra José Jacaúna de Souza Antônio Evaristo de Moraes Filho Haryberto de Miranda Jordão Jayme Mesquita Clóvis Ramalhete Edgard Queiroz do Valle José Eduardo Santos Neves Abelino de Sena Nunes Salvador Batista de Moraes Sylvio Curado — • 21 — ' DISTRITO FEDERAL ESPÍRITO SANTO GOIÁS ALAGOAS AMAZONAS BAHIA GUANABARA MARANHÃO MATO GROSSO MINAS GERAIS PARÁ PARAÍBA PARANÁ PERNAMBUCO PIAUÍ RIO DE JANEIRO RIO GRANDE DO NORTE RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA SAO PAULO SERGIPE Francisco de Assis Serrano Neves Herácllto Fontoura Sobral Pinto Rubens Ferraz Fernando Eugênio dos Reis Perdigão Manoel Martins dos Reis Sebastião Pinto Costa Ernesto Pereira Borges Jurandir dos Santos Silva Luiz Neves de Senna Santos Caio Mário da Silva Pereira José Olympic de Castro Filho Oscar Dias Corrêa Joaquim Gomes de NorÕes e Souza Luiz Carlos do Valle Nogueira Oswaldo de Souza Valle Ivan Pereira de Oliveira Jackson Smith Lisboa Ronaldo José da Cunha Lima Augusto Sussekind de Moraes Rego Heleno Cláudio Fragoso Hirosê Pimpão Alfio Ponzi Corlntho de Arruda Falcão Ivan Campos de Souza Fenelon Nonato da Silva José Rocha Leal Wilson do Egito Coelho Jorge Fernando Loretti José Danir Siqueira do Nascimento Mário Guimarães Claudionor de Andrade Júnior Eduardo Seabra Fagundes Luiz Raymundo de Lyra Tavares Manoel Augusto de Godoy Bezerra Marcus Saibelmann Melzer Raymundo Faoro Fernando José Basadona de Oliveira Ivo d'Aquino José Tavares da Cunha Melo Danilo Marcondes de Souza ítalo Carlos Falbo Raul Esteves Rangel Adroaldo Campos Filho Paulo de Freitas Mercadante José Garcia de Freitas ” 22 —- 5. PRESIDENTES DOS CONSELHOS SECiONAIS 1. Acre — Adherbal Maximiniano Corrêa 2. Alagoas — Adelmo de Almeida Cabral 3. Amazonas — José de Ribamar Prazeres Coelho 4. Bahia — Mário Raymundo Gomes Marques 5. Ceará — Carlos Roberto Martins Rodrigues 6. Distrito Federal — Antônio Carlos Sigmaringa Seixas 7. Espírito Santo — Manoel Moreira Camargo 8. Goiás — Jorge Jungmann 9. Guanabara — Álvaro Leite Guimarães 10. Maranhão — José de Ribamar Cunha Oliveira 11. Mato Grosso — Djalma Metello Duarte Caldas 12. Minas Gerais — Ariosvaldo Campos Pires 13. Pará — Aldebaro Cavaleiro Macedo Klautau Filho 14. Paraíba — Paulo Américo Mala 15. Paraná — Èlio Narézi 16. Pernambuco — Joaquim Corrêa de Carvalho Júnior 17. Piauí — Waldemar Leal 18. Rio de Janeiro — Waldemar Zweiter 19. Rio Grande do Norte — Eider Furtado de Mendonça 20. Rio Grande do Sul — Justino Vasconcellos 21. Santa Catarina — João José Ramos Schaefer 22. São Paulo — Cid Vieira de Souza 23. Sergipe — Osmário Vilanova de Carvalho — 23 — V 6 RELAÇÃO DOS INSCRITOS ALAGOAS 1. Aurino Malta de Oliveira AMAZONAS 1. Alberto Simonetti Cabral Filho 2. Aurélia Couto Ramos 3. Bartolomeu Augusto de Vasconcellos Dias 4. Félix Valois Coelho Júnior 5. José C, Silva Filho 6. José Paiva Souza Filho 7. José Russo 8. Onésimo Jones de Souza 9. Raymundo Fabiano Teixeira 10. Reginaldo Tribuzy BAHIA 1. Amâncio José de Souza Neto 2. Almir Benjamim Tourinho 3. Antonio Carlos Nogueira Reis 4. Antonio Guerra Lima 5. Antonio José Marques Neto 6. Antonio Theodoro Nascimento Filho 7. Aurélio Pires 8. Carlos Fraga 9. Cláudio Estanislau Alves 10. Edson 0'Dwyer 11. Francisco Peçanha Martins 12. Genaro José de Oliveira 13. Heckel Amâncio Costa 14. Hélio Gil Gracindo 15. João Mello Cruz 16. Joaquim Maurício da Motta Leal 17. Jorge Francisco Mcdauar '—' 24 — tf 18. Laercio Amorim 19. Manoel Dias de Souza Filho 20. Mirian Conceição Vieira 21. Ormel Rossi 22. Suely Rossi 23. Rogério Ataide C. Pinto 24. Sérgio Habib 25. Virginia Mendonça 26. Walter Felizola Soares CEARA 1. Antonio Francisco de Albuquerque 2. José Moura Vieira Mai a 3. Maria Helena de Sá 4. Raimundo Rui Farias DISTRITO FEDERAL 1. Antonio Carlos Osório 2. Francisco Ferreira de Castro 3. Heitor Peres Muniz 4. Humberto Gomes de Barros 5. Inezil Pena Marinho 6. José Alberto Vinhaes 7. José Guilherme de Barros 8. José Paulo Pertence 9. Moacir Belchior 10. Optaciano Mendes Muniz 11. Osmar Alves de Mello 12. Roberto Rosas ESPÍRITO SANTO 1. Carlos Dorsch 2. Cl cone Heringer 3. José Ignacio Ferreira 4. José Santos Neves 5. Sinzenando Pechincha Filho —' 25 V GOIÁS 1, Alaor Barbosa dos Santos 2, Luiz Antonio de Carvalho GUANABARA 1. Abrahim Tebet 2. Adolpho José Fernandes 3. Alberto Venâncio Filho 4. Alberto Dau 5. Albino Lima 6. Alexandrina Beatriz Távora Gil 7. Aloysio Augusto da Costa 8. Antonio Carlos Barreto Vasconcelos 9. Antonio Modesto da Silva 10. Antonio Salen 11. Arakem Faissol Pinto 12. Arletc Silva da Costa Net to 13. Armando Cordeiro Gerk 14. Arthur de Castro Borges 15. Arthur Lavigne Junior 16. Augusto Freire Belém 17. Angela Maria Seixas de Brito Cunha 18. Benedito Calheiros Bomfim 19. Bento de Barros Ribeiro 20. Bernadete Vieira da Silva 21. Breno de Andrade 22. Caio Tácito Sá Viana Pereira de Vasconcelos 23. Caio Mário Meira de Vasconcellos 24. Cassio Rodrigues Pereira 25. Cláudio de Souza Amaral 26. Carlos Autran Massena 27. Carlos da Silva Moreira 28. Carlos Figueiredo Forbes 29. Carlos Henrique de Carvalho Fróes 30. Carolina Sotto Mayor 31. Cyro Aurélio de Miranda 32. Custódio de Almeida 33. Celso dc Albuquerque Barreto 34. Celso da Silva Soares — 26 “ * 35. Cecília Silveira Cintra 36. Denize de Castro Cellos 37. Domingos Henrique Leal Braune 38. Edgard Montaury Pimenta 39. Edson Barroso Fernandes 40. Edval Monteiro Rodrigues 41. Egberto Teixeira Soares 42. Elizabeth dos Santos Carvalho 43. Enio Souza Leão 44. Erymá Antunes Carneiro 45. Francisco Costa Netto 46. Francisco das Chagas Machado 47. Fernando Cícero Velloso 48. Fernando Cavalcanti 49. Flora Strozenberg 50. Gaston Luiz do Rego 51. Gert Egon Dannemann 52. Gilberto Cavalcanti Rabello 53. Gilberto de Ulhôa Canto 54. Gladys Marques da Rocha 55. Guilherme Augusto Alves Pires 56. Gustavo Martins Gonçalves 57. Hamilton Prisco Paraíso 58. Heider Villares Sucena 59. Helena Litman Schwartz 60. Helly Magalhães Outeral 61. Henrique Cândido Camargo 62. Herman Assis Baeto 63. Horácio Machado Medeiros 64. Horácio da Silva Pinto 65. Humberto Jansen Machado 66. Iara Paixão Dantas 67. Ivan Alkmim 68. Ivan Paixão França 69. Ivo Frey 70. Ives Orlando Tito de Oliveira 71. Jessé Cláudio Fontes de Alencar 72. João Batista dos Santos 73. João José Póvoa 74. João Mário de Medeiros 75. João de Oliveira Filho — 27 ^ 76. João Travassos Chermont 77. José Carlos Araujo Tajra 78. José Carlos Brandão Monteiro 79. José Carlos Ribeiro Filho 80. José Carlos Barbosa Moreira 81. José de Jesus Lopes 82. José Magalhães Ribeiro 83. José Ribeiro de Castro Neto 84. José Salvador Leal Miranda 85. Júlio Cesar Costeira 86. Júlio dos Santos Vieira de Mello 87. Léa Ribeiro da Silva Novaes 88* Leonidas Amorim 89. Leonardo Greco 90. Lincoln Francisco Benício Neto 91. Lineu Dondeo 92. Luiz Mário Camargo Xavier 93. Luiz Monteiro Salgado Lima 94. Luiz da Rocha Braz 95. Magdalena Thoniaz Londero 96. Marcelo Meira de Vasconcellos 97. Mauro Caldeira de Andrade 98. Mário Baptista de Magalhães 99. Mário dos Santos Paulo 100. Marione Gomes Meirelics 101. Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira 102. Milton Monte Rodrigues dos Santos 103. Milton Menezes da Costa 104. Nelson de Azevedo Branco 105. Nelson Carneiro 106. Nildü Martini de Barros 107. Neuza da Cruz 108. Omar Denys Cattete 109. Octávio Mello Alvarenga 110. Oswaldo Astolpho Resende 111. Paulo Eduardo de Araujo Saboya 112. Paulo Henrique Mata Machado 113. Pauío Juvenal Barbosa 114. Paulo Martins de Abranches 115. Paulo Valladares # 116* Peter Dirk Siemsen 117. Randolpho Gomes 118. Renato Cutin 119. René Boeckel Velloso 120. Ricardo Cesar Pereira Lira 121. Roberto Camargo 122. Roberto Litman 123. Roberto Paraiso Rocha 124. Rolando do Carvalho Lemgruber 125. Ruth Farias de Melo 126. Sérgio do Rego Macedo 127. Steiner do Couto 128. Sylvio Kelner 129. Sylvio Rohan Guaíá 130. Técio Lins e Silva 131 Thomas Leonardos 132. Tito Livio de Figueiredo Jr. 133. Tito Livio Cavalcanti de Medeiros 134. Valdir Edson Nasser 135. Wany do Couto Faria 136. Walter Lemos de Azevedo 137. Yolanda Mendonça MARANHÃO 1. Crescêncio Custódio Bogea Gonçalves 2. Durval Soares da Fonseca 3. Eugênio Martins Freitas 4. Felipe dos Santos Jacinto 5. Gervásio Protásio dos Santos 6. Pedro da Costa Moraes 7. Salvio Jesus de Castro Costa MATO GROSSO 1. Benjamim Monteiro Filho 2. Lydio M. Bandeira de Mello 3. Munir Feguri MINAS GERAIS 1. Aderbal Teixeira — 29 — V 2. Antônio Couto de Andrade 3. Aristóteles Dutra de Araujo 4- Aristóteles Atheniense 5. Camel Aboala Abrão 6. Daniel Ribeiro do Valle 7. Edson Gonçalves Prata 8. Eduardo Brant Moraes 9. Ercílio Guimarães 10. Francisco Kioyasu Shimabukuro 11. Guido Luiz Mendonça Bilharinho 12. Gustavo Capanema de Almeida 13- ítalo Pifano 14. João Velu Galvão 15. Márcio Nogueira 16. Marcus Vinícius de Garcia Ramos 17. Newton Fernandes 18. Nelson Santos Anjo 19. Newton Pascal de Oliveira 20. Osmar Batista Pereira 21. Raymundo Cândido 22. Rômulo Coelho 23. Unias Silva 24. Vivaldo Rezende PARA 1. Aloysio da Costa Chaves 2. Augusto Barreira 3. Benedicto Wilfredo Monteiro 4. Egydio Machado Salles 5. Frederico Coelho de Souza ó . Humberto Machado de Mendonça 7. Joaquim Eugênio da Cruz de Amorim Mac-Culloch 8, Joaquim Lemos Gomes de Souza y. Júlio Augusto de Alencar 10. Marçal Marcelino da Silva Filho 11. Maria de Nazaré Oliveira Imbíriba 12. Milton Augusto de Brito Nobre 13. Oswaldo Nasser Tuma 14. Otávio Mendonça 15. Propércio Ferreira de Oliveira Filho 30 — 16. Sérgio Alberto Frazâo do Couto 17. Silvio Augusto de Bastos Meira 18. Sousange Angélica de Souza 19. Wilham de Almeida Cavalcante PARAÍBA 1. Joacii de Brito Pereira 2. José Mário Porto PARANÁ 1. Antonio Acir Breda 2. Athos Moraes de Castro Vellozo 3. Carlos Fernando Corrêa de Castro 4. Eduardo Rocha Virniond 5. Fernando Caldeira de Andrada 6. Fernando Andrada de Oliveira 7. Joaquim Munhoz de Mello 8. Leonel da Rosa Vieira 9. Plínio Antonio de Sotti Lopes lU. René Ariel Dotti PERMAMBUCO 1. Affonso Neves Baptista Neto 2. Francisco Pinheiro dos Reis 3. Geraldo de Oliveira Santos Neves 4. Geraldo dos Anjos Netto de Mendonça 5. Ivan da Costa Pinto Neves 6. João Pinheiro Lins 7. José Guimarães Sobrinho 8. José Teotônio Vieira Regueira 9. Luiz Gonzaga Gomes de Freitas 10. Margarida de Oliveira 11. Nivaldo Nelmar de Arruda Guimarães 12. Reinaldo Dornelas Câmara 13. Paulo Fernando Motta 14. Rodolfo Araujo 15. Sérgio Higino Dias dos Santos Filho 16. Solon Soares da Silva Filho 17. Urbano Vitalino de Melo Filho 18. Volgran Correia Lima 19. Zilda Resende Duque PIAUÍ 1. Celso Barros Coelho 2. Deusdedit Souza 3. Fernando Lopes da Silva Filho 4. Fides Angélica de C. M, Mendes Ommati 5. Humberto Machado Coelho 6. Iracema Santos Rocha da Silva 7. Jorge Azar Chaib 8. José Eduardo Pereira 9. Luiz Gonzaga Soares Viana 10. Ocílio Pereira do Lago Júnior 11. Omar dos Santos Rocha 12. Raimundo Soares Nascimento 13. Reginaldo Santos Furtado RIO DE JANEIRO 1. Adalberto Espírito Santo Tinoco Barreto 2. Alaor Eduardo Scisinio 3. Alberto Francisco Torres 4. Albino Vaz Teixeira 5. Alcy Amorim da Cruz 6. Alfredina Gonzaga de Oliveira 7. Aloysio Tavares Picanço 8. Antonio Rodrigues Ferreira 9. Augusto Frederico de Moraes Bittencourt 10. Carlos Arthur Paulon 11. Carlos Augusto Coimbra de Mello 12. Ellis Hermydio Figueira 13. Flávio Cautiero Horta Jardim 14. Herval Basil io 15. Humberto Soeiro de Carvalho 16. Jamil Smera 17. João Alberto Baptista Campos 18. João Baptista Correa de Mello —* 32 — 4 19. José Augusto Tanus 20. Leonardo Melino 21. Mareio Aloisio Pacheco de Mello 22. Mário Brazil de Araujo 23. Mário Caldas 24. Nelson Joaquim da Silva 25. Raldênio Bonifácio Costa 26. Roberto Bussinger Figueiredo 27. Ronaldo Cardoso Alexandrino 28- Sebastião Mário Miguel Panza 29. Sérgio Maurício Pacheco de Mello 30. Themístocles Américo Caldas Pinho 31. Ulysses Leocádio RIO GRANDE DO NORTE 1. Amauri Sampayo Marinho 2. Terezinha de Almeida Galvão RIO GRANDE DO SUL 1. Abrano Bedim 2. Antonio Medeiros de Azevedo 3. Ari Bueno de Almeida 4. Eliseu Gomes Torres 5. Érico Alves Lourenço de Lima 6. Francisco Talaia O'Donnell 7. Fernando Sérgio Lobato Dias 8. George Teixeira Giorgis 9. Gelso Radaeli 10. José Antonio Ponzi 11. Júlio de Souza Teixeira 12. Marcus Soibelmann Melser 13. Milone Antonio Sachet 14. Nereida Lourenço de Lima 15. Paulo Kreitchmann 16. Pedro Myrtes de Lima Vargas 17. Walter Eugênio Tschiedel SANTA CATARINA 1. Aluizio Biasi 2. Angelo Silvestre Bez 3. Antonio Boabaid 4. Aroldo Joaquim Camillo 5. Carlos Alberto Silveira Leanzi 6. Dante Heroíco Fortunato 7. Elci Irene Marçal Boabaid 8. Enio Carneiro da Cunha Luz 9. Helio Sacilotti de Oliveira 10. Hylton Gouvêa Lins 11. Miguel Hermínio Daux 12. Sadi Lima 13. Túlio Cesar Gondim SÃO PAULO 1. Carlos Alberto Augusto Batista 2. Darray Mendonça 3. Domingo Marmo 4. Dione Prado Stamato 5. Edevaldo Alves Silva 6. Ernani Pereira Rosa 7. Evaristo Gazzetti 8. Floriza Lemos Leite 9. Francisco Léo Munari 10. Francisco Sproríni Filho 11. J. B. Viana de Moraes 12. João Augusto Melo Rosa 13. Joaquim Cavalcanti de Oliveira Lima Neto 14. J. Paulo Bittencourt 15. Jorge Lauro Celidônio 16. José Carlos Aguirre 17. José Carlos Dias 18. José de Castro Bigi 19. José Sollero Filho 20. Júlio Fernando Toledo Teixeira 21. Luiz Barros de Ulhôa Cintra 22. Luiz Lobo Neto 23. Maria de Lourdes Almeida Junqueira Thomaz 24. Maria Lúcia Borges de Araujo Cintra 25. Mário Sérgio Duarte Garcia 26. Maurício de Oliveira 27. Miguel Gonçalves da Silva 28. Miguel Reale Júnior 29. Nélio Chagas de Moraes 30. Otoniel Brandão Ferreira 31. Otto Cyrillo Lehmann 32. Paulo Sérgio Leite Fernandes 33. Rosa Maria Cardoso da Cunha 34. Ruy de Azevedo Sodré 35. Sérgio Guarinon Corrêa 36. Sérgio Marques da Cuz 37. Sérgio Sérvulo da Cunha 38. Silma Mar lice Z. de Souza 39. Virgílio Manoelino Pinto 40. Wellington Rocha Cantai SERGIPE 1. Antonio Jacinto Filho 2. Dyrce Moreno Jacintho 3. Geni Rodrigues Schuster 4. José Augusto de Azeredo Lobão 5. José Gilton Pinto Garcia 6. Luís Urbano Silva de Lima 7. Maria José Cruz e Freitas 7 P R O G R A M A Trabalhos da Conferência Atividades sociais 11 de agosto domingo 18 h — Sessão solene de instalação 19 h — Coquetel de congraçamento (Hotel Glória) 12 de agosto segunda-feira Inscrição e entrega de credenciais Trabalho de Comissões Trabalho de Comissões - Coquetel no Jockey Club . 13 de agosto terça-feira 9 h-12 h — Trabalho de Comissões 14h-17h — Trabalho de Comissões Noite livre 14 de agosto quarta-feira 9 h-12 h — Trabalho de Comissões 14h -1 7 h — Conclusão dos Trabalhos de Comissões Noite livre 15 de agosto quinta-feira 10h-13h — Passeio turístico pela Cidade 13 h — Almoço na Churrascaria Gaúcha Tarde e noite livres — 36 — 8 h —” 9h-12h — 14 h-17 h — 19 h — 4 # ló de agosto sexta-feira 9 h-12 h — Sessão plenária para discussão e votação das in dicações das Comissões 14.30-17.30 - Sessão plenária para discussão e votação das in dicações das Comissões 18 h — Sessão solene de encerramento 21 h — Banquete no Clube dos Caiçaras - 37 — 8. TEMÁRIO E RELATORES O Advogado e os Direitos do Homem 1 * Os Direitos do Homem e sua tutela jurídica. RELATOR — Prof. Heleno Cláudio Fragoso 2. Direitos do Homem e prerrogativas dos advogados. RELATOR — Prof. Nehemias Gueiros 3. Direitos do Homem, a Ordem Pública e a Segurança Na cional. RELATOR — Prof. Miguel Seabra Fagundes 4. O Direito ao Trabalho. RELATOR — Prof. Evaristo de Moraes Filho 5. Os Abusos do Poder Econômico e Garantias Individuais RELATOR — Prof. Miguel Reale 6. Direitos ao Bem-Estar Social. RELATOR — Prof. Orlando Gomes 7. Problemas da Urbanização da Sociedade Brasileira. RELATOR — Prof. Clóvis Ramalhete 8. Direitos à Manifestação do Pensamento. RELATOR — Prof. Haryberto de Miranda Jordão 9. Proteção dos Direitos do Homem diante da Organização Judiciária e da Administração Pública. RELATOR — Prof, Jorge Fernando Loretti 10, Os Partidos Políticos e o Direito de Participação Política do Cidadão. RELATOR — Prof. Josaphat Marinho 11, Direito de Asilo. RELATOR — Prof. Heráclito Fontoura Sobral Pinto 12, 0 Menor e os Direitos do Humanos RELATORA — Prof* Esther de Figueiredo Ferraz — 38 — 13. Liberdade de Associação, RELATOR — Prof, Paulo Brossard de Souza Pinto 14. Os Direitos do Homem concernentes á Família. RELATOR — Prof. Caio Mário da Silva Pereira 15. O Acesso á Cultura, como Direito de todos, RELATOR — Embaixador Pontes de Miranda 16. Limitações dos Direitos do Homem; Legitimidade e Al cance, RELATOR — Prof. Gervásio Leite 17. Direitos Humanos e a Tributação. RELATOR — Prof, Otto de Andrade Gil 18. Direitos Humanos na Area Internacional. RELATOR —- Prof. Oscar Dias Corrêa 19. Da inutilidade do Conselho de Defesa dos Direitos da Pes soa Humana. RELATOR — Prof. Néison Carneiro 20. O Direito do Trabalho como Expressão dos Direitos do Homem. RELATOR — Prof. Albino Lima 21. As Multas Fiscais e os Direitos do Homem. RELATOR — Prof, A. Theodoro Nascimento 22. Direito à vida, o primeiro dos Direitos Humanos. RELATOR — Prof. J. Motta Maia 23. Ombudsman, instrumento de Defesa dos Direitos Hu manos nas Democracias Modernas, RELATOR — Prof, João de Oliveira Filho 24. Os Direitos do Homem e a Organização Sindical Brasi leira. RELATOR — Prof. Eugênio Roberto Haddock Lobo 25. A Defesa dos Direitos Humanos e a Independência da Ordem. RELATOR — Prof. Justino Vasconcellos — 39 —" 26. Criminalidade comum e segurança nacional. RELATOR — Prof* Carlos de Araújo Lima 27. Violação do Direito do Trabalho na Reforma da Previ dência Social RELATOR — Nildo Martini 28. Direito à propriedade da terra e a Reforma Agrária como meio de realizá-lo. RELATOR — Prof, J. Paulo Bittencourt 29. Tribunais Nacionais c Remédios Efetivos, para atos Vin culados à Economia Agrária do Brasil RELATOR — Octavio Mello Alvarenga 30. A previdência social em sentido lato: um dos direitos humanos fundamentais. 0 exercício desse direito. RELATORES — Oswaldo Astholfo Rezende e outros 31. O Imposto de Renda Sobre Honorários de Advogado RELATOR — Antônio Carlos Nogueira Reis 32. Do Cabimento dc Mandado de Segurança nos casos dc Crimes Políticos contra a Segurança Nacional RELATOR — Júlio Fernandes Teixeira 33. Os Direitos do Homem Rural Diante de um Tribunal Administrativo Agrário RELATOR — Ivo Frey 34. Direitos Humanos e a Prestação Jurisdicional RELATOR — Osmar Alves de Meio 35. Direito de Trânsito, Instrumento de Defesa da Vida Hu mana RELATOR — Abrahim Tebet 36. 0 Advogado, os Direitos Humanos e a Crise da Justiça Criminal RELATOR — Virgilio Luiz Donnici 37. Defesa do Homem, Direitos, Garantias Individuais e Sociais RELATORA — Yolanda Mendonça 38. O Sistema Penitenciário e os Direitos do Homem RELATOR — Francisco Gil Castello Branco 39. Direitos do Bem-Estar Social RELATOR — Sérgio do Rego Macedo 40. A Defesa dos Direitos Fundamentais do Homem Como Dever dos Advogados RELATOR — Fernando Andrade de Oliveira - 4 1 — 9 SESSÃO INAUGURAL 9.1 Autoridades presentes 1 — PRESIDENTE DO SINDICATO DOS ADVOGADOS DR. ELY OUTEIRAL 2 — PRESIDENTE DO CLUBE DOS ADVOGADOS DR. BRENNO ANDRADE 3 — PRESIDENTE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL NA GUANABARA DR. ALVARO LEITE GUIMARAES 4 — MINISTRO DO INTERIOR — REPRESENTADO PELO DR. JOSÉ ANDREA 5 — CARDEAL ARCEBISPO DO RIO DE JANEIRO — RE PRESENTADO POR MONSENHOR G U I L H E R M E SCHUBERT 6 — MINISTRO TEMISTOCLES CAVALCANTI 7 — MINISTRO PRADO KELLY 8 — SECRETARIO-GERAL DO CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DR. PAULO BARRETO DE ARAUJO 9 — PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL MINISTRO ELOY JOSÉ DA ROCHA 10 — PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DR. JOSÊ RIBEIRO DE CASTRO FILHO 11 — GOVERNADOR DO ESTADO DA GUANABARA — REPRESENTADO PELO SECRETARIO DE JUSTIÇA DR. GERALDO FARIA BATISTA 12 — MINISTRO LUIZ GALLOTTI — 42 ““ « 13 — PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ES TADO DA GUANABARA — REPRESENTADO PELO VICE-PRESIDENTE DO MESMO TRIBUNAL DR. SALVADOR PINTO FILHO 14 — RUY DE LIMA PESSOA — REPRESENTADO PELA DRA. MARLY VALLE MONTEIRO 15 — PRESIDENTE DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS DR. OSWALDO ASTHOLFO REZENDE - 4 3 — / 9.2 Discurso do Dr, José Ribeiro de Castro Filho, Presiden te do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil 'Os direitos estruturais da pessoa humana, porque atri butos inerentes ao próprio ser, antecedem ao aparecimento do Estado e independem das normas escritas, até porque o indivíduo antecede ao Direito e ao Estado, que são cons truções suas e, ao depois, pelo processo da autolimitação, a ambos se submete. Porém, mais uma vez a criatura volta-se contra o criador e, constituído o Poder, sobreveio de logo o conflito com a liberdade, antinomia que data de todos os tempos, prolon ga-se pelos séculos em fora e assume graves proporções nessa hora do mundo quando, além de outros fatores de violência, o Executivo, no propósito ou sob o pretexto de contê-los e até porque é da índole do poder o excesso, se exacerba e se adianta em relação aos dois outros poderes do Estado, acar retando para o homem o clima da insegurança, que significa, em úhim a análise, forma de negação dos seus direitos funda mentais* Na verdade, a proposição nao importa em desafio para 0 jurista, mesmo porque, sempre atento e sensível aos fe nômenos sociais, desde muito, através dos processos de cons trução, tem colocado a serviço da humanidade a sua colabo ração admirável e generosa. 0 eminente Prof. Miguel Reale afirmava de uma feita que o jurista é um criador de bens culturais, tomada essa palavra no sentido de tudo aquilo que se acrescenta ao mun do criado da natureza e, na verdade, assim o é e assim tem sido. Muito mais que mero espectador, partícipe atuante, ao advogado não passaram desapercebidos os acontecimentos históricos expressando a luta do homem contra o arbítrio e assim e destacando os principais: Na Roma antiga os plebeus exigiam dos patrícios a obri gatoriedade da publicidade do direito positivo com a afixa- ção, nas portas do Senado, da lei das doze tábuas. - 4 4 - Em 1215, através da Carta Magna, era a sujeição do Rei ao império da lei. A partir de então, os atos libertários escritos se suce deram mais aceleradamente. Em 1628 as comunas se impu nham a Carlos L 0 Bill of Rights restringia o Poder Real, re presentado por Guilherme de Orange e o Act of Settlement, de 1701, ao impedir a destituição dos magistrados pelo sobe rano, expressava a primeira forma de manifestação da inde pendência do Judiciário. Ao depois sobrevieram a Declaração da Independência Americana, a Declaração dos Direitos do Homem, da Revo lução Francesa e, apressando o passo e já em nossos dias, a Carta de Paris de 10 de dezembro de 1948, quando então se ampliam os chamados direitos fundamentais do homem á sombra de duas inspirações da maior altitude — o senti do de universalidade e a dimensão dos mesmos. Mas o que se aprendeu da lição da história e eis aí a sensibilidade dos juristas, foi a inutilidade de meras decla rações ou de reconhecimentos dos direitos fundamentais do homem. O Prof. Heleno Fragoso, com a sua extraordinária per- cuciência, afirmou na tese que submete à apreciação deste Congresso: "Acha-se definitivamente ultrapassada a fase das decla rações de direitos e liberdades fundamentais," A experiência recolhida através dos tempos nos leva à convicção, e essa é uma das nossas contribuições, de que se impõe, para a efetivação dos direitos estruturais da pessoa humana, mais que a declaração, a presença e a efetividade de um instrumental, fixado a qualquer custo, que assegure, em realidade, esse reconhecimento, Para tanto, se faz mister a presença, na estrutura orgâ nica do Estado, de um Judiciário autônomo. De que adiantará a inserção nas Cartas internas e nos tratados internacionais dos direitos fundamentais dos ho mens, se, quando ocorrer a violação, o Judiciário, sob o con trole do Executivo ou tangido por outras razões, que não ^ 45 — importa considerar, não dispuser da independência neces sária para decidir? Impõe-se a reação do Judiciário contra os movimentos do Executivo no propósito de minimizá-lo e da submissão. De minha parte, diviso nas teorias nascentes, visando à criação de cortes internacionais com atribuições de julgar súditos de países convenientes, uma forma de desprestígio da Justiça local. Tangido a um exemplo e com magnífico sentido de rea lidade, fixo-me nos Estados Unidos da América do Norte, onde tanto não se faz mister. Às decisões da Suprema Corte daquele país, mesmo nas horas mais difíceis da nacionalidade, nunca faltaram as ins pirações do direito. Rui, apesar dos anos, sempre presente, expressava a sua crença no Judiciário: "Considera-se justamente o Poder Judiciário, como o baluarte das nossas liberdades civis, o guarda da Consti tuição, o arbitrador dos limites da ação administrati va, o defensor da moralidade pública e o protetor supre mo da nossa vida, da propriedade, da honra, da digni dade cívica e da igualdade perante a lei, "Em todas as questões que se referem a invasões de direitos civis, em todas as de ameaça á nossa vida, saúde, propriedade, ou reputação, compete ao Judiciá rio, não só fixar qual seja a lei, quando controversa, mas acomodá-la às alterações sucessivas do estado so- ciai, e sustar a ação dela, quando ofensiva da lei fun damental/' Antes, já o inovidável Pimenta Bueno escrevia, referin do-se ao Judiciário: “Por isso mesmo que a sociedade deve possuir e exi gir uma administração de justiça protetora, fácil, pron ta e imparcial; por isso mesmo que este Poder exerce preponderante influencia sobre a ordem pública e des tinos sociais, influência que se estende sobre todas as — 46 — « classes, que se exerce diariamente sobre a honra, a li berdade, a fortuna e a vida dos cidadãos; por isso mes mo, dizemos, é óbvio que nem a Constituição nem as leis orgânicas deveriam jamais olvidar-se das condições e meios essenciais para que ele ministre todas as garan tias, para que possa desempenhar sua alta m issão. . . " Na verdade, as citações devem ficar no sentido apenas da homenagem, pois c certo que, tanto como no que tange aos direitos humanos, também é inato, em nossas consciên cias, o sentimento do julgamento, que tem, como pressupos to, a independência. Mas, o Judiciário é poder inerte, destituído, na expres são precisa do douto Justino Vasconcellos, de impulso pró prio. Quem o aciona? Quem o coloca em movimento? Minhas senhoras e meus senhores: permiti que eu me exceda neste passo para vos confessar o que faço talvez sob o signo da melancolia: não fosse a violação do direito e, nes* sa área, tudo permaneceria estático, Com efeito, o advogado age sob o impulso ou procurado pelo cidadão ameaçado ou lesado em seus direitos. Dir-se-ia, por conseqüência, que, não fosse o atentado, nem o advogado nem o Judiciário se movimentariam. Por conseqüência, a lesão se constitui, em última análise, em agente impulsionador. Tudo isso, porém, não importa. O que é trágico consi derar é a presença da lesão mas, de outra parte, a existên cia confortadora, a um só tempo, daquele que patrocina o direito lesado — o advogado — e daquele que decide sobre a ocorrência — o Judiciário. Ora, senhoras e senhores, quanto de grandeza haverá em tudo isso e amanhã podereis ser o atingido, quando ti- verdes a certeza de que, quando assim o for, quando assim suceder, haverá um Judiciário autônomo, que julgue a des peito de tudo e uma advocacia que tem a coragem de pro clamar e sustentar o vosso direito? Todavia, no mundo inteiro, se conspira nessa hora con tra a independência da advocacia, embora na Grécia, em Roma, na França de São Luís, na Espanha de Afonso, o sá- ’ 47 ¥ ' bio, se tenha proclamado a grandeza do sagrado encargo e entre nós, a partir da lei orgânica da Ordem, o exercício do nosso munus assumiu proporções grandiosas. Mas, precisamente porque assim seja, porque são os advogados, na expressão feliz do Manifesto de Bruxelas, os defensores dos direitos do homem, armam-se, não raro, con tra eles, os advogados, todas as represálias. É a ação dos déspotas, dos arbitrários, sempre recalcitrantes. Volvamos as nossas vistas para o passado e para os tempos presentes e sempre haveremos de verificar que, con tra nós, contra os advogados, se dirigem, desde Napoleão, as iras do poder, que se extravia, Não importa. Nascemos sob o signo da defesa. Esse é o nosso propósito. Amanhã, talvez hoje mesmo, iremos de fender aqueles que hoje tolhem os nossos passos, que só visam á sacralidade. O Advogado, na sua expressão grandiosa, não defende A ou B, num sentido apenas de individualização, ou parti cular, mas defende e sustenta, sobretudo, o direito, vale di zer, a aplicação do princípio fundamental. Quando se atinge um direito individual não se fere ape nas o cidadão, mas a própria ordem jurídica, que se implan ta e reina em função do homem, como seu único destinatário. A independência, que pleiteamos e que havemos de sus tentar sem tréguas, nós os advogados brasileiros e os advo gados de todo o mundo — e tanto já se disse no Manifesto de Bruxelas e no Relatório de Lausanne e dizemos nós nesta hora, que é uma hora de luz, luz que ilumina os caminhos do idealismo, luz que clareia as estradas da liberdade, dos direitos e da Justiça, a independência, que assim postula mos, expressa a condição fundamental para que possamos defender os direitos do homem. Que será dos advogados jungidos a qualquer dos pode- res do Estado e, conseqüentemente, do cidadão ferido? Um dos compromissos, que devemos assumir nesta noi te, a menos que caminhemos para o perjúrio e para a apos- tasia, é o da independência nossa e da nossa corporação eterna. — 48 —" m Pelo culto ao direito e na defesa de nossos clientes, os cidadãos, nós haveremos de ser donos dos nossos destinos. Perlustremos mais uma vez o trabalho de Justino Vas ^ concellos, bravo e ilustre presidente da Seção do Rio Grande do Sul: "Desde o Imperador Justino — registra ZANARDELLI — os advogados constituiram-se em Ordem, que os es tatutos medievais "dotaram de plena independência e autonomia" (GIUSEPPE ZANARDELLI, Uavvocatura, 2.® ed., nova tiragem, Unitas, Milão, 1920, p. 11). Compreende-se, pois, a saudação do chanceler HENRI D'AGUESSEAU, em 1693, à Ordem que, "tão antiga como a magistratura, tão nobre como a virtude^ tão necessária quan to a Justiça, se distingue por um caráter que lhe é próprio, e, único entre todos os demais estados, mantém-se na feliz e tranqüila posse de sua independência" (apitâ FELIX LI- OUVILLE, op. ciL, p. 42)/' Todavia e como sempre, conspira-se contra a indepen dência dos advogados e de sua corporação, esquecidos os que assim agem — e vamos repetir — que amanhã, um amanhã muito mais próximo do que lhes seria lícito supor recorrerão ao advogado e à Ordem. Lembrem-se eles, e a imagem já foi por nós proclama da, de que a vida, em relação aos eventuais detentores do poder, se assemelha à roda gigante dos parques de diver sões infantis. Apesar do curso da história e das conseqüências daí de correntes, ainda sobrevivem os recalcitrantes e ainda agora, em nossa pátria, apesar de todas as advertências, pareceres e julgados, se pretende, através de decretos nulos e de inter pretações forçadas, a subordinação da Ordem dos Advogados ao Executivo! E amanhã, que pode ser hoje, o que será do cidadão compelido a acionar o Estado e a ter como patrono um de fensor que seria um subordinado do próprio Estado pela via do Executivo? Só essa indagação basta, por si só, para a decisão. ^ 40 — Se não pelo amor ao direito, o que seria tudo, mas pelo menos pelo instinto de conservação, que será o menos, pre servai a autonomia da Ordem e a Independência do Advogado. Mas, existe mais a considerar: Que seria do médico cirurgião sem o bisturi, do enge nheiro sem a tábua de cálculos, do agricultor sem a charrua e as sementes? Assim também, que será do advogado, ainda que for malmente independente, sem a presença reinante da lei jus ta, sem a existência de um Judiciário autônomo e, mais es- peficamente, sem que disponha de instrumentos outros, igual mente indispensáveis á sua atividade e, entre eles, o direito de petição e de recurso, o habeas-corpus, em toda a sua ple nitude, o de se comunicar com o seu cliente detido, a obri gatoriedade da comunicação da prisão e a possibilidade de assegurar a incolumidade física do cidadão preso? E voltamos ao ponto de partida: que adiantará a inser ção de direitos estruturais da pessoa humana nas constitui ções c nos tratados ou convenções, se feridos ou lesados eles, o seu defensor, o advogado, mesmo independente, não dis puser dos instrumentos indispensáveis para a consecução des ses objetivos? Devemos ser objetivos na afirmativa: esperamos que o nosso governo suprima as restrições agora em vigor, cons- tituindo-se em exemplo para outros povos, o que será gran dioso! Ninguém advoga, supomos, a vocação para o suicídio da democracia, que ao revés, deve ser defendida e sustenta da a todo custo.z Compreende-se a adoção de providências excepcionais tendentes à consolidação de um processo revo lucionário que se tornou vitorioso, mas não se pode admitir que as mesmas se transformem em presenças permanentes, que passam a ameaçar os direitos fundamentais da pessoa humana. Contra o injustiçado, quem se erguerá e através de que instrumentos, se normas de exceção, ainda vigentes, criam sérias dificuldades para a defesa? — 50 — Nao! Nós os advogados brasileiros queremos o julga mento justo e as garantias a ele pertinentes* O nosso comportamento justifica o propósito e a exi gência* Ainda há pouco recebíamos o julgamento do Egrégio Supremo Tribunal Federal através da palavra de um de seus insignes juizes, o saudoso e nobre Adaucto Lúcio Cardoso, que engrandeceu a advocacia e dignificou a Judicatura: "Muito devo aos advogados pelo que pude fazer como juiz, Na maioria dos casos que chegavam ao Supremo Tribunal Federal, o debate era tão rico que, na expres são de um grande jurista, a matéria vinha como que ''peptonisada" para o relatório e o voto. E a tremenda tarefa, que recai sobre os ministros do Supremo Tri bunal Federal, pode ter vencimento, além da capacidade de trabalho dos seus juizes, pela admirável colaboração que os advogados da instância extraordinária prestam à excelsa Corte " E Oscar Tenório, ilustre e humano Desembargador do Tribunal de Justiça da Guanabara, afirmava quando da SO' lenidade do ano judiciário de 1974: "Na história das instituições judiciárias, o advogado exerce missão que o torna igual, em grandeza, á do juiz. Classe viril. Em todas as frentes da defesa da liberdade, da honra e do patrimônio, nós o encontramos* Classe malsinada, paga pela desídia e corrupção de poucos. Classe que produz gigantes na direção da vida nacional e internacional, ao lado de tantos derrotados pela es cassez de clientes. Quantos peregrinam sua pobreza nas salas de audiência e nos cartórios, sapatos cambos, rou pas com as manchas suarentas de prolongado uso. Que ressoe neste tribunal a palavra justiceira. O busto que patrocina este salão plenário não é o de um juiz, É o de um advogado." Tiradentes se opôs a uma Ordem constituída. Foi enfor cado e esquartejado e, ao depois, transformado em m ártir da Independência. Com quem a verdade? Cabe ao Judiciário o julgamento, Nós os advogados postulamos, na época, o seu direito de defesa, que não é nosso, é da consciência, vem de — 51 “ ¥ ' Deus e foi reconhecido por Cristo no episódio da figueira, quando caminhava, segundo o relato de Vieira, na estrada de Betânia para Jerusalém. A advocacia, não se iludam os seus inimigos, se asseme lha, na sua tenacidade, àquelas raízes profundas de que fa lava Oliveira Martins: "Nenhuma charrua destrói apesar de revolta a leiva pelo ferro das conquistas, depois de esmagadas as folhas e troncos pelo tropear dos cavalos de guerra, depois de queimados e reduzidos a cinzas pelos incêndios das in vasões: embora se lancem novas sementes à terra e nas çam vegetações novas, essas raízes profundas tomam a reverdecer, crescem, dominam um chão que é seu, e afinal convertem ou esmagam, transformam ou exter minam, de um modo obscuro, lento, mas invencível, as plantas intrusas/' As plantas intrusas sào a violência e a ilegalidade, que abominamos!" 9.3 Discurso do Dr. Álvaro Leite Guimarães, Presidente do Conselho Secionàí da Guanabara, saudando as Delegações Estaduais Meus senhores: Vive a Guanabara, neste momento tao significativo para a cultura jurídica brasileira, um dos mais expressivos acon tecimentos de sua fecunda e radiosa existência. Núcleo atuante e operoso da inteligência e do saber, tem o nosso Estado, neste instante, consciência segura dc que está sendo palco do mais empolgante evento socio-jurí- dico de seu movimentado calendário cultural, desde que daqui saiu, para outras plagas, a Capital da República Fede rativa Brasileira. Reúnem-se nesta histórica c acolhedora cidade, numa fes ta cívica de comovedora sensibilidade, as mais destacadas —- 52 # personalidades dos meios jurídicos deste País, numa eloqüen te demonstração de unidade de vistas e de sentimentos, em penhados que nos achamos no congraçamento da Classe a que todos pertencemos, para o exame e o estudo dos proble mas vinculados aos interesses da nossa profissão. O tema central dos debates desta V Conferência, esco lhido pelo E. Conselho Federal da O .A .B ,, sob a segura di reção do eminente bastonário JOSÉ RIBEIRO DE CASTRO FILHO, diz bem o que será este Simpósio. Nenhum outro assunto poderia despertar, no seio de nossa profissão, inte resse maior e mais apaixonante do que o que se relaciona com os direitos inalienáveis da pessoa humana e a indecli nável necessidade de sua preservação, para que se possa as segurar a todos os cidadãos as liberdades fundamentais a que têm direito. 0 respeito à dignidade do homem é, sem dúvida alguma, a maior preocupação do advogado, nessa constante e per manente luta pelas garantias constitucionais, uma das mais decantadas conquistas da civilização contemporânea* 0 mundo está vivendo, desenganadamente, um período de profundas modificações, em que as incertezas e as di ficuldades de toda sorte desafiam a argúcia e a inteligên cia dos responsáveis pelo equilíbrio social. Cabe ao jurista, por conseguinte, identificar as distor ções e os percalços que interferem com a ordem jurídica; perquirir a realidade histórica, interpretando as razões e as causas dos episódios criadores das anomalias sociais, para, então, equacionar a solução salvadora. Daí porque o advogado tanto apregoa e defende o estado de direito, que consiste, exatamente, na manutenção de prin cípios e normas que assegurem aos cidadãos de uma comu nidade condições essenciais de convivência. Não poderíamos, portanto, deixar de pôr em destaque ainda que sucintamente, o papel reservado ao jurista brasi leiro, quando aqui se instala uma Conferência de tão grande repercussão na vida do País, onde os advogados patrícios se reúnem à procura de soluções que visam ao aperfeiçoamento das instituições jurídicas, já que são eles os artificies da le galidade democrática e os defensores intransigentes das li berdades públicas. — 53 — Esses os objetivos desta reunião benfazeja, em tão boa hora convocada pelo Orgão Máximo da nossa profissão. N g momento em que, como Presidente do Conselho S ec cional da Guanabara, participo da solenidade de instalação dos trabalhos desta Conferência Nacional dos Advogados, desejo expressar, em meu nome pessoal e em nome de todos os advogados cariocas, a honra excels a de apresentar as boas- vindas aos eminentes visitantes, aos quais auguramos uma permanência proveitosa e agradável em nosso convívio. 0 comparecimento de tão preclaros colegas constitui para os advogados da Guanabara um motivo de grande satis fação, sobretudo porque propicia uma oportunidade tão cara aos nossos sentimentos, de manifestar, mais uma vez, a admi ração e o apreço que nutrimos pelos nossos bravos colegas, espalhados na vastidão desta grande Nação, que aqui vieram para dar um testemunho eloqüente de respeito aos sagrados direitos da pessoa humana. Na certeza de que os ilustres convidados se sintam como se estivessem em seus próprios lares, esperamos poder trans mitir-lhes, com o calor da nossa hospitalidade, o prazer que nos traz a sua grata presença, pela distinção concedida ao nosso Estado, com sua escolha para a sede desse memorável encontro. Podemos assegurar que o nosso propósito, como mem^ bros desta Conferência, é o mesmo que anima a todos os con vencionais, porque sentimos a importância do tema proposta pelo Orgão Máximo da Classe. Essa convivência que iremos manter, estamos certos, servirá para reavivar a fé nos primados da Justiça e do Di reito, guardiões que somos das normas legais e arautos das liberdades fundamentais asseguradas a todos os cidadãos do mundo, através da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Como ensinou RUY BARBOSA, não é suficiente declarar fidelidade aos direitos fundamentais da humanidade, mas torna-se imprescindível assegurar os meios indispensáveis, para que tais direitos se apresentem reais e efetivos, pois a simples proclamação deles nada significaria, não passando de uma imagem retórica c sem qualquer ressonância. o quadro institucional brasileiro não poderia deixar de sofrer, como na realidade sofreu, os reflexos e as repercussões que os problemas sócio-econômicos criaram para todos os povos da terra, notadamente para o nosso conturbado Con tinente. O estilo de vida ideal de uma Nação deverá firmar-se, não só no contexto de sua estrutura politico-cultural, como também nas justas aspirações de sua destinação histórica, dentro de uma determinada perspectiva, com relação à qual não podem ser estranhas as características fundamentais do seu povo e as tendências indesviáveis de sua formação étnica. Assim, as técnicas jurídicas ideais para modelar as ins tituições de nosso País deverão estar em consonância com essas características ínsitas da nossa gente, não devendo, por isso mesmo, distanciar-se da filosofia política que sempre inspirou o estilo democrático brasileiro. Por isso mesmo que o Direito há-de ajustar-se às exi gências da realidade em que vivemos, evoluindo de acordo com as novas condições de vida, não poderão os juristas per der de vista que as concessões e as transigências, por ventu ra feitas a determinados princípios resguardadores da digni dade humana, poderão afetar a ordem jurídica, que segundo MILTON CAMPOS — — "não é pura e abstrata categoria do espírito, con cepção arbitrária de poder, ou plano subjetivo imposto pela força às realidades exteriores, mas c antes uma ordenação natural e espontânea do convívio humano, que penetra na índole popular e que aí atua como que por efeito de uma convicção íntima." Daí porque sentimos a necessidade dc uma reformula ção do pensamento jurídico nacional, a fim de que não pe- riclite, na consciência cívica brasileira, a fé nos ideais de mocráticos. Este o objetivo essencial, a nosso ver, deste Congresso de advogados e juristas, reunido na Capital política e cultu ral do Brasil, buscando sensibilizar todas as forças vivas da nacionalidade para essa cruzada bendita da prevalência da lei e da justiça, a fim de que os direitos essenciais do homem sejam reverenciados e defendidos. 0 enfoque que se deu ao tema central — "0 advoga- do e os direitos humanos” — diz bem dos intuitos deste Congresso. Aqui serão examinados, nestes cinco dias reser vados, ao exame dq um assunto tão palpitante, todos os as pectos do problema proposto pelo Conselho Federal da Or dem dos Advogados do Brasil. Os advogados brasileiros estão engajados nessa cruzada cívica e nada os deterá, na medida em que se conscientiza rem de que têm o dever de proclamar, alto e bom som, que nenhum bem é maior do que a dignidade a que tem direito todo o ser humano, criatura de Deus que é feita à sua ima gem e semelhança. A pessoa humana, princípio e fim de todas as aspirações terrenas, em tom o da qual tudo se procura fazer e em pro veito de quem se busca a paz, a ordem, o progresso, tem que ser o centro e o objeto da atenção dos governantes e dos cuidados dos que zelam pelo império da lei e da Justiça. Para dar o testemunho vibrante de nosso amor à liber dade e aos princípios que a inspiram e a sustentam, para transm itir a segurança e a certeza na prevalência do Direi to, é que aqui nos encontramos. M as/para que possamos desincumbir-nos desta grandiosa missão, cumpre assegurar aos advogados brasileiros a liber dade e a independência no seu exercício profissional, condi ções essenciais ao funcionamento da Justiça e à manutenção dos princípios que sustentam o sistema jurídico nacional. Esta a razão que nos leva a não aceitar qualquer subor dinação ou tutela administrativa de outros Orgãos estatais, pois a independência dé nossa instituição profissional é re quisito essencial à sua própria sobrevivência. Demais disso, há que se reconhecer, como condição pre- cípua ao alcance desse desideratum, que sem uma Justiça altiva, firme e desvinculada de quaisquer outros propósitos que lhe sejam estranhos, impossível será alcançarmos as metas que nos foram propostas pelos organizadores desta Conferência. Por isso, somos, também, pela reforma do Poder Ju diciário brasileiro, de tão gratas tradições, para que, muni- — 56 —' do de instrumental mais eficiente, que lhe dê as condições ideais de funcionamento e atuação, possa cumprir, em toda a plenitude, os graves encargos que lhe foram atribuídos pela Constituição Federal. Essas as razões por que não poderíamos deixar de ex pressar nosso respeito pelos poderes constituídos do País, no momento em que nos lançamos nesta vibrante campanha, em favor de valores essenciais da vida humana. Por isso, a Presidência do Órgão Organizador desta Con ferência convidou o eminente Presidente do Colendo Supre^ mo Tribunal Federal, Ministro ELOY DA ROCHA, digníssi mo Chefe do Poder Judiciário, para presidir a sessão inau gural deste importante Simpósio, numa homenagem à Justi ça brasileira, responsável que é pela inviolabilidade dos pos tulados constitucionais. À Sessão de encerramento da V Conferência Nacional dos Advogados deverá comparecer, por sua vez, o eminente Ministro da Justiça dr. ARMANDO FALCÃO, numa demons tração de apreço ao homem público que tem a seu cargo a manutenção da ordem e o perfeito funcionamento das ins tituições jurídicas nacionais, Com isso, visam os advogados brasileiros demonstrar o seu propósito de encontrar a solução dos problemas que os atormentam, no exercício de sua profissão, estritamente den tro do respeito à lei e em perfeito acatamento às decisões dos Órgãos Jurisdicionais do País, sem perder de vista os compromissos que o Brasil espontaneamente assumiu com os organismos internacionais, que zelam pelos direitos fun damentais do indivíduo. Dentro desse entendimento, que esperamos seja a tôni ca de nossas decisões, estamos certos de que os advogados brasileiros darão mais uma demonstração eloqüente de seu amor à liberdade e de um permanente espírito de luta, pela sobrevivência dos mais altos valores que inspiram e susten tam a dignidade humana, 9 A Discurso do Dr, Otávio Mendonça em nome das Delega ções Estaduais No momento em que se instala esta V Conferência Na cional da Ordem dos Advogados do Brasil — peço licença para duas invocações, com as quais homenagearemos simbo licamente todos os companheiros desaparecidos desde quan do, em 1970, nos reunimos, em São Paulo, pela última vez. Refiro-me a ADAUCTO LÜCIO CARDOSO e ORLANDO CHICRE MIGUEL BITAR, Conheci ADAUCTO apenas de nome, acompanhando o freqüente noticiário sobre a sua vida transbordante, como advogado, como parlamentar, como juiz, CARLOS CASTELO BRANCO diz que ele foi "uma pre sença moral na vida pública". DJALMA MARINHO chãmava-o de "o gascão, o eterno estudante” e LIMA SOBRINHO traçou- lhe este perfil ínapagável: "ADAUCTO CARDOSO gostava das posições vanguardeiras. Havia nele, ate no olhar e nos gestos, alguma coisa de desafio, quase diria de provocação... Possuía a segurança de quem se dava todo aos seus combates, com absoluta sinceridade, sem planos e sem cálculos". (1) ORLANDO BITAR — professor de Direito Constitucio nal, antigo juiz dos Tribunais Eleitoral e do Trabalho, advo gado militante. Conselheiro da nossa Ordem durante mais de 20 anos, membro do Conselho de Cultura, do Instituto Histórico e da Academia Paraense de Letras, era, sem dúvi da, no meu Estado, o mais completo humanista da nossa geração. Seus trabalhos estão sendo coligidos por DJACIR MENEZES, a fim de serem editados pelo Conselho Federal de Cultura. Se vivesse, estaria relatando uma das teses des te conclave* Modesto até a humildade, estudioso até o fana tismo, desprendido até a renuncia— desapareceu com pou^ CO mais de 50 anos, deixando, para quantos o conheceram, um dos mais nobres exemplos de que se poderá orgulhar para sempre a nossa profissão. Senhores Conferencistas: Recolho, não apenas para o meu Estado, mas para toda a Região Amazônica, a honra de agradecer, em nome das de legações visitantes, a carinhosa saudação do nobre Presiden te da Secçãp da Guanabara, esse magnífico anfitrião que é ÁLVARO LÈÍTÉ GUIMARÃES Através dele congratulamo- nos com todos os colegas do Rio, sede desta Quinta Confe- —• 58 " « rcncia, como o foi da Primeira, aqui reunida em 1958. E ao Conselho Federal, na pessoa de JOSÉ RIBEIRO DE CASTRO FILHO, asseguramos a solidariedade inviolável de todas as Secções da Ordem, cuja Presidencia ele exerce com aquele traço de genuína liderança que herdou dos seus grandes an tecessores, desde LEVI CARNEIRO até JOSÉ CAVALCANTI NEVES. Além deste, aqui estão presentes alguns outros — PRADO KELLY, ALCINO SALAZAR, SEABRA FAGUNDES, HAROLDO VALLADÃO — todos eles, para o r^ lh o nosso, padrões de inteligência e dignidade, que o país inteiro reco nhece, proclama e reverencia, A iniciativa destes encontros é uma demonstração a mais da lucidez de NEHEMIAS GUEI- ROS, Presidente do Conselho Federal ao tempo da Primeira Conferência, após a qual voltamos a nos reunir em 60, 68 e 70, duas vezes em São Paulo e uma no Recife. Parece que nesse exemplo se inspiraram as Faculdades de Direito, cujos pro fessores desde 71, debatem anualmente seus assuntos, em Juiz de Fora, Bagé, Campinas, há poucas semanas, em Be lém. E como os Tribunais do Trabalho e os Tribunais de Contas adotaram rodízios semelhantes — vai pouco a pouco desaparecendo a irritante sensação de distância, menos geo gráfica do que psicológica, da qual resultava uma ausência quase completa de pontos de vista comuns entre os juristas brasileiros, Não há, talvez, categoria profissional nem ativi dade de cultura que mais necessite de contacto do que a nossa. Representamos um sistema jurídico que, salvo regras secundárias, é uniforme, porém deve ser aplicado em condi ções da mais surpreendente disparidade. Nossas regiões di ferem pelo estagio econômico, pelos produtos em que se ba seiam o seu comércio, a sua indústria, a sua pecuária, a sua agricultura, o seu extrativismo, a sua pesca e a sua minera ção. Nós, advogados, poderíamos e poderemos contribuir para o que RAUL FLORI ANO chama a constância na muta- biíidade ou a consistência no movediço{2). Mas para isso é indispensável que nos conheçamos melhor, que nos habitue mos a enfrentar em conjunto as dificuldades inerentes ao nosso " m e t i e r que aceitemos as críticas recíprocas como um processo válido de aperfeiçoamento e compreensão. Esse me parece ser o saldo mais positivo dessas Conferências. De cada qual delas, através de suas teses, debates, conclusões, e até dos amenos programas sociais e dos afetos que se culti vam — saímos certamente menos separados e menos egoís tas, 0 que significa mais fortes, mais aptos para a luta, mais seguros do nosso destino. ^ 59 — Os Direitos Humanos são o tema geral desta reunião. Homenageamos, assim, o primeiro quarto de século, trans corrido em 73, da sua catalogação em termos universais. Re vendo seus antecedentes, sua lenta evolução, os meios de que dispomos para defendê-los e as novas amplitudes que esses vetustos princípios adquirem sem cessar, pretendemos ser úteis à nossa classe, ao nosso País — mas também ao mun^ do e ao tempo em que vivemos — de vez não se tra ta de va lores transitórios nem regionais, porém sim dos mais am plos e eternos que o espírito humano jamais concebeu* A tradição coloca no início do Século XIII o primeiro documento que, limitando o arbítrio da Autoridade, consa grou o mínimo de Liberdade indispensável à d i^ id ad e da existência humana. È certo que conheço referências às Cor tes de Leão, nas quais, algum tempo antes, D. Afonso teria jurado respeitar certos direitos fundamentais* Mas o episó dio ibérico foi de escassa duração, enquanto o saxônico nun ca mais se apagaria das instituições do seu país. Talvez por isso tornou-se habitual conceder à Magna Carta prioridade cronológica na garantia das liberdades. Após longo período de ruidosos fracassos, somente no século XVII essas fran quias inglesas lograram firmeza, com a destituição dos Stuarts, de incorrigível vocação absolutista, e o chamamento ao poder de Guilherme de Orange pela "Glorious Revolution", de 1688. A petição de direitos (1628), o Ato de Habeas-Corpus (1679) e o Bill of Rights (1689) atualizaram e ampliaram a Magna Carta, constituindo, assim, as bases trisseculares do liberalismo na Inglaterra. Nessas diretrizes inspiraram-se os luminosos espíritos que transformariam a Europa e a Amé rica do Norte no Século XVIII — um LOCKE, um MONTES QUIEU, um VOLTAIRE, um ROUSSEAU, um D'ALEMBERT, um SIEYÈS, um DIDEROT. Sua extraordinária contribui ção não foi apenas a de haverem divulgado, muitas vezes em páginas de beleza imperecível, o avanço que as instituições britânicas representavam em uma época na qual ainda per maneciam como exemplo solitário. Mais importante foi cons truírem uma base filosófica para o sistema quase empírico que se instalara na Inglaterra. Daí resultou o caráter de uni versalidade dos documentos da Revolução Americana e da Revolução Francesa. Aquilo que os duros barões ingleses ha viam concebido como sistema local de garantias transfor- mou-se num ideário que passou a ser reclamado pelo mundo inteiro, A Declaração de Direitos, aprovada em França em # agosto de 1789, não se destinou apenas aos franceses, mas sim a todos os homens e, treze anos antes, THOMAS JEFFERSON já inscrevera na Declaração da Independência aquele resu mo que perdura como a melhor síntese jamais feita do mí nimo irrecusável a qualquer indivíduo sobre a Terra: "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Crea tor with certain inalienable Rights, that among these are life, liberty and the pursuit of Happiness/' Ai está realmente tudo; — a vida, a liberdade e a husca da felicidade. Por maiores que sejam, os desdobramentos posteriores cabem sempre em alguma dessas garantias fun damentais, Nas primeiras décadas do Scculo XIX separou-se a Amé rica Latina das metrópoles ibéricas, O espírito prevalecente nessa mudança foi o das Revoluções Francesa e Americana, pelo qual seus líderes se haviam apaixonado nas Universida des européias, Isso explica a inclusão nos textos com que se organizaram essas jovens nações daquele mesmo elenco de direitos essenciais, E foi assim que eles surgiram no Brasil pela primeira vez, enumerados nos 35 itens do artigo 179 da Constituição de 1824. Comemoramos este ano o Sesquicentenário dessa Cons tituição. Embora PEDRO I houvesse dissolvido a Constituin te que convocara antes de proclamar a Independência — cumpriu a promessa de outorgar uma Carta tão liberal, se não mais liberal que o Projeto de ANTÔNIO CARLOS, em discussão, quando fechara a Assembléia de 23. Projeto que permaneceu como base da Constituição, sem alterações de relevo, salvo a introdução do Poder Moderador, chave da au toridade do Monarca, idéia que o MARQUÊS DE CARAVE LAS haurira em BENJAMIM CONSTANT para conciliar o temperamento despótico com as atitudes liberais dessa per sonalidade contraditória e fascinante que foi o nosso primei ro Imperador, Quanto aos Direitos Humanos, a Carta de 24 foi das mais avançadas do seu tempo, acentua ARTHUR CEZAR FERREI RA REIS, em Conferência comemorativa do seu 150* aniver- sario. (3) Cotejada com a Declaração Francesa, com a Cons tituição espanhola, aprovada em Cadiz, 1812 — e por alguns — ' 61 — meses vigente em Portugal e no Brasil — o nosso texto é mais detalhado e, em vários pontos, rnais claro e generoso. JOSÉ HONORIO RORIGUES, no estudo que acaba de dedi car à Constituinte de 23(4) dá-nos um excelente exemplo, des crevendo a discussão sobre a liberdade religiosa. O projeto, proclamando o Catolicismo religião oficial, apenas permitia a prática das demais seitas cristãs, inibindo de direitos po líticos os que professassem cultos diferentes. Porém a Cons tituição de 24 iria mais longe, instaurando, no item 50 do art, 179, a completa liberdade de crença no Brasil: — "Nin guém pode ser perseguido por motivo de religião, uma vez que respeite a do Estado e não ofenda a moral pública”. Nunca mais se alterou a vocação liberal brasileira. As Constituições de 91, de 34, de 37, de 46, de 67 e de 69 repro duziram c completaram as garantias de 24, com alterações resultantes das circunstâncias que as condicionaram. Mere ce, apenas, destaque a circunstância de que, a partir da Car ta de 91, mantemos uma espécie de cláusula aberta e perma nente, segundo a qual os direitos enumerados são exempli- ficativos e não exaustivos, sem excluírem, portanto, quais quer outros resultantes da índole do regime. Graças a esse dispositivo é que se podem reputar inseridos na Constituição todos os Direitos Humanos proclamados na Declaração Uni versal, ou na Americana, ainda que essas Declarações não possuam caráter obrigatório e mesmo quando não estejam algumas garantias explicitamente transcritas no texto cons titucional vigorante. Desde o fim da I Guerra Mundial, duas circunstâncias modificaram, pouco a pouco, o panorama dos direitos indi viduais. Em primeiro lugar, tornou-se evidente que a velha enumeração estava incompleta, ou melhor, era em muitos as pectos contraditória. A chamada "questão social", que duran te milênios permanecera latente — tornara-se explosiva sob o impacto das enormes concentrações industriais. Os dois gran des princípios
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