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REVISÃO- 1 semestre de 2013

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REVISÃO MIP I
TEXTO: O método científico na psicologia: abordagem qualitativa e quantitativa
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Para compreender a psicologia como ciência, é preciso compreender os paradigmas científicos que compuseram sua história;
Abordagem qualitativa e quantitativa;
História da Psicologia: é antiga e relacionada às exigências do conhecimento da humanidade em cada momento histórico, de acordo com a realidade sócio-econômica e pela necessidade de o homem compreender a si mesmo;
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Grécia- 700 a.C.- surge entre os filósofos as primeiras tentativas de sistematizar uma psicologia;
Termo psiché= alma; logos= razão  Psicologia= “estudo da alma”;
A alma era entendida como a parte imaterial do ser humano, compreendendo: pensamentos, sentimentos, irracionalidade, desejos, sensações e percepções;
Desde a antiguidade, a preocupação era entender a mente e, historicamente, essa preocupação foi sendo construída através de formas de compreender o homem e estudá-lo
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O paradigma e o método científico usado pela psicologia foram sendo alterados, pois, inicialmente, a Psicologia estava ligada à filosofia, tendo definido como seu objeto de estudo a consciência;
Nesse período inicial, a consciência era estudada em sua estrutura, funcionamento a partir de métodos experimentais obtidos pela introspecção (relato do próprio sujeito acerca de suas sensações, percepções e raciocínios)
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Nos EUA surgiram os laboratórios de pesquisa e Wundt, no séc. XIX, define como objeto da psicologia o comportamento, o qual deveria ser estudado a partir de experimentações e do uso da metodologia científica de base positivista;
Assim, a psicologia adquire status científico;
Com o passar do tempo, surge a necessidade de instrumentos capazes de MEDIR de forma confiável as habilidades humanas;
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Assim, no início do séc. XX, surge a psicometria, com seus testes de inteligência, de onde surge uma nova área de pesquisa;
A psicologia se define como ciência a partir desses estudos, em que se definem: um objeto de estudo, delimitação do campo de estudo, método para estudar o objeto e teorias de conhecimento;
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Surge, ainda, no séc. XX, trabalhos com estratégias observacionais, preferindo o meio natural para a realização dos estudos, salientando a importância dos sujeitos na pesquisa;
Esses estudos chamados etológicos trouxeram a necessidade de ampliar as pesquisas para alem dos laboratórios, negando o rigor de controle de variáveis e valorizando a observação e o ambiente natural;
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Nas últimas décadas do séc.XX, sob influência de outras área do conhecimento (sociologia, educação, antropologia e história) a Psicologia passa a conceber como seu objeto de estudo: o homem, um ser histórico e social;
Surge, então, a necessidade, de um método de pesquisa que pudesse dar conta desse objeto, com coletas de dados que permitissem a visualização do fenômeno e suas vinculações com o contexto em que o sujeito está inserido;
Tal necessidade gerou uma CRISE PARADIGMÁTICA, quando se questionou o POSITIVISMO por excluir a subjetividade.
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A PSICOLOGIA COMO UM RAMO DA CIÊNCIA
A Psicologia é conceituada como a ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais, e está enquadrada na área das Ciências Humanas;
É considerada uma ciência porque examina seu objeto a partir de um método científico e não por meio de suposições do senso comum;
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A noção de ciência é compreendida como aquela que delimita os fatos, investiga e estabelece princípios metodológicos para observação, investigação; constrói instrumentos para a pesquisa e se propõe a investigar com veracidade e cientificidade;
O conhecimento científico, nessa concepção, descreve, compreende, prevê e controla os objetos de pesquisa, abrindo caminho para novas pesquisas a partir do conhecimento obtido.
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Na Psicologia, por razões históricas, as questões de métodos tornaram-se prioritárias; assim, ela adotou os métodos das ciências naturais e o paradigma positivista: objetividade, definições sistemáticas, controle e manipulação de variáveis, análises estatísticas, busca de leis gerais;
Um paradigma é um marco teórico e metodológico de interpretação dos fenômenos estudados por pesquisadores; são modelos aceitos como universais por determinado tempo;
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O método científico pode ser definido como “uma maneira estruturada de fazer perguntas à natureza e obter respostas. Portanto, trabalhar cientificamente está condicionado a identificar as regras que fazem parte da ´maneira estruturada de fazer perguntas à natureza´ e criar as condições para cumpri-las” (BIASOLI-ALVES)
O conhecimento científico é uma busca de articulação entre uma teoria e a realidade empírica, o método é o fio condutor para essa articulação.
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A crise dos paradigmas questionou a validade dos métodos, principalmente os advindos da matemática, que eram utilizados nas pesquisas quantitativas;
Surge, então, um NOVO paradigma para contrapor o modelo anterior calcado no método positivista, que fragmentava o homem e não o estudava em sua totalidade e em suas relações;
O NOVO paradigma nas ciências humanas e sociais é caracterizado por ser relativista, integrador e contextual, além de valorizar a cultura, os contextos sociais e econômicos.
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Não se trata de negar o método quantitativo, mas de adequar o método ao objeto de estudo e ao problema de pesquisa;
Uma pesquisa deve ser definida a partir de alguns questionamentos:
Sua visão de mundo; a escolha do fenômeno a ser estudado; a elaboração/adoção de teorias que expliquem o fenômeno estudado; a definição de estratégias de acesso à realidade (técnicas); o contexto social no qual o pesquisador se insere.
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PESQUISA: recorte da realidade: o pesquisador é o “editor”;
Assim, quantificar ou qualificar é uma opção do pesquisador, que irá fazer uso de uma linguagem que responda ao tema e ao problema estudado;
Vejamos as diferenças das grandes áreas de pesquisa:
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Ciências humanas
Ciências naturais
Os objetos de estudo são os homens, suas relações afetivas, culturais e sociais.
Os fatos não se repetem da mesma forma
Não se pode medir nem quantificar as ações e reações.
A precisão é impossível de se obter.
Não há elaboração de regras nem fórmulas.
A submissão dos fatos humanos a uma observação pode alterar nas reações.
Os objetos de estudo são livres e ativos. Toma suas próprias decisões.
Os objetos de estudo são elementos da natureza.
Os fatos são repetitivos.
As experiências podem ser medidas e quantificadas.
Há exatidão nos resultados.
Pode-se estabelecer regras, leis e fórmulas.
O pesquisador não influencia nas reações do desenvolvimento da pesquisa.
Os objetos de pesquisa podem ser controlados.
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ABORDAGEM QUANTITATIVA
Nasceu das ciências naturais e do positivismo, que tinham como premissa básica o conhecimento científico, capaz de controlar e manipular as variáveis que interferiam no objeto de estudo;
Pesquisador é neutro e controlador dos dados colhidos, que são analisados através de fórmulas e métodos matemáticos;
O conhecimento produzido visa à generalização;
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ABORDAGEM QUANTITATIVA
O quantitativo é o observável, objetivo, mensurável;
Características:
Controle máximo sobre o contexto; ambientes artificiais;
Pesquisador age com neutralidade e objetividade, suas crenças e valores são considerados fontes de influência no processo de investigação;
Dados são analisados por linguagem matemática;
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Os estudos quantitativos atendem a critérios de cientificidade, advindos da tradição positivista: validade, confiabilidade, generalização e transferibilidade dos resultados;
Na psicologia, há diversos estudos que utilizam dessa abordagem para analisar seus dados, o que permite que os fenômenos sejam visualizados de forma concreta e de forma mais abrangente.
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ABORDAGEM QUALITATIVA
Surge da inquietação de cientistas que queriam compreender o homem como um sujeito social e contextualizado numa sociedade com história, valores, significados e intenções que constroem a subjetividade
dos atos humanos.
A abordagem qualitativa trabalha com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões;
Procura aprofundar a compreensão de problemas, pessoas, relacionamentos;
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ABORDAGEM QUALITATIVA
Características:
Investigador é elemento principal;
Investigação tende a ser descritiva;
Há interesse pelo processo de coleta de dados;
Os investigadores analisam os dados de forma indutiva, correlacionando com a teoria embasadora;
O significado é de importância fundamental para essa abordagem.
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ABORDAGEM QUALITATIVA
O material principal é a PALAVRA,a qual permite o acesso ao material ideológico;
As palavras nos transmitem a estrutura de valores, normas e símbolos, demonstrando representações históricas, socioeconômicas e culturais;
A pesquisa qualitativa deve ter um critério de validade e cientificidade, a fim de regular a abstração, mas não se configura em modelo e normas rígidas;
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ABORDAGEM QUALITATIVA
O modelo qualitativo descreve, compreende e explica a realidade estudada;
Na psicologia essa abordagem é muito utilizada, porque permite a explicação de comportamentos, sentimentos e processos mentais relatados ao pesquisador, o que torna o seu objeto de estudo dinâmico e contextualizado;
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PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA: COMPLEMENTARIDADE
a relação entre o quantitativo e o qualitativo é complementar;
O quantitativo se ocupa de ordens, grandezas e suas relações;
O qualitativo formula um quadro de interpretações para medidas ou a compreensão para o que não é quantificável;
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A metodologia deve ser escolhida de acordo com os recursos naturais, temporais e pessoais e levar em conta a pergunta de pesquisa;
Minayo (1994) afirma que:
As duas metodologias não são incompatíveis e podem integrar um mesmo projeto;
A pesquisa quantitativa pode conduzir o investigador à escolha de um problema particular a ser analisado em sua complexidade, através de métodos e técnicas qualitativas e vice-versa;
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A investigação qualitativa é a que melhor se harmoniza ao reconhecimento de situações particulares, grupos específicos e universos simbólicos;
O conhecimento social (quantitativo ou qualitativo) só é possível por recorte e aproximação;
Toda redução e aproximação do fenômeno não podem perder de vista que o social é qualitativo e que o quantitativo é uma das formas de expressão;
Ambas as formas se complementam;
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Dessa maneira, é necessário conhecer os paradigmas que embasam a prática do pesquisador; considerar visões filosóficas e formas de comprometimento social relacionadas à pesquisa;
A qualidade da pesquisa depende da congruência do seu desenvolvimento com a visão paradigmática que a fundamenta;
Não há oposição entre metodologia qualitativa e quantitativa, apenas se opõem os paradigmas que as fundamentam.

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