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Aula 02 - Direito Processual Civil

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CURSO COMPLETO PARA TRIBUNAIS 
Direito Processual Civil 
Sabrina Dourado 
1 
Aula 02 
ANALISTAS 2013 
 
DO LITISCONSÓRCIO 
 
Dá-se o litisconsórcio quando duas ou mais 
pessoas litigam, no mesmo processo, e do 
mesmo lado, no pólo ativo ou passivo da ação 
(art. 46 CPC), ou seja, quando há mais de um 
autor ou mais de um réu, havendo comunhão 
de interesses, isto é, quando entre elas houver 
comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide, por exemplo, 
solidariedade, composse, condomínio etc.; 
entre as causas houver conexão pelo objeto ou 
pela causa de pedir (art. 103, CPC); 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
A doutrina classifica o litisconsórcio da seguinte 
forma: 
 
I – quanto à obrigatoriedade de sua formação: 
Quanto à obrigatoriedade de sua formação, o 
litisconsórcio pode ser facultativo (art. 46, CPC) 
ou necessário (art. 47, CPC). Diz-se facultativo 
o litisconsórcio que, embora tenha suas 
hipóteses de ocorrência previstas em lei, 
depende da vontade das partes para sua 
formação. Em outras palavras, é o que pode 
ser adotado voluntariamente pelas partes. 
Diz-se, por sua vez, que o litisconsórcio é 
necessário, ou indispensável, quando o juiz 
tem que decidir a lide de modo uniforme para 
todas as partes (art. 47, CPC), seja por 
imposição legal, a exemplo de ações reais 
imobiliárias, art. 10 do CPC; ação de divisão de 
terras particulares, art. 949 do CPC; ação de 
demarcação, arts. 952 e 953 do CPC etc, seja 
pela natureza da relação jurídica, ou, em outras 
palavras, quando há comunhão de direitos ou 
de obrigações relativamente à lide, de tal forma 
que a sentença a ser eventualmente proferida 
na ação atinja a todos os envolvidos, como nos 
casos de partilha, ação de nulidade 
decasamento movida pelo MP, art. 1.549 do 
CC/02, ação pauliana, ação de dissolução de 
sociedade, ação anulatória de um negocio 
jurídico etc. justamente por se tratar de 
litisconsórcio indispensável, caberá ao juiz, no 
caso de omissão do autor, determinar que ele 
promova, dentro do prazo que assinar, a 
citação de todos os litisconsortes necessários, 
seja ativo, seja passivo, sob pena de extinção 
do feito (art.47, parágrafo único, CPC). A 
omissão da parte e do juiz tornará o processo 
nulo. 
 
II – quanto ao momento de sua formação: 
Quanto ao momento de sua formação, o 
litisconsórcio pode ser inicial, formado quando 
da propositura da ação, ou ulterior. Nesta 
última hipótese, pode ocorrer em quatro 
situações: primeiro, nos casos de litisconsórcio 
necessário não apontado na exordial pelo autor 
(art.47, parágrafo único, CPC); segundo, 
quando houver sucessão processual em razão 
da morte de uma das partes 
(herdeiros/sucessores);terceiro, nos casos de 
reunião de processos por conexão (arts. 103 e 
105, CPC) e quarto, nos casos em que é 
facultado ao réu chamar terceiros ao processo 
(art. 77, CPC). 
 
III – quanto aos sujeitos: 
Quanto aos sujeitos, podem ser ativo (autores), 
passivo (réus), a depender do pólo da relação 
processual em que ele se forma, ou ainda 
misto (autores e réus), se a pluralidade de 
pessoas ocorrer em ambos os pólos da 
relação. 
 
IV – quanto aos seus efeitos: 
Quanto aos seus efeitos, o litisconsórcio pode 
ser unitário, quando a decisão do mérito do juiz 
tiver que ser igual para todos os litisconsortes, 
não se admitindo, para eles, julgamentos 
diversos; e comum (ou simples), quando a 
decisão de mérito do juiz possa ser diferente 
para cada um dos litisconsortes. Ocorre 
quando há uma pluralidade de relações 
jurídicas sendo discutidas no processo ou 
quando se discute uma relação jurídica 
cindível, como normalmente acontece nos 
casos de solidariedade. 
 
REGIME DE TRATAMENTO DOS 
LITISCONSORTES 
 
Conforme o tipo de litisconsórcio, diverso será 
o seu regime jurídico e as consequências que 
poderão advir para as partes. Por isso, é 
necessário sempre a distinção entre as 
modalidades do litisconsórcio. 
No litisconsórcio simples, seja facultativo ou 
necessário, os litisconsortes serão 
 
 
 
 
 
 
 
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2 
considerados, em suas relações com a parte 
adversa, como litigantes distintos, ou seja, os 
atos e as omissões de um não 
prejudicarãonem beneficiarão os outros (art. 
48, CPC), salvo na hipótese do parágrafo único 
do art. 509 do CPC, isto é, havendo 
solidariedade passiva, que é uma forma de 
litisconsórcio facultativo, o recurso interposto 
por um devedor aproveitará aos outros, quando 
as defesas opostas ao credor lhes forem 
comuns. Já com o litisconsórcio unitário, a 
situação é diferente, uma vez que a decisão 
judicial deve ser igual para todos, o que limita, 
por exemplo, a eficácia de atos de disposição 
individuais e afasta até mesmo alguns efeitos 
da revelia, sendo que até eventual recurso 
interposto por um dos litisconsórcios acaba 
aproveitando a todos (art. 509, CPC). 
Ressalte-se, ademais, que, havendo 
litisconsortes com diferentes procuradores, os 
prazos para contestar, recorrer e, de modo 
geral, emitir manifestações no curso do 
procedimento serão contados em dobro (art. 
191, CPC), devendo os autos permanecer em 
cartório, salvo acordo prévio entre os 
procuradores, para evitar prejuízo para 
qualquer das partes. 
Intervenção de terceiros: assistência, oposição, 
nomeação à autoria, denunciação à lide e 
chamamento ao processo. 
A princípio, a sentença proferida num processo 
só deve atingir, favorecer ou prejudicar as 
partes (autor e réu). Todavia, há situações em 
que a decisão tomada num processo tem 
reflexo em outra relação jurídica de direito 
material, estendendo indiretamente os efeitos 
da sentença a terceira pessoa estranha à 
relação jurídica processual originaria. 
Portanto, é basilar perceber que a correta 
compreensão das intervenções de terceiro 
passa, necessariamente, pela constatação de 
que haverá sempre, um vínculo entre o 
terceiro, o objeto litigioso do processo e a 
relação jurídica material deduzida. 
Assim, este “terceiro juridicamente interessado” 
pode, com o escopo de defender interesse 
próprio, intervir voluntariamente no processo, 
ou mediante provocação de uma das partes. A 
intervenção por provocação de uma das partes, 
na chamada “intervenção provocada”, envolve 
três institutos diversos, quais sejam: nomeação 
à autoria, denunciação da lide e chamamento 
ao processo. Já a intervenção por iniciativa 
própria do terceiro, na chamada “intervenção 
voluntária”, envolve dois institutos, quais sejam: 
assistência e oposição. 
É possível a utilização de intervenção de 
terceiros no procedimento sumário? E nos 
Juizados Especiais? 
O art. 280 do CPC, com redação que lhe deu a 
Lei nº10.444, de 7 de maio de 2002, declara 
queno procedimento sumário não são 
admissíveis a intervenção de terceiros, salvo 
assistência, o recurso de terceiro e a 
intervenção fundada em contrato de seguro, 
que pode ser a denunciação da lide ou o 
chamamento ao processo em causas de 
seguro.. Nos Juizados Especiais Cíveis, de 
acordo com o art. 10, da Lei n. 9.099/95, não 
se admite a intervenção de terceiros e a 
assistência, pois o procedimento adotado 
orienta-se pelos critérios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia 
processual e celeridade, buscando sempre que 
possível, a conciliação ou transação. 
Como consequência disto, as sanções 
impostas pelo Código de Processo Civil para 
os casos em que a parte se omita no dever de 
provocar a intervenção de terceiro no processo 
não se aplicam nesta hipótese. 
Ingressa, voluntariamente, na relação jurídica 
processual como coadjuvante (ad 
coadjuvandum) em auxílio de uma das partes, 
pois a sentença a ser proferida no processo 
pode interferir em sua esfera econômica. 
Não é qualquer interesseque autoriza a 
assistência. 
Não basta mera relação de amizade, ou a 
convicção pessoal do terceiro de que o direito à 
tutela cabe a uma e não a outra parte: exige a 
lei o interesse qualificado como jurídico, que 
haja uma relação entre o terceiro e uma das 
partes do processo que pode ser atingida pela 
sentença. 
A assistência tem cabimento em qualquer tipo 
de procedimento e em qualquer grau de 
jurisdição, sendo que o assistente recebe o 
processo no estado em que ele se 
encontra,não se lhe deferindo rediscutir provas 
e matérias preclusas (CPC, art.50, parágrafo 
único). O interessado em intervir como 
assistente num feito pendente deverá fazer 
pedido escrito neste sentido, oferecendo as 
razões e as provas que justificam seu interesse 
no feito, bem como a quem deseja assistir. É 
licito a qualquer das partes impugnar o pedido 
 
 
 
 
 
 
 
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no prazo de cinco dias. Havendo impugnação, 
o juiz determinará, sem suspensão do 
processo, o desentranhamento da petição e da 
impugnação, a fim de serem autuados em 
apenso, autorizando a produçãode provas e 
decidindo, dentro de cinco dias o incidente (art. 
51, CPC). 
A assistência pode ser simples ou adesiva 
quando, pendendo um processo entre duas ou 
mais pessoas, terceiro, que tenha interesse 
jurídico em que a sentença seja favorável a 
uma das partes, intervém no processo para 
assisti-la (art. 50, caput, CPC). Na qualidade de 
auxiliar, o assistente exercerá os mesmos 
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus 
processuais que o assistido (art. 52, CPC), 
embora não possa praticar atos contrários à 
vontade do assistido, que pode reconhecer 
aprocedência do pedido, desistir da ação ou 
transigir com a parte contraria (art. 53, CPC). O 
“interesse jurídico do assistente” se 
fundamenta na perspectiva de sofrer efeitos 
reflexos da decisão desfavorável ao assistido, 
por exemplo: sublocatário, em ação de despejo 
movida em face do sublocador; funcionário 
público, em ação de indenização proposta em 
face da administração pública por dano 
causado por ele;de asseguradora, em ação de 
indenização promovida contra o segurado etc. 
Já a assistência litisconsorcial ocorre sempre 
que a sentença houver de influir na ralação 
jurídica entre o assistente e o adversário do 
assistido. Em outras palavras, embora o 
assistente não seja parte daquele processo, a 
sentença ali proferida irá afetar diretamente a 
relação jurídica de direito material entre ele e o 
adversário do assistido. É uma espécie de 
“litisconsórcio facultativo ulterior unitário”. 
Trata-se de intervenção espontânea pela qual 
o terceiro transforma-se em litisconsorte do 
assistido, daí porque o tratamento é igual 
àquele deferido ao assistido. 
Por exemplo: em ação reivindicatória movida 
por consorte, art. 1.314, CC/02; adquirente de 
direito material litigioso quando não lhe for 
possível a sucessão processual, art., § º, CPC; 
lide envolvendo obrigações solidárias, arts. 
267 e 274, CC/2002), razão pela qual neste 
tipo de intervenção o assistente atua como 
parte distinta, tendo o direito de promover 
individualmente o andamento do feito, 
devendo, para tanto, ser intimado dos 
respectivos atos (arts. 48 e 49, CPC). 
Na sentença transitada em julgado, em 
princípio, fica impedido de, em ação futura, 
discutir o fundamento da decisão, o assistente 
que não é atingido pelos efeitos da coisa 
julgada, que na dicção do art. 55 do Código, 
consiste na justiça da decisão, não poderá ser 
discutida o dispositivo da sentença nem pelo 
assistente simples como pelo assistente 
qualificado, pois a justiça da decisão refere-se 
aos fatos que se tiverem por comprovados. 
Todavia, o assistente poderá discutir o 
fundamento da decisão se ficar 
caracterizadamá gestão pelo assistido de seus 
próprios interesses, seja porque deixou de 
produzir provas, seja porque renunciou a 
direito, reconheceu a procedência do pedido do 
autor ou transigiu. As hipóteses em que o 
assistente não pode ser prejudicado por tais 
atos são resumidas nos seguintes termos 
(CPC, art. 55): I - pelo estado em que recebera 
o processo, ou pelas declarações e atos do 
assistido, fora impedido de produzir provas 
suscetíveis de influir na sentença; II - 
desconhecida a existência de alegações ou 
provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, 
não se valeu. 
 
A OPOSIÇÃO, DENUNCIAÇÃO DA LIDE, 
NOMEAÇÃO À AUTORIA E CHAMAMENTO 
AO PROCESSO 
 
Oposição é forma de intervenção de terceiro no 
processo, que, sem ser integrante da lide se 
apresenta como o legítimo titular do direito 
discutido entre o autor e o réu. O seu objetivo, 
portanto, é negar o pretenso direito de ambos. 
Tem legitimidade para este tipo de intervenção, 
segundo o art. 56 do CPC, o terceiro, 
denominado “opoente”, que pretender, no todo 
ou em parte, a coisa ou o direito sobre o 
quecontrovertem as partes no processo 
principal, denominados “opostos”, Por exemplo: 
numa ação de divisão o autor pede a citação 
dos demais condôminos, os quais ingressam 
na ação e oferecem contestação. Um terceiro 
que se tem como legítimo proprietário de parte 
do imóvel a ser divido, ingressa, também, no 
feito como opoente, para ilidir a pretensão dos 
litigantes e ver, a final, reconhecida a sua 
propriedade exclusiva e expurgada da divisão a 
parte que lhe pertence. 
A oposição pode ser intentada até que seja 
proferida a sentença no feito principal. 
 
 
 
 
 
 
 
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Distribuída por dependência, a petição de 
oposição deve observar os mesmos requisitos 
da petição inicial (arts. 282 e 283, CPC), sendo 
que os opostos serão citados na pessoa dos 
seus advogados (art. 57, CPC). Autuada em 
apenso aos autos principais, a oposição 
correrá simultaneamente com ação principal, 
sendo ambas julgadas pela mesma sentença 
(art. 59, CPC), embora deva o juiz primeiro 
conhecer da oposição (art. 61, CPC). 
Existem dois tipos de oposição: a interventiva 
que é exercida antes da audiência de instrução 
e julgamento (art. 59, CPC); e a autônoma se 
ajuizada após o inicio da audiência de 
instrução e julgamento, e antes da sentença 
(art.60, CPC). 
Denunciação da lide é o ato pelo qual a parte, 
a fim de garantir seu direito de regresso, no 
caso de que acabe vencida na ação, chama à 
lide terceiro garantidor, a fim de este integre o 
processo. 
Desta forma, se por acaso o juiz vier a 
condenar ou julgar improcedente o pedido do 
denunciante, deverá, na mesma sentença, 
declarar se o denunciado, por sua vez, deve ou 
não indenizá-lo. Na verdade, com a 
denunciação se estabelecem duas lides num 
só processo. 
 
A denunciação da lide é obrigatória nos casos 
expressamente previstos no art. 70 do CPC: 
 
I – ao alienante, a fim de que possa exercer o 
direito que da evicção lhe resulta (art. 456, 
CC/02); 
II – ao proprietário ou ao possuidor indireto, em 
casos como o do usufrutuário, do credor 
pignoratício; 
III – ao obrigado, pela lei ou contrato, a 
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do 
denunciante, e tanto pode ser de iniciativa do 
autor como do réu. 
Se a denunciação for feita pelo autor (art.74), 
deverá constar da petição inicial, procedendo-
se em seguida a citação do réu. 
Se competir ao réu a iniciativa, a denunciação 
deverá ser feita no prazo da contestação, 
quando será pedida a citação do denunciando. 
Ao deferir o pedido, o juiz suspenderá o 
processo, determinando ao denunciante que 
proceda com a citação do denunciado no prazo 
de 10 (dez) dias, quando este residir na mesma 
comarca e 30 (trinta) dias, quando residir em 
outra comarca (art. 72, CPC). Citado, o 
litisdenunciado pode aceitar a denunciação, 
recusá-la,ou permanecer revel. Em qualquer 
caso, ficará vinculado ao processo, de 
modoque a sentença que julgar procedente a 
ação declarará, conforme o caso, a sua 
responsabilidade, em face do denunciante, 
valendo como título executivo judicial (art. 76, 
CPC). 
É possível ocorrer “denunciações sucessivas”, 
ou seja, o denunciado poderá, por sua vez, 
denunciar, também, aquele de quem houve a 
coisa ou o direito em litígio, e este gozará, da 
mesma forma, do direito de denunciar o 
antecessor e assim sucessivamente. 
Neste sentido, o art. 73 do CPC declara que, 
“para fins o disposto no art. 70, o denunciado 
por sua vez, intimará do litígio o alienante, o 
proprietário, o possuidor indireto ou 
responsável pela indenização e, assim, 
sucessivamente”. 
Nomeação à autoria é ato obrigatório atribuído 
ao réu, que visa corrigir o polo passivo da 
ação. Com efeito, citado em ação em que é 
demandado por uma coisa, móvel ou imóvel, 
da qual seja mero “detentor”, o réu deverá, no 
prazo para responder, indicar, nomear 
quemseja o proprietário ou possuidor indireto. 
Neste sentido, a norma do art. 62 do CPC 
declara que “aquele que detiver a coisa em 
nome alheio, sendo-lhe demandada em nome 
próprio, deverá nomear à autoria o proprietário 
ou o possuidor”, sob pena de responder por 
perdas e danos (art. 69, CPC, I). 
Recebida a nomeação, o juiz suspenderá o 
curso da ação e ordenará a intimação do autor 
para se pronunciar em cinco dias (art. 64, 
CPC). Intimado da nomeação, o autor poderá 
aceitá-la ou recusá-la; afinal, ninguém pode ser 
obrigado a litigar em face de quem não queira. 
No caso de recusá-la, o processo retomará o 
seu curso normal, concedendo-se novo prazo 
integral para apresentação da contestação, 
caso esta já não tenha sido ofertada (art. 67, 
CPC). Aceitando a nomeação, o autor deverá 
providenciar a citação do nomeado, que, por 
sua vez, poderá ou não, ao ser citado, 
reconhecer a qualidade que lhe é atribuída. 
Negado-a, o processo continuará contra o 
nomeante (arts. 65 e 66, CPC). 
O chamamento ao processo, de que trata o 
Código de Processo Civil, do artigo 77 ao 80, é 
o ato pelo qual o réu chama outros coobrigados 
 
 
 
 
 
 
 
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Sabrina Dourado 
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para integrar a lide. Assim como acontece na 
denunciação da lide, o chamado fica vinculado 
ao feito, subordinando-o aos efeitos da 
sentença. É admissível, segundo o art. 77 do 
CPC, em face: I – do devedor, na ação em que 
o fiador for réu; II – dos outros fiadores, quando 
para a ação for citado apenas um deles; III – de 
todos os devedores solidários, quando o credor 
exigir de um ou de alguns deles parcial ou 
totalmente, a divida comum. 
Ao deferir o pedido, o juiz suspenderá o 
processo, determinando ao réu que proceda 
com a citação do chamado no prazo de 10 
(dez) dias, quando este residir na mesma 
comarca, e 30 (trinta) dias, quando residir em 
outra comarca (art. 79, CPC). Citado, o 
chamado pode negar a qualidade que lhe é 
imputada ou permanecer revel. Em qualquer 
caso, ficará, como já disse, vinculado ao 
processo, de modo que a sentença que julgar 
procedente a ação valerá como titulo executivo 
em favor do devedor que satisfizer a dívida (art. 
80, CPC). 
É possível ocorrer “chamados sucessivos”, ou 
seja, o chamado poderá, por sua vez, chamar 
terceiro, e assim sucessivamente. 
 
Do Ministério Público. Do Juiz. 
O MP está previsto no capítulo IV das funções 
essenciais da justiça. Esse é tratado como 
instituição autônoma, que não integra nenhum 
dos três poderes. 
Nas palavras de Cândido Rangel, Dinamarco: 
“É instituição destinada à preservação dos 
valores fundamentais do Estado enquanto 
comunidade.” 
No art. 127 da CF, define: MP é instituição 
permanente e essencial à função jurisdicional 
do Estado. 
ATENÇÃO! O MP não é dotado de função 
jurisdicional, apenas é essencial a esta. 
O Ministério Público concentra-se na atuação 
da defesa de direitos e interesses coletivos nas 
questões relativas ao estado das pessoas, nos 
interesses dos incapazes e na posição de fiscal 
fiscalização da lei (custos legis), além de lhe 
serem atribuídas funções institucionais, 
conforme artigo 129 da Constituição Federal 
vigente, as quais são essências à justiça. 
Neste ínterim, o Ministério Público, em matéria 
processual civil, desempenha um papel maior 
com relevância à justiça às vezes como parte, 
às vezes como fiscal processual, sempre 
aolado da lei, estando intimamente ligado aos 
Princípios norteadores do Processo Civil, 
vinculando-se, principalmente, ao principio 
dispositivo. 
A presença do Ministério Público possibilita ao 
Estado agir no processo, mesmo que 
indiretamente. Essa ação do estado pelas 
mãos ministerial se dá na medida em que é 
atribuído à instituição o dever legal de atuar 
judicialmente, assegurando a adequada e 
efetiva realização do plano processual, 
exercendo uma função fiscalizadora da lei, da 
atuação das partes e resguardando a 
imparcialidade do juiz. 
 
Questão: 
 
1) Segundo a Constituição Federal, a 
posição do Ministério Público na estrutura 
do Estado Brasileiro é a de: 
 
a) órgão auxiliar do Poder Judiciário; 
b) órgão de defesa dos interesses do Poder 
Executivo; 
c) pessoa jurídica de direito público interno; 
d) instituição permanente e essencial à função 
jurisdicional do Estado. 
 
2) INCUMBÊNCIAS DO MP: 
 
a) Defesa da ordem jurídica: 
b) Defesa do regime democrático 
c) Defesa dos interesses sociais 
d) Defesa dos direitos individuais indisponíveis 
CUIDADO! : As bancas tentam te confundir 
colocando interesse disponível. 
 
A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
COMO FISCAL DA LEI 
 
Enquanto o art. 82 disciplina as hipóteses em 
que o Ministério Público participa do processo 
como fiscal da lei, o art. 83 confere poderes e 
deveres a esta atuação, na mesma medida que 
o previsto em outros artigos, Códigos e 
legislação especial. 
Ao Ministério Público, pelo inciso I do art. 83, é 
conferido o direito ter vistas dos autos após a 
manifestação das partes, para que então tenha 
mais elementos para firmar e fundar sua 
convicção e dar seu parecer ao Juiz, devendo, 
ainda, ser intimado pessoalmente (art. 236, §2º 
do Código de Processo Civil) de todos os atos 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Processual Civil 
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processuais, para que possa se manifestar ou 
estar presente sempre que julgar pertinente, 
sempre zelando pela lei em nome do interesse 
público. 
O inciso II, do mesmo artigo, dota o órgão 
Ministerial de iniciativa probatória ampla, ou 
seja, lhe atribui a capacidade de requerer toda 
classe de provas, acompanhar sua realização, 
pedir depoimento pessoal, ouvir testemunhas, 
formular quesitos, tudo em nome da verdade 
processual. 
 
A NULIDADE DECORRENTE DA NÃO-
INTERVENÇÃO 
 
O art. 84 do Código de Processo Civil, dispõe 
que "quando a lei considerar obrigatória a 
intervenção do Ministério Público, a parte 
promover-lhe-á a intimação sob pena de 
nulidade do processo". 
A leitura do texto legal permite concluir que 
cabe às partes promover a intimação do MP, e 
que quanto não houver a intervenção em 
casos de obrigatoriedade, na ocorrência das 
hipóteses do art. 82, incisos I e II, por exemplo, 
o processo estará sujeito à nulidade, a qual se 
submete a princípios gerais do instituto no 
diploma processual. 
No tocante a incumbência das partes de 
promover a intimação ministerial, vale dizer que 
na prática, tal intimação é determinada de 
ofício pelo Juiz da causa, cabendo a parte agir 
em caso de sua omissão, devendo peticionar 
no processo requerendo que o Juiz o faça, 
cabendo sempre ao autor da ação arcar com 
as eventuais despesas desta intimação (gastoscom deslocamento do oficial de justiça, etc.). 
No que se refere à nulidade processual, vale 
observar que a expressão "sob pena de 
nulidade", aos olhos de Pontes de Miranda, 
évista como uma consequência do 
descumprimento de uma imposição legal, sem 
conotação de sanção. A nulidade de que trata 
o artigo segue o disposto no art. 246 do Código 
de Processo Civil, indicando que afeta todos os 
atos posteriores a omissão, ou seja, se não 
houve intervenção desde o início do processo, 
os efeitos da nulidade afetarão a totalidade do 
feito. No entanto, se a falta se der em ato 
posterior, a nulidade alcançará os atos 
processuais praticado até momento em que a 
atuação do MP deveria ter acorrido. 
Esse entendimento não é unânime. Há 
decisões do Supremo Tribunal de Justiça que 
superam a literalidade dos artigos 84 e 246 do 
Código de Processo Civil, considerando válido 
o processo se não tiver havido prejuízo ao 
interesse que deveria ter sido tutelado pelo 
MP, e ainda, quanto a falta de manifestação do 
promotor é suprida pela do procurador de 
justiça em fase recursal, comprovando a 
ausência de dano decorrente da falta de 
atuação ministerial anterior. 
 
A RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
A responsabilização civil de que trata o art. 85 
do Código de Processo Civil é de caráter 
pessoal, incidindo sobre órgão do Ministério 
Público. 
A previsão legal dita que haverá a possibilidade 
de responsabilização do indivíduo que no 
exercício de sua função agir com dolo ou 
fraude no processo, por ação ou omissão que 
gere prejuízo. 
Observa-se que o art. 85 afasta os casos de 
conduta culposa, se restringido apenas ao ato 
Ministerial doloso e fraudulento realizado 
dentro do processo, que cause dano. Ao 
gênero de conduta culposa lesiva se aplicam 
sanções disciplinares previstas por lei especial 
sobre o Ministério Público. 
Vale frisar que a responsabilização civil 
prevista pelo artigo 85 do Código de Processo 
Civil não se confunde com a disposta no artigo 
189 do Código Civil. 
A hipótese de responsabilização posta no 
artigo 85 do Código de Processo Civil é de 
caráter subjetivo, pessoal, excludente da culpa 
e pressupõe ato doloso e fraudulento dentro do 
processo, restringindo sua verificação ao plano 
processual. Já a responsabilização ditada pelo 
artigo 189 do Código Civil é de natureza 
objetiva, institucional (Estado), com presunção 
de culpa em ato extraprocessual, adstrita ao 
plano material.

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