Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Índice…………………………………………………………………………………………pág i 1. Resumo ....................................................................................................................................... ii 2. Introdução ................................................................................................................................... 1 3. Objectivos ................................................................................................................................... 2 3.1.Objectivo Geral ..................................................................................................................... 2 3.2. Objectivos Específicos ......................................................................................................... 2 4. Revisão Bibliográficas ................................................................................................................ 3 4.1. Origem .................................................................................................................................. 3 4.2. Distribuição .......................................................................................................................... 3 4.3. Importância Socioeconómica ............................................................................................... 3 4.4. Classificação e Descrição Botânica ...................................................................................... 4 4.5. Fases de Desenvolvimento da Cultura ................................................................................. 4 4.6. Ecofisiologia......................................................................................................................... 4 4.6.1. Temperatura ................................................................................................................... 5 4.6.2. Humidade Relativa ........................................................................................................ 5 4.6.3. Luminosidade ................................................................................................................ 5 4.6.4. Fotoperiodo .................................................................................................................... 6 4.6.5. Solos .............................................................................................................................. 6 4.7. Implantação da Cultura ........................................................................................................ 7 4.8. Cultivares ............................................................................................................................. 7 4.9. Tratos Culturais .................................................................................................................... 8 4.10. Pragas e Doenças ................................................................................................................ 9 5. Conclusão .................................................................................................................................. 13 6. Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 14 Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página ii 1. Resumo A abóbora tem um valor económico e alimentar, o cultivo das cucurbitáceas, no caso, as abóboras, também tem grande importância social na geração de empregos directos e indirectos, pois demanda grande quantidade de mão-de-obra em todas as fases de produção, desde a semeadura até a comercialização. O rendimento de uma cultura agrícola está relacionado a vários factores, especialmente os relativos ao solo, à planta e ao clima. No caso das cucurbitáceas, dentre estes factores, a água e o nitrogénio são os que causam as maiores variações no rendimento das culturas. Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 1 2. Introdução A abóbora (Cucurbita moschata (Duch.) Duch. Ex Poir.), pertence à Família Cucurbitaceae, a qual possui cerca de 90 géneros e 750 espécies adaptadas às regiões tropicais e subtropicais de ambos os hemisférios, possui ainda diversas espécies de importância económica e alimentar (Saturnino et al., 1982; Bee & Barros 1999). As espécies do género Cucurbita são monóicas e dependentes de vectores bióticos para assegurar a polinização (Passarelli, 2002). É uma planta anual e podem chegar a 6,0 metros de comprimento. Essas plantas formam estruturas para fixação nos suportes que são denominadas gavinhas, sendo que as ramas em contacto com o solo emitem raízes que auxiliam na sua fixação. As folhas são grandes e de cor verde-escura com manchas prateadas, as flores masculinas e femininas são pentâmeras, crescem individualmente nas axilas das folhas e possuem cor amarelo intenso (Paris, 2001). A flor estaminada possui cinco estames com filetes e produz flores masculinas e femininas separadas na mesma planta. As condições climáticas para bom desenvolvimento vegetativo e frutificação são temperatura amena a quente e boa disponibilidade de água durante todo o ciclo (Kurozawa, 2004). Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 2 3. Objectivos 3.1.Objectivo Geral Descrever a cultura de abóbora 3.2. Objectivos Específicos Identificar a origem, distribuição e importância da cultura de abóbora; Descrever à Classificação e descrição botânica de abóbora; Identificar as Fases de desenvolvimento da cultura em causa; Descrever à Ecofisiologia (temperatura, solo, humidade, fotoperiodo, luminosidade) Identificar os locais de implantação da cultura em estudo; Descrever os cultivares, tratos culturas e pragas e doenças. Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 3 4. Revisão Bibliográficas 4.1. Origem A família botânica de hortaliças Cucurbitaceae apresenta vários representantes. Destas, a abóbora é considerada uma das espécies mais importantes na América tropical, pela variabilidade genética que apresenta e pela vasta área que é plantada. A sua região de origem é o continente americano, mais precisamente a área central do México (Carmo, 2009). 4.2. Distribuição De acordo com Whitaker e Cutler (1965), a abóbora foi amplamente distribuída em grande diversidade no sudeste do México, América Central, Colômbia e Peru. 4.3. Importância Socioeconómica A produção de abóboras em geral em países como Brasil, México e Colômbia depende principalmente de variedades crioulas, particularmente na Colômbia, o cultivo C. moschata é caracterizado pela sua dispersão, pois é encontrada em grande parte do país, especialmente em hortas residenciais, tendo como destino o mercado interno ou para atender às próprias necessidades alimentares (Gwanama et al., 2000). No Panamá, a monocultura é o sistema de cultivo mais comum para produção de abóbora, porém em algumas zonas produtoras o cultivo é consorciado com o milho e o inhame. Os frutos constituem matéria-prima importante para indústria de conservas, usado na preparação de geleias, doce, compotas e outros produtos (Gracia et al., 2003). O consumo da aboboreira pode ser a parte vegetativa e ou os frutos na forma imatura. No entanto, para C. moschata, são poucas as cultivares disponíveis que se destinam ao consumo de frutos imaturos, sendo a cultivar Menina Brasileira a mais tradicional (Cardoso, 2007). Trabalho de HorticulturaTrabalho semestral Página 4 4.4. Classificação e Descrição Botânica As abóboras são classificadas na divisão Magnoliopyta, classe Magnoliopsida (Dicotiledôneas), subclasse Dilleniidae, ordem Violales, família Cucurbitaceae, tribo Cucurbiteae, gênero Cucurbita (Whitaker e Robinson, 1986; Grin, 2013). A família Cucurbitaceae inclui 119 gêneros e 825 espécies, contudo, apenas alguns gêneros compreendem espécies utilizadas para alimentação humana (Andres, 2004). Segundo Sanjur et al. (2002), o género Cucurbita é formado pelo menos por 15 espécies e tem cinco importantes espécies domesticadas: C. pepo Linneu (abobrinha), que é a espécie mais cultivada, C. maxima Duchesne (morangas), C. moschata Duchesne (abóbora), C. ficifolia Huber (mogango) e C. argyrosperma Boucher (gila). O cultivo de C. ficifolia e C. argyrosperma é feito ainda quase que exclusivamente por sementes crioulas há pelo menos 70 anos (Barbieri et al., 2007). 4.5. Fases de Desenvolvimento da Cultura Segundo Ribeiro (2008), as culturas de abóbora seguem 4 fases distintas: Fase I - crescimento vegetativo inicial (produção de mudas): da semeadura até o transplante; Fase II - crescimento vegetativo: desde o transplante até o início do florescimento; Fase III – florescimento e frutificação: do início do florescimento até o início da frutificação; • Fase IV – frutificação e colheita: do início da frutificação até o fim do ciclo de cultivo. 4.6. Ecofisiologia (Temperatura, Solo, Humidade Relativa, Luminosidade, Fotoperiodo) É uma planta herbácea, anual, bastante pubescente, de caule robusto e comprido (até cerca de 10 m) prostrado a trepador, provido de gavinhas e de folhas grandes (até mais de 25x30 cm), de contorno mais ou menos arredondado a ovado-cordiforme e com três a cinco lobos, as folhas verdes a verdeacinzentadas apresentam-se manchadas de branco, distribuídas no seu limbo, o prateamento (Filgueira, 2008) Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 5 4.6.1. Temperatura A temperatura do ar influencia a produtividade vegetal, bem como o crescimento e o desenvolvimento das plantas, devido ao seu efeito na velocidade das reacções químicas e dos processos internos de transporte (Ribeiro, 2008). A temperatura ideal para o desenvolvimento das abóboras está na faixa de 20 a 27°C. Temperaturas menores prejudicam a produção, sendo que as plantas podem até morrer em temperaturas menores que 10°C. Por outro lado, temperaturas muito elevadas e alto teor de humidade podem desencadear o aparecimento de doenças (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, S.A). Ribeiro (2008) cita que a Cucurbita pepo exige temperatura mínima de 16°C, sendo a máxima de 38°C e a óptima entre 20 e 30°C. 4.6.2. Humidade Relativa A humidade do ar influencia o consumo de água das culturas de hortaliças, sendo que tanto valores muito baixos quanto os valores muito altos de humidade prejudicam o desenvolvimento das culturas. Valores muito altos de humidade podem interferir na transpiração da planta, alterando seu desenvolvimento, além de aumentar a probabilidade de moléstias nas partes aéreas e nas raízes. A faixa de humidade relativa do ar aconselhada para a maioria das culturas de abóbora está em torno de 60 a 80% (Ribeiro, 2008). 4.6.3. Luminosidade A radiação solar interfere no rendimento das hortaliças, especialmente nos meses de inverno e nas altas latitudes, devido a energia radiante ser menor. Um aumento na intensidade luminosa provoca aumento na actividade fotossintética, resultando em maior produção de matéria seca nas plantas. Por outro lado, a deficiência luminosa provoca alongamento celular e estiolamento, isto é, aumento da parte aérea sem correspondente aumento no teor de matéria seca (Ribeiro, 2008). Regiões com intensa luminosidade favorecem o aparecimento de flores femininas nas abóboras e abobrinhas, enquanto temperaturas menores (aproximadamente 18ºC) e dias curtos (com menos incidência de luz solar) costumam provocar o aumentar de flores masculinas (Ribeiro, 2008). Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 6 4.6.4. Fotoperiodo A expressão do sexo em Cucurbita é relativamente estável (Whitaker; Robinson, 1986), e embora controlada geneticamente, é uma característica afectada pelo comprimento do dia (fotoperíodo). Em condições de menor comprimento do dia é maior o número de flores femininas, em detrimento das flores masculinas, podendo resultar em maior número de frutos formados (Filgueira, 2000). 4.6.5. Solos O local onde será implantada a cultura de abóboras não pode ter materiais como pedras, cascalhos e entulhos, devendo ainda ser isolado da presença de animais. Como todas as hortaliças, as abóboras necessitam de solos que não sofram alagamento durante o período de chuvas, devendo ainda ser profundos, bem drenados e levemente inclinados, como nas regiões de meia encosta (Santos et al., 2005). As abóboras se desenvolvem melhor em terrenos argilo-arenosos (Empresa Brasileira DE Pesquisa Agropecuária, 2006). O cultivo intensivo sobre a mesma área pode causar vários problemas que comprometem a actividade a curto e médio prazo. Dentre esses problemas, os principais são a salinização, a diminuição da matéria orgânica, a compactação do solo, o desequilíbrio entre os nutrientes e a ocorrência de patógenos (Ribeiro, 2008). As culturas de abóbora adaptam-se a vários tipos de solos, mas preferem os de textura média, bem drenados, leves e com boa fertilidade. O pH deve variar de 5,8 a 6,8 (CONSTAT CONSULTORES ESTATÍSTICOS, 2003). A salinidade dos solos e das águas também é uma das principais causas da queda de rendimento das culturas de abóbora, devido aos efeitos de natureza osmótica, tóxica e/ou nutricional. Teores elevados de salinidade podem provocar problemas de fitotoxicidade e redução da absorção de alguns nutrientes, além da redução na fotossíntese. As plantas que passam pelo estresse salino podem ainda reduzir a área foliar ou perder as folhas por abcisão (Carmo, 2009). Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 7 4.7. Implantação da Cultura Para a implantação das culturas anuais, os agricultores praticam o método de corte e queima, utilizando-se somente da fertilidade natural do solo, visando diminuir os custos de implantação, especialmente no cultivo da abóbora. Entretanto, a redução do tempo de pousio dos razoáveis 20 a 30 anos para menos de 5 anos, têm levado em muitos casos a perdas de solo e ao esgotamento dos nutrientes (Altieri, 2002). 4.8. Cultivares Segundo (Ferriol e Pico, 2008), Existe a proposta de agrupar as cultivares de abóboras com base na forma dos frutos e, secundariamente, nas várias características fenotípicas de interesse (cor da casca e da polpa, características de sementes etc.) e taxonomicamente Todavia, com a utilização da biodiversidade para o desenvolvimento de novas cultivares, essas classificações informais têm se tornado ultrapassadas. Baseando-se nas características morfológicas dos frutos e sementes de 13 cultivares pertencentes as três principais espécies cultivadas de abóboras (C. moschata, C. maxima e C. pepo) e auxiliado pelas descrições morfológicas dos órgãos vegetativos e reprodutivos), elaborou uma chave analítica para determiná-las, (Rochelle, 1973a; Rochele, 1973b e 1974). Para C. moschata, por exemplo, foram encontrados registros fósseis de semente, pedúnculo e cascas em Huaca Prieta e Chicama, no Peru, com idade aproximada 3.000 -1.000 anos a.C (Cutler e Whitaker, 1961). O gênero se distribui desde o Sul da Cidade do México (envolvendo a região tropical e subtropical), prolongando-seaté o Sul da fronteira do México com a Guatemala. Entre as espécies cultivadas, podem ser encontradas espécies de regime perene (C. ficifolia) e anuais (C. argyrosperma, C. pepo, C. moschata e C. maxima). Já entre as espécies silvestres, existem as de ambientes mesófitos e xerófitos (Whitaker e Bemis, 1964). As características das espécies cultivadas e silvestres do gênero Cucurbita foram definidas por Whitaker e Bemis (1964). As espécies silvestres são anuais, mas algumas são perenes, com raízes adventícias e nós no caule, folhas estreitas, muitos estolões estreitos, frutos pequenos e numerosos, com casca espessa, listrada ou mosqueada de verde, tornando-se amarela esverdeada ou branca na maturidade, polpa fibrosa e normalmente amarga, sementes pequenas e numerosas. As espécies cultivadas são quase que exclusivamente anuais, com ausência de raízes adventícias Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 8 nos nós, folhas largas, poucos estolões rudimentares, frutos grandes e poucos, com casca menos espessa, frutos de coloração variada (verde, bronzeado, cinza, branco, laranja ou outras), polpa não fibrosa e esbranquiçada ou alaranjada, e raramente amarga, sementes grandes e poucas. 4.9. Tratos Culturais Os tratos culturais após o plantio são elementos muito importantes para a produção de abóboras, que são delicadas, devendo receber cuidados em momentos correctos. Os tratos correctos garantem um crescimento rápido e alta produtividade (Santos et al., 2005). O controlo de ervas daninhas é feito através de capina manual, mecânica ou da utilização de herbicidas selectivos (Reis, 2007). Especialmente na fase inicial, a cultura deve ser mantida limpa, sendo que após a frutificação o mato não tem grande interferência no desenvolvimento das plantas (Constat Consultores Estatísticos, 2003). As capinas regulares, feitas de forma manual, com enxada entre as fileiras, controla o aparecimento de pragas, como a mosca-minadora (Liriomyza huidobrensis, Blanchard), a mosca branca (Bemisia tabaci, Genn) e doenças como o oídio (Sphaerotheca fuliginea) e míldio (Peronospora destructor) (Carmo, 2009). Quando as plantas tiverem com 2 folhas verdadeiras, deve ser realizado o desbaste das plantas, deixando de uma a duas plantas por cova (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, S.A). A polinização manual só precisa ser feita no caso de ausência de abelhas ou deficiência de pólen. É efectuada nas primeiras horas da manhã, com anteras sem corola, colhidas nas flores masculinas na tarde anterior. Para isso, encosta-se a antera no estigma da flor feminina, deixando-se o pólen. Esta operação é muito trabalhosa, tendo em vista que as abelhas realizam a polinização de maneira mais rápida e mais eficiente (Rocha, 2006). Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 9 Como a cultura de abóbora exige bastante água, deve-se manter a humidade no solo, irrigando-o um dia antes da sementeira, além de 1 a 2 vezes durante a semana, até que os frutos comecem a maturar (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, S.A). O estaqueamento é necessário nas plantas que contenham frutos maiores e mais pesados. Outro trato importante para a cultura de abóboras é o penteamento, que é o ordenamento das ramas para permitir a entrada na área e a realização dos outros tratos (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, S.A). No início da frutificação deve-se realizar uma adubação de cobertura, com a aplicação de 30 a 50 gramas de sulfato de amónio ou nitro-cálcio por cova distribuído entre as ramas. Caso seja usado ureia, a quantidade deve ser reduzida pela metade (Constat Consultores Estatísticos, 2003). O uso de cobertura morta contribui para a manutenção da humidade do solo, bem como redução das ervas daninhas e da erosão, facilitando o retorno de matéria orgânica e nutrientes. A cobertura morta pode ser feita colocando-se palha ou outra massa seca sobre o solo (Santos et al., 2005). 4.10. Pragas e Doenças As doenças são um grande problema nas culturas das cucurbitáceas, sendo que as principais delas são causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides (doenças bióticas). Algumas doenças que atacam as cucurbitáceas possuem sintomas parecidos, precisando ser diagnosticadas correctamente para serem tratadas (Reis, 2007). O míldio (FIG.1) é uma das doenças mais comuns, tanto na produção em campo quanto em estufas, ocorrendo especialmente nas regiões húmidas e com temperaturas amenas, sendo o problema mais sério nas regiões temperadas e subtropicais. O patógeno ataca as folhas das abóboras, sendo os sintomas notados inicialmente na face superior das folhas, através de pequenas manchas cloróticas ou amareladas, que com o passar do tempo aumentam e podem ficar com coloração amarronzada e necróticas. As folhas mais velhas apresentam primeiro os sintomas da doença, que com o passar do tempo se alastra para as folhas mais novas. Em ambientes húmidos, as folhas podem também apresentar estruturas reprodutivas de fungos. Caso Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 10 a doença não seja tratada, as lesões crescem rapidamente, secando as folhas, causando sua morte e queda (Reis, 2007). Figura 1 - Míldio nas folhas de abóbora, Fonte: (Reis, 2007) Outras doenças que atacam as abóboras são: murcha de fusarium do pepino (Fusarium oxysporum f.sp. cucumerinum), murcha de fusarium da melancia (Fusarium oxysporum f.sp. niveum), além da antracnose, o oídio, o míldio, o crestamento gomoso do caule, a podridão dos frutos e o mosaico. A murcha de fusarium (Fusarium oxysporum f. sp. melois) pode causar perdas de até 75%, sendo que as plantas infectadas sofrem tombamento e morte, ou paralisação do crescimento e murcha dos cotilédones. Sob condições de alta humidade, surgem colónias de fungos na superfície das ramas mortas, de coloração branca a rosada e ocorre ainda a perda de cor dos vasos condutores. Em níveis mais avançados da doença, as raízes se decompõem e morrem (Reis, 2007). Oomiceto (Pseudoperonospora cubensis) (FIG. 2), um parasita que já possui 5 raças descritas. O método de controlo mais utilizado para esta doença é a aplicação de fungicidas protectores, sucedidos de fungicidas sistémicos, específicos para oomicetos. Algumas práticas culturais podem ser adoptadas para afastar a doença, como evitar lavouras próximas a lavouras velhas de outras cucurbitáceas, utilização de quebra ventos e não utilizar irrigação por aspersão, diminuindo o tempo de molhamento foliar (REIS, 2007). Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 11 Figura 2 - Pseudoperonospora cubensis nas folhas de abobrinha de moita (A) e detalhes da lesão sobre a folha (B) Fonte: (REIS, 2007) O crestamento gomoso do caule é provocado por um fungo (Didymella bryoniae (Aversw.) Rehm) que se desenvolve em temperaturas superiores a 25°C e que pode atacar qualquer órgão da planta, deixando lesões circulares de cor parda e preta nos frutos. Essa doença é controlada com rotação de cultura e uso de sementes sadias (CATÁLOGO RURAL, 2005). O fungo afeta toda a parte aérea da planta, em qualquer idade, causando morte e destruição de frutos. Em plantas adultas, os sintomas são manchas circulares de cor marrom a preta, com diâmetro acima de 5 mm e, às vezes, com halo amarelado (ROCHA, 2006). A podridão dos frutos é provocada por bactérias e as medidas preventivas são a rotação de culturas, além de tratos culturais que protegem os frutos do contacto com o solo e a escolha de solos leves, drenados e não sujeitos ao encharcamento.O vírus do mosaico é transmitido principalmente por pulgões e provoca a redução do tamanho das folhas, interferindo no desenvolvimento dos frutos, que ficam inutilizados para o comércio. Seu controle consiste em usar sementes sadias, evitar áreas onde foram plantadas outras cucurbitáceas e eliminar as plantas suspeitas (Catálogo Rural, 2005). A deficiência de nitrogénio causa a clorose generalizada, que se inicia nas folhas mais velhas como resultado da alta mobilidade desse nutriente (Carmo, 2009). Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 12 As pragas (Quadro 3) que mais comumente atacam as cucurbitáceas são os pulgões, as vaquinhas e as brocas, que podem ser controladas com cobertura morta de palha e arroz entre as covas. Pode-se também aplicar repelentes à base de pimenta ou insecticidas à base de fumo, ambos devem ser pulverizados sobre as folhas atacadas. O repelente é feito com 500 g de pimenta verde ou vermelha, 4 litros água e 50 colheres de sabão em pó. O insecticida é feito com 100 g de fumo de corda picado, três colheres de sabão de coco e 4 litros de água. Se os pulgões não desaparecerem, pode-se aumentar a dosagem de fumo na composição do insecticida (Catálogo Rural, 2005). Quadro 3 - Identificação das pragas da abóbora Fonte: (Rocha, 2006). Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 13 5. Conclusão A abóbora é hortaliça de família Cucurbitaceae, que como origem o continente americano, mais precisamente a área central do México. Ela foi amplamente distribuída em grande diversidade no sudeste do México, América Central, Colômbia e Peru, Além do valor económico e alimentar, o cultivo das cucurbitáceas, tem grande importância social na geração de empregos directos e indirectos, pois demanda grande quantidade de mão-de-obra em todas as fases de produção, desde a semeadura até a comercialização, sabendo que ela é uma cultura que segue 4 fases distintas, a temperatura ideal para o desenvolvimento das abóboras está na faixa de 20 a 27°C. A faixa de humidade relativa do ar aconselhada para a maioria das culturas de abóbora está em torno de 60 a 80%, A radiação solar interfere no rendimento das hortaliças, especialmente nos meses de inverno e nas altas latitudes, devido a energia radiante ser menor. As abóboras se desenvolvem melhor em terrenos argilo-arenosos. Os tratos culturais após o plantio são elementos muito importantes para a produção de abóboras, que são delicadas, devendo receber cuidados em momentos correctos. Os tratos correctos garantem um crescimento rápido e alta produtividade, As doenças são um grande problema nas culturas das cucurbitáceas, sendo que as principais delas são causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides (doenças bióticas). Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 14 6. Referências Bibliográficas 1. ALTIERI MA. 2002. Agroecologia - bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba: Editora Agropecuária. 400p. 2. Andres, T. C. (2004) Web site for the plant family Cucurbitaceae and home of the Cucurbit Network 3. Barbieri, R.L., Heiden, G., Neitzke, R.S., Garrastazú, M.C., Schwengber, J.E. (2006) Banco Ativo de Germoplasma de Cucurbitáceas da Embrapa Clima Temperado - período de 2002 a 2006. 1.ed. Pelotas, Comunicado técnico 176, Embrapa Clima Temperado, 30p. 4. Barbieri, R. L., Heiden, G., Corrêa, L. B., Neitzke, R. S., Oliveira, C., Büttow, M. V. (2007) Cultivo e usos tradicionais de Cucurbita argyrosperma e Cucurbita ficifolia no Rio Grande do Sul. Anais do 47º Congresso Brasileiro de Olericultura, Porto Seguro: Horticultura Brasileira, v. 25, n. 1. 6. BOITEUX L. S; NASCIMENTO W. M; FONSECA M. E. N. et al. ‘Brasileirinha’: cultivar de abóbora (Cucurbita moschata) de frutos bicolores com valor ornamental e aptidão para consumo verde. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, n. 25, p. 03-106. 2007. 7. CARMO, Gilcimar Alves do. Crescimento, nutrição e produção de cucurbitáceas cultivadas sob diferentes níveis de salinidade da água de irrigação e doses de adubação nitrogenada. 2009. 183 f. Tese (Doutorado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró. 2009. 8. CONSTAT CONSULTORES ESTATÍSTICOS. Diagnóstico dos processos de produção de hortaliças – Balsas-MA. São Luiz, 2003. 159 p. 9. CATÁLOGO RURAL. Hortaliças - Abóbora. [S.l.], 2005. 10.ESQUINAS-ALCAZAR, J. T.; GULICK, P. J. Genetic resources of cucurbitaceaes. Rome: IBPGR, 1983. IBPGR-82/84. Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 15 11. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Cultivo da abóbora brasileirinha. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2006. 12.Filgueira, F.A.R. (2008) Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3 ed. Viçosa: UFV, 421p. 13. FILGUEIRA, F. A. R. Cucurbitácea: pepino e outras hortaliças de fruto. In: NOVO Manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. p. 321-354. 14. Ferriol M., Pico B. (2008) Pumpkin and Winter Squash. In: Handbook of Plant Breeding. v. 1. Vegetables I. (Prohens J., Nuez F., eds) Springer, Heidelberg, p.317-349. 15. Gwanama C., Labuschagne, M.T. y Botha, A.M. (2000) Analysis of genetic variation in Cucurbita moschata by random amplified polymorphic DNA (RAPD) markers. Euphytica, 113:9-24 16. Gracia, N., Guerra, J.A., Cajar, A. (2003) Guia para El manejo integral Del cultivo de zapallo. Instituto de Investigações Agropecuária de Panamá, Unidad de Información y Comunicación: Panamá, 38p. 17. GRIN - Germplasm Resources Information Network. (2013) 18.MAROUELLI, Waldir A. et al. Resposta da abóbora hibrida tipo Tetsukabuto a diferentes lâminas de água e doses de nitrogênio. Anápolis: Embrapa Hortaliças, 1999. 19. RAMOS, S. R. R. Avaliação da variabilidade morfoagronômica de abóbora (C. moschata D.) do Nordeste Brasileiro. 1996. 71 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1996. 20. RAMOS, S. R. R. CARVALHO, H. W. L.; QUEIROZ, M. A. de, et al. Genótipos de abóbora seleccionados pelos agricultores: opção para o melhoramento de variedades locais. In: Horticultura brasileira, Brasília, v. 25, n. 1, 2007. 1 CDROM. Trabalho de Horticultura Trabalho semestral Página 16 21. RAMOS, S.R.R., Queiróz, M.A. de, Casali, V.W.D., Cruz, C.D. (2000) Divergência genética em germoplasma de abóbora procedente de diferentes áreas do Nordeste. Horticultura Brasileira, 18(3):195-199. 22. RIBEIRO, Dágnon da Silva. Parâmetros agrometeorológicos de ambiente protegido com o cultivo de abóbora italiana sob adubação orgânica. 2008. 103 f. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. 2008. REIS, Ailton. Míldio das Cucurbitáceas. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2007. (Comunicado técnico, n. 44). 23. ROCHA, Daniel Vieira. Implantação de uma lavoura de abóbora com rotação de cultura, sob pivô central, no Noroeste mineiro. 2006. 84 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – UPIS - Faculdades Integradas, Planaltina, DF. 2006. 24. SANTOS, Ricardo Henrique Silva et al. Produção orgânica de hortaliças-fruto. Brasília: SENAR, 2005. 92 p. (Coleção Senar, 119). 25. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Cultivo de hortaliças. [S.l.], [S.A]. (Ponto de partida para inicio de negócio). 26. Whitaker, T.W.; Bohn, G.W. (1950) The taxonomy, genetics, production an uses of the cultivated species of Cucurbita. Economic Botany, 4:52-81.27. Whitaker, T.W., Bemis, W. P. (1964). Evolution in the genus Cucurbita. Evolution, 18(4):553-559. �1. Resumo 2. Introdução 3. Objectivos 3.1.Objectivo Geral 3.2. Objectivos Específicos 4. Revisão Bibliográficas 4.1. Origem 4.2. Distribuição 4.3. Importância Socioeconómica 4.4. Classificação e Descrição Botânica 4.5. Fases de Desenvolvimento da Cultura 4.6.1. Temperatura 4.6.2. Humidade Relativa 4.6.3. Luminosidade 4.6.4. Fotoperiodo 4.6.5. Solos 4.7. Implantação da Cultura 4.8. Cultivares 4.9. Tratos Culturais 4.10. Pragas e Doenças 5. Conclusão 6. Referências Bibliográficas
Compartilhar