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A teoria da alma em Platão _ Filosofonet

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08/08/2015 A teoria da alma em Platão | Filosofonet
https://filosofonet.wordpress.com/2011/06/18/a­teoria­da­alma­em­platao/ 1/8
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Filosofonet
Introdução à Filosofia
A teoria da alma em Platão
Posted on 18/06/2011
39
Por Michel Aires de Souza
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   (https://filosofonet.files.wordpress.com/2011/06/alma1.jpg)
Platão  (428‑348  a.C.)  foi  discípulo  de  Sócrates  e  escreveu  trinta  diálogos  considerados
autênticos. Hoje  conhecemos  a  figura de  Sócrates  graças  aos  seus diálogos,  que  faziam
dele  seu  personagem  principal.  Platão  fundou  a  primeira  escola  conhecida  no mundo
ocidental na cidade de Atenas em 387 a.C, chamada Academia, em homenagem ao herói
Grego Academus, que lutou na guerra de Tróia. Seu verdadeiro nome era Aristocles, mas
foi apelidado de Platão devido aos seus ombros largos.   Era um homem rico e fazia parte
da aristocracia que governava a Grécia.    Seu pai, Aristão,  tinha o  rei Codros  como  seu
antepassado e sua mãe, Perictione, foi parente de Sólon.
                       O pensamento de Platão    foi muito  influenciado pelas filosofias de Heráclito e
Parmênides. Ele procurou reconciliar ambas as posições. Foi da controvérsia dessas duas
filosofias que surgiu a “teoria das idéias”, núcleo central de sua filosofia. O problema que
Platão propõe a resolver é o conflito “irreconciliável” entre a teoria da mudança em Heráclito e Parmênides.  Para Heráclito no universo
não há nada acabado,  fixo e estável,  tudo está em permanente mudança. Sua metafísica  identifica o Ser com o Não‑Ser. Se o mundo é
devir, vir‑a‑ser,   não existe um Ser  fixo,  estável,    ele  está  sempre  se  transformando,  é  sempre  impermanente.      Já para Parmênides as
coisas que existem tem múltiplas características, são pequenas, grandes, coloridas, pesadas, leves, são diferentes, como homem, animal,
água,  fogo,  etc.  Se usarmos a  intuição e o  raciocínio, perceberemos que há uma propriedade  fixa  em  todas as  coisas:  elas  “são”. Para
Parmênides, o ser é uma propriedade de todas as coisas. Tudo que existe tem “Ser”. O Ser  é fixo, eterno, imutável, infinito. Dessa forma,
as mudanças e transformações que ocorrem na natureza são uma ilusão de nossa percepção, pois algo que é não pode deixar de ser, e
algo que não é não pode vir‑a‑ser, portanto, não há mudança.
                      Para  reconciliar  ambas  as  teorias,  Platão mostrou‑nos  que  todos  nós  estamos  sempre  em  contato  com duas  realidades:  uma
inteligível e outra sensível. A primeira é permanente, universal, nunca se modifica, é o mundo das  idéias. A segunda é o mundo que
percebemos por nossos sentidos, mutável e contingente, o mundo sensível.  Platão demonstra que o mundo tem uma forma apriori, uma
estrutura inteligível.  “Através dos diálogos, Platão vai caracterizando essas causas inteligíveis dos objetos físicos que ele chama de idéias
ou formas. Elas seriam incorpóreas e invisíveis – o que significa dizer justamente que não está na matéria a razão de sua inteligibilidade.
Seriam reais, eternas e sempre idênticas a si mesmo, escapando a corrosão do tempo, que torna perecíveis os objetos físicos. Merecem por
isso mesmo, o qualificativo de ‘divinas’ (…). Perfeitas e imutáveis, as idéias constituiriam os modelos ou paradigmas dos quais as coisas
materiais seriam apenas cópias imperfeitas e transitórias. Seriam, pois, tipos ideais, a transcender o plano mutável dos objetos físicos.”
(Pessanha, 1987, XVI‑II).
         A teoria das idéias de Platão está diretamente ligada a sua teoria da alma.   Na parte IV do seu livro “República” Platão concebe o
homem como corpo e alma. Enquanto o corpo modifica‑se e envelhece, a alma é imutável, eterna e divina. A alma inteligente preso ao
corpo um dia foi livre e contemplou o mundo das idéias, mas as esqueceu. É somente através da busca do conhecimento, através de um
processo de recordação, de reminiscência o homem pode lembrar‑se das idéias que um dia contemplou.   A realidade sem forma, sem cor,
impalpável  só  pode  ser  contemplada  pela  inteligência,  que  é  o  guia  da  alma.
(https://filosofonet.files.wordpress.com/2011/06/imagem1.jpg)
Platão  divide  a  alma  em  três  partes.  O  lado  racional  está  localizado  na  cabeça,  seu  objetivo  é
controlar os dois outros lados, com ele adquirimos a sabedoria e a prudência. O lado irascível está
localizado no coração, seu objetivo é  fazer prevalecer os sentimentos e a  impetuosidade, com ele
adquirimos a coragem. Por último, temos o lado concupiscente que está localizado no baixo‑ventre,
seu  objetivo  é  satisfazer  os  desejos  e  apetites  sexuais,  com  ele  adquirimos  a  moderação  ou  a
temperança.  No Mito do Cocheiro, no diálogo “Fedro”, Platão compara a alma a uma carruagem puxada por dois cavalos, um branco
(irascível) e um negro (concupiscível). O corpo humano é a carruagem, e o cocheiro (Razão) conduz através das rédeas (pensamentos) os
cavalos (sentimentos).  Cabe ao homem através de seus pensamentos saber conduzir seus sentimentos, pois somente assim ele poderá se
guiar no caminho do bem e da verdade.
                   Platão afirma que não podemos ser felizes quando somos dominados pela concupiscência e pela cólera, isso porque as paixões
sempre nos conduzem por caminhos perigosos e contraditórios e fazem com que os desejos e impulsos violentos de nosso corpo tirem
nosso bom senso.  Já dizia Sócrates que todo vicio é ignorância. Não há nada mais deprimente do que uma pessoa que age por impulsos e
é dominada pelas paixões.  Ter  autocontrole  é  essencial  para  sermos  felizes. A  felicidade  só pode  ser  alcançada  se  formos  capazes de
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08/08/2015 A teoria da alma em Platão | Filosofonet
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dominar  nossos  sentimentos  pela  razão.  A  moderação  é  uma  virtude  e  ela  se  realiza  quando  somos  capazes  de  controlar  a  nossa
concupiscência. O indivíduo moderado é aquele que não cede as suas paixões, impulsos e prazeres. Da mesma forma o indivíduo não se
lançara a luta e a agressão indiscriminadamente, uma vez que a razão deve saber discernir o que é bom e mal para nossa vida, sabendo
dominar a nossa alma irascível. Dessa forma, seremos felizes se através da razão soubermos controlar nossa vida, pois a virtude natural
da razão é o conhecimento.
Posted in: Filosofia (https://filosofonet.wordpress.com/category/filosofia/)
39 Responses “A teoria da alma em Platão” →
1. 
nilda braz
30/04/2012
Essa comparação de Platão no Mito do Cocheiro, já não existia na Upanishad??? Qual veio antes???
Responder
Professor
01/05/2012
Olá Nilda,
Se existia eu desconheço. É certo que a filosofia grega teve muito contato com o pensamento do oriente. Platão mesmo viajou
muito para os países orientais.
Abraços
Michel
Responder
nilda braz
03/05/2012
Obrigada professor pela a atenção.
2. 
Scarllet Gonçalves
01/06/2012
Texto excelênte,obrigada por compartilhar,ajudou muito!
Responder
3. 
letierry
21/06/2012
Muito Obrigado ajudou muito aki!
Responder
4. 
Bianca
26/07/2012
Poderia me explicar a composição de nossa alma conforme o pensamento de Platão?
Responder
Professor
26/07/2012
Olá Bianca,
A alma se compõe de três partes, a parte racional, responsável pela sabedoria e sagacidade; a inrascível, responsável pelos
sentimentos e pela ousadia; e a parte concupiscível, responsável pela moderação dos desejos.
Abraços
Michel
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