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AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
DE 0 A 06 ANOS 
Revisão de literatura 
Maria De Fátima Barboza Vasconcellos. Graduada Em Fisioterapia – 2005/Universidade Vale Do Rio 
Verde – Três Corações – Campus Betim Mg. Cursos De Extensão: Como Estruturar Uma Monografia – 
2005/Universidade Vale Do Rio Verde – Três Corações – Campus Betim Mg. Especialista Em 
Fisioterapia Hospitalar- 2006/Universidade Presidente Antônio Carlos – Centro De Educação 
Continuada – Unipac – Campus De Belo Horizonte Mg. Aprimoramento Em Fisioterapia Hospitalar 
Respiratória Com Ênfase Em Oncologia – 2006 / Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte – Mg. Curso 
Em Saúde Pública 2007/ Sind-Saúde/Mg/Núcleo Betim. Curso De Homeopatia – 2009/ Portal Da 
Educação– Associação Brasileira De Educação A Distância - Abed. Pós Graduanda Em Saúde Pública 
E Educação- 2009 A 2011/ Universidade José Do Rosário Vellano-Unifenas, Campus De Belo 
Horizonte. Graduanda Em Serviço Social 2008 A 2011 / Centro Universitário Interativo Coc/ Uniseb. 
RESUMO 
Este trabalho é um estudo de revisão literária qualitativo de cunho descritivo, tem como tema 
as fases do desenvolvimento da criança de 0(zero) a 06(seis) anos, Com objetivo de verificar 
como se desenvolve as crianças nesta faixa-etária. Abordando o aspecto cognitivo, físico e 
motor desde a sua fase embrionária, nascimento até a sua infância. Nessa visão, os objetivos 
foram identificar e compreender como a aprendizagem na educação infantil pode ser 
estimulada, em cada fase de desenvolvimento da criança. Objetivando esclarecer aos 
docentes os desígnios de suas atividades na educação infantil. A pesquisa foi desenvolvida 
com base em livros referentes ao assunto, literaturas publicadas em revistas pedagógicas, e 
sites das redes eletrônicas, Google acadêmico, biblioteca publica da Secretaria de Educação 
da cidade de Betim. Portanto para este trabalho foi realizado a leitura e fichamento dos textos 
extraídos de 34 referencias que estão relacionadas no final do trabalho. Ao finalizar é 
respeitável destacar o quanto os estudos colaboraram para percepção das diversas fases do 
desenvolvimento infantil. 
Palavras-Chave: “Criança, desenvolvimento, fases”. 
ABSTRACT 
This study is a qualitative study of a literature review of a descriptive, has the theme stages of 
child development from 0 (zero) to 06 (six) years, In order to verify how it develops children in 
this age group. Addressing the cognitive, physical and motor from its embryonic stage, birth to 
her childhood. In this view, the objectives were to identify and understand how learning in 
early childhood education can be encouraged at each stage of child development. Aiming to 
clarify for teachers the designs of their activities in early childhood education. The survey was 
developed based on books about the subject, teaching literature published in magazines, 
websites and electronic networks, Google Scholar, Public Library of Education Department of 
the city of Betim. So for this study was the reading of texts and BOOK REPORT extracted 
from 34 references listed at the end of the work. When you finish a respectable highlight how 
the studies contributed to the perception of the various stages of child development. 
Keywords : "Child development stages. " 
 
 
 
 
O DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE 0 A 6 ANOS 
INTRODUÇÃO 
Desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível 
físico, do comportamento, cognitivo e emocional ao longo da vida. Em cada 
fase surgem características específicas. As linhas orientadoras de 
desenvolvimento aplicam-se a grande parte das crianças em cada fase de 
desenvolvimento. No entanto, cada criança é um indivíduo e pode atingir 
estas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras 
crianças da mesma idade, sem se falar, propriamente, de problemáticas. 
O conceito de criança e infância é uma noção mutável ao longo da história. 
Várias sociedades possuem sua idéia do que vem a ser criança. Este 
conhecimento depende de fatores como: classe social, religiosidade, cultura e 
educação. Um país de proporções continentais como o Brasil reflete este 
posicionamento, devido as suas diferenças de regiões e classes econômicas. 
Uma criança pode ser considerada como trabalhadora que auxilia na renda 
familiar, uma criança da mesma idade é tratada com total diferença. 
As crianças desde bebês necessitam ter uma rotina bem planejada, 
estruturada e organizada para o seu melhor desenvolvimento por lhe 
proporcionado conforto, segurança, maior facilidade de organização, espaço 
temporal, e a liberta do sentimento de estresse que uma rotina desestruturada 
pode causar a criança. 
A criança conquista através da percepção todo o universo que a cerca, sente 
necessidade de explorar o espaço, porque é o momento em que o 
desenvolvimento da habilidade “andar” está no auge e a fala atinge uma 
verdadeira importância. Neste estágio o termo projetivo está relacionado ao 
funcionamento mental que está florescendo na criança. E um período em que 
se utilizam atos motores para auxiliar a exteriorização do pensamento. 
Porém, as instituições de ensino infantil precisam ser um espaço 
aconchegante e seguro proporcionando à criança uma infância mais voltada 
para o agora e não pensando nela como “adultos em miniaturas”. 
Toda criança precisa ser estimulada em seu desenvolvimento, no sentido da 
aquisição de habilidades motoras, mentais e sociais básicas, como 
engatinhar, sorrir, piscar os olhos, andar, reconhecer cores e sons, entre 
outras. 
Portanto este trabalho justifica na importância de cada fase do 
desenvolvimento da criança de crianças de zero (0) a seis (06) anos. Nesse 
sentido o objetivo geral desta pesquisa foi de verificar como se dá o processo 
de desenvolvimento das crianças, abordando o aspecto cognitivo, físico e 
motor desde o nascimento até a sua infância. Nesse cenário, os objetivos 
específicos se traduziram em identificar e compreender como a aprendizagem 
na educação infantil pode ser estimulada através do lúdico, em cada fase de 
desenvolvimento. A fim de elucidar aos educadores os objetivos de suas 
atividades na educação infantil. 
De tal modo a metodologia adotada nesse trabalho foi revisão literária, uma 
pesquisa descritiva de cunho qualitativa e bibliográfica de autores estudiosos 
no assunto. 
Assim, esse trabalho foi desenvolvido através dos seguintes passos 
metodológicos: inicialmente aconteceu a seleção bibliográfica; classificando 
os livros e outros textos e artigos por assunto; em seguida foi realizado o 
fichamento dos livros, textos, artigos, revistas, periódicos, entre outros; por fim 
a análise de todas as informações. 
Em um segundo momento foi elaborado textos em forma de capítulos de 
forma a elucidar todos os dados obtidos durante análise dos documentos em 
estudo. 
Sendo assim, com este trabalho de revisão literária pretende-se trazer 
contribuições aos educadores de educação infantil, que desenvolvem 
trabalhos nas escolas públicas e particulares, com crianças de 0 a 06 anos. 
Pretende difundir para os educadores que a criança não é um adulto em 
miniatura, que a mesma apresenta características próprias de sua idade, 
compreender isso é perceber a seriedade do estudo do desenvolvimento 
humano. 
As pesquisas nos mostram a importância dos primeiros anos de vida para o 
desenvolvimento humano. A escola precisa estar bem estruturada porque 
exerce papel relevante na formação da vida futura, no convívio com outras 
pessoas é que a criança adquire experiência, evolui no seu desenvolvimento 
e aprendizagem, experimentar, comparar, inventar, registrar, descobrir, 
perguntar, trocar informações reformular hipóteses, ela vai construindo o seu 
conhecimento sobre o mundo e desenvolvendo sua inteligência. Esse 
processo diz respeito à totalidade da criança e a forma como elase insere no 
mundo. 
 
CAPÍTULO I 
1 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL 
A primeira infância, fase do desenvolvimento que abrange entre 0 e 6 anos de 
idade, tem sido cada vez mais abordada e debatida por conhecedores de 
distintas áreas como psicólogos, sociólogos, e entre outros que adentraram 
num amplo consenso quanto ao desenvolvimento da primeira infância. 
Defendem essa fase, como primordial, na qual a criança arquitetará uma base 
que a favorecerá por toda a existência, (UNESCO, 2007). 
Com base nos escritos dos referidos autores que grandes personalidades de 
abordagem corporal como Reich, Lowen, Baker e Navarro em nosso próprio 
conhecimento e experiência, que organizamos na seqüência, as etapas do 
desenvolvimento, ( REICH 1995, LOWEN 1982, BAKER 1980, NAVARRO 
1995). 
Muito longe de querer ser um mero instrumento para fazer diagnóstico 
classificatório, toda essa organização é base para a compreensão do ser 
humano, através de seus traumas, conflitos internos, atitudes e movimento 
energético.Desenvolver significa crescer conforme a criança vai crescendo, se 
desenvolvendo,vai apreendendo novos experimentos que permanecem 
armazenados na memória em forma de marcas, ou como registros. 
As etapas do desenvolvimento emocional pelas quais uma criança passa 
desde a sua concepção até seis anos é algo extremamente fascinante. De 
acordo com Leloup; as etapas representam período de passagem que levam 
ao agrupamento de experiências vividas. Cada etapa é marcada por 
acontecimentos particulares que desde o início trazem consigo, na bagagem 
genética da célula, valores biofisiológicos, emocionais, afetuosos e 
intelectuais. E são esses valores que serão impressos para todas as demais 
células do corpo durante todo o processo de desenvolvimento e que, aos 
poucos, irão sendo acrescidos das experiências que a criança vivenciar. O 
corpo armazena todos os fatos vividos durante a vida, sobretudo aqueles 
acontecidos na primeira infância, quando as formas que acham para se 
defender ainda são hipotéticas. Esses episódios, quando estressantes e 
traumáticos, muitas vezes deixam no corpo marcas profundas e irreversíveis, 
(LELOUP 1998). 
1.1 ETAPA DE SUSTENTAÇÃO 
É a primeira etapa do desenvolvimento que tem seu início na fecundação e se 
distende durante todo o tempo de aleitamento materno, ou seja, até o nono 
mês de vida. 
O útero é o primeiro recinto em que se localiza o bebê durante seu 
desenvolvimento físico, energético e emocional, onde a relação se dá com a 
mãe por meio de suas paredes e do cordão umbilical, que irá alimentar e 
manter o bebê não apenas de forma fisiológica, mas também emocional e 
energética para que possa prosseguir sendo gerado. 
É um contato não exclusivamente corpóreo, mas também de energia e afeto 
entre a mãe e o bebê em concepção. É importante destacar que o nível de 
energia do embrião será determinado pelo nível de energia do útero da mãe, 
(REICH, 1987). Durante essa primeira etapa, o bebê atravessa três fases: 
segmentação, embrionária e fetal. 
a) Fase de segmentação 
É a partir da fecundação que ocorre o princípio da concepção da vida. Assim 
sendo, essa primeira fase tem começo na ocasião da concepção e se estende 
até o período em que ocorre a sustentação, momento em que, na fase de 
blástula, o embrião fixa-se no endométrio (nidação), é fixação do zigoto nas 
paredes uterinas, por volta do quinto ao sétimo dia de gravidez. Nessa fase, 
ocorre a divisão do zigoto em várias outras células, sendo cada uma delas 
chamada blastômero. 
b) Fase embrionária 
A partir do momento em que ocorreu a nidação do zigoto nas paredes do 
útero, o bebê entra na segunda fase, que se estende até o final do segundo 
mês de gestação. Nessa fase há uma predominância biológica endócrina, na 
qual a célula prossegue a se multiplicar para formar o embrião e continua 
consumindo muita energia (ATP) que ainda é autógena, (da própria célula), 
mas que com a formação do cordão umbilical, que sustenta o embrião nas 
paredes do útero da mãe, vai se organizando para passar a ser trofo-
umbilical. 
É importante considerar que qualquer situação tomada pela mãe como 
estressante é capaz de ativar os mecanismos endócrinos maternos e interferir 
no desenvolvimento físico e energético do bebê, às vezes comprometendo a 
sustentação, uma situação que pode ser sentida pelo bebê como uma 
ameaça de aborto e até mesmo provocar a alteração das informações 
genéticas que são transmitidas de célula à célula por meio do DNA. 
Mesmo que não ocorra o aborto ou a alteração do DNA, esses registros de 
estresse ficarão armazenados na memória, resultando posteriormente na 
possibilidade de gerar sérios comprometimentos de ordem física, energética 
e/ou emocional (NAVARRO, 1996). 
c) Fase fetal 
Essa fase tem início no terceiro mês de gestação e se estende até 
nascimento, mais especificamente até o décimo primeiro dia de vida. Em 
temos energéticos, como a placenta já se formou, a energia que o bebê 
recebe vem da própria mãe, através do cordão umbilical. É também a fase em 
que se pode presenciar a formação do cérebro e do sistema neurovegetativo. 
Para Piontelli; existem várias situações, decorrentes do estresse sofrido pela 
mãe e/ou pela criança que podem comprometer a sustentação e o 
desenvolvimento do bebê nessa primeira etapa do desenvolvimento. Isso não 
significa, porém, que todas as crianças que passam pelas mesmas situações 
terão os mesmos comprometimentos, porque tudo irá depender da etapa em 
que ocorreu o estresse, da sua intensidade, da freqüência e outros fatores. 
Da mesma forma que cada criança tem também um funcionamento fisiológico 
próprio, e uma resistência ao estresse que é particular, só dela. Piontelli faz 
referência que umas são mais resistentes que outras. Nessa fase do 
desenvolvimento, o bebê já é capaz de reagir aos estímulos auditivos, 
luminosos, gustativos, táteis e até mesmo olfativos. Durante muito tempo 
acreditava-se que o feto vivia num mundo isolado, fechado e intransitável ao 
ambiente fora do útero da mãe. Pesquisas contemporâneas divulgam que o 
feto é capaz de sentir tudo aquilo que é sentido pela mãe, respondendo por 
meio de agitação e descargas hormonais (PIONTELLI, 1995). 
Há pouco tempo também se descobriu a existência de um pequeno órgão 
oro-nasal chamado de órgão de Jacobson que, no homem, desaparece logo 
após o nascimento. O nome jacobson neste caso se refere ao pesquisador 
dinamarquês ludwig levin jacobson. Esse órgão, no ventre materno, tem a 
função de perceber o sabor do ambiente líquido, geralmente alterado pela 
liberação de endorfinas pela mãe que, estando na corrente sangüínea, 
chegam até o liquido amniótico alterando o sabor do mesmo. Daí pode-se 
deduzir o que é percebido pelo feto quando uma mãe agitada, ansiosa e 
estressada descarrega em sua corrente sangüínea os hormônios com sabor 
desagradável. Isso nos mostra a importância de uma gravidez em estado de 
bem-estar, (JACOBSON, 1783-1843). 
A presença do pai durante a gestação também é fundamental, uma vez que o 
afeto que ele demonstra, por intermédio da mãe, também chega até o bebê 
em formação. Se nenhum tipo de dano severo ocorrer durante a gestação, o 
recém-nascido trará consigo “um sistema energético enormemente produtivo 
e adaptável que, por seus próprios recursos fará contato com seu meio 
ambiente e começará a dar forma a este meio ambiente de acordo com suas 
necessidades”, (REICH, 1987, p. 30) e será capaz de demonstrar toda a 
riqueza da plasticidade e do desenvolvimento natural. 
1.2) ETAPA DE INCORPORAÇÃO 
Esta etapa tem início logo após o nascimento e finda com o desmame, que 
deverá acontecer por volta do nono mês de vida, quando o bebê já tem 
dentes auto-suficientes para fragmentar sua própria alimentação. Nessa 
etapa, o bebê repudia o útero para se ligar aoseio da mãe, introjetando tudo 
o que vier do mundo externo, iniciando pelo bico do seio ereto e disponível, 
experimentando o paladar delicioso do leite, pelo perfume da mãe, pela 
disponibilidade da mãe em amamentá-lo, pelos olhos vigilantes e receptivos, 
pelas mãos calorosas e afáveis e pelo contato epidérmico que envolve o 
bebê, da mesma forma que ele foi envolvido pelo útero. Não devemos 
esquecer que “a pele é a ponte sensível do contato com o mundo... É o nosso 
órgão mais extenso, é o nosso código mais intenso, um lar de profundas 
memórias” (LELOUP, 1998). 
É significante assinalar que uma mãe agitada e apreensiva descarrega na 
corrente sanguínea a bile, líquida presente na vesícula biliar, que chega até o 
leite deixando-o com um sabor amargo. É por isso que muitas crianças não 
querem ser amamentadas ao seio. É também importante saber que até o 
nono ou décimo dia de vida, o bebê não produz lágrimas. Como os olhos 
eram lubrificados pelo líquido amniótico, o bebê precisa agora de um tempo 
para que suas glândulas lacrimais possam entrar em funcionamento. 
Deste modo, é preciso evitar que ele chore de forma estressante nesse 
período, para que não ocorra um ressecamento dos olhos e um posterior 
comprometimento da visão. O astigmatismo, por exemplo, decorre de um 
estresse nessa fase do desenvolvimento. O bebê é apto para regular sua 
própria fome, demonstrando-a por meio da choradeira, balbucios e agitação. 
Isso exprime que não se deve intervir nessa agitação. É o bebê quem sabe o 
momento que está com fome e não nós, com nossa psicose de impor hora 
pra tudo. Limites são importantes, mas têm seu tempo para serem aprendidos 
e vivenciados. Implica então, que o organismo da criança possa por si mesmo 
manifestar-se de acordo com as suas próprias necessidades. 
1.3) ETAPA DE PRODUÇÃO 
A etapa de produção se inicia com o desmame e se estende até o final do 
terceiro ano de vida ou para algumas crianças, pode até mesmo advir um 
pouco antes. Nessa fase, a vigor da criança está diretamente volvida à 
construção de pensamentos, de gestos, de brincadeiras, de jogos, de 
relacionamentos, etc. 
Sobrevém o desenvolvimento da autoconsciência, o que lhe permite 
desenvolver a habilidade de adiantar os eventos, como, por exemplo, não se 
sentir desamparada pelos pais quando eles saem, porque sabe que eles irão 
voltar. É também nessa etapa que a criança imita os pais em busca de 
modelos. É curiosa e busca desvendar tudo o que está à sua volta, rejeitando 
ser ajudada. É importante tomar cuidado com as inquietações excessivas, 
sobretudo com a ordem e/ou higiene e procurar não exigir que a criança 
reprima suas necessidades fisiológicas de xixi e cocô antes de completar 18 
meses. Ela deve ser ensinada gradativamente. 
Segundo Wallon, o estágio impulsivo emocional inicia no primeiro ano de vida 
e está ligado fortemente à emoção e a afetividade com as pessoas e a 
interação com o meio. Afirma também que o estágio sensório-motor, que se 
estende até o terceiro ano, se volta para exploração sensória motora do 
mundo físico, (WALLON 1994). 
A frustração e o receio do castigo nessa etapa bloqueiam a espontaneidade 
da criança, deixa-a numa posição de submissão ao genitor que a frustra e 
limita às rotinas cotidianas. 
Outra característica dessa etapa é a evolução do brincar simples e repetitivo 
para brincá-lo construtivo. A criança demonstra interesse pelos jogos 
imaginativos e mais tarde, o interesse se volta para os jogos mais formais, 
com regras. É comum o surgimento de amigos imaginários, principalmente 
em primogênitos e filhos únicos. Mas isso não é motivo de preocupação 
porque a criança também já é capaz de distinguir a fantasia da realidade. 
1.4) ETAPA DE IDENTIFICAÇÃO 
É a partir do quarto ano de vida que se inicia a etapa que a criança está hábil 
a fazer identificações. Esta etapa se estende até o final do quinto ano de vida. 
É a etapa em que a energia volta-se para a descoberta dos genitais e a 
criança passa a distinguir a diferença entre menino e menina e a ter um 
conceito seguro quanto ao sexo que pertence. 
É aí que brotam as primeiras interrogações sobre o tamanho dos genitais e 
pêlos dos pais e sobre o sexo dos animais, ao mesmo período em que a 
criança tem curiosidade para ver tudo o que a isso diz respeito. Acontecem as 
primeiras masturbações, mas como mera esfregação do genital, sem nenhum 
intuito ou fantasia, o que deve ser encarado com naturalidade e sem 
punições. Nessa etapa, a criança também passa por momentos de 
individualidade. Quer brincar sozinha, não quer mais ficar no colo dos pais, 
quer desmontar os brinquedos para montar de outra forma, etc. Aos poucos, 
aprende a compartilhar, saindo do campo familiar e voltando-se cada vez 
mais para o campo social. 
Mais tarde, na próxima etapa, a criança irá realizar a chamada constância ou 
conservação de gênero, ou seja, passa a ter consciência de que seu sexo 
será sempre o mesmo e, depois disso, assumir seu papel sexual. 
1.5) ETAPA DE ESTRUTURAÇÃO E FORMAÇÃO DO CARÁTER 
Essa etapa tem início aos cinco anos de vida e se estende durante toda a 
puberdade, até o início da adolescência. É a etapa em que a formação da 
estrutura básica de caráter se completa. 
O desenvolvimento neste período depende das oportunidades que lhes forem 
oferecidas, aonde o indivíduo vai se constituindo como ser humano, portanto, 
é imprescindível valorizar todos os estímulos possíveis, inclusive o motor para 
que as crianças construam tais habilidades desde os primeiros meses de vida 
e que serão fundamentais para um crescimento saudável. 
Segundo Piaget; o conhecimento não pode ser concebido como algo 
predeterminado desde o nascimento (inatismo), nem como resultado do 
simples registro de percepções e informações (empirismo). Resulta 
justamente das ações e interação do sujeito com o ambiente onde vive para 
ele o conhecimento é uma construção que vai sendo elaborados desde a 
infância através de interações do sujeito com os objetos que procura 
conhecer, seja eles do mundo físico ou cultural, (PIAGET, 1971). 
Neste artigo, não tive a pretensão de esgotar o assunto, tão rico e amplo, mas 
busquei agregar trabalhos que exploram diversos lados das fases do 
desenvolvimento da criança de 0 a 06 anos. Ao pensar em desenvolvimento 
da criança, pude sentir que todas as fases motoras, cognitivas e lingüísticas 
estão envolvidas, e negligenciar uma deles seria perder a oportunidade de ver 
como a criança se desenvolve. 
O intuito de abordar a faixa etária de 0 a 06 anos reflete o desejo de poder 
atuar precocemente, antes da entrada no ensino formal, onde as demandas 
são maiores e maior será o tempo a ser resgatado. Dois aspectos que ainda 
merecem ser discutidos são o desenvolvimento da narrativa e a aquisição da 
linguagem figurada, já que fazem parte de todo o processo e são de extrema 
relevância para a aprendizagem. Por serem menos explorados, merecem 
artigos à parte. 
CAPÍTULO II 
2. DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL DA CRIANÇA DE 0 A 06 ANOS 
A criança é um sujeito, como todo ser humano, que está inserida em uma 
sociedade, deve ter assegurado uma infância enriquecedora no sentido de 
seu desenvolvimento, seja psicomotor, afetivo ou cognitivo (Estatuto da 
Criança e do Adolescente – Lei 8069 De 13 de Julho de 1990, Artigo 2, 
parágrafo único). 
A principal instituição social para a criança é a família, portanto este grupo 
deve receber condições básicas para a formação das crianças. É também 
muito influenciada pelo meio social e cultural em que se situa. As crianças 
possuem suas características próprias e observam o mundo e o 
comportamento das pessoas que a cerca de uma maneira muito distinta. 
Aprendem através da acumulação de conhecimentos, da criação de hipóteses 
e de experiências vividas, (VYGOTSKY,1994). 
A educação infantil é o momentode interação da criança com o mundo, com 
todos os que a cercam e com ela mesma. Com isso, o desenvolvimento da 
criança deve ser acompanhado desde o nascimento. 
Segundo Wallon; a criança deve ser estudada na sucessão das etapas de 
desenvolvimento caracterizadas pelos domínios funcionais da afetividade, do 
ato motor e do conhecimento, entendidos como sendo desenvolvido 
primordialmente pelo meio social, (Wallon, 1934). 
Os períodos de desenvolvimento são: 
 Período sensório-motor (0 a 2 anos): o desenvolvimento ocorre a partir 
da atividade reflexa para a representação e soluções sensório-motoras 
dos problemas. 
 Período pré-operacional (2 a 7 anos): aqui o desenvolvimento ocorre a 
partir da representação sensório-motora para as soluções de 
problemas e segue para o pensamento pré-lógico. 
Para Wallon; o estágio, que vai até os 6 anos de idade, é muito importante 
para a formação da personalidade. Segundo o autor partir dos 3 anos, ocorre 
o estágio do personalismo, momento da constituição do eu, no qual a criança 
em seu confronto com o outro passa por uma verdadeira crise de 
personalidade, caracterizada pelas mudanças nas suas relações com o seu 
entorno e pelo aparecimento de novas aptidões. Já Piaget menciona que as 
etapas de desenvolvimento das crianças são de extrema valia para o 
entendimento da atividade lúdica e seus efeitos na infância, (WALLON, 1953) 
a) Desenvolvimento Intelectual 
• A aprendizagem faz-se, sobretudo através dos sentidos; 
• Vocaliza espontaneamente; 
• A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta; 
• Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, 
"mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam; 
No período seguinte, que vai até os 2 anos de idade, a criança encontra-se no 
estágio sensório-motor e projetivo, voltando-se para a exploração do mundo 
físico.Gradualmente, com a aquisição da marcha e da linguagem, a criança 
apresenta modificações no seu padrão de interação com o mundo. 
Os estágios do desenvolvimento propostos por Wallon; têm início na vida 
intra-uterina, caracterizada por uma simbiose orgânica. Após o nascimento, 
apresenta-se o estágio impulsivo- emocional no qual prevalece a emoção, 
caracterizado como o período da simbiose afetiva. Nesse sentido, 
considerando a idade compreendida na educação infantil, ressaltam-se as 
características desse momento do desenvolvimento da criança como forma 
de oferecer subsídios para a atuação do educador escolar nesse contexto, 
(WALLON, 1934) 
Parte-se do princípio da necessidade de que a escola e todos aqueles 
envolvidos com a educação infantil tenham consciência de que suas ações 
têm conseqüências não só no momento atual do desenvolvimento da criança, 
como também nos posteriores. Para Mahoney, é nesse momento que a 
criança está mais propensa à formação de complexos, ou seja, atitudes que 
podem marcar de forma prolongada seu comportamento em relação ao meio, 
(MAHONEY 2002). 
De acordo com Wallon; é nesse estágio, na escola, que a criança diferencia-
se dos outros e descobri sua autonomia e sua originalidade. O estágio do 
personalismo divide-se em três períodos distintos, todos com o objetivo de 
tornar o eu mais independente e diversificado. Durante esse estágio, o grupo 
permitirá à criança diferenciar-se dos outros e descobrir sua autonomia e sua 
originalidade, (WALLON, 1953) 
O estágio do personalismo divide-se em três períodos distintos, todos com o 
objetivo de tornar o eu mais independente e diversificado. São eles: período 
da negação, idade da graça e período da imitação. 
No primeiro período da negação: 
  Surge na criança a necessidade de se auto-afirmar, de impor sua 
visão pessoal e lutar para fazer prevalecer sua opinião. 
No segundo período idade da graça: 
 Se da, por volta dos quatro anos de idade, a criança desenvolve 
maneiras de ser admirada e chamar a atenção para si através da 
sedução, com uma necessidade de agradar cujo objetivo é obter a 
aprovação dos demais. A criança passa a se considerar em função da 
admiração que acredita poder despertar nas pessoas. Ressalta-se a 
importância da oferta de oportunidades de expressão espontânea da 
criança, através de atividades como a música, a dança, artes, etc. 
No terceiro período, o da imitação: 
 A criança conta com 5 anos, é a idade marcado por uma 
reaproximação ao outro, manifestada pelo gosto por imitar, que possui 
um papel essencial na assimilação do mundo exterior. 
Para Galvão; exercitar na criança as habilidades de representação do seu 
meio, ou seja, através do faz-de-conta ou do uso da linguagem, contribui para 
que ela adquira uma precisão maior na expressão de seu eu. 
A partir dessas considerações, verifica-se que a educação infantil possui um 
papel importantíssimo na formação da personalidade da criança, visto que 
permite a sua adaptação à vivência em comunidade, em grupos que vão além 
dos limites familiares, e contribui para a formação do eu psíquico, (GALVÃO, 
1992). 
De acordo com Wallon; a escola pode estimular o desenvolvimento de valores 
saudáveis nas interações, tais como a cooperação, a solidariedade, o 
companheirismo e o coletivismo. As atividades em grupo devem alternar-se 
com atividades individuais fazendo assim uso das alternâncias comuns nesse 
estágio para promover o desenvolvimento de mais recursos de personalidade, 
(WALLON, 1937). 
 
CAPITULO III 
3. DESENVOLVIMENTO SOCIAL 
VER 
A criança desde o inicio de sua vida está em constante e profunda 
transformação. Inicialmente as respostas das crianças são dominadas por 
processos naturais e é através dos adultos que os processos psicológicos 
mais complexos tomam formam. Dessa forma, a aprendizagem da criança 
inicia-se muito antes de sua entrada na escola, isto porque, ela já está 
exposta desde o primeiro dia de vida aos elementos do seu sistema cultural, e 
à presença do outro se torna indispensável para a mediação entre ela e a 
cultura, (DANTAS, 1990). 
O ser humano nasce e se desenvolve primeiramente pelo auxilio de suas 
respostas inatas, como por exemplo, o ato de mamar para saciar a fome. 
Com o passar do tempo ele adquire habilidades que lhe possibilitarão o 
convívio dentro de uma sociedade. Diante da realidade de uma sociedade 
contemporânea é muito comum a inserção da criança, ainda em sua fase 
bebê dentro do ambiente escolar, decorrente do fato dos pais trabalharem o 
dia todo para a sustentação de sua família. Hoje a sociedade possui um 
modelo não mais conservador de estrutura familiar onde a mãe ficava em 
casa para cuidar de seus filhos e o pai era o núcleo do sustento família. 
(VYGOTSKY, 1996) 
A escola surgirá, então, como lugar privilegiado para o desenvolvimento do 
organismo e a aquisição das capacidades superiores que caracterizam o 
psiquismo humano, pois é o espaço em que o contato com a cultura é feito de 
forma sistemática, intencional e planejada. Dentro desse processo de 
escolarização, outros leques de relações sociais se abrirão, é um momento de 
ruptura, onde uma parcial independência dos pais acontece e é nesse 
momento que a escola constituirá a experiência central desta parte da vida e 
é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo e sócio-emocional da 
criança, (BOOK, 1996). 
O contexto escolar vai proporcionar á criança o contato com a diversidade 
através da interação com as outras crianças e da aprendizagem de novos 
conhecimentos que as preparam para se relacionar com o mundo real.É 
nesse universo que é preciso compreender a importância do desenvolvimento 
humano e perceber que a criança não é um adulto em miniatura e que essas 
possuem características próprias de sua idade, ou seja, existem formas de 
perceber, compreender e se comportar diante do mundo que nas palavras de 
Piaget quer dizer que existeuma assimilação progressiva do meio ambiente, 
que implica acomodação das estruturas mentais a este novo dado do mundo 
exterio, (BOOK, 1996). 
Essas características são relevantes no momento de planejamento do que 
ensinar e como ensinar, pois não podemos igualar uma mesma idade à outra, 
por mínimo que seja a diferença entre elas, existem um nível de 
desenvolvimento das estruturas mentais para ambas; e considerar ainda de 
que em cada criança existe um mundo diferente. Pois, o desenvolvimento do 
individuo não se faz somente no ambiente escolar, existem a interação de 
vários fatores, como a hereditariedade, crescimento orgânico, maturação 
neurofisiológica e o meio social, (VYGOTSKY, 1996) 
O desenvolvimento humano deve ser entendido como uma globalidade, mas, 
para efeito de estudo, tem sido abordado a partir do aspecto físico-motor, 
aspecto intelectual, aspecto afetivo-emocional e o aspecto social. Para 
Bruner; as teorias do desenvolvimento humano parte do pressuposto de os 
quatro aspectos são indissociáveis, mas elas podem enfatizar aspectos 
diferentes, isto é estudar o desenvolvimento global a partir da ênfase em um 
dos aspectos quanto ao desenvolvimento intelectual, (BRUNER, 1989). 
Piaget; divide os períodos do desenvolvimento de acordo com o aparecimento 
de novas qualidades do pensamento, o que por sua vez, interfere no 
desenvolvimento global onde cada período é caracterizado por aquilo que de 
melhor o individuo consegue fazer nessas faixas etárias, (PIAGET, 1967). 
Piaget relata que a evolução cognitiva leva à percepção da existência de 
outras pessoas e à colocação de si próprio como um indivíduo entre os 
demais. Assim, para Piaget, o objetivo do desenvolvimento é a socialização 
do pensamento, sendo a interação com outras pessoas de importância 
fundamental na construção do conhecimento e constituindo-se numa de suas 
forças motivadoras, (PIAGET, 1967). 
A teoria cognitiva foi construída por Piaget partindo do princípio que existe 
certa continuidade entre os processos biológicos de morfogênese e 
adaptação ao meio e a inteligência. 
Com efeito, a vida é uma criação continua de formas cada vez mais 
complexas e um equilíbrio progressivo entre essas formas e o meio. 
Dizer que a inteligência é um caso particular de adaptação biológica 
é, pois supor que ela é essencialmente uma organização e que sua 
função é estruturar o universo como o organismo estrutura o meio 
imediato (PIAGET, 1991:10). 
Esta citação tem significado a partir da estrutura anatômica e morfológica que 
passa pelos sistemas de reflexos levando aos hábitos e associações 
adquiridos que dão origem a inteligência prática ou sensória motora e a 
inteligência refletida, (PIAGET, 1991). 
Já Bruner; por sua vez explica que cada cultura gera a sua própria psicologia 
popular, e esta seria o instrumento que iniciaria as crianças na compreensão 
de seu mundo social. A cultura emerge do senso comum das pessoas ao 
explicar os acontecimentos do dia-a-dia, passando de uma geração para 
outra. Para este autor, a inteligência é em grande medida, a interiorização de 
instrumentos proporcionados por uma cultura dada, (BRUNER, 1990). 
Todos os indivíduos passam por essas fases ou períodos, nessa sequência, 
porém o inicio e o término de cada uma delas depende das características 
biológicas do individuo e dos fatores educacionais, sociais. Portanto a divisão 
nessa faixa etária é uma referencia que pode variar de individuo para 
individuo. 
 
CAPÍTULO IV 
4. DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM 
Ao nascer, a criança não entende o que lhe é dito. Somente aos poucos 
começa a atribuir um sentido ao que escuta. Do mesmo modo acontece com 
a produção da linguagem falada. O entendimento e a produção da linguagem 
falada evoluem. Existem diferentes tipos de linguagem: a corporal, a falada, a 
escrita e a gráfica. Para se comunicar a criança utiliza tanto a linguagem 
corporal (mímica, gestos, etc.) como a linguagem falada. Lógico que ela ainda 
não fala, mas já produz linguagem. 
Steven Pinker; em seu livro chamado "o instinto da linguagem: como a mente 
cria a linguagem", explica tudo sobre a linguagem como funciona como as 
crianças aprendem como ela muda como o cérebro a computa, como ela 
evoluiu, (PINKER, 1954). 
Com o uso de exemplos cotidianos, Pinker diz que: 
Linguagem é um instinto humano instalado em nosso cérebro, ou 
seja, existe um dispositivo que é ativado na mente quando a criança 
alcança certa idade, por isso lembramos apenas de certo momento 
de nossa infância, (PINKER, 1954). 
Para Farias; a manifestação da linguagem ocasiona modificações importantes 
nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, já que ela possibilita as 
interações humanas e fornece, principalmente, a capacidade de trabalhar com 
representações para atribuir significados à realidade. Tanto é assim, que a 
aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é 
atribuída, em grande parte, às possibilidades de contatos interindividuais 
fornecidos pela linguagem, e é aqui o papel fundamental da escola com a 
inserção de atividades lúdicas no contexto escolar, ampliando o leque de 
possibilidades do desenvolvimento global do individuo, (FARIAS 2003). 
Segundo Book; embora o alcance do pensamento apresente transformações 
importantes, ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a 
criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência 
de esquemas conceituais e da lógica. O desenvolvimento da linguagem se 
divide em dois estádios: pré– lingüístico, quando o bebê usa de modo 
comunicativo os sons, sem palavras ou gramática; e o lingüístico, quando usa 
palavras. No estádio pré – lingüístico a criança, de princípio, usa o choro para 
se comunicar, podendo ser rica em expressão emocional. Logo ao nascer 
este choro ainda é indiferenciado, porque nem a mãe sabe o que ele significa, 
mas aos poucos começa a ficar cheio de significados e é possível, pelo 
menos para a mãe, saber se o bebê está chorando de fome, de cólica, por 
estar se sentindo desconfortável, por querer colo etc, (BOOK, 1996). 
Segundo Del Ré; o balbucio ocorre de repente, por volta dos 6-10 meses, e 
caracteriza – se pela produção e repetição de sons de consoantes e vogais 
como “ma – ma – ma – ma”, que muitas vezes é confundido com a primeira 
palavra do bebê. No desenvolvimento da linguagem, os bebês começam 
imitando casualmente os sons que ouvem, através da ecolalia. Por exemplo: 
os bebês repetem repetidas vezes os sons como o “da – da – da”, ou “ma –
ma – ma – ma”. Por isso as crianças que tem problema de audição, não 
evoluem para além do balbucio, já que não são capazes de escutar, (DEL RÉ 
(2006). 
Sampaio; cita que por volta dos 10 meses, os bebês imitam deliberadamente 
os sons que ouvem, deixando clara a importância da estimulação externa 
para o desenvolvimento da linguagem. Ao final do primeiro ano, o bebê já tem 
certa noção de comunicação, uma idéia de referência e um conjunto de sinais 
para se comunicar com aqueles que cuidam dele. O estádio lingüístico está 
pronto para se estabelecer. Sendo assim, contando com a maturação do 
aparelho fonador da criança e da sua aprendizagem anterior, ela inicia a dizer 
suas primeiras palavras, (SAMPAIO, 2003). 
Para Sciar-Cabral; a fala lingüística se inicia geralmente no final do segundo 
ano, quando a criança pronuncia a mesma combinação de sons para se 
referir a uma pessoa, um objeto, um animal ou um acontecimento. Por 
exemplo, se a criança disser apo quando vir a água na mamadeira, no copo, 
na torneira, no banheiro etc., pode afirmar que ela já esta falando por meio de 
palavras. Espera – se que aos 18 meses a criança já tenha um vocabulário de 
aproximadamente 50 palavras, no entanto ainda apresenta características da 
fala pré – lingüística e não revela frustração se não forcompreendida, 
(SCIAR-CABRAL, 1991). 
Segundo Piaget; é na fase inicial da fala lingüística a criança costuma dizer 
uma única palavra, atribuindo a ela, no entanto o valor de frase. Por exemplo, 
diz ua, apontando para porta de casa, expressando um pensamento 
completo; eu quero ir pra rua. Essas palavras com valor de frases são 
chamadas holófrases. A partir daqui acontece uma “explosão de nomes”, e o 
vocabulário cresce muito. Aos 2 anos espera – se que as crianças sejam 
capazes de utilizar um vocabulário de mais de cem palavras. Entre os 2 e 3 
anos as crianças começam a adquirir os primeiros fundamentos de sintaxe, 
começando assim a se preocupar com as regras gramaticais. Usam, para 
tanto, o que chamamos de super – regularização, que é uma aplicação das 
regras gramaticais a todos os casos, sem considerar as exceções. É por isso 
que a criança quer comprar “pães”, traze – los nas “mães”. Aos 6 anos a 
criança fala utilizando frases longas,tentando utilizar corretamente as normas 
gramaticais, (PIAGET,1971). 
Chomsky; é defensor da idéia de que a estrutura da linguagem é, em grande 
parte, especificada biologicamente (nativista). Skinner; afirma que a 
linguagem é aprendida inteiramente por meio de experiência (empirista). 
Piaget; consegue chegar mais perto de uma compreensão do 
desenvolvimento da linguagem que atenda melhor a realidade observada. 
Segundo ele tanto o biológico quanto as interações com o mundo social são 
importantes para o desenvolvimento da linguagem (interacionista), 
(CHOMSKY, 1998), (SKINNER, 1954) e (PIAGET, 1971). 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Considera-se que o desenvolvimento da criança é um fator relevante em 
todos os aspectos, pois é preciso que se tenha um desenvolvimento na 
integra, ou seja, social, psicológico, por isso é fundamental que se possa 
oferecer condições a criança de ter um desenvolvimento sócio-afetivo 
adequado e desenvolver também a sua capacidade de aprendizagem 
respeitando os limites de cada idade. 
A criança desde que nasce desenvolve-se de forma relevante e dinâmica, o 
desenvolvimento físico corresponde a sua maneira de crescer com fatores 
genético e biológicos interferindo nesse processo. Já o desenvolvimento 
social e afetivo é outro fator relevante que deve ser levado em consideração 
em especial no processo de aprendizagem. 
É verídico que a personalidade da criança é única e sua construção se dá nos 
primeiros anos de vida. A base deste desenvolvimento dará estruturação à 
infância, adolescência, juventude e vida adulta. Por este motivo, é tão 
importante o cuidado das crianças em seu desenvolvimento emocional 
saudável. 
Conhecer o mundo e sentir-se seguro é fundamental para o indivíduo que 
acabou de sofrer o trauma do nascimento e entrou no mundo real. Nesta fase, 
o mais importante é o estabelecimento do vínculo mãe-filho para que o bebê 
se sinta seguro e parta para a sua aventura de descobrir o mundo. 
Pensar na importância da educação na formação de indivíduos críticos, 
atuantes e conscientes é pensar também em alternativas que valorizem a 
realidade educacional dos aprendizes, criando ambientes dinâmicos e 
estimuladores que favoreçam mais, a efetivação da aprendizagem, de modo 
que possam interferir e transformá-la em um espaço com vista ao bem 
comum e principalmente a prática da cidadania, portanto, a prática 
educacional na formação dos indivíduos deve configurar numa proposta 
aberta, dinâmicas, flexíveis, refletidas num projeto político pedagógico 
calçado como objeto de norteamento, reflexão e análise por toda comunidade 
escolar. 
Vê-se o quanto o educador tem responsabilidade na formação da 
personalidade da criança. Sendo assim, a personalidade do educador pode 
influenciar na personalidade da criança. E para que esta influência seja 
saudável é necessário que o educador esteja preparado para o exercício 
desta profissão, uma vez que, passarão valores pessoais a criança, que o 
imitará como procedimento natural dessa fase. É fundamental que o educador 
tenha valores bem definidos para servirem de exemplos aos alunos. Diga-se 
que a formação de indivíduos críticos e atuantes, exige das escolas um novo 
modo de envolvimento do educando na produção do seu próprio 
conhecimento, baseado agora num olhar maior sobre a democratização e o 
processo de socialização de saberes que conseqüentemente tende a levá-lo a 
autonomia. 
É preciso interagir com o ambiente social para que tenha uma visão de 
mundo mais ampliada e melhorada, sem para tanto que seja desconsiderado 
o conhecimento que a criança já traz para escola. 
Por isso, a escola deve ser um ambiente estimulador e dinâmico para a 
aprendizagem dos educandos, somente assim e pode ter uma educação de 
qualidade e transformadora para todos. 
Ao findar é importante ressaltar o quanto os estudos contribuíram para 
percepção das diferentes fases do desenvolvimento infantil. São dignas de 
nota as idéias de todos os autores que estão referenciados neste trabalho. 
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