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Relatorio final do estágio Psicologia Escolar

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102
S. Sandri, J. Stolfi, L.Velho
	
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA
CURSO DE PSICOLOGIA
ANDERSON NASCIMENTO DOS SANTOS
ANDREIA LOPES MARTINS
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
PSICOLOGIA ESCOLAR
goiânia
2015
ANDERSON NASCIMENTO DOS SANTOS
ANDREIA LOPES Martins
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
PSICOLOGIA ESCOLAR
Trabalho apresentado como registro parcial como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina estágio supervisionado I, no curso de Psicologia na Universidade Salgado de Oliveira, campus – Goiânia 
Orientadora: Profa. Valeria Barros Costa
Goiânia
2015
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, por ter nos permitido concluir essa etapa do primeiro Estagio Supervisionado, agradecemos também a diretora por disponibilizar o campo de estágio, e a nossa Orientadora Profa. Valeria Barros Costa pelo suporte acadêmico. 
“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”.
Immanuel Kant
Resumo:
O presente trabalho, requisito do estágio Supervisionado I, foi dado à continuidade do projeto de orientação profissional, com o objetivo de fazer um levantamento de interesse profissional dos alunos, usando como instrumento psicológico o LIP (Levantamento de Interesse Profissional). Consta também no trabalho informações sobre o campo escolar como: estrutura, docentes, administração, etc... Todas as atividades desenvolvidas no decorrer do estágio foram monitoradas por nossa supervisora acadêmica Valeria Barros Costa, que sempre proporcionou ampla discussão para novas ideias e soluções. O estágio teve como objetivo adquirir maior conhecimento sobre a atuação do psicólogo no contexto escolar e promover a união entre o conhecimento teórico e as práticas de elaboração e campo proporcionado uma melhor formação acadêmica.
Palavras-chave: psicologia escolar, LIP, alunos
APRESENTAÇÃO DO CAMPO
O Colégio Estadual Professor José Lopes Rodrigues, localizado á Rua 136 S/N Jardim Tropical em Aparecida de Goiânia, Goiás, criado em 15 de março de 1991, lei n°11.427/91 obteve autorização a ministrar o ensino fundamental de 1° a 8° série e o ensino médio não profissionalizante, a partir de 1995 conforme resolução CEE n°526/25.
A Estrutura organizacional é composta pela direção geral, vice-direção e secretária, e a coordenação pedagógica é composta por três coordenadores distribuídos pelos turnos matutino, vespertino e noturno. A equipe técnica, administrativa é composta por um coordenador, três auxiliares de merenda, um porteiro, dois zeladores e um executor administrativo. No Colégio tem em média 1400 alunos e 24 professores distribuídos entre os turnos. No turno matutino funciona apenas o Ensino Médio, distribuídos da seguinte forma: 4 salas de 1º ano , 4 salas de 2º ano e 3 salas de 3º ano, sendo no turno Vespertino funciona o Ensino Fundamental, 1º e 2º ano do Ensino Médio, distribuídos da seguinte forma: 2 salas de 6º ano , 2 salas de 7º ano , 2 salas de 8º ano, 2 salas de 9º ano , 2 salas de 1º ano do Ensino Médio e 1 sala do 2º ano do Ensino Médio. São 14 docentes no turno Vespertino, 11 deles ministram aula no Ensino Fundamental e Ensino Médio e três deles, apenas no Ensino Médio. Dentre os docentes do turno Vespertino, apenas sete ministram aula em outro turno. No turno Noturno funciona apenas Ensino Médio, distribuídos da seguinte forma: 3 salas de 1º ano , 2 salas de 2º ano e 3 salas de 3º ano.
O Prédio Escolar dispõe de 11 (onze) salas de aula, 01 (uma) sala de direção, 01(uma) sala de secretaria, 01 (uma) sala de professores, 01 (uma) sala de coordenação pedagógica, 01(uma) sala para laboratório de informática, 01(uma) biblioteca, 02 (dois) banheiros para funcionários, 02 (dois) banheiros para alunos (Masculino e Feminino) com 03 (três) divisórias cada, 02 (dois) banheiros para alunos com necessidades especiais (Masculino e Feminino), 01 (uma) sala para depósito da merenda, 01 (uma) cozinha e 01(uma) quadra.
José Lopes Rodrigues foi professor, poeta, advogado, intelectual de grandes recursos de grandes vibrações pela vida. Foi com muita justiça, escolhido patrono do Colégio Estadual José Lopes Rodrigues. Administrado pela professora Marcilene Aparecida David Rodrigues, jurisdicionado a Subsecretaria Regional de Educação de Aparecida de Goiânia, e os atos pedagógicos praticados por esta unidade, no período de 1999 até 21 de Dezembro de 2006, em consonância com a legislação educacional, foram validados pelo Conselho Estadual de Educação através da Resolução CEE/CEB nº 913/2006 que também reconheceu o Ensino Fundamental de 1º ao 9º ano e Ensino Médio até 31 de dezembro de 2008, prorrogado o reconhecimento conforme Resolução do CEE/CEB nº 431 de 30 de junho de 2011. O Regimento Escolar foi devidamente aprovado pela Secretaria da Educação em 17 de Junho de 2003, conforme portaria nº 5953/03 e atendendo às Resoluções nº 194/05 do CEE; CEE/CP nº 04/2008; CEE/CP nº 03/2009, e Voto 407/2011 da Câmara De Educação Básica de17/06/2011 CEE/CP nº 05/2009, o mesmo foi adequado e aprovado pela comunidade escolar em 17 de junho de 2011. Desde 1999, o Diretor da escola é eleito pela comunidade através do voto secreto para um mandato de 02 (dois) anos.
Seus objetivos e princípios na política educacional do Colégio Estadual Professor José Lopes Rodrigues procurará nortear se pelo princípio da democratização do processo de ensino/aprendizagem, pautando se no resgate dos valores da educação pública, no que tange à comunidade escolar como um todo (alunos, pais, entidades privadas, funcionários administrativos e professores desta instituição de ensino) no cumprimento do dever do Estado e do direito do cidadão, sempre voltado para a universalização do ensino de qualidade e valorização de todos os professores da educação, procurando atingir suas metas a partir de quatro diretrizes básicas: 
“Gestão Democrática, Qualidade de Ensino, Valorização e capacitação do profissional da Educação, Acesso e permanência do aluno na escola, Participação ativa da comunidade.”
O Projeto Político Pedagógico (ppp) do Colégio Estadual Professor José Lopes Rodrigues, além de ser uma exigência legal, expressa na lei de diretrizes e bases da Educação Nacional, lei N°9.394, de 20 de dezembro de 1996, permite a revelação da Identidade da Instituição, de suas concepções e de seus sonhos. Além disso, define a natureza e o papel sócio educativo, cultural, político e ambiental da escola, bem como sua organização e gestão curricular para subsidiar e o seu regimento escolar. O objetivo do Ensino Fundamental é proporcionar ao aluno condições para compreender a cidadania, exercício de direitos e deveres políticos, conhecimento fundamental do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais, conhecimento do próprio corpo, utilizar diferentes linguagens, fontes de informação e recursos tecnológicos. O objetivo do Ensino Médio Regular é propor ao aluno a formação geral em oposição à formação específica; o desenvolvimento da capacidade de pesquisa, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; capacidade de aprender, criar, formular ao invés do simples exercício de memorização.
INTRODUÇÃO
O Estágio Supervisionado do curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira de acordo com o projeto pedagógico do curso constitui como um “conjunto de atividades supervisionadas, de cunho profissionalizante, que legalmente o aluno deve cumprir para complementar seu currículo acadêmico”. (MANUAL DO ESTAGIÁRIO, 2015, p1). 
Ainda no âmbito pedagógico da disciplina, objetivo do Estágio Supervisionado é:
Assegurar o contato dos alunos com situações, contextos e instituições, permitindo ao aluno visualizar a diversidade de propostas de trabalho no campo da Psicologia, promover a integração entre os alunos e outros profissionaisem diferentes campos de atuação do psicólogo, em situação real, os ensinamentos adquiridos em sala de aula, capacitar os estagiários em observação participante para produzirem relatos de trabalho e reuniões, sendo incentivados a desenvolver suas capacidades analíticas e de autorreflexão para a produção de conhecimento.  (MANUAL DO ESTAGIÁRIO, 2015, p. 7, 8, 9)
As normas de Estágio Supervisionado têm por ordenamentos legais a LEI 4.119 DE 28 DE AGOSTO DE 1962, que dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de Psicólogo; O DECRETO 53.464 DE 21 DE JANEIRO DE 1964, que regulamenta esta lei. De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), em Maio de 2004, assim como a LEI FEDERAL 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008 Art. 1º
Estágio é ato educativo supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (apud MANUAL DO ESTAGIÁRIO, 2015).
Ao abordamos acerca da instituição escolar, devemos compreender mais sobre o que é uma instituição e qual o papel atribuído a ela. Saviani (2005) propõe que a “instituição” deriva do latim institutioonis, a “instituição” guarda a ideia comum de algo que não estava dado e que é criado, posto, organizado, constituído pelo homem. Mas essa é ainda uma ideia muito geral, pois as coisas que o homem cria e são muitas e dos mais diferentes tipos e nem todas podem ser consideradas como instituição. Assim, além de ser criada pelo homem, a instituição se apresenta.
Assim, além de ser criada pelo homem, a instituição se apresenta como uma estrutura material que é constituída para atender a determinada necessidade humana, mas não qualquer necessidade. Trata-se de necessidade de caráter permanente. Por isso a instituição é criada para permanecer (SAVIANI, 2005, p. 28).
Ao dizermos que as instituições são criadas a partir de necessidades humanas, ou seja, para atender algumas especificidades humanas, isto significa (...) “que elas não se constituem como algo pronto e acabado que, uma vez produzido, se manifesta como um objeto que subsiste à ação da qual resultou, mesmo após já concluída e extinta a atividade que o gerou” (SAVANI, 2005, p.28). Vale ressaltar que as instituições surgem para satisfazer necessidades humanas, entretanto, isto não significa que toda e qualquer necessidade humana exige a existência de alguma instituição para ser atendida. 
Ainda acerca da instituição, surge a psicologia institucional termo cunhado por Bleger (1984), psiquiatra argentino de orientação psicanalítica inglesa, que (...) “buscou aliar psicanálise e marxismo para pensar a atuação do profissional em psicologia, para além das práticas terapêuticas e consultorias” (BLEGER, 1984, p.31). 
Para Bleger (1984) toda instituição tem seus objetivos específicos e a sua própria organização, com a qual tende a satisfazer ditos objetos, ambos (fins e meios) têm que ser perfeitamente conhecidos pelo ou pelos psicólogos, como ponto de partida para decidir seu ingresso como profissional na instituição. Na psicologia institucional, interessa-nos a instituição como totalidade para isso, o psicólogo deduz sua tarefa de seu próprio estudo diagnóstico diferentemente do psicólogo que trabalha em uma instituição. (BLEGER, 1984, p.41)
Ainda na discussão acerca da instituição, a escola consiste em uma instituição com o objetivo de ensinar, ou seja, de satisfazer uma necessidade humana , quando consideramos a instituição educativa, isto é, quando tomamos a educação na sua especificidade, como ação propriamente pedagógica, cuja forma mais conspícua se expressa na escola, observamos que esse destacar-se da atividade educativa em relação aos demais tipos de atividade não implica necessariamente que as instituições propriamente educativas passem a deter o monopólio do exercício do trabalho pedagógico secundário. 
Segundo Martins (1996):
A Psicologia Escolar, por sua vez, na medida em que nasceu com as mãos dadas com a Psicometria, desenvolveu um conjunto de atividades onde se destacam a avaliação da prontidão, organização de classes e diagnósticos e encaminhamentos de crianças com "distúrbios de aprendizagem" (MARTINS, 1996, p. 266).
Para Andaló (1984) a inserção dos psicólogos na área da educação foi fortemente influenciada por essas práticas e teorias, impregnada pelas ideias do chamado “modelo clínico” para Martins (1996) a escola, por sua vez, reflete e reproduz as situações sociais que caracterizam tal modelo de sociedade (apud MARTINS, 1996, p. 266).
Desta forma, a discussão acerca do trabalho dos psicólogos escolares deve passar - necessariamente por uma compreensão dos fatores que possibilitaram a emergência das representações a respeito de seu trabalho - seja no contexto escolar, seja no contexto social em que está inserido. (MARTINS, 1996, p. 267).
Quando falamos sobre a definição/conceito de Psicologia escolar, Martinez (2003) nos permite conceituar essa Psicologia como:
Um campo de atuação do psicólogo (e eventualmente de produção científica) caracterizado pela utilização da Psicologia no contexto escolar, com o objetivo de contribuir para otimizar o processo educativo, entendido este como complexo processo de transmissão cultural e de espaço de desenvolvimento da subjetividade (apud MARTINEZ, 2010, p. 107).
No contexto escolar Classificam-se as formas de atuação do psicólogo na escola em dois grupos: “tradicionais” e “emergentes”. Às formas de atuação tradicionais se encaixam na avaliação, diagnóstico, atendimento e encaminhamento de alunos com dificuldades escolares, orientação a alunos e pais, orientação profissional. Nas formas de atuação emergentes estão a participação na construção, no acompanhamento e na avaliação, da proposta pedagógica da escola, Coordenação de disciplinas e de oficinas direcionadas ao desenvolvimento integral dos alunos.
Martinez (2003) fala que é importante salientar que ambas as formas de atuação, as “tradicionais” – aquelas que podem ser consideradas com uma história relativamente consolidada – e as “emergentes” – as que apresentam configuração relativamente recente –, coexistem e guardam entre si inter-relações e interdependências diversas.
A metodologia usada no contexto escolar pelos psicólogos é a de observação participante, cujo enfoque é de estabelecer uma adequada participação dos pesquisadores dentro dos grupos observados. Martins (1996) acrescenta ainda que um dos pressupostos da observação participante é o de que a convivência do investigador com a pessoa ou grupo estudado cria condições privilegiadas para que o processo de observação seja conduzido e dê acesso a uma compreensão que de outro modo não seria alcançável.
A intervenção do psicólogo, sob a perspectiva da observação participante, na medida em que tem como objeto o cotidiano escolar e as representações sociais que ali emergem, não deve se estruturar exclusivamente nas relações formais que se organizam dentro do contexto escolar (reuniões, encontros no gabinete com alunos e professores, etc...) (MARTINS, 1996, p. 272).
Ainda sobre a metodologia usada pelos os psicólogos escolares Rojas e Prati (S/D) em sua pesquisa sobre o faz do psicólogo escolar, sustentam a pesquisa na Fenomenologia, que permiti atribuir significado ou interpretar, para elas isso vai depender da percepção do pesquisador e da sua habilidade de adentrar no círculo hermenêutico. Apesar de em Fenomenologia os fenômenos não serem explicados, acreditamos que algumas hipóteses podem ser formuladas quanto à presença desse tipo de atuação no interior das escolas (ROJAS & PRATI, S/D, p. 4).
Na mesma direção encontra-se a ação de conversar com o professor acerca de sua conduta profissional. Todas essas ações revelam que é esperado do psicólogo escolar que ele saiba orientar o professor em sua prática.O que corrobora o dizer de Souza (2004):
Em tudo se encontra o valor das contribuições da Psicologia para a tarefa do professor, pois ela faculta-lhe uma compreensão maior e plena da possibilidade de melhor poder instrumentalizar-se e desta forma achegar e relacionar-se com os alunos, para conseguir desenvolver um trabalho que deixe evidente sua boa qualidade e facilidade de superação dos obstáculos que o permeiam. (SOUZA, 2004, P.28)
Rojas e Prati acredita que há uma grande variedade de ações desenvolvidas pelos psicólogos escolares que visam atender às demandas específicas de cada instituição onde atuam, dessa forma, podemos dizer que a identidade profissional do psicólogo escolar está além dos modelos clínico e/ou educacional.
DESENVOLVIMENTO
Atividade I: Escolha do projeto, divisão das equipes e Planejamento da execução do projeto.
Para o desenvolvimento do estágio, foram apresentados os projetos que já haviam sido desenvolvidos pelos alunos do semestre anterior, e a partir da apresentação dos projetos, a primeira atividade que nos foi dada nesse dia, era a de ter que definir o assunto a partir do projeto escolhido para desenvolver as atividades, assim planejar e fundamentar o modo que desenvolveríamos essas atividades. Até o momento estávamos em dupla, mas devido a quantidade de turmas fomos separados por equipes, cada uma com 4 (quatro) alunos (as), para proporcionar uma observação participação com êxito, e o trabalho em equipe. Quando falamos em trabalho em equipe, logo nos lembramos das formigas e dos gafanhotos, seres tão pequenos, mas que dão um grande exemplo de união, força e autogerenciamento. 
Após a distribuição dos projetos, a segunda tarefa do dia foi fazer o planejamento para a execução desse projeto. Uma de nossas preocupações no desenvolvimento do estágio foi a de estabelecer ligações entre a teoria e a prática, fundamentando-nos continuamente. No decorrer das observações, nos preocupamos em destacar temáticas que pudessem propiciar uma revisão de literatura, de forma a ampliar nosso conhecimento e também a adquirir consciência de sua importância para a aprendizagem.
Decidimos trabalhar e desenvolver atividades com as turmas do 3° ano. Para que pudéssemos ter acesso às informações de dados quantitativos acerca dessas turmas para planejar a execução do projeto contou com a ajuda da Vice-diretora Leila. Os dados recolhidos e o planejamento final seguem na tabela abaixo:
Tabela 1: Quantidade de turmas e alunos
	Ano / Turmas
	Quantidade de Alunos
	3° ano A
	48 alunos
	3° ano B
	45 alunos
	3 ° ano C
	48 alunos
	Total 
	141 alunos 
Tabela 2: Inventários e Teste
	Inventários e Teste
	Inteligências Múltiplas
	LIP (Levantamento de Interesses Profissional)
	EMEP (Escala de Maturidade de Escolha Profissional)
O ponto focal a ser trabalhado com esses alunos será verificar o interesse nas diversas áreas de atuação profissional e identificar a maturidade desses alunos para essa escolha. Segundo Padoin (2013):
A vivencia do último ano no ensino médio não é uma tarefa fácil para os estudantes do Brasil, pois trata-se de um atarefa de mudanças profundas, provenientes de causas físicas, biológicas e psicológicas requer o amparo de uma sociedade que lhe dê o devido suporte neste momento complexo da vida, que é a escolha de uma profissão ( PADOIN, 2013, p.2 ).
Um dos fatores da desmotivação dos jovens que abandonam o ensino médio, ou os que permanecem, encara um processo difícil permeado de ambivalência, no qual há necessidade de respostas emergenciais. 
 De acordo com Padoin (2013):
As pesquisas mostra que é de extrema urgência reformular o ensino médio, deixa-lo mais atraente e próximo da realidade e necessidades dos diferentes públicos, entretanto vemos que ao invés de aproximar, distancia fazendo com que os alunos não tenha nenhuma perspectiva do seu futuro. Segundo o IBGE, em 2009, dos 10,3 milhões de jovens entre 15 e 17anos, apenas 50,9% estavam no ensino médio. Ou seja: metade não estava, matriculado na etapa de educação básica que deveria frequentar (PADOIN, 2013, p.2).
Segundo Fazenda (1999), "o ensino formal tem sido estruturado e institucionalizado em torno de disciplinas e conteúdos delimitados que acaba por não oferecer respostas ao mundo real das pessoas, o que torna a aprendizagem artificial e desinteressante" (apud PADOIN, 2013, p.2).
Para Melo-silva, Oliveira & Coelho (2002):
O adolescente e seus pais se esforçam para uma ruptura e ao mesmo tempo resistem a ela, é um período de ambivalência dual, tanto em relação aos pais como em relação aos filhos. Trata-se do futuro, da questão da sobrevivência financeira, da definição de um papel a ser desempenhado na sociedade, da definição identidade pessoal e profissional (MELO-SILVA, OLIVEIRA & COELHO, 2002, p.45).
O adolescente está em um processo de transformação se vê em um mundo complexo, onde ele se pega precisando definir seu futuro, levando-o a uma reflexão de que agora tem responsabilidades, cumprir certas tarefas de desenvolvimento, entre elas aumentar a autorregularão (autocontrole), conseguir independência emocional dos pais e das figuras de autoridade. Segundo Melo-silva, Oliveira & Coelho (2002, p.45), "cumprir com as tarefas de desenvolvimento vocacional e busca equilibrarem-se ganhos e perdas como consequências de suas decisões ocupacionais, de seu andamento".
2.2. Atividade II: Cronograma para apresentação e execução do projeto para os Professores
Para dar continuidade no desenvolvimento do estagio, a tarefa desse dia era a de apresentar o planejamento das atividades que seriam desenvolvidas como os alunos para a supervisora acadêmica do estágio. Após a apresentação e o feedback da supervisora a segunda tarefa do dia era a de planejar um cronograma para apresentar aos professores na semana seguinte, nesse cronograma deveria conter data do inicio dessas atividades, qual seria as atividades, e o horário da execução dessas atividades. Após a elaboração do cronograma chamamos a diretora Erica para que pudesse combinar um horário para apresentação desse cronograma, e com esses dados em mão elaboramos a seguinte tabela: 
	Data
	Atividades
	Horários 
	12/05
	Apresentação dos projetos aos professores 
	09:30 – 9:50 Andreia Lopes M.
	19/05
	Teste de Inteligências múltiplas 
	07:50 – 8:40 Anderson e Andreia no 3° A e Kelly e Norma no 3°C // 9:45 – 10:40 Todos no 3°B
	26/05
	Aplicação do LIP (Levantamento de Interesse Profissional)
	07:00 – 07:50 Anderson e Andreia no 3°A e Kelly e Norma no 3°B // das 8:40 – 9:45 Toda a equipe no 3°C
	02/06
	Aplicação do EMEP (Escala de Maturidade Escolar Profissional)
	07:50 - 8:40 Anderson e Andreia no 3°B e Kelly e Norma no 3°C // 9:45 – 10:40 Todos no 3° A
	09/06
	Devolutiva dos Inventários 
	07:50 – 8:40 Anderson e Kelly no 3° A e Andreia e Norma no 3°C // 9:45 – 10:40 Todos no 3°B
	16/06
	Execução do CAV
	7:50 – 8:40 Anderson e Andreia no 3° C e Kelly e Norma no 3° A // 09:45 – 10:40 Todos no 3° B
De acordo com Oliveira (S/D), o planejamento é um instrumento que possibilita perceber a realidade, através de um processo de avaliação, baseado em um referencial futuro. Para tanto, ele deve ser elaborado de acordo com o contexto social e os fatores externos do ambiente, contexto social e os fatores externos do ambiente. 
Para Oliveira (S/D):
Quando a instituição está sob a responsabilidade de várias pessoas, aumenta as resistências internas e externas, já que as decisões tomadas por um grupo são mais perspectiva o processo de planejar é baseado no conhecimento da realidade a partir da ação e da reflexão, não havendo espaço para o tradicional, pois é uma tomada coletiva de decisões (OLIVEIRA, 2000, p.1).
Para que pudéssemos levantar dados quantitativos dos interesses dos alunos, e depois analisar se aquela determinada área escolhida condiz com a maturidade do individuo usamos um teste de Inteligências múltiplas, e dois inventários o LIP e o EMEP. 
Segundo Gama (2000):A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Sua insatisfação com a ideia de QI e com visões unitárias de inteligência, que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas ( GAMA, 2000, p.28).
Os serviços psicológicos dedicados à avaliação de carreira possuem dois focos principais, um voltado para a pessoa e outro para o problema (GODOY, et al., 2008, p.75). Com a ajuda dos testes e inventários no que diz a respeito, a avaliação ou levantamento de interesse do sujeito, o mesmo é levado a refletir sobre características pessoais que estejam associadas a profissões (como interesses e habilidades) e, por outro lado, intervir sobre os processos psicológicos que atrapalham a tomada de decisão sobre a carreira, a exemplo da indecisão profissional, ansiedade e outros.
De acordo com Savickas (1999, 2004) uma das modalidades de serviços de carreira é a Orientação Profissional (OP), que tem como principal finalidade auxiliar os indivíduos com dúvidas no que se refere à carreira profissional a avaliar características pessoais, com vistas a realizar escolhas profissionais( apud GODOY et al., 2008, p.75 ).
 O objetivo principal do LIP é de levar o sujeito a conhecer as diferentes áreas profissionais compreendidas como a ciência da medida e da mensuração, trazendo benefícios como a construção de instrumentos de avaliação, além dos interesses, outra informação que pode ser útil no processo de OP são as habilidades cognitivas ou a inteligência. Para Godoy et al. (2008), não se trata, no entanto, de determinar uma profissão a partir da habilidade do sujeito, mas sim de capacitá-lo, por meio do autoconhecimento, a explorar as possibilidades vocacionais e realizar escolhas adequadas à seus interesses, valores e outros componentes importantes para a tomada de decisão. Assim para Almeida & Simões (2004), o objetivo de avaliar a inteligência em OP seria auxiliar o sujeito a analisar seu desempenho cognitivo considerando suas experiências educacionais passadas, suas formas de aprendizagem, motivação para áreas específicas e seus projetos futuros (apud GODOY et al., 2008, p.77).
O termo maturidade é definido por Pieron (1951/1993, p. 331) como “o estado atingido ao termo de um processo de desenvolvimento, de uma maturação”. (apud NEIVA, 2003, p.97)
 De acordo com Neiva (2003, p.97) A EMEP é uma escala multifatorial composta de cinco sub-escalas: Determinação, Responsabilidade, Independência, Autoconhecimento e Conhecimento da Realidade Educativa e Sócia profissional:
“A maturidade para a escolha profissional compreende-se: a) Determinação, que se refere a quanto o jovem está decidido e seguro com relação à escolha profissional; b) Responsabilidade, quando o jovem preocupa-se com a escolha profissional; c) Independência, que se refere a quanto o jovem está processando esta escolha de forma independente, sem deixar-se influenciar por ideias de outras pessoas. d) Autoconhecimento, que se refere a quanto o jovem conhece os aspectos de sua pessoa que são importantes para a escolha profissional. e) Conhecimento da realidade educativa e sócio profissional, que se refere a quanto o jovem conhece sobre as profissões, exigências do mercado de trabalho, instituições educativas [...].” (NEIVA, 2003, p.98).
2.3. Atividade III: Apresentação dos Projetos aos Professores 
Ao elaboramos o cronograma para os respectivos projetos, na semana teríamos que estudar esse cronograma e preparar uma apresentação para os professores, e para essa apresentação elegeríamos uma pessoa por equipe. A escola estava com indicio de greve, por tanto teríamos que está preparado mesmo que todo corpo docente de professores não estivesse presente nesse dia, teríamos que entregar junto a apresentação uma copia do cronograma para esses professores. 
É importante ressaltar a participação dos professores no desenvolvimento dos projetos, podemos dizer que são os nossos principais aliados, apesar de alguns não se disporem e nem demonstrar interesse pelos projetos, podemos ser interpretados como empecilhos no desenvolvimento de suas próprias atividades, em outras palavras, os professores também tem umcronogramade aula e matérias que deveram ser ministrada durante o semestre, e com a nossa chegada eles se sentem ameaçados, de certa forma acaba atrapalhando o conteúdo a ser ministrado. 
Segundo Martins (1997): 
(...) o homem que passa pela vivência com os outros e vai-se consolidar na formação adulta de cada um de nós. A criança e o adulto trazem em si marcas de sua própria história - os aspectos pessoais que passaram por processos internos de transformação -, assim como marcas da história acumulada no tempo dos grupos sociais com quem partilham e vivenciam o mundo. Assim, o indivíduo transforma-se de criança em adulto processando internamente, por meio de seu livre-arbítrio, as diversas visões de mundo com as quais convive. (MARTINS, 1997, p.113)
Quando falamos sobre educação Vigotski é um autor importante na construção de uma psicologia sócio histórico que traz em seu bojo a concepção de que todo Homem se constitui como ser humano pelas relações que estabelece com os outros (MARTINS, 1997, p. 113).
Ao pesquisarmos sobre as interações da sociedade vemos que atualmente no século XXI não há diferença entre a sociedade de décadas atrás, isso por que desde nosso nascimento somos seres socialmente dependentes um do outro entramos em um processo histórico que, de um lado, nos oferece os dados sobre o mundo e visões sobre ele e, de outro lado, permite a construção de uma visão pessoal sobre este mesmo mundo.
Para Martins (1997), quando abordamos sobre a interação social Vigotski fala da importância da linguagem, pois é um dos meios que nós seres humanos temos para interagir com o outro, a linguagem do meio ambiente, que reflete uma forma de perceber o real num dado tempo e espaço, aponta o modo pelo qual a criança apreende as circunstâncias em que vive, cumprindo uma dupla função: de um lado, permite a comunicação, organiza e medeia a conduta; de outro, expressa o pensamento e ressalta a importância reguladora dos fatores culturais existentes nas relações sociais. 
Após essa revisão sobre a importância da interação social e a contribuição de Vygotsky na mesma, em uma conversa com o coordenador Eduardo formos informados que do 1° ano até o 3° ano tem alunos especiais, o que nos levou aaprofundar o nosso arcabouço teórico sobre a inclusão dos mesmo no contexto escolar, onde a maior parte dos alunos não possui necessidade especiais. Pessoas com NEEs (necessidades educacionais especiais) apresentam, normalmente, impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em interação com diversas barreiras, podem restringir sua participação efetiva na escola e na sociedade. (LIDUINA & VICENTE, 2009, p.308)
Acerca desse alunado, Magalhães (2003) esclarece ser composto por:
Alunos com dificuldades de aprendizagem, problemas de comportamento, deficiência física sensorial (cegos, surdos e surdo-cegos), deficiência física não sensorial (paralisia cerebral, por exemplo), deficiência mental, deficiências múltiplas. Somam-se a este grupo os alunos com altas habilidades (superdotação) que necessitam de currículo diferenciado por sua superior capacidade de aprendizagem. (apudLIDUINA & VICENTE, 2009, p.308)
Apesar de esses alunos terem suas limitações isso não os impede de desenvolver seu potencial assegurado por legislação nacional e internacional, podendo colaborar de modo ativo para o progresso artístico e científico de sua nação (LIDUINA & VICENTE, 2009, p. 309). 
A esse respeito, Fernández (1991) considera que:
(...) a deficiência intelectual não implica necessariamente problema de aprendizagem, ainda quepossa ser um condicionante, dependendo de como a família (signifique) o dano intelectual. Aceitando e querendo ao deficiente, permitir-se-á que alcance o máximo de suas possibilidades (portanto, que não some à deficiência um problema de aprendizagem). (apudLIDUINA & VICENTE, 2009, p. 311)
Não sabemos ainda qual a excepcionalidade da aula do 3° ano A, porém isso não é um empecilho para que possamos executar o nosso projeto, até porque não se deve tratar com indiferença uma pessoa só por ter necessidades especiais, pode ser que em certo momento da aplicação dos inventários ela venha a ter certa dificuldade, mas será direcionado um dos integrantes da equipe caso necessário. 
Segundo Welby& Regina (2004):
Pesquisadores da área de interação social têm identificado que estudantes rejeitados socialmente interagem diferentemente, com agressividade, rejeição e ignoram outros alunos, com mais freqüência do que com os estudantes aceitos socialmente. Como resultado, estudantes com deficiências severas têm pouca oportunidade de praticar, refinar e expandir os seus repertórios de competência social, tendo, assim, reduzida a probabilidade de desenvolver amizades. (WELBY & REGINA, 2004, p. 102)
Harris (1995, 1999) fala da importância dos companheiros de brincadeiras na socialização de crianças é de fundamental importância e os estudos feitos nas áreas de Psicologia Social e do Desenvolvimento a têm reforçado. (apudWELBY & REGINA, 2004, p. 102), ainda de acordo com Harris (1995/1999): 
 “(...) o adequado desenvolvimento da personalidade e da aprendizagem da língua dependem, então, da criança ser exposta aos seus companheiros de brincadeiras. Por imitação e por observação, as crianças aprendem não só com seus pais, com a televisão e livros de histórias, mas principalmente em brincadeiras de faz-de-conta, tanto que os modelos preferidos de crianças escolares são outras crianças”. (apudWELBY & REGINA, 2004, p. 102)
E quando falamos de vivencia, envolve todo um processo na qual leva o sujeito a aprendizagem, e para que isso ocorra o individuo precisa passar por alguns estágios, e para apoiar tal afirmativa usaremos do CAV (Ciclo de Aprendizagem Vivencial) , que tem como base a experimentação. Para David Kolb (1990), psicólogo americano, a noção de criação e transferência de conhecimento é muito mais do que uma mera reprodução. É um processo que passa pela reflexão, crítica e internalização do que é vivido. (apudZDEPSKI, 2008, p. 10882)
De acordo com Zdepski (2008): 
O ciclo de aprendizagem experiencial ocorre quando, a partir de determinada atividade, o grupo estabelece certo grau de análise através dos resultados obtidos. Desta análise, extraem-se analogias para o dia-a-dia organizacional para que seja realizado um balanço das práticas que o grupo adota em seu cotidiano, aumentando a percepção dos participantes no que podem melhorar além de entender as melhores práticas que devem ser preservadas. (ZDEPSKI, 2008, p. 10882)
O CAV é imprescindível em qualquer aplicação de testes ou inventários, pois leva o individuo a uma reflexão do processo no qual foi inserido, pode se disser que são alguns “estágios” que o indivíduo passa, são eles:
Vivência: Realização da atividade;
Relato: Expressão e compartilhamento das reações e sentimentos;
Processamento: Análise do desempenho, discussão dos padrões;
Generalizações: Comparação e inferências com situações reais;
Aplicação:Compromisso pessoal com as mudanças, planejamento de comportamentos mais eficazes, e da utilização dos novos conceitos no dia- a- dia de sua atividade profissional.
Por desenvolver nosso projeto com finalidade de orientação profissional, o CAV é imprescindível na aplicação dos inventários, queremos ao final que sejam capazes de relatar essa experiência, e dar enfoque a essa experiência para a tomada de decisão, ou seja, na escolha de uma área especifica de atuação, o participante, além disso, necessita perceber a importância do que está aprendendo e as necessidades que emergem com suas experiências neste tipo de treinamento, propiciam este tipo de percepção.
 2.4. Atividade IV: Aplicação do LIP (Levantamento de interesse Profissional)
Após todo levantamento de dados sobre o campo de estágio, e a apresentação do cronograma aos professores, a atividade proposta nesse dia no cronograma foi aplicar o LIP aos alunos de 3°ano conforme o projeto escolhido pela equipe. Devido a olimpíadas de matemática, as turmas de 3° ano estavam juntas, resultando em duas salas de 3°, ao entramos na sala para falar sobre o que iria ser feito, a maioria dos alunos não se mostraram interessados, o motivo, seriam liberados mais cedo nesse dia devido a olimpíadas, e para não forçar que ficassem, foi proposto que aqueles que quisessem ficar e submeter ao teste permanecesse em sala e os demais estavam dispensados, resultado somente sete alunos se propuseram a ficar e participar do teste, o que não é ruim, pois nos proporcionou uma observação mais detalhada desses alunos.
Como visto na atividade I, segundo Padoin (2013), o ensino médio mais especificadamente o 3° ano, é um marco muito grande para maioria desses adolescentes, não se trata de uma passagem fácil, pois trás consigo mudanças profundas, provenientes de causas físicas, biológicas e psicológicas, e requer um amparo da sociedade, e principalmente da família.
Segundo Sparta& Gomes: 
O jovem brasileiro que chega ao fim do ensino médioé chamado a fazer escolhas profissionais e pode optar pela continuação dos estudos ou pelo ingresso imediato no mercado de trabalho. Uma das alternativas disponíveis para que o jovem continue seus estudos é a educação superior. (SPARTA & GOMES, 2005, p.46) 
Para Cunha (2003) “(...) o desenvolvimento do ensino superior no Brasil ocorreu não através de universidades, mas de faculdades isoladas, que não tinham como objetivo a produção de conhecimento, mas a profissionalização das classes mais altas da sociedade brasileira”. (apud SPARTA & GOMES, 2005, p.47). Isso nos leva á uma discussão de que nem todos têm condições de ingressar em um curso superior, por isso a procura de um emprego está sempre em primeiro plano, principalmente para jovens cuja renda é baixa, em contrapartida aqueles que não precisam trabalhar, pois os pais têm condições de custear um curso superior, ficam por conta de estudar e dar resultados, mas o que esses jovens têm em comum é garantir um futuro melhor, e fazer o que gosta. 
De acordo com Medeiros (2005)a adolescência é vista como uma etapa do desenvolvimento humano de individualização que, segundo Lewis (1995) “(...) termina em uma representação objetiva do “eu” claramente definida. Para o autor, nesta fase ocorre o abandono das atividades infantis e a opção por outras do mundo adulto”. (apud MEDEIROS, 2005, p.58)
Para Moreno (1978): 
Os adolescentes devem realizar o processo de inversão, a sua independência do outro. Caso isso não ocorra eles ficam, de certo modo, indiferenciados, tais como crianças. A criança vive os dois mundos – o seu e o do outro – e o problema não é abandonar um dos dois, mas ser capaz de dominar a situação, ser capaz de se transferir entre os dois mundos.(apud MEDEIROS, 2005, p.580
Ainda de acordo com Medeiros (2005), “(...) muitos fatores influem na escolha de uma profissão, de características individuais a convicçõespolíticas e religiosas, valores e crenças, situação político-econômica do país, a família e os pares”. Mas muitos não têm uma voz ativa, o que se vê hoje em dia é muitos jovens frustrados com suas profissões e/ou com seus cursos, pois decidiram fazer a vontade de seus pais, ou porque a sociedade impõem que tal área ganha mais. 
Segundo Preto (1995) e Andrade (1997):
A adolescência transforma a própria família por meio de uma crise que ocorre ou pode ocorrer no seio familiar. Neste período se dá uma renegociação de papel e os pais, assim como os jovens, entram em novos estágios. A estrutura familiar é considerada pelos autores essencial para uma passagem por esta fase. (apud MEDEIOS, 2005, p. 58-59)Assim depois de toda essa revisão, sobre as dificuldades de sair do ensino médio para escolha de uma profissão ou curso superior, e ainda sobre a influência da família e sociedade nessa escolha, o LIP foi o que melhor se engajou em nosso projeto, pois por meio dele podemos verificar qual área que mais se adequada a esses adolescentes. 
Os testes Psicológicos segundo Pasquali (2001) &Wechsler (1999) “(...) tem por finalidade obter um maior conhecimento do indivíduo e consequentemente poder tomar determinadas decisões”. (apud OTTATI, NORONHA & SALVIATI, 2003, p.1),logo o LIP não muito diferente, busca determinar uma área para cada indivíduo, tornando assim, mas fácil a escolha profissional do mesmo, e para que o resultado seja fidedigno, o sujeito que está sendo submetido ao teste tem que escolhe umas das afirmativas que estão agrupadas em duas, de modo que a escolha seja sincera, entretanto não basta só o sujeito ser sincero para um resultado fidedigno, o teste por sua vez tem que ser confiável aprovado pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia).
Segundo Ottati,Noronha &Salviati (2003, p.2) “(...) a preocupação com a construção dos testes é fundamentada no pressuposto real de que o instrumento fornecerá dados relevantes ao profissional, e que, portanto, é necessário que esses dados sejam verdadeiros e confiáveis”.
Verificamos que durante a aplicação, alguns dos alunos no meio do teste já mostraram desinteresse, pois o teste é composto de 256 afirmativas agrupado de duas em duas, de modo que o sujeito tenha que escolher uma afirmativa, o que acaba sendo cansativo para alguns, o que nos leva a deduzir que esses sujeitos, no caso do contexto escolar aluno, até tem interesse a priori mais acaba por não dar resultados bons porque se desinteresse no meio da atividade, e acaba por não da um resultado fidedigno. 
Levando em consideração alguns problemas encontrados na aplicação de alguns testes psicológicos, para Sacuzzo& Johnson (1995) dentre os principais problemas apresentados pelos testes psicológicos, os autores destacam: definição pouco simples do que o instrumento mede, ou seja, a complexidade do pressuposto teórico que subsidia a construção do instrumento. (apud NORONHA, 2002, p.136)
Segundo Pasquali (1991): 
Parte da dificuldade pode ser atribuída ao descaso de nossos pesquisadores, que pouco se preocupam com as qualidades psicrométricas dos instrumentos psicológicos Embora tal linha de pesquisa já venha fazendo parte dos laboratórios de avaliação psicológica de algumas universidades brasileiras, os avanços necessários ainda não foram conseguidos.(apud NORONHA, 2002, p.136)
Concluímos que ao sair do ensino médio tem-se uma “batalha” pela frente cercadas de escolhas e mudanças, e que a família e a sociedade nos deixa em ambivalência acerca do futuro, ora influência totalmente, ora não; e que os testes psicológicos ajudam nessa escolha, mas ainda precisam de pesquisas mais adequadas acerca do que determinado teste pretende avaliar, não só isso, verificar-se que muitos dos profissionais não estão preparados para aplicação dos mesmos, o que faz com que testes bons sejam aplicados por profissionais ruins. 
2.5. Atividade V: Feedback do Resultado do LIP (Levantamento de Interesse Profissional)
No último dia de estágio no campo escolar, levamos o resultado do teste psicológico LIP (Levantamento de Interesse Profissional) para dar o feedback aos alunos que fizeram o teste. Chegamos à Escola e o coordenador Eduardo nos avisou que todos os alunos da instituição iriam ser dispensados novamente as 09h30min, então as 08h40min entramos nas salas dos 3º ano e reunimos os alunos que participaram do teste, entregamos e discutimos os resultados e tiramos duvidas, apenas alguns alunos relataram que os seus resultados confirmaram a escolha das suas profissões. Depois da discussão, tentamos aplicar o CAV no intuito de levar os alunos a fazerem uma reflexão sobre os seus resultados, porém a dinâmica foi mal sucedida pela falta de interesses na maioria dos alunos. 
De acordo com Pina & Alves (1990) o feedback “(...) desempenha na manutenção ou melhoria dos níveis de desempenho dos trabalhadores, é, desde há muito, objeto de estudo”. Com essa técnica o sujeito após ter participado de alguma avaliação, tem um retorno positivo ou negativo de acordo com o que foi proposto, e o sujeito com esse retorno passa a adotar a experiência vivida.
Para Kim, Clay Hamner & Becker (1976/1978):
“(...) conclui-se, de acordo com os resultados de numerosas experiências, que se o feedback tomado isoladamente é insuficiente para melhorar o nível de desempenho numa tarefa, a sua conjugação com a existência de objetivos produz melhorias de desempenho superiores as da condição objetivos/ausência de feedback. (apud PINA & ALVES, 1990, p. 297)
O feedback contribui para o esclarecimento dos resultados aos sujeitos, sendo assim esclarecido alguns pontos e confirmando a sua escolha, no caso do contexto escolar, a orientação profissional. 
No âmbito geral, o interesse dos adolescentes na área profissional é fundamental para a realização de qualquer teste psicológico, pois quanto maior a sinceridade nas respostas, melhor o resultado positivo. Alguns alunos revelaram que não foram bastante sinceros ao responder o teste dizendo que estavam com pressa ou com preguiça, comprometendo assim a fidedignidade do resultado.
No que diz respeito às investigações sobre interesses e outros construtos importantes em processos de OPV (Orientação Profissional/Vocacional), Darcy e Tracey (2007):
A pontam que, normalmente, elas são realizadas em separado, ou seja, analisam-se interesses, personalidade e habilidades como literaturas distintas. Em contrapartida, são poucos os estudos que integram essas informações, que se preocupam em explicar e predizer o desenvolvimento de carreira e a escolha profissional. (apud FARIAS & NORONHA, 2009, p. 132)
Como discutimos nos relatórios passado o processo de escolha profissional é um momento de importância significativa para o adolescente e, como não poderia deixar de ser, frequentemente é repleto de dificuldades e conflitos. (PRIMI et al., 2000, p. 451)
Para Gati e cols. (1996) “(...) A escolha deve buscar contemplar seus anseios pessoais sem, contudo, desconsiderar a realidade do mercado de trabalho”. (apud PRIMI et al., 2000, p. 451)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos concluir no estágio supervisionado I que o ensino médio mais especificadamente o último ano, é caracterizado por desafios e que trás consigo mudanças no individuo, mudançasessas, físicas, biológicas e psicológicas, vimos também que a família faz parte desse processo assim como a sociedade, e com a aplicação do LIP (Levantamento de Interesse Profissional) concluímos que a área que tem mais interesse entre os jovens é Social, e que devido à greve os outros testes que compunha o nosso cronograma/planejamento, não foram realizados. 
REFERÊNCIAS:
PADOIN, E., A importância da Orientação e informação profissional no ensino médio. Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.
BARRETO, M.A.;& AIELLO-VAISBERG, T., Escolha profissional e dramática do viver adolescente. Psicologia & Sociedade, Pontifica Universidade Católica de Campinas, Campinas, Brasil, 19(1): 107-114 jan/abr. 2007.
MELO-SILVA, L.L.; OLIVEIRA, J.C.;COELHO, R.S., Avaliação da orientação profissional no desenvolvimento da maturidade na escolha da profissão, Psic. – Revista de Psicologia da Vetor Editora, v.3 n.2 São Paulo dez. 2002.
OLIVEIRA, E.,Planejamento escolar Participativo e Estratégico, S/D 
GAMA, M.C.S.S.; A Teoria das Inteligências Múltiplas e suas implicações para a educação, 2000.
GODY, S.; et al., Instrumentos de inteligência e interesses em orientação profissional, Estudos de Psicologia, Universidade São Francisco, 2008,13(1), 75-81.
NEIVA, K.M.C.; A Maturidade para a escolha profissional: uma comparação entre alunos do ensino médio, Universidade Ibirapuera, São Paulo – SP.
MARTINS, J. C.,Vygotsky e o Papel dasInterações Sociais na Sala de Aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo, 'Doutorando da Pontifícia Universidade Católica - PUC/SP, 1997.
LIDUINA, T.G. F. & VICENTE, T.V.;Alunos com necessidades educacionais especiais (NEEs): avaliar para o desenvolvimento pleno de suas capacidades, Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 20, n. 43, maio/ago,2009.
WELBY, M. B.& REGINA, S. F. E.,Inclusão escolar e deficiência mental: análise da interação social entre companheiros, Estudos de Psicologia 2004, 9(1), 101-111
ZDEPSKI, F. B., Treinamento Experiencial Como Método De Ensino, Paraná – PR, 2008.
SPARTA M., GOMES, B, W., Importância Atribuída ao Ingresso na Educação
Superior por Alunos do Ensino Médio, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Revista Brasileira de Orientação Profissional, 2005, 6 (2), pp. 45 –53
MEDEIROS, L. M. S., O Papel Da família e dos pares na escolha profissional, Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 57-66, jan./abr. 2005
OTTATI, F., NORONHA, A.P.P., SALVIATI, M.,Testes psicológicos: qualidade de instrumentos de interesse profissional, Universidade São Francisco, Interação em Psicologia, 2003, 7(1), p. 65-71.
NORONHA, A.P.P., Os Problemas Mais Graves e Mais Frequentes no Uso dos Testes Psicológicos, Universidade São Francisco, Psicologia: Reflexão e Crítica, 2002, 15(1), pp. 135-142
PINA, M. C.; ALVES, C. M.; Relação entre Objetivos/Feedbacke Desempenho/Envolvimento/Satisfação, Análise Psicológica (1990), 3 (Vili): 295-305.
FARIAS, M. O. N.; NORONHA, A. P. P.;Relações entre interesses, personalidade e habilidades cognitivas: um estudo com adolescentes, Universidade São Francisco,Psico-USF, v. 14, n. 2, p. 131-141, maio/ago. 2009, Itatiba, Brasil.
PRIMI, R. et al.; Desenvolvimento de um Inventário de Levantamentodas Dificuldades da Decisão Profissional, Universidade São Francisco,Psicologia: Reflexão e Crítica, 2000, 13(3), pp.451-463.
Proceedings of the XII SIBGRAPI (October 1999)

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