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AULA - PCO I - PARTE 1

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PROCESSO CIVIL 
INTRODUÇÃO 
Processo é um instrumento abstrato a serviço do Estado para que este exerça suas funções. Quaisquer 
funções estatais são exercitadas mediante processo. 
Autos do processo se diferem de processo. 
Processo judicial é o instrumento pelo qual o Estado exerce sua função jurisdicional. 
A autotutela é vedada (com algumas exceções). O Estado tem, então, que criar mecanismos para resolver 
os conflitos de interesses. Esse mecanismo é o processo. 
Jurisdição é a parcela do poder estatal cujo encargo é a resolução dos conflitos de interesse (lide). É 
inerte. 
Ação é o direito publico do sujeito de exigir a jurisdição do Estado, uma vez que este o vedou a 
autotutela. 
Petição inicial: instrumento pelo qual o Estado é provocado. 
Obs.: é possível fazer petição inicial verbal. 
O CÓDIGO 
É dividido em 5 livros. 
I – Processo de Conhecimento 
O processo de conhecimento vai se materializar em um procedimento. 
Procedimento é uma sequencia ordenada dos atos processuais. É o procedimento que dá forma ao 
processo. Caminho do processo. 
Esse procedimento pode ser: 
1. Procedimento comum 
2. Procedimento ordinário (residual) 
3. Procedimento sumário (art. 275) 
2. Procedimento especial (1102-A) 
1. 2.1 Jurisdição contenciosa 
2. 2.2 Jurisdição voluntária 
II – Processo de Execução 
III – Processo Cautelar 
IV – Procedimentos Especiais (obs.: art. 1102 A). 
É restante do livro I. 
V – Disposições finais 
Obs: Escolhendo o procedimento a ser adotado: 
Aplica-se o Principio da Especialidade: significa dizer que há que se fazer uma analise dos processos mais 
especiais para os mais comuns. 
Procedimentos especiais > Procedimento comum sumario > Procedimento ordinário. 
CONHECIMENTO, EXECUÇÃO OU CAUTELAR? 
Como identifico dentro de uma lide qual tipo processo será utilizado? Como regra, a eleição equivocada do 
instrumento equivocado pode dar um resultado equivocado e não apreciação da resolução do conflito de 
interesses. 
Para cada conflito de interesse, há um instrumento adequado. Após definir o tipo de processo, deverá 
também ser indicado o tipo de procedimento. 
Cada um desses processos tem uma serventia diferente, e o modo de o Estado utilizar é diferente. 
Processo de Conhecimento 
É o instrumento mediante o qual o estado vai solucionar crise de certeza. Como assim? A diz que o imóvel 
é dele e B também. Não podendo resolver isso com suas próprias forças, vão ao judiciário. 
A sentença é o ato que vai dizer do direito. Vai dizer a quem pertence o direito. Vai por certeza jurídica 
naquela situação conflituosa. 
É o instrumento mediante o qual o Estado exerce sua função cognitiva. 
Jurisdição cognitiva: o meio pelo qual o Estado vai exercitar a sua função jurisdicional. É o meio como 
esse instrumento é utilizado. É uma atividade intelectual. É como o Estado procede até chegar ao 
desfecho desse processo. 
Obs.: não significa que haja apenas atividade cognitiva. Serão atos preponderantemente cognitivos, mas 
não 100%. 
Processo de Execução 
Não há dúvidas de que A esteja certo. Mas aqui a crise não é de certeza. 
Preciso então que aquela obrigação que o Estado diz que é minha seja concretizada. Preciso de uma 
realização concreta daquele direito revelado por aquela sentença. 
Executar é pedir ao Estado que promova os atos necessários para a efetivação de uma obrigação já 
revelada. 
É o instrumento mediante o qual o Estado exerce sua função Executiva. 
Jurisdição executiva: o Estado jurisdição saindo para a realidade fática aquilo já determinado. 
Obs.: não significa que haja apenas atividade executiva. 
Processo Cautelar 
É o processo do processo. É uma medida que vai garantir a eficácia do processo. Por este motivo, se volta 
a outro processo, pois garante que ele tenha eficácia. Resguarda o processo e por consequência o direito 
material. 
Ex.: A e B brigam por um imóvel num processo de conhecimento. Contudo, B está vendendo o imóvel e A 
descobre. Assim, A pede que esse imóvel seja resguardado no patrimônio de B para que o processo de 
conhecimento seja eficaz. 
Por fim, processo é tradicionalmente entendido como uma relação processual, contendo elementos 
processuais subjetivos e objetivos. Essa relação processual é mais ou menos representada assim: 
Petição inicial ------------------------------------------------------------------------------------------- Sentença 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS 
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA 
O processo para que tenha validade deve ter a participação das partes, sendo que a forma que elas 
participam depende do procedimento. Uma vez praticado o ato processual necessariamente a parte deve 
ser comunicada. 
Assim, contraditório e ampla defesa resumem-se em ciência e reação. Para que as partes participem do 
processo é necessário que elas tomem ciência do que se passa no curso do processo. O sujeito precisa ser 
comunicado e pode, então, praticar atos no sentido de tentar influenciar no processo. Contraditório e 
ampla defesa, portanto, se satisfazem pela cláusula em que o sujeito precisa ser comunicado, assim 
podendo influenciar no resultado do processo como o ordenamento lhe permite. Um processo sem 
contraditório e ampla defesa é um processo NULO - violação ao devido processo legal. 
Obs.: Ônus: a participação no processo civil, diferentemente do processo penal, não é obrigatória. Nada 
mais é que um ônus. É um encargo no qual se a parte não decidir se utilizar, sofrerá as consequências de 
inércia - perca da oportunidade de influenciar a decisão do juiz, influenciar no resultado do processo. 
CITAÇÃO X INTIMAÇÃO 
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender. 
É o ato de comunicação ao réu acerca de uma demanda em face dele ajuizada. A partir daí ele pode 
participar do processo do modo como a legislação o permitir, ou seja, a partir daí integra oficialmente a 
relação processual, podendo utilizar das faculdades processuais permitidas. 
Mas Cândido Rangel afirma que o réu pode se defender, não porque foi citado, mas porque foi comunicado 
via intimação. Só no procedimento comum ordinário que o réu é citado para contestar. Nos demais 
procedimentos, como sumário, o réu não é citado para praticar ampla defesa, mas sim para comparecer a 
audiência. Assim, o fato de o réu poder se defender, depende do procedimento. Ao lado da citação, 
sempre acompanha uma intimação. 
Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. 
A intimação é todo ato comunicatório que se faz no decurso do processo. Fora a citação, que é a inicial, 
todas as demais comunicações se faz por meio de intimação. 
Daí Cândido diz: quando um sujeito é citado num procedimento comum ordinário e tem 15 dias para 
contestar, prazo passa a fluir não porque ele foi só citado, mas sim porque juntamente com a citação 
havia uma intimação - ele foi citado para compor a relação processual e intimado para que oferecesse 
contestação. 
A defesa no sentido do código ou dizer que o réu pode se defender, não significa necessariamente se 
defender através de uma peça processual (a possibilidade de contestar). A verdade é que quando se fala 
de defesa, temos que lembrar que a defesa no sentido mais amplo não é só o ato praticado pelo réu, mas 
sim o exercício do direito de defender a sua pretensão e contestação. Então é a defesa dos seus direitos 
(o autor defendendo o seu através da pretensão e o réu através da contestação). 
Obs.: Em alguns livros de doutrina, existiria um terceiro ato comunicatório, a notificação. Porém, deixou 
de ser uma comunicação de ato, pois é agora especifico. Contudo, na pratica forense é comum utilizar a 
expressão notificar como sinônimo de intimar. Notificar o MP de uma decisão, por exemplo - no final da 
sentença o juiz escreve PRI (publique-se, registre-se, intime-se). 
Mas como se faz a citação e a intimação? Fazem-se pelosinstrumentos processuais adequados. 
INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
1. Carta 
O secretario judicial faz uma carta para comunicar o sujeito, contendo nela as informações sádicas para 
que o réu tenha conhecimento da relação processual. É acompanhado pelo AR - aviso de recebimento - 
que seria nada mais que uma prova documentada para assegurar que o réu realmente recebeu aquela 
intimação e para que seja solevado aos autos do processo. 
AR = aviso de recebimento. Prova de que o sujeito recebeu a carta. Essa prova precisa ficar documentada 
nos autos. A carta é expedida e o carteiro entrega a carta. O destinatário deve assinar o recebimento da 
carta. Depois o documento vai ser documentado e anexado aos autos do processo. 
Se ele se recusar, o carteiro volta o AR, notificado como recusado, para o órgão publico, e ele resolverá o 
problema. 
2. Mandado 
Instrumento portado pelo Oficial de justiça (o encarregado pelas diligencias externas). O oficial procura o 
destinatário com duas vias do ato, uma ele deixa com o destinatário e a outra ele retorna para que seja 
juntada aos autos - devido estar devidamente assinada pelo destinatário. Se o destinatário se recusar, o 
oficial, tendo fé publica, formula uma certidão assegurando que a cotação foi feita devidamente. A 
certidão do oficial serve para comprovar que o ato comunicatório se realizou. 
3. Edital 
Utiliza-se quando não for possível contatar pessoalmente o destinatário (por morar em lugar incerto ou 
não sabido, morar em local inacessível, quando não for possível alcança-lo pessoalmente etc.). 
Tem por característica a força de estabelecer a presunção de que as formalidades levadas a efeito são 
suficientes a fazer com que se presuma que o destinatário tomou conhecimento. 
O edital por si só tem a força de presumir que o destinatário o leu, mas esse tipo de citação tem 
requisitos. 
4. Meio eletrônico 
A grande tendência hoje é a “vitualização” dos processos. Aproveitam-se os meios eletrônicos para a 
tramitação e comunicação dos atos. Existem basicamente duas formas de fazer comunicação via meio 
eletrônico, mas a forma mais comum é o chamado “Portal dedicado”: ambiente virtual onde os processos 
tramitarão e as partes terão acesso, e, com isso, serão comunicados dos atos processuais. É como se 
fosse um ambiente de email, onde se acessa todos os dias e se vê as mensagens. A comunicação se da 
por meio da disponibilizado da intimação no portal, quando o sujeito entrar na caixa e abrir o email ela 
estará automaticamente intimada. Contudo, se em 10 dias o sujeito não acessar, no 11º dia presume-se 
que ele acessou. O meio eletrônico se difere do meio físico somente pelo meio, mas o procedimento é o 
mesmo. 
O diário oficial pode ser um segundo meio em eletrônico, um diário eletrônico. 
5. Diário oficial 
Jornal diário que é publicado pelo estado. Meio pelo qual se veiculam os dados oficiais. Existe para 
satisfazer o principio da publicidade. Esse diário serve para divulgar atos de todas as esferas de poder. Os 
atos processuais são comunicados mediante uma noticia nesse diário. 
O diário vai dar conta de que existem os processos entre X e Y e que nesses autos foram juntados uma 
documentação nova e que a parte contrária tem até 5 dias para se manifestar. 
Não se veicula citação por meio de diário oficial. 
A função é idêntica à função da publicação da lei (ninguém pode se eximir de cumprir uma lei alegando 
que não a conhece). 
Obs.: o diário oficial pode ser eletrônico (circulando na net em pdf !) 
INSTRUMENTOS ESPECÍFICOS PARA OS ATOS COMUNICATÓRIOS 
A depender de cada ato (citação ou intimação) há uma ordem diferente para a utilização desses 
instrumentos. Todos esses instrumentos poderão ser utilizados, porém há hierarquia. 
Art. 221. A citação far-se-á: 
I - pelo correio; 
II - por oficial de justiça; 
III - por edital. 
IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria. 
1. Citação pelo correio 
A citação se faz preferencialmente por carta. Essa carta é endereçada a qualquer lugar do país, e não 
depende de requerimento da parte. 
Mas existem exceções: 
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto: 
a) as ações de estado; 
Obs.: aqui o “estado” trata-se do estado da pessoa, ou seja, sua afiliação, nacionalidade etc. 
b) quando for ré pessoa incapaz; 
c) quando for ré pessoa de direito público; 
d) nos processos de execução; 
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; 
f) quando o autor a requerer de outra forma. 
Obs.: em todas essas exceções, a citação será feita por mandado. 
Obs.: Art. 223. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho 
do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, comunicando, ainda, o prazo 
para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço. 
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu 
pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração 
2. Citação por mandado 
Mandado é a instrumentalização do ato do juiz pelo escrivão, que o assina. Trata-se de citação feita pelo 
oficial de justiça. 
A citação será feita por mandado: a) nos casos das alíneas “a” a “f” do art. 222; b) quando frustrada a 
citação pelo correio. 
Dessa forma, subsidiariamente a citação se faz por mandado. 
Requisitos do mandado: 
Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter: 
I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências; 
II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, 
segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis; 
III - a cominação, se houver; 
IV - o dia, hora e lugar do comparecimento; 
V - a cópia do despacho; 
VI - o prazo para defesa; 
VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz. 
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta 
quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado. 
Formalidades do mandado (art. 226): a) leitura do mandado pelo oficial; b) entrega da contrafé; c) 
certidão de recebimento ou recusa da contrafé; d) obtenção da nota de ciente ou certidão de que o réu 
não a opôs no mandado. 
Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo: 
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé; 
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé; 
III - obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado. 
3. Citação por mandado com hora certa 
Trata-se da hipótese de citação ficta ou presumida. 
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, 
havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de 
efetuar a citação, na hora que designar. 
Obs.: entende-se que seja inadmissível no processo de execução por quantia certa, tendo em vista o 
procedimento da pré-penhora. 
Pressupostos: 
a) Procura do réu por três vezes em dias distintos sem encontrá-lo; 
b) Suspeita de ocultação 
Obs.: o oficial deverá indicar expressamente os fatos evidenciadores da ocultação maliciosa. 
Procedimento 
O oficial intimará qualquer pessoa (capaz) da família ou, em sua falta, vizinho que, no dia imediato, 
voltará a fim de efetuar citação na hora que determinar. 
Obs.: hipótese de desfazimento de suspeita: citação normal.Obs.: complemento: envio de correspondência pelo escrivão ao citado (art. 229). 
Obs.: havendo revelia, o magistrado deverá proceder à nomeação de curador especial ao réu. 
Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do 
citando, a fim de realizar a diligência. 
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda 
que o citando se tenha ocultado em outra comarca. 
§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, 
declarando-lhe o nome. 
Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência. 
Resumindo: o oficial comunica a um parente ou vizinho que regressará no dia seguinte, em um horário 
marcado, para fazer a citação. Se ele encontrar o réu, a citação se faz de modo real. Se não encontrar o 
réu, ele está citado fictamente. 
4. Citação por edital 
Também hipótese de citação ficta. Se houver revelia, nomeia-se curador especial. 
Ocorre em situações específicas: 
Art. 231. Far-se-á a citação por edital: 
I - quando desconhecido ou incerto o réu; 
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar; 
III - nos casos expressos em lei. (arts. 999, 968, 908 I.) 
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. 
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na 
comarca houver emissora de radiodifusão. 
Existem alguns requisitos que devem ser cumpridos diante da citação por edital. 
Art. 232. São requisitos da citação por edital: 
I - a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos incisos I e II do artigo antecedente;  
II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;  
III - a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde 
houver;  
IV - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, correndo da data da primeira publicação;  
V - a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis. 
§ 1o Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que trata o no II deste artigo.  
§ 2o A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da Assistência Judiciária.  
O edital precisa ser publicado, e publicação em sentido processual significa cumprimento do princípio da 
publicidade. Dessa forma, a publicação do edital não se dá somente através do diário oficial. O edital deve 
obedecer ao princípio da publicidade porque não vai ser entregue ao réu, mas mediante a sua publicidade, 
estabelecer-se-á a presunção de que o réu viu. Portanto, ele será publicado em pelo menos três lugares: 
1. Local de costume (local em sede de juízo); 
2. No jornal local; 
3. No diário oficial. 
Mas ocorre que nem todo local tem jornal local. Quando não houver, não se publica. Ademais existem 
lugares em que não há diário oficial. Se não há, não se publica. Se a parte for beneficiária da justiça 
gratuita, também não se publicará no jornal local (que é privado), mas sim duas vezes no diário oficial. 
Ademais o código prevê que, se o local não dispor de estrutura para publicação (como em jornal e tal), o 
juiz pode determinar uma outra forma de publicação. 
Obs.: prazo passa a contar a partir do termino da vigência do edital 1. A segunda publicação é só para 
reforçar. 
Obs.: Responsabilidade do promovente da citação-edital: se o autor agir maliciosamente, fazendo 
afirmação falsa, além de ser nula a citação, ocorrerá que: 
Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, incorrerá em multa de 5 (cinco) 
vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo. 
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando. 
INSTRUMENTOS DE COLABORAÇÃO 
Art. 200. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora 
dos limites territoriais da comarca. 
Art. 201. Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade 
judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos. 
Meios utilizados para viabilizar a comunicação via mandado, já que os oficiais de justiça e os juízes estão 
atrelados a uma determinada jurisdição territorial. São instrumentos de colaboração entre os juízos. São 
as cartas: 
- Precatórias: solicitação de mesma hierarquia. 
Exemplificando: O juiz de Slz solicita ao Juízo de TumTum que o Oficial de justiça de TumTum cumpra o 
mandado. Vai a carta precatória e essa carta vai num envelope. Chegando lá o juiz verifica se estão 
preenchidos os requisitos formais e determinado cumprimento. Chegando a começa de TumTum a carta 
precatória recebe uma autuação (coloca-se uma capa), n fica rolando solta. Todos os autos praticados no 
tramite do cumprimento dessa carta serão juntados aos autos. Depois de cumprido, devolve-se a carta 
precatória para Slz. Porque esta prova da cotação precisa ser juntado aos autos do processo em Slz. 
- De ordem: requisição de diferentes hierarquias. 
- Rogatórias: solicitação por via diplomática. 
Obs.: há possibilidade de esses instrumentos serem utilizados para outros atos, que não de comunicação, 
como colher depoimentos. 
Obs.: os arts. que tratam das cartas: 200 a 212. 
PRAZOS PROCESSUAIS 
MEDIÇÃO DOS PRAZOS 
Os prazos processuais são medidos em: 
Minutos/Horas: contados minuto a minuto ou hora em hora. Exemplo: Ex.: 24h para apresentar alguma 
atividade. Se a atividade foi passada as 20:15 de um dia, o sujeito terá até as 20:15 do dia seguinte pra 
entregar. 
Dia: prazo contado em dia é um dia após o outro a quantidade de dias que foi estabelecida. 
Mês: é sempre feito com a identificação do dia do mês e da quantidade de meses fixados. Exemplo: Se 
tivéssemos dois meses para entregar o case a partir de hoje, vou contar dia 10 e agosto, 10 de setembro 
e 10 de outubro, ou seja, começando a contar do dia de hoje (10/08), o prazo seria até 10/10. 
Ano: mesma coisa que o mês. 
Obs.: O prazo começa em 29/02 e é de dois anos, como fazer já que o próximo ano n terá 29/02? 
Existem os prazos contados em meses e anos que começam, mas terminam em meses que não tenham 
correspondência do dia. Mas acontece que prazo final não significa “O dia” que eu tenho que praticar o 
ato, mas sim “até que” dia eu tenho que praticar o ato. 
Prazo tem a ver com tempo, e tempo tem a ver com preclusão. Preclusão é a perda da faculdade de 
praticar um determinado ato processual. 3 formas de preclusão: 
Temporal (prazo) 
Lógica: perda da faculdade de praticar um ato porque já houve outro ato incompatível com aquele. 
Consumativa: é a perda da faculdade de praticar um ato processual porque já pratiquei. 
CLASSIFICAÇÃO DOS PRAZOS 
Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em 
conta a complexidade da causa. 
- Legal: é aquele previsto em lei 
- Judicial: é aquele fixado pelo juiz 
Obs.: existe um prazo que é misto de judicial e legal. Todas as vezes que a lei trouxer expressamente o 
prazo, é aquele que deverá ser utilizado. Mas quando o código não prevê para a prática de um certo ato 
um prazo específico, fica a cargo do juiz fazê-lo. Mas se o juiz não fixar, eu utilizo um prazo que é legal: 
art. 185. Se o prazo não tiver determinado no código, fica a cargo do juiz, se o juiz for silente, o prazo 
será de 5 dias. Resumindo: na omissão dalei e do juiz, o prazo é do art. 185. 
Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. 
- Próprio: é aquele cujo descumprimento acarreta numa consequência para aquele que deveria praticar. 
Normalmente essa consequência corresponde à preclusão, ou seja, a perda da faculdade de praticar o 
ato. Exemplo: contestar. Prazos próprios geralmente dirigem-se às partes. 
- Impróprio: são aqueles que uma vez escoados (terminados) não acarretam consequências processuais 
nenhuma. Não há, sobretudo, a preclusão, ou seja, é possível a posterior prática do ato. Prazos 
impróprios geralmente dizem respeito ao juiz. 
- Dilatório: é aquele que pode ser aumentado, dilatado ou diminuído pelo juiz ou por convenção das 
partes. Exemplo: quando há a necessidade de um perito, as partes terão que analisar também com seus 
peritos, assim o juiz pode dilatar se o prazo não for suficiente. 
Obs.: existem controvérsias que o juiz precisa se valer de questões que não são jurídicas. 
- Peremptório: aquele que não pode ser dilatado e nem diminuído por vontade ou decisão de ninguém. 
Obs.: existem exceções. Existem atos processuais praticados em certos lugares ou situações que 
acarretam certas dificuldades e que o juiz pode eventualmente aumentar o prazo peremptório. 
- Especiais: existem pessoas e processos que possuem tratamento diferenciado. 
188: quando o réu for pessoa jurídica de direito público (fazenda pública ou MP) o prazo para contestar 
será em quádruplo, e o prazo para recorrer será em dobro. 
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte  for a Fazenda Pública ou o Ministério 
Público. 
191: trata da presença de litisconsórcio com + de 1 procurador (no mesmo processo). O prazo para 
contestar será em dobro. Mas esse prazo só vai ser em dobro se for comum, ou seja, dirigido a todas as 
partes que possuem procuradores diversos. Se esse prazo for relativo só a um dos réus, o prazo não será 
em dobro. O prazo do art. 191 só vai se aplicar aos litisconsortes com procuradores diferentes se o prazo 
for comum. 
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, 
de modo geral, para falar nos autos. 
 
CONTAGEM DO PRAZO 
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o Ministério Público contar-se-ão da 
intimação. 
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido 
expediente forense. 
- Termo inicial: vai depender daquilo que chamamos de “evento”. 
- Evento: Esse evento normalmente é um ato processual que serve de parâmetro para a contagem do 
prazo. 
Art. 241. Começa a correr o prazo:  
I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento;  
II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido;  
III - quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido;  
IV - quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente 
cumprida;  
V - quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.  
O primeiro dia da contagem do prazo para a contestação é o dia útil subsequente ao evento. O dia 
do inicio é o evento. O dia do inicio (para exclusão) que se refere o código é o dia do evento, ou seja, 
esse dia não é contado. O primeiro dia da contagem do prazo é o primeiro dia útil subsequente (dia que 
não seja sábado, domingo e feriados legais, ou dias que não tenham expediente forense ou que o 
expediente terminou mais cedo). Na contagem do prazo se conta normal (Art. 178: O prazo, estabelecido pela lei ou 
pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados). Não pode é começar ou terminar em dia que não seja forense. 
Art. 184. Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento.  
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que:  
I - for determinado o fechamento do fórum; 
II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal. 
§ 2o Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo único).  
Obs.: Porque 48hrs é diferente de 2 dias? O prazo sendo em dias, tem-se até o ultimo minuto do 
expediente forense para agir. Sendo em horas será até exato termino da contagem em minutos. 
Obs.: Os atos processuais são praticados no expediente forense (das 8 as 18:00). Há uma diferença entre 
os atos processuais da secretaria, do secretario (que correspondem ao expediente forense) e atos 
praticados fora (citação - obteve o art. 172, de 6:00 as 20:00, embora o expediente forense seja 
diferente). 
PRAZOS DO EDITAL. 
O juiz ira fixar um prazo para que o edital seja publicado. Devendo este edital ser publicado duas vezes 
deve ter um espaço de tempo de 15 dias entre cada um deles. 
Dois prazos relacionados ao edital: 
- Prazo pro edital: é de 20 a 60 dias, o juiz fixa esse prazo de vigência do edital (período que produz 
eficácia, efeitos). O edital dura até 60 dias, para efeitos. 
- Prazo entre editais: deve ser feita a primeira publicação e a segunda em até 15 dias. 
Obs.: A partir da primeira publicação começa a contar o prazo da vigência do edital. A segunda publicação 
não tem nada a ver com a contagem, ela só é feita para uma maior publicidade. 
Obs.: Terminado o prazo da vigência do edital começa a contar o prazo par a providencia para o qual o 
réu foi citado ou intimado (oferecer contestação, por exemplo - o prazo de 15 dias só começa a correr a 
apartar do termino da vigência do edital, primeiro dia subsequente, contanto que seja útil e blá blá blá). 
CONTAGEM PRAZO PARA AS INTIMAÇÕES 
- Intimação por carta ou mandado: Os prazos para intimação por carta e por mandado obedecem as 
mesmas regras da citação - o prazo passa a contar a partir da juntada do AR ou do mandado aos autos do 
processo. 
- Entrega dos autos ou presença na secretaria: Se for feita pessoalmente pela entrega dos autos ou 
na secretaria - o evento será o dia que os autos foram entregues ou o dia em que o sujeito apareceu na 
secretaria. 
Exemplo: os autos foram entregues ao Promotor hoje: o evento é hoje e o prazo começa a correr 
amanha. Idem se o sujeito comparecer a secretaria. O prazo começa a correr no dia seguinte, seguindo 
as regras do art. 184. 
- Quando feito pelo diário em papel: o evento é identificado de modo distinto. O evento será a data da 
publicação (a intimação se considera feita na data da publicação - no diário de papel). A circulação é a 
data considerada para publicação. 
Publicação para fins de contagem de prazo: no diário de papel a intimação se considera feita no dia da 
circulação do diário. Circulação é o dia em que o diário em papel esta a disposição no tribunal respectivo. 
Se o evento é a publicação, começa a se contar o prazo a partir do dia subsequente, seguindo as regras 
do art. 184. 
- Diário eletrônico: o evento continua sendo a intimação, mas a intimação é o primeiro dia útil 
subseqüente a disponibilização. Este dia n conta para fins de intimação, a intimação se da no primeiro dia 
útil subseqüente. O prazo passa a corre do primeiro dia útil subseqüente a intimação. 
Obs.:Quem deve receber a intimação é o advogado, a exceção disso se da quando a própria parte deva 
praticar o ato. Quando a intimação ensejar não um ato postulatório (que deve ser praticado pelo 
advogado), mas um ato da própria parte. 
Ex.: testemunhas devem ser intimadas na sua pessoa e não na do seu advogado. 
REGRAS DE PESSOALIDADE 
CITAÇÃO E A REGRA DA PESSOALIDADE.A citação é endereçada a parte e ela mesma, pessoa física, que deve receber a citação. 
Exceção: pessoas incapazes (relativa e absoluta). O absolutamente incapaz é citado na pessoa do seu 
representante, já no relativamente incapaz a citação é feita na pessoa do relativamente incapaz e na 
pessoa do seu assistente. 
INTIMAÇÃO E A REGRA DA PESSOALIDADE 
Existem normas processuais que dão certas prerrogativas para certas pessoas. A intimação ao MP deve 
ser pessoalmente, por exemplo. Na pratica, o secretario encaminha aos autos ao Promotor do MP. 
As intimações devem ser entregues as partes ou aos seus procuradores. 
Obs.: Pessoas jurídicas e a regra da pessoalidade: 
Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores; 
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; 
III - a massa falida, pelo síndico; 
IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
V - o espólio, pelo inventariante; 
VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores; 
VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens; 
VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil 
(art. 88, parágrafo único); 
IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico. 
§ 1º - Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for 
parte. 
§ 2º - As sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não poderão opor a irregularidade de sua constituição. 
§ 3º - O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela pessoa jurídica estrangeira, a receber citação inicial para o processo de 
conhecimento, de execução, cautelar e especial. 
Obs: na hipótese de pessoa jurídica há a Teoria da aparência: aparência de legalidade que leva o 
sujeito a praticar o ato, e todo mundo pensar que aquele ato é legal convalidado-o, ainda que não tenha 
algum aspecto que não seja conforme a lei. A Teoria da aparência se satisfaz, em relação a citação, 
quando a mesma é entregue no endereço da pessoa jurídica, e para aquela pessoa que se apresentou 
como válida para receber aquela citação. O preposto da pessoa jurídica que recebe a citação, embora não 
seja ele o representante ou o presentante (como fala Frederico Marques) aquela citação é ocasionada 
valida. 
Frederico Marques diferencia representante de presentante. Presentante seria um terceiro, alheio a 
pessoa jurídica, que praticaria atos no lugar desta, já representante seria a própria pessoa jurídica - a 
pessoa que é dona, esta presente no ato constitutivo. É por isso que o gerente tem autoridade para 
receber a citação, embora não seja o dono. 
Obs.: A citação deve ser feita em nome daquele que esta nos atos constitutivos da pessoa jurídica. 
Obs.: não se pode confundir pessoalidade com atos feitos pessoalmente à parte. 
A citação deve ser endereçada a pessoa do réu, e não entregue pessoalmente ao réu. 
Ex.: Citação por edital, mesmo não sendo feita pessoalmente sana o requisito da pessoalidade. 
TEMPO E LUGAR 
LUGAR DA CITAÇÃO: lugar em que a citação deve ser feita 
Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado. 
§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar 
de atos por eles praticados. 
§ 2o  O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, 
procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis. 
Art. 216  A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu. 
Parágrafo único. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for conhecida a sua residência ou nela 
não for encontrado. 
Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: 
I - ao funcionário público, na repartição em que trabalhar;  
I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;  
II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento 
e nos 7 (sete) dias seguintes;  
III - aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas;  
IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.  
Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la. 
§ 1o O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o 
citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias. 
§ 2o Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na 
lei civil. A nomeação é restrita à causa. 
§ 3o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu. 
TEMPO DA CITAÇÃO: horário em que a citação deve levada a efeito. 
Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.  
§ 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar 
grave dano.  
§ 2o  A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e 
feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal.  
§ 3o Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro 
do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local.  
Obs.: Poderá ser autorizado pelo juiz a pratica de atos fora desse horário. Por exceção tbm pode autorizar 
que aconteça no trabalho ou onde quer que esteja o sujeito. 
Obs.: ART. 285, segunda parte. Art. 285. Estando em termos a petição inicial, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para 
responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados 
pelo autor. 
EFEITOS DA CITAÇÃO 
Eficácia é a aptidão para produzir efeito, e efeito é a repercussão fática que o ato produz. 
A citação, como o ato jurídico que é, tem as suas funções e produz efeitos. Um deles é fazer com que o 
réu, tomando conhecimento da demanda, componha a relação processual formalmente. 
Os efeitos da citação estão disciplinados no art. 219 do CPC. 
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz 
incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. 
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação. 
§ 2o    Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subsequentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada 
pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário. 
§ 3o   Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias. 
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.  
 § 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.  
§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento. 
1. Prevenção: tem relação com a atração que um determinado juízo exerce em relação às causas 
semelhantes (conexas ou continentes). 
Obs.: conexão (pedido ou causa de pedir são semelhantes); continência (um pedido é mais amplo que o 
outro). 
Juiz prevento é aqueleque atrai as demais causas. É aquele que se torna competente para causas que 
tenham a ver com aquela primeira que ele recebeu. 
Juízo prevento. Prevenção tem a ver com competência (parcela da jurisdição). Prevenção tem a ver com a 
atração que um juízo exerce a causas semelhantes (conexão e continência). Juízo prevento é aquele 
quase torna competente para causas conexas, e em continência. Para saber qual o juízo é prevento basta 
analisar a data da feitura da citação valida (quem fez primeiro passa a ser prevento). Juízes de comarcas, 
territórios diferentes, devem optar pelo despacho e não pela citação. 
A prevenção é uma exceção do art. 86 (juiz natural). 
2. Litispendência: a citação válida induz litispendência. 
Há, contudo, duas interpretações para Litispendência: 
A primeira como pressuposto processual negativo (existência de mais de um processo com as mesmas 
características - a segunda ação deverá ser extinta); 
A outra a acepção é o ESTADO DE DEPENDÊNCIA DA LIDE, existe um litígio correndo com perecimento 
que ainda não foi decidido. Ainda não foi solucionado e está pendente. 
3. Litigiosidade 
Tem a ver com a eficácia do processo, da decisão, em face de terceiros. O processo é publico, todos pode 
conhecer um processo. O objeto só se torna litigiosa quando o Estado passa a ser quem vai resolver 
aquele conflito, substituindo as partes. O direito ainda não está definido em favor de nenhuma parte 
pretendente. 
4. Mora 
Atraso. A mora ou estado de mora depende de um evento, ou esse evento é o tempo (como obrigações 
com a UNDB), o só decurso do tem, chagada da data de vencimento, faz com que estejamos em estado 
de mora. Existem relações jurídicas cujo estado de mora, nascimento da obrigação, se dá n pelo decurso 
do tempo, mas com o ato a ser praticado pelo devedor (ex.: contrato de comodato, deposito - deixo algo 
com alguém e ela me devolverá quando eu pedir, se eu peço o cachorro e n me devolvem, a pessoa esta 
em estado de mora.). A citação valida constitui o devedor em mora, porque dispara a mora - Mas só 
constitui mora se não tiver existido nenhum evento que faça essa constituição em mora antes (ex.: 
obrigações sujeitas a condição - evento futuro incerto - e termo - evento futuro e certo). 
5. Prescrição 
Prescrição - perda da pretensão. Tem a ver com o tempo, "dormiu no ponto, perde a pretensão", direito 
de exigibilidade. 
Interrupção: volta a ser contado do zero. 
Suspensão: para a contagem e remota da onde parou. 
A citação valida é o evento que fará o prazo prescricional ser interrompido. 
Art. 205, CC. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. 
Art. 206, CC. Prescreve: hipóteses de prazos menores para a prescrição, 
Obs.: Pergunta: Uma petição inicial é ajuizada hoje, contudo o prazo prescreve amanha e a citação 
valida só foi feita 30 dias depois. O prazo prescreve ou não? Como o 219 diz que o prazo se interrompe 
somente com a citação valida, prescreve ou não? 
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda 
quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. 
§ 1º - A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação. 
Obs.: CC X CPC – A Prescrição 
O código civil regula algumas matérias que também o código de processo civil regula. Em relação a 
prescrição o CC também regula, tanto que os prazos prescricionais estão no CC. O CC, que é mais novo, 
resolveu disciplinar esse efeito da interrupção da prescrição não com a citação valida, mas com o 
despacho que ordena a citação. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
Obs.: é o despacho ou é a citação que interrompe a prescrição? Regras de solução de antinomias. 
Se a citação se aperfeiçoou regularmente, a interrupção da prescrição, seja motivada pela citação ou pelo 
despacho, dado o fato da passagem do tempo pela demora no processo, retroagirá da mesma forma para 
a data da propositura da ação. Se a citação foi feita nos moldes adequados a data de interrupção 
retroagirá seja pela citação seja pelo despacho. 
PROBLEMA: se a citação não foi proferida nos moldes no código: A promoção da citação é ato que toca ao 
autor (ônus do autor) - indicando correto o nome e endereço do réu, pagar as despesas das diligencias. 
Obs.: Não se pode confundir pessoalidade com atos feitos pessoalmente à parte. A citação deve ser 
endereçada a pessoa do réu, e não entregue pessoalmente ao réu. Ex.: Citação por edital, mesmo não 
sendo feita pessoalmente sana o requisito da pessoalidade. 
CITAÇÃO FICTA x CITAÇÃO REAL 
CITAÇÃO REAL: se aperfeiçoa diretamente ao seu destinatário. Quando o próprio destinatário toma o 
efetivo conhecimento do processo. O réu é de fato encontrado. 
CITAÇÃO FICTA: se contrapõe a modalidade de citação real. N se encontra efetivamente o réu, mas 
pelas circunstancias em que ela se aperfeiçoou se presume que foi feita. 
1. POR EDITAL: a ficção jurídica da citação por edital se dá pela publicação do edital por 3 vezes, duas 
na hipótese de justiça gratuita, fixado no local de costume, divulgado pelos meios (jornais, bicicletas 
informativas...alto falante da igreja). Tomando ou n conhecimento o réu do edital, terminada a Vigência 
presume-se que o réu tomou conhecimento. 
2. POR HORA CERTA: modalidade de citação por mandado. Vai se dar sempre que o réu for procurado 
pelo oficial de justiça, por pelo menos 3 vezes e em dias diferentes e otários diferentes. O oficial de 
justiça não encontrando o destinatário, e fundada a suspeita de que o réu esta se ocultado para receber a 
citação. Uma vez que se constata essa circunstancia, independentemente de autorização judicial, pode o 
oficial passar a comunicar a citação por hora certa. O oficial que toma a iniciativa, é de sua atribuição. 
- O oficial comunica a qualquer pessoa capaz da casa, que no dia seguinte, num horário determinado, ele 
irá voltar para fazer a citação por hora certa. Na hora certa ou ele encontra o réu, e se encontrar a 
cotação se faz de modo real, contudo se não encontrar o réu a citação será feita da mesma forma, só que 
de forma ficta. 
- Se se deu de forma ficta, presume-se que essas formalidades foram suficientes para que o réu tomasse 
ciência da existência da demanda contra ele ajuizada. Então O oficial deixa uma copia do mandado na 
mão de algum parente ou vizinho. 
- Deve o oficial também deixar todo o procedimento certificado. Ele faz um auto circunstanciado. Esse 
mandado com esse auto circunstanciado volta para a secretaria para ser juntado aos autos. É importante 
para a documentação e para a fluência do prazo - 15 dias para oferecer a contestação (art. 184). 
Obs.: Noticiada a citação por hora certa, juntada aos autos o mandado juntamente com o auto 
circunstanciado, o secretario: mandar uma carta, radiograma ou telegrama, comunicando o réu mais uma 
vez que já foi feita a citação por hora certa. Essa comunicação que feita depois, não é a citação. É só a 
comunicação de que a citação já foi feita e de que o prazo já esta fluindo. É só um reforço, já dando 
conhecimento que ele já é réu. Essa comunicação, por ser um complemento, não interfere na contagem 
do prazo. 
Obs.: As noções de citação ficta e real se aplicam também as intimações. 
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO. 
FORMAÇÃO 
Diz respeito ao momento em que a relação processual surge. O processo surge com a petição inicial - é o 
instrumento da demanda. O direito de ação, sendo abstrato, é o fator que desencadeia o processo. 
Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. 
Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída,onde houver mais 
de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado. 
Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas 
partes, salvo as substituições permitidas por lei. 
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo.  
A ação, uma vez proposta, gera imediatamente no plano lógico a formação do processo. Então a formação 
do processo se confunde com o momento da propositura da ação. Ação -> processo. 
Mas quando essa ação se considera proposta? Segundo o código a ação se consideraria proposta em dois 
momentos distintos: 
1. Se o local onde a ação é proposta tiver mais de um juízo, o momento da propositura se confunde com 
o momento da distribuição  . 1
2. Se o local tiver um só juízo  , o momento da propositura coincide com aquele em que o juiz despacha a 2
petição inicial. 
Imaginem o seguinte: eu entrego a minha petição no protocolo hoje e o juiz por alguma razão só 
despacha na segunda feira. Segundo o código, minha ação só foi proposta na segunda feira, então só na 
segunda feira tenho processo. 
Mas imaginem que hoje seria o último dia do prazo da prescrição da pretensão do autor. Ele vai hoje à 
única unidade jurisdicional, e entrega sua petição inicial, e só na segunda feira o juiz despacha. Se só na 
segunda feira ele despacha, se for verdade o que diz o art. 263, somente na segunda feira houve 
proposição da ação, consequentemente só na segunda feira houve formação de processo. Significa então 
que minha pretensão prescreveu. Acontece que, a realidade do código, quando editou o art. 263, era 
aquela realidade ideal que sempre que o sujeito procurasse o judiciário naquela unidade de juízo único e 
entregasse sua PI o juiz estaria lá de braços abertos para despachar sua petição, e, no mesmo dia, a 
proposição estaria feita. Ocorre que essa não é a realidade de hoje, e, portanto, ocorre com muita 
frequência de a PI ser entregue num determinado dia e dias depois essa PI ser despachada. Resumo da 
história: como parece que o legislador tinha por ideia uma realidade diferente da de hoje. 
Assim, a única solução que parece adequada é considerar proposta a ação quando entregue no órgão 
competente. O juiz pode despachar hoje, amanhã, daqui 5, 10, 20 dias ou 1 ano: não interessa. O que 
interessa é eu provocar o judiciário. Provoco o judiciário, exercito meu direito de ação com a entrega da 
minha PI no órgão competente. Basta que eu entregue a petição, independentemente de ser juízo único 
ou não. Essa é a melhor interpretação do art. 263. 
Já a citação: é pressuposto processual de validade ou de existência? Se for pressuposto de validade o 
processo é nulo se não houver citação valida. Se for de existência o processo não existiu se não houver 
! É o ato de sortear para um determinado juízo, e ocorre sempre que local de propositura tenha juízos 1
com idêntica competência para aquela matéria. Distribuição é um sorteio de juízos com a mesma 
competência. Imaginem o seguinte: aqui em São Luis temos 9 varas cíveis. Então 9 varas cuidam da 
matéria civil no assunto que diz respeito ao direito privado. O sujeito, sendo parte de um litígio, elabora 
sua petição inicial e vai ao fórum entregar. Para qual juízo ele deve endereçar sua petição inicial? Para 
nenhum. Ele vai ao setor de protocolo ou ao setor de distribuição, entrega sua petição inicial e 
imediatamente recebe a comprovação da proposição da petição inicial com o resultado da distribuição, 
pois o sistema fez um sorteio entre os 9 juízos. Imediatamente saio do protocolo sabendo qual será o 
juízo. 
! Quando nas comarcas (principalmente nas comarcas menores) houver um só juízo, todas as ações são 2
distribuídas ou são registradas naquela unidade jurisdicional. Assim, uma vez eu ajuizando uma ação, 
seja qual for a natureza, ela vai ser endereçada para aquele juízo único daquela comarca daquela cidade. 
Não há distribuição porque não há para quem sortear. 
citação valida. Quando ajuízo minha ação quem faz parte dessa relação sou eu e o estado. O réu só passa 
a fazer parte da relação quando é citado. O juiz, quando analisar a petição inicial, poderá proferir uma 
sentença sem resolução de mérito. O processo formou-se e foi extinto mesmo sem a existência de um 
réu. Da mesma forma, o juiz também pode pronunciar a prescrição e decadência, resolvendo o mérito. 
A citação, então, não tem nenhum efeito quanto ao surgimento processo, a não ser aqueles do art. 219, 
pois se sabe que enquanto o réu não estiver devidamente citado, ele não faz parte formalmente da 
relação processual. 
O processo existe, forma-se sem a participação do réu. Embora a citação possa ser considerada 
pressuposto de validade, esse pressuposto de validade tem que ser interpretado da seguinte forma: só 
será pressuposto de validade em relação ao réu. Exemplo: quando o juiz julga improcedente, já houve 
processo. Além disso, existe processo sem citação também na jurisdição voluntária. 
SUSPENSÃO 
Uma vez formado o processo, tem ele o seu desenvolvimento, e, salvo regra da exceção, esse 
desenvolvimento será não interrompido. Isso significa que o procedimento vai caminhar, com maior ou 
menor celeridade, e não há nenhuma razão, em regra, que imponha não se praticar atos processuais. A 
exceção é encontrada na hipótese que a doutrina chama de “crise do processo”. 
A crise do processo corresponde à suspensão, isto é, ao momento em que se suspende o seu curso. É um 
momento em que não se praticam atos  . 3
Art. 265. Suspende-se o processo: 
I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; 
Morte da parte 
O processo é suspenso para que seja feita a sucessão, para fins de habilitação. Essa legitimação é 
ordinária (o sujeito vai postular em nome próprio) e é superveniente (originalmente não tinha 
legitimidade). 
Obs.: não confundir sucessão com substituição. Sucessão é “herdar” o processo. Substituição processual é 
a hipótese de legitimação extraordinária (art. 6º). 
Morte do representante legal 
A morte do representante legal integra a capacidade de estar em juízo. Suspende o processo para que se 
nomeie outro representante legal. 
Morte do procurador 
Suspende-se para que outro advogado ingresse no processo. A parte não pode estar sozinha em juízo. 
Obs.: a consequência da ausência de nomeação de advogado, a depender do falecido ser o autor ou ser o 
réu, é diferente. Se o advogado do autor for o que falecer, ele terá um prazo para trazer aos autos outro 
advogado. Se não trouxer, extingue-se o processo sem resolução de mérito. Se o advogado do réu for o 
que falecer e ele não trouxer outro advogado, ele passa a ser revel. 
! A suspensão do processo é encarada como um momento em que não se praticam atos, mas há também 3
a chamada SUSPENSÃO IMPRÓPRIA. É uma hipótese de suspensão, mas que propriamente não é 
suspensão. Grande parte das intervenções de terceiros enseja a chamada suspensão do processo, como a 
nomeação à autoria. Enquanto se decide quem fica na relação processual como réu (se é o indicado pelo 
autor ou o indicado pelo réu indicado pelo autor) se suspende o processo para resolver essa questão. 
Acontece que o curso normal do processo é suspendido para que seja feito um procedimento lateral (que 
é a escolha do réu adequado), mas que é dentro do mesmo processo. Se é dentro do mesmo processo, 
propriamente não há suspensão de atos, pois atos estão sendo praticados. 
Ademais, pode acontecer, mesmo que o processo esteja suspenso, necessidade de se praticar um ou 
outro ato que seja considerado urgente. Isso se dá para não haver perda de elementos probatórios, e 
quase sempre está relacionado com testemunhas. 
II - pela convenção das partes;  
As partes podem convencionar a suspensão do processopara realizar, por exemplo, uma conciliação. 
Obs.: se a discussão está posta em juízo e há interesse do estado em solucionar o litígio, o código limita, 
então, em até 6 meses o prazo de suspensão. 
III - quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz; 
Exceção em processo pode significar duas coisas: 
Em sentido amplo, defesa. Em sentido estrito, uma defesa processual bem específica: exceções de 
incompetência  e impedimento  ou suspeição  . São defesas que atacam a incompetência do juízo e a 4 5 6
imparcialidade do juiz. 
Enquanto eu discuto se há ou se não há o pressuposto processual de competência e parcialidade, o 
processo está suspenso. 
Obs.: essas exceções, embora formadas em processo separado, mas atreladas ao processo original, não 
constituem processo novo. É um processo apêndice. Portanto, aqui é uma hipótese de SUSPENSÃO 
IMPRÓPRIA. Eu suspendo o procedimento principal e vou discutir uma questão separadamente. 
IV - quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto 
principal de outro processo pendente; 
É a chamada prejudicialidade  externa. 7
Existem questões discutidas em um processo que não são questões de mérito, mas que constituem objeto 
principal (mérito) de outro processo. É possível que a resolução de mérito de um processo influencie na 
resolução de mérito de outro. 
Imaginem o seguinte: de um determinado acidente de veículo, resulta repercussão na esfera civil e penal. 
No processo civil a discussão gira em torno de ter o réu que indenizar ou não. No processo penal, se 
discute autoria do delito. O que pode fazer o juiz do processo civil? Suspender o processo, porque saber 
se o réu causou ou não o acidente vai definir como ele julga o mérito. Se causou o acidente, deve 
indenizar. Se não causou, não deve. Assim, o juiz vai suspender o processo para esperar que seja 
definido na esfera penal se o sujeito foi ou não o autor daquele fato. Ser ou não ser autor do fato é uma 
! Nas hipóteses em que a unidade jurisdicional não tem atribuição para decidir determinada causa. As 4
regras de competência são ditadas pela jurisdição, que é una, mas que vai ser exercida fracionada. 
Competência é a fração da jurisdição. A competência pode ser tanto absoluta quanto relativa. 
! Todas as vezes que se for possível identificar que o juiz não é parcial, eu faço mediante as exceções. 5
Impedimento (art. 134) é aquela situação em que o legislador objetivamente exclui o magistrado da 
função de julgar. Exemplo: quando o juiz for cônjuge de uma das partes. 
! Suspeição não é uma hipótese em que se afasta taxativamente o juiz, porque é mais subjetiva. (art. 6
135). Exemplo: juiz amigo íntimo de uma parte. 
! O texto de Barbosa Moreira trata de questões preliminares e questões prejudiciais. As chamadas 7
“questões prévias” (questões que têm que ser analisadas antes do mérito), são de duas ordens: 
a) Preliminariedade: As questões preliminares sempre existirão no processo, diferentemente das 
prejudiciais. São aquelas que têm que ser resolvidas pelo autor antes, e a resolução vai determinar se a 
questão subsequente de mérito será analisada. Primeiro analiso as questões preliminares porque, a partir 
do modo que forem resolvidas, eu defino se as questões de mérito e se o pedido pode ser analisado ou 
não. Questões como condição de ação e pressupostos processuais são questões que têm que ser 
analisadas previamente pelo juiz. 
b) Prejudicialidade: nas questões prejudiciais, a questão prévia vai determinar como a questão 
subsequente será analisada. A questão prévia resolvida constitui premissa para a resolução da segunda 
questão (mérito). 
Exemplo: imaginem que o sujeito compre um ingresso para assistir um jogo de futebol, e que a compra 
do ingresso é um requisito prévio para o sujeito entrar no estádio e assistir ao jogo, ou seja, só assiste ao 
jogo se tiver comprado o ingresso. Ao chegar à portaria do estádio, o funcionário do estádio vai verificar 
se ele tem ingresso. Se tiver entra, se não tiver não entra. Isso é uma questão prévia preliminar. 
Exemplo 2: uma vez que eu tenho o ingresso e apresento para o funcionário da portaria, a depender de 
qual seja o tipo do meu ingresso, eu vou ingressar no estádio para assistir na arquibancada ou assistir na 
cadeira. Então definir qual o tipo do ingresso vai determinar como eu assisto ao jogo. Essa é uma análise 
previa prejudicial. 
premissa, e a partir dessa premissa o juiz decide se o réu deve indenizar ou não. É uma questão que tem 
que ser analisada antes. Significa então que a resolução de uma questão depende de outra resolução. 
Essa questão é prejudicial e externa, porque essa prejudicialidade está sendo discutida em um outro 
processo. 
b) não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo; 
São as hipóteses de precatória, rogatória e carta de ordem. Existem atos processuais que não podem ser 
praticados pelo juízo da causa, e são então solicitados ou requisitados de um juízo a outro. A regra é que 
a produção de certa prova ou a verificação de certo fato em juízo diverso deve se dar necessariamente 
por carta precatória. 
Obs.: mas os fatos e provas contidos na carta precatória devem ser relevantes para resultado para que o 
processo seja suspenso (enquanto a carta não chegar) 
Ressalva: a suspensão não pode durar infinitamente, sendo o limite máximo de um ano. 
c) tiver por pressuposto o julgamento de questão de estado, requerido como declaração incidente; 
É a chamada ação declaratória incidental  . 8
É possível que essas questões de estado sejam questões prévias do tipo prejudiciais, mas cuja discussão 
não constitui objeto principal do processo. 
Exemplo: o autor requer alimentos do pai. Quando o pai contesta, diz assim: “é verdade que eu registrei, 
mas o autor não é meu filho”. Daí instaura-se um ponto controvertido sobre a paternidade. Se o sujeito 
for pai, vai ter que pagar os alimentos. Se não, não. O juiz precisa, então, resolver previamente a questão 
da paternidade, pois ela que vai definir se o sujeito paga ou não paga alimentos. É uma questão prévia do 
tipo prejudicial. 
Acontece que a verificação do juiz acerca da paternidade não tem força a ponto de impor esse estado de 
paternidade. Os fundamentos da decisão não transitam em julgado. Então essa premissa que se valeu o 
juiz acerca da paternidade é o fundamento para ele concluir e decidir o pedido principal (alimentos). O 
fundamento do pedido dos alimentos é a paternidade, mas o autor não pediu o reconhecimento da 
paternidade, porque o autor já partiu presunção legal que há paternidade por conta do registro. Só 
transita em julgado a questão dos alimentos. Então e se o pai quiser posterior rediscutir a paternidade, 
não há nada que o impeça. Para evitar isso, tanto o pai quanto o filho podem proferir a ação declaratória 
incidental, ou seja, no curso do processo pode tanto o autor quanto o réu requerer que essa questão que 
é previa e é só fundamento passe a constituir objeto principal do objeto. Vai haver uma hipótese de 
ampliação objetiva da demanda. Eu vou acrescentar outro pedido. O pedido vai ser paternidade + 
alimentos. O resultado disso é que o juiz não vai utilizar a paternidade apenas como fundamento, pois a 
sua sentença vai ter duas decisões em uma: ele vai declarar o estado de paternidade e, com base nessa 
premissa, vai decidir se o pai vai ou não pagar alimento. Aqui sim transitou em julgado e essas questões 
não poderão mais ser discutidas, pois foi decidido, e não só fundamento. 
Assim, a ação declaratória incidental suspende o processo. 
V - por motivo de força maior; 
Pegou fogo no fórum, suspende-se o processo. 
VI - nos demais casos, que este Código regula. 
§ 1o No caso de morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes,ou de seu representante legal, provado o falecimento ou 
a incapacidade, o juiz suspenderá o processo, salvo se já tiver iniciado a audiência de instrução e julgamento; caso em que: 
a) o advogado continuará no processo até o encerramento da audiência; 
Esse dispositivo precisa ser entendido de acordo com a prática forense: parece, pela leitura do código 
que, se no meio de uma audiência o sujeito bate as botas, ele fica lá e a audiência continua. Mas não é 
bem assim. 
O código que dizer que existem hipóteses em que a audiência começa e não termina no mesmo dia. Se 
entre o início da audiência e o seu término que se dá em outro dia houver falecimento da parte, não se 
suspende o processo. O advogado continua praticando os atos processuais até a sentença. 
b) o processo só se suspenderá a partir da publicação da sentença ou do acórdão. 
! Prevista nos arts. 5º e 325. 8
§ 2o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz marcará, a 
fim de que a parte constitua novo mandatário, o prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual extinguirá o processo sem julgamento do mérito, se o 
autor não nomear novo mandatário, ou mandará prosseguir no processo, à revelia do réu, tendo falecido o advogado deste. 
A justificativa disso é que os atos praticados em audiência necessitam da presença do advogado, pois ele 
que vai poder praticar os atos. Se o advogado morrer nesse meio tempo, a audiência não vai poder 
prosseguir. 
§ 3o A suspensão do processo por convenção das partes, de que trata o no  Il, nunca poderá exceder 6 (seis) meses; findo o prazo, o 
escrivão fará os autos conclusos ao juiz, que ordenará o prosseguimento do processo. 
§ 4o No caso do no III, a exceção, em primeiro grau da jurisdição, será processada na forma do disposto neste Livro, Título VIII, Capítulo 
II, Seção III; e, no tribunal, consoante Ihe estabelecer o regimento interno. 
§ 5o Nos casos enumerados nas letras a, b e c do no IV, o período de suspensão nunca poderá exceder 1 (um) ano. Findo este prazo, o 
juiz mandará prosseguir no processo. 
Art. 266. Durante a suspensão é defeso praticar qualquer ato processual; poderá o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes, a 
fim de evitar dano irreparável. 
Obs.: o rol do art. 264 não exaure as hipóteses de suspensão. 
Obs.: férias forenses é a suspensão do prazo, mas não do processo. Assim, atos podem ser praticados. 
EXTINÇÃO 
É o final do processo. 
O código, porque tinha aquela perspectiva de que, da ação processual, uma vez solucionada a crise de 
certeza, e necessária a posterior tutela executiva, o sujeito precisava de um novo processo. A sentença 
era, então, o ato que extinguia o processo, resolvendo o mérito ou não. 
Segundo a visão do código, a sentença seria o ato que extinguia o processo, e essa extinção seria com 
resolução de mérito solucionando o conflito de interesse, ou seria extinção anômala quando o judiciário 
extinguia sem solucionar o conflito de interesses. 
Porém a doutrina percebeu que o conceito do código, apesar de bem intencionado, era equivocado, 
porque depois dessa sentença era possível, por exemplo, que a parte propusesse um recurso no mesmo 
processo. Isso significa que a formulação do código de que sentença extinguia o processo é errada, 
porque bastava eu pensar que a essa sentença cabia recurso. 
Então se percebeu o seguinte: a sentença identificada como ato final do processo estava equivocada e a 
doutrina começou a conceituar esse ato, não como o que colocava fim ao processo, mas como o que 
colocava fim a uma sentença de primeiro grau de jurisdição. 
O processo em crédito se caracteriza pela desnecessidade, uma vez da sentença, ingressar com uma nova 
ação. É um processo só dividido em fases. O que era para ser um novo processo passou a ser uma fase 
subsequente. Em 2005 resolveu-se tentar ajustar o conceito de sentença, alterando, por exemplo, o art. 
162, §1º. 
Então quando terminaria o processo? Segundo alguns, com o trânsito em julgado da sentença, terminaria 
o processo. Isso, na versão anterior do código, poderia ser verdade. Quando a execução demandava novo 
processo com o transito em julgado não cabia mais nada e acabava a relação processual. Agora não mais. 
o transito em julgado é um dos pressupostos para eu continuar o processo na fase executiva. O processo 
acabaria, então, no dia em que a fosse satisfeita, e juiz proferisse uma nova sentença na fase executiva, 
extinguindo o processo. 
Exemplo: receber o dinheiro do bilhete premiado. Uma coisa é ganhar o bilhete, outra coisa é receber. 
Não adianta só ter a sentença que obriga o réu a pagar se o estado não tem condições de fazer com que 
o réu efetivamente entregue o dinheiro. 
Uma vez que o judiciário consegue impor a satisfação da obrigação, acabou atividade do judiciário no 
processo. Quando o judiciário tiver realizado a tutela jurisdicional satisfatória. Uma vez satisfeita a relação 
conflituosa, acabou o processo. Ou uma vez não sendo possível a satisfação da relação conflituosa (como 
na prescrição), acabou o processo. Resumindo: a extinção se dá quando não é necessário/se pode mais 
praticar atos no processo. 
Explicação de Didier sobre a extinção do processo: 
O código nos artigos 267 (sem julgamento de mérito) e 269 (com julgamento de mérito) trata das 
hipóteses de extinção do processo. O legislador relaciona esses artigos à sentença, visto ser esse o ato 
que encerra o procedimento em primeira instância, conforme o texto do §1º do art. 162 (sentença é o ato do 
juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta lei). 
A redação do código induz o entendimento de que toda decisão judicial, que tenha por conteúdo uma das 
hipóteses previstas nesses artigos, será uma sentença. Não é bem assim, porém. 
Essa nova redação do §1º do art. 162 tem como objetivo ressaltar que a sentença não mais extingue o 
processo, como antes se dizia, tendo em vista que toda sentença de prestação, agora, dá ensejo a 
execução imediata, sem necessidade de outro processo (de execução) para isso. É por isso que também 
foi alterado o art. 463 (publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la), para retirar a menção que se fazia ao 
“encerramento da atividade jurisdicional” com a prolação da sentença. De fato, proferida a sentença, o 
juiz não mais encerra a sua atividade jurisdicional, pois deverá continuar a atuar, agora na fase executiva. 
Após essa alteração legislativa, é preciso compreender a sentença como o ato que encerra o procedimento 
na fase de conhecimento/execução e em primeira instância. O encerramento do procedimento fundar-se-á 
ora no art. 267, ora no art. 269. 
O conceito de sentença tem bastante relevância: é com base nele que se saberá qual o recurso cabível, 
pois, de acordo com o código, da sentença cabe apelação e da decisão interlocutória cabe agravo. 
Ademais, a sentença nem sempre encerrará toda a fase de conhecimento/execução, quer porque pode 
haver recurso, a prolongar a vida da causa, quer porque, sendo demanda de competência originária de 
tribunal, o ato que porá fim ao processo será acórdão ou decisão de relator, e não sentença. 
Obs.: obviamente é possível designar toda e qualquer decisão judicial de “sentença”, mas não é esse o 
sentido do §1º do art. 162. 
Do mesmo modo, nem toda decisão que tiver por conteúdo uma das hipóteses dos arts. 267 e 269 terá 
por feito a extinção da fase de conhecimento. Exemplos: a) decisão que indefere parcialmente a petição 
inicial (267 I); b) decisão que reconhece a decadência de um dos pedidos acumulados (269 IV); c) 
decisão que exclui um litisconsorte por ilegitimidade (art. 267 VI). São exemplos de decisão 
interlocutória  , que podem, assim, ser impugnadas por agravo. 9
É por isso que se deve ter muito cuidado com a terminologia. Os arts. 267 e 269 não preveem hipóteses 
em que necessariamente o processo será extinto e nem estabelecem matérias exclusivas de sentença, arespeito da redação do §1º do art. 162. 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
I - quando o juiz indeferir a petição inicial; 
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
! Ato pelo qual o judiciário resolve, no curso do processo, questão incidente, no qual cabe agravo no prazo 9
de 10 dias. 
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse 
processual; 
Vll - pela convenção de arbitragem;  
Vlll - quando o autor desistir da ação; 
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; 
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu; 
XI - nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o  O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada 
pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas. 
§ 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao no  II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao no  III, o autor será 
condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28). 
§ 3o  O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria 
constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas 
custas de retardamento. 
§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção do processo não obsta a que o autor intente de novo a ação. A petição inicial, 
todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado. 
Parágrafo único. Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo pelo fundamento previsto no no III do artigo anterior, não 
poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu 
direito. 
Art. 269. Haverá resolução de mérito:  
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; 
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
III - quando as partes transigirem; 
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;  
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.  
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO INICIAL 
Processo requer a análise de atos processuais, e atos processuais nada mais são que uma categoria de 
atos jurídicos. São atos jurídicos praticados dentro do processo. 
Significa então que eu vou analisar os atos processuais por esses três planos: existência, validade e 
eficácia. 
No plano da validade, se vai verificar três requisitos: agente capaz, objeto lícito e forma não defesa em 
lei. 
Então quando se pratica um ato processual, se verifica no plano da validade se preenche alguns 
requisitos. Todo ato jurídico, pressupõe para a sua admissão, a análise dos requisitos que lhes são 
próprios, e eu chamo então a análise desses requisitos de JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. É saber se um 
ato é válido ou não. O ato só pode ter pretensão de ser eficaz se ele existir e ser for válido. 
O ato processual, então, como categoria de ato jurídico, requer a análise da sua admissibilidade. Existente 
o ato, para ele produzir efeitos, temos que verificar se ele é válido. Essa análise de validade pressupõe 
juízo de admissibilidade. A petição inicial como ato que deflagra a atividade jurisdicional precisa também 
passar pelo crivo da admissibilidade. 
Esse crivo requer uma maior cautela, porque no fim das contas, há uma quantidade muito maior de 
requisitos para que o exercício regular do direito de ação se dê, e que o desenvolvimento válido do 
processo também se faça. Exemplos: condições de ação, pressupostos processuais + e -. 
Quando o sujeito deflagra a atividade jurisdicional, o juiz recebe a PI e vai analisar, verificando se todos 
esses requisitos estão contidos. Vai verificar a admissibilidade desse ato. Esse juízo de admissibilidade 
significa a análise dos requisitos de admissibilidade. 
O resultado desse juízo pode ser de três formas: 
1. Positivo – Ato: despacho (cite-se) 
É aquela análise da PI que dá conta da existência de todos os requisitos para PI para que o processo seja 
válido. 
É quando o juiz atesta a existência das condições de ação, dos pressupostos processuais, de que não 
existe nenhum pressuposto processual negativo etc. 
Todas as vezes que o juízo é positivo de admissibilidade, o juiz então verifica que o processo consegue se 
desenvolver válida e regularmente. 
O ato que conhece positivo a admissibilidade normalmente é visto pelo despacho do juiz, que determina a 
citação. 
Quando o juiz determina a citação, significa que ele admitiu a PI. 
2. Neutro – Vício sanável 
É aquele que nem atesta a presença dos requisitos a ponto de permitir que a PI seja admitida, e nem que 
atesta a falta de um requisito a ponto de indeferir. 
É sempre que o juiz verifica que há um vício, mas que esse vício pode ser consertado. É o princípio do 
aproveitamento. Só se anula um ato processual quando esse ato não puder ser aproveitado. 
Todas as vezes que o juiz se depara com um vício, ele deve tentar sanar o vício. 
Imaginem o seguinte: o autor ajuíza a PI em face de um particular. Então é um conflito de particulares no 
âmbito civil. O autor entrega a PI perante o protocolo da justiça federal. O juiz federal vai analisar 
admissibilidade e vai perceber que falta um pressuposto processual, qual seja, o juízo competente 
(competência absoluta). O juiz não vai admitir a petição, e nem indeferir. Ele vai aproveitar. Ele vai 
determinar a remessa dos autos ao juízo competente. 
Se o vício for sanável, deve-se aproveitar a correção. 
Então desse juízo neutro pode resultar a correção do vício, e se corrigido o vício, a hipótese é de 
admissibilidade. Se não corrigir, a hipótese é de indeferimento. 
3. Negativo – Ato: indeferir. Vício insanável 
É o contrário do positivo. É quando o juiz ate, atesta que as condições de ação não foram preenchidas, 
quando existe pressuposto processual negativo etc. 
Quando o juiz emitir pronunciamento negativo da admissibilidade, irá indeferir a PI. Liminarmente 
Ou é corrigido pelo juiz ou é corrigido pela parte 
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
Constitui a rejeição da petição inicial, que vai acontecer SEMPRE ANTES da citação do réu. Vai se dar 
liminarmente. O indeferimento da PI sempre vai corresponder a essa rejeição realizada antes da citação 
do réu. 
Art. 295. A petição inicial será indeferida:  
I - quando for inepta;  
Inépcia sempre vai acontecer quando houver um vício na causa de pedir ou no pedido da PI (PU). Nem 
todo vício pode ser taxado de inépcia. 
Quanto à inépcia da PI, é corriqueiro chamar de inepta a petição que contém vício. Só que inépcia da PI 
não corresponde a qualquer vício nesta PI. Inépcia sempre vai acontecer quando houver um vício na 
causa de pedir ou do pedido da PI. Inépcia é sempre um vício que atinge a causa de pedir ou o pedido. 
Foi o que já vimos lá em cima. Um vício, sanável ou insanável, que atinja outro elemento da PI, que não 
os do PU do art. 195, não é taxado de inépcia. 
II - quando a parte for manifestamente ilegítima;  
III - quando o autor carecer de interesse processual;  
IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o);    
V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só 
não será indeferida,

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