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Apostila de Processo de Conhecimento 1

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PROCESSO DE CONHECIMENTO I
O código diz no capitulo que se refere sobre defesa, que o réu teria três espécies de defesa para oferecer- contestação, exceções e reconvenção. Esta ultima não é meio de defesa, apesar de o código se referir a reconvenção como meio de defesa, a sua natureza jurídica é de ação autônoma. Reconvenção, portanto, não é defesa, mas o exercício do direito de ação feito pelo réu, exclusivamente pelo réu, em face do autor ou quando menos, do autor e de terceiros. Reconvenção, portanto, é um como tratar feito pelo réu, no mesmo processo instaurado em seu litisfavor pelo autor. 
A reconvenção sempre vai ter lugar quando o réu tiver pretensão conexa a pretensão do autor, tanto pretensão conexa, que poderia o réu ter ajuizado também uma outra ação em face do autor, mas aproveita a mesma relação processual para ajuizar essa sua ação no mesmo processo. Aqui vai ser uma hipótese bem interessante, em que se tem duas pretensões contrapostas, duas ações em um só processo. Não só no mesmo caderninho processual, mas na mesma relação processual (considerada como petição inicial e sentença). A relação processual mínima entre as partes em contencioso se apresenta “mais ou menos” assim: autor em face do réu. A reconvenção é o réu em face do autor, com a diferença que essa ação vai ser introduzida neste mesmo processo. Invés da pretensão manifestada pelo réu em face do autor, dá ensejo a uma outra petição inicial, para ter uma outra sentença, o réu vai pegar carona no processo em face dele instaurado e ajuíza a sua ação.
Aqui é assim: o autor ajuíza ação em face do réu e este no prazo para contestar, pode além de contestar se quiser, pode oferecer reconvenção. Além de contestar, MAS no prazo para contestar. 
Algumas das exceções são ajuizadas com prazo para contestação. O prazo para certas exceções não necessariamente será de 15 dias, a depender da situação, se aplica o caso especial do artigo 188, ou do artigo 191. Nessas situações, respectivamente o prazo será de 60 dias no 188 e de 30 dias no artigo 191. Significa então, que as exceções que se submetem ao prazo da contestação, assim como a reconvenção que também se submete a esse prazo da contestação pode ser ajuizada em 15, 30 ou 60 dias a depender de se aplicar o prazo simples, dobro ou quádruplo. O correto é que prazo para reconvenção é prazo da contestação, que ordinariamente é de 15 dias, mas não necessariamente será. Pode ser de 30 e 60.
A reconvenção, como é direito de ação, precisa ser exercitada mediante uma petição autônoma. Apesar de ser no prazo para contestação, não é dentro da contestação, como se fosse um capitulo ou parte desta. Reconvenção vai obedecer aos requisitos da petição inicial. Afinal de contas, aqui se tem verdadeiramente o exercício do direito de ação, e este vai se dá mediante a formulação de instrumento que é a petição inicial. A diferença é que esta petição inicial não vai dá ensejo a um novo processo, mas a outra relação jurídica dentro daquele processo já inaugurado. Então vai se ter a ação ajuizada pelo autor em face do réu e a ação ajuizada pelo réu em face do autor (reconvenção). O código diz assim: todas as vezes que se referencia a ação movida pelo autor em face do réu e ação movida pelo réu em face do autor, que é a reconvenção, FALA DE AÇÃO (ação ordinária do autor em face do réu) E RECONVENÇÃO (ação do réu em face do autor).
Para o professor isso é tecnicamente inapropriado, uma vez que a reconvenção é uma ação, então não há o que se distinguir ação de reconvenção. 
As coisas na ação e na reconvenção vão se inverter: se na ação é o autor em face do réu, na reconvenção é o réu em face do autor. Autor e réu na reconvenção recebem nomes específicos: o autor é chamado de reconvinte e o réu de reconvindo. Legitimado ativo para a reconvenção é o réu. O problema está na legitimidade da legitimação passiva. A duvida reside na doutrina, se é possível na reconvenção, o réu reconvir ao autor, e se pode também reconvir a um terceiro. Ou seja, se é possível na reconvenção ocorrer ampliação subjetiva do processo (a introdução de mais pessoas em um dos pólos da relação processual).
Há duas vertentes da doutrina acerca do tempo: uma diz que é possível a ampliação subjetiva e a face contraposta dizendo que não. Qual é o problema para a parcela da doutrina que diz não ser possível? Primeiro que a natureza jurídica da reconvenção para essa parcela da doutrina seria de ação exclusiva do réu para o autor, segundo: que a ampliação subjetiva acabaria por introduzir alguém que não foi escolhido pelo autor para o seu pólo passivo. Para essa parte da doutrina, a ampliação subjetiva (o fato de o réu trazer um terceiro) seria obrigar o autor a litigar em face de quem ele não pretender. A outra justificativa pra quem entende que é impossível é o fato de que essa ampliação subjetiva termina por atrasar demasiadamente o processo. Se incluiu uma terceira lide no processo, além da segunda (que é a do réu em face do autor) e isso seria contrário a garantia constitucional da duração razoável do processo. 
Não interessa se uma nova pessoa ingressa ou não, sempre será uma nova ação, mas não um novo processo (reconvenção). A ação ajuizada pelo réu em face do autor é uma nova AÇÃO, mas NUNCA será um novo processo. No outro problema quanto a legitimidade passiva se apresenta na hipótese de eventual reconvenção ter que ir necessariamente incluir no pólo passivo do autor um terceiro litisconsórcio passivo necessário. Litisconsórcio é a pluralidade de partes e dentre as suas classificações, há o chamado de litisconsórcio necessário, que é aquela pluralidade obrigatória, por que a relação jurídica é uma só, porque a lei determina, é necessário a presença de mais uma pessoa no pólo passivo da relação, sob pena de nulidade.
Imaginem que A demande B e que A seja casado. B em reconvenção demanda A, (a hipótese de reconvenção se encontra no artigo 10). B necessariamente teria que inserir o cônjuge na relação processual, pois caso contrario o processo seria nulo. Como é que se resolve isso aqui? Ou se admite que por exceção ou não, a reconvenção nessa hipótese vai admitir a figura da ampliação subjetiva, ou seja, a reconvenção vai ser do réu em face do autor e em face de terceiro, ou vai se admitir que nem por exceção isso vai acontecer e que essa necessidade de ter litisconsórcio passivo na reconvenção, acabaria por obstar a própria reconvenção. Como assim? Na hipótese de reconvenção ter que ser ajuizada em face do autor e necessariamente de uma terceiro, não seria hipótese de reconvenção. Então ou se admite por exceção OU NÃO (pois se eu disser que é possível a ampliação de terceiro, não faz diferença se o litisconsórcio é necessário ou não, de qualquer modo está-se fazendo litisconsórcio) ou se eu negar a possibilidade de ampliação subjetiva mesmo sendo litisconsórcio necessário, não seria possível (e o que fica obstado aqui é o exercício do direito de reconvir). Que esta ação que poderia ter sido ajuizada por B em face de A e em face do seu cônjuge deve ser autônoma. Como assim? B separadamente ajuíza ação em face de A e de C, ainda que essas ações sejam conexas (vão ser autônomas e não será aqui a hipótese de reconvenção).
Na pratica não se tem admitido reconvenção com inclusão de terceiros. A doutrina majoritária entende que não existe essa possibilidade. E tanto a doutrina como a jurisprudência entendem que reconvenção é ação exclusiva do réu em face do autor.
A legitimação pode ser ordinária e extraordinária (também chamada de substituição processual). Diz o art. 6 que ninguém pode demandar em nome direito alheio, exceto quando for autorizado por lei. Então, normalmente tem legitimidade ativa pra propor ação, aquele que em nome próprio defende interesse próprio ou como a lei autoriza em nome próprio defendendo interesse alheio (Legitimação ordinária e extraordinária que é chamada de substituição processual - que não é a mesma coisa que sucessão processual).
Imaginem que vocês criem aqui uma associação dos alunos da UNDB, que ajuíza uma açãoem face de alguém pra defender os seus próprios interesses, ou seja, os interesses da categoria. É possível duas coisas: que a associação tenha interesses próprios e vá a juízo defender interesse próprio (por exemplo, associação dos alunos da UNDB diz que tem direito a uma sala na instituição) isso é legitimação ordinária. Mas podia ser assim: a associação se substituindo aos interesses dos seus associados, ou seja, aos interesses dos alunos vai a juízo dizer ao invés de três avaliações, deveria a instituição realizar apenas duas (legitimação extraordinária- a associação que vai em seu próprio nome a juízo em face da instituição defender interesse dos seus associados.). 
É possível na hipótese de associação haver reconvenção? É, desde que os interesses discutidos na reconvenção sejam conexos e que digam respeito à própria associação. Como assim? Se a legitimidade é que é ordinária, ou seja, se a associação dos alunos da UNDB está em juízo defendendo interesses próprios em nome próprio, pode o réu reconvir em face da UNDB desde que o direito postulado pelo réu em face do autor também diga respeito a ele próprio e não a seus substituídos. Se o réu pretende reconvir que o faça em relação aos interesses próprios da associação. Não pode a associação em nome próprio defender interesse próprio, ser pólo passivo na reconvenção quando o réu reconvinte postula direito de associado e de substituído. Pois uma coisa é eu ter legitimidade para defender os interesses da categoria (isso vai acontecer em todas as hipóteses de substituição processual- associações, sindicatos, Ministério Público, Defensoria Pública). Em todas as hipóteses em que é possível que se ajuíze ação em nome próprio defendendo interesse de terceiro, é possível que uma vez havendo a reconvenção, que aquele legitimado esteja atuando com legitimidade ativa ordinária sob pena de eu inverter a ordem das coisas e presumir que a associação teria autorização para defender os interesses dos senhores no pólo passivo, como se tivesse uma autorização legal pra receber citação, autorização legal para representá-los em juízo no pólo passivo. Essa autorização legal a que se refere a constituição, é a autorização para defender em juízo, normalmente no pólo ativo esses interesses. Quando a instituição tiver direito de ação em face dos alunos tem que ajuizar em face dos alunos, ainda que seja INDIVIDUALMENTE, em face de cada aluno. Não poderia, se houvesse uma associação, a instituição pretender atingir direito dos alunos, apesar de ser em face da associação dos alunos da UNDB, pois não se presume essa autorização legal pra defender os interesses do pólo passivo.
Para que haja reconvenção, não é suficiente que haja um direito pretensamente conflituoso do réu em face do autor. Não basta que o réu também tenha pretensão em face do autor. É preciso que essa pretensão seja conexa com a pretensão já manifestada em processo instaurado previamente pelo autor. O que isso significa? Autor move uma ação em face de B, e B move uma ação em face do autor. Ações autônomas. Nem sempre que isto acontece significa que poderia o réu ter nesta ação reconvindo ao autor. Nem sempre que o réu também tem direito pretensamente conflituoso em face do autor, nem sempre isso significa que ele poderia ajuizar a reconvenção, pois precisa haver entre a pretensão do autor e a pretensão do réu, para fins de reconvenção, liame (aquele liame muito próximo da chamada reconvenção). A doutrina (de vez em quando) se refere a um falso exemplo de reconvenção: o autor entra com uma ação em face do réu e cobra deste 50 mil reais, e que o réu poderia reconvir ao autor dizendo que este autor é também o seu devedor de uma outra relação da quantia de 40 mil reais, e que por conseqüência na hipótese de procedência do pedido do autor, que deveria então fazer compensação, para que o réu no máximo tivesse que pagar apenas 10. ESSE é um falso exemplo de reconvenção, pois compensação é uma forma de extinção das obrigações. 
Que liame é esse que autoriza a reconvenção? Qual é essa conexão que autoriza a reconvenção? (tarefa para a próxima aula).
16/04/2012
A petição que deflagra a reconvenção é a petição inicial e como tal, deve obedecer à tudo aquilo que já estudamos sobre ela (art. 282, 283). A primeira linha da petição inicial abordada no artigo 282, diz respeito ao juízo competente (é importante que se estude essa primeira parte). O juizo competente para processar reconvenção é o competente para processar a ação. Significa que a reconvenção apesar de uma ação autônoma processada nos mesmos autos, na mesma relação processual, não é processo novo. Então a primeira linha da petição inicial da reconvenção vai ter um endereçamento ao juízo que processa a ação, no mais é tudo igual.
E como é tudo igual e isso é uma petição, eu preciso regularizar essa relação processual, preciso então oportunizar ao reconvindo primeiro comunicando de que a reconvenção em face dele foi ajuizada e ele pode apartir de então exercitar o seu direito de defesa. Como a ação requer a triangulação da relação processual, a reconvenção vai requerer de tal modo essa triangulação. O réu da reconvenção que é chamado de reconvindo precisa ser comunicado acerca dessa ação em face dele pra poder então exercitar o seu direito de defesa. 
A doutrina diverge quanto a este ato de limitação ser citação ou intimação. Na medida em que as partes estão inseridas formalmente na relação processual, serão elas comunicadas mediante intimação. Se o réu da reconvenção (reconvindo) é o mesmo autor dessa relação processual, significa que ele já está nos autos. Daí a doutrina sugerir que essa comunicação ao reconvindo (que é o autor) seria intimação e não citação. 
Seja o que for, o certo é que se precisa comunicar ao réu reconvindo acerca da existência da reconvenção e mais especificamente: a citação obedece como regra o critério da pessoalidade. Significa que eu preciso citar o réu especificamente, salvo as exceções legais. 
A comunicação ao reconvindo (citação ou intimação- pois existe divergência) vai ser feita na pessoa do advogado do autor reconvindo, isso porque o próprio código determina. Quem entende que é citação acaba tendo que admitir também que o código por força de lei determina que estão inseridos entre os poderes do advogado, receber citação na reconvenção. Qual a diferença? É que o advogado não tem ordinariamente poder para receber citação por seu cliente, pois poder para receber citação são poderes especiais (são aqueles que se contrapõem aos chamados poderes da clausula adjunticia- poderes do foro em geral, são os poderes que a parte outorga pra praticar os atos processuais, são os atos tipicamente concernentes à capacidade postulatória, atos típicos de advogados: contestar, recorrer.. Atos que só o advogado pode praticar dentro do processo regido pelo código de processo civil).
Afora isso, porque a procuração passada pelo advogado é um instrumento de mandado (eu posso outorgar poderes a qualquer um para praticar atos como se fosse eu), é possível que o outorgante não use poderes para o advogado não o seus poderes para atuar no processo de modo geral, mas que ele passe poderes como se fosse ele próprio dentro da relação processual. EX: o advogado não tem poder de sua própria capacidade postulatória, de reconhecer que o autor tem interesse, ou de fazer um acordo ou de receber dinheiro, de pagar. Esses poderes podem até ser passados ao advogado, mas são passados com clausula extra aquelas tidas como típicas do advogado. Então essas clausulas extras abrangem esses poderes já mencionados e também o de receber citação (então para o advogado receber citação em nome do seu cliente é preciso que este outorgue poderes específicos e autorize este a receber citação como se fosse ele próprio, visto aqui a regra da pessoalidade).
O código inclui dentre os poderes para receber citação para a reconvenção os poderes da clausula geral. O certo então é o seguinte: a comunicação feita ao reconvindo é feita a ele na pessoa do seu advogado. Claro que se ele tiveradvogado habilitado nos autos. 
Uma vez recebendo a citação ou intimação se preferir, o certo é que essa reconvenção é uma ação como outra qualquer. O reconvindo como regra, nesta relação processual já instaurada nessa ação nova, pode praticar todos esses atos. Então o reconvindo que é o autor, pode contestar, pode formular exceção ou uma outra reconvenção (o que não tem nenhum problema). Feita a reconvenção, é necessária a citação ou a intimação (se acharem melhor) do autor reconvindo, para que este então faça contestação ou outra defesa, que pode ser até outra reconvenção, pois é uma ação como outra qualquer que precisa ser triangularizada e o réu oferecer uma outra defesa qualquer.
Para o código, a reconvenção só tem cabimento nos procedimentos comum de rito ordinário. Não cabe reconvenção nos procedimentos especiais e nos procedimentos sumários. A partir daqui o processo vai tramitar com vistas a colher o que for necessário para a ação e para a reconvenção, ou seja, vão tramitar ação e reconvenção no mesmo processo pra a obtenção de uma só sentença. O juiz ao final desse procedimento deve proferir sentença que vai julgar a ação e a reconvenção.
Há uma discussão na doutrina sobre prazo para reconvir. Especificamente se o prazo é comum ou se é simultâneo. Qual a diferença de um prazo ser comum para ser simultâneo? Na pratica, prazo comum é o que obriga em um mesmo prazo a pratica de mais de um ato, podendo esses atos serem praticados dentro desse prazo e em momentos distintos. No prazo comum, eu tenho 15 dias, por exemplo, que findo esse prazo eu tenho que ter contestado e reconvindo se for do meu interesse. Ao termino do 15° dia (ou do 30° se este for o prazo estipulado), eu tenho que ter contestado e reconvindo, pois caso contrário sofreria preclusão. O outro prazo, chamado de simultâneo, é o fato de que vai refletir no ônus de que tem o réu de em um mesmo dia praticar os dois atos em um só tempo- tempos simultâneos. 
A doutrina, sobretudo a mais moderna, diz que o prazo é comum e que o sujeito deveria praticar um e se sobrasse prazo praticar o outro. Essa não é a idéia que se vê muito na pratica, apesar de ser a mais razoável. Na duvida então, interponham as petições juntas e entreguem as duas juntas. 
LEMBRANDO que uma coisa é o prazo comum para os litisconsórcios e outra é o prazo comum para contestar e reconvir. Talvez o prazo seja comum para os litisconsortes e possa não ser comum para contestar e reconvir, podendo ser simultâneo.
A reconvenção, como ação que é, tem autonomia, o que significa que os atos praticados na reconvenção, sobretudo os atos de disposição de direito, não atingem os atos praticados na ação nem vice-versa. Podem até beneficiar, mas não podem prejudicar.
O código é expresso em dizer que o reconhecimento de procedência do pedido feito na ação na reconvenção, não importa mesma conseqüência na outra. Pois ação e reconvenção são autônomas, são tão autônomas a ponto de uma ser extinta por alguma razão e a outra subsistir. Se por qualquer razão a ação for extinta, permanece a reconvenção, porque a ação também é autônoma. O contrario também é verdadeiro. Tão autônomas são (ação e reconvenção), que é possível que os dois pedidos sejam procedentes.
Vocês encontrarão em certos livros, aquilo que se chama de falso exemplo de reconvenção: o sujeito postula em relação a outro uma obrigação pecuniária (A diz que B lhe deve 10 mil reais) e B reconvém e diz que B lhe deve 8 mil reais. O que pretende B com essa suposta reconvenção? Pagar só dois mil reais. Só que isso não é hipótese de reconvenção, pois isso é compensação (forma de extinção). Assim B faz defesa do tipo indireta. Isso (argumentação de B) deverá ser alegado em contestação. E toda vez que eu tenho uma matéria para contestação, significa que me é dispensada a reconvenção. Que é por falta de interesse na modalidade utilidade e necessidade. 
Reconvenção é típica das ações que se processam mediante os ritos ordinários e não existe reconvenção nem nos procedimentos especiais nem nos procedimentos sumários (expresso no artigo 280). É que para essas ações (ritos especiais e sumários), vige o que se chama na doutrina de caráter dúplice. As ações que se regem pelo rito especial e os processos de procedimentos sumários tem caráter dúplice (a defesa serve para o réu se defender, e isso é obvio. Isso é o que autoriza a doutrina majoritária a dizer que o réu formula pedido na sua defesa e que a contestação não é meio para se formular pedido). Didier é exemplo de autor que diz que o autor formula pedido SIM! A saída aqui é considerar que para Didier existe uma conotação especifica para o termo pedido. Pedido em sentido amplo e pedido em sentido estrito. O primeiro é o processualmente eu formulo, é aquilo que me é requerido formalmente. Em sentido estrito pedido corresponde a uma pretensão, que vai decorrer de uma causa de pedir. Nas ações em que o processo segue rito ordinário não é possível que o autor na sua contestação formule pretensão. Não pode o réu na sua contestação demandar ao autor. Não pode ampliar objetivamente o processo pra formular pretensão autônoma (aquela pretensão que deveria ser formulada mediante processo, mediante uma ação autônoma). 
Já nas ações que tem caráter dúplice sumario com procedimentos especiais, o próprio código autoriza que a reconvenção seja um instrumento hábil de se formular pretensão. Então a contestação nos procedimentos sumários e especiais se presta tanto ao réu tentar impedir a pretensão do autor como serve para o réu pedir em sentido estrito. Então esta reconvenção que visa a anulação da clausula contratual, que podia muito bem ter sido buscada em processo autônomo, nos procedimentos sumários e especiais pode ser buscada na própria contestação. Então a contestação vai ser instrumento hibrido (parte para se defender, parte para atacar ou contra- atacar). Daí decorre a ausência de necessidade, utilidade e adequação da reconvenção nesses procedimentos. Se no procedimento ordinário, o réu precisa reconvir porque ele não pode na sua contestação formular pretensão, nos procedimentos sumario e especial não faz sentido o réu reconvir porque a contestação já é o veiculo hábil de veicular também a sua pretensão. ENTÃO só existe reconvenção no procedimento de rito ordinário. 
23/04/2012
O processo tem um tempo de duração. Infelizmente este tempo na prática é excessivo alem daquilo que deveria. O certo é que abstraída a demora excessiva do processo, este precisa de um tempo para se desenvolver porque a propositura da ação seja a triangulação da relação processual com isso o réu precisa ser comunicado. A comunicação abre ao réu a oportunidade de se comunicar, e sua manifestação é no sentido de se fazer a sua defesa de modo abrangente, e afora a contestação, existe outras tantas defesas. A gente já estudou umas quatro além da contestação (exceções, suspeição e impedimento de competência, reconvenção). 
Afora essas tantas defesas, o juiz tem mais três fases a cumprir nesse procedimento comum ordinário, que até o momento da defesa do réu, ainda se está cumprindo aquela fase chamada de postulatória, que pode se estender como após a defesa, a oportunidade para o autor em dez dias se manifestar e é chamada na pratica de réplica. Depois disso então, dá-se a fase ordinatória, a probatória e após tudo isso o juiz julga. Pra que tudo isso? Para que o processo permita às partes reclamar o exercício do seu direito de defesa. Para que o autor deduza em tempo razoável aquilo que parece ser necessário, interessante, para a sustentação da sua causa. Para que o réu consiga defender de modo apto, para que as partes consigam levar elementos de convicção para o magistrado, pra que ele julgue de modo “adequado e justo”. Significa então, que é necessário um procedimento, que pressupõe um tempo de maturação para que tudo isso aconteça. É a garantia da duração razoável do processo (adotada pela Constituição Federal no artigo 5°, inciso 78). 
O certo é que esse tempo natural do processo por vezes causa a ineficácia da prestaçãojurisdicional. Imaginem o seguinte: o sujeito se submete a um concurso público e que esse concurso esteja marcado para domingo. Por qualquer razão, o cidadão recebe a noticia de que a sua inscrição foi indeferida para o concurso. Ele tem convicção de que o indeferimento foi indevido e vai a justiça, ajuizar um processo, ainda que seja um mandado de segurança, que é um procedimento especial que em tese em 180 dias deve está resolvido. Ainda sim esse 180 dias só existe no “fantástico mundo de Bob”, ainda sim esse se fosse resolvido nesses 180 dias, não teria eficácia, pois no próximo domingo o concurso iria acontecer. 
Até 94 não existia nenhum meio processual especifico, adequado pra se fazer com que a parte conseguisse evitar essa ineficácia pelo necessário decurso do processo. Como não existia nenhum procedimento, nenhuma medida judicial, passou-se a adotar então a chamada cautelar. Processo cautelar é aquilo que a doutrina chama de processo do processo (pois em regra geral o processo é instrumento da jurisdição que se volta a solucionar uma situação jurídica de direito material. O processo cautelar não. O processo cautelar é processo do processo pois não visa tutelar, pelo menos imediatamente, uma situação jurídica de direito material, mas tutela imediatamente uma situação processual). Como assim? Existem decisões judiciais que ao final da crise, podem não ser eficazes. É possível então, às vezes que o sujeito ingressa com uma ação que preveja provável ineficácia da medida ao final do período. 
Imaginem que duas pessoas litiguem em divórcio, e que as duas pessoas pretendam então, discutir entre outros aspectos desse divorcio seu patrimônio. Existe uma casa que vai ser alvo de discussão. O autor disse que tem direito a casa e o réu também. O cônjuge faz o seguinte raciocino: vou ajuizar e nessa ação de divorcio eu vou discutir se o imóvel é meu só meu, ou se metade dele é meu. Mas como vou ajuizar ação e ação é processo e processo demora, é bem provável que daqui um, dois ou três anos o processo quando tenha o seu resultado, o imóvel já tenha sido vendido. O que ele faz então? Precisa de uma medida que impeça o cônjuge de vender o imóvel. Essa medida vai ser adotada para impedir a venda do imóvel porque quando o juiz decidir no outro processo se ele tem ou não direito, o imóvel vai está resguardado. Ele então vai ajuizar uma ação, vai a justiça pede para que o juiz espessa uma ordem que determine então, que o outro cônjuge não venda o imóvel até que a partilha seja definida no outro processo. 
Então um processo se volta a impedir a venda do imóvel e o outro a discutir a propriedade ou partilha desse imóvel. Ou seja o primeiro visa resguardar o outro processo, que será o que a parte visa a satisfação. Esse primeiro processo é dito cautelar (vem de resguarda, de garantia), com esse processo eu viso garantir que a sentença proferida no outro processo possa ter eficácia. Há um problema: o processo cautelar, com as medidas cautelares em geral, não podem ter caráter satisfativo. O processo cautelar ou a medida cautelar é sempre algo que resguarda a eficácia de uma outra medida que me satisfaz. Se o processo cautelar, ou se a medida cautelar me satisfizer é sinal de que não é cautelar. Embora existam figuras previstas no código ditas cautelares que conseguem satisfazer as partes (no oitavo período vai-se ter a discussão se é ou não cautelar). A natureza jurídica das medidas cautelares é de resguardo, de amparo, de cautela. Se me satisfaz não é cautelar. Daí conclui-se que processo cautelar, medida cautelar é sempre não satisfativa.
Nos procedimentos especiais, a exemplo da possessória o código previu uma tal de medida liminar. Em alguns procedimentos, essa medida liminar tinha a característica de garantir a eficácia da medida desse processo ou de satisfazer antecipadamente as necessidades do autor. Se o sujeito obtem perante o judiciário uma ordem no começo do processo para que ele tome a posse de sua terra invadida, por exemplo, ele se satisfez. Então essa medida liminar tem característica satisfativa.
A pessoa que quer fazer o concurso, mas consegue uma liminar para que esse concurso não se realize, consegue uma liminar de caráter não satisfativo, uma vez que o individuo gostaria era de fazer o concurso. Ou seja, a medida liminar que suspende a realização do concurso é medida não satisfativa.
O código em 1994 altera a redação do artigo 461 e do artigo 273 que institui a tutela antecipada, QUE é uma medida que visa suprir a ausência até então verificada, consistente em uma medida satisfativa (que porque ausente compelia a parte a todo aparato judiciário a engolir a tutela cautelar com medida paleativa). Então vendo a parte a necessidade de obter um provimento que lhe garantisse fruir de uma provável decisão ser tomada em favor do autor, estabeleceu ai a tutela antecipada. Então a tutela antecipada significa uma medida de caráter satisfativo que serve em primeiro plano, a conceder a parte o direito de fruir a sua pretensão antes do momento ordinário (antes da eficácia da provável decisão a ser proferida em favor do autor). A tutela antecipada significa a antecipação dos efeitos da provável decisão a ser proferida em favor do autor. Quer dizer que o autor ajuíza a ação e ele espera que seja proferida em seu favor uma decisão. Essa decisão vai produzir efeitos. Imaginem que um sujeito entre com uma ação para que o seu nome seja retirado do SERASA, pois essa inserção é indevida, uma vez que ele nunca deveu nada. Ele requer então que o juiz profira um mandado para a retirada do seu nome do SERASA, logo no inicio do processo, pois ele vai ficar sem credito para comprar e tal. E ao final se ele tiver razão continua como está e se não tiver razão a SERASA está autorizada a colocar outra vez. O efeito da sentença (retirada do nome do SERASA). DIFERENTEMENTE do que alguns pensam, tutela antecipada não é a antecipação da sentença, mas é uma antecipação dos efeitos da sentença. É a antecipação dos prováveis efeitos da sentença. A sentença vai ser proferida no momento adequado. 
Os efeitos da sentença para fins de tutela antecipada podem ser vistos depois da própria sentença. Os efeitos da sentença não são contemporâneos a ela. A sentença como regra geral nasce sem produzir efeitos. Significa então que a tutela antecipada pode ser concedida depois da sentença. Ex: o sujeito toma um remédio que tem a pretensão de passar a dor de cabeça, se eu tenho uma medida para fazer com que esse remédio faça efeitos em 5 minutos, eu antecipei os efeitos do remédio. Apesar de seus efeitos serem posteriores ao remédio, eu antecipei de alguma forma esse efeito. Estudar o artigo 520 do código.
A tutela cautelar tem uma finalidade especifica que não pode ser satisfativa . A tutela antecipada é exatamente o contrario da cautelar, a tutela antecipada é uma tutela eminentemente satisfativa. O que diferencia a tutela antecipada da cautelar? É o fato da cautelar ser não satisfativa, garantir a eficácia de um provimento futuro e a antecipada ser satisfativa, ser da própria eficácia de um provimento futuro. Como é que se identifica se a hipótese é de tutela antecipada ou de tutela cautelar? Basta fazer o seguinte exame: se o que eu pedir para ser entregue em momento antecipado é igual total ou parcialmente aquilo que vai ser entregue ao final, eu tenho tutela antecipada. Se aquilo que eu pedi em momento antecipado é diferente daquilo que eu pedi ao final, eu tenho tutela cautelar.
No exemplo do divorcio, o sujeito pediu antes a proibição da venda da casa. E o que ele quer no final? Ele quer partilha ou o próprio imóvel. O pedido primeiro é diferente do ultimo, portanto é tutela cautelar. Quanto a cirurgia não. Aquilo que eu quero no começo (que o juiz determine ao plano de saúde que faça a cirurgia e faça logo, pois caso contrario o sujeito vai morrer) é igual àquilo que eu quero no final (vai demonstrar se o sujeito tem ou não direito à cirurgia). 
Como já visto, deferimento liminar é deferimento no começo do processo, é providenciatomada no começo do processo. É possível então, que o sujeito peça no começo do processo como primeira providencia do juiz uma ordem tanto para garantir a eficácia da decisão quanto para satisfazer total ou parcialmente os efeitos da provável decisão que vai proferir. É possível que a ordem de impedimento do imóvel, é possível que a ordem de realização da cirurgia seja postulada no começo do processo. 
Parece que essas medidas são liminares, pois são tomadas no começo do processo, no limiar do processo. A primeira medida que é liminar, ou que é concedida no começo do processo vai me garantir a eficácia da outra decisão, então essa dita liminar é cautelar. A segunda medida, relativa a realização da cirurgia é liminar, mas satisfativa, logo tutela antecipada.
Essa noção não é tranqüila. Existem alguns que dizem que liminar é uma coisa, tutela antecipada é outra e cautelar é outra. Que ao invés de liminar ser forma de provimento que pode abranger as tutelas cautelares e antecipatórias, que a liminar seria uma terceira espécie. Então se teria tutela cautelar, antecipada e a liminar como uma outra hipótese. 
Ele mandou pesquisar o que é cautelar, antecipatória e alinhar isso a idéia de liminar (para a próxima aula).
Onde é que está prevista a tutela antecipada? Genericamente no artigo 273, especificamente no artigo 461(cuida da tutela antecipada nas obrigações de fazer e não fazer) e 461-A (tutela antecipada nas obrigações de entregar coisa certa). O professor disse que a gente não vai tratar da tutela antecipada dos artigos 461 e 461-A. Se encontra tutela antecipada também no artigo 84 do código de defesa do consumidor. 
O código diz assim: a tutela antecipada para ser deferida, precisa do preenchimento de alguns requisitos e esses requisitos devem ser compreendidos da seguinte forma: o caput do artigo 273 cuida de alguns requisitos que sempre deverão ser preenchidos na tutela antecipada. Ao lado desses requisitos presentes no caput do artigo 273, tem-se que agregar um. Sempre todos os artigos do 273 e mais 1, que é ou aquele previsto no inciso 1 do 273 ou aquele previsto no inciso 2 do 273 ou aquele previsto no § 6° do artigo 273. 
Então para eu ter direito a tutela antecipada, eu preciso preencher todos os requisitos do caput do artigo 273 e sempre mais um, que pode ser os citados anteriormente. Não cumulativamente esses três juntos. É sempre cumulado o caput com o inciso 1, o caput com o inciso 2 ou o caput com o § 6. 
As hipóteses do inciso 1, 2 e § 6° correspondem respectivamente às chamadas tutela antecipada de urgência, de evidencia e de parcela incontroversa. Existem três hipóteses especificas de tutela antecipada: uma na hipótese de urgência, outra na de evidencia e outra na de parcela incontroversa. Significa então, que das três espécies de tutela antecipada, apenas uma requer para o seu deferimento a urgência. Porque se chamar a atenção quanto a isso? Porque parece que só se lembra de tutela antecipada na hipótese de urgência. Todas as vezes que falam de tutela antecipada a primeira coisa que o “sujeito” lembra é de uma urgência, isso vale para o senso comum, mas não para nós!! É muito comum se identificar a tutela antecipada como tutela de urgência. As tutelas de urgência são: tutela antecipada (só é tutela de urgência na hipótese do inciso I) e tutela cautelar (sempre vai ter como requisito a urgência). Significa então que nem toda tutela antecipada é tutela de urgência, pelo contrario, a maioria das modalidades da tutela antecipada não requer para o seu deferimento a urgência.
Assim, tutela antecipada apesar de se revestir em certa medida da característica de urgência não se confunde com tutela de urgência. Nem sempre tutela antecipada é tutela de urgência. CAI NA PROVAAAAAAAAAAAAAAA 
27/04/2012
A tutela antecipada tem como pressuposto os requisitos do artigo 273, incisos I e II e parágrafo 6. Para a concessão da tutela antecipada são necessários alguns requisitos. E esses requisitos são elencados no caput do artigo 273 e aquele sem ser do caput deve ser agregado um outro requisito ou constante do inciso I ou constante do II ou constante do parágrafo 6°. A hipótese do inciso 1 corresponde à chamada tutela antecipada de urgência, a do inciso 2 tutela antecipada de evidência e a parágrafo 6° tutela antecipada de parcela incontroversa. É importante chamar a atenção para o fato que é confundido na prática e aqui: a circunstância de que a tutela antecipada não é uma necessária espécie da tutela de urgência. Assim, a tutela antecipada pode ser tutela de urgência, mas nem sempre será. Das três hipóteses só uma delas requer urgência e as outras duas não. Não confunda tutela antecipada com tutela de urgência, apesar de a tutela antecipada também ser de urgência, não será só de urgência. Não só a urgência é requisito para a concessão da tutela aliado ao caput do artigo 273.
Normalmente são lembradas as tutelas antecipada e cautelar como espécies do gênero tutela de urgência. Então tutela de urgência se apresenta sob a perspectiva de tutela cautelar e da tutela antecipada. Sendo certa que tutela antecipada e de urgência é somente aquela do inciso 1 do artigo 273. Quais são os requisitos previstos no código? De acordo com o artigo 273, é necessário requerimento, a presença da verossimilhança e daquilo que o código chama de prova inequívoca. Requerimento implicitamente para o outro lado consignar que não é possível a tutela antecipada concedida de oficio. A tutela antecipada só pode ser concedida se a parte expressamente requerer. Significa que ainda que o juiz perceba que há o preenchimento dos pressupostos de urgência, evidência, por exemplo. Se não houver requerimento, não é cabível, o juiz não pode conceder sob pena de violar o principio da inércia. 
Em alguns momentos do processo, o legislador resolveu eleger que certos atos só poderão ser praticados mediante nova provocação. É possível identificar no código a preferência do legislador nesse sentido, quando o legislador no dispositivo disser- a requerimento (assim, implicitamente o legislador estará vedando a atuação do juiz em oficio, e caso ele aja sem provocação, o processo será nulo). E quando no dispositivo há requerimento e de oficio, é porque as duas coisas podem acontecer.
Aqui como o legislador diz a requerimento, e não ressalva a possibilidade de o juiz agir de oficio, significa então que não é possível conceder a tutela antecipada sem que haja expresso pedido. Então, a parte precisa requerer, demonstrar ao juiz já de inicio esses dois requisitos: verossimilhança das alegações (que tem que ser provada, por aquilo que o código denomina de prova inequívoca).O que é verossimilhança? É a qualidade de aparente verdade, de plausível. A tutela antecipada para ser deferida, precisa de argumentos plausíveis (a plausibilidade de que aquilo está sendo alegado seja verdadeiro, possível de existir, essa plausibilidade tem que ser comprovada com elementos probatórios que embora o código diga inequívoco não é. Mas são elementos fortes, contundentes, mas jamais inequívocos).
Ao lado da verossimilhança e da prova inequívoca, diz o inciso I que deve ser demonstrada a existência do perigo de dano reparável ou de difícil reparação. Então, eu preciso ter uma alegação verossímil, plausível. E eu preciso para fins de concessão de tutela sob regime de urgência, comprovar que alem disso aqui, há perigo de dano reparável ou de difícil reparação, ou seja, se o sujeito não conseguir uma medida agora, ele pode sofrer um dano irreparável de difícil reparação. É o exemplo do sujeito que quer fazer uma cirurgia, e não pode esperar o decurso do processo, sob pena de quando a sentença vier, mesmo que seja em seu favor, não conseguir fruir, porque de repente já morreu.
O inciso II não requer a urgência, esse inciso cuida da hipótese de má- fé processual, traduzindo aqui pelo abuso de direito de defesa ou pelo caráter manifestamente protelatório das atitudes do réu. O principio da cooperação diz que as partes precisam comparecer no processo, nem que seja para dizerque não tem razão, pois as partes precisam colaborar para a prestação jurisdicional, precisam cooperar para o descobrimento da verdade. É sabido que a regra geral é que o réu, seja qual for a situação, tem que ter a oportunidade de participar do processo. A clausula da comunicação necesssária e reação possível revela a ampla defesa e o contraditório.
A regra é que a parte possa se defender amplamente do processo (a parte ré) e que a exceção é que o uso desse exercício de direito de defesa traga uma conseqüência para ambas as partes, sobretudo nesse caso especifico, para o réu. Há uma linha muito tênue entre caracterizar que a parte exerce o direito de defesa no afã de ver a pretensão do autor resistida, não atendida e o cerceamento do direito de defesa. Entre eu divisar que o ato de defesa do réu é abusivo (essa abusividade sendo considerada como cerceamento do direito de defesa), há uma linha muito tênue. Então, não é fácil caracterizar um abuso de direito de defesa do réu porque ele contestou, porque ele provocou incidente, há não ser que fique manifestamente protelatório o caráter do réu. Assim, se o juiz conseguir identificar que a conduta do réu é praticada no sentido de só empurrar o processo, só postergar o desfecho do processo é possível então que se deferia (sempre a requerimento por óbvio) a tutela antecipada. E aqui a tutela antecipada tem muito mais a característica de PENALIDADE do que outra coisa. E algo que tem uma razão de fundo, pois se o réu abusa do direito de defesa ou se seus atos caracterizam-se como manifestamente protelatório é porque aparentemente o autor tem razão (daí falar-se também de tutela de aparência) e os atos do réu são só no sentido de postergar a solução da lide (então é um misto de penalidade e de razoável).
A outra hipótese do parágrafo 6° fala de parcela incontroversa da demanda- aquilo que pede o autor e que não nega o réu. Não faz sentido, porque não é litigioso, porque não é uma lide aguardar o desfecho do processo para se entregar essa parcela. Então quando o réu contesta e reconhece parte do pedido do autor, É POSSIVEL que o juiz conceda tutela antecipada para não entregar aquilo que não é controvertido. Nessa situação, ainda assim tem que ter requerimento.
Talvez vocês encontrem alguns autores que identifiquem outros requisitos da tutela antecipada especialmente os da tutela de urgência, não necessariamente com a nomenclatura que os códigos põe, mas respectivamente com essas expressões: fumus hominiúris e periculum in mora. Então, alguns autores dizem que para a concessão da tutela antecipada sob regime de urgência seria necessário o preenchimento dos requisitos de hominiúris e preiculum in mora que traduzidos significam fumaça do bom direito e perigo da demora. Esses dois requisitos são SEMPRE requisitos para as medidas cautelares. Para a concessão da tutela cautelar é preciso a coexistência desses dois requisitos. Alguns autores identificam que esses mesmos requisitos também são aplicados a tutela antecipada, de urgência, do artigo 273. E aquilo que o legislador da tutela antecipada chama de verossimilhança e prova inequívoca seria a mesma coisa de hominiúris, e que o perigo de dano de difícil reparação seria a mesma coisa de periculum in mora. Obs: o professor disse que acha que não é a mesma coisa, pois hominiúris e periculum in mora são uma coisa e verossimilhança e prova inequívoca são outra coisa, sobretudo o primeiro requisito.
COGNIÇÃO dentre as várias acepções que pode tomar, uma delas é a mais corrente e sobretudo aqui em processo, e significa o grau de aprofundamento de determinadas questões. O grau de possibilidade de conhecer com profundidade determinadas questões. É o nível de elementos de convicção que tem o juiz para resolver determinada matéria.
A tutela antecipada pode ser concedida liminarmente (um pronunciamento proferido antes da citação do réu). Se antes da citação do réu, o juiz conceder a tutela antecipada, se vale ele apenas dos argumentos e das provas trazidas pelo autor. E com esses argumentos e com essas provas trazidas pelo autor, o juiz vai se convencer da existência dos requisitos da verossimilhança, da prova inequívoca (que não é inequívoca- segundo o professor) e do perigo de dano irreparável e de difícil reparação. E esse juízo feito no começo do processo e apenas a vista dos argumentos do autor e das provas trazidas por ele, obviamente que é um juízo de cognição, não é profundo. Quando o juiz concede uma tutela apenas com base nos argumentos do autor e das provas por ele trazidas, o juiz faz ai um juízo de probabilidade (aquilo que o autor está dizendo ser verídico, o autor trouxe provas que confirmam, ao menos em principio essa veracidade ou essa probabilidade de ser verdade e ai a depender da circunstância do caso concreto há o perigo de dano reparável ou de difícil reparação) como é típico das tutelas antecipatórias. Atanabe- “Da cognição do processo civil”, que é quem escreveu mais especificadamente sobre cognição. Casulo Atanabe diz que a cognição sob a perspectiva trazida aqui, pode ser dividida em graus. Como assim? A depender da quantidade material cognitiva que o juiz tem no momento que profere determinada decisão.Imaginem que vocês se preparem para a prova de processo civil, e que um aluno vai na livraria do advogado e compra um Resumão, o outro aluno, não tão displicente compra uma Sinopse (ta melhor do que o resumão, ainda que não seja muito adequado). E o outro aluno compra um livro do Cândido Rangel Dinamarco. O material que tem a disposição cada um dos alunos é diferente, e o nível de aprofundamento na matéria que poderá ter cada aluno, também será diferente e proporcional ao material cognitivo. Então, a compreensão pode ser vista em graus. Imaginem: o juiz quando pega a petição inicial só vê os argumentos do autor com as hipóteses que ele traz. Depois que o juiz ouve o réu, o juiz pode chegar a uma outra compreensão, pode até chegar a mesma compreensão, mas o material cognitivo que ele tem é o maior. Atanabe diz assim: que a cognição para a concessão dessas tutelas de urgência é uma cognição sumária ( é uma cognição rasa, feita por um juízo meramente de probabilidade e que a cognição que o juiz exerce para proferir sentença é uma cognição exauriente, uma vez que o juiz vai examinar todo o contexto e vai se convencer e a partir do seu convencimento vai emitir um pronunciamento que revele a sua certeza sobre o assunto).
Então, a primeira cognição é não exauriente, ela é superficial e no momento da e no momento da sentença a cognição tem que ser exauriente. ASSIM: a primeira cognição é sumária, rasa e a segunda é mais profunda, exauriente.
Em relação às tutelas cautelares, cujos os requisitos são fumus hominiúris e periculum in mora, o legislador exige que para a concessão das tutelas de urgência sob a perspectiva das cautelares é necessária a propositura da ação chamada cautelar, e nessa ação cautelar, o sujeito tem que demonstrar o fumus hominiúris e o periculum in mora que vai refletir da seguinte forma: o primeiro significa que vai demonstrar ao juiz que vai ajuizar uma ação, que ajuizou uma ação e que essa ação visa um determinado objeto e que esse objeto não for resguardado talvez são se tenha eficácia. Ex: A e B se separam, B exerce a guarda de C e B vai viajar. C vai propor a ação de divórcio e nessa ação vai discutir a guarda de C. Ocorre que se ele ajuizar ação, vai durar um, dois, três ou quatro anos e que provavelmente no dia e que o juiz proferir sentença, ainda que ele tenha direito, se ele já viajou dificilmente vai se conseguir efetivar aquela decisão, se for procedente. Então, A ajuíza uma ação em face de B e vai pedir nessa ação que C seja impedido de viajar. Então o objeto é a viajem. Assim, na ação cautelar, o autor tem que anunciar que vai ajuizar uma ação, dizer rapidamente qual é o fundamento do seu pedido e conseguir demonstrar que se a tutela cautelar não for concedida, que haverá um risco de ineficácia do pedido a ser proferido do outro processo. Já na segunda ação, A discutecom B a própria guarda e esta ação serve para resguardar a eficácia da anterior (se não viajar, a guarda tem eficácia).
Professor: Me parece que fumaça do bom direito, é diferente de verossimilhança com prova inequívoca. E eu sempre digo, que embora o legislador tenha se equivocado quando falou de prova inequívoca, mas essa expressão equivocada serve para talvez a gente conseguir ter a dimensão daquilo que pretendeu o legislador de diferenciar os requisitos para a concessão de tutela antecipada e os requisitos para a concessão de tutela cautelar. FALAR de fumaça do direito é diferente de falar de prova inequívoca e verossimilhança das alegações. Então, me parece que o juízo, que a cognição que o juiz exerce pra conceder a cautelar embora também seja uma cognição não exauriente, ela é não exauriente, porem mais rasa do que a cognição para conceder a tutela antecipada. É como que se para conceder a tutela cautelar, o sujeito lesse pelo resumão e para conceder a tutela antecipada, ele estudasse pela SINOPSE. E a sentença, se estudasse pelo livro de Candido Rangel Dinamarco. Verossimilhança e prova inequívoca seriam mais fortes do que fumaça do bom direito. Mas vocês encontrarão autores que dirão que é a mesma coisa. E ai eu tenho duas saídas: ou eu digo que os requisitos são idênticos ou eu chego a conclusão que só os nomes são idênticos, que talvez fumus hominiúris e periculum in mora traduzam para a tutela antecipada esses requisitos aqui.
OBSS: Por essa conflito, isso significa que se o tema cair na prova nós alunos, segundo o professor, temos o ônus de escolher entre qual posição achamos a mais correta e defender tal pensamento.
Ao lado destes requisitos (que são positivos) há um requisito negativo (como se fosse pressuposto processual negativo), que se encontra no parágrafo 2° do artigo 273 que versa sobre perigo de reversibilidade. O código diz pra se considerar tutela antecipada se houver perigo de reversibilidade do provimento. E ai a doutrina já começa por criticar o dispositivo porque parece que o legislador escrever provimento com um significado que não é corriqueiro em processo. Em processo, provimento é a mesma coisa que pronunciamento, é a decisão do juiz. E uma das características da tutela antecipada é a provisoriedade. E o que ela tem a ver com essa história do perigo de reversibilidade? É que a tutela antecipada, por sua própria natureza tem que ser provisória. Diz o parágrafo 4° do artigo 273 que o juiz a qualquer tempo, pode modificar ou pode revogar a tutela antecipada. É daí que vão surgir mais duas características: a modificabilidade e a revogabilidade. Como assim? O juiz pode conceder a tutela antecipada liminarmente (o autor vai a juízo, apresenta seus argumentos em sua petição inicial, junta com seus elementos de prova e nessas condições o juiz se convence que há os requisitos do artigo 273- verossimilhança, prova inequívoca- e então o juiz concede tutela antecipada. Ocorre o contraditório, cita o réu, e este vem a juízo e oferece a sua defesa. Quando o réu oferece a sua defesa, leva argumentos e provas plausíveis, que faça com que o juiz desfaça o seu juízo de provabilidade, ou seja, depois que o réu apresenta a sua posição juntamente com suas provas,o juiz pode ter um convencimento diverso). Verificando, o juiz então, que em qualquer fase do processo (nesse exemplo, foi depois de ouvir o réu), que não mais a seu juízo estariam preenchidos os requisitos para a concessão da tutela, ele deve REVOGAR A TUTELA ou MUDAR, uma vez que, não estão mais presentes os requisitos. O juiz vai então proferir um novo pronunciamento, vai revogar ou vai modificar o anterior. A tutela antecipada, então é provisória (nasce pra ter um tempo de vigência que vai depender de um outro ato que vai lhe confirmar ou vai lhe infirmar). A tutela antecipada é provisória porque ela nasce e vige até que a sentença sobrevenha e lhe confirme ou lhe revogue, ou até que uma outra decisão sobrevenha que lhe confirme ou lhe revogue. A diferença entre provisório e temporário, segundo a doutrina, seria que provisório é isso que já foi dito (nasce com um tempo de vigência e fica sujeito a um novo ato), e temporariedade seria aquilo que nasce e tem um tempo certo para terminar, sendo que o seu termino NÃO depende de um outro ato. Conclui-se assim, que segundo diz a doutrina, o que é requisito negativo, que não pode ser irreversível NÃO é o provimento (pois este sempre vai ser reversível), mas o que NÃO PODE ser reversível, para fins de requisito negativo da tutela antecipada são os efeitos práticos, fáticos da medida antecipatória. Aquilo que é modificado fática ou juridicamente com a tutela antecipada é que precisa ser passível de retorno ao status quo ante, pois é medida provisória. Se o juiz concede a titulo de tutela antecipada e aquilo que ele decidiu não pode retornar ao status quo ante é porque essa medida não é provisória, e sim definitiva. Ex: em direito das obrigações, tem-se as obrigações negativas (que são as de não fazer), essas obrigações negativas classificam-se dentre outras formas, em instantâneas e permanentes. As primeiras, são aquelas que uma vez descumpridas não permitem o retorno ao status quo ante daquela obrigação, por exemplo: o sujeito é funcionário da coca-cola e possui a formula desta, tem um contrato com a empresa de não revelar a formula desta, se ele revelar a formula, não dá para se exigir o retorno ao status quo ante. Eventualmente, se esse sujeito ingressa com uma ação perante o judiciário, por não agüentar mais guardar esse segredo e quer se desonerar desse encargo negativo, se concede tutela antecipada que será irreversível. ASSIM, SE OS EFEITOS PRATICOS, FATICOS DA TUTELA ANTECIPADA FOREM IRREVERSIVEIS, EM PRINCIPIO NÃO SE CONCEDE A TUTELA ANTECIPADA, AINDA QUE PREENCHIDOS OS REQUISITOS POSITIVOS. Então, para a concessão da tutela antecipada, eu preciso preencher os requisitos positivos e não existir o requisito negativo. Ocorre que esse requisito negativo é relativo, talvez por invocação do princípio da razoabilidade (dentre duas normas válidas, eficazes, vigentes e aplicáveis, ajuda a decidir o que é mais importante, uma vez que essas normas se colidem. E ai que o aplicador do direito deve escolher uma das duas, e nessa escolha deve sopesar qual é o bem jurídico que carrega valores mais importantes). Imaginem que naquele exemplo do sujeito que precisa fazer uma cirurgia se postule uma tutela antecipada, e que o juiz faça o seguinte raciocínio: conceda a tutela antecipada, o sujeito faz a cirurgia e não se consegue desfazer a cirurgia. Então os efeitos fáticos da tutela antecipada são irreversíveis, e se assim são, não se concede a tutela antecipada, porque assim determina o parágrafo 2° do artigo 273. 
Essas hipóteses são corriqueiras e ao contrario do exemplo anterior, o juiz sempre concede essas tutelas desde que minimamente provado. Ainda que as tutelas na pratica sejam reversíveis, os efeitos fáticos da realização da cirurgia são irreversíveis em sã consciência, mas ainda sim o juiz concede. Por quê? Por que entre a perda patrimonial do sujeito teve que autorizar a cirurgia e o sujeito está sofrendo risco de morte, o juiz sopesa e assim vai pesar mais o risco de morte. Não pode ser revestido na pratica, mas se pode compensar. Pagar dinheiro não é retornar ao status quo ante, é compensar aquilo que foi perdido. Esse requisito negativo, portanto é relativo, dependendo do caso concreto.
Então a tutela antecipada é provisória, é revogável, modificável. A doutrina diz que isso tudo revela a precariedade da tutela antecipada (está ali, mas precisa ser confirmada, não subexiste por si só). 
A tutela cautelar sempre existiu desde a concepção originária do código, e a tutela antecipada não. Entre a vigência do código e a entrada em vigor das normas que versam sobre a tutela antecipada, se usava muito a própria tutela cautelar, ainda que de modo equivocado, mas se utilizava ela por caráter satisfativo (satisfatividade contrária a noção de cautelaridade). Chega o legislador do artigo273 e estabelece definitivamente a tutela antecipada, e faz também em conjunto com o artigo 461. Resumo da história: se chegou a tutela antecipada.
Se existe a tutela antecipada com objeto imediatamente especifico, é porque não há mais a necessidade de se usar a cautelar com uma forma transversa de se conseguir a satisfatividade por medida, cuja característica principal seja a provisoriedade. Como as tutelas cautelar e as antecipatórias não se confundem (se distinguem e muito), é sinônimo de que, para fazer face aquilo que estudamos como interesse e adequação, eu chegarei a conclusão de que “cada um no seu quadrado”, se eu preciso resguardar, eu uso a tutela cautelar, se eu preciso satisfazer eu uso a tutela antecipada. Pois se eu usar o instrumento processual inadequado, ele vai resvalar no interesse e adequação, e se falta interesse e adequação, não se concede. Então se o sujeito ingressa com uma ação dizendo que é cautelar e postula uma providência dizendo que é cautelar, e no final das contas o juiz constatar que a tutela satisfaz o autor Não concederia a cautelar, pois cautelar não é.
De tanto as pessoas utilizarem equivocadamente as cautelares, mesmo depois do surgimento do artigo 273, se resolveu dá um jeito nas coisas. Uma das teoria de que defende a jurisprudência como fonte do direito é o fato de que ela influencia muito na sociedade e que por vezes ela é parâmetro muito maior de aplicação do direito do que a própria norma. Existem decisões reiteradas dos tribunais (jurisprudência, portanto), que são interpretação de uma lei contraria ao seu próprio texto e que no final das contas o que vale é o que o STJ e o STF diz, ainda que em detrimento do que diga o próprio texto da lei. E que por essa perspectiva de a jurisprudência ganhar uma importância grande, que se passou a verificar que a jurisprudência influência na própria atuação do legislativo. Por vezes a atuação legislativa reflete aquilo que os tribunais superiores, sobretudo STJ e STF, o legislativo tem produzido leis que refletem aquilo que o supremo já disse. Ex: exame de DNA em que o STJ disse o suposto pai que se recusasse de fazer o exame de DNA seria presumidamente pai (deixando fora aquela história de que o sujeito não está obrigado a produzir provas contra si, ou seja, está prestigiando muito mais o princípio da cooperação do que o da autodefesa). O que foi que fez o legislativo? Fez uma lei que diz exatamente o que diz a súmula do STJ- “se o sujeito se recusar a fazer o exame de DNA, presumidamente ele é pai”. Porque se fez essa abordagem? Porque em relação às tutelas cautelares e as antecipadas, a despeito de se saber que são coisas completamente distintas, mesmo depois de 94 muitos utilizaram a tutela cautelar requerendo providência que não tinha natureza cautelar, mas satisfativa. E se tem natureza satisfativa, seria antecipatória de tutela. Assim, o parágrafo 7°do artigo 273 foi criado para se retirar esse equivoco. Isso foi em 2002 com a lei 10. 444. E trata da fungibilidade das tutelas de urgência. 
Então o código diz que, se o autor vai a juízo, ingressa com uma ação e diz que o juiz lhe conceda uma tutela antecipada, que no final das contas essa tutela antecipada, apesar de rotulada de antecipada NÃO é antecipada, porque não é satisfativa, mas sim é tutela cautelar, o juiz pode conceder a tutela cautelar incidentalmente. Porque essa distinção? Porque como a tutela cautelar deve ser postulada mediante um processo cautelar, significava que o sujeito para obter essa medida de garantia tinha que ajuizar uma outra ação, que visava esse resguardo, para que esse resguardo conseguisse efetivar a medida a ser proferida nesse outro processo. Por isso que o código diz que se for, o juiz pode tomar uma por outra e vai conceder a cautelar incidentalmente (dentro desses próprios autos sem ter a necessidade de um processo autônomo que vise apenas e exclusivamente a obtenção de medida cautelar). Medida cautelar como regra, requer um processo cautelar, processo especifico, com uma relação processual jurídica especifica a ser iniciada por uma petição inicial cujo objeto é obter um provimento que vai resguardar um outro provimento em outro processo. Então em principio, essas medidas cautelares precisam sempre ser acessórias, secundárias e precisam para a sua subsistência de um outro processo que é o principal. 
O que o legislador disse? Se o sujeito disser que é tutela antecipada, mas o juiz verificar que aquela providência que ele quer, não é antecipatória, em vez de indeferir porque faltou adequação, defere se preenchidos os respectivos requisitos. E esses respectivos requisitos talvez reforcem a idéia de que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, de que fumus hominiuris é uma coisa e de que verossimilhança é outra. Imaginem que naquela ação, que o filho ia viajar- A em face de B pede que seja deferida a guarda, mas assim: “preciso de uma tutela antecipada e esta tutela vai consistir no impedimento da viajem”. O sujeito não pode viajar, porque se viajar essa medida vai ser ineficaz. Tá certo? Não. Pois essa medida não é antecipatória, e sim cautelar, uma vez que não é satisfativa (não basta o impedimento da viajem) e porque o que ele quer no começo não é a mesma coisa que ele quer no final. Pra ser tutela antecipada, eu preciso antecipar os efeitos da procedência do meu pedido. Se a sentença julgar procedente o pedido do autor, vai conceder a guarda, que é diferente do que ele quer no começo a titulo de tutela antecipada, porque isso daqui é impedimento de viajem. Então errou. Mas ainda assim, diz o código: Se preenchidos forem os respectivos requisitos (da tutela cautelar). O sujeito pede tutela antecipada, não é tutela antecipada, e sim cautelar. O que vai fazer o juiz? Aplicar a tal da fungibilidade (adotar como uma coisa, aquilo que foi pedido a outro titulo), é eu tomar como se fosse cautelar aquilo que nasceu tutela antecipada. Então eu vou transformar aquilo em tutela cautelar, e vou tratá-lo como tal. Ai diz o código: preenchidos os respectivos requisitos (requisitos, lógico da cautelar).
Qual é o problema? Quando o pedido é satisfativo, ele é antecipatório de tutela, e, portanto fatalmente não é cautelar. O código diz que se o sujeito pede tutela antecipada, mas na verdade o que ele quer é cautelar, que é possível o seu deferimento pela aplicação do parágrafo 7° do artigo 273. Mas nada diz o código a cerca do sujeito pedir tutela cautelar, e na verdade ele querer antecipada, se o juiz pode deferir ou não. A isto aqui a doutrina chama de fungibilidade de mão dupla (é saber se aquela previsão do código pode ser aplicada em sentido contrário). Esse foi o dever para a próxima aula- pesquisar sobre a fungibilidade de mão dupla.
30/04/2012
O professor começa perguntando sobre a fungibilidade de mão dupla (quem fez a pesquisa). 
Hoje uma tendência na doutrina majoritária é se admitir a fungibilidade de mão dupla. A grande dificuldade é procedimental, porque o sujeito ingressa com uma ação cautelar pedindo uma medida cautelar e essa ação cautelar por certo não seria satisfativa. E os requisitos da petição inicial da ação cautelar são diferentes da petição inicial de uma ação ordinária. A doutrina então tem essa dificuldade de aceitar por conta da necessidade de se emendar a petição inicial da ação cautelar para se ajustar a uma ação satisfativa que por consequência conceder eventualmente a tutela antecipada. 
Quando é que a tutela antecipada pode ser concedida? A forma mais comum de se requerer tutela antecipada é no começo do processo. A tutela antecipada então, pode ser concedida liminarmente. Liminar é o pronunciamento proferido no começo do processo, sem citar o réu. Significa que o juiz pode antecipar os efeitos da eventual sentença antes mesmo de citar o réu. Depois de citar o réu, se não se convencer mais da verossimilhança, da prova inequívoca ou do fundado receio, pode o juiz revogar a tutela antecipada, pois segundo o parágrafo 4° ela tem natureza revogável. 
Há quem discuta na doutrina, que liminar é diferentede tutela antecipada, e de tutela cautelar. Antes do advento da tutela antecipada o código cuidava da tutela cautelar e alguns procedimentos de rito especial previam a medida liminar. Diz o código que no procedimento possessório que o juiz pode ou liminarmente ou mediante justificação prévia conceder a ordem de retomada da posse. Depois do artigo 273 do código se introduziu a tutela antecipada. A diferença para alguns seria que tutela antecipada possui os requisitos do artigo 273 e tutela cautelar possui os requisitos próprios ---- periculum in mora e a tutela liminar seriam os pronunciamentos provisórios de urgência, sobretudo, previstos não no procedimento cautelar e não no procedimento aplicável do artigo 273, mas nos procedimentos especiais (mandato de segurança, ação possessória, ação civil publica). Todos esses procedimentos prevêem como uma medida de urgência, medida acauteladora, por vezes, medida satisfativa a liminar. Então, diz a lei da ação civil publica que pode o juiz liminarmente conceder algumas medidas, dentre elas: tornar indisponível os bens do sujeito contra o qual se ajuizou a ação civil pública. A ação civil publica serve para que o ministério publico ou os legitimados ingressem com uma ação em face daquele que praticou ato lesivo ao herário, lesivo ao Estado. O sujeito foi acusado, por exemplo, de ter desviado verbas, de ter se apropriado indevidamente de dinheiro publico. O ministério publico ajuíza ação e pede, por exemplo, que os bens desse sujeito fiquem indisponíveis para se mais na frente a ação civil pública for julgada procedente, ele for condenado a ressarcir o herário pra que tenha patrimônio, para que essa obrigação seja satisfeita, pois se mais na frente o Estado determinar que ele ressaça o herário, e se for buscar algum dinheiro correspondente e não se achar esse dinheiro, o Estado vai buscar o patrimônio. 
Pra que serve então, essa medida de tornar os bens do sujeito indisponíveis? Pra garantir que no dia que a tutela final seja concedida, os bens estejam reservados. Essa medida satisfaz ou garante? Garante, então para nós é cautelar. Ocorre que para essa parcela da doutrina apesar de ter natureza acauteladora, porque não prevista nem no livro 3 das tutelas cautelares e nem concedida com base no artigo 273, seria uma terceira espécie e que se revestiria de liminar.
Professor: eu penso que a tutela de urgência tanto pode ser tutela cautelar ou tutela antecipada, podem ser concedidas liminarmente. E que liminar não é uma espécie de pronunciamento, liminar é só um momento em que o pronunciamento é emitido. No indeferimento da petição inicial chegou-se a conclusão que o indeferimento da petição inicial só vai acontecer quando o juiz liminarmente constatar que a petição inicial não pode ser mais emendada e que se podia ser emendada já decorreu o prazo e a parte não fez ou quando menos julgada na forma do artigo 285-A. Me parece que a tutela antecipada e a cautelar não concorrem em sua natureza jurídica com a tutela liminar. Liminar não é uma coisa diferente de tutela antecipada e de tutela cautelar, pelo contrario, A TUTELA ANTECIPADA PODE ASSUMIR A FORMA DE LIMINAR, ASSIM COMO A TUTELA CAUTELAR PODE ASSUMIR A FORMA DE LIMINAR. Observando por essa perspectiva, qualquer pronunciamento emitido pelo juiz seja o mandato de segurança, seja a ação civil publica, seja em ação possessória, ou o juiz vai visar resguardar a eficácia do pronunciamento futuro ou vai antecipar a eficácia do pronunciamento futuro. Imaginem o mandato de segurança: o sujeito ajuíza um mandato de segurança, e lá se prever a possibilidade de se conceder uma liminar, e o mandato de segurança serve para proteger o direito ameaço de violação. E que o sujeito faz o concurso publico, e no meio deste concurso ele é retirado do certame. Ele diz que sua retirada foi indevida, e ingressa com mandado de segurança requerendo que a se submeter a segunda etapa do concurso que será realizada no próximo domingo. Ele quer discutir a legalidade do ato que lhe tirou do certame (quer a nulidade deste ato), mas ao mesmo tempo ele precisa participar da segunda etapa. A nulidade constitui pedido final e participar da segunda etapa constitui pedido liminar. Então liminarmente, ele pede que seja deferida a sua participação na segunda etapa do concurso. Pra que serve essa participação na segunda etapa do concurso? Pra garantir que ao final, quando o ato for mesmo nulo, ou seja ele passou na primeira, se submete na segunda, passa também na segunda. Não adianta ele passar na primeira, não ter realizado a segunda porque não preencheu os requisitos para ser aprovado de qualquer modo. Então ele pretende realizar a segunda etapa, enquanto discute a nulidade do concurso. SATISFAZ OU GARANTE? GARANTE. Não basta participar da segunda, ele também quer que seja declarado nulo o ato que lhe retirou do concurso na primeira. Então essa pretensão não é igual a pretensão que ele quer ao final, logo é cautelar, garante a eficácia desta aqui. De qualquer modo, sendo igual ou diferente, segundo o professor, a tutela antecipada pode ser concedida no começo do processo. E isto se chama de liminar. Então liminar que vai antecipar os efeitos da provável sentença. É muito comum que o juiz determine a citação do réu, sem apreciar o pedido de tutela antecipada, seja porque ele esqueceu de apreciar, seja porque o juiz deixou para apreciar depois. As vezes o autor traz os argumentos e as provas, e o juiz não se convence exatamente de a parte ter direito a tutela antecipada. Diz o juiz então, que só vai apreciar o pedido de tutela antecipada, após o réu apresentar a sua contestação, que ai ele tem uma idéia mais adequada da controvérsia. Depois de decorrido o prazo com ou sem contestação, o juiz pode apreciar a tutela antecipada. Esta tutela antecipada não é mais liminar, porque LIMINAR É SÓ ANTES DE TER CITADO O RÉU. 
Quer dizer com isso que, é possível que a tutela antecipada seja concedida liminarmente ou a qualquer tempo do processo. Pode a tutela antecipada ser concedida na própria sentença.
OBS: lembrem que tutela antecipada, não é antecipação da sentença, mas dos efeitos desta. A regra geral é que a sentença por força do artigo 520 nasça sem eficácia, sem efeitos, sem aptidão para produzir efeitos. Então os efeitos da sentença, como regra, não surgem com ela. Os efeitos da sentença só surgem depois. Só depois de algum tempo como regra geral, a sentença produz efeitos. Significa, então que é possível por ocasião do proferimento da sentença que o juiz antecipe seus efeitos. É como se o sujeito tomasse remédio que só faz efeito daqui a meia. Ou seja, os efeitos do remédio não são contemporâneos ao da sua ingestão. Só serão sentidos depois. Então, a tutela antecipada antecipa os efeitos que só viriam depois. 
ENTÃO, é possível que a tutela antecipada seja concedida a qualquer tempo, inclusive na própria sentença. 
SÓ PODE SER CONCEDIDA LIMINARMENTE UMA ESPECIE DE TUTELA ANTECIPADA: A DE URGENCIA, pois as tutelas antecipadas são de urgência, de evidência e de parcela incontroversa. A de evidência é possível quando ficar caracterizado que o ato praticado pelo réu é abusivo (má-fé processual, abuso do direito de defesa, o caráter manifestamente protelatório do réu), a de parcela incontroversa é possível quando o réu contestar e aceitar determinada parte do pedido formulado pelo autor. Significa que tanto a tutela antecipada de evidencia quanto a parcela incontroversa precisa da manifestação do réu, pra saber se caracterizou abuso do direito de defesa, ou caráter manifestamente protelatório do réu é preciso que o réu tenha atuado no processo. Que a partir da sua atuação é que eu consigo constatar se essa atuação é abusiva ou protelatória. E a parcela incontroversa também só vai ficar caracterizada depois que o réu for ao processo e concordar com parte do pedido do autor. Significa então, que nessas duas hipóteses só pode ser concedida tutela depois da citação do réu. 
Daí jamais ser possível as tutelas de evidência e de parcela incontroversa, seremconcedidas liminarmente, pois não dá pra se conceder liminarmente se eu preciso da atuação do réu.
LITISCONSÓRCIO
É mais de uma pessoa ocupando o mesmo pólo de uma relação processual. É uma pluralidade de partes. Significa consórcio de litigantes, é quando há no pólo ativo, passivo ou em ambos mais de uma pessoa. O litisconsórcio pode ser ativo (pluralidade no pólo ativo), passivo (pluralidade no pólo passivo), misto ou bilateral (pluralidade nos dois pólos). Pode ser inicial (a petição inicial já traz o litisconsórcio), ulterior (quando o litisconsórcio se forma depois, ocorre quando no decorrer do processo por força do mandado de intervenção de terceiro, se agrega alguém que não fazia parte do processo). O marco para saber se inicial ou ulterior é a petição inicial. 
Litisconsórcio simples (há a possibilidade de a sentença atingir de modos diferentes aos litisconsortes) e unitário (a sentença vai atingir igualmente a todos os litisconsortes). 
Litisconsórcio facultativo (vai acontecer todas as vezes em que não houver uma imposição de figurar em um mesmo pólo da relação processual, vários litigantes). O litisconsórcio necessário vai acontecer sempre que houver uma unidade entre os ocupantes do pólo, seja por que a lei vai determinar assim, seja porque a relação jurídica assim fará. Quando houver litisconsórcio necessário, o pólo da relação ativo ou passivo só vai estar completo se todos os litisconsortes tiverem igual oportunidade de participar do processo. Ele só vai se realizar, se todos os litisconsortes estiverem formalmente presentes. Formalmente, porque os litigantes não estão obrigados a participar do processo, quando é extensivo, basta que eles tenham oportunidade de participar do processo, se não participam é problema deles que vão assumir um risco de assumir uma posição de desvantagem. 
O código diz que haverá litisconsórcio necessário por força de lei, ou pela relação jurídica (que é incidível e atinge mais de uma pessoa, e porque atinge mais de uma pessoa necessariamente todas elas precisam participar do processo, sob pena de o processo tramitar alheio a uma delas, e se alheio a uma delas não pode lhe atingir. Daí se falar que no litisconsórcio necessário, o pólo da relação processual só está devidamente preenchido se todos estiverem formalmente dentro desta relação) sempre a sentença tiver que decidir igualmente para todos os litisconsortes. O que tá errado aqui? O código tenta conceituar litisconsórcio necessário e começa fazendo, mas termina se referindo a litisconsórcio unitário. 
Todas as vezes em que o litisconsórcio necessário existir por força da relação jurídica incindível, ele também será unitário. O litisconsórcio necessário formado por força da relação jurídica será também unitário, mas o litisconsórcio necessário formado por decorrência da lei pode ser simples. Qual o principal exemplo do litisconsórcio necessário por força do que determina a lei? Usucapião (o sujeito pretende ver declarada a existência, a propriedade desse imóvel que está registrado no nome de B e ele ajuíza a ação em face daquele cujo o nome está registrado, que não é o proprietário. O sujeito quando ajuíza a ação de usucapião depende ver declarado a sua propriedade. Significa que ele vai dizer que já preencheu todos os requisitos, que ele já é proprietário. Significa que ao tempo do ajuizamento do usucapião o sujeito já é proprietário e sói precisa que o judiciário declare essa sua qualidade, uma vez que a sentença declaratória tem efeitos ex tunc). A ação de usucapião é ajuizada em face daquele cujo nome o imóvel está registrado, que não é mais o proprietário. Afinal de constas eu estou dizendo que eu é quem sou o proprietário e estou ajuizando a ação pra ver isso declarado. Então eu ajuízo a ação em nome daquele que consta no registro de imóveis e em face de todos os confinantes ou confrontantes. Qual é a razão de se incitar os confinantes e os confrontantes? Porque o sujeito quando ajuíza a ação precisa dizer exatamente qual é o imóvel, precisa descrever o imóvel com seus limites e confrontações. Então eu vou limitar o imóvel, e se esse imóvel se limita, se confronta com outros, eu preciso dar a oportunidade para que estes outros participem do processo, exatamente pra verificar a regularidade da minha confrontação, para não dizer depois que esta ação demarcou erradamente este imóvel que acabou comendo um pedaço do imóvel de C. Se C não participa do processo, esse processo é nulo. Não poderia em tese ser atingido em parte da sua esfera jurídica sem ter tido a oportunidade de participar do processo. Significa então, que pode receber o imóvel, pode ser declarado proprietário do imóvel sem que isso tenha nenhum interesse em relação aos demais. A sentença pode ser proferida de modo diferente, pode atingir de modo diferente cada um dos litisconsortes, porque esse litisconsórcio apesar de ser necessário, ele é simples. Não dá pra litisconsórcio necessário pela relação jurídica ser simples. Por quê? Porque a relação jurídica que impõe o litisconsórcio necessário é uma relação jurídica incindível. Por que o Ministério Publico quando ajuíza uma ação declaratória de nulidade de casamento, tem que fazer em relação aos cônjuges? Porque a relação jurídica que determina. Não pode anular em relação a um e o outro permanecer casado. 
No final das contas, essas quatro hipóteses se mesclam de modo que se tenha litisconsórcio facultativo simples e unitário, necessário simples e unitário. Não tem nenhum problema, tudo vai depender da hipótese do caso concreto. O critério para se classificar como simples, unitário, facultativo e necessário são critérios diversos. 
Especificamente o litisconsórcio facultativo é aquele que surge pela vontade das partes, quando estas tem interesse, lide comum. Especificamente o litisconsórcio ativo, o legislador resolveu no artigo 46 regular de maneira a melhor desenvolvimento do processo. Como assim? Disse o legislador o seguinte: que as partes podem por sua própria vontade se reunir no pólo ativo em litisconsórcio, mas se há a possibilidade de um numero elevado de litisconsortes quanto ao pólo ativo, e que isto ao invés de ser bom para o processo vai acabar atrapalhando, o legislado previu o litisconsórcio multitudinário (ativo, facultativo em que ocupam o pólo ativo por obvio da relação processual uma multidão de litigantes). Quando isso acontecer, diz o legislador, que o juiz pode limitar o numero de litisconsortes ativos facultativos (se fossem necessários não dava para se limitar, pois a necessariedade se impõe). A dúvida que há aqui é o seguinte: pode o juiz limitar de oficio? Ou precisa aguardar a provocação da parte contrária? O que fazer com essa limitação? Quem fica no processo? Como escolher quem fica e quem vai ajuizar uma nova demanda? Obs: ele mandou pesquisar sobre litisconsórcio multitudinário para a próxima aula, com relação a todas as perguntas anteriores.
04/05/2012
Possibilidade de limitação do litisconsórcio multitudinário- Quanto a ser de oficio ou mediante requerimento a parcela majoritária da doutrina admite que pode ser de oficio. A possibilidade de limitação do litisconsórcio multitudinário tem a ver com não permitir que a grande quantidade de litigantes acabe por diminuir a celeridade do processo. E todas as vezes que o código permite que uma atuação seja feita de oficio é porque obviamente também admite a requerimento. A outra duvida é saber qual é a solução que de vê dar o juiz quando constatar seja de oficio, seja mediante requerimento a formação de um litisconsórcio multitudinário. Duas são as principais correntes: uma que diz que o juiz deve limitar, excluindo a quantidade de litisconsortes que exceder ao que ele reputar razoável e outra parcela que o juiz deveria desmembrar o processo. Imaginem que o sujeito tenha um processo com 200 litisconsortes ativos e que o juiz repute esse litisconsórcio multitudinário (há uma quantidade elevada de litisconsortes a ponto de comprometer a rápida solução do litígio, a razoável solução do litígio), e que duas são

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