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Aulas de Processo de Conhecimento 1

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Aulas de Processo de Conhecimento
Jenniffer Melo
10.02.2012
O que é processo? Quando o Estado exerce suas atividades, historicamente há uma tripartição do poder, de modo que se atribua a cada um dos três poderes uma função especifica. Então, é assim que o executivo administra, o legislativo produz normas, e o judiciário julga. Essas são as funções típicas, típicas porque foram criadas para exercitar preponderantemente cada uma dessas funções. Digo típicas porque na verdade, vocês devem saber, que cada um desses órgãos embora criados para finalidades especificas de administrar, legislar e julgar, exercem também as funções atípicas (um exerce a função do outro), o legislativo acaba também julgando, de modo que o judiciário também legisla. Tendo-se assim o exercício atípico dessas funções, que ocorrem de modo acidental e não em maior escala.
Sempre que o Estado exerce as suas funções, deverá fazê-lo mediante um instrumento que atenda minimamente aos postulados constitucionais, sobretudo aos princípios trazidos no caput do artigo 37. Quando o legislativo, vai produzir leis, é necessário a observância de uma série de quesitos, de exigências sobretudo do âmbito funcional, significando que alguém tem poder de deflagrar o mecanismo de produção de leis, o que é conhecido no direito constitucional como processo legislativo. Quando o executivo, por exemplo, pretende contratar alguém ou uma empresa para realizar determinada obra, precisa a empresa apresentar uma proposta de trabalho de acordo com o que a administração pública fixou em regulamento. A empresa passará por um processo chamado de licitação. Quando o sujeito tem um conflito de interesse que não pode resolver sozinho, com suas próprias forças, vai ele ao judiciário para resolver o conflito mediante um processo chamado de processo judicial. O processo é o instrumento mediante o qual o Estado exerce as suas funções, seja função típica ou atípica. É lógico que cada um desses processos é informado por princípios específicos, por princípios que advém da constituição. É mediante o processo, que o Estado (jurisdição), exerce sua função de compor os litígios (solucionar os conflitos de interesses). Ainda que essa ideia de conflito de interesse, remonte ao processo litigioso (o que trava uma discussão quanto à jurisdição voluntária, vista no oitavo período). Lide: conflito de interesse caracterizado por uma pretensão resistível. (Carnellutti). 
Processo é, então, esse ente abstrato, que decorre do exercício do direito de ação. Ação é o direito público subjetivo abstrato que o sujeito tem de exigir do Estado a prestação da tutela jurisdicional. Ou seja, de exigir do Estado que solucione o conflito de interesse. Porque exigir do Estado? Porque o Estado vedou a autotutela, restando só um resquício, chamando dessa forma, para si o monopólio da solução dos conflitos de interesses.
Procedimento é o caminho, a seqüência ordenada de atos que vão traçar o caminho do processo (como começa, se desenvolve e termina). É verdade, e há quem diga, que processo é o procedimento, mas não é posição majoritária.
O que é então a parte visível do processo? Aquela parte, onde os atos processuais ficam documentados? R: Autos. Que são os cadernos processuais. É onde serão materializados os atos processuais. Ainda que esses autos sejam eletrônicos. É muito comum, que na prática se confunda processo com autos. Porém, autos é a parte material e processo é abstrato. Essa prática forense (trocar auto por processo) é chamada de metonímia (troca-se a parte pelo todo).
Se processo é o instrumento a serviço do Estado, para compor os conflitos de interesses. O que seria processo de conhecimento, objeto da nossa disciplina? Para entender processo de conhecimento, é preciso entender os outros processos.
Como é que o código é dividido? Em cinco livros, onde três se propõem a versar sobre processo: processo de conhecimento, de execução e cautelar. Livro 4: procedimentos especiais e livro 5: disposições finais. Existem, portanto, três tipos de processo (porém Dinamarco, introduz em sua obra um quarto processo, que é o monitório). Essa divisão do código em livros feita em 1973, tem uma razão bem especial e justificada: O código foi inspirado pela ideologia trazida por Henrique Túlio Libmam, descendente de italianos que morou no Brasil por um tempo e ajudou a fundar a escola de direito de São Paulo. Segundo ele, a atividade institucional devia ser prestada mediante um processo, que especificamente se voltasse a solucionar uma especifica crise de certeza. Toda vez, então que surgisse uma crise jurídica, era necessário que o sujeito buscasse o Estado e deveria fazê-lo mediante o exercício do direito de ação, e o desdobramento do exercício do direito de ação era a formação do processo. Cada um dos processos, teria segundo Liebman, a finalidade de resolver um certo conflito de interesse. Dinamarco diz que esses conflitos de interesses marcam uma crise jurídica. E que as crises podiam ser classificadas, a fim de identificação da teoria jurídica, em: crise de incerteza, crise de situação jurídica ou crise de inadimplemento, também chamada de cooperação.
A crise de incerteza é esse conflito de interesse (remontando a Carnellutti) que demanda do Estado solucionar mediante uma atividade que certifique a existência do direito. É necessário, assim, a atuação jurisdicional pra dizer quem tem o direito. O juiz, então, colocará certeza naquela situação conflituosa. Assim, a crise de incerteza demanda do judiciário exercício de uma atividade que analise essa crise e emita um pronunciamento que certifique se o direito existe em favor do autor ou não.
Crise de situação Jurídica, nem sempre será conflito, que demanda do Estado a emissão de um ato, de um pronunciamento, que vá constituir relações jurídicas ou que vá desconstituir relações jurídicas pré- existentes. Ex: duas pessoas são casadas e uma delas não quer mais permanecer casada e ingressa com uma ação de divórcio. O Estado vai emitir um pronunciamento que desconstitua essa relação jurídica. Relação jurídica essa, que foi o próprio Estado quem constituiu, através da presença do juiz no casamento.
Crise de inadimplemento significa que a atuação do Estado vai se voltar não a saber quem tem direito, mas ao contrário: pressupondo saber quem tem direito, fazer com que esse direito seja realizado. Não é que duas pessoas disputam, se uma delas é devedora ou credora, mas pelo contrário: uma das partes já se dizendo credora e tendo elementos que demonstram essa relação de crédito, a vista do inadimplemento de uma delas, vai ao judiciário, não pra que o judiciário diga que ela tem direito, pois o direito já está revelado. É o que ocorre com o pagamento a cheque: Fulano passa um cheque para outro, e esse cheque não tem fundos. O que ele faz? Vai ao judiciário, com a prova em mãos (no caso, o cheque), demonstrando que o fulano deve a quantia apresentada pelo cheque. O judiciário não vai determinar que o réu pague, mas vai fazer com que o réu pague.
A cada crise (como diz Libman, e o Código Civil), corresponde um processo especifico. Se processo é instrumento, esse instrumento tem uma serventia especifica, assim como a caneta tem função especifica para escrever. Esse instrumento especifico precisa ser utilizado de modo adequado. Essa história de adequação remonta o que foi visto no semestre passado, nas condições de ação (legitimidade, possibilidade jurídica e interesse de agir). Interesse de agir se divide, segundo a doutrina, em três facetas: utilidade, adequação e necessidade. Então não é mera vontade de buscar, tem-se que ter vontade de buscar e uma perspectiva útil, necessária e adequada. Interesse e utilidade significam que o processo vai ser útil, que vai trazer algum beneficio, alguma melhora na minha situação jurídica. Necessidade é algo que se precisa, o processo torna-se necessário porque se é vedado a autotutela e não se tem outro meio para se resolver um conflito de interesse se não for recorrer ao Estado, ou seja, utilizar-se da atuação jurisdicional.A jurisdição precisa ser provocada, uma vez que ela é inerte. Então é ônus da parte provocar o judiciário, e isso será feito mediante requerimento que demonstrará ao Estado qual é o conflito e qual o processo que eu quero que seja instaurado. Então eu vou escrever a petição inicial e dizer ao Estado qual o processo que eu quero que seja instaurado. E é claro que para isso acontecer eu preciso conhecer cada uma das crises e a adequação de um procedimento a outro. Se eu errar o procedimento, eu não estarei preenchendo o requisito de interesse e adequação, o que não estaria por conseguinte preenchendo as condições de ação e acabaria levando a extinção do processo. Então é preciso utilizar o instrumento jurídico adequado, porque se não o Estado não pode prestar a jurisdição.
Tudo isso foi dito, para poder se explicar que o processo cognitivo, executivo e cautelar tem uma finalidade especifica. Processo de conhecimento se volta a solucionar crises de certeza ou crise de situação jurídica. E o processo de execução se volta a solucionar a crise de inadimplemento. A cautelar é uma outra história que vai servir para a garantia de um outro processo e vai ser vista mais na frente quanto ao estudo sobre tutela antecipada. 
O processo de conhecimento é o instrumento adequado para debelar crise de certeza. Todas as vezes que houver incerteza sobre a existência ou a inexistência de um direito ou sobre excepcionalmente, a autenticidade ou a falsidade de um documento, eu vou precisar do Estado para solver esse meu conflito. Essa atividade, vai ser aquela atividade de o juiz analisar o que disse o autor, o réu, as provas. Essa atividade cognitiva é a atividade intelectual, atividade que o Estado pratica no ato de analisar e se pronunciar sobre o assunto. E esse pronunciamento vai certificar a existência de um direito. A finalidade especifica do processo de conhecimento é obter um pronunciamento, uma sentença no sentido amplo. Daí se dizer que processo cognitivo é processo de sentença. É processo mediante o qual, a parte objetiva obter uma sentença que diga preferencialmente que a ela pertence um direito. Já o processo de execução não, porque se certeza eu tenho e a crise é de inadimplemento, é porque existe uma obrigação e essa obrigação foi descumprida. Ex: duas pessoas pactuam a entrega de um pincel, no dia combinado o devedor não entrega o pincel, o contrato chamado titulo executivo, me demostrará a certeza da obrigação a ser cumprida. O Estado não vai me dizer que eu tenho direito, pois isso eu já sei. Eu precisarei do Estado apenas para realizar concretamente aquilo que eu tenho vontade de fazer, mas não posso porque o Estado me vedou. Assim, o Estado pode determinar que o oficial de justiça de posse de um instrumento chamado mandado de busca e apreensão busque a coisa, e uma vez achando apreenda e pague. Essa atividade é notoriamente diferente da primeira. Se na primeira o Estado investiga e emite um pronunciamento, nesta o Estado parte do pressuposto da existência da obrigação e do seu inadimplemento e vai realizar concreta e materialmente no mundo dos fatos, essa obrigação. Então não é um processo de sentença que vai me interessar (no caso, dizendo se eu tenho direito ou não), e sim os atos estatais tendentes a satisfazer essa minha obrigação. Se a crise é diversa, o instrumento vai ser diverso e as técnicas serão diversas. A forma pela qual, o Estado atua em processo cognitivo é absolutamente diversa da forma como o Estado atua no processo de execução. Ex: Fulano compra um brinquedo que vem com um manual. Qual a primeira etapa da história? Aprender como se monta, depois montar. São duas atividades diferentes: uma é de apreensão (compreensão do conteúdo) e a outra é a atividade material (por a “mão na massa” e construir o brinquedo). É claro que em processo cognitivo, a atividade do judiciário vai ser essa intelectual, e em processo de execução a atividade vai ser a material.
Disse Libman que a cada crise ou a cada espécie de crise corresponde na atuação estatal um processo especifico. Então processo de conhecimento (crise de certeza), processo de execução (crise de inadimplemento). Processo de conhecimento vai se caracterizar por um gráfico demonstrando que a parte provocou o Estado e o fez mediante uma petição inicial e que necessariamente vai ter que abrir uma sentença em determinando momento. Todo processo tomado com uma relação jurídica processual com finalidade especifica vai se conformar com uma petição inicial e com uma sentença. Todas as vezes que eu falar de processo, estarei falando dessa relação jurídica que foi criada mediante petição inicial especificamente para solver determinada crise, e que um dia terá uma sentença. E se esse processo foi criado para solver crise de certeza, ele é processo de conhecimento. Do contrário, se foi criado para debelar crise de inadimplemento será processo de execução.
Dentro desse processo cognitivo, é obvio que serão praticados atos de jurisdição cognitiva. Atos típicos da jurisdição cognitiva. Isso não quer dizer que em processo de conhecimento, sejam praticados apenas atos de jurisdição cognitiva. É possível que em processo de conhecimento sejam praticados atos de execução. E é possível ainda, que em processo de execução sejam praticados atos de conhecimento. É lógico, que se o processo é cognitivo (foi criado para solucionar conflitos de certeza), ainda que nele possam se praticar atos executivos, preponderarão os atos cognitivos (afinal de contas foi pra isso que o processo foi criado). Eventual ato executivo praticado nesse processo de conhecimento, vai se dá de modo incidental (não está previsto no processo isso, pelo menos no seu campo normal). Imaginem o seguinte: que o sujeito tenha buscado o judiciário, porque diz que o réu é seu devedor de pincel. É o autor dizendo que o pincel é seu, e que, portanto deve ser entregue, e o réu dizendo que não. Ai o autor diz que não dá para esperar o desfecho do processo, até receber o pincel, uma vez que ele é professor da UNDB e precisa para dar aula. Ele vai querer, então, que seja determinado ao réu a entrega do pincel (ou seja, utilizar-se-á de tutela antecipada). No prazo de cinco dias, será então determinado que o réu entregue o pincel ao autor. Porém, passa-se os cinco dias e o réu não entrega. O que faz o autor? Comunica ao juiz.
Que crise surgiu? Crise de inadimplemento. O que o autor precisa? O autor precisa que o juiz faça concretamente que o pincel seja entregue. Então o Estado precisa agora, praticar atos materiais no sentido de que o pincel seja efetivamente entregue. Esses atos que visam a entrega do pincel, são atos executivos. Mas o processo não é executivo. O processo é cognitivo, afinal de contas, o seu objeto é discutir se o pincel é devido ou não. Essa crise de inadimplemento surgiu de modo incidental. Foi só pela necessidade de satisfazer provisoriamente essa ordem judicial, que surgiu essa crise de inadimplemento. MAS O PROCESSO É COGNITIVO, e por óbvio, nele preponderarão os atos executivos. Incidentalmente se teve a necessidade de praticar ato executivo, mas o processo é cognitivo.
O contrário também pode acontecer: imagine que este processo seja de execução, e ai o Estado não vai indagar se é devido ou indevido. O Estado, já vai desde o começo exigir ou fazer com que definitivamente o pincel seja entregue. E ai o juiz expede o mandado de busca e apreensão (vai o oficial de justiça e ingressa na UNDB, abre os pertences do professor e pega o pincel e leva para o juiz). O réu diz para o juiz que o pincel apreendido não é o pincel discutido, mas é o do outro professor que havia emprestado. Significa que o objeto da busca e apreensão, segundo diz o réu, recaiu sobre bem diversos. Ai o autor nega, dizendo que este é o pincel da discussão. Surge ai uma crise de certeza, e o juiz precisará saber se é ou não é o pincel, fazendo então, atividade cognitiva. Uma vez o juiz se convencendo se é ou não o pincel, dará continuação a execução. Aqui então, incidentalmente praticou-se ato de cognição (OBS:o processo continua sendo executivo, ocorrendo apenas incidentalmente ato de cognição).
Os processos cognitivos e executivos tendem a solucionar as crises especificas, e neles serão praticados os atos típicos (cognitivo e executivo), podendo haver a pratica de atos outros. O processo então, não tem pratica de ato genuinamente cognitivo ou executivo, mas preponderarão os atos cognitivos e executivos, a depender de suas finalidades especificas.
Em principio então, processo de conhecimento, que é objeto de nossa discussão, é esse instrumento voltado a solucionar crise de certeza ou situação jurídica e neles serão praticados os atos de modo preponderante voltados a convencer o juiz e com isso permitir que ele possa emitir um pronunciamento a cerca de quem tem o direito de postular. 
O código de processo dividido em livros, supostamente dedica o livro 1 ao processo de conhecimento. Supostamente, porque o código se propôs a tratar no livro 1 de processo de conhecimento, porém versou neste livro muito mais do que processo de conhecimento, versou sobre toda uma teoria, sobre várias circunstâncias, institutos e procedimentos que se aplicam a todos os processos. Não é a toa que o projeto do novo código de processo dividiu a primeira parte em atos de teoria geral e a segunda parte em processo de conhecimento.
Processo de conhecimento (que a gente já sabe que não é só no livro 1), vai se dividir, se desenvolver mediante procedimento. Esses procedimentos são comum e especial. O comum ordinário e sumário. O processo cognitivo está disciplinado parte no livro 1 e parte no livro 4. Estes procedimentos especiais, na verdade são uma continuação do processo cognitivo. O código italiano também trata procedimentos especiais de modo diverso.
A nossa disciplina se dedica a parte do processo comum de rito ordinário, embora do que muito se verá aqui se aplica a todo o processo. A idéia de que o processo é instrumento direcionado a solucionar uma crise especifica levou o código por adoção da teoria do Libman a dizer assim: suponho que um processo de conhecimento tenha se instaurado e que essa crise de certeza tenha sido solucionada mediante esta sentença (fulano diz que tem direito a uma coisa e o réu diz que não é direito dele) o juiz julga procedente o pedido do autor. Então o juiz condena o réu a pagar uma certa quantia em dinheiro. O réu não recorre, incidindo ai, um fenômeno chamado coisa julgada (ocorre quando a sentença não cabe mais recurso). Significa então, que a ordem do juiz pra que o réu pagasse o dinheiro, deve ser cumprida. O réu entretanto não cumpre. O que faz a parte? Vai outra vez no judiciário. Só que Libman diz o seguinte: que as crises são debeladas mediante processos específicos. “Fui ao judiciário, disse que tinha crise de certeza, esta crise foi resolvida, nasceu uma crise de inadimplemento e precisarei então de um outro processo”. O que fazia a parte? Ajuizava uma outra ação, para solucionar o conflito de inadimplemento, ainda que essa crise tivesse sido surgida a partir da solução dada pelo judiciário. 
Existe três marcos que a doutrina, exceto Câmara, identifica como as três fases de reforma do Código de Processo: 1994, 2001-2002, 2005. Câmara diz, que na verdade, foi só em 1994 e 2001. E a reforma de 2005, 2006 e 2007 seria continuação da de 2001. Parece que não, pois o norte do legislador da reforma de 2005 é diferente, ele foi impulsionado pela ideologia trazida pela emenda constitucional 45. Discussões a parte. 
Existem três momentos então que o legislador resolveu se debruçar sobre o código e reformá-lo. Em 94, o legislador alterou a redação do artigo 461, que versa sobre o procedimento das execuções, das obrigações de fazer e não fazer. O que disse o legislador em 94? Fulano vai ao judiciário e diz assim: porque o réu se obrigou a construir o muro e passou o prazo que ele havia dado e não construiu. Instala-se então um processo de conhecimento. O juiz julga procedente o pedido, e manda que o réu construa o muro no prazo de 30 dias. O réu descumpre a obrigação de construir o muro, surge nova crise (de inadimplemento) e a parte precisa ir outra vez ao judiciário. E deveria fazer até 94 mediante processo autônomo, processo de execução. O que fez o legislador em 94? Disse que nas obrigações de fazer e não fazer, todas as vezes que o juiz proferir a sentença e impuser estas obrigações, caso descumprida, não precisa mais de instauração de um novo processo. Basta, uma vez a sentença podendo ser exigida, que o autor ou o juiz de oficio (para alguns, isso é a quebra com o principio da inércia) postule a solução desse conflito de interesse subseqüente, que é a crise de inadimplemento, sem necessitar de um outro processo.
Surgiu então um novo método de processo (vocês devem gravar isso daqui, pois no sétimo período eu vou cobrar de vocês) que parte dele se volta a solver crise de certeza e a outra voltada a solucionar crise de inadimplemento (surgida após a sentença, com o seu descumprimento). A este processo chamou-se processo sincrético, que é esse processo misto, uma parte cognitiva e outra executiva. Uma parte voltada especificamente a atos tendentes a solucionar conflitos de certeza e a outra voltada a solucionar crises de inadimplemento. Aqui, o legislador começou a deixar de lado a teoria de Libman, pois este dizia que se essa crise surgisse aqui, era para se procurar o judiciário mediante um novo processo. Veio o legislador de 2002 com a lei 10.444 e disse que isso daqui era legal e estendeu as obrigações de entregar coisa certa diferente de dinheiro. Criou um vizinho ao artigo 461, que foi o artigo 461A. Que foi que disse o legislador então? Que tudo isso que se aplicava a partir de 94 às obrigações de fazer e não fazer, seria aplicada também à obrigação de entregar coisa certa. Se esta sentença tivesse condenado o réu a entregar coisa certa, e houvesse descumprimento, isso não ensejaria mais a formação de um novo processo. Em 2005 com a lei 11.232, o legislador criou os artigos 475 J, e disse que isso daqui se aplicaria às obrigações pecuniárias. Lembra que: obrigações de entregar coisa certa diferente de dinheiro. É porque lá no direito das obrigações, eu tinha as obrigações de dar, fazer. Dentro das obrigações de dar, eu insiro a obrigação de dar dinheiro. Para o processo não: existe toda uma razão histórica que influencia o legislador a tratar isso de um modo diferente. A obrigação de dar coisa certa, que corresponde no direito das obrigações a obrigação de dar, contempla a obrigação de dar coisa certa diferente de dinheiro. Procedimental mente obrigação de pagar quantia certa, diferente da obrigação de pagar dinheiro. Então o legislador, estendeu tudo isso aqui, não exatamente com a mesma técnica, mas estendeu o mesmo método ao processo que condena ou que reconhece (como diz o artigo 475, inciso 1) a obrigação de pagar. Então se esta sentença, condenasse o réu a pagar quantia certa, e uma vez descumprida esta obrigação, não precisava mais instaurar um novo processo, basta que continue este processo já iniciado (primeiro para solver a crise de certeza e depois para que a quantia seja efetivamente paga). Então, processo de conhecimento, quando eu falar aqui, estarei me referindo ao processo como uma relação autônoma criada especificamente para debelar esta crise. E é possível que este processo se desdobre em processo sincrético. 
Sincrético= modular=bifásico=misto.
13/02/2012
O processo de conhecimento se divide em comum e especial. O comum em ordinário e sumario. O objeto da nossa disciplina vai ser parte do procedimento comum ordinário. Quem diz qual procedimento instaura é o autor. Como eu vou saber, então que o procedimento a ser instaurado é cognitivo, e mais ainda, que é cognitivo de nível especial sumário ou ordinário? O raciocínio é o seguinte: lembram do principio da especialidade, do processo legislativo, do conflito aparente de normas? Uma das técnicas é o principio da especialidade: norma especial prefere a geral, ou seja, derroga a geral. O raciocínio aqui é exatamenteo mesmo: O procedimento especial significa que o código resolveu estabelecer um procedimento especifico, especial para solucionar certas crises. Então quando o código é dividido em livros e o livro 4 se presta a descrever os procedimentos de nível especial, significa que procedimento especial faz parte do processo de conhecimento. Então esse livro 4 (procedimentos especiais) é uma continuação do livro 1 (processo de conhecimento).
EX: Fulano tem uma relação débito- crédito e quer pagar, só que o seu suposto devedor não quer receber (pois agora não quer a quantia que pactuou, quer uma quantia maior), o que o credor que quer pagar faz? Vai ao judiciário e deixa o dinheiro lá para ele. Existe um procedimento especifico para isso, no livro 4, chamado procedimento de consignação de pagamento. 
Uma pessoa morre e seus herdeiros querem a partilha dos bens, vou ao livro 4 e verifico que o procedimento de sucessão está descrito no livro 4 (procedimento especial, portanto). Mas eu fui ao livro 4 e lá não há descrição de procedimento para aquela situação concreta que o cliente narrou no meu escritório. Eu já sei que se não tem no livro 4, não é procedimento especial. Sai do livro 4 e vou para o livro que me restou, livro 1. Neste livro, eu tenho procedimento ordinário e sumário. Como saber se é ordinário e sumário? De novo pela especialidade. Vou ao rito sumário, especificamente no artigo 275 e vejo se aquela situação que precisa ser solvida pelo judiciário encontra previsão no dispositivo. Se encontrar, ótimo. Se não encontrar, me sobrará o procedimento ordinário. Então, resumidamente: não tendo especial, vou ao livro I, especificamente no art. 275. Se não encontro, utilizo o procedimento ordinário. Então o procedimento ordinário, vai ser o procedimento residual. 
A distinção de procedimento é uma questão de técnica processual e de opção legislativa. Procedimento ordinário é aquele mais longo, onde o exercício da defesa do contraditório é feito em momentos bem definidos. As fases do procedimento comum ordinário, são maiores e bem definidas. Já no procedimento sumário, apesar de não haver tanta distinção em termo de teoria a ensejar diferença em processo. O procedimento sumário acaba sendo estruturado numa decorrência do procedimento ordinário. Essa , a propósito, é a razão pela qual, ainda que o procedimento ordinário seja residual, se estuda primeiro este para depois se estudar os demais. Porque, o legislador fez assim: descreveu o procedimento ordinário (que é o mais longo), e possuiu mais fases, que são: fase postulatória, ordinatória ou de saneamento, probatória ou instrutora, e decisória.
 Na postulatória o autor faz a petição inicial, o réu contesta. E talvez, o autor tenha outra oportunidade de se manifestar, o que é chamado de réplica.
A fase ordinatória é a fase onde o juiz vai sanear o processo, também chamada de fase de saneamento. O juiz vai julgar o processo, deixando-o sem vícios para a fase subseqüente, que é a fase probatória. Na fase probatória, o juiz colhe as provas faltantes. Quando o autor faz a sua petição inicial, deve levar os documentos que já tem. Nessa fase o juiz busca os outros elementos que são provas que não documentais. Ex: testemunhas e perícia.
O procedimento sumário nasce do ordinário. Isso quer dizer, que é essa a justificativa para o ordinário, apesar de ser residual, ser estudado em primeiro lugar. O procedimento sumário não tem intervenção de terceiros como regra. Isso, para não alongar o processo. Ainda, diz que o réu vai ser citado e ele vai apresentar contestação. O procedimento ordinário é assim: o réu é citado e em quinze dias ele pode contestar. Depois que ele contestar, em mais dez dias o autor pode se manifestar de novo. É a tal da réplica. Depois disso, o juiz designa uma audiência que em regra vai ser em trinta dias. ( Prof: Esses prazos só existem no fantástico).
No procedimento sumário, não é assim: o réu vai ser citado para comparecer em uma audiência, e nessa audiência se não tiver acordo, o réu vai contestar e o autor vai se manifestar sobre a contestação. O que aconteceria em 15 dias mais 10 dias mais 30 dias, acontece em apenas 1 dia. Então, o procedimento ordinário é mais longo, o sumário deriva do ordinário e é um pouquinho mais curto, e os especiais não são nem curtos nem longos (não existe esta distinção, o que vai distinguir é o procedimento que vai ser diferenciado. Ex: consignação de pagamento e associação).
Então, como eu vou saber? De baixo para cima: procedimentos especiais, se não tiver, procedimento sumário, se não tiver, procedimento ordinário. Desde que, obvio, eu já tenha identificado que a crise vai ser solvida por processo de conhecimento. 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
O que é ampla defesa e contraditório? Contraditório não deve ser visto tão somente quanto a parte contrária. Só teria cautela com a idéia da bilateralidade, para não pensar que contraditório é algo que diz respeito a uma parte e a outra.
Contraditório e ampla defesa significam o direito subjetivo que tem a parte de participar do processo e influenciar no resultado deste. Contraditório e ampla defesa vão satisfazer no processo civil mediante o binômio comunicação necessária e reação possível. Não só daquilo que uma parte diz em relação a outra, mas daquilo que é feito no processo em relação a ambas as partes ou todas as partes (pois pode ter mais de duas). Como assim? Se eu entender que o contraditório é o direito que a parte tem de dizer aquilo que a outra disse, talvez em alguns processos, a exemplo do de execução, não teria contraditório. Como assim? O procedimento comum é assim: o réu é citado para contestar. No processo de execução não: o executado vai ser comunicado para ir em um certo prazo cumprir a obrigação que por ele em algum momento foi descumprida. Em momento algum na execução o executado vai ser citado, vai ser comunicado para dizer que não fez aquilo. Isso não quer dizer que não tenha contraditório, isso não quer dizer que não tenha ampla defesa.Pois, quem vai dizer como é a forma que eu vou participar do processo, qual é a forma que eu influencio no resultado do processo, especificamente no processo de conhecimento, na forma que eu influencio no convencimento do juiz, é o processo, é o procedimento. Uma vez que, cada processo diferirá um do outro, a depender daquilo que o legislador tenha eleito como necessário. 
No processo de execução o executado não vai ser citado para dizer se deve ou não deve, ele vai ser citado para pagar. Mas essa é uma forma de ele exercer o seu direito de defesa (influenciar no modo pelo qual o processo se desenvolve, no resultado do processo).
Porque comunicação necessária? Porque as partes precisam tomar conhecimento dos atos processuais. Uma vez noticiadas acerca dos atos processuais, tem as partes o ônus de participar do processo. Se não participar do processo, problema delas. Vão sofrer as conseqüências de não terem participado. O que não pode ser retirada é a necessidade de serem comunicadas. Mas não lhes pode ser obrigada a participação. Tanto assim é verdade, que vocês já conhecem em certa medida a figura da revelia. Caso o réu tivesse a obrigação de participar do processo, “se a falta de atividade ostensiva do réu pudesse causar qualquer empecilho para o desenvolvimento do processo, eu iria ser advogado de réu”. Sabe porque? Por que enquanto o réu não praticar ato nenhum, o processo não anda.
Ônus é o encargo que toca uma das partes, que caso ela não se desincumbir desse encargo, ela vai sofrer como conseqüência a possibilidade de assumir uma postura desfavorável no processo.
No processo de conhecimento não se exige a participação ostensiva das partes. O que se exige é a comunicação das partes, facultando a estas participar do processo. Se participa ou não, isso não terá nada a ver com ampla defesa ou contraditório. O processo penal é um pouquinho diferente, neste caso, é possível que por insuficiência de defesa técnica no processo penal se anule o procedimento. O processo civil, não. Neste caso, não se anula o processonem por ausência das partes, é possível que se anule por ausência de comunicação das partes para participar do processo.
Como é que a parte vai ser comunicada do processo? O processo se desenvolve gradativamente. Essa comunicação vai se dar basicamente de duas formas: citação e intimação.
A citação (Art. 213) é o ato inicial do processo. É o ato mediante o qual o réu é comunicado da existência do processo a seu favor e ele faz integrar formalmente a relação processual. A partir de então, ele faz parte do processo, e daí por diante ele vai exercitar o seu direito de defesa. Então, a citação é o ato de comunicação ao réu a cerca da existência de uma demanda em face dele. Essa citação faz então com que o réu seja inserido formalmente na relação processual, a partir de então ele não pode alegar desconhecimento do processo, participe ou não ostensivamente os atos processuais podem alcançar o réu. Ou seja, é importante que a pessoa tenha a oportunidade de participar do processo, mesmo que ela não participe, pois se caso contrário, vai se estar violando o direito do devido processo legal, garantido constitucionalmente.
A intimação (Art. 234) constitui a comunicação de todos os demais atos subseqüentes, tanto ao autor quanto ao réu. Então, a ação foi ajuizada e eu preciso comunicar ao réu, faço mediante citação. Uma vez comunicada ao réu e triangularizada a relação processual (autor provoca o Estado que cita o réu). Citação sempre vai ser ato de comunicação passiva, seja no processo, seja no procedimento. Nunca se cita o autor, a não ser que este autor esteja figurando no processo na qualidade de parte passiva, a exemplo da reconvenção.
Existe uma terceira categoria (que eu não trago mais), que é a chamada notificação. Ela substituiria da intimação. A comunicação seria via notificação quando para dar ciência a parte de que alguma coisa foi feita. Os autores mais antigos distinguiam intimação de notificação, a primeira seria a comunicação para que a parte fizesse alguma coisa e a notificação seria para dar ciência de que alguma coisa foi feita. Hoje não existe mais esta distinção na pratica. O código não fala sobre isso. Hoje a comunicação do ato processual, seja para dar conhecimento a parte que o ato foi feito, ou que a parte tenha que fazer alguma coisa, é feita mediante intimação (não se distingue mais pelo critério temporal ou do objeto), a intimação da notificação.
Vocês vão encontrar a notificação na prática forense com um aspecto diferenciado. Por algumas diferenças entre órgãos estatais, é comum que se diga: intima a parte na pessoa do seu advogado e se notifica o Ministério Público. O que o juiz quis dizer em intimar a parte e notificar o Ministério Público? Comunica a parte e comunica o Ministério Público. Isso na prática forense, pois o código não faz a menor distinção.
Como é que eu comunico a parte? O judiciário vai se valer dos instrumentos de comunicação. Em processo os instrumentos da comunicação vão ser mais ou menos comuns. É possível que a comunicação seja feita por carta (com aviso de recebimento AR), ou se faz a comunicação por mandado, pelas chamadas cartas precatória, rogatória e de ordem, por edital e ainda por meio eletrônico. 
Carta com AR- o secretário judicial vai elaborar uma cartinha e vai por no correio. Esse correio vai levar a carta com um papelzinho que é o comprovante da entrega, chamado AR (aviso de recebimento). O carteiro chega ao destinatário, entrega a carta e pede para ele assinar o aviso de recebimento que será entregue ao remetente para que este tenha prova de que efetivamente o sujeito foi cientificado.
Mandado- é um procedimento parecido, só que o instrumento vai ser portado pelo oficial de justiça, que é um serventuário remunerado pelos cofres públicos. O oficial de justiça procurará o destinatário e lá procederá a uma série de formalidades, dentre elas, oferecer uma cópia do mandado, que ficará com o sujeito e a outra será assinada por ele e ficará com o oficial. A segunda via, tal como o AR, será juntada aos autos para documentar que aquela comunicação foi realizada. Os mandados são cumpridos por ordem de determinados juízes. E devem ser cumpridos dentro da limitação territorial da jurisdição do juiz.
A depender de como se dê essa comunicação, essa diversidade de competências, eu vou utilizar: carta precatória, rogatória ou de ordem- são instrumentos de comunicação entre juízos diversos. Carta precatória é instrumento de comunicação entre juízos diversos de mesma hierarquia. Significa que as justiças atuarão por colaboração. EX: O juiz de São Luis expede uma carta precatória e solicita ao juiz de Imperatriz que cumpra um mandado lá em Imperatriz. Carta rogatória existe quando houver necessidade de colaboração entre juízos estrangeiros. Carta de Ordem- se dá entre juízos de hierarquia. Ex: o desembargador do TJ, manda ao juiz de posição hierarquicamente inferior que cumpra uma carta de ordem. O Edital- significa que o instrumento que dá conhecimento sobre determinado ato vai ser publicado em um meio. Meio eletrônico- o avanço tecnológico permite que o processo e as comunicações sejam feitas por meio eletrônico.
17/02/2012
Tanto a citação quanto a intimação pressupõe uma preferência no uso dos instrumentos para tal comunicação. É certo que a ordem para citação é diferente da ordem para a intimação. Diz o código, então, que o preferencialmente, a citação vai se processar mediante carta com luz de recebimento, levada pelo carteiro e entregue ao destinatário. Como é que eu sei isso? Salvo em algumas hipóteses, em que o próprio código especifica (ações de processo de execução, em face das pessoas jurídicas de direito público) ou em que a parte, vai requerer de modo especifico ou de modo certo, ou em que não for possível fazer a citação pessoal, este ato será levado a efeito via carta com aviso de recebimento.
Não sendo possível a citação feita por carta (exemplo de quando o carteiro não encontra o destinatário, ou quando este se recusa a receber a carta), vai então de modo subsidiário o juízo proceder a citação via mandado (“ai as coisas mudam de figura”, pois quem porta o mandado é o oficial de justiça, que é dotado de fé pública- os atos praticados pelo oficial de justiça no exercício de sua função, presume-se verdadeiros). Neste caso, se oficial de justiça não encontrar o réu no local, o oficial vai ter que voltar e proceder a quantas diligências forem necessárias para que se realize o ato citatório. Se o oficial chega no local e tiver noticias de que o réu não mora mais lá, e ao mesmo tempo souber que o réu mora em outro local, o oficial vai então procurá-lo onde quer que o réu se encontre.
Se o oficial de justiça encontra o réu, lê a ele o mandado, oferece uma cópia deste mandado, e mesmo assim, o réu nem quiser receber a segunda via e nem escutar o que o oficial leu, não tem problema algum, pois por conta da fé pública que é inerente ao cargo do oficial de justiça, este vai devolver o mandado à secretária e junto com este mandado vai acompanhar uma certidão, que é um ato que vai certificar (atestar), o acontecido. Ou seja, ainda que o réu se recuse a receber e a assinar, o oficial de justiça vai alertá-lo que de qualquer modo, ele tomou conhecimento de uma ação em face dele, e que ele já está citado fazendo parte formalmente da relação processual (tudo isso porque a certidão é dotada de presunção de veracidade, ou fé pública).
Esse método de citação por mandado vai acabar sendo a ponta dos outros instrumentos, das outras cartas (rogatória, precatória e de ordem- instrumentos que viabilizam a citação por mandado, pois se não fosse preciso citação por mandado, se fosse possível a citação por carta, o juiz mesmo daqui expediria a carta). Depois da reforma de 1994, o legislador deixou claro que a carta é instrumento de comunicação diretamente do juízo ao destinatário e pode ser feita em todo o território nacional. Então, é possível que o juiz daqui envie uma carta para o juiz do Rio Grande do Sul, por exemplo. Se essa carta não for possível de ser entregue,ou se a hipótese concreta demandar uma citação por mandado, o oficial de justiça de lá, terá que cumprir as sutilezas dos instrumentos da carta precatória de ordem, ou seja lá o que for.
Citação por edital: compõe o que a gente pode classificar, como a chamada citação ficta. A citação pode ser real ou ficta. A real é quando realmente o destinatário toma conhecimento da citação, seja porque recebeu nas próprias mãos a carta, seja porque recebeu em mãos próprias o mandado, seja porque, ainda que naquela hipótese de não ter recebido o mandado porque não quis e ter se recusado a assinar, a citação aconteceu, pois efetivamente alguém comunicou pessoalmente ao réu, ou a seu representante legal a cerca da existência do processo. Essa citação real, portanto é aquela que realmente acontece.
A citação ficta (vem de uma ficção, é um faz de conta legal, de que a citação se aperfeiçoou). Existem hipóteses em que é necessária essa presunção, pois o Estado não pode se furtar a prestar jurisdição com determinados empecilhos. É claro que essas citações fictas são excepcionais, pois a regra, até para dar segurança jurídica, é a citação de modo pessoal. Na citação por mandado real, é aquela onde o réu é encontrado efetivamente pelo carteiro, pelo oficial de justiça. A citação ficta por mandado vai acontecer na seguinte hipótese: imaginem que o oficial de justiça chega na casa do cidadão, bate a porta e quem atende é uma criança. O oficial pergunta pelo pai da criança, e esta diz: “papai mandou dizer que não está”. Se o oficial de justiça procura o réu no mínimo três vezes em dias diversos, e não o encontra e tem fundadas suspeitas de que o réu está se ocultando para não receber a citação, pode o oficial de justiça realizar a chamada citação por hora certa (uma modalidade de citação por mandado, só que com a tendência de se aperfeiçoar por um modo ficto). Assim, o oficial de justiça vai intimar alguém da casa para avisar ao réu que em um determinado dia e hora especifica, o oficial de justiça vai retornar pra proceder à citação.
- Artigo-172.
A citação por edital (que é uma outra modalidade ficta), recebe tratamento parecido quanto a presunção de veracidade. Diz o código, que quando o réu residir em local incerto, insabido, inacessível ou quando o réu for desconhecido, se procede a citação por edital. A citação por edital pressupõe que seja divulgado em lugar tal, que tenha a mínima possibilidade de alguém, no caso, o próprio destinatário ler.
Existe em cada sede de juízo, um local que costumeiramente se afixam os editais. Afora isso, se publicam os editais em jornais locais (por pelo menos duas vezes) e 1 vez no diário oficial (instrumento oficial de circulação dos atos estatais, é aqui que se publicam as leis e os demais atos normativos, com finalidade de dar publicidade da lei, ou seja, serve para dar presunção de conhecimento da lei). Se dispensa publicação no jornal local, quando a parte autora é o poder judiciário e a justiça gratuita (pois, sabe-se que a prestação jurisdicional é duplamente paga- Art. 19 CPC).
Para resolver conflito de interesse, é necessário que o juiz se valha de um colaborador. Ex: o conflito é sobre a realização de uma obra, o juiz então precisará de uma pessoa que tenha conhecimento de engenharia, que virá a ser denominado de perito.
É claro que se o processo fosse necessariamente pago, por aquele que demanda a prestação jurisdicional, isso seria circunstância que elegeria uns membros desprovidos de buscar o acesso a justiça. Por isso existe legislação especifica (lei 1060), elegendo justiça gratuita para quem não pode pagar. Lei 1060, art 4°- “as pessoas que não tiverem condições de solver as despesas do processo sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, podem declarar na petição que são hipossuficientes para tal.”. E ficarão isentas do pagamento ao qual se refere o artigo 19.
Quando essas pessoas, então, estão litigando processo que deva ser publicado edital, o jornal de grande circulação, a que se refere o código, se não tem condições para pagar, também não podem exigir do jornal a publicação, porque se não vai ser uma interferência indevida do Estado, no poder econômico (na atividade econômica da esfera privada). Então a solução da lei foi dispensar a publicação nesses jornais de grande circulação. Então os beneficiários da justiça gratuita ficam isentos do pagamento das custas. Então, ao invés de publicar duas vezes nos jornais de grande circulação e uma vez em diário oficial, publicam-se duas vezes em diário oficial.
Em relação a todos os atos de comunicação que a gente viu até agora, tirando o meio eletrônico, existe formalidades essenciais, que se justificam pelo fato de que esses instrumentos tem a serventia de comunicar ao réu acerca da existência de uma demanda e que a partir daí possam exercitar amplamente o seu direito de defesa. Para que o réu seja valida e eficazmente comunicado é preciso que se dê a ele, o mínimo de elementos pra que ele conheça a demanda e possa assim exercitar a sua defesa.
Diz o código, ainda, que deve o instrumento da citação indicar ao réu qual é o prazo que ele tem para se defender. No processo de conhecimento comum ordinário, esse prazo é de regra de quinze dias. E deve, segundo o código, o instrumento da citação conter advertência que se refere artigo 285, segunda parte. Se no instrumento do mandado não constar essa advertência, ainda que o réu não conteste, não pode sobre ele recair conseqüência negativa.
Art.221, 222 223 e 233.
Nas comarcas contiguas é possível o oficial de justiça ultrapassar o limite territorial e cumprir o mandado em comarca diferente, desde que contigua e que o juiz autorize.
Se o autor falsamente, dolosamente, afirmar que o réu não se encontra ou está em local incerto ou inacessível, será aplicada uma sanção. Então o legislador, prevendo a possibilidade de o autor agir de má-fé, já diz qual a sua sanção (art.233). 
Como é que se dá a comunicação dos atos por meio eletrônico? Obs: A parte visível do processo, os autos, podem se dá também por meio eletrônico. Lei 11. 419- regula a pratica de atos por meio eletrônico. Existem duas formas de se fazer comunicação de atos por meio eletrônico. Uma é pelo portal dedicado (ambiente virtual em que pessoas previamente cadastradas mediante um sistema de segurança no acesso, onde a pessoa vai poder acessar aquilo que pode ser considerado uma caixa postal). Como é que funciona esse sistema que hoje é vigente no juizado? O advogado tem seu cadastro e tem seu ambiente naquele sistema. No dia em que o advogado acessar seu ambiente virtual, estará lá a informação de que ele tem uma audiência designada para um determinado dia x. Afora o portal dedicado, ainda se enviam email para o advogado avisando que se tem uma intimação para ele, por exemplo. 
A pergunta que se faz é a seguinte: e se o réu não acessar o seu email? A lei para evitar este tipo de coisa, estabeleceu uma presunção, uma outra modalidade de citação ficta, não prevista no código, mas prevista na lei 11.419. Diz a lei, que esse ato de comunicação vai ficar a disposição do sujeito no ambiente virtual e que ele tem dez dias para acessar. Se ele acessar no prazo de dez dias, se considera realizada a intimação no dia em que ele abriu. Se nos dez dias ele não acessar, no décimo primeiro dia se presume como feita a intimação. 
A outra forma, é pelo diário eletrônico (cada tribunal tem o seu)- lembram do diário oficial que vocês conhecem desde o semestre passado? Esse diário oficial sempre foi um jornal editado pelo Estado para veicular os atos estatais e que tramitava pelo meio físico. A única diferença desse diário eletrônico, é que esse jornal é agora veiculado em meio eletrônico, é o chamado pdf. 
Existe uma outra hipótese que está se cogitando agora, que é destinada aos entes públicos. Diz o código no artigo 12, que as pessoas jurídicas de direito público devem ser citadas pessoalmente. Então o Estado do Maranhão vai ser citado na pessoa do seu procurador geral. É possível que se estabeleça mediante convênio do poderjudiciário e desses órgãos estatais uma forma de se comunicar por via eletrônica, como se fosse (não é exatamente isso) disponibilizar um email especifico, pra o local onde se enviam as intimações (aquela intimação que o oficial de justiça, quanto as pessoas jurídicas de direito público, deve portar e entregar nas mãos do procurador geral seriam enviadas por esse meio eletrônico). Como se fosse um email destinado, mediante convênio, para que as intimações ao invés de serem por oficial de justiça, fossem endereçadas a esse local especifico. Mas pelo o que eu sei, nenhum Estado adotou essa sistemática. 
‘Em relação às intimações, os emails não se diferem, o que vai se diferir é a ordem de preferência dessas intimações.
24/02/2012
- Art. 236
- Quem não é advogado, não pode litigar em processo que regido pelo CPC.
A intimação é ato de comunicação as partes ou aos terceiros. Quando ato de comunicação às partes, porque essas partes estão representadas por advogado, e se não estão deveriam estar, essa intimação se dará na pessoa do advogado. Afinal de contas, essa representação vai se dar por contrato de mandado (contrato mediante o qual, alguém outorga poderes a outro pra praticar ato em seu nome) e esse contrato de mandado vai ser materializado por procuração. Funciona então como se o advogado ou a própria parte estivesse em juízo. A intimação vai ser dirigida a parte, na pessoa do advogado, que é quem o representa em juízo. 
- Existem hipóteses (de exceção) em que a intimação não vai ser feita pelo advogado, mas pela própria parte.
- A intimação precisa de requisitos formais pra que possa levar a parte, na pessoa do seu advogado, conhecimento acerca do ato praticado e do que pode ser realizado.
Suponhamos o seguinte: o processo é instaurado, o réu foi citado e uma das partes, a parte ré junte um determinado documento no momento do processo. Diz o artigo 397, que a parte pode juntar documentos novos a qualquer momento do processo. Diz mais o 398, que se uma das partes junta documentos, a outra precisa igual oportunidade, no prazo de cinco dias. Então, nas capitais, no Distrito Federal e em outros locais onde haja veiculo de divulgação oficial, a intimação vai se dar a parte na pessoa do seu advogado e pela sua publicação no diário oficial. É lógico que existem locais em que não tem veiculo de divulgação oficial, onde não há diário oficial, nessas hipóteses não se declara intimação via diário, mas por outros meios subsidiários: pessoalmente ao advogado por via carta ou via mandado ou por outro meio qualquer que faça o advogado tomar conhecimento. Ainda, é possível que o advogado seja intimado na própria secretária pelos serventuários da justiça. Lembrando que o serventuário é dotado de fé pública. Existem hipóteses em que a intimação não vai se dar na pessoa do advogado, mas na pessoa da parte pessoalmente. Essas hipóteses de exceção só vão acontecer quando o ato relativo a intimação tiver de ser feito pela própria parte, ou seja, quando a parte é quem tiver de praticar algum ato no processo, quando esse ato não for ato de postulação, pois os atos de postulação são feitos exclusivamente por advogados. No artigo 277 §, que se o juiz identificar que houve abandono da causa deve intimar a parte para dizer em 48 horas que tem interesse no andamento do processo. Ex: Imaginem a obrigação de fazer, onde o autor ajuizou uma obrigação em face do réu, e o juiz em determinado momento do processo determina que o réu entregue a coisa, assim quem deve praticar esse ato é o próprio réu, não sendo, portanto um ato de postulação (contestar, recorrer...).
Art- 237: traz uma “privilégio processual”, de intimação em relação ao Ministério Público. O código é recheado de normas que tratam de modo diverso algumas pessoas, notadamente as pessoas jurídicas de direito público (Fazenda Públicas- União, Estado, Distrito Federal, Municípios e suas respectivas autarquias). Essas pessoas quando estão em juizo, merecem um tratamento diferenciado, (há uma discussão acerca desse tratamento, por afirmarem que ele fere o principio da isonomia). Dentro dessas prerrogativas, tem-se a intimação pessoal que significa: ou o oficial de justiça vai procurar o destinatário, representante da fazenda pública ou do ministério público ou na hipótese do ministério público é muito comum que se faça intimação pessoal mediante reneta dos autos. O ministério público precisa ser intimado pessoalmente. Nos autos proferidos os despachos seja porque um mandado vai ser expedido, esses autos podem ser entregues ao ministério público.
Então, seja por remessa dos autos, seja por mandado a intimação tem que se dar de modo pessoal.
Arts. 236 e 237
OBs: Ministério público não se confunde com ente público. Ente público (ainda que o Ministério Público também seja ente público), é muito mais pessoa jurídica de direito público, muito mais voltado ao conceito de Fazenda pública. No ministério público é intimado a pessoa do promotor e do procurador de justiça (Ministério Publico de primeiro e segundo grau). Art.12 CPC.
O primeiro requisito da citação é a pessoalidade (precisa o réu, para que a citação seja válida receber a citação). Não vale a citação entregue a pessoa diversa, pois a citação é pessoal. Essa pessoalidade vai se revelar de modo distinto, a depender de se citar pessoa física ou pessoa jurídica. Pessoa física para receber citação precisa preencher os requisitos de validade do ato jurídico. E um dos requisitos para a validade é que haja a capacidade do sujeito. Significa então, que para receber a citação como ato jurídico que é, precisa o réu ter capacidade (aptidão genérica para a prática de atos da vida civil). Existem pessoas que não tem essa aptidão para a prática dos atos da vida civil, são os chamados absoluta e relativamente incapazes. Qual a diferença do absolutamente incapaz para o relativamente incapaz? Os absolutamente incapazes não podem realizar os atos da vida civil, apesar deles serem titulares desse direito, eles não podem exercer. Eles precisam então de alguém que exerça em seu nome, que são os representantes. Os relativamente incapazes até podem praticar os atos da vida civil, mas deve fazê-los acompanhados de seus assistentes. 
Os absolutamente incapazes serão citados na pessoa de seu representante. Já os relativamente incapazes, receberão a citação juntamente com o seu assistente (ou seja, a citação será feita na pessoa do relativamente incapaz e do assistente, pois caso seja feita a citação só na pessoa do incapaz ou só na pessoa do assistente, a citação será nula).
Em relação às pessoas jurídicas, a coisa muda um pouco de forma. Na obra de José Frederico Marques há a diferenciação de representação em relação às pessoas jurídicas, e de presentação. Segundo ele, representar é diferente de presentar. Representante seria aquela pessoa distinta da outra, que agiria em nome desta última. Então é A e B, sendo A representado por B, e B uma pessoa distinta de A. Presentar seria a personificação da própria pessoa jurídica. Ex: na empresa individual o patrimônio se confunde com a própria pessoa física. Então aquela pessoa física é a própria pessoa jurídica. O titular da empresa individual assinando é como se fosse a própria empresa assinando.
Então essas pessoas que constituem a pessoa jurídica, presentam a pessoa jurídica. Então para a pessoa jurídica, a regra é que a citação seja feita na própria pessoa jurídica, na pessoa daquele que presenta a pessoa jurídica.
Suponhamos que alguém vai ajuizar uma ação contra um banco que tem sede em um país estrangeiro, e tem várias sucursais, inclusive várias agências aqui no Maranhão, o gerente é que terá os poderes de administração e por conseqüência de citação.
Teoria da Aparência: estabelecimento de uma ficção em que outra pessoa recebe a citação e que isso vai valer como pessoalidade. É possível que essa citação seja feita por carta e entregue não ao próprio dono da empresa, mas na recepção, por exemplo, e que isso tenha caráter de validade. Por quê? Porque se presume que o funcionário vá informar.Qual é o lugar que a citação se realiza? O código é bem claro ao dizer que a citação vai ser realizada ao réu, pessoalmente onde quer que ele se encontre. Isso serve para afastar o mito jurídico popular, de que a citação não pode ser feita no local de serviço do sujeito, por exemplo. É claro, que a regra é que o autor indique qual é o endereço residencial do réu, e se não souber pode indicar outro local. Assim, em qualquer lugar pode ser feita a citação do réu.
A outra circunstância importante quanto a citação, é o tempo. A prática de atos processuais em geral, deve ser feita das 6 às 20 horas. Regra de exceção: desde que verificada a necessidade, e autorizado pelo juiz, esses atos processuais podem ser efetuados nos horários diversos dos já citados, em sábados, domingos e feriados a depender da hipótese. Lembrando que a citação por hora certa dispensa a autorização do juiz. Dentro desse horário então, o oficial de justiça vai procurar o réu em qualquer lugar que ele se encontre. Existem, no entretanto, regra de exceção em que o código por razões que não são jurídicas acaba por vedar em principio a citação em determinados locais e circunstâncias. Ex: em cultos religiosos, velório, lua-de-mel. Essas situações impedem que se faça citação, salvo se for para evitar perecimento de direito. Arts: 216 e 217
O artigo 218 tem uma regra interessante: se o cidadão é reconhecidamente demente, é possível que não se realize a citação, pelo menos não para a pessoa. Agora imaginem que o oficial d justiça chegue em determinado lugar e constate que a aparência do réu é de quem não está ”batendo bem das bolas”, ele terá que voltar e comunicar ao juízo o que constatou. Quem vai atestar então este estado de demência, segundo diz o código? O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. Importante dizer, que essa curatela do artigo 218 é só para aquele processo especifica, e não para todos os seus atos da vida civil.
FORMAÇÃO DO PROCESSO
Quando é que se forma o processo? Há uma tendência equivocada de que a citação seria pressuposto de existência do processo. Uma coisa é o ato existir, outra coisa é existir validamente e outra é existir validamente e produzir efeitos. Parte da doutrina diz que citação constituiria (dentro da categoria de pressupostos processuais), vinculo de existência. O que significa dizer isso, na verdade? É que o processo só existiria se a citação tivesse sido realizada. Para outros, a citação não é pressuposto de existência, mas de validade. Como assim? O processo existe sem a citação do réu, mas só seria valido com a citação dele.
Professor: Não se deve considerar a citação como pressuposto de validade do processo. 
O código disciplina a formação do processo a partir do artigo 262 – A formação de relação processual nova vai depender de uma provocação. O artigo 263 tenta identificar o momento que o processo se forma.
Ação proposta significa dizer que houve exercício de direito de demandar. O ato de demandar é o ato de eu provocar o judiciário. O momento da formação do processo, vai se dar subseqüente no plano lógico ao momento do ajuizamento da ação. 
O momento da propositura da ação vai ser no momento da entrega da petição inicial no órgão competente. No dia do ajuizamento da ação, há demanda contra o Estado, e neste momento eu tenho o processo. O réu não participa do processo, por várias razões: primeiro porque ele ainda não foi comunicado, e seja porque existem processos que nem réu tem (exemplo quando marido e mulher querem se separar, e entram em acordo para isso, pois os dois querem, então não se terá réu).
A citação do réu não é pressuposto de existência e nem de validade (neste ultimo caso, é relativo, pois processo existe independentemente da existência do réu). A citação é pressuposto de validade do processo em relação ao réu. O processo só pode atingir a esfera jurídica do réu, se ele já tiver sido validamente citado, ainda que ele não participe do processo.
Porque o réu tem que ser citado? Para que ele consiga exercitar o seu direito de defesa. 
Legitimidade é a aptidão genérica que tem o sujeito para participar do processo. Lembrando que capacidade é pressuposto processual. Capacidade é pressuposto, e não condição de ação do processo.
O juiz é quem vai extinguir o processo.
27/02/2012
Suspensão do processo (a cessação da prática de atos processuais)
A suspensão do processo corresponde a crise do processo. Ao período em que não se praticam atos processuais. Segundo o código, em período de suspensão não se praticam atos processuais, salvo em algumas hipóteses muito especificas, normalmente estas voltadas a evitar o perecimento do direito, o perecimento de elemento do processo.
Lembram que o processo se desenvolve em fases: postulatória, ordinatória, probatória e decisória. A fase probatória é aquela em que o juiz concentradamente vai se voltar a praticar atividade de colher elementos de prova. É onde o juiz vai documentar os elementos de prova. Imaginem que o sujeito ajuíza uma ação que para ser julgada necessita de um elemento de prova testemunhal. Um acidente de veiculo foi presenciado por uma pessoa que já tem 85 anos, o sujeito ajuíza a ação e arrola como testemunha quem presenciou o fato. Ajuizada a ação, acontece essa crise, e é necessária a suspensão do processo. Vai-se suspender o processo por um ano, e essa testemunha que já tem 85 anos fica muito doente, ta hospitalizado e a parte vai pressupor o seguinte: talvez daqui um ano, quando o processo volte a tramitar, até o dia em que se chegar a fase probatória, até a audiência de instrução e julgamento onde o juiz vai ouvir essa testemunha, ela já pode ter morrido. Para evitar que essa testemunha não deponha, vai se praticar o ato dessa testemunha especifica. O que eu quero dizer com isso, então? Na suspensão não se praticam atos, exceto aqueles reputados urgentes, necessários. Mas como regra, não se praticam atos no período de suspensão. 
Existem várias causas de suspensão do processo, mas as que nos interessam são as previstas no artigo 265. É lá onde o legislador resolveu concentrar a maior parte de causas de suspensão do processo. Diz lá o código: pela morte ou perda da capacidade quaisquer das partes ou dos procuradores, se suspende o processo. Vocês lembram que os elementos que integram o processo é a parte parcial- autor, réu e a imparcial- juiz. Não existe processo sem parte. A jurisdição não vai atuar sem que haja parte. Se um dos elementos subjetivos do processo, não mais existe, a morte acaba com a personalidade, ou seja com um dos elementos subjetivos do processo. Uma vez morrendo uma das partes, fica o processo capenga de elementos subjetivos. Se em um processo, estão litigando A e B, e A morre, B não terá com quem litigar. Mas como o processo é passível de ser transferido ou a legitimidade é passível de ser adquirida, é possível que C se for herdeira de A, assuma o pólo do processo.
Legitimidade (pode ser ordinária ou extraordinária de acordo com o artigo 6° do código). A ordinária é a relação jurídica que existe entre o titular do direito e aquele que está em juízo (liame), ou seja, a pessoa vai em nome próprio defender seu interesse. A extraordinária é quando a lei autoriza um terceiro em nome próprio ajuizar ação em nome de outro, ou seja, a pessoa vai a nome próprio defender interesse alheio.
A legitimidade pode ser ainda, inicial ou superveniente. Inicial é quando o sujeito propõe a ação (pode este em nome próprio defender interesse próprio ajuizar a ação, ou ele pode em nome próprio defendendo interesse próprio suceder alguém no processo). Imaginem que A diz que tem uma relação jurídica conflituosa com B e ajuíza ação em face deste. A em nome próprio defende interesse próprio- legitimidade ordinária inicial. C porque é herdeiro de A não tem legitimidade. Por quê? Por que ele não tem nada a ver com a relação jurídica. Nem o direito controvertido é dele, e nem ele tem autorização legal para defender interesse de A (não pode nem exercer legitimidade ordinária, porque o direito não lhe diz respeito, e nemextraordinária, porque ele não tem autorização legal pra defender o interesse de B.). Ocorre que A morre. E segundo consta, transfere todo o seu patrimônio para C, inclusive o que diz respeito à relação controvertida. C agora é o novo titular de direito, assumindo o lugar de A na relação processual. Essa legitimidade de C, agora é ordinária ou extraordinária? É ordinária, porque o direito é de C, ou seja, ele vai em nome próprio defender interesse próprio, e é superveniente porque a ação não iniciou com ele. Ele herdou a ação, o que vai ser chamado de sucessão processual, que é diferente da substituição processual (legitimidade ordinária, alguém que vai substituir alguém no pólo da relação processual, defendendo interesse deste).
O que isso tem haver com suspensão do processo? Enquanto se identifica quem é C, o processo vai ficar suspenso. Então com a morte das partes, automaticamente o processo se suspende pra que se consiga viabilizar a sucessão ou não (porque pode ser que o sujeito não tenha nenhum herdeiro, e ai o processo vai se extinguir por falta de elemento subjetivo). Mas morreu uma das partes, se suspende o processo, o que vai significar ausência de prática de atos processuais, para se viabilizar a sucessão processual. Isso no pólo ativo e no passivo.
Obs: a alienação da coisa não altera legitimidade. Art. 42 do CPC.
Só detém capacidade postulatória o advogado, sendo que este é um pressuposto processual, portanto, uma vez faltando advogado nos autos, ou a parte vai ficar desassistida ou uma outra conseqüência será imposta. O certo é o seguinte: se a parte está devidamente representada por advogado, e este morre, fica ausente capacidade postulatória, que é pressuposto processual. Até que a parte constitua novo advogado, o processo será suspenso. Na verdade, o juiz vai assinar um prazo para que a parte constitua novo advogado. A depender de ter sido o advogado da parte autora ou ré, as conseqüências vão ser diversas. Se o advogado da parte autora morre o juiz assina um prazo de dez dias, e não sendo feita habilitação de um novo advogado extinguir-se-á o processo, por falta de pressuposto processual- capacidade postulatória. Se o prazo for dado e a parte não cumprir, sofrerá as conseqüências da inércia do processo, e nesse caso, decide-se pela extinção do processo sem resolução de mérito. Se for parte ré, o juiz vai oportunizar o réu a habilitar um advogado, e se isso não ocorrer, o réu vai passar a ser revel. Da mesma forma é com o representante, se este falecer, suspender-se-á o processo, até que se eleja outro. Assim, a suspensão é feita para que ocorra a regularização da relação processual.
Convenção das partes- é possível que nos direitos disponíveis, que as partes convencionem a suspensão do processo. Imaginem que duas partes litiguem por um determinado valor. A parte autora diz que o réu deve, e este alega que não. Ai um dia, autor e réu se encontram, e o réu propõe ao autor fazer um acordo, então enquanto eles negociam os termos do acordo, eles podem requerer a suspensão do processo. É claro que o código estabelece uma limitação a esta suspensão.
Exceções constituem defesa que normalmente vão atacar os pressupostos processuais. Sabe que o pressuposto processual vai definir se o processo pode não se desenvolver validamente. Essas exceções são as de suspeição, de impedimento, e de incompetência. Exemplo de suspeição é quando o juiz é inimigo capital de uma das partes ou amigo intimo. Lembram que um dos pressupostos processuais é a imparcialidade do juiz. O juiz que é marido da parte, já faz com que ele fique afastado do processo, ou seja vai ser impedido de praticar suas funções nesse processo, para que assim o processo não fique vulnerável e a prestação jurisdicional não fique em descrédito.
Outro pressuposto processual é a competência, que tem que ser do juízo e não do juiz. Por vezes, o código diz que certas matérias só podem ser apreciadas em um juízo especifico. Por exemplo: lá pelo artigo 95 se diz que processos que envolvam direitos reais e imobiliários devem tramitar no local onde o bem se situar. Essa competência é do tipo absoluto. Significa que se o sujeito ajuíza essa ação em local diverso daquele que diz o código ser necessariamente o foro competente pra processo e julgamento daquela causa, a competência será causa de nulidade do processo, porque falta pressuposto processual.
Essas exceções são os instrumentos processuais que servem pra viabilizar a discussão desses três elementos: suspeição, impedimento e competência. Enquanto se discute se o juiz é parcial ou não nas exceções de suspeição e impedimento, ou se o juizo é competente ou não na ultima exceção, o processo ficará suspenso, pois se está tratando de pressuposto processual. Para que em regra geral, não se admita que o juiz suspeito ou impedido pratique atos naquele processo, pois vai vulnerar toda a prestação jurisdicional. 
A hipótese do inciso 4 pode ser resumida por aquilo que a doutrina chama de prejudicialidade externa. Existem no procedimento vários atos seqüenciados que vão obedecer aquilo que o código define como procedimento, e no final das contas a eleição das seqüências de atos não é aleatória, mas diz respeito a uma questão de lógica no procedimento. Então é uma seqüência entre ato anterior e posterior de modo que normalmente a pratica de um segundo ato depende da ação do primeiro ato. Essa relação de dependência é de dois tipos: questões prévias preliminares e questões prévias judiciais. 
02/03/2012
Qual é a diferença entre questões preliminares e questões prejudiciais? (leitura do texto, “Questões prejudiciais e coisa julgada”). Tanto as questões preliminares, quanto as prejudiciais, constituem aquilo que nós vamos identificar como questões prévias, porque tanto uma quanto a outra deve ser analisada antes do mérito. O procedimento é uma seqüência lógica de atos, que pressupõe a existência de antecedente e subseqüente. Então são atos que tem uma inter-relação entre si. Significa que como regra, o código estabelece um procedimento que de modo que eu só vou passar para o subseqüente, quando eu já tiver feito o antecedente. Existem, entretanto, atos que dependem logicamente de outros atos, e a depender como se manifeste esta relação de dependência a solução de um vai influenciar de modo diverso na solução de outro. Essa relação lógica é entre o primeiro e o segundo ponto controvertido, significando que existe uma questão que deve ser analisada antes (prévia), e a questão que deve ser analisada de modo subseqüente (questão de mérito). 
Para que o juiz decida esta questão, precisa antes decidir a questão prévia. E a depender da solução que se dê a esta questão e da natureza jurídica desta questão prévia, a solução da segunda vai se dar de modo diverso. Assim, a questão prévia pode ou determinar se a segunda questão vai ser analisada ou não, ou a questão prévia pode determinar o modo pelo qual a segunda questão vai ser analisada. A depender desta solução, vai se definir se a segunda vai ser analisada ou a depender desta solução, vai se definir como a segunda vai ser analisada. 
Imaginem que vocês tenham um ingresso para um evento. Qual é a condição prévia para o sujeito assistir ao show? Ter ingresso. Então ter ou não ter ingresso vai definir se eu entro ou não para assistir ao show. Mas saber se eu assisto o show na arquibancada ou na cadeira não depende simplesmente de ter o ingresso, mas de se saber qual é o ingresso. Mas ambas são questões prévias (eu preciso primeiro identificar essas condições, para depois definir o que fazer), sendo certo que na primeira hipótese eu decido se eu vou assistir ao show e na segunda como assistirei ao show.
Essas questões prévias podem ser de dois tipos: preliminar e prejudicial. A preliminar vai definir se eu assisto ou não ao show, e a prejudicial vai definir como eu assisto ao show. A depender de eu ficar ou não vencido na preliminar, a questão subseqüente vai ou não ser analisada. Se eu não conseguir ultrapassar a preliminar eu não terei a questão de mérito analisada.CONDIÇÕES DA AÇÃO É UM EXEMPLO CLASSICO DE QUESTÃO PREVIA DO TIPO PRELIMINAR (só tem o direito de ver o mérito analisado pelo judiciário, quem preenche as condições da ação).
Imaginem o seguinte: o sujeito ingressa com uma ação e diz que o réu deve alugueis por seis meses, que é corrente no contrato de locação verbal. O réu afirma que o contrato não foi de locação, e sim de empréstimo. Saber se o contrato foi de locação ou mutuo, define se a pretensão do autor vai ser procedente ou improcedente. Se for de locação, são devidos os alugueis, caso contrario, não são devidos. Esta questão de saber se o contrato foi de mutuo ou de locação, tem que ser analisada antes. E a depender da solução do juiz, ele vai apreciar a subseqüente com base nessa solução. Então esta questão prévia vai fixar uma premissa para a solução da questão subseqüente. Exemplo clássico: investigação de paternidade e alimentos. 
Para fins de suspensão, na forma do inciso 4 do artigo 265, as questões que a doutrina chama de prejudicialidade externa, significa que as circunstâncias elencadas nas alíneas do inciso 4 do artigo 265 constituem questões que devem ser analisadas antes, porque uma vez analisadas, fixam premissa para a analise da questão de mérito que é subseqüente. ( ler artigo 265, alínea por alínea).
As provas constituem elemento de convicção da formação do convencimento do juiz, e com base nelas o juiz forma a sentença e diz quem tem razão. Existem elementos de provas que são fortes e necessários. Suponha que um acidente tenha sido presenciado por uma pessoa que não mora no local onde tramita o processo civil. Ela foi arrolada por uma das partes como testemunha do processo. O juiz vai colher o depoimento dela, não diretamente, uma vez que ele não pode se deslocar pro local onde a testemunha more e nem exigir que a testemunha se desloque. Como ele faz então? Solicita a colaboração de outro juiz por carta. O processo de conhecimento de rito ordinário tem fases (postulatória, ordinatória, probatória e decisória), o convite à testemunha vai acontecer na fase probatória. E logo depois dessa fase, o juiz oportuniza um prazo que normalmente, como regra, em minutos (dez minutos para cada um), faz a suas ultimas delegações, e o processo ficará apto a receber sentença (que como regra deveria ser proferida na própria audiência por pelo menos 10 dias).
Alínea b- Ocorre que a despeito do juiz ter ouvido todos que era pra ouvir e ter oportunizado às partes as suas delegações, falta a testemunha ser ouvida lá no juízo de precato. Como essa testemunha presenciou os fatos, o juiz não vai proferir sentença, antes dos documentos virem aos autos, o juiz vai então suspender o processo para aguardar a precatória ser cumprida, para depois se juntar aos autos e ai então, o juiz continuará o procedimento. É algo parecido com a alínea a, com duas diferenças: aqui não é propriamente uma questão, mas é uma prova. E a segunda diferença, é que não está sendo feita essa produção em outro processo, mas essa carta precatória nada mais é do que um instrumento, um elemento do próprio processo que foi ao juízo diverso. Na alínea a, tem-se dois processos, em que um discute questão que é prejudicial ao outro processo, e aqui se tem um só processo, e que ato desse processo foi desgarrado dos autos, foi enviado a outro juízo para que se praticasse, e a solução do mérito depende em certa medida daquilo que a prova vai levar ao juiz.
Na alínea c- a prestação jurisdicional encontra limites (já até visto por nós), em relação ao principio da inércia. Significa que a jurisdição não vai atuar enquanto não for provocada. E a outra parte da moeda é o dispositivo que obriga a parte a formular a demanda por meio da petição inicial. Esse principio da inércia e o principio do dispositivo trazem reflexo em outros aspectos do processo. OU SEJA, a prestação jurisdicional vai guardar estreita relação com a provocação da parte, significa que a sentença encontra um limite e esse limite é feito pela própria parte quando ingressa com a sua ação. MAIS ESPECIFICAMENTE: o pedido da parte é que delimita a atividade do judiciário. E é rara a hipótese em que o judiciário pode desbordar o pedido expresso (rara como o 461 permitiu). Afora essas pouquíssimas hipóteses, o juiz vai ficar a distrito do que foi pedido, daí se chamar principio da adstrição, da correlação, da congruência, da correspondência entre o que foi pedido e a sentença. (Ainda que o juiz entenda que a parte mereça coisa diversa, coisa a mais, enfim, não pode conceder porque não foi pedido). O juiz quando decide deve fazer de modo fundamentado segundo o artigo 93, inciso 9 da constituição.
O que é coisa julgada? Quando não cabe mais recurso. (art.462). Essa coisa julgada importa nessas duas principais características- imutabilidade e indiscutibilidade. Significa que eu não posso mais como regra discutir aquela matéria que foi decidida, e aquela matéria torna-se imutável. (embora existam exceção- relativização da coisa julgada, ação recisória).
O que importa saber é: o que transita em julgado?O dispositivo, pois é o que guarda referência com o pedido. Significa que por exclusão os fundamentos não sofrem a imutabilidade e a indiscutibilidade que são próprias da coisa julgada. O que vai transitar em julgado é a sentença. OS motivos que servem de base para o juiz chegar a uma conclusão não alcançam coisa julgada. Segundo a eficácia objetiva da coisa julgada, transita em julgado só aquilo que foi objeto de decisão. Diz o artigo 458, que a sentença deve ser elaborada com a observância de três requisitos mínimos: relatório, fundamentação e a conclusão ou dispositivo da sentença. Essa conclusão é que vai guardar correspondência com o pedido. A estrutura da petição inicial é um pouco parecida com esta daqui: obedece a essa estrutura lógica.
Qual a diferença entre questão principal para questão incidental? A principal é o pedido, aquilo que foi posto em jogo, aquilo que está sendo objeto de pedido. As questões que não são principais são todas as outras questões que vão influenciar no resultado dessa decisão, inclusive as questões prejudiciais. Então, essa questão prejudicial é tratada como fundamento, mas podia ser assim: o autor ajuíza a ação, querendo duas coisas, primeira; reconhecer que o réu é seu pai (paternidade), e uma vez reconhecida a paternidade, requerer alimentos. (Ou seja, a parte quer duas coisas). Então a sentença vai dizer se julga procedente ou não o pedido de paternidade e procedente ou improcedente o pedido de alimentos. Assim, tanto a paternidade quanto os alimentos vão transitar em julgado.
Tanto o autor quanto réu, podem no meio do processo (por isso que é incidental), requerer que esta questão prejudicial que antes era fundamento, passe a ser pedido. É uma ampliação objetiva da demanda (amplia-se o pedido). Lembrando que: a demanda tem tanto elementos objetivos (causa de pedir e pedido), quanto subjetivos (partes), e que o pedido pode ser ampliado. 
Uma vez ajuizada a ação declaratória incidental (serve para transformar um fundamento, em pedido), o juiz suspende o processo. Suspende para poder processar a ação declaratória incidental na forma como os dispositivos subseqüentes ao 325 prevê. 
Motivo de força maior- o código traz umas disciplinas, quanto a limitações a suspensão: por convenção das partes (seis meses) e por prejudicialidade externa (1 ano), por exemplo.
A depender de quem morra no curso da audiência, o juiz suspende ou não o processo. Segundo o parágrafo primeiro, formalmente a audiência não vai sofrer solução de continuidade, não vai suspender o processo (a morte do sujeito não vai influenciar na continuidade do procedimento). E porque não vai se suspender o processo por hora? Por que a parte na audiência de instrução e julgamento, não influencia no prosseguimento do feito. Afinal de contas, a razão pela qual se suspende o processo pela morte da parte, é para se permitir a sucessão processual. Na audiência de instrução e julgamento, a parte não pratica ato processual. Os atos que são praticados

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