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A RESPOSTA DO RÉU
(Aula do prof. Erick Vidigal – Brasília)
INERCIA - Revelia: Com efeitos – 319, 322
 Sem efeitos - 320
Incompetência
Impedimento
Suspeição 
 Exceção 
DEFESA - Processual Preliminares da contestação (301)
 De mérito Direta Impugnação específica dos fatos 
 Indireta Novos fatos (324) Modificativos
Impeditivos
Extintivos
CONTRA ATAQUE – Reconvenção
REVELIA
- É o estado em que se coloca o réu que é citado e não contesta. O único ato processual que não sendo praticado no tempo devido gera revelia é a CONTESTAÇÃO.
- A revelia é um estado, uma situação. O réu passa a ser revel. 
Revelia pode Produzir efeitos
 Não produzir efeitos	
 
REVELIA COM EFEITOS
- Presunção da veracidade dos efeitos alegados pelo autor. Aquilo que o autor alega, o juiz pode presumir como verdadeiro. O réu é o maior interessado em dizer que aquilo que o autor afirma é mentira; ele tem oportunidade de falar isso e não faz. Se ele não se interessou, pq o estado se interessará? Portanto, para poupar tempo, o estado faz com que o autor produza provas – Presume que é verdadeiro (art 319)
- Dispensa de intimações. Se ele não quer participar do processo, não há pq ficar informando o réu do que acontece no processo. Na prática você tem duas hipóteses de revelia = uma revelia pq a própria parte não quer participar do processo. Nesse caso, vc nem chega a constituir um advogado. A outra é quando o advogado do réu perde o prazo. Nesse caso, o juiz vai juntar a contestação; vai cadastrar o advogado do réu, mas vai considerar a contestação intempestiva. Portanto o legislador alterou o código ocorrendo revelia, se a parte estiver representada por advogado, ela vai ser intimada por seu advogado pelas vias comuns. Se ela não estiver representada por advogado, ela não vai ser intimada de jeito nenhum (art. 322).
- art. 319: Se o réu for citado e não contestar, serão presumidos verdadeiros os fatos apresentados pelo autor. (o 319 apresenta a definição de revelia e o primeiro efeito: se o réu for citado e não contestar -> são presumidos os fatos alegados pelo autor).
REVELIA SEM EFEITOS
- art. 320: A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo anterior. O réu será declarado revel, mas o autor deverá provar o que ele está alegando, pois o juiz não poderá presumir nada. Artigo apresenta 3 hipóteses:
1: Se existir litisconsórcio passivo. Se o autor vai se movimentar para produzir provas contra um, aproveita para buscar provas contra todos. Nesse caso não há presunção de veracidade. 
2: 	Se a ação versar sobre direitos indisponíveis. Eu não posso dispor de um direito indisponível e nem expressamente. Ex.: não posso fazer acordo numa ação de investigação de paternidade. É revel, tem que provar.
3: Toda vez que a lei exige um documento público como prova do ato, a revelia não dispensa a juntada desse documento. Mesmo assim terá que provar o ato. 
Após a citação o réu tem 15 dias para apresentar resposta (se for rito ordinário). Essa resposta poderá ser: * EXCEÇÃO *CONTESTAÇÃO *RECONVENÇÃO. 
DEFESA PROCESSUAL
- É a defesa que o réu não enfrenta o pedido diretamente. Não analisa o mérito. O réu, de alguma forma, vai criar embaraços; questionar, dificultar a agressão processual, focando no instrumento, que é o próprio processo. Para isso ele utiliza as exceções, ou as preliminares de contestação. 
EXCEÇÃO
- No prazo de 15 dias contados do fato que ocasionou a incompetência/ impedimento/ suspeição. Qualquer das partes pode argüir (art. 304); São cabíveis de qualquer grau de jurisdição. 
Obs.: Quando se fala em qualquer grau de jurisdição, não é aquela idéia de que a nulidade pode ser declarada a qualquer grau de jurisdição. Por exemplo, se o desembargador constata que o juiz de 1º grau era absolutamente incompetente, ele tem que declarar de ofício a incompetência desse juiz de 1º grau. Já no caso da incompetência relativa, não qur dizer que ele não pode chegar no TJ com uma exceção de incompetência relativa e argüir incompetência relativa do juiz de 1º grau. 
Assim, quando o juiz diz “cabível em qualquer grau de jurisdição”, é se existir uma hipótese em que num grau superior de jurisdição você tenha uma incompetência relativa, você pode argüir a incompetência relativa daquele juiz de grau superior. É cabível a qualquer grau de jurisdição para questionar a incompetência relativa daquele grau de jurisdição.
Obs. 2: Ele fala em qualquer das partes, porém na prática não é visto exceção de incompetência apresentada pelo autor. Acontece que, caso haja alguma situação, o código precisa prever.
Obs. 3: Não legislativo – jurisprudencial – a exceção de impedimento não é sujeita ao prazo de 15 dias, por tratar de matéria de ordem pública.
O QUE É EXCEÇÃO? – É um incidente processual = todo ato processual que incide no curso do processo e cria algum tipo de embaraço para o seu andamento. A exceção suspende o curso do processo. Não faz sentido eu conduzir um processo em que uma das partes que discutir a incompetência do juiz, para chegar lá na frente e ser declarada essa incompetência e você ter que voltar, anulando os atos praticados pelo juiz incompetente. 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA (307-311).
- 15 dias contados da ciência do fato que causou impedimento/ suspeição/ incompetência. 
- Pq o réu tem que apresentar exceção de incompetência quando é citado? Quando o réu ingressa, começa a fazer parte do processo, esse juiz incompetente passa a incomodar o réu. Abre o prazo de 15 dias, que coincide com os 15 dias da reconvenção. O ideal é que, caso eu queira ingressar com contestação, reconvenção e exceção, eu faça isso tudo no mesmo dia. Porém, como a exceção suspende o processo, pode ser apresentada 1º, sozinha, uma vez que ela não gera preclusão consumativa para os demais atos de resposta. Se após a apresentação da exceção, os outros forem apresentados separadamente, será preciso tomar cuidado. 
 Art * Contestação 1º = Gera preclusão para reconvenção
 299 * Reconvenção 1º = Gera preclusão para contestação = Revelia! 
Obs.: Recurso Especial (STJ) e Recurso Extraordinário (STF) precisam ser protocolados no MESMO ATO, se não um gera preclusão do outro. 
- Se a exceção for protocolada por último, acontece a prorrogação da competência do juiz. O juiz incompetente se torna competente.
- Na incompetência, além de falar que o juiz não pode julgar aquele processo, é necessário que seja indicado um novo juízo. O que é incompetente é o juízo como um todo. 
No caso do impedimento e da suspeição, é relativo ao juiz. Se o juiz titular for impedido, o processo não sai da vara, vai apenas para as mãos do auxiliar ou dos substitutos. Juiz tem que ser imparcial. 
EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO
Art. 134
PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO
- Toda vez que você tem um nó no processo, uma contradição, você tem uma questão processual. É um nó que o juiz precisa desatar para decidir o processo. 
A finalidade do processo é resolver o mérito. Algumas situações, porém, podem impedir o juiz de apreciar o mérito. Isso leva o processo à extinção sem resolução de mérito (falta de condições de ação e pressupostos processuais). Em alguns casos não é que o juiz fique impedido de resolver o mérito, mas ele depende de resolver uma questão antes para saber se ele concede ou não o pedido (ação de paternidade).
Questão prejudicial: antes de o juiz exercer o seu juízo de mérito, precisa solucionar a questão. Vai de como o juiz enfrenta o mérito (vai enfrentar para julgar procedente, improcedente ou parcialmente improcedente). A questão prejudicial diz que o juiz vai enfrentar o mérito, mas determina de que forma. 
Questão preliminar: diz se o juiz enfrenta o mérito. Eu entro com ação, mas o réu aponta que já houve processo transitado em julgado (ex.: ilegitimidade,coisa julgada...)
Obs.: não é um rol taxativo. É exemplificativo. Logo é possível existir várias outras preliminares. 
Obs. 2: Como o único momento de fazer a defesa do réu é a contestação, apresentar a preliminar não exclui a necessidade de apresentar defesa de mérito, pois o juiz pode não aceitar o argumento das preliminares, e assim o advogado perderá a oportunidade de defender seu cliente = preclusão. 
DEFESA DE MÉRITO DIRETA E INDIRETA
- O que é se defender quanto ao mérito? – é pegar os fatos alegados pelo autor e fazer a “impugnação específica dos fatos”. Negar ponto a ponto do que o autor alegou. Quando isso é feito, gera incontroversa no processo que só poderá ser solucionada com a produção de provas. As provas serão produzidas por ambas as partes, porém o ônus da prova cabe àquele que alega. Se o réu trouxer um caso novo, terá que provar, e cabe ao autor impugnar esse fato novo. 
Fatos incontroversos são presumidos verdadeiros, portanto é importante que sejam impugnados. 
A defesa direta do mérito:
É a impugnação especificada dos fatos. Cabe ao réu trazer na contestação toda a matéria de defesa (processual e de mérito). Compete, porém, antes de adentrar no mérito, alegar o rol das preliminares (legitimidade, coisa julgada, litispendência, conexão, falta de condição de ação).
Não existe a possibilidade da contestação negando tudo. Essa impugnação geral (ou genérica) não é permitida p pessoa comum.
Só é permitida em 3 situações: 
*curador especial: art 9 do CPC – é nomeado toda vez que exista um incapaz sem representante legal; um incapaz que, apesar de ter representante, está em conflito de interesses com esse representante legal; se o réu for preso ou se ele for citado por edital/ hora certa e não comparecer. Na pratica será o defensor público. Ele não sabe nada do processo, por isso ele pode negar de forma genérica, pois assim ele vai colocar o autor para provar tudo o que está alegando. (ônus da prova do autor).
*ministério Público: código é de 73. Nessa época o Ministério Público não tinha essa atuação que tem hoje. Ele fazia defesa do ente estatal. O procurador geral da republica era o acusador maior e também o AGU. Hoje o Ministério Público não é colocado no pólo passivo em nenhuma ação. Ele não pode ser réu no processo. 
*advogado dativo: é o advogado ad hoc = nomeado só para aquele ato. Ex. tem uma audiência marcada, a pessoa está sem advogado, ela tem que ter um advogado pq se não ele vai ser revel. Nesse momento o juiz diz p escrivão “pega um advogado ai no corredor que eu vou colocá-lo como ad hoc”. 
Fora esses, a impugnação será sempre especificada. É um ônus. Se não fizer corre o risco de sofrer questão dos fatos incontroversos. 
Defesa de mérito indireta:
Na defesa de mérito indireta eu vou atacar o mérito, porém não de forma direta. A hipótese é de fatos novos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Exemplo: no dia 25 de março foi assinado contrato assumindo obrigação de pagar 100 mil reais no dia 25 de abril. No dia acordado foi cobrado e ele não pagou. Na defesa de mérito: “eu não me comprometi, eu não paguei, esses documentos são falsos..blá blá blá.”. Na defesa indireta: “reconheço alguns fatos alegados pelo autor, porém apresento novos fatos que têm poder de impedir, modificar ou extinguir os direitos do autor: eu de fato assumi o contrato e não paguei, mas só não paguei na data, pq um dia antes assumimos outra obrigação, postergando o pagamento para mais alguns meses,através de um novo contrato.” É feito um contorno maior para que o mérito seja atacado, com um fato novo que é levado pelo autor. Art. 326 (réplica).
Obs.: perempção: quando por 3 vezes ocorre abandono por mais de 30 dias. Impede o autor de exercer seu direito de ação. 
RECONVENÇÃO
É uma ação, por isso não é ato de defesa, é ato de resposta. É proposta pelo réu em face do autor no mesmo processo em que ele é demandado. 
Será apresentada junto com a contestação em petições distintas. O autor da reconvenção, que é o réu, não precisa pedir citação, pois ele já estará no processo, que é o autor inicial. 
Quando o réu entra na reconvenção ele é réu/autor reconvinte. O autor do processo que passa a ser réu = pólo passivo da reconvenção, será chamado de autor reconvindo. O autor reconvindo será intimado no prazo de 15 dias para oferecer contestação. Art. 315 fala hipóteses de cabimento de reconvenção. O réu poderá reconvir ao autor no mesmo processo toda vez que a reconvenção for conexa com a ação principal ou com os fundamentos da defesa que ele apresentou na contestação = muito amplo. Art 316: o autor reconvindo será intimado na pessoa de seu procurador. Não é citado, pois já está na relação processual representado pelo seu advogado. A intimação não será pessoal. Prazo é de 15 dias para a contestação (até pode ser argüida a competência para exceção). Art 317: caso o autor, diante da intimação da reconvenção, desista, essa desistência não afetará a reconvenção, pois esta é uma ação. A partir do momento que o réu ingressa com uma ação, ele tem direito a uma resposta do judiciário. Não há uma relação de dependência, mas sim uma relação de pendência para a propositura. O que acontecer com a principal, não vai intervir na reconvenção. Ele decide as duas no mesmo julgamento, porém em atos separados.
Não é cabível reconvenção no rito sumário! (o que é cabível é o pedido contraposto, onde a lei permite que o réu faça na própria ação).
Não é cabível reconvenção em ações de natureza dúplice. 
REVISÃO DE PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
Petição inicial chega às mãos do juiz indefere inicial e extingue o processo sem resolução de mérito / mandar emendar a inicial, se não emendar, indeferir a inicial, extinguindo o processo / se emendar, recebe a inicial determina citação resposta do réu em 15 dias, após o início da contagem do prazo Resposta do réu: exceção / contestação / reconvenção Quando encerra o prazo de resposta do réu, os autos vão conclusos para o juiz juiz tem 10 dias para adotar uma das providências preliminares, se for o caso Se não, irá focar na resposta do réu – se tiver defesa de mérito indireta ou preliminares de contestação, vai ouvir o autor no prazo de 10 dais em réplica / juiz verifica que não há contestação ou esta é intempestiva = revelia. Se a revelia produzir os efeitos da presunção de veracidade, passa ao julgamento antecipado da lide, se não produz, determina ao autor que especifique as provas que ele terá que produzir. juiz passa ao julgamento conforme estado do processo = julgamento sem resolução de mérito ou julgamento com resolução de mérito. Se n for nenhuma dessas duas, juiz acolhe ou rejeita o pedido do autor (julgamento antecipado da lide) ou vai direto para a fase instrutória. 
ARTIGO 315 CPC
Art. 315.  O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
        Parágrafo único.  Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este (o autor!) demandar em nome de outrem.
Hipótese de cabimento da reconvenção:
O réu não poderá, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem. 
Obs.: 
* Legitimidade ordinária – pessoa em nome próprio postula direito próprio
* Legitimidade extraordinária – pessoa em nome próprio postula direito alheio (sindicato postula direito dos sindicalizados. O sindicato é representante).
Quando eu demando em nome de outrem, sou representante. A doutrina critica pq afirma que o objetivo do legislador era impedir que você misturasse substituição processual com legitimidade ordinária no mesmo procedimento. Que você tivesse uma ação discutindo parte A e parte B (legitimidade ordinária e ordinária) e na ação de reconvenção mudasse a situação = as mesmas partes com naturezas diferentes. 
Porém, na hora que o legislador redigiu, ele diz o impossível, pq nunca, quem postula em nome alheio, vai ser parte. Se eu sou autor, sempre demando em nome próprio. O que pode mudar é a titularidade desse direito. Nunca, em nenhumahipótese posso ser um autor titulando direitos de outra pessoa. 
“esse parágrafo único não cai em prova, a não ser numa prova subjetiva pedindo para explicar a finalidade do legislador”. 
“Este (autor!!) em nome de outrem” não fala em substituição processual, mas sim em representação processual.
LITISCONSÓRCIO
(aula do TV justiça)
O processo só se desenvolve quando existe um conflito de interesses. O estado só vai atuar sobre a situação no caso concreto quando houver um conflito de interesses. As relações de direito material que vão originar o processo, geralmente atingem duas pessoas: autor e réu.
Porém, é possível que o direito material violado atinja mais de uma pessoa. Sempre que isso acontecer, no pólo ativo ou pólo passivo, será litisconsórcio. 
LITISCONSÓRCIO: Consórcio de lides = consórcio de pessoas. É a pluralidade de autores, réus ou ambos, dentro de um mesmo processo.
Dois motivos importantes que formam um litisconsórcio:
Economia processual 
Harmonia dos julgados: evita decisões conflitantes 
Litisconsórcio multitudinário: A lei não estabelece quantas pessoas podem, no máximo, trabalhar em litisconsórcio. Isso não quer dizer que é permitido colocar “Deus e todo mundo” dentro do processo.
Quando o juiz verificar que o número excessivo de litigantes pode causar prejuízo para a defesa ou pra a rápida solução do litígio, tem o poder de desmembrar o litisconsórcio. Somente o litisconsórcio facultativo permite ao juiz ser fracionado. O litisconsórcio necessário, aquele que obriga as partes a formarem um litisconsórcio, não é possível o fracionamento. Nesse caso, o juiz terá que manter o litisconsórcio. 
CLASSIFICAÇÃO
Posição do litisconsorte
- ativo: vários autores
- passivo: vários réus
- misto: vários autores e réus 
Momento de formação do litisconsórcio
- inicial: parte forma na petição inicial
- ulterior: formado no curso do processo
Uniformidade da decisão 
- simples: é possível proferir decisão diferente
- unitário: juiz julga igual para todos os litisconsortes (é a regra!)
Obrigatoriedade de formação do litisconsórcio 
- facultativo: quando a parte tem a possibilidade de formar o litisconsórcio. É a regra
- necessário: quando a lei obriga a formação do litisconsórcio.
Obs.: há litisconsórcio necessário ativo? (OBS.: ler texto no email)
- eu tenho vontade de buscar o judiciário, mas para que eu possa fomentar/cumprir essa minha vontade, preciso de outra pessoa fomentando do meu lado, que, por sua vez, não deseja buscar o judiciário. 
STJ: nesse caso eu posso buscar o judiciário sozinho, pois o princípio da inafastabilidade da jurisdição se sobrepõe a regra. Em exercício ao contraditório cito o autor que não quis entrar, para que se manifeste.
Art. 47: geralmente o litisconsórcio necessário é unitário. Quando for obrigatório, terá uma única decisão para todos.
A posição dos litisconsortes dentro do processo:
- Essa é a parte mais importante!
Se o litisconsórcio for simples, a decisão não precisa ser igual para todos. Não sendo, o recurso de um (atos ou omissões) não ajuda nem atrapalha os outros. Sempre que a parte praticar um ato e o litisconsórcio for simples, os seus atos não ajudam e nem atrapalham os demais. 
Já o litisconsórcio unitário, tem decisão igual para todos. Obrigatoriamente existirá função expansiva do ato do litisconsórcio. Melhor explicando: nesses casos, quando um pratica o ato, atinge os demais. Se um litisconsórcio recorreu, o recurso aproveita os demais, da mesma forma que a contestação.
- até aqui, falei em atos positivos que ajudam as partes. Mas, e se somente um deles confessar? Art. 350 – se houver confissão de apenas um dos litisconsortes, somente ele será prejudicado por ela. Atos negativos não se comunicam! E se for o contrário? Nesse caso, a confissão será ineficaz. 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS – PARTE 1
ASSISTÊNCIA E OPOSIÇÃO
- Antes de tudo, o que é intervenção de terceiro? 
Todo mundo sabe que quando o magistrado profere uma sentença, e essa sentença transita em julgado, ou seja, a decisão não comporta mais recursos, a decisão vai fazer coisa julgada. A quem atinge a coisa julgada? Atinge somente as partes: autor e réu. Não é justo que pessoas que estão fora do processo venham a ser atingidas por algo que elas não puderam participar e nem se manifestar.(art. 472). Às vezes, as relações de direito material que dão ensejo a um processo, são muito entrelaçadas, e vão atingir outras pessoas, e não somente as partes: à terceiros. É só pensar num fiador, numa avalista... Sempre que os efeitos da sentença estiverem na potencialidade de atingir alguém que não seja parte (que seja terceiro) este poderá entrar no processo. A partir do momento que os efeitos de uma decisão judicial podem se espalhar para fora do processo confere a determinados terceiros a legitimidade de intervir no processo. Porém, nem toda intervenção de terceiros acontece pq ele quer. Muitas das intervenções de terceiros vão ocorrer pq alguém de dentro deseja que aquele terceiro seja aportado ao processo. 
ASSISTÊNCIA: Ocorre quando o terceiro que ingressa no processo tem interesse jurídico em que uma das partes vença a demanda. 
De acordo com o grau de relação que o terceiro tem com o objeto litigioso, ele pode intervir de duas formas: 1) assistência simples; 2) assistência litisconsorcial. 
Exemplo de assistência simples: 
Locador, dono de um apartamento, aluga o seu apartamento para um sujeito qualquer. Esse sujeito locatário resolve sublocar o imóvel. Ai existem 2 relações jurídicas distintas: Locador + Locatário e uma entre Sublocador + Sublocatário. A relação do locador é só com o locatário. O locador tem que deixar o imóvel livre e desembaraçado de pessoas e coisas para o locatário que, por sua vez, pagará aluguel para o locador. Já o sublocador que agora é locatário, terá que deixar o imóvel livre para o sublocatário, que tem que pagar aluguel para este sublocador. O locador originário não tem relação nenhuma com o sublocatário. Se A alugou um imóvel p B, não faz parte do conhecimento de A, não interessa, se ele sublocou para C, D, E...
Se o locatário não paga aluguel para o locador, contra quem o dono do imóvel vai entrar com ação de despejo? Locatário, claro. Porém, o sublocatário que está no imóvel, que não é nem autor e nem parte, tem interesse que uma das partes vença, então ele ingressa no processo como assistente simples. Ele entra para ajudar o locatário/sublocador, pois tem interesse que ele vença.
Exemplo de assistência litisconsorcial:
2 amigos (A e B) moram juntos num apartamento. Exercem regime de co-propriedade, só que C entende que esse apartamento não pertence nem a A e nem a B, mas sim à ele. C é obrigado a entrar com uma ação contra os dois? Não! (se fosse casal, marido e mulher estariam no pólo passivo). Nesse caso, a lei autoriza demandar contra um ou contra outro. Eles serão solidários. C faz isso, demanda apenas um dos proprietários. O outro, o que não foi demandado, não é parte, é terceiro, porém tem interesse jurídico de que uma das partes vença, inclusive, a decisão do juiz englobará os 2. Nesse caso ele ingressa como assistente litisconsorcial. 
Os dois exemplos são muito parecidos. Os dois mostram que há interesse jurídico. Qual a diferença dos dois? 
No primeiro caso, o autor não tem relação nenhuma com o terceiro e o autor, se quisesse, não poderia entrar nunca contra o terceiro. São duas relações distintas, com contratos de locação diversos. O terceiro que ingressa no processo tem relação apenas com uma das partes do litígio.
No segundo caso, o terceiro tem relação com ambas as partes. Se o autor quisesse demandar contra os dois, ele poderia (litisconsórcio é facultativo). 
O assistente ingressa por uma petição simples. Nenhuma formalidade. Como ele não tem nada a pretender. É a única intervenção de terceiro no Brasil que não tem prazo, tempo, o assistente pode ingressar a qualquer momento, pegando o processo no momento em que se encontra (não pode retroagir atos).
A assistência é facultativa. Ninguém é obrigado a ingressar num processo.O assistente quando ingressa no processo, autor e réu são intimados na figura dos seus advogados, a se manifestarem em 5 dias. Todo procedimento, a partir daí, vai depender da conduta dos assistidos. Se eles concordarem, o assistente ingressa. (concordar não quer dizer peticionar dizendo “pode entrar”. A não manifestação em 5 dias, presume a aceitação tácita). Se uma das partes não concordarem, apenas, o juiz é quem decide. Nesse caso, o juiz vai desentranhar a petição simples do assistente do processo, vai formar um apenso com novos autos, decidindo se o assistente tem interesse jurídico. Se entender que existe interesse jurídico, mantém no processo. Se entender que não existe interesse jurídico, tira do processo. 
O assistente litisconsorcial ingressa como parte, então tem todos os poderes inerentes as partes inclusive praticar atos de disposição material (podendo dar quitação, confessar...). O simples não. O assistente pode conduzir o processo e pode agir como gestor de negócios caso o assistido não se defenda. 
OPOSIÇÃO: É uma intervenção mais agressiva. Enquanto o assistente entra para ajudar uma das partes no processo, a oposição, o terceiro ingressa pq tem interesse jurídico no próprio objeto do processo. Ocorre quando o terceiro reivindica para si o todo ou em parte, aquilo que as partes discutem em juízo. Na oposição o terceiro ingressa de maneira agressiva. Discute com autor e réu em igualdade de posições, aquilo que eles discutem. 
Obs.: Diferença entre oposição e embargos de terceiro
(Simplificada) O que muda é o titulo jurídico pelo qual eles se apresentam para discutir o bem. Nos embargos de terceiros, o que se discute entre autor e réu não me interessa. A executa B. Da um cheque sem fundos que B emitiu para A. Uma dívida que só interessa aos dois. O terceiro não tem nada a ver com a historia. B foi intimado pelo juiz para apresentar bens à penhora. Por sua vez, nomeia a penhora bens de terceiro. Esse terceiro teve o seu bem indevidamente constritado no processo. Ele vai entrar, não para discutir a relação, mas sim para retirar seu bem do processo. Se A ou B vai ganhar, ele não ta nem ai. Quando ele retirar o seu bem, o processo irá continuar. 
O problema está na oposição. Nesse caso, A e B discutem o mérito, o objeto litigioso, que é um imóvel. O terceiro não entra apenas para fazer apreensão física, retirar o imóvel do processo. Nesse caso, para que ninguém discuta mais o imóvel, é preciso que uma decisão faça coisa julgada daquela situação. Então ele entra com oposição, para discutir a relação. Quer uma procedência para ele e uma improcedência para autor e réu. 
	Assistência
	Oposição
	Ingressa por petição simples;
Não há limite temporal. Posso ingressar no momento que eu quiser;
É facultativa
	Ingressa com uma ação contendo todos os requisitos do 282;
Preciso ingressar até a sentença;
É facultativa
Quando o opoente ingressar, os opostos vão ser intimados (citação/intimação – intimação com efeito citatório, pois gera revelia se você não responder) para se manifestarem. Nesse caso, se autor e réu, que têm advogados diferentes, vão ter prazo para contestar a pretensão do opoente, o prazo será o dobro. Mas não é de 30 dias. Essa é uma exceção da exceção. O prazo é comum à luz do artigo 57!!!!!
O opoente pode ingressar até a sentença. O legislador fez diferença entre ingresso antes da audiência e depois da audiência:
Ingresso antes da audiência - oposição interventiva – juiz reúne os feitos perante um mesmo juiz, que vai fazer uma única audiência e uma única sentença. Na sentença, primeiro será decidido o problema do opoente.
Ingresso após a audiência - é uma oposição autônoma. Vai correr separada e o juiz terá duas opções. Ou ele julga o processo principal sem a oposição, ou ele vai sobrestar o feito principal p um prazo não superior a 90 dias, e depois determinará a reunião dos feitos para que seja proferida uma única sentença. 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS – PARTE 2
Estudado assistência e oposição, entendemos que terceiro é todo aquele que tem interesse em entrar no processo, pq ele quer ingressar no processo ou pq alguém quer que ele ingresse. Na verdade, toda a questão que diz respeito à intervenção de terceiro é circunscrita ao limite subjetivo da coisa julgada, pq de ordinário, a decisão somente atinge as partes. Mas sempre que os poderes da decisão puderem, potencialmente, atingir alguém que não for parte (um terceiro), este poderá entrar no processo. 
Vimos na assistência que o terceiro entra para ajudar uma das partes pq tem interesse jurídico que uma das partes vença. Na oposição o terceiro ingressa pq aquilo que as partes discutem, na sua compreensão, lhe pertence. 
NOMEAÇÃO À AUTORIA
É a correção do pólo passivo da demanda em circunstâncias especiais. Consideração: ser parte é quem pede contra quem se pede. Sabendo disso, que basta estar no processo, qualquer um pode demandar contra qualquer pessoa. Eu posso cobrar de você uma dívida, sendo que você não estava no pólo passivo. Ocorre que, se você estiver no pólo passivo, você é parte, mas nesse caso, não é parte legítima pq vc não contraiu a obrigação. O Código precisa criar mecanismos para que você possa sair do processo, caso esteja indevidamente, nele. A grande problemática é saber como você pode sair. 
Contestação. Ai você pode argüir preliminar de ilegalidade de parte. Art. 301, X. Você não é parte legitima para figurar no processo. Na maioria das vezes, quando você não é a parte legítima, você sabe quem é ela. Exemplo: você não foi o causador do acidente, mas viu quem causou. Nesse caso, se eu mostrar que foi a outra pessoa, isso não terá legitimidade jurídica, pois o fato de você não ter vinculo nenhum com aquele terceiro, não autoriza você a trazê-lo ao processo. Ou seja: se você não é parte legítima, limite-se a dizer: NÃO FUI EU.
Entretanto, a lei, em 2 situações, autoriza que você possa nomear autoria. 
Na nomeação a autoria você não se limita, única e exclusivamente, a alegar a sua ilegitimidade. Você alega a sua ilegitimidade E nomeia quem praticou ato ilícito. Ela É OBRIGATÓRIA:
MERO DETENTOR: Art 62. Exemplo: alguém invadiu uma gleba de terra. Esse alguém é um posseiro chique e colocou lá um caseiro. Esse caseiro não foi informado, lógico, quando foi contratado, se a terra era do sujeito ou não. Quando o verdadeiro dono da gleba se depara com a situação, vai verificar no local o caseiro. É evidente que ele vai entrar com uma ação contra o caseiro, apesar dele não ter praticado ato ilícito. O caseiro tem a posse do imóvel? NÃO! Tem detenção..exerce o fâmulo da posse. O que ele faz? Quando citado, nomeia à autoria aquele que praticou o ato ilícito. 
MERO EXECUTOR/ CUMPRIDOR DE ORDENS. Exemplo: o patrão manda o funcionário jogar o lixo no vizinho. O funcionário obedece sem pensar nas conseqüências do ato. O vizinho, que olhou, entra com uma ação contra esse funcionário, pois alguém que por ação ou omissão, causar dão à outrem, deve repará-lo (art. 186). Apesar de ter praticado ato ilícito, não foi seu ato de vontade. Não teve como escolher entre praticar ou não praticar. Quando ele for citado, portanto, poderá nomear à autoria o chefe.
Esses dois casos específicos, não pode ser alegado simplesmente a preliminar de ilegitimidade de parte em contestação, pois a lei resolveu dar trato procedimental distinto para esses dois casos. 
Qualquer caso que o réu for demandado e não for parte legítima, pode alegar, em preliminar de contestação, que ele não é parte legítima, mas em dois casos (detentor e cumpridor de ordens), você tem que nomear à autoria. Ou seja, o fenômeno é o mesmo, o fato gerador é o mesmo, o que muda é o modus operandi. 
A nomeação em autoria é feita em petição simples, e não em preliminar de contestação. 
O prazo é o de defesa. 
O que acontece se o juiz indeferir? Ele não teve como se defender, pois nesse prazo, ao invés de apresentar defesa, apresentou a petição com nomeação à autoria. Nesse caso, o juiz devolve o prazo de defesa. 
A nomeação à autoria depende da concordância tambémdo autor (que pode não concordar) e do próprio terceiro. Mas que terceiro vai querer entrar no processo? Exemplo: se o terreno do vizinho for terreno do chefe. Ele entra no lugar p falar que o terreno não é do vizinho. Se o terceiro não quiser entrar, o autor pode desistir da causa contra o réu e cobrar do terceiro. 
 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE
É a mais complexa do ordenamento. É a que causa mais problemas no campo prático. 
É uma intervenção de garantia. Permite que a parte possa trazer ao processo alguém que vai responder por ele regressivamente no futuro, ou seja, a finalidade da denunciação da lide é uma só: economia processual. Alguém que é terceiro é garante do seu direito. Se você vier a perder esse direito numa demanda (principal), vai nascer para você um direito subjetivo de insurgir sobre esse terceiro numa futura ação regressiva. Pra que eu vou esperar uma futura ação regressiva, se eu já posso trazer e embutir essa ação na ação ordinária e fazer com que o juiz decida tudo junto? Autor com réu + réu com terceiro. O réu vai responder segundo o resultado da lide.
Vamos entender a situação: o réu estabeleceu um contrato com um terceiro – a partir desse momento, o terceiro passa a ser garante do direito desse réu. Se acontecer qualquer coisa, se o autor vier a entrar com uma ação contra esse réu, futura e eventual, ele terá que ressarcir. Isso previsto acontece: autor entra com ação contra o réu e ele, ao invés de entrar com uma ação regressiva, denunciou o sujeito à lide. 
2 casos:
Evicção: a perda da coisa por decisão judicial. Eu vendo p você um imóvel. Esse imóvel não me pertence. De repente, o verdadeiro proprietário aparece e resolve se dispor contra você. Ele vê que o imóvel não está em seu domínio, verificou que você ta no imóvel e entrou com uma ação contra você: novo proprietário. Nesse caso, acontece que você, quando for citado, vai denunciar o vendedor a lide. PQ? Pq todo aquele que vende para outrem algo que não lhe pertença, responde pelos riscos da evicção. Todo contrato de alienação de domínio tem uma clausula resolutória tácita, que diz basicamente “se isso não for meu, eu respondo p você”. Ou seja, os riscos da evicção decorrem da lei e não necessariamente terá previsão no contrato. Nesse caso específico quem comprou a casa pode se insurgir contra quem vendeu. 
Seguradora: Eu contratei uma seguradora, e pago um prêmio por mês, não por filantropia, mas sim, pois se algo acontecer (furto, roubo, danificação, avaria), no meu carro, tenho o direito de ser ressarcido. Isso por vários anos, até que um dia eu bati o carro e o sujeito entrou com uma ação contra mim. Nesse caso, denuncio a seguradora p responder por mim. Se for condenado a pagar ao autor, a seguradora me paga e o juiz resolve isso tudo em um único processo. 
Hoje, paulatinamente vem surgindo um entendimento de que seria possível o autor cobrar da seguradora. A grande maioria se mantém na doutrina tradicional, acreditando que são relações distintas: autor e réu / réu e seguradora. Não há como fazer esse salto. É possível que execute a seguradora, mas não que você entre com uma ação contra a seguradora. Na fase de execução da para executá-la, se ela foi executada a lide. 
Como se ingressa no processo? O autor pode denunciar a lide na petição inicial e o réu denuncia no prazo de defesa. O autor pode denunciar somente na petição inicial, sob pena de preclusão; e o réu no prazo de defesa – ou dentro dela ou numa petição com essa finalidade.
O autor denuncia a lide? SIM! Exemplo: eu entro contra você numa ação de acidente de trânsito, porém houve dúvidas em saber quem foi o culpado (foi num cruzamento de madrugada). Eu sei que se você se defender, certamente você não vai só contestar, mas vai também me contra atacar. Nesse caso não cabe reconvenção, pois é um pedido contraposto, mas você pode formulá-lo. Vocês podem saber que eu, autor que chegou cobrando, posso sair do processo pagando, pq p réu pode se defender, provar que não deve, e mais, provar que eu fui o autor ou seja, eu que agir de maneira imprudente. Ou seja, o réu que se defendeu, poderá contra atacar e eu terei que pagar. Nesse caso, eu autor, quando entrar com a inicial, já denuncio a lide à seguradora. 
A denunciação é obrigatória? Hoje existem 2 correntes. A minoritária diz que nenhuma hipótese de denunciação seria obrigatória, tendo em vista que denunciar à lide seria direito de ação, e ninguém pode ser coagido a entrar com ação. (art. 535). Porém, para a maioria da doutrina, das três modalidades de intervenção, uma seria obrigatória: a evicção, pois o artigo 456 do CC diz que o procedimento da evicção no campo processual seria verificado à luz do CPC. No artigo 70 do CPC fala que a denunciação da lide é obrigatória. 
CHAMAMENTO AO PROCESSO
É a intervenção mais curta de se estudar. É diferenciada. É uma intervenção de solidariedade. A expressão “solidariedade”autoriza que a dívida possa ser cobrada apenas de um dos devedores. Essa pessoa, quando for citada exclusivamente, pode pagar o valor do dinheiro ou ela pode chamar ao processo os demais coobrigados. 
O chamamento ao processo é, na verdade, uma correção do pólo passivo da demanda, assim como a nomeação à autoria. É uma total desarmonia entre o direito civil e o processo pois o CC permite a solidariedade, mas uma vez que eu exerço esse direito e cobro de apenas um devedor, este trouxe os outros ao processo. 
Chamar ao processo é trazer à lide coobrigados que contraíram a obrigação, mas não foram demandados, pq o credor não era obrigado. 
Nessa regra, prevalece o interesse do réu. O chamamento ao processo é formulado no prazo de defesa. (ou contestação ou separado); O chamamento ao processo é facultativo.
Posso muito bem chamar ao processo, ou posso igualmente pagar e depois entrar com ações regressivas daqueles outros sujeitos, pois na medida que eu pago a dívida inteira, eu me sub rogo nos direitos do credor, e posso insurgir contra os demais devedores.
Questão importante! Quais são as hipóteses de chamamento ao processo que o sistema contempla? Artigo 77 enumera 3:
 Quando o fiador chama o devedor ao processo: é um pouco mais complexo. Devedor não pode trazer fiador. Sempre que o fiador for demandado isoladamente, pode trazer devedor ao processo. 
Quando o fiador chama os demais fiadores ao processo: é uma questão até clássica. Toda garantia é, no fundo no fundo, real, pois não é o fiador que presta fiança, são seus bens. É possível que num contrato de valor altíssimo, é possível que o fiador não tenha patrimônio suficiente para garantir aquela dívida. Então vários fiadores vão responder à obrigação. É possível que um contrato tenha vários fiadores e, caso um deles for demandado, ele poderá chamar os demais.
Quando o devedor chama os demais devedores ao processo: É fácil de entender: toda dívida que tiver mais de um devedor e um for demandado, ele pode chamar os outros ao processo. 
Obs.: * nomear a autoria = não fui eu, foi ele!
 * Chamamento ao processo = eu contraí a dívida, mas eles também. 
OBSERVAÇÕES:
 
Pergunta 1) Pq o caseiro não pode simplesmente alegar sua ilegitimidade de parte na contestação?
Nomeação à autoria: a ilegitimidade é um gênero. Figura como espécie duas possibilidades de sair do processo. Ou em preliminar de contestação ou nomeação à autoria. 
A ilegitimidade de parte é matéria de ordem pública, podendo ser argüida a qualquer tempo e grau de jurisdição. Ela pode ser verificada de ofício pelo magistrado, mas independente disso, a parte não tem a obrigatoriedade de fazer essa preliminar, podendo fazer por uma petição simples. Só que a lei resolveu estabelecer um trato procedimental distinto para o caseiro, pois nesse caso não posso simplesmente dizer que não sou o responsável – preciso dizer quem foi. Ele deve dizer quem foi o sujeito que praticou o ato ilícito. 
Pergunta 2) O chamamento ao processo se aplica à qualquer fase do mesmo? 
Eu não posso chamar em qualquer fase. Imagine só se eu resolvo entrar apenas contra o fiador. Na sentença o fiadornão paga. Na execução o fiador será expropriado. Se ele n cumprir no prazo de 15 dias, o oficial vai lá tentar fazer a penhora dos seus bens e, ao ir fazer isso, constata que o fiador não tem bens. O fiador resolve chamar ao processo o devedor, mostrando que ele tem bens e que ele também é responsável. Ele poderá fazer isso? NÃO! O chamamento ao processo tem um momento único para que eu possa alegar = NA DEFESA! No corpo da contestação, num tópico separado....chamar ao processo é trazer pessoas para que elas possam * se defender; *integrar a sentença! Na fase de execução, o sujeito não teve direito à defesa. E como posso expropriar, penhorar bens de alguém que não está no título executivo? Como posso expropriar alguém que não estava na sentença? 
POSSÍVEL QUESTÃO DA PROVA: 
CPC 
Art. 62 - Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor.
Art. 63 - Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiro.
CC
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
O CPC mostra o que foi trabalhado nos exemplos. A questão de subordinação que possibilita (obriga) o caseiro nomear o patrão à autoria, uma vez que estava ali naquele terreno por uma força maior, e foi demandado por engano pelo verdadeiro dono. 
O CC, ao contrário, mostra que o proprietário tem o direito de reaver o seu terreno daquele que o detenha injustamente, no caso, afirma que ele pode chamar o detentor para figurar o pólo passivo.
RESPOSTA:
9. NOMEAÇÃO À AUTORIA NA AÇÃO REIVINDICATÓRIA CONTRA O DETENTOR
Ao definir os poderes do proprietário, o art. 524 do Código Civil de 1916 arrolava o de reaver seus bens "de quem quer que injustamente os possua". Isto levava a doutrina a definir a ação reivindicatória como sendo a que cabe ao proprietário sem posse contra o possuidor sem título oponível ao dono. 
Como o detentor não tem posse, pois apenas conserva a posse alheia, em virtude de relação de dependência e de cumprimento de ordens do proprietário ou possuidor (CC/1916, art. 487), o CPC instituiu a figura da nomeação à autoria (art. 62), por meio da qual o detentor, sendo demandado em nome próprio, deveria informar em juízo quem se ria o proprietário ou possuidor, isto é, o legitimado a figurar no polo passivo da ação real.
O art. 1.228 do Novo Código Civil alterou a descrição do direito de reivindicar pertencente ao proprietário, dispondo que lhe cabe, em relação à coisa, "o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha".
Diante da literalidade da atual norma de direito material, chegou-se à conclusão de que o art. 62 do Código de Processo Civil teria sido revogado, já que, após o Código Civil de 2.002, teria sido conferida ao detentor (além do possuidor) a legitimidade passiva para a ação reivindicatória.
No entanto, para se reconhecer que o detentor, sem ser o titular do direito em disputa, pudesse defendê-lo, em nome próprio, ter-se-ia de conferir-lhe os poderes de um substituto processual. A substituição processual, no entanto, é excepcionalíssima e somente pode ocorrer nas expressas hipóteses autorizadas por lei (CPC, art. 6º) .
Nesse sentido, não é a circunstância de se autorizar, na reivindicação, a presença do detentor da coisa alheia, que irá dispensar a nomeação à autoria do respectivo dono ou possuidor. Lei alguma confere ao mero detentor o poder de dispor dos direitos do titular da propriedade ou posse, nem sequer lhe outorga a representação deste.
Para formar-se validamente a relação processual em que se reclama a posse ou propriedade da coisa litigiosa, forçosamente tem de ser citado aquele que se coloca na situação atual de possuidor ou dono. Somente em presença dele se estabelecerá a relação processual configuradora do devido processo legal assegurada pela ordem constitucional.
Quando, pois, o art. 1.228 do Código Civil em vigor proclama que o proprietário pode reivindicar sua coisa do possuidor ou detentor, não está autorizando a formação de um processo em que apenas o detentor ocupe o pólo passivo. Está simplesmente prevendo que o processo de reivindicação, manejado pelo proprietário tem eficácia contra quem quer que embarace o seu direito a ter contigo a coisa própria. Nada mais do que isto, ou seja: pouco importa saber a que título alguém conserve em seu poder a coisa do reivindicante, se não dispõe de título a este oponível.
A autorização de incluir o detentor na relação processual da reivindicatória não
tem outro objetivo senão o de eliminar qualquer possibilidade de tentativa, após a sentença, de fugir ao seu cumprimento a pretexto de ser estranho à relação processual e, por isso, não alcançável pela coisa julgada. De forma alguma, porém, se pode pretender que o art. 1.228 do Código Civil tenha legitimado uma reivindicação apenas em face do detentor, salvo se este detiver a coisa em virtude de relação estabelecida diretamente entre o dono (reivindicante) e o réu (detentor).
Se aconteceu de a demanda desenvolver-se tão somente contra o detentor em
nome de terceiro, aí, sim, ter-se-á uma sentença inexeqüível perante o verdadeiro titular da situação jurídica litigiosa, qual seja o que se acha realmente na condição de proprietário ou possuidor.
Nessa ordem de idéias, o texto inovador do art. 1.228 do atual Código Civil não revogou o art. 62 do CPC. Sua aplicação deve ser feita de maneira a harmonizá-lo com a figura da nomeação à autoria, e nunca no sentido de anulá-la. Ou seja, se a demanda for intentada contra ambos (detentor e possuidor), citar-se-ão os dois na posição de co-ocupantes da coisa litigiosa. Se, todavia, a demanda for proposta apenas contra o detentor, continuará ele com o dever de nomear à autoria o terceiro proprietário ou possuidor, em cumprimento de cujas ordenas ou instruções detém a coisa litigiosa . Somente não haverá nomeação à autoria, repita-se, quando a demanda se passar entre o dono e o detentor que ele mesmo constituiu.
Fonte: O novo código civil e as regras heterotópicas de natureza processual: 
http://www.abdpc.org.br/abdpc/artigos/Humberto%20Theodoro%20J%C3%BAnior(6)%20-formatado.pdf

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