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TUTELA ANTECIPADA – 			28/09/2010
Sabemos que o processo demanda um procedimento e precisa de um tempo, ou seja, entre o ajuizamento da petição inicial e proferimento da sentença deve haver um tempo, duração. 
Petição Inicial -------------------------------------------- Sentença
1994: O legislador criou um mecanismo (antecipação de tutela) em que a parte fruísse dos efeitos de uma eventual sentença desde que preenchidos alguns requisitos.
Artigos da antecipação de tutela:
 CPC: 273, 461 e 461-A
Antecipação de tutela é então um mecanismo que visa antecipar os efeitos da provável sentença a ser proferida num momento ordinário. Os efeitos da sentença que deverá ser proferida ao final deste procedimento podem ser antecipados pra fim de garantir que a parte consiga fruir eficazmente do processo. Dessa forma, antecipacao de tutela é antecipar os efeitos da provável sentença que será proferida só mais na frente.
Ex: cirurgia. Fulano ajuíza ação pedindo a antecipação de tutela por estar doente e precisa de atendimento urgente.
IMPORTANTE: Falar de antecipação dos efeitos é interessante pra que a gente não pense que tutela antecipada significa concessão da tutela jurisdicional antes do momento ordinário. Não é que a sentença será concedida aqui, mas os efeitos da provável sentença são antecipados no tempo.
Antes da reforma de 94, o código previa a possibilidade de se antecipar no tempo os efeitos de provável sentença, mas essa antecipação que não recebia o nome de tutela antecipada restrita a alguns procedimentos. Ex: possessória.
Antes (de 94) o nome era liminar: aquilo que a parte queria no final fosse concedida no começo. Este, na verdade, foi o modelo que inspirou o legislador de 94.
Obs.: A dificuldade é saber se o provimento que eu quero antes do momento ordinário se é antecipatório de tutela ou se é cautelar.
Cautelar: 
Visa garantir outra tutela jurisdicional a ser prestada em outro processo. >
Tutela cautelar é um processo que serve para outro processo. 
Serve para obter um resultado no plano do direito processual, para garantir um resultado de outro processo. 
Um processo garante o resultado útil de outro.
Ex: Imaginem que duas pessoas estejam litigando pela guarda de uma criança. O pai ou a mãe ajuíza uma ação e o pedido é a guarda. E essa resolução vai ser feita apenas quando da sentença. Aí uma das partes fica sabendo que a outra vai viajar pro exterior e vai ter que levar a criança. O que ela faz? Ingressa com uma outra ação cujo objeto não vai ser a guarda, vai ser tão somente impedir a viagem, ou melhor, impedir que a criança viagem. Este pronunciamento é dito cautelar, pois este processo garante o resultado útil deste outro, como até 94 não existia tutela antecipada, todas as vezes que alguém tivesse uma necessidade premente fazia via tutela cautelar.
A tutela cautelar tem como característica a impossibilidade de ser satisfativa, ou sjea, aquela historia em que ajuízo uma ação e digo que tenho uma situação tal que precisa ser resguardada e uma vez o juiz concedendo aquela minha providencia eu não preciso de mais nenhuma outra. Então se a parte ajuíza uma ação dita cautelar, mas ela não precisa de outro processo, uma outra medida, ela não é cautelar, pois não garantiu nada, satisfez o direito dela. 
O conceito de cautelaridade é completamente contrário ao conceito de satisfatividade. Cautelar jamais pode ser satisfativo, pois cautelar visa garantir uma outra situação a ser decidida em um outro processo.
A partir de 94 o legislador pôs as coisas nos trilhos e criou a tutela antecipada a partir da cautelaridade.
Então, como distinguir as tutelas? Basta fazer o seguinte raciocínio: se aquilo que eu quero antes é a mesma coisa daquilo que eu quero no final eu tenho tutela antecipada. Se aquilo que eu quero antes for diferente da coisa que eu quero no final é cautelar. 
Se o objeto do pedido antecipado for igual ao objeto do pedido final eu tenho antecipação de tutela. Tutela cautelar jamais pode ser satisfativo, a antecipatória será satisfativa total ou parcialmente.
Art. 273 do CPC: cuida dos requisitos e das modalidades para concessão da tutela antecipada.
IMPORTANTE: É muito comum, embora equivocado, se fazer uma imediata associação entre tutela antecipada e tutela de urgência. Embora exista a possibilidade da tutela antecipada ser concedida quando existente uma situação de urgência nem sempre assim o é. A antecipatória não tem como requisito necessário a urgência, a circunstância urgente, às vezes, não se faz presente na tutela antecipada.
CAPUT: verossimilhança e prova inequívoca + urgência ou evidência ou parcela incontroversa. O caput deve ser aliado com o inciso I, ou o II ou o parágrafo 6. Não pode ser todos ao mesmo tempo, deve ser o caput combinado com um dos incisos ou com o parágrafo único.
I – urgência: é quando se a parte não obtiver um pronunciamento que lhe entregue o bem da vida imediatamente ele vai sofrer um prejuízo.
II- evidência: diz respeito a situações em que fique caracterizado abusos de direito de defesa do réu ou caráter manifestamente protelatório. Essa é uma hipótese que o legislador acabou por não bem sancionar, mas talvez aquilo que o juiz Luis Guilherme Marinoni chama de conceder a parte que tem razão uma tutela jurisdicional mais efetiva. 
Se ficar caracterizada a abusividade do direito de defesa ou caráter manifestamente protelatório da conduta do réu no processo Agora o que precisa ser dito é que entre a abusividade do direito de defesa, entre o caráter manifestamente protelatório e o cerceamento do direito defesa há uma linha muito tênue. 
No final das contas, caracterizar isso tudo é algo que precisa ser bem pensado sob pena de violar o próprio direito de defesa. Por isso o nome de tutela de evidencia, pois precisa ficar de fato bastante evidenciada a conduta ímproba do réu.
 Parágrafo 6 – parcela incontroversa
Incontroversa: diz respeito ao pedido. Ex: o autor pediu 10mil reais a título de ressarcimento e o réu contesta e diz que na verdade são devidos 2mil reais. O réu acaba confirmando que são devidos pelo menos 2mil, então esses 2mil reais não são parcelas em controvérsia. Só aquilo que se tornou controverso é que vai ser objeto de debate, que será discutido. Não se pode antecipar aquilo que será controverso, mas sim incontroverso.
Voltando a tutela cautelar...
Conclusão da cautelar: os requisitos são, portanto, o fumus boni iuris e o periculum in mora. Esses sempre foram os requisitos pra concessão da tutela cautelar que em certa medida lembram os requisitos da tutela antecipada.
Fumus boni iuris(fumaça do bom direito): aparência ou a probabilidade, plausibilidade da parte autora ter razão. Para alguns, esses dois requisitos correspondem à verossimilhança de prova inequívoca e ao perigo de dano irreparável ou de difícil reparação (urgência-inciso I). 
O professor pensa que não são as mesmas coisas. 
Não parece ser verdadeira a afirmação que a verossimilhança das alegações fundada em prova inequívoca seja a mesma coisa que fumus boni iuris e que fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação seja a mesma coisa de periculum in mora. Normalmente esses dois requisitos nasceram da necessidade de se prestar tutela cautelar, então sempre se soube que os requisitos para a concessão de tutela cautelar fossem os dois requisitos ( fumus boni iuris e periculum in mora). As coisas não parecem ser iguais por duas razões:
Preciso compreender que fumaça do bom direito diz respeito à tutela cautelar, assim como periculum in mora e que a tutela cautelar precisa de uma probabilidade mais branda.
A própria nomenclatura fumus boni iuris, verossimilhança das alegações e prova inequívoca já me sugerem que as coisas são diferentes. Em que sentido? Uma coisa é falar em fumaça do bom direito, outra coisa é dizer que deve haver uma verossimilhança e prova inequívoca ainda que tenha sido ressaltado que a prova de fato não é inequívoca, pois se fosse inequívoca não se cabia nem demonstrar o contrário, é então uma prova robusta.
Resumo da história: Fumaça dobom direito pressupõe que o juiz faça uma análise branda, aquilo que se chama de cognição não exauriente, (é não exauriente pois não tem todo o material a sua disposição, o processo não está maduro pra julgamento, não há nos altos todos os elementos para a sua convicção).
Exemplo: A venda de determinado bem. A parte pretende discutir a propriedade do imóvel, mas fica sabendo que o réu quer alienar esse mesmo imóvel. O que ele pede? Que o réu fique impedido de alienar o imóvel para garantir que no dia em que o juiz decida se decidir que ele tenha direito o imóvel vai estar lá para ele poder usufruir. Basta que o juiz imagine que uma vez vendendo o imóvel que a tutela jurisdicional pode não ser eficaz ele concede uma medida que não antecipa o direito da parte autora, mas simplesmente resguarda o possível direito que ele vá obter com a tutela satisfativa. Já na antecipada não, a parte obtém antecipadamente exatamente aquilo que ela pretende.
A diferença, então, em termos de cognição seria qual é a profundidade com que o juiz analisa o caso concreto. Quanto maior for a profundidade, maior será o grau de reflexão que o magistrado vai ter para ele conceder certa tutela. E pra ele conceder uma tutela que simplesmente garanta, o grau de profundidade é menor do que de conseder uma tutela que antecipe o direito da parte.
Conclusão:
Fumaça do bom direito: pressupõe uma cognição não exauriente, pressupõe uma analise superficial do caso concreto.
Verossimilhança das alegações fundada em prova inequívoca: pressupõe também uma cognição não exauriente, porém mais profunda do que o fumus boni iuris.
Cognição: 
É a apreciação do magistrado sobre o caso concreto, seria a atividade intelectual do magistrado sobre o caso concreto para fins de decidir se concede ou não a tutela: cautelar ou antecipada.
É o método de investigação que vai consistir na análise do caso concreto, dos autos pra poder emitir um juízo de valor. E essa cognição pressupõe graus, pode ser mais ou menos profunda. O juiz pode ter mais ou menos elementos dos autos para que ele consiga proferir uma decisão. A depender da situação do caso concreto, ou fase do processo o juiz vai ter menos ou mais convicções.
A tutela antecipada pode ser concedida liminarmente, ou seja, o réu nem foi sequer citado. Por que falar disso tudo? Pois a cognição para analisar a tutela cautelar é diferente da cognição para analisar tutela antecipada. A primeira razão é a que finalidade da tutela cautelar é diferente da antecipada:
Finalidade da cautelar: resguarda uma situação.
Finalidade da antecipada: a segunda satisfaz o direito da parte.
Então é óbvio que o juiz precisa ter elementos maiores de convicção para concessão de qual tutela? Antecipada.
Então, falar de fumaça do bom direito é diferente de falar de verossimilhança de prova inequívoca. Em que sentido? A cognição pra concessão da tutela cautelar é mais branda do que a cognição pra concessão de tutela antecipada. A própria finalidade das tutelas já demonstra isso.
(Cognição no processo civil: Kazwo Watanabe)
REQUISITO NEGATIVO PARA A CONCESSÃO DE TUTELA: 05/10/10
Além dos requisitos positivos citados anteriormente para a concessão da tutela antecipada existe ainda outro requisito negativo de extrema importância para a concessão da tutela. Temos que aliar a um requisito negativo: perigo de irreversibilidade do provimento.
Irreversibilidade: diz respeito a característica de ser possível retornar ao status quo ante ao tempo da concessão da medida. Então o juiz concede a tutela e essa tutela tem repercussão fática prática e só vai ser irreversível se eu conseguir voltar ao status quo ante. 
Ex: O autor diz que o pincel é dele e demonstra por meio de argumentos e diz que se não tiver o pincel imediatamente ele vai sofrer dano e não vai conseguir dar aula. O juiz então concede a tutela antecipada, mas antes de o juiz conceder ele tem que verificar: é possível se retornar ao status quo antes? Sim, porque se ao final se descobrir que o autor não tem razão devolve o pincel pro réu de volta. Então, no plano fático essa tutela antecipada tem que ser reversível.
Importante: Esse perigo de irreversibilidade se resume ao plano fático e não o provimento. Provimento é o pronunciamento do magistrado que defere ou indefere a tutela antecipada. E esse pronunciamento ele possui por sua própria natureza a característica de ser reversível.
No final das contas a tutela antecipada sempre vai ostentar as características de provisoriedade, reversibilidade ou modificabilidade.
A tutela antecipada sempre será: provisória, sempre vai ser passível de ser revogada e vai ser sempre passível de ser modificada a qualquer tempo do processo.
Provisório: diz respeito aquele pronunciamento, aquela medida que é concedida e tem um determinado tempo de vigência e que este tempo vai ser determinado por uma outra decisão que lhe vai confirmar, modificar ou infirmar.
E essa característica da provisoriedade se distingue daquilo que a doutrina chama de temporiariedade. A medida antecipatória é provisória e a medida cautelar é cautelar.
Qual a diferença?
 Provisório: aquela medida que nasceria e vigeria até que uma outra medida lhe modificasse, lhe confirmasse ou lhe revogasse.
Temporalidade: aquela concedida e que passa a viger até um determinado período e que esse período cessa e, conseqüentemente, cessa a eficácia da própria medida.
Obs.: O que faz o juiz quando verifica no curso do processo que os requisitos da tutela antecipada não estão mais presentes? Ele revoga o que ele concedeu, porque uma das características da tutela antecipada é ela ser sempre passível de alteração. Uma vez não mais presentes os requisitos que ensejaram a concessão da tutela antecipada deve o juiz revogar a sua decisão. Como revogar essa decisão? Através de uma outra decisão.
A tutela antecipada não pode ser concedida de ofício, deve ser a requerimento da parte. Não pode o juiz conceder se não houver pedido.
Pois bem, esse perigo de irreversibilidade diz respeito ao plano fático e não ao plano da própria decisão. Se antever o juiz que não é possível voltar ao status quo ante em princípio não concederia ele a tutela por conta do parágrafo 2 veda nessa hipótese.
IMPORTANTE: Esse requisito negativo tem que ser entendido sobre a perspectiva de que as vezes se depara o magistrado com alguns bens de valores tais de um modo que ele precisa sopesar qual que tem maior relevância e pra fim disso ele vai decidir.
Com isso, ainda que exista esse perigo de irreversibilidade em alguns casos o magistrado deve diante do caso concreto mitigar um pouco esse requisito negativo. Exemplo clássico é de um velho doente que pede a cirurgia. O que faz o juiz? Sopesa o que é mais razoável. O que é mais razoável? Ele não conceder a tutela sobre o quadro da irreversibilidade ou ele resguardar a vida?
Quais são os momentos pra concessão da tutela antecipada?
Liminarmente: a parte ajuíza a petição inicial e quer que a primeira atitude do juiz seja conceder a tutela antecipada. Liminar é todo pronunciamento que o juiz faz no começo do processo. 
No curso do processo: É possível que primeiro o juiz estabeleça primeiro o contraditório, determine a citação, a contestação e só depois aprecia a tutela antecipada. Concede a tutela antecipada no curso do processo, mas não liminarmente. Isso é possível? Sim, mas essa tutela antecipada não vai ser chamada de liminar, embora na prática vocês vão ver muito o juiz concedendo uma tutela depois da contestação e diz que concede a liminar. Não concede a liminar porra nenhuma, que fique bem claro isso, ele concede a tutela antecipada e não o fez liminarmente porque não fez no limiar do processo, no começo. Ex: tutela antecipada sob a perspectiva da evidência e da parte incontroversa, pois o réu já está presente no processo.
Na sentença: 
Obs.: Existe uma divergência na doutrina. Para alguns autores tutela antecipada seria uma coisa, tutela cautelar seria uma coisa e liminar seria outra. Cautelar seria aquela tutela prevista no livro 3 do Código de Processo. Antecipada é aquelaprevista nos artigos 273, 461 e 461-A. Liminar seria tudo aquilo que não fosse cautelar e antecipatório de tutela.
Ex: A lei de mandado de segurança que permite que o juiz conceda a liminar. Então o cidadão passa no concurso e fica em trigésimo lugar e ele fica sabendo que foram chamados o vigésimo nono e o trigésimo primeiro. O que ele faz? Ingressa com o mandado de segurança pedindo que seja nomeado, então ele pede uma liminar que lhe seja concedido o direito de nomeação e ao final quer que essa liminar seja definitiva. Se o que ele quer no começo é igual ao que ele quer no final eu terei então tutela antecipada, mas para alguns como este mandado de segurança está previsto numa lei especial, como essa liminar não é regida pelo artigo 273, se seria uma espécie, uma coisa diversa da tutela antecipada, embora o que a parte queira seja antecipação dos efeitos do provimento final.
Outro exemplo seria eu entrar com o mandado de segurança impedindo que o trigésimo primeiro não fosse nomeado. O que eu quero no começo é igual ao que quero no final? Não, eu quero apenas garantir que ninguém entre na minha vaga, sendo assim tutela cautelar, mas como não está no livro 3 do código de processo seria uma coisa diversa, seria uma liminar.
O professor pensa que liminar não é nenhum tipo de decisão, é uma forma de provimento.
TUTELA ANTECIPADA – MOMENTOS 08/10/2010
NA SENTENÇA:
Como é que se justifica a concessão de tutela antecipada se o juiz já proferiu sentença?
Regra geral: a sentença nasce destituída de eficácia, ou seja, ela é proferida, mas não pode ser exigida de imediato. Em outras palavras, é como se o remédio fosse tomado agora, mas fosse produzido efeitos daqui a meia hora, ele tem aptidão de produzir efeitos, mas não tem efeito imediato.
(Eficácia da sentença: aptidão pra produzir efeitos.)
Portanto, a sentença, em regra, nasce sem aptidão para produzir efeitos imediatos. Art.520 CPC.
Quando essa sentença produzirá efeitos?
Se decorridos 15 dias não houver recurso ou se houver recurso durante esse prazo no dia que esse recurso for julgado.
Portanto, a sentença nasce e não produz efeitos imediatos. Os seus efeitos só vão poder ser sentidos depois de decorrido o prazo de 15 dias se não houver recurso, ou se houver recurso, depois que esse recurso for julgado. Por isso a importância tão grande da tutela antecipada, pois ela antecipa estes efeitos.
Importante: A partir de 94, onde foi criada a tutela antecipada e devidamente distinguida da tutela cautelar, passou a acontecer muito de as partes ajuizarem uma ação que postulava no curso dessa ação uma tutela dita antecipada com base no art. 273 e no final das contas essa medida não era antecipatória. Como assim? 
Acontecia muito de a parte pedir tutela cautelar no curso do mesmo processo sem fazer outra ação, ou seja, não se utilizava do instrumento adequado, ferindo assim uma das modalidades do interesse de agir (adequação), pois precisava de um instrumento jurídico adequado: uma nova petição inicial. O que o juiz vai fazer? Não concede a tutela porque ela era cautelar e cautelar sempre tinha que ser prestada por um outro processo. 
Isso perdurou de 94 até 2002. Em 2002 a lei 10444 acrescentou ao artigo 273 parágrafo 7 que tratou da fungibilidade da tutela de urgência.
Fungibilidade das tutelas de urgência
Fungibilidade: significa eu adotar uma coisa por outra. É eu passar a tratar uma coisa por outra.
				Cautelar (sempre pressupõe urgência)
Tutela de urgência:
				Antecipada (não será necessariamente de urgência)
O legislador verificou que acontecia bastante que no curso do processo se postulava uma medida dizendo que ela era antecipatória de tutela, mas que no final das contas se verificava que de fato ela não era antecipatória de tutela, a sua natureza era cautelar. 
O que o Código fez então?
Para solucionar este problema o código disse que nas hipóteses que a parte postulasse tutela antecipada e que na verdade o provimento que ela necessitasse fosse cautelar podia, a partir de então, ao juiz conceder a tutela efetiva, devida, desde que preenchido os pressupostos legais.
O que faz o juiz então depois da renovação do artigo 273, parágrafo 7? 
Ainda que o pedido esteja errado, a bem da instrumentalidade das formas, ele toma o pedido como cautelar, pois na verdade ele tem a característica de tutela cautelar e concede a cautelar se preenchidos os respectivos requisitos. Não é só porque a pessoa se confundiu ou errou que o juiz deve negar a tutela, ele deve corrigir.
273, parágrafo 7: 
Caráter incidental: em vez de exigir que a parte ajuizasse uma outra ação concede no curso do mesmo processo.
IMPORTANTE: Sempre que a parte disser que pretende uma tutela antecipada, mas na verdade o que quiser for uma tutela cautelar, o juiz pode conceder a tutela cautelar no curso do mesmo processo desde que preenchidos os respectivos pressupostos da medida que ele vai conceder (cautelar).
O código é muito claro ao dizer que essa fungibilidade é de tutela antecipada para cautelar, mas surge a seguinte questão:
Seria possível que o autor pedisse uma cautelar, mas que na verdade o que ele quisesse fosse um provimento satisfativo (antecipatório), poderia o juiz aplicando o parágrafo 7 do artigo 273 conceder a medida?
A isso a doutrina chama de fungibilidade de mão dupla. Se o 273 permite antecipada para cautelar ele também vai permitir cautelar para antecipada.
Existe muita discussão sobre esse assunto na doutrina. O mais importante neste momento é entender que as duas grandes correntes têm justificativas muito plausíveis, mas que há um indicativo bastante objetivo que nós podemos por hora adotar: é o fato de o STJ já ter dito que é possível a fungibilidade de mão dupla.
Conceder a tutela é uma faculdade do juiz? Claro que não, o juiz é um funcionário público de uma classe mais distinta, mas que tem obrigações como todos os outros, é um poder-dever, isto é, obrigação do juiz.
DEFESAS DO RÉU 
Assim como a petição inicial é o instrumento mediante o qual o autor vai expor ao juiz todos os fatos e vai fazer a conexão lógica com o direito, a defesa vai ser o instrumento pela qual o réu vai expor ao juiz o direito e vai tentar impedir a pretensão do autor. É muito comum na doutrina dizer que o autor pede, e que o réu impede. Rigorosamente, o réu não pede nada em seu favor, é sempre que os pedidos do autor não sejam acolhidos. Ex: Se o autor pede 10mil reais em seu favor, o réu não pode na sua defesa dizer que o autor não tem direito aos 10mil reais e que ele é que tem direito aos 10 mil, não pode isso no processo ordinário.
As defesas do réu podem ser agrupadas em dois grandes ramos:
Processuais: vão dizer respeito às condições da ação, aos pressupostos processuais, aos pressupostos negativos, etc.
Defesas processuais dilatórias: são aquelas que uma vez acolhidas pelo juiz vão importar em dilatação do processo, em aumento do curso do processo. Não ataca o mérito.
Defesas processuais peremptórias: vão importar na extinção do processo.
O melhor lugar pra estudar defesas processuais é no art. 301 do CPC.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação;
Neste caso vai ter que ser oportunizado de novo ao réu oferecer a sua defesa. Portanto, é defesa processual do tipo dilatório, pois dá maior tempo ao réu e não ataca o mérito da questão, não está dizendo que a outra não tem direito. Ele simplesmente diz que há um vicio no processo, é um requisito, um pressuposto processual cujo acolhimento vai importar não na extinção do processo, mas irá resultar na dilatação dessa marcha processual.
II - incompetência absoluta; 
O autor ajuíza a ação, é o autor em face da União, é o poder público. 
 Defesa do tipo Dilatória
III - inépcia da petição inicial; 
Petição Inicial inepta é aquela que tem um vício no pedido ou na causa de pedir. Quando eu não sei direito o que eu ponho na petição inicial, quando não sei direito o que eu peço,quando eu digo uma coisa e peço coisa que não tem lógica com a história. Então é quando falta pedido,falta causa de pedir, tudo isso é inépcia da Petição Inicial.
Uma vez que a Petição Inicial seja inepta. O que deve fazer o Juiz? Deve extinguir o processo.
O que pretende o réu quando alega a defesa de inépcia da Petição Inicial? Que o juiz extinga, sem resolução de mérito (posição do STJ).
Defesa do tipo peremptória.
IV - perempção;  
Vocês sabem o que é perempção? É um pressuposto processual negativo. Que irá resultar na extinção do processo, e esse pressuposto processual negativo vai nascer quando por 3 vezes o autor tiver dado causa a extinção do processo. Quando por três vezes o autor tiver ajuizado a ação e com base nos incisos II ou III do Art. 267 do CPC, o juiz deverá extinguir o processo.
II - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
Se isso acontecer por mais de três vezes, a quarta vez que o autor ajuizar a ação, o juiz irá extinguir o processo sem resolução de mérito.
É defesa do tipo Peremptória. 
V - litispendência;
Repete a ação, fatalmente a segunda ação será extinta sem resolução de mérito.
Defesa do tipo Peremptória.
Vl - coisa julgada;
Se eu repto a ação, e eu ficar sabendo que outra ação já foi julgada antes, já foi julgada e já transitou em julgado. O pressuposto processual é coisa julgada.
Defesa do tipo Peremptória.
VII – conexão;
Diz respeito à similitude de ações pelo pedido ou pela causa de pedir, em que vai recomendar sua reunião. Pois bem, reconhecida a conexão o processo vai ser remetido a um único juízo, para que as causas sejam reunidas.
Defesa do tipo Dilatória.
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização
A incapacidade é suprível, se a parte é incapaz ela tem de ser representada ou assistida. Independente de ele ser menor púbere ou impúbere o juiz vai determinar que se emende a PI para fins de representação ou assistência.
No final das contas, ainda que a conseqüência efetiva alusão seja a extinção do processo o artigo 13 do Código, o juiz deve determinar a emenda da PI.
Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito.
Defesa do tipo dilatória.
IX - convenção de arbitragem; 
É um pressuposto processual negativo. Visa preservar a autonomia da vontade, Pacta sunt servanda. Que diz respeito às hipóteses em que as partes entabulam um negócio jurídico e dizem que na eventual existência de conflito, deve ser levada a lide para determinada pessoa, para determinado árbitro que assim foi compactuado, para depois ingressar no judiciário.
Defesa do tipo Peremptória.
X - carência de ação;  
Quais são as condições da ação?
Interesse, Legitimidade e possibilidade jurídica do pedido.
Se faltar uma das condições da ação, o Juiz irá naturalmente extinguir o processo sem resolução de mérito.
Defesa do tipo Peremptória.
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. 
Caução é a garantia, quando a parte precisa garantir para poder entra em juízo,como se fosse uma condição para eu exercitar meu direito de ação, para que o processo desenvolve-se validamente. Existem determinadas hipóteses em que para eu discutir determinado bem, eu preciso garantir que se eu perder a parte vai ter como ser ressarcida.
Defesa do tipo Dilatória 
As custas também entram?
É possível que se alegue falta de custos, aí o Juiz vai ter que mandar suprir sob pena cancelamento da instituição (259 do CPC). Seria uma defesa dilatória, falta de pagamento de custos, a conseqüência é o cancelamento da instituição, mas primeiro o juiz tem que mandar pagar.
Substanciais (defesas de mérito): diz respeito ao próprio mérito, ao objeto litigioso.
Defesas de mérito diretas: dirigida contra a própria pretensão do autor e objetivando destruir-lhe os fundamentos de fato ou de direito.
Indiretas: invoca outro fato novo que seja “impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”

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