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03_MODULO_DIREITO_PREVIDENCIARIO

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AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
 
 
MÓDULO III 
 
 
4 SEGURADOS E DEPENDENTES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
 
4.1 PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
 
A previdência social é um dos ramos da Seguridade Social em que estão 
incluídas a assistência e a saúde, como já vimos anteriormente. A previdência social 
tem como fonte legal a Constituição Federal (CF), especialmente nos artigos 201 e 
202. Assim, conforme o art. 201, “a previdência social será organizada sob a forma 
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei”. 
O caráter contributivo no pagamento das contribuições para o custeio do 
sistema funciona da seguinte forma: somente quem contribuiu adquire condição de 
segurado da Previdência Social e, cumpridas as respectivas carências, terá direito 
aos benefícios previdenciários. Na previdência social, a filiação é obrigatória porque 
quis o legislador constituinte, de um lado, que todos tivessem cobertura 
previdenciária e, de outro, que todos contribuíssem para o custeio. 
Os critérios de organização do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) 
devem preservar o equilíbrio financeiro e atuarial. Regra extremamente importante 
porque as contribuições previdenciárias formam um fundo destinado ao 
financiamento das prestações. É preciso que a administração desse fundo, bem 
como a instituição, majoração e concessão das prestações façam com que o 
sistema não se torne deficitário. 
Assim, as contingências geradoras das necessidades que terão cobertura 
previdenciária são as enumeradas nos incisos I a V do art. 201 da CF como: 
 doença; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
 invalidez; 
 morte e idade avançada; 
 proteção à maternidade, especialmente a gestante; 
 proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
 salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa renda; 
 pensão por morte do segurado, homem ou mulher, o cônjuge ou 
companheiro e dependentes, sempre observando o disposto no § 2° (renda 
mensal nunca inferior a um salário mínimo). 
E, de acordo com o art. 202, 
 
O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado 
de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, 
será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o 
benefício contratado, e regulado por lei complementar. (CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL, 1988). 
 
Dessa forma, a previdência social tem caráter contributivo, que é o meio de 
assegurar ao trabalhador, com base no princípio da solidariedade, benefícios ou 
serviços quando seja atingido por uma contingência social segundo os artigos 201 e 
202 da Constituição Federal. Infraconstitucionalmente, temos ainda as leis 8.212/91 
(Lei Orgânica da Seguridade Social) e a lei 8.213/91 (Regime Geral da Previdência 
Social); estando a última regulamentada pelo decreto 3.048/99 e Instruções 
Normativas expedidas pelo Ministério da Previdência Social. 
O RGPS é o regime de previdência mais amplo, responsável pela cobertura 
da maioria dos trabalhadores brasileiros. Toda pessoa física que exerça alguma 
atividade remunerada é, obrigatoriamente, filiada a este regime previdenciário, 
exceto se esta atividade já gera filiação obrigatória a determinado regime de 
previdência. Ainda temos outros regimes previdenciários, como o regime próprio, 
organizado pelos Estados e municípios e a Previdência Complementar. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
 
4.1.1 Finalidade e os princípios básicos da previdência social 
 
 
A finalidade principal é assegurar ao trabalhador/segurado uma renda 
mensal quando o mesmo for acometido de contingências decorrentes de idade 
avançada, invalidez, doença, acidente, bem como amparar seus dependentes nos 
casos de morte e prisão do segurado. Diferentemente do que ocorre com a 
assistência social e com a saúde, para que uma pessoa tenha direito aos benefícios 
concedidos pela previdência social, deverá ter contribuído por determinado período. 
O artigo 2º da Lei 8.213/91 nos mostra os seguintes princípios e objetivos: 
 
I - universalidade de participação nos planos previdenciários; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; 
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários de contribuição 
corrigidos monetariamente; 
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o 
poder aquisitivo; 
VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário de contribuição 
ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo; 
VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional; 
VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a 
participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em 
atividade, empregadores e aposentados. 
Parágrafo único. A participação referida no inciso VIII deste artigo será 
efetivada a nível federal, estadual e municipal. (LEI 8.213, 1991). 
 
 
4.1.2 Filiação e inscrição 
 
 
Filiação é o vínculo que se estabelece entre o segurado e a previdência 
social, constituindo uma relação da qual decorrem direitos e obrigações para ambas 
as partes. A filiação à previdência social decorre automaticamente do exercício de 
atividade remunerada para os segurados obrigatórios e da inscrição formalizada 
com o pagamento da primeira contribuição para o segurado facultativo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
A anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) vale para 
todos os efeitos como prova de filiação à Previdência Social, relação de emprego, 
tempo de serviço e salário de contribuição, podendo, em caso de dúvida, ser exigida 
pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a apresentação dos documentos que 
serviram de base à anotação. Nem sempre a filiação depende de um ato formal, 
praticado entre a autarquia e o segurado. É o caso dos segurados com contrato de 
trabalho anotado na CTPS. Para estes, a simples anotação na carteira já os torna 
filiados ao RGPS. 
Para outros, entretanto, há necessidade de um ato formal perante o INSS, 
para que se aperfeiçoe a filiação ao RGPS. Esse ato formal, pelo qual se dá a 
apresentação do interessado ao INSS, denomina-se inscrição. É o que devem fazer 
os segurados contribuintes individuais e os facultativos. Considera-se inscrição de 
segurado para os efeitos da Previdência Social o ato pelo qual o mesmo é 
cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante comprovação dos 
dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à sua caracterização. 
 
 
4.2 SEGURADOS DA PREVIDENCIA SOCIAL 
 
 
A expressão “segurado” está bem empregada porquea Previdência Social é 
o ramo da seguridade social que mais se assemelha ao seguro, uma vez que é 
eminentemente contributiva. Segurados são pessoas físicas que contribuem para a 
Previdência, gozando em contrapartida dos benefícios que ela oferece. A Lei 8.213 
relaciona as pessoas físicas que, obrigatoriamente, devem ser seguradas da 
Previdência Social: são os segurados obrigatórios, cujo rol esta no artigo 11. A 
outros, porém, facultou o ingresso no sistema, e o fez por razões diversas, como a 
natureza das atividades ou qualidade da pessoa. São os segurados facultativos, na 
forma do art. 14. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 
 
4.2.1 Segurados obrigatórios 
 
 
Segurados obrigatórios são aqueles que a filiação ao RGPS não depende de 
suas vontades, ou seja, a lei é que os obriga a se filiarem. Há as seguintes espécies 
de segurados obrigatórios: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, 
trabalhador avulso e segurado especial. A legislação previdenciária define o segurado 
empregado utilizando, a princípio, uma definição genérica, enquadrando-o 
inicialmente conforme conceito semelhante ao da legislação trabalhista (art. 3° da 
CLT), para depois, especificar situações casuísticas em relação às quais a 
previdência confere o mesmo efeito jurídico. 
Sendo assim, de acordo com o art. 11 I, da Lei 8.213/91, filia-se 
obrigatoriamente ao RGPS, na qualidade de segurado empregado: 
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em 
caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive 
como diretor empregado. Serviço prestado em caráter não eventual é entendido 
como aquele relacionado direta ou indiretamente com as atividades normais da 
empresa, conforme o art. 9°, § 4°, do RPS. 
Assim, um encanador, contratado por uma instituição financeira, para 
consertar um cano que estourou, presta um serviço eventual, pois esse tipo de 
serviço não está relacionado de forma direta e nem indireta com as atividades 
normais da empresa contratante. Neste caso, trata-se de uma atividade ocasional ou 
eventual. Se os serviços prestados pelo trabalhador são eventuais, este não é 
empregado, mas sim trabalhador eventual. 
A subordinação significa que o trabalhador está sujeito ao poder de direção 
do empregador. O empregado se sujeita a receber ordens do empregador, ou seja, a 
ser comandado pelo empregador. Se não houver subordinação, o trabalhador não 
será considerado empregado, e sim, trabalhador autônomo. É importante frisar que 
o trabalhador eventual, como o autônomo, também são assegurados obrigatórios do 
RGPS, porém como contribuintes individuais. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
O empregado tem o dever de prestar os serviços e o empregador deve 
pagar a remuneração em retribuição aos serviços prestados, pois o salário é um dos 
pressupostos da relação de emprego, segundo a CLT. O dispositivo também faz 
referência ao diretor empregado. Os diretores das sociedades anônimas podem ser 
diretor empregado ou diretor não empregado. 
Ambos são segurados obrigatórios do RGPS, sendo que o diretor 
empregado é segurado empregado, e o diretor não empregado é contribuinte 
individual, conforme a Lei 8.213/91, art. 11, V, f. O RPS diferencia um do outro, da 
seguinte forma: 
 diretor empregado é aquele que participa ou não do risco econômico do 
empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de direção, 
mantendo as características inerentes à relação de emprego conforme o art. 
9°, § 2°, do RPS; 
 diretor não empregado é aquele que, participando ou não do risco 
econômico do empreendimento, seja eleito, por assembleia geral dos 
acionistas, para cargo de direção, não mantendo as características inerentes 
à relação de emprego conforme o art. 9°, § 3°, do RPS. 
 
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em 
legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de 
substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de 
serviços de outras empresas; 
Este dispositivo trata de trabalhador temporário, regido pela Lei 6.019/74. O 
trabalhador temporário presta serviço à empresa de trabalho temporário, cuja 
atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, 
trabalhadores devidamente qualificados. O trabalho temporário é utilizado apenas 
em duas situações: 
 para atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular 
e permanente. É o caso, por exemplo, em que a empresa contrata, por 
intermédio da empresa de trabalho temporário, ou seja, um trabalhador 
temporário para substituir uma pessoa que está em férias ou que ficou 
doente; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
 ou a acréscimo extraordinário de serviços. Ocorre, por exemplo, quando 
uma empresa comercial, durante as festas de Natal e Ano Novo, em razão 
do aumento de suas vendas, contrata trabalhadores temporários. O contrato 
de trabalho temporário com relação a um mesmo empregado não poderá 
exceder de três meses, salvo autorização conferida pelo órgão local do 
Ministério do Trabalho, pois esse órgão expediu Instrução Normativa 
regulamentando esse dispositivo, estabelecendo a possibilidade de 
prorrogação automática desse tipo de contrato. (6.019/74, art. 10). 
 
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para 
trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; 
Por exemplo: Priscila, pessoa física domiciliada no Brasil, foi contratada, no 
Brasil, por uma empresa brasileira, denominada Banco X, para trabalhar como 
empregada em uma agência bancária situada na Argentina e pertencente ao referido 
banco. Nessa situação, Priscila é segurada empregada do RGPS. 
 
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição 
consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros 
dessas missões e repartições, excluído o não brasileiro sem residência permanente 
no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da 
respectiva missão diplomática ou repartição consular. 
Por exemplo: Douglas é empregado do Consulado dos Estados Unidos, em 
funcionamento na cidade de Recife. Nessa situação, Douglas pode ou não ser 
segurado do RGPS. Se Douglas for estrangeiro, sem residência permanente no 
Brasil, está excluído do RGPS; mas se Douglas for brasileiro, e esteja amparado por 
um regime de previdência dos Estados Unidos, também está excluído do RGPS. 
No entanto, se Douglas for brasileiro e não for amparado por regime de 
previdência dos Estados Unidos, então será segurado empregado do RGPS. Se 
Douglas for estrangeiro, com residência permanente no Brasil, e não for amparado 
por regime de previdência dos Estados Unidos, então, nessa situação Douglas 
também será segurado empregado do RGPS. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos 
oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda 
que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do 
país do domicílio; 
Nesse dispositivo, encontramos duas situações, como veremos a seguir: 
 na primeira situação, por exemplo: Sérgio, brasileiro domiciliado em Paris, 
foi contratado, na França, pela União (ou seja, o governo federal brasileiro) 
para trabalhar na embaixada brasileira em funcionamento naquele país. 
Nessa situação, Sérgio é segurado empregado do RGPS, salvo se segurado 
na forma da legislação francesa; 
 na segunda situação, para ser segurado empregado é necessário que o 
trabalhador trabalhe,no exterior, para a União, em organismos oficiais 
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo (ONU, OIT, etc.); 
 se o obreiro trabalhar diretamente para o organismo oficial internacional, 
nessas mesmas condições, também será segurado obrigatório do RGPS, 
mas na categoria de contribuinte individual. 
O dispositivo exclui o brasileiro militar, pois tem regime próprio de 
previdência. 
 
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para 
trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do 
capital votante pertença à empresa brasileira de capital nacional. 
Por exemplo, Tais S.A. é uma empresa brasileira que detém a maioria do 
capital votante da empresa DSS S.A., que é domiciliada na França. Pedro, argentino 
domiciliado no Brasil, foi contratado no Brasil para trabalhar na França como 
empregado da empresa DSS S.A. Nessa situação, Pedro é segurado obrigatório do 
RGPS, na qualidade de empregado. 
 
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com 
a União, autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. 
Este dispositivo cuida do servidor que exerce, de modo exclusivo, cargo em 
comissão, sem ocupar cargo efetivo que o vincule a regime próprio de previdência 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
social, aplica-se também ao ocupante de cargo de ministro de Estado, secretário 
estadual, distrital ou municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime especial, e fundações, 
conforme o art. 9°, § 16, do RPS. 
 
h) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas 
autarquias e fundações, ocupante de emprego público (art. 9° § 16 do RPS). 
O regime de emprego público é disciplinado pela Lei 9.962/ 2000. O art. 1° 
desta lei prevê que esses servidores serão regidos pela CLT e o art. 2° dispõe que a 
contratação desse pessoal deverá ser precedida de concurso público, de provas e 
títulos, conforme a natureza e a complexidade do emprego. O servidor ocupante de 
emprego público, independentemente da esfera de governo onde trabalhe (União, 
Estado, DF ou município), é segurado obrigatório do RGPS, na qualidade de 
segurado empregado. 
 
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em 
funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência 
social. 
Por exemplo: as organizações internacionais como a Organização das 
Nações Unidas (ONU) ou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que 
contratam empregados para trabalhar em suas repartições em funcionamento no 
Brasil. Nessa situação, esses trabalhadores são segurados obrigatórios do RGPS, 
na categoria de segurado empregado. Mas se forem amparados por regime próprio 
de previdência social, estarão excluídos do RGPS. 
 
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que 
não vinculado a regime próprio de previdência social. 
São os vereadores, prefeitos, deputados (estadual e federal), governadores, 
senadores e presidente da república. Eles são, em regra, segurados obrigatórios do 
RGPS, na categoria de segurado empregado. No entanto, se um servidor público 
amparado por regime próprio de previdência for eleito para exercer um desses 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
mandatos, nessa situação, continuará vinculado ao regime próprio de origem e, 
desse modo, excluído do RGPS. 
Há um diferencial quanto à situação previdenciária dos vereadores, pois, de 
acordo com o art. 38, III, da CF, se o vereador não tiver nenhum vínculo efetivo com 
o serviço público, filia-se somente ao RGPS. Então, de uma atenção ao art. 38, II e 
III, da CF. 
 
 
4.2.2 Empregado doméstico 
 
 
O art. 11 da Lei 8.213/91 também coloca no rol de segurados obrigatórios o 
empregado doméstico, que “é aquele que presta serviço de natureza contínua a 
pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos” 
(RPS, art. 9°, II). Atividade sem fins lucrativos e continuidade do serviço são 
pressupostos do emprego doméstico. 
Se um empregado doméstico passa a ser utilizado em atividade geradora de 
lucro para o empregador, passa a ser considerado segurado empregado. Já se a 
prestação do serviço doméstico for eventual, que é o caso da diarista, o trabalhador 
também não será empregado doméstico, mas sim contribuinte individual. Outro 
pressuposto do emprego doméstico é que o serviço seja prestado a uma pessoa 
física ou a uma família. Assim, quando o serviço é prestado a uma pessoa jurídica, 
não há o que se falar em empregado doméstico. 
Para o trabalhador ser considerado empregado doméstico é necessário que 
o serviço seja prestado no ambiente familiar do empregador, pois se estiver sendo 
utilizado fora do ambiente familiar, o trabalhador assumirá a condição de segurado 
empregado. O empregado doméstico pode fazer serviços internos ou externos, 
desde que direcionados ao bem-estar da família, como por exemplo: o motorista 
particular. Também pode ser considerado empregado doméstico aquele que vai com 
o patrão e sua família passar férias ou finais de semana, por exemplo: casa de praia, 
campo, sítio, etc. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
 
 
4.2.3 Contribuinte individual 
 
 
O art. 11 da Lei 8.213/91 também coloca no rol de segurados obrigatórios, o 
contribuinte individual, que pode ser: 
 
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, 
a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 
4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) 
módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por 
intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9
o
 e 10 deste 
artigo. (Redação dada pela Lei n°11.718 de 2008). (LEI 8.213/91). 
 
Contribuinte individual é a categoria de segurado criada pela Lei 9.876/99, 
reunindo, assim, as antigas espécies de segurados, empresário autônomo e 
equiparado a autônomo. Apesar de exercer atividade agropecuária, pesqueira ou 
extrativista, a pessoa não se enquadra como segurado especial. 
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração 
mineral – garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por 
intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer 
título, ainda que de forma não contínua. 
O garimpeiro, quando exercia suas atividades individualmente ou em 
regime de economia familiar (sem utilização de empregado), era considerado 
segurado especial. A Lei 8.398/92 deu nova redação a esse dispositivo legal, 
retirando o garimpeiro da condição de segurado especial. De acordo com a 
legislação atual, o garimpeiro, mesmo sem empregados, é contribuinte individual, e 
não mais segurado especial. Assim, o garimpeiro será contribuinte individual 
quando explorar suas atividades diretamente ou por intermédio de preposto. Sendo 
o garimpeiro empregado de outrem, será, obviamente, segurado empregado e não 
contribuinte individual. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida 
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa (redação dada pela Lei 10.403, 
de 2002). 
Os ministros de profissão são aqueles que consagram sua vida a serviço de 
Deus e do próximo, com ou sem ordenação, dedicando-se ao anúncio de suas 
respectivas doutrinas e crenças, à celebração dos cultos próprios, à organização das 
comunidades e à promoção de observância das normas estabelecidas, desde que 
devidamente aprovadas para o exercício de suas funções pela autoridadereligiosa 
competente – como, por exemplo, os bispos, pastores e padres. 
Já os membros do instituto de vida sagrada, de congregação ou ordem 
religiosa são os que emitem ou professam voto, promessa feita pelos religiosos, 
devidamente aprovados pela autoridade religiosa competente – como, por exemplo, 
monges, freiras e freis. Não se considera como remuneração direta ou indireta os 
valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional 
com ministro de confissão religiosa, membros do instituto de vida consagrada, de 
congregação ou de ordem religiosa ou para sua subsistência desde que fornecidos 
em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado. 
Já que não recebem remuneração, a base de cálculo das contribuições 
previdenciárias destes religiosos será o valor por eles declarado, sempre 
observando os limites mínimo e máximo do salário contribuição. 
 
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial 
internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e 
contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social (redação 
dada pela Lei 9.876, de 26 de setembro de 1999). 
Trata-se de brasileiro que presta serviço no exterior – como, por exemplo, na 
ONU, OIT, etc. ainda que contratado e domiciliado no exterior. Nesse caso, o 
contratante do serviço é o próprio organismo oficial internacional. Se o trabalhador 
fosse contratado pela União, seria segurado empregado e não contribuinte 
individual. Esse dispositivo exclui o brasileiro militar, pois tem regime próprio de 
previdência. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
e) o titular de firma individual urbana ou rural; o diretor não empregado e 
o membro de conselho de administração de sociedade anônima; o sócio solidário; 
o sócio de indústria; o sócio-gerente e o sócio-cotista que recebam remuneração 
decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural; e o associado eleito 
para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer 
natureza ou finalidade; bem como o síndico ou administrador eleito para exercer 
atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração (incluído pela 
Lei 9.876 de 1999). 
Esse dispositivo trata dos trabalhadores que, antes da vigência da Lei 
9.876/99, eram considerados como segurados empresários. Atualmente, os 
trabalhadores são segurados obrigatórios do RGPS como contribuintes individuais. 
 
f) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a 
uma ou mais empresas, sem relação de emprego (incluído pela Lei 9.876, de 1999). 
Esse dispositivo cuida do trabalhador eventual, que é a pessoa que presta 
serviços esporádicos. É contratado para trabalhar diante de uma situação 
específica, ocasional – como, por exemplo, consertar encanamento, trocar uma 
instalação elétrica, pintar uma parede, etc. É subordinado, ou seja, está sujeito ao 
poder de direção do contratante. Terminando o trabalho, não retorna mais à 
empresa. Não há continuidade. 
 
g) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de 
natureza urbana, com fins lucrativos ou não (incluído pela Lei 9.876, de 1999). 
Este é considerado como autônomo. Pode ter natureza contínua, porém sem 
subordinação, pois ele trabalha por conta própria, assumindo os riscos de sua 
atividade econômica. São exemplos de trabalhador autônomo: o advogado, médico, 
dentista, etc. Mas nada impede, porém, que esses profissionais trabalhem como 
empregado, bastando, para isso, que eles prestem seus serviços de forma não 
eventual e com subordinação. 
Um advogado, por exemplo, pode ser contratado para prestar serviço para 
uma empresa três vezes na semana, sempre nos mesmos dias e horários 
predeterminados, que será considerado empregado e não autônomo. Diversamente, 
 
 
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será considerado trabalhador autônomo se couber ao próprio advogado definir os dias 
e os horários em que prestará os serviços, conforme sua conveniência e agenda. 
 
 
4.2.4 Trabalhador avulso 
 
 
O art. 11 da Lei 8.213/91 também coloca no rol de segurados obrigatórios o 
trabalhador avulso, que é: “quem presta, a diversas empresas, sem vínculo 
empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento”. 
Assim, o trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de 
natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a 
intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou, quando se tratar de 
atividade portuária, do órgão gestor de mão de obra (OGMO). Alguns exemplos 
são: o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão 
e minério; o ensacador de café, cacau, sal e similares; o carregador de bagagem 
em porto. 
O aspecto mais importante na caracterização deste segurado é a 
intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do OGMO. Na atividade 
portuária, quem faz a intermediação é o OGMO, nas demais atividades, a 
intermediação é feita pelo sindicato da categoria profissional. Embora haja a 
intermediação obrigatória do sindicato ou do OGMO, para ser trabalhador avulso 
não é obrigatório que o obreiro seja sindicalizado. O sindicato pode intermediar a 
prestação de serviços de trabalhadores avulsos que não sejam sindicalizados. 
Conforme o art. 8°, V, da CF, “ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado 
a sindicato”. 
Se o trabalhador prestar serviço sem vínculo empregatício a diversas 
empresas, sem a intermediação do sindicato ou do OGMO, não será considerado 
trabalhador avulso, mas, sim, contribuinte individual. São considerados 
trabalhadores avulsos: o carregador de bagagem em porto; o guindasteiro; o 
ensacador de café, cacau, sal; o amarrador de embarcação; o vigilante de 
embarcação; etc. 
 
 
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4.2.5 Segurado especial 
 
 
O art. 11 da Lei 8.213/91 também coloca no rol de segurados obrigatórios, o 
segurado especial. Os trabalhadores que são considerados como segurados 
especiais estão definidos no próprio texto constitucional, no art. 195, § 8°, da CF. 
 
O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador 
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades 
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, 
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota 
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos 
benefícios nos termos da lei. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988). 
 
É, portanto, a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado 
urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia 
familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros; podendo ser assim, o 
produtor, o parceiro, o meeiro, o arrendatário, o pescador artesanal e seus 
assemelhados, que exerçam essas atividades individualmente ou em regime de 
economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros, ou seja, de mutirão. 
Todos os membros da família, como cônjuges ou companheiros e filhos 
maiores de 16 anos de idade ou a eles equiparados que trabalham na atividade 
rural, no próprio grupo familiar, também são considerados segurados especiais. O 
produtor rural que exerce atividade agropecuária (agricultura ou pecuária) somente 
será considerado segurado especial se a área da propriedade for de no máximo 
quatro módulos fiscais. Se superior a isso, o produtor rural torna-se contribuinte 
individual. O módulo varia de um município para outro. 
Assim, para efeito da caracterização do segurado especial, entende-se por: 
 Proprietário 
Segundo o art. 1228 do Código Civil (CC), é aquele quetem a faculdade de 
usar, gozar e dispor do imóvel rural, e o direito de reavê-lo do poder de quem quer 
que injustamente o possua ou detenha. 
 
 
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 Parceiro 
Aquele que tem contrato, escrito ou verbal, de parceria com o proprietário da 
terra ou detentor da posse e desenvolve atividade agrícola, hortifrutigranjeira ou 
pastoril, partilhando os lucros ou prejuízos, conforme pactuado. 
 
 Possuidor 
Aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes 
inerentes à propriedade de imóvel rural, conforme o art. 1197 do CC. Já o assentado 
é o beneficiário do programa de reforma agrária. 
 
 Meeiro 
Aquele que tem contrato, escrito ou verbal, com o proprietário da terra e 
exerce atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, partilhando os rendimentos 
ou custos obtidos. A diferença entre parceiro e meeiro é que o primeiro aufere lucros 
e o segundo rendimentos, dividindo-os com o proprietário da terra. Lucro é o 
resultado positivo obtido no exercício, ou seja, as receitas menos as despesas. 
Rendimento é tudo o que foi recebido, vale dizer, o faturamento total. 
 
 Arrendatário 
Aquele que, comprovadamente, utiliza a terra, mediante pagamento de 
aluguel, em espécie ou in natura, ao proprietário do imóvel rural, para desenvolver 
atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, individualmente ou em regime de 
economia familiar. Entende-se como regime de economia familiar a atividade em 
que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao 
desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de 
mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. 
 
 Pescador artesanal 
Aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da 
pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que não utilize 
embarcações, ou utilize embarcação própria, de até seis toneladas de arqueação 
bruta ou ainda com auxílio de parceiro, de até dez toneladas de arqueação bruta, 
 
 
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conforme o art. 9°, § 14, da RPS. Se a embarcação exceder os limites 
estabelecidos, o pescador torna-se contribuinte individual. 
Não é somente o chefe de família que é segurado especial, mas também o 
seu cônjuge ou companheira e seus filhos maiores de 16 anos, que deverão ter 
participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. Desta forma, segurado é 
a pessoa física filiada ao RGPS. Ou seja, são sempre pessoas físicas, isto é, que 
contribuem para o regime previdenciário e, por isso, terão direito a prestações 
como benefícios ou serviços de natureza previdenciária. São sujeitos ativos da 
relação jurídica previdenciária, quando o objeto for benefício ou serviço de 
natureza previdenciária. 
Esses mesmos segurados, vistos sob o prisma do financiamento da 
seguridade social, são sujeitos passivos da relação jurídica de custeio. A relação e 
diferenciação desses segurados, como vimos, estão previstas nos artigos 11 a 13 da 
Lei 8.213, de 1991. 
 
 
4.3 DEPENDENTES 
 
 
Dependentes dos segurados da previdência social são todas as pessoas 
enumeradas pelo art. 16 da Lei 8.213. A relação jurídica entre dependentes e INSS 
só se instaura quando deixa de existir relação jurídica entre este e o segurado, o que 
ocorre com a sua morte ou recolhimento na prisão. Não existe hipótese legal de 
cobertura previdenciária ao dependente e ao segurado, simultaneamente. Assim, 
são beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de 
dependentes do segurado: 
 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de 
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido. 
II - os pais; 
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e 
um) anos ou inválido. (LEI 8.213, 1991). 
 
 
 
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Dependente é aquele que, apesar de não efetuar nenhuma contribuição, 
faz jus a determinados benefícios previdenciários em virtude do vínculo mantido 
com o primeiro e do encargo por este suportado. Os dependentes de uma mesma 
classe concorrem em igualdade de condições, ou seja, o benefício pensão por 
morte ou auxílio reclusão será dividido em cotas iguais. Quando o direito de um 
dependente cessar, a sua cota reverterá em favor daqueles que permanecerem 
com o direito. Assim, cada inciso corresponde a uma classe de dependentes, como 
veremos a seguir. 
 
 Classe I – cônjuge 
 
a) O conceito de cônjuge é o mesmo da lei civil, ou seja, a pessoa casada, o 
marido e a mulher, unidos pelo casamento. Assim, tanto a esposa do segurado como 
o marido da segurada são beneficiários do RGPS na condição de dependentes. 
 
b) A companheira ou companheiro é a pessoa que, sem ser casada, 
mantém união estável com o segurado ou com a segurada. Assim, para fins 
previdenciários, a companheira é a mulher que mantém união estável com o 
segurado. Companheiro é o homem que mantém união estável com a segurada de 
acordo com o parágrafo 5° do art. 16 do RPS. 
O INSS, por meio da Instrução Normativa n° 20, de 11 de outubro de 2007, 
regulamentou a situação dos companheiros homossexuais. Desta forma, o 
companheiro homossexual também está incluído na primeira classe dos 
dependentes do segurado. Ou seja, o companheiro ou a companheira 
homossexual de segurado inscrito no RGPS passa a integrar o rol dos 
dependentes, desde que comprovada a vida em comum, concorre, para fins de 
pensão por morte e de auxílio reclusão. 
 
c) Filhos são dependentes até completarem 21 anos de idade. A alteração 
da maioridade civil não interfere no direito previdenciário, que estabelece proteção 
com base no princípio da seletividade e distributividade. Assim, mesmo que a 
 
 
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maioridade civil se dê aos 18 anos, a proteção previdenciária, para filho, na 
qualidade de dependente, estende-se até os 21 anos. 
O entendimento de que a qualidade de dependente se prorroga até os 24 
anos, data provável em que o filho completaria seus estudos universitários, como 
ocorre para fins de fixação de pensão alimentícia, serve somente para o Direito de 
Família, que não se confunde com a relação jurídica decorrente do Direito 
Previdenciário. Por isso, mesmo que após os 21 anos o filho continue seus estudos, 
deixará de ter a qualidade de dependente. 
 
 Classe II – pais 
 
Inclui o pai ou a mãe do segurado. Para fins de concessão de benefícios, os 
pais devem comprovar a dependência econômica e a inexistência de dependentes 
preferenciais. Ou seja, os pais do segurado só têm cobertura previdenciária quando 
não houver dependentes da classe I. 
 
 Classe III – irmão 
 
Incluem os irmãos não emancipados, de qualquer condição, menores de 21 
anos ou inválidos. Para fins de concessão de benefícios, os irmãos devem 
comprovar a dependência econômica e a inexistência de dependentes das classes I 
e II. O irmão inválido tem a qualidade de dependente enquanto durar a invalidez, 
qualquer que seja a idade. 
A expressão de qualquer condição significa que o vínculo, entre o 
segurado e dependente não precisa ser consanguíneo, sendo dependente também 
o irmão decorrente de relação de adoção. A existência de dependente de qualquer 
das classes exclui do direito às prestações os da classe seguinte. Por exemplo: 
Osvaldo, segurado do RGPS, faleceu e deixou ainda vivos, sua esposa e dois 
filhos não emancipados e ainda menores de idade, sua mãe que dele dependia 
economicamente. A pensão por morte deixada por Osvaldo será dividida, em 
partes iguais, entre sua esposa e seus dois filhos. Pelo fato de pertencer à classeII, a mãe de Osvaldo não terá direito à pensão por morte, pois existem 
 
 
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dependentes da classe I. Se não existissem dependentes da classe I, a mãe de 
Osvaldo seria a única pensionista. 
 
 
4.4 BENEFÍCIO PENSÃO POR MORTE E BENEFÍCIO AUXÍLIO RECLUSÃO 
 
 
De acordo com o art. 201 da CF e o art. 74 da Lei 8.213/91, a pensão por 
morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, 
aposentado ou não, a contar a data: I - do óbito, quando requerida até 30 dias 
depois deste; II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto 
anteriormente; III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. 
No caso do disposto no inciso II, a data de início do benefício será a data 
do óbito, aplicados os devidos reajustamentos até a data de início do pagamento, 
não sendo devida qualquer importância relativa ao período anterior à data de 
entrada do requerimento, de acordo com o art. 105, § 1°, do RPS. No caso do 
disposto no inciso III, para fins de obtenção de pensão provisória, a morte 
presumida pode ser declarada judicialmente depois de seis meses de ausência, 
conforme o art. 78 da Lei 8.213\91. 
No caso de desaparecimento por motivo de catástrofe, acidente ou desastre, 
não exige decisão judicial ou decurso do prazo de seis meses. Exige, sim, a 
comprovação do fato que gerou o desaparecimento. Por exemplo, servirão como 
prova hábil do desaparecimento, entre outras: 
 boletim do registro de ocorrência feito junto à autoridade policial; 
 prova documental de sua presença no local da ocorrência; 
 noticiário nos meios de comunicação. 
De acordo com o art. 77, havendo mais de um pensionista, a pensão por 
morte: I - será rateada entre todos, em partes iguais; II - reverterá em favor dos 
demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar. O direito à pensão por morte 
tem como marco definidor a legislação aplicável ao tempo do óbito. 
De acordo com o art. 201 da CF e o art. 80 da Lei 8.213/91, o INSS oferece 
o benefício de auxílio reclusão aos familiares dos segurados que são recolhidos aos 
 
 
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presídios. Para que seus familiares consigam esse benefício, o apenado tem de 
estar em dia com as contribuições, tanto como empregado ou como contribuinte 
individual. 
O auxílio reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, 
aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da 
empresa nem estiver em gozo de auxílio doença, de aposentadoria ou de abono de 
permanência em serviço. Os beneficiários do auxílio reclusão são os dependentes 
do segurado recolhido à prisão. 
Importante frisar que o auxílio reclusão é pago somente para os 
dependentes de segurado de baixa renda. Atualmente, o teto é R$ 971,78, e 
enquanto estiver em regime fechado e sem prestar serviço no presídio. A cada três 
meses é preciso apresentar certidão de que continua recolhido. O dinheiro não vai 
para o apenado, mas, sim, para o sustento de sua esposa ou dos filhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIM DO MÓDULO III

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