Buscar

04_MODULO_DIREITO_PREVIDENCIARIO

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
5 REGIMES E BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 
 
 
5.1 REGIMES PREVIDENCIÁRIOS 
 
 
A previdência social tem a finalidade de amparar as pessoas 
reconhecidamente hipossuficientes, prestando-lhes auxílio em casos de doença, 
invalidez, morte e idade avançada, sendo reconhecida constitucionalmente desde a 
Constituição de 1934, em seu art. 121, § 1°, h. Surgida a partir dos problemas 
agravados com a Revolução Industrial, a origem remota da ideia de normas de 
previdência social é germânica, pois foi na Alemanha que se desenvolveu desde 
1883 o sistema de seguros obrigatórios, que foram chamados de seguros sociais, 
em seguida também admitidos por grande número de países. 
O art. 201 da Constituição federal (CF), com a redação dada pelas Emendas 
Constitucionais n° 20 de 1998 e n° 47 de 2005, estabeleceu que a previdência social 
será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação 
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Na 
CF de 1988, existem dois regimes previdenciários, como veremos a seguir. 
 Regime próprio 
Abrangendo os servidores públicos. Esse regime está previsto no art. 40 da 
Constituição Federal. 
 
 Regime geral 
Essa previdência social, de caráter contributivo e filiação obrigatória, deve 
preservar o equilíbrio financeiro e atuarial de suas receitas e despesas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
Prevê, ainda, que a previdência social atenderá, nos termos da lei, aos 
seguintes preceitos: 
 cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
 proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
 proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
 salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa renda; 
 pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes. 
A Emenda Constitucional n° 47, de 2005, dando nova redação ao § 1° do 
art. 201 – cuja redação já havia sido alterada pela EC n° 20, de 1998 – veda a 
adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria 
aos benefícios do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de 
atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física, e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos 
termos definidos em lei complementar. 
A Constituição Federal ainda garante que todos os salários de contribuição 
considerados para cálculo do benefício serão devidamente atualizados, na forma da 
lei, e assegura o reajustamento dos benefícios, no intuito de preservar-lhe, em 
caráter permanente, o valor real. Veda-se ainda, a filiação ao regime geral de 
previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de 
regime próprio de previdência. 
A EC n° 47, de 2005, estabeleceu, no âmbito da previdência social, a 
obrigatoriedade da lei de dispor sobre sistema especial de inclusão previdenciária 
para trabalhadores de baixa renda e aqueles sem renda própria que se dediquem 
exclusivamente ao trabalho doméstico, no âmbito de sua residência, desde que 
pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor 
igual a um salário mínimo. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
 
 
5.2 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 
 
 
Por benefícios previdenciários, entende-se que são prestações pagas, em 
dinheiro, aos trabalhadores ou a seus dependentes. Alguns deles substituem a 
remuneração do trabalhador que ficou por algum motivo impedido de exercer a sua 
atividade. Outros são oferecidos como complementação de rendimento do trabalho 
ou, até mesmo, independente do exercício da atividade. Nesse contexto, a 
previdência social, de acordo com o art. 18 da Lei 8.213/91, estabelece uma série de 
benefícios e serviços previdenciários devidos aos segurados e a seus dependentes. 
 
 
5.3 PERÍODO DE CARÊNCIA DOS BENEFÍCIOS 
 
 
Antes de tratarmos sobre os benefícios previdenciários em espécie, é 
importante saber e compreender que, para a habilitação em cada um deles, é preciso 
a comprovação pelo segurado do cumprimento de um período mínimo de 
contribuições que, conforme o art. 24 da Lei 8.213 de 1991 é “o número mínimo de 
contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, 
consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas 
competências”. 
Carência é o período mínimo de contribuições mensais indispensáveis para 
que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do 
primeiro dia de suas competências, ou seja, é o tempo mínimo de contribuição que o 
trabalhador precisa comprovar para ter direito a um benefício previdenciário. Desta 
forma, a concessão de alguns benefícios previdenciários depende da demonstração 
por parte do segurado de que o mesmo contribuiu para a previdência social por um 
determinado tempo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
Varia de acordo com o benefício solicitado: I - auxílio-doença e 
aposentadoria por invalidez - 12 contribuições mensais; II - aposentadoria por 
idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial - 180 
contribuições mensais. 
Entretanto, existem situações como as descritas pelo art. 26 da Lei 8.213, de 
1991, em que a comprovação do período de carência é dispensável para a 
concessão dos seguintes benefícios: 
 
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; 
(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26/11/99) 
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de 
qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem 
como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de 
Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções 
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho 
e da Previdência Social, a cada três anos, de acordo com os critérios de 
estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira 
especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; 
III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados 
especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; 
IV - serviço social; 
V - reabilitação profissional. 
VI – salário-maternidade para as seguradas empregadas, trabalhadora 
avulsa e empregada doméstica (incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/99). 
(LEI 8,213, 1991). 
 
Acidente de qualquer natureza que consta no inciso II é aquele originado de 
evento traumático e devido à exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e 
biológicos), que acarretem lesão corporal ou perturbação funcional que cause a 
morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa.
AN02FREV001/REV 4.0 
 86 
 
 
5.4 BENEFICÍOS EM ESPÉCIE DEVIDOS AOS SEGURADOS 
 
 
A cobertura na forma de benefícios a que tem direito o segurado do RGPS é 
efetivada por meio da concessão de auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-família, 
salário-maternidade, aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, 
aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial. 
 
 
5.4.1 Auxílio-doença 
 
 
De acordo com o art. 59 da Lei 8.213 de 1991: 
 
O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando 
for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o 
seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias 
consecutivos. (LEI 8.213, 1991). 
 
Assim, é o benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por 
doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. Não será devido auxílio-
doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) já 
portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo 
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa 
doença ou lesão. 
No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são 
pagos pelo empregador, e a Previdência Social paga a partir do décimo sexto dia de 
afastamento do trabalho. Ou seja, o auxílio doença será devido ao segurado 
empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso 
dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele 
permanecer incapaz, ficando à empresa responsável pelo pagamento ao segurado 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 87 
empregado o seu salário integral durante os primeiros 15 dias consecutivos ao 
afastamento da atividade por motivo de doença ou acidente. 
Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da 
incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. O 
trabalhador que recebe auxílio-doença é obrigado a realizar exame médico periódico 
e participar do programa de reabilitação profissional prescrito e custeado pela 
Previdência Social, sob pena de ter o benefício suspenso. O benefício não cessará 
até que o segurado seja dado como habilitado para o desempenho de nova 
atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, 
for aposentado por invalidez. 
Estando o trabalhador afastado de suas atividades laborais e estando em 
gozo de auxílio-doença será o mesmo considerado licenciado pela empresa, ficando 
o seu contrato de trabalho suspenso até a interrupção ou cessação do benefício 
previdenciário. Assim, a empresa que garantir ao segurado licença remunerada 
ficará obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença 
entre o valor deste e a importância garantida pela licença. 
O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a 
capacidade e retorna ao trabalho ou quando o benefício se transforma em 
aposentadoria por invalidez. O valor do benefício corresponde a 91% do salário 
de benefício. 
 O segurado especial (trabalhador rural) terá direito a um salário mínimo, 
se não contribuiu facultativamente. 
 Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de 
benefício será a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo o 
período contributivo. 
Assim, o auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, 
consistirá em uma renda mensal correspondente a 91% do salário de benefício, o 
qual consiste para esse benefício na média aritmética simples dos maiores salários 
de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 88 
 
 
5.4.2 Auxílio-acidente 
 
 
Ao contrário do que o nome pode sugerir o auxílio-acidente não é o benefício 
concedido ao trabalhador que sofre acidente de qualquer natureza. Conforme o art. 
86 da Lei 8.213/91, o auxílio-acidente será: 
 
concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das 
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas 
que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente 
exercia (redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997). (LEI Lei 8.213, 19991). 
 
Assim, é o benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com 
sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho. Têm direito ao auxílio-acidente o 
trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador especial. Para o 
trabalhador ter direito ao auxílio-acidente, deverá comprovar perante a perícia médica 
da Previdência Social que as lesões decorrentes do acidente de qualquer natureza, 
incluindo-se o acidente de trabalho, deixaram sequelas que reduziram sua capacidade 
para o trabalho, o que significa que o trabalhador poderá continuar trabalhando, 
embora com redução na sua capacidade para o trabalho, recebendo ao mesmo tempo 
o salário pago pela empresa e o benefício previdenciário pago pelo INSS. 
Em caso de perda de audição, em qualquer grau, somente proporcionará a 
concessão do auxílio-acidente, quando, além do recebimento de causalidade entre o 
trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da 
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. Para concessão do auxílio 
acidente não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas, como vimos no 
parágrafo anterior, o trabalhador deve ter a qualidade de segurado e comprovar a 
impossibilidade de continuar desempenhando suas atividades, por meio de exame 
da perícia médica da Previdência Social. 
Para pedir auxílio-acidente, o trabalhador não precisa apresentar 
documentos, porque eles já foram exigidos na concessão do auxílio-doença. O 
recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 89 
não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio acidente. Ou seja, o 
auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser acumulado com outros 
benefícios pagos pela Previdência Social exceto aposentadoria, pois esse benefício 
deixa de ser pago quando o trabalhador se aposenta. 
O auxílio-acidente mensal corresponde a 50% do salário de benefício que 
lhe deu origem, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio. Será devido até a 
véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. 
 
 
5.4.3 Salário-família 
 
 
Instituído pela Lei 4.266/63, embora impropriamente denominado salário, o 
salário-família é benefício previdenciário devido ao segurado em razão da existência 
de dependentes. A CF, em seu art. 201, IV, garante o pagamento do benefício para 
os dependentes do segurado de baixa renda. A EC n° 20/98, em seu art. 13, 
estabeleceu que esse benefício fosse concedido apenas àqueles que tivessem, à 
época, renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00, corrigidos monetariamente 
até que lei disciplinasse o acesso ao benefício. 
A portaria interministerial MPS/MF n° 15, de 2013, fixou que o valor da renda 
bruta do trabalhador de baixa renda não pode ser superior a R$ 971,78. Conforme o 
art. 65 da Lei 8.213/91, o salário-família será: 
 
devido, mensalmente, ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao 
segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos 
ou equiparados, nos termos do § 2º do art. 16 desta Lei, observando o 
disposto no art. 66. (LEI 8.213, 1991). 
 
Assim, têm direito ao salário-família os trabalhadores empregados e os 
avulsos. Os empregados domésticos, contribuintes individuais, segurados especiais 
e facultativos não recebem salário-família. Dessa forma, a legislação 
infraconstitucional, contudo, determina que o benefício
seja pago, na proporção do 
respectivo número de filhos ou equiparados de acordo com o art. 16, § 2°, do PBPS, 
de 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
Trata-se de um benefício que não substitui a renda ou o salário de 
contribuição, mas, sim, que se destina a dar ao trabalhador de baixa renda 
condições de propiciar o sustento e a educação de seus filhos. De acordo com o art. 
70 do PBPS e o art. 92 do RPS, por sua natureza peculiar, o valor das cotas do 
salário-família não será incorporado ao salário ou ao salário de benefícios. 
O salário-família começará a ser pago a partir da comprovação do 
nascimento da criança ou da apresentação dos documentos necessários para 
pedir o benefício, ou seja, o segurado deve apresentar ao INSS a certidão de 
nascimento do filho ou a documentação relativa ao equiparado ou ao inválido. 
Anualmente deverá apresentar atestado de vacinação obrigatória até seis anos 
de idade e, semestralmente, de frequência do filho ou equiparado à escola, a 
partir dos sete anos de idade, sob pena de suspensão do benefício, segundo o 
art. 84, § 2, do RPS. Desta forma, o pagamento do benefício será suspenso se 
não forem apresentados atestados de vacinação e frequência escolar dos filhos 
(este último se os filhos estiverem em idade escolar), e quando os filhos 
completarem 14 anos de idade. 
O trabalhador só terá direito a receber o benefício no período em que ele 
ficou suspenso se apresentar esses documentos. Para a concessão do salário-
família, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição. O salário-
família será pago mensalmente ao empregado pela empresa à qual está vinculado e 
deduzido do recolhimento das contribuições sobre a folha salarial. Os trabalhadores 
avulsos receberão dos sindicatos, mediante convênio com a Previdência Social. 
O benefício será pago diretamente pela Previdência Social quando o 
segurado estiver recebendo auxílio-doença, se já estivesse recebendo o salário-
família em atividade. O salário-família é pago em número de cotas igual ao número 
de dependentes, cuja existência dá direito ao benefício. O sujeito passivo é o INSS, 
uma vez que é onerado pelo pagamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 91 
 
 
5.4.4 Salário-maternidade 
 
 
O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durante 
120 dias, com início no período entre 28 dias antes do parto e a data da ocorrência 
deste, observando as situações e condições previstas na legislação no que 
concerne à proteção à maternidade, conforme o art. 71 do PBPS. A Lei 10.421, de 
2002, acrescentou ao PBPS o art. 71-A, estendendo o benefício à segurada que 
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção. 
Desta forma, o salário-maternidade é concedido à segurada que adotar uma 
criança ou ganhar a guarda judicial para fins de adoção, de acordo com a Lei 
10.421, de 2002, da seguinte forma: 
 se a criança tiver até um ano de idade, o salário-maternidade será de 120 
dias; 
 se tiver de um ano a quatro anos de idade, o salário-maternidade será de 
60 dias; 
 se tiver de quatro anos a oito anos de idade, o salário-maternidade será 
de 30 dias. 
Para concessão do salário-maternidade não é exigido tempo mínimo de 
contribuição das trabalhadoras empregadas, empregadas domésticas e 
trabalhadoras avulsas, desde que comprovem filiação nesta condição na data do 
afastamento para fins de salário-maternidade ou na data do parto. 
A segurada aposentada que voltar a exercer atividade sujeita ao RGPS terá 
direito o salário-maternidade de acordo com o art. 103 do RPS. O salário- 
maternidade não pode ser cumulado com o benefício por incapacidade. Havendo 
incapacidade concomitante, o benefício pago em razão da contingente incapacidade 
será suspenso enquanto durar o pagamento do salário-maternidade, segundo o art. 
102 do RPS. 
O período de carência varia ou não existe de acordo com o tipo de segurada 
considerado, e é reduzido, em caso de parto antecipado, em número de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 92 
contribuições equivalentes ao número de meses da antecipação conforme o art. 25, 
§ único, do PBPS: 
 seguradas empregada, empregada doméstica e avulsa, independe de 
carência conforme o art. 26, VI, do PBPS. O Tribunal Regional Federal da 
Terceira Região (TRF 3) tem considerado a trabalhadora rural diarista (boia 
fria) como segurada empregada para fins de salário-maternidade. 
 seguradas contribuinte individual e facultativa, tendo dez contribuições 
mensais. 
 segurada especial não comprovará carência, mas, sim, o exercício de 
atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 meses 
imediatamente anteriores ao do início do benefício, conforme o art. 39, § 
único, do PBPS. 
O Decreto 5.545/2005 fixou esse prazo em dez meses, mas doutrinadores 
como, por exemplo, Marisa Ferreira dos Santos (2009), diz que “não pode 
prevalecer por não se admitir que decreto regulamentador disponha de forma 
diversa da estabelecida na lei”. Assim, de acordo com o decreto citado, a segurada 
especial receberá o salário-maternidade se comprovar no mínimo dez meses de 
trabalho rural. Se o nascimento for prematuro, a carência será reduzida no mesmo 
total de meses em que o parto foi antecipado. 
O salário-maternidade é devido a partir do oitavo mês de gestação, 
comprovado por atestado médico ou da data do parto, que é evidenciado pela 
certidão de nascimento. A partir de setembro de 2003, o pagamento do salário-
maternidade das gestantes empregadas passará a ser feito diretamente pelas 
empresas, que serão ressarcidas pela Previdência Social. Já, as mães adotivas, 
contribuintes individuais, facultativas e empregadas domésticas terão de pedir o 
benefício nas Agências da Previdência Social. 
Em casos comprovados por atestado médico, o período de repouso poderá 
ser prorrogado por duas semanas antes do parto e ao final dos 120 dias de licença. 
O sujeito ativo é a segurada empregada, empregada doméstica, trabalhadora 
avulsa, segurada servidora pública sem regime próprio de previdência, segurada 
contribuinte individual, segurada especial e segurada contribuinte facultativa que 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
tenha filho, adote ou obtenha guarda judicial para fins de adoção de criança até oito 
anos de idade. O INSS é sempre o sujeito passivo onerado. 
O pagamento do benefício varia de acordo com o tipo da segurada: 
 A segurada empregada recebe o benefício diretamente da respectiva 
empresa empregadora e enquanto existir a relação de emprego, conforme o 
art. 97 do RPS. 
 À segurada desempregada o benefício será pago diretamente pela 
Previdência Social, conforme o art. 97, § único, do Decreto 3.048/99, com 
alterações introduzidas pelo Decreto 6.122/2007. 
Quem tem salário fixo receberá o valor integral da remuneração mensal. 
Quem tem salário variável receberá o equivalente à média salarial dos seis meses 
anteriores. Quem recebe acima do teto salarial do ministro do Supremo Tribunal 
Federal (STF) terá o salário-maternidade limitado a este teto, segundo a Resolução 
nº 236/02, do STF, de 19 de julho de 2002. 
 
 
5.4.5 Aposentadoria por tempo de contribuição e por idade 
 
 
A Constituição Federal prevê, em seu art. 201, § 7°, que será assegurada, 
nos termos da lei, a aposentadoria no regime geral de previdência social, desde que 
obedecidas as seguintes condições: não cumulativa, ou seja, permanecem para a 
atividade privada duas espécies de aposentadoria, a por tempo de contribuição e a 
por idade. Sendo assim, para se aposentar, são necessários alguns requisitos: 
 
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e
trinta anos de 
contribuição, se mulher; 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, 
se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de 
ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o 
pescador artesanal. (CF, art. 201, § 7°). 
 
Os incisos I e II foram acrescentados pela Emenda Constitucional n° 20, de 
1998, que introduziu a reforma da previdência social. Tratando-se de regras novas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 94 
que só podem atingir, de maneira integral , todos os que ingressaram no RGPS após 
a sua vigência. Essas regras podem ser denominadas normas permantentes. Os 
que já participam do RGPS ao tempo da promulgação da EC n° 20/98, mas não 
haviam ainda cumprido todos os requisitos para a aposentadoria, não poderiam ser 
por ela completamente atingidos, sob pena de ofensa ao direito adquirido. 
Para esses, a EC n° 20/98 trouxe disposições específicas, no campo da 
aposentadoria. São as regras de transição, contidas no art. 9° da EC 20/98. Cada 
espécie de aposentadoria, devida aos trabalhadores urbanos e aos rurais, bem 
como a aplicação das regras permanentes e das regras de transição. Como regra de 
transição podemos citar o caso das aposentadorias por idade, tempo de contribuição 
e especial, a carência será de 180 contribuições mensais para os segurados 
inscritos depois da vigência da Lei 8.213/91, de 24 de julho de 1991. 
Todavia, para os segurados inscritos na Previdencia Social urbana até 24 de 
julho de 1991, bem como para os trabalhadores e empregadores rurais amparados 
pela Previdência Social Rural, observa-se a regra de transição prevista no art. 142 
da Lei 8.213/91. A regra de transição levará em conta o ano em que o segurado 
implementar todas as condições necessárias à obtenção do benefício. 
Nos caso de professor, 30 anos de contribuição, se homem, 25 anos de 
contribuições, se mulher. Desde que comprove exclusivamente tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e nos ensinos fundamental 
e médio (art. 9°, § 2°, da EC n° 20/98). Nas regras transitórias, não há exigência de 
que o magistério seja exclusivo na educação infantil, nos ensinos fundamental e 
médio, podendo, por isso, ser computado o magistério de nível superior, desde que, 
obviamente, não concomitante com atividades diversas. 
Aposentadoria por tempo de contribuição pode ser integral ou 
proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve 
comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora, 30 anos. Para 
requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois 
requisitos: o tempo de contribuição e a idade mínima. A aposentadoria por idade 
é irreversível e irrenunciável, depois que receber o primeiro pagamento, o 
segurando não poderá desistir do benefício. O trabalhador não precisa sair do 
emprego para requerer a aposentadoria. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 95 
A garantia fundamental do respeito ao ato jurídico perfeito e ao direito 
adquirido também se aplica em matéria previdenciária. Os benefícios concedidos 
de acordo com as normas então vigentes não podem ser revistos, salvo se 
ilegalmente concedidos, sob a ofensa ao ato jurídico perfeito. O segurado que 
tenha cumprido todos os requisitos para obter o benefício antes da vigência da 
nova lei tem direito adquirido à concessão pelas normas então vigentes. No caso 
de professor, 30 anos de contribuição, se homem, 25 anos de contribuições, se 
mulher. Desde que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio. 
Como vimos, a CF assegura a cobertura previdenciária correspondente a dois tipos 
de aposentadoria por tempo de contribuição e por idade, não havendo mais a 
aposentadoria proporcional do regime anterior. 
 
 
5.4.6 Aposentadoria por invalidez 
 
 
Segundo o art. 42 da Lei 8.213 de 1991, aposentadoria por invalidez 
 
[... ] uma vez cumprida a carência exigida, quando for o caso, será devida 
ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for 
considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o 
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga 
enquanto permanecer nessa condição. (LEI 8.213, 1991). 
 
Conforme descrito pelo trecho anterior, a aposentadoria por invalidez possui 
período de carência de 12 meses, ou seja, o segurado (trabalhador) deverá ter 
contribuído por no mínimo durante esse período para que tenha direito ao benefício. 
Desta forma, o período de carência para a concessão da aposentadoria por invalidez 
é, em regra, de 12 contribuições mensais. Sendo assim, para ter direito ao benefício, 
o trabalhador tem que contribuir para a Previdência Social por no mínimo 12 meses, 
no caso de doença. 
Se for acidente, esse prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar 
inscrito na Previdência Social. A concessão de aposentadoria por invalidez 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 96 
dependerá da verificação da condição de incapacidade, mediante exame pericial a 
cargo da previdência social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se 
acompanhar de médico de sua confiança. 
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica 
de dois em dois anos, se não, o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser 
paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho. Não tem direito 
à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença 
ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no 
agravamento da enfermidade. 
Terão direito à aposentadoria por invalidez à majoração de 25%: 
 cegueira total; 
 perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; 
 paralisia dos dois membros superiores e inferiores; 
 perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for 
impossível; 
 doença que exija permanência contínua no leito; 
 incapacidade permanente para as atividades da vida diária; 
 alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida 
orgânica e social, etc. 
O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato 
de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação 
do benefício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 97 
 
 
5.4.7 Aposentadoria especial 
 
 
Os beneficiários da aposentadoria especial são: o segurado empregado, o 
trabalhador avulso e o contribuinte individual, este somente quando cooperado 
filiado à cooperativa de trabalho ou de produção. De acordo o art. 57 da Lei 8.213, 
de 1991, a aposentadoria especial será 
 
Devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que 
tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos”, 
conforme dispuser a lei (redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995). 
 
Assim, aposentadoria especial é o benefício concedido ao segurado que 
tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física, 
conforme o art. 64 do RPS. Esse benefício foi um dos grandes causadores do atual 
déficit previdenciário, pois antes da aprovação da Lei 9.032, de 1995, não era 
necessário que o trabalhador comprovasse a sua exposição permanente ao agente 
nocivo para ter direito a benefício. 
Como exemplo: profissionais liberais, técnicos e assemelhados 
(engenheiros, médicos, professores); ocupantes de atividades relacionadas ao 
transporte
e às comunicações, como o caso das telefonistas, sem que houvesse a 
necessidade de comprovar a efetiva exposição aos agentes nocivos à sua saúde. 
Diante disso, a regra para a concessão desse benefício sofreu profundas 
modificações ao longo dos anos, passando a exigir das empresas maior 
responsabilidade quanto ao enquadramento das atividades e da exposição de seus 
trabalhadores a agentes nocivos à saúde. 
A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação, 
perante o INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, 
exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, 
durante o período mínimo de 15, 20, ou 25 anos, conforme o caso. Além de 
comprovar o tempo de trabalho, precisa comprovar também efetiva exposição aos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 98 
agentes físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais pelo período 
exigido para a concessão do benefício. 
A comprovação será feita em formulário do Perfil Profissiográfico 
Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa com base em Laudo Técnico de 
Condições Ambientais de Trabalho (LTCA), expedido por médico do trabalho ou 
engenheiro de segurança do trabalho, conforme o art. 68, § 2°, do RPS. O PPP é o 
documento histórico laboral do trabalhador que, entre outras informações, deve 
conter registros ambientais, resultados de monitoração biológica e dados 
administrativos. 
A empresa deverá elaborar e manter atualizado o PPP, abrangendo as 
atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do 
contrato do trabalho ou do desligamento do cooperado, cópia autenticada deste 
documento. A relação dos agentes nocivos consta do Anexo IV da Regulamentação da 
Previdência Social (RPS). Se o segurado que recebe aposentadoria especial retornar 
ou permanecer em atividade sob condições especiais poderá ter o benefício suspenso. 
Ele poderá, no entanto, trabalhar em setores não enquadrados como especiais. 
O aposentado que voltar ao trabalho terá direito aos seguintes benefícios 
previdenciários: salário-família, salário-maternidade e reabilitação profissional. Em 
regra, a carência exigida é de 180 contribuiçoes mensais. Todavia, para os segurados 
inscritos na Previdencia Social Urbana até 24 de julho de 1991, bem como os 
trabalhadores e empregados rurais antes amparados pela Previdência Social Rural, 
observa-se a regra de transição prevista no art. 142 da Lei 8.213, de 1991. 
A renda mensal inicial da aposentadoria especial é de 10% do salário de 
benefício. Ainda sobre aposentadoria, o IBGE levantou recentemente o peso das 
aposentadorias dos servidores públicos para as famílias brasileiras, constatou que, 
entre os mais ricos com renda familiar superior a R$ 10.375,00, esses benefícios 
representam 9% dos ganhos mensais, mas para as famílias mais pobres, com renda 
de até R$ 830,00, o peso das aposentadorias e pensões da previdência pública é de 
apenas 0,9% , foi o que mostrou a última pesquisa do Pesquisa de Orçamentos 
Familiares (POF), divulgada em junho de 2010. Trata-se, assim, de um gasto que só 
beneficia os mais ricos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 99 
Um sistema que acaba permitindo altas aposentadorias de servidores 
públicos, incluindo o judiciário e o legislativo. Uma regulamentação eficiente ajudaria 
a combater a desigualdade do país. A maior política de seguridade social e de 
transferência de renda é a previdência. A economista Margarida Gutierrez, do centro 
de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está convencida de 
que a realidade mostrada pela POF é a prova de que o sistema previdenciário 
brasileiro precisa mudar. Desta forma, o sistema previdenciário se torna injusto, 
além de permitir a desigualdade social. 
 
 
5.5 ACIDENTE DE TRABALHO 
 
 
O art. 7°, XXVIII, da CF garante aos trabalhadores urbanos e rurais “seguro 
contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a 
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”. E o art. 201, § 10, 
determina que a lei ordinária “disciplinará a cobertura do risco de acidente do 
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e 
pelo setor privado” (incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). 
O art. 2° da Lei 6.367, de 1976, primitiva lei de acidentes de trabalho, 
estabelecia que: 
 
Acidente de trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a 
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional 
que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade do trabalho. 
 
De igual forma, o art. 19 da atual lei previdenciária que trata da definição de 
acidente de trabalho, Lei 8.213 de 1991, nos informa o que se pode entender por esta 
ocorrência, estabelecendo seus elementos caracterizadores, como veremos a seguir. 
 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da 
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII 
do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
Assim, para fins de cobertura previdenciária, o acidente do trabalho está 
definido no art. 19 do PBPS. Ressalte-se que, para a lei há pouco mencionada, 
conforme dispõe o seu art. 20, as doenças do trabalho e as doenças profissionais 
também são consideradas acidente de trabalho, entendendo-se por: 
 doença profissional, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação 
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
 doença do trabalho, aquela adquirida ou desencadeada em função de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 
diretamente, constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e 
da Previdência Social. 
O art. 21 equipara outros eventos a acidente do trabalho. De maneira geral, 
podemos definir doenças profissionais como patologias típicas e inerentes a certos e 
determinados grupos profissionais, em que a doença relaciona-se com as atividades 
específicas desenvolvidas. Como exemplo, temos a possibilidade de ocorrência de 
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) em digitadores ou 
operadores de caixas. 
Já as doenças do trabalho são patologias adquiridas em razão da exposição 
do trabalhador a determinados agentes nocivos à sua saúde, presentes no ambiente 
de trabalho, como por exemplo, a perda da capacidade auditiva de um carpinteiro de 
construção civil, que opere equipamento de corte (serra circular), e esteja exposto 
ao ruído durante sua vida laboral sem qualquer espécie de proteção. 
Para a Lei 8.213, existem algumas doenças que, devido a suas 
características, não são consideradas como doenças do trabalho, são elas: 
 a doença degenerativa; 
 a inerente ao grupo etário; 
 a que não produza incapacidade laborativa; 
 a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que 
ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou 
contato direto determinado pela natureza do trabalho. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 101 
Além do acidente típico e das doenças ocupacionais (doença do trabalho e 
doença profissional), a Lei 8.213, de 1991, ainda traz em seu art. 21 a relação de 
outras situações que, ligadas ao trabalho ou originadas no mesmo, são 
consideradas como acidente do trabalho, são os chamados acidentes de trabalho 
por equiparação: 
 ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros
ou 
companheiros de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por 
motivo de disputa relacionada ao trabalho; 
 ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiros ou de 
companheiro de trabalho; 
 desabamento, inundações, incêndio e outros casos fortuitos ou 
decorrentes de força maior; a doença proveniente de contaminação 
acidental do empregado no exercício de sua atividade. 
De igual forma, o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e 
horário de trabalho, poderá ser considerado como acidente de trabalho quando o 
empregado estiver: 
 na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da 
empresa; 
 na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar 
prejuízo ou proporcionar proveito; 
 em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando 
financiada por estar dentro de seus planos para melhor capacitação da mão 
de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive 
veículo de propriedade do segurado; 
 no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, 
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do 
segurado; 
 nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da 
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou 
durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 102 
Em relação ao acidente de trajeto ou de percurso, é importante frisar que, 
para a legislação previdenciária, basta a comprovação de que o empregado estava 
no seu trajeto habitual independentemente do meio que utilizava, no dia do acidente, 
para se locomover. Todo e qualquer acidente de trabalho deverá ser comunicado à 
previdência social, independentemente se houve ou não afastamento do trabalhador 
de suas atividades laborais. A CAT encontra seu fundamento legal de existência no 
art. 22 da Lei 8.213, de 1991, e no art. 336 do Decreto 3.048, de 1999, com 
finalidade de informar a previdência social o acidente ocorrido com o trabalhador; 
fornecer dados para a mesma e, assim, garantir ao segurado o acesso fácil e rápido 
aos benefícios previdenciários. 
Sendo assim, o acidente de trabalho deverá ser comunicado da seguinte 
forma: 
 Por meio do formulário próprio de Comunicação de Acidente do Trabalho 
(CAT), adquirido nas papelarias, nas Agências da Previdência Social ou na 
Internet. 
A CAT poderá ser preenchida por meio de formulário, e em quatro vias, 
devendo ser protocolada no posto de benefícios da previdência social mais próximo 
à residência do empregado, sendo, ao final, fornecida cópia da mesma ao 
trabalhador. A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a 
este comunicar ao segurado ou seu dependente em qual Agência da Previdência 
Social foi registrado a CAT. 
Ao contrário do que se pensa, o simples fato de emitir a CAT não gera por si 
só o direito à estabilidade, ou melhor dizendo, à garantia de emprego do acidentado. 
Esta garantia está condicionada ao fato de o empregado estar afastado por mais de 
15 dias e ter recebido o benefício previdenciário chamado auxílio doença 
acidentário, conforme o art. 118 da Lei 8.213 de 1991. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 103 
 
 
5.6 FATOR PREVIDENCIÁRIO E REAJUSTE PARA OS APOSENTADOS 
 
 
O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa 
de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. A expectativa 
de sobrevida do segurado na idade da aposentadoria será obtida a partir da tábua 
completa de mortalidade, construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE), para toda a população brasileira, considerando-se a média 
nacional única para ambos os sexos. 
Fator previdenciário é uma regra que reduz o valor da aposentadoria de 
quem para de trabalhar mais cedo. Leva em conta o tempo de contribuição de cada 
segurado, a expectativa de vida e a idade atual da pessoa. 
Foi criado em 1999 para conter o desequilíbrio nas contas da previdência 
social, que sofria porque cada vez mais pessoas passaram a requerer o benefício e 
cada vez mais cedo. O fim do fator previdenciário foi aprovado pelo Senado em maio 
de 2010, essa mudança na regra para o cálculo da aposentadoria já tinha passado 
pela Câmara e, no entanto, foi vetada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
Assim, a proposta que derruba a existência do fator previdenciário foi 
aprovada no Senado e na Câmara dos Deputados. Sem o fator previdenciário, 
calcula-se a média dos 80% maiores salários, o resultado será o valor recebido 
mensalmente quando o segurado se aposentar. Com o fator previdenciário, calcula-
se a média dos 80% salários. 
No caso das aposentadorias por tempo de contribuição, o resultado da 
média é multiplicado pelo fator previdenciário, de acordo com a tabela do Ministério 
da Previdência. Na tabela, os valores variam de 0,195 a 2,244. Valores menores que 
1 reduzem o benefício, e valores maiores que 1 aumentam o benefício. Para quem 
já se aposentou, caso o fator previdenciário seja extinto definitivamente, existe um 
entendimento jurídico de que a regra que vale é o da época em que o benefício foi 
concedido, logo, quem já se aposentou com benefício menor por conta do fator, 
provavelmente, não conseguirá aumentá-lo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 104 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais