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REVISÃO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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PROFESSORA ANA CAROLINE N. G. OKAZAKI 
REVISÃO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
ENADE 2015 
1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Direito das Obrigações ou Direito Obrigacional é o ramo do Direito Civil que estuda as espécies 
obrigacionais, suas características, efeitos e extinção. 
Já a expressão Obrigação, caracteriza-se na relação jurídica de vínculo pessoal (credor e 
devedor) e transitório cujo objeto consiste numa prestação de dar, fazer ou não fazer. 
 
Difere-se do dever, pois este não carece da sujeição de uma das partes. O dever refere-se a 
uma alta probabilidade da concretização de um determinado comportamento, através da análise 
da interação entre a parte e a situação bem como a previsão de seu desenrolar. O dever aprecia 
o resultado do livre-arbítrio individual e não tenta influir decisivamente neste, no que se diferencia 
da obrigação. Esta, se exprime através do crédito, débito, dívida, fundamento ou fonte de um 
direito, instrumento que corporifica o direito, encargo, compromisso, imposição, títulos que 
representam créditos ou valores, toda relação que liga um devedor a um credor. 
2) ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA OBRIGACIONAL 
As obrigações são constituídas de elementos subjetivos, objetivos e de um vínculo jurídico. 
A) Subjetivo: Sujeito 
* Ativo: que pode exigir a prestação: credor. 
 
 
* Passivo: que está obrigado a prestar: devedor. 
Os sujeitos podem ser: 
- Pessoa Física ou Jurídica 
- Capaz ou Incapaz 
- Sujeito Determinado ou Indeterminado 
- Sujeito Individual e Sujeito Coletivo (solidariedade) 
- Sujeito Público ou Privado 
B) Objetivo: Objeto 
Formado pelo objeto da obrigação: a prestação a ser cumprida. 
- Objeto Imediato: É uma conduta, uma ação, uma atividade. 
*A Conduta pode ser: 
 -positiva: dar, pagar, entregar, fazer... 
 -negativa: não agir, não fazer, não pagar, não dar... 
 - Objeto Mediato: Bem material ou imaterial relacionado à conduta do agente. 
Podem ser: 
1) Dar algum bem - Ex: pagamento em dinheiro, entrega de veículo . 
2) Fazer algo – Ex: serviço, atividade ... 
3) Não fazer algo – Abster do exercício de um direito ... 
 
*Requisitos de validade do objeto (104, CC) 
C) Vínculo Jurídico: 
Determinação que sujeita o devedor a cumprir determinada prestação em favor do credor. 
3) CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
1. Quanto a natureza de seu objetos: dar, fazer e não fazer; 
2. Quanto o modo de execução (ou quanto ao objeto): simples, cumulativa, alternativa e 
facultativa; 
 
 
3. Quanto ao tempo de adimplemento: instantânea, execução continuada, execução diferida; 
4. Quanto ao fim (ou quanto ao conteúdo): de meio, de resultado; 
5. Quanto aos elementos: acidentais, condicional, modal e a termo; 
6. Quanto aos sujeitos: divisível, indivisível e solidária; 
7. Quanto a liquidez do objeto: líquida ou ilíquida; 
8. Quanto exigibilidade: civis, naturais. 
9. Obrigações Propter Rem 
 
3.1) Quanto a natureza de seu objeto 
1. Obrigação de dar - Pode ser coisa certa ou incerta. No primeiro caso, o devedor não pode 
trocar a coisa contratada por outra; no segundo caso a coisa é determinada pelo gênero e 
quantidade, cabendo a ESCOLHA AO DEVEDOR, se o contrário não decorrer do contrato. 
Quando realizada a escolha (CONCENTRAÇÃO), passa a ser tratada como uma obrigação de 
dar coisa certa. 
2. Dar a coisa certa - A coisa certa é perfeitamente identificada e individualizada em suas 
características. É quando em sua identificação houver indicação da quantidade do gênero e de 
sua individualização que a torne única. 
3. Dar a coisa incerta - Quando a especificação da coisa não é dada de uma primeiro 
momento, porém gênero e quantidade são determinados (por exemplo: entrega de 10 touros. 
Não se determinou a raça específica mas o gênero - touros - e quantidade - 10 -). 
4. Restituir - É a devolução da posse da coisa emprestada. 
5. Obrigação de fazer - consiste na prestação de um serviço por parte do devedor. 
6. Obrigação de não fazer - o devedor se abstém de um direito ou ação que poderia exercer 
(ex: uma pessoa que adquire determinado terreno para construção e assume a obrigação de não 
edificar imóvel com altura superior a 10 metros. A pessoa tinha todo direito/ação de construir a 
casa na altura que pretendesse, mas se obriga a NÃO fazer). 
7. Quanto ao modo de execução 
a) Simples - Tem por objeto a entrega de uma só coisa ou execução de apenas um ato. 
b) Cumulativa - Obrigação conjuntiva de duas ou mais prestações cumulativamente exigíveis, o 
devedor exonera-se com o prestar das prestações de forma conjunta (regra do "E" = por exemplo, 
um contrato de aluguel onde ao término o devedor se obriga a entregar o imóvel reformado E 
pintado E com piso novo. Somente todas as cláusulas em conjunto satisfazem a obrigação). 
 
 
c) Facultativa - Obrigações com faculdade alternativa de cumprimento. Concede ao devedor 
possibilidade de substituir o objeto prestado por outro de caráter subsidiário, já estabelecido na 
relação obrigacional. 
d) Alternativa - Caracteriza-se pela multiplicidade dos objetos devidos. Mas, diferentemente da 
obrigação cumulativa, na qual também há multiplicidade de objetos devidos e o devedor só se 
exonera da obrigação entregando todos. (regra do "OU" = por exemplo, contrato de aluguel onde 
ao término o devedor se obriga a entregar o imóvel reformado OU pintado OU piso novo. A 
execução de qualquer uma das cláusulas satisfaz a obrigação). 
8. Quanto ao tempo de adimplemento 
a) Instantânea - Se consuma num só ato em certo momento, como, por exemplo, a entrega de 
uma mercadoria; nela há uma completa exaustão da prestação logo no primeiro momento de 
seu adimplemento. 
b) Execução continuada - Caracteriza-se pela prática ou abstenção de atos reiterados, 
solvendo-se num espaço mais ou menos longo de tempo - por exemplo, a obrigação do locador 
de ceder ao inquilino, por certo tempo, o uso e o gozo de um bem infungível, e a obrigação do 
locatário de pagar o aluguel convencionado. 
c) Execução diferida - exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente da 
instantânea, sua execução deverá ser realizada em momento futuro. 
9. Quanto ao fim 
a) De meio - o sujeito passivo da obrigação utiliza os seus conhecimentos, meios e técnicas para 
alcançar o resultado pretendido sem, entretanto, se responsabilizar caso este não se produza. 
Como ocorre nos casos de contratos com advogados, os quais devem utilizar todos os meios 
para conseguir obter a sentença desejada por seu cliente, mas não será responsabilizado se não 
atingir este objetivo. Há exceção. 
b) De resultado - o sujeito passivo não somente utiliza todos os seus meios, técnicas e 
conhecimentos necessários para a obtenção do resultado como também se responsabiliza caso 
este seja diverso do esperado. Sendo assim, o devedor (sujeito passivo) só ficará isento da 
obrigação quando alcançar o resultado almejado. Como exemplo os contratos de empresas de 
transportes, que têm por fim entregar tal material para o credor (sujeito ativo) e se, embora 
utilizado todos os meios, a transportadora não efetuar a entrega (obter o resultado), não estará 
exonerada da obrigação. 
10. Quanto aos elementos 
 
 
a) Acidental - são estipulações ou cláusulas acessórias que as partes podem adicionar em seu 
negócio para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais (condição, modo, 
encargo ou termo). 
b) Condicional - são aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto 
para atingir seus efeitos. 
c) Modal - o encargo não suspende a "aquisição nem o exercício do direito, salvo quando 
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva", de 
acordo com o artigo 136 do CódigoCivil. 
d) A termo - submetem seus efeitos a acontecimentos futuros e certos. O termo pode ser final 
ou inicial, dependendo do acordo produzido. 
11. Quanto aos sujeitos 
a) Divisível - é aquela suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância e de 
seu valor; trata-se de divisibilidade econômica e não material ou técnica; havendo multiplicidade 
de devedores ou de credores em obrigação divisível, este presumir-se-á dividida em tantas 
obrigações, iguais e distintas. 
b) Indivisível - é aquela cuja prestação só poder ser cumprida por inteiro, não comportando sua 
cisão em várias obrigações parceladas distintas, pois, uma vez cumprida parcialmente a 
prestação, o credor não obtém nenhuma utilidade ou obtém a que não representa parte exata da 
que resultaria do adimplemento integral; pode ser física (obrigação restituir coisa alugada, findo 
o contrato), legal (concernente às ações de sociedade anônima em relação à pessoa jurídica), 
convencional ou contratual (contrato de conta corrente), e judicial (indenizar acidentes de 
trabalho). 
c) Solidária - é aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou de devedores, ou uns e 
outros, cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se fosse o único credor, ou cada 
devedor estará obrigado pelo débito todo, como se fosse o único devedor; se caracteriza pela 
coincidência de interesses, para satisfação dos quais se correlacionam os vínculos constituídos. 
12. Quanto a liquidez 
a) Líquida - é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa 
por um algarismo ou algo que determine um número certo. 
b) Ilíquida - depende de prévia apuração, já que o montante da prestação apresenta-se incerto. 
Conforme art. 947 CC/02 
12. Quanto a exigibilidade 
a) Civis - é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, mediante ação 
judicial. 
 
 
b) Natural - permite que o devedor não a cumpra e não dá o direito ao credor de exigir sua 
prestação. Entretanto, se o devedor realizar o pagamento da obrigação, não terá o direito de 
requerê-la novamente, pois não cabe o pedido de restituição. 
13. Obrigações Propter Rem 
Constituem um misto de direito real (das coisas) e de direito pessoal, sendo também classificadas 
como obrigações híbridas. Obrigação propter rem é aquela que recai sobre determinada pessoa 
por força de determinado direito real. Existe somente em decorrência da situação jurídica entre 
a pessoa e a coisa. Por exemplo, a obrigação do proprietário efetuar o pagamento do IPTU ou 
do condomínio. 
 
4 – OBRIGAÇÃO DE DAR: COISA CERTA E INCERTA 
1. Obrigação De Dar (Entregar) 
A obrigação de dar indica o dever de transferir ao credor alguma coisa ou alguma quantia. 
No entanto, de acordo com a opção legislativa vigente, a obrigação de dar não importa na 
transferência efetiva da coisa, mas apenas num comprometimento de sua entrega. Isso reflete 
uma reminiscência do Direito Romano onde a obrigação de dar refletia apenas um crédito e não 
um direito real. 
É importante compreender que a obrigação de dar gera apenas um direito à coisa e não 
exatamente um direito real. No nosso sistema jurídico, para que se aperfeiçoe a propriedade 
quando derivada de uma obrigação, mister se faz a transcrição do título no Registro de Imóveis 
(quando se tratar de bem imóvel), ou a tradição da coisa (quando o bem objeto da prestação for 
móvel). 
 
2- Tradição 
- Conceito: ato pelo qual o indivíduo transfere determinada coisa (entrega ou restituição). 
- Formas de tradição: a) real 
 b) simbólica 
 c) ficta (constituto possessório). 
 Regra (art. 237) 
 
3. Espécies De Obrigações De Dar: a) Dar coisa certa (arts. 233 a 242) 
 b) Dar coisa incerta. (arts. 243 a 246) 
 
3.1. Obrigação De Dar Coisa Certa 
 
 
 
♦ Conceito de coisa certa: objeto mediato individualizado (possui identidade). 
♦ Espécies de obrigações de dar: entregar e restituir 
♦ Acessórios: (art. 233, CC): 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, 
salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. 
 
♦ Perecimento: a) Perda: Perecimento Total 
 b) Deterioração: Perecimento Parcial 
 
3.1.a) Nas obrigações de entregar: (Art. 234, CC). 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da 
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; 
se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e 
danos. 
♦ Perda: • Sem Culpa: resolve a obrigação (extingue-se a obrigação de dar) 
 • Com culpa do devedor: responderá pelo equivalente + PD 
 
♦ Deterioração: (235 e 236): 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no 
estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas 
e danos. 
 
Sem Culpa: resolve a obrigação ou aceita a coisa com abatimento. 
Com Culpa do Devedor: equivalente e mais perdas e danos. 
 
3.1.b) Nas Obrigações de Restituir (238 e 239): 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes 
da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos 
até o dia da perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais 
perdas e danos. 
 
 
 
♦ Perda: Sem culpa do devedor: – Credor sofre a perda. 
 • Com culpa do devedor: - Responde o equivalente e mais perdas e danos. 
 
♦ Deterioração: (240): 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual 
se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 
239. 
Sem culpa do devedor: Prejuízo do credor 
 •Com culpa do devedor: (241b, 239) Equivalente mais perdas e danos. 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais 
perdas e danos. 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa 
ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
3.2. Obrigações De Dar Coisa Incerta 
• Coisa incerta: está identificada apenas por seu gênero e não está especificado. 
• Concentração: é o ato de escolha da coisa. 
• Parâmetros da escolha: é o TERMO MÉDIO, não pode dar o pior. 
• Efeitos: determina a qualidade. A coisa torna-se certa. 
•Regra (art. 246): antes da concentração o devedor não pode alegar perda ou deterioração. 
 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao 
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem 
será obrigado a prestar a melhor. 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda 
que por força maior ou caso fortuito. 
 
5 – OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER 
 
5.1. Considerações Iniciais 
 - Conceito: o devedor se compromete a prestar alguma tarefa. A obrigação de fazer importa 
numa atividade do devedor, seja ela eminentemente física ou intelectual. Da mesma forma que 
a obrigação de dar, trata-se de uma obrigação positiva. 
 - Objeto: um comportamento, uma atividade física, intelectual, artístico, científico. 
 - Inadimplemento: devedor não pode ser coagido,então, P+D. 
 
5.1.1. Espécies 
 
 
a) Obrigação de Fazer Infungível 
 intuitu personae (personalíssimas) 
 somente pode ser realizada por aquele Sujeito Passivo. 
 Leva em conta as características, as particularidades do Sujeito Passivo. 
 A substituição não é admissível. 
 
b) Obrigação de Fazer Fungível 
 Não leva em conta as características, as particularidades do Sujeito Passivo. 
 Obrigação se satisfaz desde que a atividade seja realizada. 
 Admite a substituição do executor. 
 
5.1.2. Efeitos da Inexecução das Obrigações de Fazer 
a) Motivada por impossibilidade de cumprir 
 Sem culpa do devedor: resolve a obrigação (status quo) – art. 248 
 Com culpa do devedor: perdas e danos 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a 
obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
 
b) Motivada pela recusa em cumprir: 
 Obrigações personalíssimas: perdas e danos – art. 247 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação 
a ele só imposta, ou só por ele exequível. 
 Obrigações não personalíssimas: terceiro executa por conta – art. 249 
 Ação cominatória: art. 633 do CPC 
 Pena astreinte: multa cominatória diária. 
 Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo 
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização 
cabível. 
 Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de 
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. 
 
5.2. Obrigação De Não Fazer 
 
5.2.1. Conceito: uma abstenção do Sujeito Passivo, uma omissão em relação a uma atividade. 
 
 
5.2.2 Inadimplemento: se configura com a prática do ato. 
5.2.3. Efeitos do inadimplemento 
a) Motivada por impossibilidade de abstenção: resolve a obrigação (art. 250) 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. 
b) Motivada pela simples recusa: desfazimento do ato pelo próprio devedor ou por sua conta + 
PD (art. 251) 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele 
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. 
 
6 - OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS, DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
 
6.1. Noções Gerais 
♦ Obrigação Simples - Quando há apenas uma obrigação. Se existe apenas uma prestação 
designa obrigação simples. 
♦ Obrigações Complexas: Reúne no mesmo vínculo jurídico mais de uma obrigação. As 
obrigações complexas se classificam em: 
• Cumulativas ou conjuntivas: mais de uma prestação (P1 e P2) 
• Alternativas ou disjuntivas: mais de uma prestação (P1 ou P2) 
 
6.2. Obrigações Alternativas 
Concentração: art. 252: Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se 
outra coisa não se estipulou. 
a) Perda/inexequibilidade de uma das prestações: art. 253 – subsistência da segunda 
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada 
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. 
b) Impossibilidade de todas as prestações (culpa e concentração do devedor): art. 254 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não 
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se 
impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. 
c) Impossibilidade de uma das prestações (com culpa do devedor e concentração do credor): 
art. 255 a 
 
 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por 
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com 
perdas e danos; 
d) Impossibilidade de todas as prestações (com culpa do devedor e concentração do 
credor): art. 255 b 
(...) se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor 
reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. 
e) Impossibilidade de todas as prestações (sem culpa do devedor): art. 256 – extinção da 
obrigação 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á 
a obrigação. 
 
6.3. Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 
 - Conceito de indivisibilidade (art. 258) 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico. 
 - Espécies de indivisibilidade: a) quanto à natureza (ex. cavalo) 
 b) por motivo de ordem econômica (ex. zoneamento) 
 c) por convenção 
 
 - Efeitos da indivisibilidade: a) Pluralidade de devedores e divisibilidade: art. 257 
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta 
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. 
 b) Pluralidade de devedores e indivisibilidade: art. 259 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será 
obrigado pela dívida toda. 
 c) Pluralidade de credores e indivisibilidade: art. 260 e 261 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o 
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá 
o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. 
 
 d) Remissão da dívida indivisível (art. 262) 
 
 
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; 
mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
 e) Resolução em PD (Art. 263) e efeitos (parágrafos) 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão 
todos por partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas 
e danos. 
 
7. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
7.1 Solidariedade 
- Conceito (art. 264) 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais 
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
- Espécies de Solidariedade: a) Ativa: pluralidade de credores 
 b) Passiva: pluralidade de devedores 
- Princípios regentes: 
 a) solidariedade não se presume (art. 265) 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 b) solidariedade não significa identidade (art. 266) 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. 
 
7.2. Regras da Solidariedade Ativa 
 - Qualquer Credor pode exigir a dívida toda (art. 267) 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro. 
 - O devedor pode pagar a qualquer um dos credores (art. 268) 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a 
qualquer daqueles poderá este pagar. 
 - O pagamento a qualquer credor extingue a dívida (art. 269) 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do 
que foi pago. 
 - A solidariedade ativa não acompanhaa sucessão hereditária (art. 270) 
 
 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito 
a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a 
obrigação for indivisível. 
 - A solidariedade acompanha a conversão em PD (art. 271) 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a 
solidariedade. 
 - O credor que remitir ou receber responde aos demais (art. 272) 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros 
pela parte que lhes caiba. 
 - Inoponibilidade das exceções pessoais (art. 273) 
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis 
aos outros. 
 
7.3 – Regras da Solidariedade Passiva 
 
 - Credor pode exigir a dívida toda de qualquer um dos devedores (art. 275) 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou 
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor 
contra um ou alguns dos devedores. 
 - A solidariedade passiva não acompanha a sucessão hereditária (art. 276) 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será 
obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a 
obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em 
relação aos demais devedores. 
 - Se o credor perdoar a dívida de um dos devedores, os demais continuam obrigados, 
descontando-se o valor perdoado (art. 277) 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não 
aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. 
 - Ônus sobre um co-devedor não se transmite aos demais, sem consentimento (art. 278) 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores 
solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. 
 - Impossibilidade da prestação por culpa de um dos devedores (art. 279) 
 
 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste 
para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
 - Todos respondem pelos juros, mas o culpado deve ressarcir regressivamente (art. 280) 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido 
proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. 
 - A exceções pessoais só aproveitam ao interessado (art. 281) 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as 
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. 
 - Credor pode exonerar qualquer devedor da solidariedade (art. 282) 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os 
devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos 
demais. 
 - Devedor que paga a dívida toda, tem direito de regressar contra todos (art. 283) 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, 
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. 
 - A cota parte do devedor solidário insolvente deverá ser dividida entre todos (art. 283 e 284) 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da 
solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. 
 - O devedor interessado é o verdadeiro responsável (art. 285) 
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este 
por toda ela para com aquele que pagar. 
 
8- EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
8.1 Modos de Extinção das Obrigações 
8.1.1) Meios de solver as obrigações: extingue-se a obrigação: a) pelo pagamento direto ou 
execução voluntária da obrigação pelo devedor; b) pelo pagamento indireto; c) pela prescrição, 
pela impossibilidade de execução sem culpa do devedor e pelo implemento de condição ou termo 
extintivo; d) pela execução forçada, em virtude de sentença. 
8.1.2) Pagamento ou modo direto de extinguir a obrigação (arts. 308 e seguintes, CC) 
Conceito: é a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da prestação devida ao credor, 
no tempo, forma e lugar previstos no título constitutivo. 
 
 
Requisitos essenciais: existência de vínculo obrigacional; intenção de solver este vínculo, 
cumprimento da prestação, presença da pessoa que efetua o pagamento (solvens); presença 
daquele que recebe o pagamento (accipiens). 
Tempo do pagamento (Art. 331 e ss, CC): o momento em que se pode reclamar a dívida 
designa-se vencimento; se há determinação negocial a respeito, sendo que as partes estipularam 
data para o cumprimento da dívida, esta deverá ser paga no seu vencimento, sob pena de 
incorrer em mora e em suas consequências; se a omissão do vencimento, isto é, se as partes 
não ajustaram data para o pagamento, o credor, poderá exigi-lo imediatamente. 
8.1.3) Lugar do pagamento: é o local do cumprimento da obrigação, está, em regra, indicado 
no título constitutivo do negócio jurídico, ante o princípio da liberdade de eleição, uma vez que é 
permitido aos contraentes especificarem o domicílio onde se cumprirão os direitos e deveres 
deles resultantes, não só convencionando o lugar onde a prestação deverá ser realizada, mas 
também determinando a competência do juízo que deverá conhecer das ações oriundas do 
inadimplemento desses contratos; porém, se nada convencionarem a respeito, o pagamento 
deverá ser efetuado no domicílio do devedor (art. 327). (Pagamento portable x quérable). 
8.1.4) Prova do pagamento: uma vez solvido o débito, surge o direito do devedor receber do 
credor um elemento que prove que o pagou, que é a quitação regular; de reter o pagamento 
enquanto esta não lhe for dada, ou de consignar em pagamento, ante a recusa do credor em dar 
a quitação, citando o credor para esse fim, de forma que o devedor ficará quitado pela sentença 
que condenar o credor. 
Observações: 
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não 
provar que em benefício dele efetivamente reverteu. 
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as 
circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. 
8.1.7) Pagamento Indireto 
Pagamento por consignação (Arts. 334 e ss, CC): é o meio indireto do devedor exonerar-se 
do liame obrigacional, consistente no depósito judicial da coisa devida, nos casos e formas legais; 
é um modo especial de liberar-se da obrigação, concedido por lei ao devedor, se ocorrerem 
certas hipóteses excepcionais, impeditivas do pagamento; apenas nos casos previstos em lei 
poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou 
 
 
da coisa devida); o art. 890 e ss, do CPC, dispõe sobre o procedimento da consignação em 
pagamento. 
Pagamento com sub-rogação (Arts, 346 e ss, CC): a sub-rogação pessoal vem ser a 
substituição, nos direitos creditórios, daquele que solveu obrigação alheia ou emprestou a 
quantia necessária para o pagamento que satisfez o credor; não se terá, portanto, extinção da 
obrigação, mas substituição do sujeito ativo, pois o credor passará a ser o terceiro;é uma forma 
de pagamento que mantém a obrigação, apesar de haver a satisfação do primitivo credor; poderá 
ser legal ou convencional (resultante do acordo de vontades entre o credor e terceiro ou entre o 
devedor e o terceiro); tanto na sub-rogação legal como na convencional passam ao novo credor 
todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o credor 
principal e os fiadores 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias 
do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, 
senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. 
Imputação do pagamento (Arts. 352 e ss, CC): é a operação pelo qual o devedor de dois ou 
mais débitos da mesma natureza a um só credor indica qual deles (débito) o pagamento 
extinguirá, por este ser insuficiente para solver a todos; pressupõe os seguintes requisitos: 
existência dualidade ou pluralidade de dívidas; identidade de credor e de devedor (as diversas 
relações negociais devem vincular um mesmo devedor a um credor); igual natureza dos débitos 
(deve ser indiferente para o credor receber uma ou outra); suficiência do pagamento para 
resgatar qualquer das dívidas; é um meio indireto de pagamento; logo, seu efeito, é de operar a 
extinção do débito a que se dirige, com todas as garantias reais e pessoais. 
Dação em pagamento (Arts. 356, e ss, CC): é um acordo liberatório, feito entre credor e 
devedor, em que o credor consente na entrega de uma coisa diversa da avençada; é o 
cumprimento da obrigação, pela aceitação, por parte do credor, de coisa dada pelo devedor em 
lugar da devida; os requisitos imprescindíveis para sua configuração são: a) existência de um 
débito vencido; b) animus solvendi; c) diversidade de objeto oferecido em relação ao devido; d) 
concordância do credor na substituição; seu efeito é produzir a extinção da dívida, qualquer que 
seja o valor do objeto ofertado em lugar do convencionado. 
 
 
Novação (Art. 360, e ss, CC): é o ato que cria uma nova obrigação, destinada a extinguir a 
precedente, substituindo-a; é a conversão de uma dívida por outra para extinguir a primeira; é 
simultaneamente causa extintiva e geradora de obrigações. 
Compensação (Art. 368, e ss, CC): é um meio especial de extinção de obrigação, até onde se 
equivalerem, entre pessoas que são, ao mesmo tempo, devedoras e credoras uma da outra; 
seria a compensação o desconto de um débito a outro ou a operação de mútua quitação entre 
credores recíprocos; pode ser legal; convencional e judicial. 
Transação (Art. 840, e ss, CC): é um negócio jurídico bilateral, pelo qual as partes interessadas, 
fazendo-se concessões mútuas, previnem ou extinguem obrigações duvidosas ou litigiosas; seria 
uma composição amigável entre os interessados sobre seus direitos , em que cada qual abre 
mão de parte de suas pretensões, fazendo cessar as discórdias; seus elementos constitutivos 
são: a) acordo de vontade entre os interessados; b) Existência de litígio ou de dúvida sobre os 
direitos das partes, suscetíveis de serem desfeitos; c) intenção de pôr termo à res dubia ou 
litigiosa; d) reciprocidade de concessões; e) prevenção ou extinção de um litígio ou de uma 
dúvida; apresenta os seguintes caracteres, é indivisível, é de interpretação restrita e é negócio 
jurídico declaratório; poderá ser judicial, se se realizar no curso de um processo, recaindo sobre 
direitos contestados em juízo; extrajudicial, mediante convenção dos interessados; a transação 
só é permitida em relação a direitos patrimoniais de caráter privado, suscetíveis de 
circulabilidade. 
Confusão (Art. 381 e ss, CC): é a aglutinação, em uma única pessoa e relativamente à mesma 
relação jurídica, das qualidades de credor e devedor, por ato inter vivos ou causa mortis, 
operando a extinção do crédito; os requisitos essenciais são: a) unidade da relação obrigacional, 
que pressupõe, a existência do mesmo crédito ou da mesma obrigação; b) união, na mesma 
pessoa, das qualidades de credor e devedor, pois apenas quando a pretensão e a obrigação 
concorrem no mesmo titular é que se terá a confusão; c) ausência de separação dos patrimônios. 
Remissão das dívidas (Art. 385 e ss, CC): é liberação graciosa do devedor pelo credor, que 
voluntariamente abre mão de seus direitos creditórios, com o escopo de extinguir a obrigação, 
mediante o consentimento expresso ou tácito do devedor; é um direito exclusivo do credor de 
exonerar o devedor; todos os créditos, seja qual for a sua natureza, são suscetíveis de serem 
remidos, desde que visem o interesse do credor e a remissão não prejudique interesse público 
ou de terceiro; poderá ser total ou parcial e expressa ou tácita; ter-se-á remissão de dívida 
presumida pela entrega voluntária do título da obrigação por escrito particular e a entrega do 
objeto empenhado. 
 
 
8.1.8) Extinção da relação obrigacional sem pagamento 
Prescrição (Art. 189 e ss, CC): é um dos modos extintivos da obrigação sem que o devedor 
cumpra a prestação; tem por objeto a ação, por ser uma exceção oposta ao seu exercício com a 
finalidade de extingui-la e tendo por fundamento um interesse jurídico-social; é uma pena para o 
negligente. que deixa de exercer seu direito de ação dentro de certo prazo, diante de uma 
pretensão resistida. 
Condição resolutiva ou de termo extintivo: é um pacto inserido no negócio jurídico para 
modificar o efeito da relação obrigacional, de forma que, enquanto a condição não se realizar, 
vigorará a obrigação, mas a sua verificação extinguirá, para todos os efeitos, o liame 
obrigacional; o termo final ou resolutivo determina a data de cessação dos efeitos do negócio 
jurídico. 
8.1.9) Consequências da inexecução das obrigações por fato imputável ao devedor 
Inadimplemento voluntário: ter-se-á o inadimplemento da obrigação quando faltar a prestação 
devida, isto é, quando o devedor não a cumprir, voluntária ou involuntariamente; se o 
descumprimento resultar de fato imputável ao devedor, haverá inexecução voluntária, que 
poderá ser dolosa, ou resultar de negligência, imprudência ou imperícia do devedor. 
Responsabilidade contratual do inadimplente: todo aquele que voluntariamente infringir dever 
jurídico, estabelecido em lei ou em relação negocial, causando prejuízo a alguém, ficará obrigado 
a ressarci-lo; havendo liame obrigacional, a responsabilidade do infrator, designar-se-
á responsabilidade contratual; não havendo vínculo obrigacional será extracontratual ou 
aquiliana. 
8.1.10) Mora – Art. 394, e ss CC: 
Conceito: considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento, e o credor que o não 
quiser receber no tempo, lugar e forma convencionados; a mora vem a ser não só a inexecução 
culposa da obrigação, mas também a injusta recusa de recebê-la no tempo, no lugar e na forma 
devidos. 
Mora solvendi ou mora do devedor: configura-se quando este não cumprir, por culpa sua, a 
prestação devida na forma, tempo e lugar estipulados; seu elemento objetivo é a não realização 
do pagamento no tempo, local e modo convencionados; o subjetivo é a inexecução culposa de 
sua parte; manifesta-se sob 2 aspectos: a) mora ex re, se decorrer de lei, resultando do próprio 
fato do descumprimento da obrigação, independendo, portanto, de provocação do credor; se 
houver vencimento determinado para o adimplemento, o próprio termo interpela em lugar do 
 
 
credor, assumindo o papel da intimação; b) mora ex persona, se não houver estipulação de termo 
certo para a execução da relação obrigacional; nesse caso, será imprescindível que o credor 
tome certas providências necessáriaspara constituir o devedor em mora (notificação, 
interpelação, etc.); pressupões os seguintes requisitos: a) exigibilidade imediata da obrigação; b) 
inexecução total ou parcial da obrigação; c) interpelação judicial ou extrajudicial do devedor; 
produz os seguintes efeitos jurídicos: a) responsabilidade o devedor dos prejuízos causados pela 
mora ao credor, mediante pagamento de juros moratórios legais ou convencionais, indenização 
do lucro cessante, reembolso das despesas e satisfação da cláusula penal, resultante do não-
pagamento; b) possibilidade do credor exigir a satisfação das perdas e danos, rejeitando a 
prestação, se por causa da mora ela se tornou inútil (§ único) ou perdeu seu valor; c) 
responsabilidade do devedor moroso pela impossibilidade da prestação, mesmo decorrendo de 
caso fortuito ou força maior. 
Mora accipiendi ou mora do credor: é a injusta recusa de aceitar o adimplemento da obrigação 
no tempo, lugar e forma devidos; são pressupostos: a) a existência de dívida positiva, líquida e 
vencida; b) estado de solvência do devedor; c) oferta real e regular da prestação devida pelo 
devedor; d) recusa injustificada, em receber o pagamento; e) constituição do credor em mora; 
tem como consequências jurídicas a liberação do devedor, isento de dolo, da responsabilidade 
pela conservação da coisa, a obrigação de ressarcir ao devedor as despesas efetuadas, a 
obrigação de receber a coisa pela sua mais alta estimação, se o valor oscilar entre o tempo do 
contrato e o do pagamento, e a possibilidade da consignação judicial da res debita pelo devedor. 
Mora de ambos: verificando-se mora simultânea, isto é, de ambos os contratantes, dá-se a sua 
compensação aniquilando-se reciprocamente ambas as moras, com a consequente liberação 
recíproca da pena pecuniária convencionada; imprescindível será a simultaneidade da mora, 
pois se for sucessiva, apenas a última acarretará efeitos jurídicos. 
Purgação da mora: é um ato espontâneo do contraente moroso, que visa remediar a situação 
a que se deu causa, evitando os efeitos dela decorrentes, reconduzindo a obrigação à 
normalidade; purga-se, assim, o inadimplente de suas faltas; é sempre admitida, exceto se lei 
especial regulamentar diferente, indicando as condições de emedar a mora 
Art. 401. Purga-se a mora: 
I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos 
decorrentes do dia da oferta; 
 
 
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos 
da mora até a mesma data. 
Cessação da mora: ocorrerá por um fato extintivo de efeitos pretéritos e futuros, como sucede 
quando a obrigação se extingue com a novação, remissão de dívidas ou renúncia do credor. 
8.1.11) Perdas e Danos Art. 402 e ss, CC 
Noções: O dano vem ser a efetiva diminuição do patrimônio do credor ao tempo em que ocorreu 
o inadimplemento da obrigação, consistindo na diferença entre o valor atual desse patrimônio e 
aquele que teria se a relação fosse exatamente cumprida; o dano corresponderia à perda de um 
valor patrimonial, pecuniariamente determinado; seriam as perdas e danos o equivalente do 
prejuízo suportado pelo credor, em virtude do devedor não ter cumprido a obrigação, 
expressando-se numa soma de dinheiro correspondente ao desiquilíbrio sofrido pelo lesado. 
Fixação da indenização de pernas e danos: As perdas e danos devidos ao credor abrangerão, 
além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar; para conceder 
indenização o magistrado deverá considerar de houve: 1º) dano positivo ou emergente, que 
consiste num deficit real e efetivo no patrimônio do credor, isto é, uma concreta diminuição em 
sua fortuna, seja porque se depreciou o ativo, seja porque aumentou o passivo, sendo, pois, 
imprescindível que o credor tenha, efetivamente, experimentado um real prejuízo, visto que não 
passíveis de indenização danos eventuais ou potenciais; 2º) Dano negativo ou Lucro 
cessante, alusivo à privação de ganho pelo credor, ou seja, ao lucro que ele deixou de auferir, 
em razão do descumprimento da obrigação pelo devedor; 3º) nexo de causalidade entre o 
prejuízo e a inexecução culposa ou dolosa da obrigação por parte do devedor, pois a dano, além 
de efetivo, deverá ser um efeito direto e imediato do ato ilícito do devedor. 
Liquidação do dano: tem por fim tornar possível a efetiva reparação do dano sofrido pelo 
lesado, fixando o montante da indenização de perdas e danos; a liquidação se fará por 
determinação legal, por convenção das partes e por sentença judicial. 
8.1.12) Cláusula Penal (Art. 408 e ss, CC) 
Conceito: é um pacto acessório, pelo qual as próprias partes contratantes estipulam, de 
antemão, pena pecuniária ou não, contra a parte infringente da obrigação, como consequência 
de sua inexecução culposa ou de seu retardamento, fixando, assim, o valor das perdas e danos, 
e garantindo o exato cumprimento da obrigação principal; tem uma função compulsória, por 
constituir um meio de forçar o cumprimento do avençado; visa punir uma conduta ilícita; seus 
caracteres são a acessoriedade, a condicionalidade, a compulsoriedade, a subsidiariedade, a 
 
 
ressarcibilidade, por constituir prévia liquidação de perdas e danos, e a imutabilidade relativa; 
pode ser compensatória ou moratória; seu requisitos são a existência de uma obrigação principal, 
a inexecução total da obrigação, a constituição em mora e a imputabilidade do devedor; seu 
efeito principal é o de sua exigibilidade pleno iure, no sentido de que independerá de qualquer 
alegação de prejuízo por parte do credor . 
 
9 - TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
9.1) Cessão (Art. 286, e ss, CC): é a transferência negocial, a título gratuito ou oneroso, de um 
direito, de um dever, de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens, com conteúdo 
predominantemente obrigatório, de modo que o adquirente (cessionário) exerça posição jurídica 
idêntica à do antecessor (cedente). 
9.1.1) Cessão de crédito: é um negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor 
de uma obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), 
independentemente do consentimento do devedor (cedido), sua posição na relação obrigacional, 
com todos os acessórios e garantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a extinção 
do vínculo obrigacional; poderá ser: a) gratuita ou onerosa; b) total ou parcial; c) convencional, 
legal ou judicial; d) “pro soluto” e “pro solvendo” (ter-se-á a primeira quando houver quitação 
plena do débito do cedente para o cessionário, operando-se a transferência do crédito, que inclui 
a exoneração do cedente; a segunda é a transferência de um direito de crédito, feita com intuito 
de extinguir a obrigação, que, no entanto, não se extinguirá de imediato, mas apenas se e na 
medida em que o crédito cedido for efetivamente cobrado). 
9.1.2) Requisitos: capacidade genérica para os atos comuns da vida civil e capacidade especial, 
reclamada para os atos de alienação, tanto do cedente como do cessionário; objeto lícito e 
possível, de modo que qualquer crédito poderá ser cedido, constante ou não de um título, esteja 
vencido ou por vencer, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei e a convenção 
com o devedor; não se exige formas específica para que se efetue a cessão, porém, para que 
possa valer contra terceiros, exceto nos casos de transferência de créditos, operados por lei ou 
sentença, será necessário que seja celebrada mediante instrumento público ou particular. 
9.1.3) Cessão de débito: é um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência 
expressa ou tácita do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que 
este assume sua posiçãona relação obrigacional, substituindo-o; realizar-se-á mediante 
expromissão (negócio pelo qual uma pessoa assume espontaneamente o débito de outra) ou 
 
 
delegação (quando o devedor transferir a terceiro, com a anuência do credor, o débito com este 
contraído). 
9.1.4) Cessão de contrato: é a transferência da inteira posição ativa e passiva, do conjunto de 
direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato bilateral já ultimado, 
mas de execução ainda não concluída; possibilita a circulação do contrato em sua integralidade, 
permitindo que um estranho ingresse na relação contratual, substituindo um dos contraentes 
primitivos, assumindo todos os seus direitos e deveres. 
 
QUESTÃO ENADE 
Considere que Tito e Lívio devam determinada quantia a Sílvio e Felipe e que, vencida a 
dívida, Sílvio, isoladamente, tenha acionado Tito para a cobrança. Nessa situação, Sílvio 
teria direito a cobrar 
A) 100% da dívida, pois a obrigação é indivisível. 
B) 25% do valor da dívida, por se tratar de obrigação divisível. 
C) 50% da dívida, dada a presunção de solidariedade passiva entre os devedores. 
D) exclusivamente de Tito, já que ocorre litisconsórcio passivo necessário. 
E) 100% da dívida, se Felipe vier a integrar o polo ativo da lide, pois há, na situação, um 
litisconsórcio ativo unitário.

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