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AULA 08 COMERCIO EXTERIOR

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AULA 08 – COMERCIO EXTERIOR
PAGAMENTOS INTERNACIONAIS E ASPECTOS CAMBIAIS
		Nesta aula, você irá:
Nesta aula você irá conhecer as práticas cambiais nas importações e exportações, bem como as formas e prazos de pagamentos disponíveis aos players do Comércio Exterior Brasileiro.
	
Pagamentos internacionais
É o pagamento de bens ou serviços adquiridos ou embarcados por pessoas físicas ou jurídicas brasileiras, ou de outros países.
 Para os operadores de comércio exterior (importadores e exportadores) brasileiros receberem ou enviarem esse pagamento do ou para o exterior, é preciso que esse operador execute um outro contrato comprando ou vendendo moeda estrangeira numa operação contratual, que chamamos de contrato de câmbio.
A moeda transacionada no mercado de câmbio é chamada de divisa e o contrato de câmbio no Brasil é celebrado, obrigatoriamente, sempre que houver troca de divisas entre o Brasil e o seu parceiro comercial. 
É proibida a troca de moedas no Brasil sem a intervenção do Banco Central do Brasil, o qual funciona como órgão gestor das operações cambiais através do Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI), que disciplina essas práticas no Brasil. O RMCCI substituiu a Consolidação das Normas Cambiais (CNC) em 2005.
Aspectos cambiais
A questão cambial é muito importante, pois ela pode fortalecer ou enfraquecer a presença de um país no comércio internacional.
Um país com uma moeda desvalorizada em relação ao US$, por exemplo, terá os seus produtos mais baratos no mercado internacional e, assim, esse país será mais competitivo na oferta dos seus produtos ao exterior.
A China, por exemplo, por ser um país comunista, o Estado decide quanto valerá a sua moeda que é desvalorizada no mercado cambial para tornar os produtos chineses ainda mais competitivos internacionalmente.
No Brasil, o sistema cambial adotado é do tipo flutuante, desde  01/02/1999, com o Banco Central do Brasil (BCB) intervindo apenas ocasionalmente. As transações no mercado de câmbio são efetuadas por bancos, corretoras e agências de turismo autorizadas pelo BCB, sendo que as duas últimas apenas operam com papel-moeda e cheques de viagem. Aos bancos é permitido operar no mercado futuro de câmbio, mas dentro de limites fixados pelo BCB. Estas operações devem ser liquidadas em até 360 dias.
Com isso, se o Brasil quiser desvalorizar o Real para ficar comercialmente mais competitivo no exterior, o BCB terá que intervir no mercado e entrar comprando US$ para forçar a subida dessa divisa pela força da demanda, o que, consequentemente, forçará a desvalorização da nossa moeda barateando o preço dos nossos produtos no exterior.
Devido à guerra cambial que vivemos atualmente, penso que em um  futuro próximo caberá a OMC regular também os efeitos cambiais no comércio internacional, além das barreiras tarifárias e não tarifárias que hoje controla.
Cobertura cambial
Valor passível de pagamento ao exterior em conseqüência de importação realizada por pessoa física ou jurídica domiciliada no País.
Podemos ter importações COM cobertura cambial ou SEM cobertura cambial.
Formas / Modalidade de pagamentos internacionais
Para a perfeita escolha da forma de pagamento a ser aplicada na compra/venda internacional, caberá ao importador/exportador avaliar e calcular os riscos e custos a serem assumidos. A má escolha da forma de pagamento poderá representar o fracasso da operação como um todo.
Para tanto, os players deverão coletar informações sobre a idoneidade comercial do seu parceiro antes de decidir qual a melhor forma de pagamento a escolher.  
Pagamento antecipado
Valor a ser pago ao exportador estrangeiro por força de condições contratuais em que se estabelece que o pagamento total ou parcial da mercadoria comprada deve ocorrer anteriormente ao seu embarque no exterior. Exige do importador alta confiabilidade no exportador, que é bastante favorecido com a antecipação das divisas para seu financiamento antes mesmo de fabricar o produto.
O importador, portanto, fica desprovido de qualquer garantia comercial de que o exportador embarcará o produto-objeto do contrato nas condições e prazos acordados na fatura pro-forma, documento usado pelo importador para providenciar a remessa antecipada das divisas.
Devido à peculiaridade dessa operação comercial, a remessa sem saque é realizada usualmente entre empresas com vínculo comercial, como matriz e filial da mesma holding.
Remessa sem Saque ou remessa direta
Valor a ser pago ao exportador estrangeiro por força de condições contratuais em que se estabelece que o pagamento total ou parcial da mercadoria comprada deve ocorrer em prazo preestabelecido entre comprador e vendedor, após o embarque da mercadoria pelo exportador ao exterior. Exige do exportador alta confiabilidade no importador, que é bastante favorecido com a remessa das divisas sem os custos operacionais e formais que determina a obrigatoriedade do pagamento.
Com isso, o exportador fica desprovido de qualquer garantia comercial de que o importador pagará o produto já embarcado nas condições e prazos acordados na fatura comercial, documento usado pelo importador para instruir o despacho aduaneiro do produto importado sujeito à nacionalização.
Devido à peculiaridade dessa operação comercial, a remessa sem saque é realizada, usualmente, entre empresas com vínculo comercial, como matriz e filial da mesma holding.
O Saque, também conhecido como Draft, cambial ou letra de câmbio, é um título de crédito endossável que segue uma padronização internacional e representa o direito do exportador em receber as divisas vinculadas ao seu embarque. E, nessa modalidade, o exportador embarca a mercadoria sem esse título.
Cobrança documentária
Essa operação de cobrança exige a participação de bancos intervenientes, que não avaliarão a operação, mas apenas darão uma formalização a ela com mais este ator no cenário comercial que se apresenta. Essa operação, por envolver uma série de documentos, é chamada de cobrança documentária.
Podendo ser à vista ou a prazo, como os bancos não tem força legal para exigir o pagamento, o exportador fica sem garantias do pagamento pelo importador do produto já embarcado.
Embora não haja essa garantia dos bancos, essas instituições financeiras formalizam a entrega dos documentos ao importador para que ele promova o despacho aduaneiro do produto importado mediante o compromisso firmado em saque, onde o importador assume que retirou os documentos do embarque da mercadoria no banco, sujeito ao pagamento no prazo estipulado pelo exportador na fatura comercial.
O banco remetente encaminha os saques juntamente com os documentos, que instruem o despacho aduaneiro de importação a um banco designado como cobrador, que seja seu correspondente no exterior. 
Na cobrança à vista, os documentos que instruem o despacho aduaneiro de importação, o banco designado pelo banco remetente destes documentos os entregará contra o pagamento integral da operação. Esses documentos também podem ser enviados diretamente ao importador por courrier, uma vez que o banco não garante o pagamento da operação. Essa modalidade é bastante utilizada na venda de produtos perecíveis, que demandam um prazo bastante reduzido entre a produção e o consumo.  
Na cobrança a prazo, os documentos que instruem o despacho aduaneiro de importação serão entregues a este importador contra o seu aceite (assinatura nas cambiais – processo de reconhecimento da dívida vinculada à transação comercial). Deverá, portanto, o importador voltar ao banco cobrador dentro do prazo firmado com o exportador para liquidar a sua obrigação financeira.
Carta de Crédito (Letter of Credit) L/C ou Crédito – Documentário
Esta forma de pagamento apresenta garantias formais a ambos, comprador (importador) e vendedor (exportador). Devido a esse conforto oferecido, a carta de crédito vem a ser a forma de pagamento mais usada nas primeiras operações de importação e exportação entre parceiros sem tradição comercial. 
A carta de créditoé aconselhável nas operações de alto risco de não pagamento.
Partes intervenientes na Carta de Crédito são as seguintes:
Proponente/tomador (applicant/taker): comprador, importador, aquele que solicita ao banco emitente a abertura/emissão da Carta de Crédito.
Banco Emitente (issuing bank): banco que, a pedido e por conta do tomador, emite a Carta de CRÉDITO.
Banco Avisador (advising bank): banco através do qual o banco emitente emite a Carta de Crédito e que é responsável de avisar o beneficiário (entregar a Carta de Crédito ao beneficiário).
Banco Confirmador (confirming bank): banco que, a pedido ou sob autorização do banco emitente, confirma a Carta de Crédito.
Beneficiário (beneficiary): vendedor, exportador, aquele em favor do qual a Carta de Crédito é emitida.
Banco Designado ou Nomeado (nominated bank): banco a quem os documentos deverão ser apresentados.
Banco Negociador (negotiating bank): banco que está autorizado a negociar.
Esta forma de pagamento é também chamada de Crédito Documentário por estabelecer, em regra, que o seu pagamento será feito contra ou após a apresentação – pelo beneficiário – de documentos ao banco designado – (nominated bank).
Ao importador fica garantido que o exportador tem a obrigação de embarcar o produto e preparar a documentação necessária para a instrução do despacho aduaneiro de importação, para que o exportador possa negociar a carta de crédito vinculada a essa operação.
Ao exportador fica garantido que, se o importador não pagá-lo, o banco emissor da carta de crédito o fará. O banco emissor funciona como um avalista da operação.
Como o banco tem que arcar com o pagamento da operação se o importador não o fizer, ele, o banco, exigirá do importador uma série de garantias para firmar/assumir essa responsabilidade, que deveria ser exclusiva do importador.
Essas garantias podem ser diversas como exigência de comprovação patrimonial do importador. Poderá lhe ser exigido a apresentação de um ativo de sua empresa como garantia ao banco emissor ou, até mesmo, o depósito de todo valor da operação nos cofres do banco emissor, antes da emissão da carta de crédito.
Para o serviço bancário ser prestado a contento, o importador terá que arcar com um alto custo, seja para a contratação da carta de crédito, seja  para atender as exigências de garantias do banco.
Sendo à vista ou a prazo, o banco só pagará a carta de crédito ao exportador se ele, o exportador, atender literalmente as exigências de embarque e emissão de documentos previstas na carta de crédito, e só entregará os documentos que instruem o despacho aduaneiro de nacionalização ao importador se ele, o importador, formalizar o saque dos documentos assumindo o compromisso de pagar o importador no prazo estipulado na fatura comercial.
A carta de crédito é um documento formal e de grande importância operacional, e não deve ficar ao encargo de amadores a contratação do importador e a negociação do exportador. Por isso, o importador deverá saber os custos e garantias exigidos pelo banco emissor e a expertise dessa instituição financeira em operações de comércio exterior.
Caberá ao importador, como o contratante desse serviço bancário, avaliar a disponibilidade de crédito do Banco emissor a ele, importador.
O importador também deverá estar bastante atento às exigências do exportador, principalmente em relação ao banco a ser escolhido. Nesse caso, o exportador poderá exigir um banco de primeira linha para emissão desse documento ou a confirmação dessa carta de crédito por um outro banco da confiança do exportador, acarretando aumento do custo e da burocracia operacional.
Outra atenção especial que o importador deve ter é quanto à exigência interna em seu país de algum documento específico e não usual para o desembaraço aduaneiro e exigi-lo na redação da carta de crédito, para que o importador fique seguro que o exportador o emitirá para ter o seu crédito confirmado quando for negociar a carta de crédito para receber as divisas correspondentes à operação.
Ter bem definido o local de entrega da carga, especificações técnicas do produto e prazo de entrega são mais algumas atenções especiais que o importador deve ter ao contratar a emissão da carta de crédito junto ao banco.
O importador deverá ter muito cuidado na elaboração do texto da carta de crédito para não gerar discrepâncias e embargos à operação. 
A carta de crédito poderá ser revogável ou irrevogável e essas possibilidades deverão estar impressas no corpo da carta de crédito. No silêncio dessa cláusula, a carta de crédito é considerada irrevogável.   
As discrepâncias poderão ser solúveis ou insolúveis e estão sujeitas à emendas.
EMENDA: Quando o exportador recebe a L/C e observa que há erros ou necessidade de correção de algum campo específico para cumprimento das obrigações negociadas, pode solicitar ao importador que providencie junto ao seu banco a emissão de EMENDA(s) à Carta de Crédito, antes do embarque.
DISCREPÂNCIA: Quando o Banco no exterior recebe os documentos para conferência e encontra alguns itens desconforme à L/C, irá apontar e cobrar DISCREPÂNCIA(s) à Carta de Crédito. O importador pode aceitar ou não a(s) Discrepância(s). Caso não aceite, o Banco pode não efetivar o pagamento ao Exportador.
A segurança de uma carta de crédito não dependerá apenas da instituição financeira que a emite. Poderemos ver o caso de um banco poderosíssimo, mas que esteja localizado num país instável econômica e politicamente com intervenções estatais na rede bancária, provendo insegurança se o negócio será honrado ou não, inclusive poderão estar sujeitos a não poderem remeter divisas ao exterior no caso de uma moratória.
Pagamento à vista, “cash against documents” 
Valor a ser pago ao exportador estrangeiro em razão de condições negociais em que se estabeleça que o pagamento total ou parcial da mercadoria comprada deve ocorrer a partir da apresentação dos documentos de embarque ao importador ou ao seu preposto.
Podemos considerar o pagamento à vista como uma ausência de prazo para o pagamento.  
Pagamento a prazo
Valor a ser pago ao exportador estrangeiro em razão de condições negociais onde se estabeleça que o pagamento total ou parcial da mercadoria comprada deve ocorrer, em tempo certo, em um determinado período de tempo após o embarque da mercadoria no exterior ou, em alguns casos, em data certa.
OBS.: Essas escolhas vão mudando de acordo com o tempo e o desenvolvimento da parceria entre importador e exportador.
Pagamento antecipado
Valor a ser pago ao exportador estrangeiro por força de condições contratuais em que se estabelece que o pagamento total ou parcial da mercadoria comprada deve ocorrer anteriormente ao seu embarque no exterior. Exige do importador alta confiabilidade no exportador, que é bastante favorecido com a antecipação das divisas para seu financiamento antes mesmo de fabricar o produto.
O importador, portanto, fica desprovido de qualquer garantia comercial de que o exportador embarcará o produto-objeto do contrato nas condições e prazos acordados na fatura pro-forma, documento usado pelo importador para providenciar a remessa antecipada das divisas.
Devido à peculiaridade dessa operação comercial, a remessa sem saque é realizada usualmente entre empresas com vínculo comercial, como matriz e filial da mesma holding.
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
Nesta aula, você conheceu os pagamentos internacionais, as práticas cambiais nas importações e exportações e as formas e prazos de pagamentos disponíveis aos players internacionais.
 
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
A fase comercial de uma exportação e um roteiro de exportação contendo:
A sua fase administrativa;
A sua fase fiscal e tributária.

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