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DIREITO EMPRESARIAL II 1º BIM

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DIREITO EMPRESARIAL II – 1º BIMESTRE
Prof. Henrique Nelson
Dia 19/02/2010
1 Títulos de Crédito:
1.1. Teoria Geral dos Títulos de Crédito:
1.1.1 Conceito e Atributos Essenciais:
	“O título de crédito é um documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado” (Vicante, Césare. Trattado di Diritto Comercialle. 5 ed. Milano: F. Vallardi, 1945, v. 3, p. 63).
	“Título de crédito é um documento de um direito literal destinado à circulação idôneo a conferir de modo autônomo a titularidade de tal direito ao proprietário do documento e necessário suficiente para legitimar o possuidor ao exercício do mesmo direito.” (Alberto Asquini).
	- Conceito de título de crédito: ver art. 887 do CC, que reproduz o conceito de Césare Vivante.
	- Atributos Essenciais:
		* Expressa uma relação creditícia;
		* Tem força executiva;
		* É negociável.
Dia 26/02/2010
1.1.2 Princípios:
	a) Princípio da Cartularidade: o exercício dos direitos representados por um título de crédito pressupõe a sua posse. 
		* Esse princípio é baseado na cártula, ou seja, o título de crédito tem que estar representado num documento, num papel, que demonstra o direito por ele representado. 
		* A cartularidade expressa a incorporação do direito ao título de crédito, que atualmente, não precisa, necessariamente, de ser papel, podendo ser um documento eletrônico.
		* Mitigação do princípio: Lei nº. 5474/68, art. 13, § 1º, referente ao protesto de duplicata por indicação do credor, sem a apresentação de título.
	b) Princípio da Literalidade: somente produzem efeitos jurídico-cambiais os atos lançados no próprio título de crédito.
		* A literalidade expressa a medida do direito.
		* Mitigação do princípio: Lei nº. 5474/68, art. 9º, § 1º. Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº. 57663/66), arts. 13, 25, 31, 39, 50 e 57.
		“O direito decorrente do título é literal no sentido de que, quanto ao conteúdo, à extensão, e às modalidades desse direito, é decisivo exclusivamente o teor do título” (Messineo apud Lucca, Newton de. Aspectos da Teoria Geral dos Títulos de Crédito. São Paulo: Ed. Pioneira, 1979, p. 48).
	c) Princípio da Autonomia: quando um único título documenta mais de uma obrigação, a eventual invalidade de qualquer delas não prejudica às demais.
		* É o princípio dos títulos de crédito mais relevante para o direito, no sentido de que há uma independência obrigacional das relações jurídicas, e assim, a independência do direito.
		* O princípio da autonomia se desdobra em dois subprincípios:
			(1) Princípio da Abstração: ocorre na desvinculação do direito, ou seja, o título se desvincula da obrigação que o deu origem.
			(2) Princípio da Inoponibilidade das Exceções Pessoais aos terceiros de boa-fé (Lei Uniforme de Genebra, art. 17): o executado não pode alegar matéria de defesa estranha à sua relação direta com o exequente, salvo provando a má-fé dele.
Dia 05/03/2010
1.1.3 Classificação:
	a) Quanto ao modelo:
		- vinculados: só produzem efeitos cambiais se atenderem ao padrão exigido. 
		- livres: por não terem padrão de utilização obrigatória o emitente pode dispor a vontade os elementos essências do título. (ex: nota promissória e letra de câmbio). 
	b) Quanto à estrutura:
		- ordem de pagamento: os títulos geram três situações jurídicas: do sacador que ordenou o pagamento, do sacado que irá cumpri-lo e do tomador que é o beneficiário da ordem. (ex: cheque, duplicata e letra de câmbio) – à vista.
		- promessa de pagamento: dá ensejo a duas situações jurídicas: do promitente que assumi a obrigação e a do beneficiário do título. (ex: nota promissória) – promessa.
	c) Quanto à emissão:
		- causais: são aqueles que só podem ser emitidos nas hipóteses autorizadas por lei. (ex: duplicata mercantil ou de prestação de serviços – art. 1º, da Lei nº 5.474/68).
		- limitados: não podem ser emitidos em algumas hipóteses, porque a lei vai expressamente dizer quais que vão poder. (art. 2º, da Lei nº 5.474/68) – raciocínio inverso do causal.
		- abstratos: podem ser emitidos em qualquer hipótese. (ex: cheque e nota promissória).
	d) Quanto à circulação:
		- ao portador: não indica o nome do credor, do beneficiário. (art. 904, CC). Hoje, no Brasil, independente de qualquer valor, está proibido os títulos ao portador sendo aceito apenas os títulos normativos (art. 1º, da Lei nº 8.021/90).
		- nominativos: é aquele que identifica o titular do crédito (art. 921, CC).
			- à ordem: é aquele que se transfere por simples endosso (forma de transferência) - art. 910, CC.
		- não à ordem: circulam por sessão civil de crédito (art. 922, CC). 
1.1.4 Categorias:
	i) Próprios: “... É o documento representativo de obrigação pecuniária sujeito a regime informado por princípios.” (Fábio Ulhoa) 
	ii) Impróprios: “Títulos de crédito impróprios são os instrumentos creditícios que se submetem a regime jurídico semelhante ao do direito cambiário sem sujeitarem-se a todas as normas deste.” (Fábio Ulhoa)
		- Títulos de legitimação – legitimam a posse de quem tem (ex: ingresso de cinema, passagem de ônibus);
		- Títulos de investimento – títulos usuais financeiros que possuem carturalidade, literalidade, mais não possuem autonomia (ex: letras hipotecárias); 
		- Títulos de financiamento – (ex: cédulas de crédito ou nota de crédito);
		- Títulos representativos – representam a titularidade de alguma coisa mais não tem função de crédito. (ex: conhecimento de frete).
 	iii) Não regulados: não tem lei específica, aplica-se a lei geral que é o Código Civil. (art. 903, CC).
Dia 12/03/2010
1.2 Constituição e Exigibilidade:
1.2.1 Letra de Câmbio:
1.2.1.1 Evolução Histórica:
	* Período italiano – até 1650 – meio de troca;
	* Período francês – até 1848 – meio de pagamento;
	* Período alemão – até hoje – meio de direito creditício – ordenança geral cambiária.
1.2.1.2 Fundamento Legal:
	* Decreto 2.044/1908: vigoram os arts. 3º; 10; 14; 19, II; 20; 36; 48 e 54, I.
		- É a primeira lei cambial interna do Brasil.
		- Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as operações cambiais.
	* Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº. 57.663/1966): não vigoram os arts. 10; 41, III; 43, II e III; 44, V e VI.
1.2.1.3 Conceito: “Letra de câmbio é uma ordem de pagamento à vista ou à prazo.”
1.2.1.4 Saque: é a emissão do título de crédito.
1.2.1.5 Requisitos de validade:
	a) Intrínsecos – quanto ao conteúdo – CC, art. 104:
		* capacidade;
		* consentimento;
		* licitude.
	b) Extrínsecos – quanto à forma – LUG, arts. 1º e 2º:
		* ordem incondicional de pagamento;
		* nome do sacado (Lei nº. 6268/75, art. 3º);
		* cláusula cambiária (	“letra de câmbio”);
		* identificação do tomador;
		* data e lugar do saque;
		* lugar do pagamento.
* Cláusula-mandato: STJ, Súmula nº. 60 – “É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste”. Em contrário admitindo, o art. 8º da LUG.
* Título em branco – art. 3º, Dec. nº. 2044/09 e STF, Súmula nº. 387 – “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.”
Dia 19/03/2010
1.2.1.6 Aceite: é o reconhecimento da ordem de pagamento que o sacado faz mediante sua assinatura no título vinculando-se com o seu devedor principal.
	* A apresentação para o aceite (ou vista para o aceite) é o ato de submeter a letra ao reconhecimento do sacado, sendo ato facultativo. (LUG, art. 21, 23 e 24)
	* O aceite decorre da assinatura na frente (anverso) da letra, ou, então no verso, constando a palavra “aceite” ou outro equivalente (LUG, art. 25).
	* Em face do princípio da literalidade, só é aceite o ato praticado na própria letra. Exceção: quando o sacado, através de ato apartado, tem manifestado aceitação (LUG, art. 29, parte final).
	1.2.1.6.1 Recusa do aceite:pode ser:
		a) Total: ocasiona o vencimento antecipado da letra (LUG, art. 43)
		b) Parcial: também ocasiona o vencimento antecipado da letra, no entanto, o sacado se vincula nos termos do aceite que deu (LUG, art. 26), assim, implica em duas formas de aceite:
			* Aceite Limitativo: o sacado aceita apenas parte do valor, fazendo o pagamento da parte que aceitar, cabendo ao beneficiário receber do sacador a parte não aceita pelo sacado (LUG, art. 51).
			* Aceite Modificativo: o sacado aceita modificando algumas disposições da letra.
	1.2.1.6.2 Cláusula não aceitável: o sacador pode inserir na letra uma cláusula proibindo sua apresentação ao sacado antes do vencimento ou antes de uma data limite (LUG, art. 22). Não pode ser utilizada essa cláusula:
		- se tratar de uma letra pagável em domicilio de terceiro;
		- de uma letra pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado;
		- de uma letra sacada a certo termo de vista.
Exercício Avaliativo:
1 - Discorra sobre a teoria geral dos títulos de créditos [conceito, princípios, classificação e categorias].

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