Buscar

DIREITO CIVIL III - 1º BIMESTRE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL III – 1º BIMESTRE
Dia 10/02/2010
Normas constitucionais e Direito Civil na Construção Unitária do Ordenamento
Texto – Gustavo Tepedino
- O Direito Civil mundial é influenciado, em alguns casos com influência maior ou menor, pelo Código Civil Francês de 1804 ou Código Napoleônico.
- O Código Civil Francês consagrou os princípios oriundos da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
- Com o sucesso dos pensamentos iluministas, que culminou com a Revolução Francesa, surgiu a necessidade de se implantar uma nova ordem jurídica, de onde é criado o Código Civil Francês, visando proteger o indivíduo contra o Estado, e, assim, a autonomia privada, principalmente, a autonomia negocial.
- O Código Civil Francês é um código de ideologia liberal, individualista e patrimonialista.
- O Código Civil Brasileiro de 1916 é em grande parte influenciado pelo Código Civil Francês, existindo, também, alguma influência do BGB (Código Civil Alemão).
- O Código Civil Brasileiro de 1916 foi organizado pelo jurista Clóvis Bevilácqua, que se utilizou de alguns projetos anteriores de se fazer um Código Civil, sendo dividido em parte geral e parte especial, como o BGB.
- No fim do século XIX, surge um movimento na Europa, que tinha por objetivo aumentar a participação do Estado nas relações privadas; essa problemática é oriunda das relações de trabalho pós Revolução Industrial, o que começa a afetar o Direito Civil, pois, a idéia de autonomia privada fica ameaçada.
- O Código Civil Brasileiro entra em vigor durante a 1ª Guerra Mundial, e próximo da Crise de 1929, períodos históricos conturbados em que a participação do Estado nas relações privadas aparece mais natural.
- Para o CC de 1916, o sujeito que não tinha patrimônio não era sujeito de direito.
- Naquele momento histórico, existia uma dicotomia entre o direito público (relações entre cidadão e Estado) e o direito privado (relações entre cidadãos), a Constituição seria a lei máxima do direito público, e o Código Civil a lei maior do direito privado.
- Após a 2ª Guerra Mundial, a Europa passa por um movimento de reconstitucionalização, revendo as Constituições, que adquirem força normativa, inclusive, trazendo um rol de direitos e garantias.
- Então, as Constituições passam a ficar mais extensas, e a tratar de temas de Direito Civil, o que não significa a constitucionalização do Direito Civil.
- O que passar a ser feito a partir de então, é analisar o Direito Civil de acordo com os princípios, as regras e os valores previstos na Constituição.
- O processo de constitucionalização do Direito Civil é demonstrado na releitura do Direito Civil conforme as regulamentações da Constituição.
- O Direito Civil sob a influência dos fundamentos constitucionais passa a ter resposta para tudo que está ou não disciplinado no Código e na legislação extravagante, o que antes não era possível.
- “Trata-se, em uma palavra, de estabelecer novos parâmetros para a definição pública, relendo o direito civil à luz da Constituição, de maneira a privilegiar os valores não patrimoniais e, em particular, a dignidade da pessoa humana, o desenvolvimento da sua personalidade, os direitos sociais e a justiça distributiva, para cujo atendimento deve se voltar a iniciativa econômica privada e as situações jurídicas patrimoniais”.
Dia 24/02/2010
Dos Contratos em Espécie
1 Da Compra e Venda (arts. 481-532):
1.1 Conceito de compra e venda: ver art. 481, correspondente ao art. 1.122 do CC/1916.
	“É o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a transferir a outra o domínio de uma coisa determinada, por certo preço em dinheiro ou em valor fiduciário equivalente” (Clóvis Bevilácqua).
	“O contrato em que uma pessoa (vendedor) se obriga a transferir a outra (comprador) o domínio de uma coisa corpórea, mediante o pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário correspondente.” (Caio Mário).
- Natureza obrigacional do contrato de compra e venda: o vendedor tem a obrigação de transferir o domínio da coisa. A transferência do domínio ocorre num segundo momento, que é:
	a) para os bens móveis, a tradição (art. 1.267);
	b) para os bens imóveis, o registro do título no Cartório de Registro (art. 1.245).
- O pagamento não interfere na transferência do domínio.
1.2 Natureza Jurídica da Compra e Venda:
	* Consensual: contrato que se aperfeiçoa e se torna obrigatório com o acordo de vontades (art. 482);
	* Sinalagmático (Bilateral): há um equilíbrio entre as prestações, existindo para ambos os contratantes direitos e obrigações;
	* Oneroso: ambas as partes tem um sacrifício patrimonial;
	* Comutativo: as partes sabem a prestação que virão a executar e receber, via de regra, excepcionalmente a compra e venda pode ser feita por contrato aleatório (art. 458-461);
	* Não-solene: em regra, a forma do contrato não é vedada por lei para que ele seja não-solene; exceção: contrato de compra e venda de imóveis de valor maior que 30 salários mínimos são solenes, feitos por escritura pública (art. 108).
Dia 01/03/2010
1.3 Elementos da compra e venda: consensus, pretium et res (consentimento, coisa e preço).
	1.3.1 Consentimento: é a manifestação válida de vontade; 
		* A validade da manifestação precisa preencher os requisitos do art. 104 (principalmente, o inciso I – agente capaz).
		* Há casos em que para o consentimento para compra e venda é necessário verificar, também, a legitimação para contratar (ex.: vênia conjugal, venda de coisa comum, venda entre ascendentes e descendentes).
		* O consentimento para que seja válida é necessário que seja expresso, o que não implica que seja necessariamente de forma escrita, sendo possível também o consentimento verbal ou gestual.
		* Dificilmente o contrato de compra e venda se aperfeiçoará através de uma manifestação tácita, uma vez que, via de regra, o silêncio não manifesta concordância. Excepcionalmente, desde que haja uma habitualidade entre os contratantes, admite-se o consentimento tácito para formação do contrato.
	1.3.2 Preço:
		* Tem que ser expresso em dinheiro, e, preferencialmente, em moeda nacional. No entanto, nos casos previstos em lei, é possível a celebração de contratos em moeda estrangeira.
		* O legislador não exige que a coisa seja vendida por seu exato valor de mercado no momento da celebração do contrato, todavia, o preço tem que ser um preço sério, isto é, não pode haver uma discrepância muito grande entre o preço da coisa no contrato (preços irrisórios ou excessivamente altos) e o seu valor de mercado, pois, nestes casos, pode estar ocorrendo algum vício do contrato (lesão ou simulação).
		* O preço também precisa ser determinado ou determinável, assim, as partes podem celebrar o contrato sem determinar o preço, mas devem determinar o critério que será utilizado para se estabelecer o preço.
		* Formas alternativas de fixação do preço:
			i) as partes elegem um terceiro para fixar o preço (art. 485): nesta hipótese, se o terceiro não aceitar a incumbência, o contrato fica sem efeito, salvo se as partes designarem outra;
			ii) a fixação do preço fica atrelada à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar (art. 486): nos casos de alta variação das taxas, durante o dia, caso as partes não fixem o horário da cotação, prevalecerá a variação média do preço;
			iii) as partes podem fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que sejam possíveis de se determinar objetivamente (art. 487);
			iv) se as partes não fixaram o preço, nem mesmo o critério para fixação, entende-se (presunção relativa) que o preço é aquele corrente das vendas habituais do vendedor (art. 488). Na falta de acordo, pela diversidade do preço, prevalecerá o preço médio (art. 488, § único).
		* O contrato é nulo quando a fixação do preço fica a critério de uma só das partes (art. 489).
	1.3.3 Coisa:
		* A coisa tem que ser corpórea e suscetível de apropriação;
		* Pode ser que a coisa não existano momento da celebração do contrato, ficando como requisito de validade do contrato que a coisa venha a existir no momento da entrega. Se a intenção das partes era celebrar contrato aleatório, admite-se que a coisa não venha a existir, permanecendo o contrato válido (art. 483).
		* A coisa tem que ser própria do vendedor, ou seja, o vendedor precisa ter a propriedade da coisa que está vendendo para que possa transferir o domínio. A propriedade do vendedor sobre a coisa tem que existir até o momento da entrega da coisa para que seja possível transferir o domínio.
		* No caso da compra e venda ser feita a partir de amostra, protótipo ou modelo, entende-se que o vendedor tem a coisa na qualidade da amostra. Havendo contradição ou diferença entre a descrição da coisa no contrato e a amostra, prevalece esta (art. 484).
Dia 03/03/2010
1.4 Efeitos derivados da compra e venda:
	1) Responsabilidade pela evicção e pelos vícios redibitórios;
	2) Despesas do contrato (art. 490): as despesas da escritura e registro são do comprador, e as da tradição são do vendedor, salvo cláusula contratual em contrária;
	3) Riscos da coisa: princípio res perit domino (art. 492); exceções: tradição simbólica (art. 492, § 1º), mora do credor (art. 492, § 2º, e 400) e expedição da coisa para lugar diverso (art. 494);
	4) Garantia (art. 491, 495 e 477): Nas vendas à vista, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço; o legislador coloca a coisa como garantia para o cumprimento da obrigação por parte do comprador. Nas vendas a prazo, se antes da tradição o comprador ficar insolvente, o vendedor pode suspender a entrega da coisa até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
1.5 O problema da legitimação:
	a) venda a descendente (art. 496): a venda de ascendente a descendentes é anulável, se não for feita com o consentimento dos descendentes e do cônjuge. O consentimento do cônjuge é dispensado se o regime de casamento for o de separação obrigatória. Por ser anulável, esse tipo de contrato pode ser convalidado por anuência posterior dos demais descendentes e cônjuge.
	b) pessoas que devem defender os interesses do vendedor (art. 497): Sempre que houver um conflito de interesses entre o comprador ou vendedor e seus representantes há nulidade absoluta do contrato. Não podem ser comprados, ainda que em hasta pública, ou no caso de cessão de crédito:
		I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
		II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
		III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
		IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
	c) condôminos de coisa indivisíveis (art. 504): no caso de venda de coisa comum, que pertencia ao vendedor em co-propriedade com outros, é necessário dar a preferência aos condôminos em igualdade de condições com terceiros. O condômino que não tiver conhecimento da venda, pode, ter para si a parte vendida a estranhos, depositando o preço da venda, desde que requeira no prazo de 180 dias, sob pena de decadência. Se existirem muitos condôminos, a preferência é do que tiver mais benfeitorias, depois do de quinhão maior, e na igualdade, daquele que primeiro depositar o preço.
1.6 Venda ad corpus e Venda ad mensuram (art. 500-501):
	* Venda ad corpus (art. 500, § 3º): a venda é feita de corpo certo e discriminado, ou seja, suas descrições são feitas com base em pontos de referência. Ex.: fundos com à Rua Tal, frente com o Rio A, lateral com Fulano. Quando a diferença entre as dimensões da coisa e o que consta no contrato for menor 5%, presume-se que a venda seja feita ad corpus, não podendo o comprador reclamar a diferença, salvo se provar que não faria o negócio com a diminuição. A compra ad corpus não admite a reclamação pela diferença na dimensão da coisa e o que consta no contrato.
	* Venda ad mensuram (art. 500, caput): a venda é feita com base nas medidas, e o preço é fixado a partir das medidas da coisa.	 Na compra ad mensuram, ocorrendo diferença na dimensão da coisa e o que consta no contrato, o comprador tem o direito de exigir o complemento da área faltante, ou, não sendo possível, tem o direito de reclamar: i) a resolução do contrato, ou ii) o abatimento proporcional ao preço.
	* Havendo excesso de área na diferença, o comprador completará o valor correspondente ao preço ou devolverá o excesso (art. 500, § 2º).
	* As ações previstas no art. 500 decaem em um ano, a contar do registro de título (art. 501).
Dia 08/03/2010
1.7 Vendas imobiliárias e exigências fiscais (art. 502):
	*
1.8 Defeitos ocultos nas coisas conjuntas (art. 503):
	*
1.9 Expedientes para garantia do vendedor:
	1.9.1 Promessa de compra e venda: é o contrato preliminar que tem por objeto um contrato futuro de compra e venda, que só pode ser feito com bens imóveis, não é admitida a promessa de compra e venda de bens móveis.
	1.9.2 Venda com reserva de domínio (art. 521-528): é uma das cláusulas especiais da compra e venda, que garante ao vendedor o domínio da coisa até que o comprador pague integralmente o preço. O contrato é submetido a uma condição suspensiva, ou seja, até que ocorra um evento futuro e incerto, que é pagamento, para que o contrato se aperfeiçoe.
		* A cláusula de reserva de domínio tem que ser celebrada por escrito, ainda que o contrato de compra e venda seja verbal, e, ainda, tem que ser registrada no domicílio do comprador para que tenha validade contra terceiros (art. 522).
		* A coisa que sofrerá a reserva de domínio tem que ser possível de individualização (art. 523).
		* A transferência da propriedade ocorre quando o preço for integralmente pago, no entanto, pelos riscos da coisa, o comprador responde desde o momento da entrega da coisa (art. 524).
		* Estando em mora o vendedor, o comprador poderá ajuizar ação de cobrança das parcelas vencidas e vincendas e mais o que lhe for devido; ou ainda, ajuizar ação de reintegração de posse da coisa (art. 526).
		* No caso da reintegração de posse, o vendedor pode reter as prestações pagas para cobrir o prejuízo, devolvendo o excedente ao comprador, e, cobrando o que faltar por ação própria (art. 527).
		* Havendo cessão de crédito, o terceiro cessionário pode agir como o vendedor (art. 528).
	1.9.3 Alienação Fiduciária:
		* Envolve três partes: comprador, vendedor e terceiro (instituição financeira – mutuante).
		* O vendedor recebe o pagamento à vista, que é feito pela instituição financeira, que tem o domínio da coisa até que o comprador pague à instituição financeira (condição resolutiva), o que foi repassado ao vendedor.
		* É disciplinada pelo Decreto-lei nº. 911/69 (bens móveis) e Lei nº. 9.514/97 (bens imóveis).
Dia 10/03/2010
1.10 Cláusulas Especiais à Compra e Venda:
1.10.1 Retrovenda (art. 505/508): “É um pacto acessório, adjeto à compra e venda, por meio do qual o vendedor guarda a prerrogativa de resolver o negócio, se lhe aprouver, devolvendo ao comprador o preço e mais os gastos que, por força do negócio, este teve de desembolsar”.
	* É um contrato de compra e venda celebrado com uma condição resolutiva, ou seja, se verificado um evento futuro e incerto resolve o negócio, voltando o domínio ao vendedor.
	* A cláusula de retrovenda é fixada para que, num determinado espaço de tempo, o vendedor possa ter o direito de recomprar a coisa.
	* Pressupostos (art. 505):
		i) Bem imóvel: Só se aplica à coisa imóvel, tendo em vista a questão da segurança jurídica, já que está cláusula tem que ser registrada, juntamente com o contrato.
		ii) Período de 3 anos: Oprazo máximo de duração da cláusula de retrovenda é de 3 anos. Celebrado o contrato com cláusula de retrovenda com prazo superior ao prazo legal, a cláusula é nula, já que, na prática, essa cláusula não será registrada no Cartório, tendo em vista os limites legais.
	* O direito de retrovenda pode ser cedido a outros, bem como, pode ser exercitado contra terceiro adquirente (art. 507).
	* Se o direito de retrovenda pertencer a mais de uma de pessoa, e só uma delas exercê-lo, o comprador tem que mandar intimar a outra pessoa para concordar com a retrovenda (art. 508).
1.10.2 Preempção ou Preferência (art. 513/520): “É aquele negócio em que o comprador de uma coisa se obriga para com o vendedor a preferi-lo, em igualdade de condições, caso venha a vendê-la”.
	* O comprador, caso vá vender o objeto da compra e venda, fica obrigado a dar a preferência aquele que lhe vendeu a coisa.
	* O direito de preferência não tem limite de tempo, no entanto, não pode ser cedido, nem é passado a herdeiros (art. 520).
	* O antigo dono pode exercer seu direito de preferência quando descobrir que o comprador está para vender a coisa a terceiros, intimando o comprador para que lhe dê a preferência. (art. 514).
	* O prazo máximo para exercício do direito de preferência, é de 180 dias, se a coisa for móvel, e 2 anos, se a coisa for imóvel (art. 513, § único).
	* O comprador que vender a coisa sem dar a preferência ao antigo dono responderá pelas perdas e danos deste. O terceiro que adquiriu a coisa terá responsabilidade solidária, se agiu de má-fé. As perdas e danos demandam prova do efetivo prejuízo (art. 518).
	* Notificado o antigo dono para exercer a preferência e não sendo estipulado prazo, o prazo para exercê-la será de 3 dias, para coisa móvel, e de 60 dias, para coisa imóvel. Findo o prazo, o direito de preferência caducará (art. 516).
	* A notificação para exercer a preferência não tem forma determinada por lei, podendo ser exercida de qualquer maneira, desde que se resguarda a prova da notificação.
1.10.3 Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova (art. 509/512): “É aquela que se realiza sob a condição de só se tornar perfeita e obrigatória após declaração do comprador de que a coisa o satisfaz”.
	* O contrato é celebrado sob condição suspensiva, por isso, ocorre a tradição, sem ocorrer a transferência de domínio.
	* Na venda a contendo, aperfeiçoa-se o negócio com a declaração de satisfação do comprador (art. 509).
	* Na venda sujeita a prova, o negócio se perfaz se a coisa atender aos requisitos assegurados pelo vendedor (art. 510).
	* O comprador que recebeu a coisa sob condição suspensiva tem as obrigações de mero comodatário, enquanto não haja a aceitação (art. 511).
	* Não havendo prazo para manifestação do aceite, o vendedor notificará o comprador para que o faça em prazo improrrogável.
1.10.4 Venda com Reserva de Domínio (art. 521-528):
1.10.5 Venda sobre Documentos (art. 529-532): é aquela na qual “o vendedor se libera na obrigação de entregar a coisa, remetendo ao comprador o título representativo da mercadoria e dos outros elementos exigidos pelo contrato”.
	* Exemplo de “documentos”: bilhetes de transportes, conhecimento de carga, delivery order, etc...
	* É aplicável principalmente em comércio exterior. 
	* Nesse tipo de venda, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos (art. 529).
Dia 15/03/2010
2 Da Troca ou Permuta (art. 533): ao contrato de troca aplicam-se as disposições do contrato de compra e venda, com as seguintes modificações:
	I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
	II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
3 Da Doação (art. 538-564):
	* É contrato unilateral e gratuito (benéfico).
	* A idéia da doação é que alguém retire algo de seu patrimônio, e passe para outro, sem receber nada em troca.
	* O legislador em diversos momentos traz proteções diferenciadas aos contratos gratuitos e onerosos, como, por exemplo, no art. 392 e 447.
3.1 Conceito (art. 508): é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere para o patrimônio de outra, bens ou vantagens. É contrato unilateral e gratuito por natureza, constituindo o contrato de doação o paradigma destes tipos contratuais.
	“Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que os aceita” (CC/1916, art. 1165).
3.2 Doação pode ser objeto de contrato preliminar? 
	* A doutrina tradicional não admite essa possibilidade, uma vez que caso isso acontecesse o promitente donatário poderia obrigar o promitente doador a fazer a doação, o que faria com que o contrato de doação perdesse seu caráter de liberalidade.
	* Já a doutrina mais moderna (p. ex., Maria Celina Bodin de Moraes e Silvio de Salvo Venosa), em posicionamento recente, admite a possibilidade, pois, feita a promessa de doação, o doador cria na outra parte expectativa de direitos, nascendo para ele deveres anexos ao contrato, consectários da boa-fé objetiva, existindo assim, a força obrigatória da promessa de doação.
3.3 Forma (art. 541): por ser contrato gratuito, o legislador exige de forma expressa que o contrato de doação seja feito de forma escrita, por escritura pública ou instrumento particular.
	* Exceção (art. 541, § único): admite-se a doação verbal, sendo o objeto bem móvel e de pequeno valor, ocorrendo a tradição incontinenti à doação.
		* O valor do bem é analisado de acordo com o patrimônio do doador, uma vez que o legislador deixou a norma aberta, para que seja preenchida de acordo com o caso concreto.
3.4 Espécies de Doação:
	a) Doação pura: é a regra, não tem contraprestação.
	b) Doação feita em contemplação do merecimento do donatário: o doador faz a doação em virtude de uma conduta do donatário. ex.: prêmio Nobel.
	c) Doação remuneratória: o doador faz a doação em retribuição a alguma coisa que o donatário fez em favor do doador.
	d) Doação com encargo ou gravada: exige do donatário uma despesa, mas que não guarda equivalência com o objeto da doação, como na compra e venda.
3.5 Aceitação:
	* A regra é que a aceitação ocorra de forma expressa, no entanto, ela pode ser dispensada ou de ocorrer de forma tácita, desde que o donatário pratique que indiquem a não oposição à doação.
	* O doador pode fixar prazo para que o donatário aceite ou não a doação (art. 539, 1ª parte).
	* Não sendo doação com encargo, se donatário, ciente do prazo, não se manifestar, entender-se-á aceita a doação (art. 539, 2ª parte).
	* A doação feita ao nascituro tem validade, desde que aceita pelo representante legal (art. 542). Existe uma divergência, no sentido de entender desnecessária a aceitação no caso de doação pura, assim, a aceitação subsistiria para as doações com encargo.
	* Para a doação feita à absolutamente incapaz, só é exigida a aceitação nas doações com encargo, ficando dispensada nas doações puras (art. 543).
	* A doação no caso de casamento com pessoa certa e determinada não precisa de aceitação, ficando sem efeito apenas se o casamento não se realizar (art. 546).
	* A doação de ascendente a descendente ou entre cônjuges caracteriza adiantamento de herança (art. 544).
	* Nos casos de doação em parcelas periódicas, com a morte do doador ela é extinta, salvo disposição em contrário, não podendo ultrapassar a vida do donatário (art. 545).
	* Caso o donatário faleça primeiro que o doador, este pode estipular que os bens voltem a seu patrimônio (art. 547). 
Dia 17/03/2010
3.6 Restrições à liberdade de doar:
	3.6.1 Doação de todos os bens do doador (art. 548): a doação é nula, se o doador não reservar parte ou renda suficiente para sua própria subsistência.3.6.2 Doação da parte inoficiosa (art. 549): ocorre nulidade da doação que doar parte que exceda aquilo que o doador poderia dispor em testamento. Esse artigo visa preservar o interesse dos futuros herdeiros, inviabilizando a doação da parte indisponível do patrimônio.
	3.6.3 Fraude contra credores (art. 158):
	3.6.4 Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice (art. 550): essa doação pode ser anulada pelo outro cônjuge ou pelos herdeiros necessários até 2 anos após o fim da sociedade conjugal. O art. 550 é questionado sob o ponto de vista de sua constitucionalidade, uma vez que o adultério não é mais crime no atual ordenamento jurídico.
3.7 Revogação da doação:
	3.7.1 Por motivos comuns a todos os contratos: se a doação não tiver todos os requisitos de validade do negócio jurídico, será revogada.
	3.7.2 Por ser resolúvel (art. 547): a doação se resolve se o donatário morre antes do doador, caso este tenha fixada tal condição.
	3.7.3 Por descumprimento do encargo (art. 562): Feita a doação com encargo, se foi fixado prazo, e o donatário não cumpriu o encargo, findo o prazo, é possível ser revogada a doação. Já se não foi fixado o prazo, o doador deverá notificar judicialmente o donatário para que cumpra o encargo, assinalando prazo, caso o donatário não o faço no prazo assinalado, será revogada a doação.
	3.7.4 Por ingratidão do donatário:
		* Não é possível renunciar antecipadamente ao direito de revogar a doação por ingratidão do donatário.
		* Podem ser revogadas por ingratidão as doações (art. 557):
			I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
			II - se cometeu contra ele ofensa física;
			III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
			IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
		* Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do art. 557, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador (art. 558).
		* A ação de revogação de doação tem prazo decadencial de 1 ano, contado a partir do conhecimento do fato ou de que o donatário tenha sido o autor (art. 559).
		* O direito de revogação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os herdeiros do donatário, podendo os herdeiros sucederem o doador, se este falecer no curso do ação (art. 560). Exceção: No caso de homicídio, os herdeiros têm legitimidade para propor a ação, salvo se o doador tiver dado o perdão (art. 561).				* A revogação da doação não prejudica os direitos de terceiro sobre o bem doado, cabendo ao donatário indenizar o doador (art. 563).
		* Não se revogam por ingratidão (art. 564):
			I - as doações puramente remuneratórias;
			II - as oneradas com encargo já cumprido;
			III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
			IV - as feitas para determinado casamento.
Dia 22/03/2010
4 Empréstimo:
4.1 Comodato: é o empréstimo gratuito de coisa não fungível (art. 579).
	* Não existe comodato remunerado. Existindo remuneração no comodato, estará existindo outra modalidade de contrato, e não o comodato.
	* O comodante pode estabelecer um encargo ao comodatário, criando o que a doutrina chama de “comodato modal”.
	* Características: contrato unilateral, gratuito, de natureza real.
	* O contrato de comodato só se perfaz com a tradição, com a entrega efetiva da coisa, em virtude da natureza real do contrato.
	* A principal obrigação do comodatário é devolver a coisa ao término do prazo. Junto dessa obrigação existe outra que é conservar a coisa, para devolvê-la nas mesmas condições em que foi recebida (art. 582, 1ª parte).
	* A tradição, no comodato, não transfere os riscos da coisa.
	* O comodante transfere a posse da coisa, não a propriedade.
	* Via de regra, o comodatário não responde pelos riscos da coisa. No entanto, se o comodatário der prioridade a seus bens e abandonar os do comodante, o comodatário responderá pelos danos, ainda que o dano ocorra em virtude de caso fortuito ou força maior (art. 583).
	* Normalmente, o comodato tem prazo determinado pelas partes. Caso seja feito o comodato sem que as partes fixem prazo, ocorre uma presunção de que o prazo é o necessário para o uso que foi concedido (art. 581, 1ª parte).
	* Antes de terminado o prazo convencionado, o comodante para suspender o uso e gozo da coisa, precisa notificar o comodatário, justificando perante o juiz uma necessidade imprevista e urgente, constituindo também o comodante em mora (art. 581, 1ª parte).
	* Constituído em mora o comodatário, ele responde por ela, e também pagará ao comodante aluguel pelo uso da coisa, até restituí-la, no valor arbitrado pelo comodante (art. 583, 2ª parte).
	* Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda (art. 580).
	* O comodatário jamais poderá cobrar do comodante as despesas de uso e gozo da coisa (art. 584). Admite-se que o comodatário pode cobrar as despesas que teve com benfeitorias necessárias, porque estas não despesas para uso e gozo da coisa.
	* Se duas ou mais pessoas forem, ao mesmo tempo, comodatárias, ambas são solidariamente responsáveis para com o comodante (art. 585).
4.2 Mútuo: é o empréstimo, gratuito ou oneroso, de coisas fungíveis (art. 586).
	* O comodato é o empréstimo de uso, já o mútuo é o empréstimo de consumo.
	* O mutuário tem a obrigação de restituir o mutuante em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
	* O mútuo transfere o domínio da coisa ao mutuário, por conta dele correndo todos os riscos da coisa (art. 587).
	* O mútuo feito a pessoa menor, sem autorização prévia de seu guardião, não pode ser reavido pelo mutuário e pelos fiadores (art. 588). No entanto, o mutuário pode reaver a coisa (art. 589):
		I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
		II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
		III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
		IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
		V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
	* O mutuante pode exigir uma garantia da restituição, se o mutuário sofrer grave redução patrimonial (art. 590).
	* Se o mútuo é destinado a fins econômicos, presumem-se devidos os juros (art. 591).
	* Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será (art. 592):
		I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;
		II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
		III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes