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ONDAS SÍSMICAS AULA 1 Prof. João Carlos Dourado Revisão (2001) Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 2 ONDAS SÍSMICAS Ondas : Fenômeno físico, pelo qual ocorre a propagação da energia no tempo e no espaço. Tipos de Ondas : Ø Eletromagnéticas: Transportam energia eletromagnética. Ex.: Luz, radio, raio X. Ø Mecânicas: Transportam energia mecânica. Ex.: Som, ondas sísmicas. Características das Ondas Domínio do Espaço Amplitude (A): É o valor da distância entre picos positivos e negativos, com relação a posição 0. Comprimento de Onda (l) = É a distância entre dois pontos que se deslocam em fase. l 0 Distância D eslo cam en to A Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 3 Domínio do Tempo Período (T) : É o tempo entre dois pontos em mesma fase Freqüência (f) : Representa o número de oscilações por unidade de tempo que um ponto é submetido durante a passagem de uma onda. Velocidade A velocidade de propagação das ondas sísmicas vai depender das propriedades elásticas e da densidade do material no qual ela se propaga. Ela é diretamente proporcional aos parâmetros elásticos e inversamente proporcional à densidade dos corpos. T 0 Tempo A m plitude T f 1 = V T f= = l l. Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 4 CONCEITOS BÁSICOS DA ELASTICIDADE Quando é aplicado algum tipo de força na superfície de um corpo, ela pode causar mudanças na forma e/ou no volume deste corpo. É chamada de elasticidade a propriedade dos corpos de resistirem a essas mudanças e de retornarem à forma e/ou volume inicial após a retirada das forças externas. Um corpo é dito perfeitamente elástico quando ele retorna à sua forma inicial após cessar a força aplicada. A teoria da elasticidade estuda as relações entre as forças e as mudanças na forma e/ou volume dos corpos com base nos conceitos de tensão (esforço) e deformação. RELAÇÕES ENTRE TENSÃO E DEFORMAÇÃO Para se calcular a deformação quando são conhecidas as tensões e vice-versa, devem-se conhecer as relações entre eles. A lei de HOOKE diz que as pequenas deformações podem ser consideradas como idealmente elásticas, isto é: elas desaparecem totalmente após cessadas as tensões que as causaram. As ondas sísmicas utilizadas em técnicas de prospecção são causadoras de pequenas deformações, da ordem de 10-3 a 10-6 %, portanto podem ser classificadas como deformações elásticas. Essas deformações pequenas possuem relações lineares com as tensões. Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 5 TENSÃO (stress) Tensão é definida como força por unidade de área. Quando a tensão é perpendicular à área em que atua, é denominada tensão normal; quando ela é tangencial, é denominada de tensão cisalhante. Se for isolado um pequeno paralelepípedo de um corpo no qual existem tensões externas atuando, pode-se decompor os elementos das tensões que atuam em cada uma das seis faces do paralelepípedo de acordo com o que é mostrado na FIGURA I.1 para a face OABC e a sua oposta DEFG. s s s s s s xx zx yx zx xxyx y z FIGURA I.A- Componentes da tensão ( TELFORD et al., 1990). Na FIGURA I.1, os índices subscritos x, y e z são relativos aos eixos cartesianos x, y e z, portanto sxy indica uma tensão paralela ao eixo x e atuando em uma superfície perpendicular ao eixo y. Quando os índices são iguais como sxx a tensão é dita normal, quando os índices são diferentes como sxy , a tensão é cisalhante. Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 6 DEFORMAÇÃO (strain) Quando um corpo elástico é submetido a algum tipo de tensão, ele poderá sofrer mudança nas suas formas e/ou dimensões. Essa mudança é denominada deformação ou deformação específica ee e é definida pela relação dL/L ou dH/H, mostradas pela FIGURA I.2, onde um cilindro elástico é submetido à tensão normal de tração. FIGURA I. B- Deformação sofrida por um cilindro elástico, submetido a uma tensão de tração. em que: ee l = deformação de expansão longitudinal do cilindro ee h = deformação de contração lateral do cilindro. Deformação normal : não modifica a forma do corpo, somente o volume Deformação cisalhante : modifica a forma mas não o volume. Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 7 Parâmetros Elásticos Coeficiente de Poisson ee l = deformação de expansão longitudinal do cilindro ee h = deformação de contração lateral do cilindro coeficiente de Poisson é definido como sendo a relação entre deformação de contração lateral (eh) e a deformação de expansão longitudinal do cilindro (el): n e e = =h l dh h dl l Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 8 Relações Tensão X Deformação Lei de Hooke Em determinados corpos as pequenas deformações podem ser consideradas como idealmente elásticas, desaparecendo totalmente ao cessar a tensão Considerando o corpo homogêneo e isotrópico -Módulo de Yong / Elasticidade (E) -Módulo de Rigidez / Cisalhamento (G) -Módulo de Volume /Incompressibilidade (K) Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 9 Módulo de Young ou de Elasticidade (E) (Dourado,J.C.,1984) É a relação entre a tensão normal sii e a deformação que ocorre na direção desta tensão, isto é, eii E ii ii = s e Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 10 Módulo de Rigidez ou de Cisalhamento (G) (Dourado,J.C.,1984) É a relação entre a tensão cisalhante sij e a deformação cisalhante eij G ij ij = s e Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 11 Módulo de Volume ou de Incompressibilidade (K) É a relação entre a variação da pressão hidrostática dP e a variação do volume do corpo (D) K dP = D D é denominado de coeficiente de dilatação volumétrica e é definido por: D = + + = + +e e e ¶ ¶ ¶ ¶ ¶ ¶ xx yy zz u x v y w z Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 12 ONDAS MECÂNICAS OU ELÁSTICAS Quando o equilíbrio estático é rompido existe a propagação da tensão e da deformação sobre a forma de ondas elásticas. As ondas sísmicas são ondas mecânicas que se propagam na terra. As ondas sísmicas podem ser classificadas como: nondas de corpo ondas longitudinais ondas transversais nondas superficiais ondas Rayleigh ondas Love Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 13 ONDAS DE CORPO Ondas Longitudinais São também denominadas de ondas compressionais ou primarias (são os primeiros eventos a serem detectados após um terremoto). Durante a passagem de uma onda longitudinal, as partículas do corpo vibram na mesma direção da propagação da onda. comprimento de onda direção de propa- gação da onda máxima compressão zona de máxima descompressão direção de vibração das partículas Velocidade de Propagação da Onda P ( ) ( )( )Vp E K G = - + - = +1 1 1 2 4 3n r n n r onde r é a densidade do corpo. Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 14 Ondas Transversais As ondas transversais são também denominadas de ondas cisalhantes e secundarias . Durante a passagem das ondas transversais, as partículas do corpo vibram perpendicularmente em relação a direção de propagaçãodesta ondas comprimento de onda direção de propa- gação da onda direção de vibração das partículas. Velocidade de Propagação da Onda S Vs G E = = + r r n. ( )12 1 Ondas Sísmicas – J. C. Dourado 15 Ondas Superficiais São ondas que se formam na superfície livre da Terra. Ondas Love Durante a passagem deste tipo de onda, as partículas vão vibrar horizontalmente e na direção perpendicular ao sentido da propagação da vibração. Ondas Rayleigh Neste tipo de onda as partículas vão se deslocar verticalmente com uma forma elíptica e retrógrada. ondas Love ondas Rayleigh (Figuerola,J.C. 1974) Referências Dourado, J. C.(1984). A utilização da Sísmica na Determinação de Parâmetros Elásticos Dinâmicos de Maciços Rochosos e Terrosos In Situ. Publicações de Artigos Técnicos da ABGE No. 8, 12 p. Figuerola, J. C.(1974). Tratado de Geofísica Aplicada. 2 ª edição. Libreria Ciência – Industria S. L. – Madrid – Espanha – 520 p. Telford, W. M., Geldort, L. P. e Sheriff, R. E. (1990). Apliedd Geophysics – Second Edition, Cambridge University Press, Cambridge – 770 p.
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