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Reclamação trabalhista- sumário

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DO TRABALHO DA _ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE JOINVILLE – SANTA CATARINA
ÂNGELA DA SILVA, brasileira, auxiliar de produção, portadora da Cédula de Identidade nº -, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas sob nº -, PIS nº -, CTPS nº -, residente e domiciliada na rua -, nº -, nesta mesma cidade, por intermédio de seu procurador ao final subscrita, com escritório profissional na rua -, nº - (doc. 1), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 852-A da Consolidação das Leis do Trabalho e 282 do Código de Processo Civil, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo procedimento sumaríssimo, em face de XXXXX, pessoa jurídica de direito privado, por seu representante legal, inscrita sob o CNPJ nº -, com endereço para NOTIFICAÇÃO na rua -, nº -, pelos seguintes fatos e fundamentos que passa a expor:
I – DOS FATOS
A reclamante foi contratada pela reclamada no dia 4 de abril de 2014, na função de auxiliar de produção, ocasião em que obteve registro em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, percebendo a remuneração mensal de R$ 700,00 (setecentos reais).
No dia 28 de agosto de 2015, a reclamada comunicou a dispensa sem justa causa da reclamante, ocasião em que informou sobre sua gravidez, o que não alterou a decisão do empregador.
A reclamante trabalhava de segunda a sexta-feira em jornada de 8 (oito) horas diárias com 1 (uma) hora de intervalo e aos sábados das 7:30 às 13:30, sem intervalo intrajornada.
Vale mencionar que todas as verbas rescisórias de um empregado em situação regular foram quitadas.
Em síntese, são os fatos.
II – DO DIREITO
da concessão da justiça gratuita
Requer a este douto juízo a concessão da justiça gratuita, conforme declaração de pobreza que segue em anexo, amparado pelo art. 790, § 3º da CLT, que assegura a referida isenção pelo princípio da gratuidade. Dessa forma, requer a isenção do pagamento das custas em face do não prejuízo da reclamada em detrimento do seu sustento.
da estabilidade e reintegração da reclamante
O presente caso trata de funcionária gestante que foi demitida sem justa causa indo de encontro ao disposto no art. 7º, I da Constituição Federal, que prevê: “São direitos dos trabalhadores: (...) I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa (...) XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias."
Nesse sentido acrescenta também o art. 10, II, alínea "b" da ADCT, que a dispensa arbitrária ou sem justa causa é vedada, assegurando o efetivo emprego da gestante “desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto”.
Com o tema ainda corrobora a Súmula 244 do TST, conforme se vê:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.
Dessa forma, a gestante possui a garantia de permanecer no emprego, pelo tempo ora citado, fato que enseja o pedido de reintegração ao trabalho. Considerando que o nascimento da filha da reclamante ocorreu no dia 25 de abril de 2015, esta tem sua estabilidade garantida até 25 de setembro do mesmo ano.
Na mesma linha de raciocínio, Amauri Mascaro Nascimento conceitua a garantia de emprego relatando que:[1: NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 28. ed. São Paulo: Saraiva. 2013, p. 676.]
Estabilidade é o direito de não ser despedido. É a garantia de ficar no emprego, perdendo-o unicamente se houver uma causa que justifique a dispensa indicada por lei. Funda-se, portanto, no principio da causalidade da dispensa. Destina-se a impedir a dispensa imotivada, arbitrária, abusiva.
Sendo assim, a reclamante só poderia ter sido dispensada da prestação de seus serviços se houvesse uma justa causa para tal, apurada por meio de um procedimento disciplinar, o que não se vê no presente caso.
Em 2013 entrou em vigor a Lei nº 12.812, que acrescentou o artigo 391-A a Consolidação das Leis do Trabalho, dispondo sobre o direito à estabilidade provisória da gestante inclusive quando a confirmação da gravidez se der no curso do aviso prévio. Vejamos sua redação:
A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Por fim, requer a reintegração da reclamante para voltar a desempenhar sua função de auxiliar de produção e a anulação dos atos rescisórios.
indenização
Diante do exposto, resta clara a hipótese de indenização da reclamante pelo período compreendido entre a demissão e o término da licença maternidade, qual seja 25 de agosto de 2014 a 25 de setembro de 2015.
O art. 479 da CLT se refere a indenização nos casos de dispensa sem justa causa, no qual se lê:
Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Parágrafo único - Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Para tanto, faz parte desse montante os valores correspondentes ao salário, gratificação natalina (13º salário), férias e adicional, além de três dias de aviso prévio.
da concessão da tutela específica
Como se trata de uma obrigação de fazer pelo fato de que a reclamante deverá ser reintegrada, o art. 461, do CPC dispõe que o juiz poderá conceder a tutela especifica naquelas ações que tenham por objeto a referida obrigação de fazer, garantindo o resultado prático ao do inadimplemento.
Assim, uma vez provada que a reclamante possui a garantia de emprego, ao ser demitida sem justa causa, deverá ter direito a sua reintegração por meio da concessão da tutela específica.
Nesse entendimento, Sérgio Pinto Martins, expressa que: "Quando se verificar que o empregado não cometeu a falta grave, o empregador deve readmiti-lo no serviço (...)".[2: MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 31. ed. São Paulo: Saraiva. 2015, 1040 p.]
Para a concessão da tutela especifica é imprescindível o preenchimento de dois requisitos: o fumus boni iuris que fica caracterizado no art. anteriormente citado e o periculum in mora que é a rápida prestação da justiça, que fica caracterizado pela real urgência de reintegração no emprego da reclamada.
Por fim, requer a concessão da tutela especifica, reintegrando a reclamante nas suas funções anteriores, com os devidos pagamentos do período em que esteve afastada dos seus serviços.
do salário maternidade
O art. 7º, XVIII da CF/88 preceitua: “Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias”. A licença maternidade sem prejuízo de emprego e salário, com duração de 120 dias, alterou o art. 392 da CLT, que estabelece os aspectos principais da licença.
Além disso, durante o afastamento da gestante, o art. 393 da CLT estabelece que:
Durante o período a que se refere o art. 392, a mulher terá direito ao salário integral e, quando variável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis) últimos meses de trabalho, bem como os direitos e vantagens adquiridos, sendo-lhe ainda facultado reverter à função que anteriormenteocupava.
É devido o salário maternidade de 120 (cento e vinte) dias, desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, ficando a cargo do empregador o pagamento do período acrescido pela Carta.
Nesse sentido, tem-se o disposto pela Súmula 142 do TST: “Empregada gestante, dispensada sem motivos, antes do período de seis semanas anteriores ao parto, tem direito a percepção do salário-maternidade”.
f) da inviabilidade de reintegração e da indenização por desrespeito à estabilidade da reclamante
Caso fique demonstrada a inviabilidade da reintegração da reclamante, caberá à ela indenização do período de estabilidade compreendido entre a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto (ADCT, artigo 10, inciso II, alínea “b”).
Isso porque a reclamante que teve sua garantia de emprego frustrada, deve ser indenizada com todas as parcelas que teria auferido, caso o contrato de trabalho tivesse sido mantido até o final da estabilidade.
g) do intervalo intrajornada
O período de trabalho da reclamante era compreendido pelo seguinte cronograma: oito horas diárias de segunda a sexta-feira com uma hora de intervalo e seis horas de trabalho aos sábados, sem intervalo para descanso.
Acerca do tema, trata o art. 71 da CLT, o qual dispõe que:
Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
§ 5o  O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabelecido no § 1o poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de cada viagem.
Nesse sentido, o § 4º do artigo supracitado torna plausível a possibilidade de pagamento de horas extraordinárias praticadas no intervalo intrajornada. Além disso, o empregador que deixar de conceder o intervalo mínimo de descanso de 1 (uma) hora responderá por multa administrativa e, as horas que forem convertidas em trabalho, deverão ser indenizadas na razão de 50% (cinquenta por cento) da hora normal laborada.
No caso em tela, a hora trabalhada pela reclamante equivale a, aproximadamente, R$ 3,18 (três reais e dezoito centavos), isso porque esta percebia a remuneração de R$ 700,00 (setecentos reais) por 220 (duzentas e vinte) horas mensais. Considerando, então, que a reclamante laborou por 21 (vinte e um) sábados, deverá perceber o montante de R$ 25,04 (vinte e cinco reais e quatro centavos), acrescidos de todos os seus reflexos. Em outras palavras, os quinze minutos devidos de intervalo intrajornada já acrescidos do 50% referente ao § 4º equivalem a R$ 1,19 (um real e dezenove centavos).
III – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência a procedência total da presente reclamatória e ainda:
a) seja concedida a antecipação de tutela, nos termos do artigo 273, inciso I, do CPC, para determinar a imediata reintegração da reclamante ao emprego, com o recebimento de toda a remuneração correspondente ao período de afastamento, ou seja, salários vencidos e vincendos até a afetiva reintegração, além dos demais direitos trabalhistas assegurados, computando-se o tempo em que esteve afastado para todos os fins legais em relação ao seu contrato de trabalho;
b) ao final, seja ratificada a antecipação de tutela acima, para que a reintegração da reclamante se torne definitiva, com todos os direitos trabalhistas a ela inerentes, em especial, o pagamento dos salários vencidos e vincendos durante o período de afastamento, e computando-se o referido tempo em relação ao seu contrato de trabalho;
c) condenação e pagamento de indenização pelas horas trabalhadas referentes aos intervalos de intrajornada no valor de R$ 25,04; 
d) a condenação da reclamada nas custas processuais e honorários advocatícios a serem fixados nos termos do artigo 20, § 3º, do CPC.
Do pedido sucessivo
Configurando-se inviável a reintegração da reclamante a empresa, requer a condenação da reclamada ao pagamento das seguintes verbas rescisórias e indenização prevista no artigo 496 da CLT:
retificação da data da dispensa na CTPS para 25 de setembro de 2015, já com a integração dos três dias de aviso prévio no tempo de serviço (art. 487, § 1º, da CLT), e respectivos recolhimentos previdenciários;
salário até o fim da estabilidade do período compreendido entre 25/08/2014 a 25/09/2015 no valor de R$ 9.100,00;
13º salário proporcional de 25/08/2014 a 31/12/2014 (4/12 avos) no valor de R$ 233,33;
13º salário proporcional de 01/01/2015 a 25/09/2015 (9/12 avos) no valor de R$ 525,00;
férias de 25/08/2014 a 24/08/2015 (12/12 avos) de R$ 700,00 mais 1/3 férias do mesmo período de R$ 233,33, totalizando R$ 933,33;
férias proporcionais de 25/08/2015 a 25/09/2015 (1/12 avos) de R$ 58,33 mais 1/3 férias do mesmo período de R$ 19,44, totalizando R$ 77,77;
FGTS e multa de 40% sobre este, totalizando R$ 1.041,42;
Requer ainda:
a aplicação do art. 467 da CLT no que couber;
a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das verbas requeridas;
a aplicação do previsto no art. 475-J do CPC;
a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, por se tratar de pessoa pobre nos termos da lei, não possuindo condições financeiras de arcar com os custos da presente ação sem prejuízo de sua subsistência e de sua família;
a notificação do reclamado para contestar, querente, a presente reclamatória trabalhista, sob pena de confissão e revelia;
a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial documental e depoimento pessoal.
Dá-se o valor da causa R$ 11.910,85 (onze mil, novecentos e dez reais e oitenta e cinco centavos).
Termos em que pede deferimento.
Joinville, 24 de agosto de 2015.
ADVOGADO/OAB
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