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Erro de tipo e erro de proibição

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RESUMO 
O Trabalho aqui desenvolvido tem como objetivo analisar elementos diferenciadores de dois importantes institutos do direito penal, erro de tipo e erro de proibição – tratados nos art. 20 e 21, do Código Penal, respectivamente –, cuja dificuldade de diferenciação é recorrente.
Palavras-chave: Erro de tipo- Erro de proibição 
1 INTRODUÇÃO
 Este trabalho apresenta o posicionamento do que é erro de tipo e erro de proibição. A diferenciação deve ficar assentada desde os primeiros anos do Curso de Direito, ampliando assim, a correta compreensão de outros institutos penais posteriores de estudos da parte geral do código.
 O Objetivo deste trabalho é de buscar a separação conceitual e, ao mesmo tempo, a integração entre eles – muitas vezes através de exemplos buscados em casos concretos.
 O tipo de pesquisa utilizado foi explicativo, o qual visa identificar crime como sendo um fato típico, antijurídico e culpável. A metodologia utilizada foi baseada no método de artigo cientifico, estudando a matéria penal efetiva e pertinente aos profissionais do Direito, e acadêmicos, que com frequência, se deparam na seara penal com a necessária distinção entre erro de tipo e erro de proibição. 
2 DESENVOLVIMETO 
 Qual seria a distinção entre erro e ignorância para a matéria penal? Erro seria à falsa percepção da realidade ou o falso conhecimento de determinado objeto. Exemplo: O sujeito erra ao confundir um cavalo com um jumento. Por seu turno, Ignorância é o completo desconhecimento da realidade ou de algum objeto. Exemplo: O sujeito nascido em uma casa urbana e trancado no interior de um quarto até os 18 anos de idade, não tem a mínima ideia do que seja um cavalo.
 O Código Penal trata de forma idêntica o erro e a ignorância. Ambos podem ensejar a aplicação do instituto do erro de tipo. Destarte, quando fala em “erro”, utiliza essa palavra em sentido amplo, compreendendo o erro propriamente dito e a ignorância. 
 Na redação original do Código Penal de 1940, o art. 17, caput, cuidava do erro de fato: ” É isento de pena quem comete o crime por erro quanto ao fato que constitui, ou quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima”.
 Esse dispositivo era muito menos abrangente, pois se referia unicamente aos elementos objetivos do tipo penal.
 Com a reforma da Parte Geral pela Lei 7.209/1984, o erro de fato foi substituído pelo erro de tipo, que, além dos elementos objetivos, engloba também os elementos subjetivos e normativos eventualmente descritos na conduta criminosa.
 Com a rubrica “ erro sobre elementos do tipo”, dispõe o art. 20, caput, do Código Penal: ” O erro sobre o elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei”.
 A expressão “tipo legal de crime” deixa claro que o legislador somente se preocupou com o tipo penal incriminador, isto é, aquele que define uma conduta criminosa, combinando-lhe a pena respectiva.
 A doutrina distingue, com base no Código Penal (art. 20 e 21), erro de tipo de erro de proibição, pressupondo uma outra distinção entre representação do fato e representação da ilicitude do fato. No primeiro caso, há erro de tipo (portar maconha supondo ser tabaco); no segundo, existe erro de proibição (portar pequena quantidade de maconha para uso pessoal, supondo permitida pela legislação atual). No erro de tipo, o autor não sabe o que faz, e se soubesse não o faria. Já no erro de proibição, o autor sabe o que faz, mas acredita que aquilo que faz é lícito. O erro de tipo no Direito Penal Brasileiro atual está regrado pela teoria limitada da culpabilidade, pois, quando acontece o erro de tipo há sempre, no mínimo, a exclusão do dolo. 
 Há duas formas de erro de tipo, as quais ensejam tratamentos e consequências diversas: erro de tipo essencial e acidental.
 O erro de tipo essencial pode ser escusável ou inescusável.
Escusável: é a modalidade de erro que não deriva de culpa do agente, ou seja, mesmo que ele tivesse agido com cautela e a prudência de um homem médio, ainda assim não poderia evitar a falsa percepção da realidade sobre elementos constitutivos do tipo penal.
Inescusável: é a de erro que provém da culpa do agente, é dizer, se ele empregasse a cautela e a prudência do homem médio poderia evita-lo, uma vez que seria capaz de compreender o caráter criminoso do fato.
 O erro de tipo, seja escusável ou inescusável, sempre exclui o dolo. De fato, como o dolo deve abranger os elementares do tipo penal, resta afastado pelo erro de tipo, pois o sujeito não possui a necessária vontade de praticar integralmente a conduta tipificada em lei como crime ou contravenção penal.
 Já o erro de tipo acidental é aquele que recai sobre elementos secundários e irrelevantes da figura típica e não impede a responsabilização do agente pelo crime, ou seja, não elide nem o dolo nem a culpa. Podendo assumir as modalidades de erro, erro sobre a pessoa, erro na execução, resultado diverso do pretendido ou erro sobre o nexo causal.
 Quanto ao erro de proibição a doutrina tradicional trata o erro de proibição como erro de direito, o que a moderna doutrina penal não mais faz.
 O art. 21, do Código Penal, prescreve que: “O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá reduzi-la de um sexto a um terço. Considerando-se evitável o erro, se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. ” Trata-se, pois, de erro de proibição. No erro de proibição o erro incide sobre a ilicitude do fato, o sujeito supõe como lícito o fato por ele praticado, fazendo um juízo equivocado sobre o que lhe é permitido fazer no convívio social.
 Como exemplos de erro de proibição, mencionados pela doutrina, pode-se citar o caso de dois irmãos que se casam supondo a inexistência de impedimento legal, ou a pessoa que tem cocaína na sua casa em depósito reputando aquela conduta como legal. Eles sabem, perfeitamente, o que estão fazendo, só que julgam tais condutas permitidas.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Do exposto neste trabalho cientifico, concluiu-se que o art. 20 do CP, dispõe do erro de tipo que é o crime que o autor não tinha a pretensão de fazer, ele exclui o dolo se o agente desconhece o que está fazendo. E este, está classificado em erro de tipo essencial, que é quando se interpreta um aspecto da realidade errado e essa falsa interpretação recai sobre o elemento característico do tipo penal; e erro de tipo acidental, que é quando o sujeito não compreende a atitude ilícita da ação, ou seja, ele pensa estar agindo de tal forma que supõe ser correta, mas que na verdade é errada.
 Tem se também o erro de proibição, que é quando o agente sabe o que está fazendo, mas crê que não é ilícito, o que causa esse fato é o desconhecimento ou a falta de interpretação da norma jurídica, apesar de que ninguém é obrigado a saber todas as normas vigentes, todos têm a capacidade de distinguir o que é licito e o que é ilícito perante a ação ou omissão que realiza.
Em síntese, o tema estudado requer muita precaução ao ser aplicado na prática, pois se deve estudar o caso ocorrido corretamente para se possa aplicar a pena justa a quem realmente cometeu a ação ou omissão.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
- MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Volume 1: parte geral, art. 1º a 120 do CP. 26º Edição, revisada e atualizada. Editora Atlas. São Paulo – 2010.
 - JESUS, Damásio E. de. Direito penal. Volume 1: parte geral. 28ª Edição revisada. Editora Saraiva. São Paulo – 2005.
- MASSON, Cleber. Direito. Penal. Volume 1: parte geral, Sétima Edição, revisada, atualizada e ampliada. Editora Método-2013
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES APRENDIZ
FACULDADE DE DIREITO
Adonay Junior dos Santos Sá
QUESTÕES PENAIS SOBRE ERRO DE TIPO-ERRO DE PROIBIÇÃO
Barbacena
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