Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana´lise I - Lista 10 1. Seja f : R→ R. Ache os valores de c para que f seja cont´ınua em todo seu domı´nio f(x) = { cx2 + 2x se x < 2 x3 − cx se x ≥ 2 Resposta: lim x→2− f(x) = 4c+ 4 = 8− 2c = lim x→2+ f(x) → c = 2 3 2. Seja f : [0, 1] → [0, 1] cont´ınua em [0, 1]. Use o Teorema do Valor Intermedia´rio para provar que existe c ∈ [0, 1] tal que f(c) = c. Prova: Se f(0) = 0 ou f(1) = 1 esta´ provado. Para o caso em que na˜o se tem f(0) = 0 e f(1) = 1, temos f(1) < 1 → f(1) − 1 < 0 e f(0) > 0, pois f([0, 1]) = [0, 1]. Definimos a func¸a˜o g : [0, 1] → R como g(x) = f(x) − x. Como f e´ cont´ınua em [0, 1] segue-se que g e´ cont´ınua em [0, 1]. Ale´m disso, como g(1) = f(1) − 1 < 0 e g(0) = f(0) > 0 temos g(1) < 0 < g(0). Pelo Teorema do Valor Intermedia´rio, existe c ∈ [0, 1] tal que g(c) = 0 → f(c) = c. 3. Seja f : X → R, f(x) = x2. Mostre que f e´ lipschitziana se X for limitado. Demonstrac¸a˜o: Se X e´ limitado, enta˜o existe um nu´mero real A > 0 tal que |x| ≤ A ∀x ∈ X. Dados quaisquer x, y ∈ X, vale |f(x)− f(y)| = |x2 − y2| = |x+ y||x− y| ≤ 2A|x− y| Logo f e´ lipschitziana com c = 2A. 4. Seja f : R→ R, f(x) = x2. Mostre que f na˜o e´ uniformemente cont´ınua. Demonstrac¸a˜o: Seja ε = 1. Para qualquer δ > 0, tome x > 1 δ e y = x+ δ 2 . Enta˜o |x− y| < δ mas |f(x)− f(y)| = ( x+ δ 2 )2 − x2 = xδ + δ 2 4 > xδ > 1. 1 Ana´lise I - Trabalho 2 1. Resolva os exerc´ıcios indicado pelo professor: - Grupo 1: Lista 8, exs. 1, 7. Lista 9, exs. 1, 3 - Grupo 2: Lista 8, exs. 2, 7. Lista 9, exs. 2, 4 - Grupo 3: Lista 8, exs. 3, 7. Lista 9, exs. 5, 1 - Grupo 4: Lista 8, exs. 4, 7. Lista 9, exs. 6, 2 - Grupo 5: Lista 8, exs. 5, 7. Lista 9, exs. 3, 5 - Grupo 6: Lista 8, exs. 6, 7. Lista 9, exs. 4, 6 2 Ana´lise I - Lista 9 1. Sejam X ⊂ R, f, g, h : X → R e a ∈ X ′. Mostre que se ∀x ∈ X com x 6= a, f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) e lim x→a f(x) = lim x→a h(x) = L, enta˜o lim x→a g(x) = L. 2. Sejam f : R→ R e g : R→ R, definidas por: f(x) = { 0 se x ∈ R−Q x se x ∈ Q , g(y) = { 0 se y 6= 0 1 se y = 0 . Ache lim x→0 f(x), lim y→0 g(y) e lim x→0 g(f(x)), se existirem. 3. Mostre, pela definic¸a˜o, que lim x→6 5 x− 1 = 1 4. Mostre, pela definic¸a˜o, que lim x→a 1 (x− a)2 = +∞ 5. Sejam X ⊂ R, f : X → R e a ∈ X ′. Teorema: lim x→a f(x) = L ↔ lim n→+∞ f(xn) = L para toda sequeˆncia de pontos xn ∈ X − {a}, tal que lim n→+∞ xn = a. Dada a func¸a˜o f : R→ R definida por f(x) = { 1 se x ∈ R−Q 0 se x ∈ Q use o teorema e explique por que na˜o existe lim x→a f(x) qualquer que seja a ∈ R. 6. Seja f : R − {0} → R definida por f(x) = 2 1+e−1/x . Ache limx→0+ f(x) e lim x→0− f(x), se existirem. 3 Ana´lise I - Lista 8 1. Seja X = (0, 1) ∪ {2}. Ache int(X), X e X ′. 2. Prove que X e´ fechado se, e somente se X = X. 3. Mostre que se X ⊂ F e F e´ fechado enta˜o X ⊂ F . 4. Prove que se A ⊂ R e´ aberto e a ∈ A enta˜o A− {a} e´ aberto. 5. Prove que se limxn = a e X = {x1, x2, · · · , xn, · · · } enta˜o X = X ∪ {a}. 6. Mostre que para todo X ⊂ R limitado superiormente, supX e´ aderente a X. 7. Deˆ explicitamente o significado de cada uma das seguintes afirmac¸o˜es: 1- X ∩X ′ = ∅ 2- X ⊂ X 3- X ′ ⊂ X 4- X ′ = ∅ 5- Y ⊂ X (com X ⊂ Y ) 4 Ana´lise I - Trabalho 1 1.Prove que toda sequeˆncia convergente e´ limitada. Deˆ um exemplo de que a rec´ıproca na˜o e´ va´lida. Demonstrac¸a˜o: Se limxn = a, enta˜o dado ε > 0, ∃n0 ∈ N tal que n > n0 → |xn − a| < ε, ou seja, a partir de n > n0 todos os termos xn da sequeˆncia pertencem ao intervalo (a− ε, a+ ε). Seja X = {x1, x2, · · · , xn0 , a − ε, a + ε}. Colocando c = minX e d = maxX, vemos que xn ∈ [c, d] para todo n. Logo a sequeˆncia e´ limitada. A sequeˆncia (xn) com xn = (−1)n e´ limitada, mas na˜o convergente pois seu termo geral na˜o tende a zero. 2. Sejam a e b dois nu´meros reais positivos com a < b. Considere a sequeˆncia (xn) de termos pares x2n = a nbn e termos ı´mpares x2n+1 = a n+1bn. Ache lim xn+1 xn e lim n √ xn, se existirem. Resposta: Para m ı´mpar, i.e. m = 2n + 1, temos xm+1 xm = x2(n+1) x2n+1 = a n+1bn+1 an+1bn = b. Para m par, i.e. m = 2n, temos xm+1 xm = x2n+1 x2n = a n+1bn anbn = a. Logo, a sequeˆncia ( xn+1 xn ) possui duas subsequeˆncias, uma convergindo para a e outra convergindo para b. Portanto na˜o existe lim xn+1 xn . Por outro lado, para m = 2n+1, temos m √ xm = (x2n+1) 1/(2n+1) = (an+1bn)1/(2n+1) = a n+1 2n+1 b n 2n+1 , logo m √ xm → √ ab quando n→ +∞. Analogamente, para m = 2n, temos m√xm = (x2n)1/(2n) = (anbn)1/(2n+1) = a n 2n+1 b n 2n+1 , logo m √ xm → √ ab. Portanto, lim n √ xn = √ ab. 3. Seja (xn) a sequeˆncia de nu´mero reais com xn = 4n2 3n2+1 . Usando a definic¸a˜o, mostre que limxn = 4 3 Demonstrac¸a˜o: Se n > n0, enta˜o∣∣∣∣ 4n23n2 + 1 − 43 ∣∣∣∣ = 43(3n2 + 1) < 49n2 < 49n20 = ε. Logo, para n0 = 2 3 √ ε , temos n > n0 → ∣∣∣ 4n23n2+1 − 43∣∣∣ < ε. 4. Prove que a sequeˆncia (xn), com xn = n+3 n+1 , e´ de Cauchy. Demonstrac¸a˜o: Como xn = n+3 n+1 = 1 + 2 n+1 , para n > n0 temos |xn+p − xn| = ∣∣∣∣1 + 2n+ p+ 1 − 1− 2n+ 1 ∣∣∣∣ = 2pn(n+ p+ 1) < 2n < 2n0 = ε. Logo, colocando m = n + p e n0 = 2 ε , vemos que m, n > n0 → |xm − xn| < ε. Portanto, a sequeˆncia e´ de Cauchy. 5 5. Resolva o exerc´ıcio da lista 7 indicado pelo professor: - Grupo 1: exerc´ıcio 3 - Grupo 2: exerc´ıcio 4 - Grupo 3: exerc´ıcio 5 - Grupo 4: exerc´ıcio 6 - Grupo 5: exerc´ıcio 7 - Grupo 6: exerc´ıcio 8 6 Ana´lise I - Lista de Exerc´ıcios 7 1. Seja xn > 0 para todo n. Mostre que limxn = 0 ↔ lim 1xn = +∞. Demonstrac¸a˜o: Se limxn = 0, enta˜o dado A > 0, existe n0 ∈ N tal que n > n0 → 0 < xn < 1/A, e portanto 1/xn > A, donde lim 1 xn = +∞. Reciprocamente, se lim 1 xn = +∞, dado ε > 0, existe n0 ∈ N tal que n > n0 → 1xn > 1ε , e portanto 0 < xn < ε, donde limxn = 0. 2. Sejam (xn) e (yn) sequeˆncias de nu´meros positivos. Mostre que se (xn) e´ limitada e lim yn = +∞ enta˜o lim xnyn = 0. Demonstrac¸a˜o: Se (xn) e´ limitada, enta˜o existe k > 0 tal que xn < k para todo n. Se lim yn = +∞, enta˜o dado ε > 0, existe n0 ∈ N tal que n > n0 → yn > k/ε. Enta˜o n > n0 → 0 < xn yn < k k/ε = ε, donde lim xn yn = 0. 3. Prove que, para todo a ∈ R, a se´rie a2 + a2 1+a2 + a 2 (1+a2)2 + a 2 (1+a2)3 · · · e´ convergente e calcule a sua soma. Resposta: E´ uma se´rie geome´trica ∑+∞ n=0 a 2( 1 1+a2 )n = 1 + a2. 4. Mostre que se ∑ an converge e an > 0 enta˜o ∑ (an) 2 e ∑ an 1+an convergem. Demonstrac¸a˜o: Se ∑ an converge, enta˜o lim an = 0. Logo, ∀ε > 0 ∃n0 ∈ N tal que n > n0 → an < ε. Para ε = 1, temos n > n0 → an < 1 → (an)2 < an. Logo, por comparac¸a˜o vemos que a se´rie ∑ (an) 2 converge. No caso da segunda se´rie, note que an 1+an < an para todo n. Logo, por comparac¸a˜o vemos que a se´rie ∑ an 1+an converge. 5. Calcule a soma ∑+∞ n=1 2 (a+n)(a+n+2) . Resposta: Escreva 2 (a+n)(a+n+2) = 1 a+n − 1 a+n+2 e obtenha a reduzida sn = 1 a+1 + 1 a+2 − 1 a+n+1 − 1 a+n+2 . Logo lim sn = 1 a+1 + 1 a+2 = 2a+3 (a+1)(a+2) 6. Calcule a reduzida sn da se´rie ∑+∞ n=2 n−1 n! . Resposta: Escreva n−1 n! = 1 (n−1)! − 1n! . Segue-se que sn = 1− 1n! . 7. Use o crite´rio de Cauchy para provar que se ∑ |an| converge enta˜o ∑ an converge. 7 Demonstrac¸a˜o: Se ∑ |an| converge, dado ε > 0, ∃n0 ∈ N tal que ||an+1|+ |an+2|+ · · · |an+p|| = |an+1| + |an+2| + · · · |an+p| < ε, para qualquer p ∈ N. Mas |an+1 + an+2 + · · · an+p| ≤ |an+1| + |an+2| + · · · |an+p| < ε, logo a se´rie ∑ an satisfaz o crite´rio de Cauchy e portantoconverge. 8. Seja r ∈ Q. Aplique o teste da raza˜o na se´rie ∑+∞n=1 nrbn e determine para quais valo- res de b a se´rie converge. Resposta: Seja xn = n rbn. Segue-se que∣∣∣∣xn+1xn ∣∣∣∣ = (n+ 1n )r |b| → lim ∣∣∣∣xn+1xn ∣∣∣∣ = lim(n+ 1n )r |b| = |b| < 1. Para b = ±1 se´rie diverge pois seu termo geral na˜o tende a zero. Logo a se´rie converge se −1 < b < 1. 8 Ana´lise I - Primeira Avaliac¸a˜o (Resolvida)1 Exerc´ıcio 1: Pelo teorema: “toda sequeˆncia mono´tona limitada e´ convergente”, podemos saber em certos casos que uma sequeˆncia possui limite, mesmo sem conhecer o valor desse limite. E´ claro que existem muitas sequeˆncias convergentes que na˜o sa˜o mono´tonas. Desse modo, vemos que o teorema na˜o e´ o crite´rio de convergeˆncia mais geral poss´ıvel. Por outro lado, o crite´rio de Cauchy fornece a condic¸a˜o necessa´ria e suficiente para a convergeˆncia de uma sequeˆncia de nu´meros reais. (1,0 ponto cada) a) Deˆ um exemplo de sequeˆncia convergente na˜o mono´tona. Resposta: (xn) com xn = (−1)n n . b) Mostre que se (an) e (bn) sa˜o sequeˆncias de Cauchy, enta˜o a sequeˆncia (an + bn) tambe´m e´ de Cauchy. A sequeˆncia (an + bn) possui limite? Demonstrac¸a˜o: Como a sequeˆncia (an) e´ de Cauchy, enta˜o existe p ∈ N tal que m > p e n > p → |am − an| < ε2 , ou seja, m > p e n > p → an − ε2 < am < an + ε2 . De maneira ana´loga, para a sequeˆncia de Cauchy (bn), existe q ∈ N tal que m > q e n > q → bn − ε2 < bm < bn + ε2 . Colocando n0 = max{p, q} e somando as desigualdades, segue-se que m > n0 e n > n0 → an + bn − ε < am + bm < an + bn + ε, ou seja, m > n0 e n > n0 → |am + bm − an − bn| < ε, e portanto a sequeˆncia (an + bn) e´ de Cauchy. Como toda sequeˆncia de Cauchy e´ convergente, enta˜o a sequeˆncia (an + bn) possui limite. c) Construa uma sequeˆncia com elementos distintos e que tenha pontos de adereˆncia em -1 e 2. Resposta: (xn) com x2n+1 = −1 + 12n+1 e x2n = 2 + 12n . Exerc´ıcio 2: Seja r um nu´mero racional. Considere o conjunto X = {x ∈ Q; x < r}. Prove que X na˜o possui elemento ma´ximo (sugesta˜o: prove que, dado qualquer x ∈ X, existe x′ ∈ X tal que x < x′). (1,0 ponto) Demonstrac¸a˜o: Considere o nu´mero racional ε > 0 tal que ε < r − x. Colocando x′ = x + ε segue-se que x′ = x+ ε < x+ (r − x) = r. Portanto x′ ∈ X e x < x′. Exerc´ıcio 3: Seja X = {2n−1 n ; n ∈ N}. (1,0 ponto cada) a) Deˆ exemplos de 2 cotas inferiores e 2 cotas superiores se existirem; Resposta: cotas inferiores: 1 2 e 1. Cotas superiores: 2 e 3. 1Observac¸o˜es: 1- Apresente o desenvolvimento das demonstrac¸o˜es passo a passo, organizadamente e com letra leg´ıvel. O desenvolvimento que estiver incompreens´ıvel na˜o sera´ considerado. 9 b) Determine o ı´nfimo de X, se existir. Prove que supX = 2. Resposta: inf X = 1. Demonstrac¸a˜o: Como 2 > 2 − 1 n para todo n ∈ N, vemos que 2 e´ uma cota superior de X. Resta mostrar que todo nu´mero r < 2 na˜o e´ cota superior, i.e., que existe algum m tal que r < 2 − 1 m . Ora, se r < 2, enta˜o 1 2−r > 0. E´ sempre poss´ıvel encontrar algum m ∈ N tal que m > 1 2−r ↔ (2− r) > 1m ↔ 2− 1m > r. Portanto 2 e´ a menor das cotas superiores, ou seja, supX = 2. Exerc´ıcio 4: Seja (xn) a sequeˆncia de nu´mero reais com xn = 2n n+1 . Usando a definic¸a˜o, mostre que limxn = 2 (2,0 pontos). Demonstrac¸a˜o: Se n > n0, enta˜o 2 n0 > 2 n . Segue-se que∣∣∣∣ 2nn+ 1 − 2 ∣∣∣∣ = 2n+ 1 < 2n < 2n0 Logo, colocando ε = 2 n0 , vemos que n > n0 → ∣∣∣∣ 2nn+ 1 − 2 ∣∣∣∣ < ε donde limxn = 2. Exerc´ıcio 5: Seja a sequeˆncia (xn) definida pela relac¸a˜o de recorreˆncia xn+1 = √ 1 + 2xn, com x1 = 1. (1,0 ponto cada) a) Mostre, por induc¸a˜o, que a sequeˆncia e´ crescente e limitada. Demonstrac¸a˜o: Vemos que x1 = 1 < x2 = √ 3. Suponha que a desigualdade xn < xn+1 seja va´lida, enta˜o: xn < xn+1 → 1 + 2xn < 1 + 2xn+1 → √ 1 + 2xn < √ 1 + 2xn+1 → xn+1 < xn+2. Logo, a sequeˆncia e´ crescente, e portanto mono´tona. A sequeˆncia e´ limitada inferiormente por 0. Mostraremos que xn < 4 para todo n. Vale para x1 = 1 < 4. Suponha que xn < 4, enta˜o: xn < 4 → 1 + 2xn < 9 → √ 1 + 2xn < 3 < 4 → xn+1 < 4. Logo, a sequeˆcia e´ limitada. b) Determine o limite da sequeˆncia. Demonstrac¸a˜o: Como a sequeˆncia e´ mono´toda e limitada, enta˜o ela e´ convergente. Suponha que limxn = a. Aplicando o limite na relac¸a˜o de recorreˆncia obtemos: limxn+1 = lim √ 1 + 2xn → a = √ 1 + 2a → a2 − 2a− 1 = 0, → a = 1± √ 2 Como 1−√2 < 0, conclu´ımos que a = 1 +√2. 10 Ana´lise I - Exerc´ıcios de Revisa˜o Exerc´ıcio 1: O que e´ um corpo ordenado, e um corpo ordenado completo. Deˆ um exemplo de um corpo que na˜o e´ ordenado e um exemplo de corpo ordenado que na˜o e´ completo. Resposta: 1) Um corpo ordenado e´ um corpo K que possui um subconjunto de elementos positivos P ⊂ K satisfazendo as seguintes condic¸o˜es: i) x, y ∈ P → x+ y ∈ P e x · y ∈ P ; ii) dado x ∈ K, enta˜o ou x = 0, ou x ∈ P ou −x ∈ P . Nestas condic¸o˜es K = P ∪ (−P ) ∪ {0}, sendo os conjuntos P , −P e {0} dois a dois disjuntos. 2) Um corpo ordenado K e´ completo quando todo subconjunto na˜o-vazio, limitado superior- mente (inferiormente), X ⊂ K, possui supremo (´ınfimo) em K. Exemplos: 1- O conjunto de nu´mero complexos C e´ um corpo mas na˜o e´ ordenado pois i2 = −1, ou seja, o produto de dois nu´meros positivos e´ negativo. 2- O conjunto dos nu´meros racionais Q e´ um corpo ordenado mas na˜o e´ completo pois possui subconjuntos limitados superiormente sem supremo em Q, por exemplo, o subconjunto X = {x ∈ Q; x ≥ 0 e x2 < 2} na˜o possui um elemento ma´ximo e nem um supremo em Q em decorreˆncia de na˜o existir um nu´mero racional tal que x2 = 2. Exerc´ıcio 2: Mostre que a func¸a˜o f : N→ X e´ injetiva, para X = f(N) e f(n) = a+ bn, com a, b ∈ Z− {0}. O conjunto X e´ enumera´vel? Se b = 0 e X = Z, temos f(n) = a. Determine os conjuntos f−1(a) e f−1(c) para c 6= a e c ∈ X. Demonstrac¸a˜o: 1) Vamos motrar que f(m) = f(n) → m = n: f(m) = a+ bm = a+ bn = f(n) → m = n Portanto f e´ injetiva. Como X = f(N), enta˜o f tambe´m e´ sobrejetiva. Logo, f e´ bijetiva e X e´ enumera´vel. 2) Para o caso em que b = 0 e X = Z, se f(n) = a, enta˜o f−1(a) = N e f−1(c) = ∅ para c 6= a. Exerc´ıcio 3: Dado o conjunto X = { 2 n ; n ∈ N} ⊂ R. a) Deˆ exemplos de 2 cotas inferiores e 2 cotas superiores se existirem; 11 b) Determine, se existirem, o supremo e o ı´nfimo de X. Prove o resultado. Resposta: a) Cotas inferiores: 0 e -1. Cotas superiores: 2 e 3. b) Mostraremos que supX = 2: 1) O nu´mero 2 e´ cota superior de X, pois 2 ≥ 2 n ∀n ∈ N. 2) Obviamente, qualquer nu´mero a < 2 na˜o e´ cota superior, pois 2 ∈ X. Logo, 2 e´ a menor das cotas superiores, ou seja, supX = 2. Mostraremos que inf X = 0: 1) Como 0 < 2 n ∀n ∈ N, enta˜o 0 e´ uma cota inferior. 2) Resta mostrar que nenhum nu´mero a > 0 e´ cota inferior. Com efeito, para qualquer a > 0 existe sempre algum n ∈ N (pois N e´ ilimitado) tal que n > 2 a → a > 2 n , logo a na˜o e´ cota inferior. Portanto, inf X = 0. Exerc´ıcio 4: Seja (xn) a sequeˆncia de nu´mero reais com xn = n n2+1 . Usando a definic¸a˜o, mostre que limxn = 0. Demonstrac¸a˜o: Note que n > n0 → 1n < 1n0 . Ale´m disso, n n2 + 1 < 1 n < 1 n0 . Assim, colocando n0 = 1 ε , segue que n > n0 → n n2 + 1 = ∣∣∣∣ nn2 + 1 − 0 ∣∣∣∣ < 1n < 1n0 = ε, ou seja, lim n n2+1 = 0. Exerc´ıcio 5: Dada a sequeˆncia (xn) definida pela relac¸a˜o de recorreˆncia xn+1 = 3+2 √ xn, com x1 = 1. a) Mostre, por induc¸a˜o, que a sequeˆncia e´ crescente e limitada. b) A sequeˆncia possui limite? Justifique sua resposta em caso afirmativo, e determine o limite. 12 Resposta: a) Primeiramente mostraremos por induc¸a˜o que a sequeˆncia e´ crescente, i.e., xn <xn+1. Vale para n = 1, pois x1 = 1 < x2 = 5. Suponha que seja va´lida xn < xn+1: xn < xn+1 → √xn < √xn+1 → 3 + 2√xn < 3 + 2√xn+1 → xn+1 < xn+2. A sequeˆncia e´ limitada inferiormente por x1 = 1. Agora, mostraremos por induc¸a˜o que a sequeˆncia e´ limitada superiormente por 9, i.e., xn < 9 ∀n ∈ N. Vale para n = 1, pois x1 = 1 < 9. Suponha que xn < 9, enta˜o: xn < 9 → √xn < 3 → 3 + 2√xn < 3 + 2 · 3 = 9 → xn+1 < 9. Portanto, a sequeˆncia e´ limitada. b) Como a sequeˆncia e´ mono´tona e limitada, enta˜o a sequeˆncia possui um limite. Suponha que limxn = a. Aplicando o limite na relac¸a˜o de recorreˆncia, obtemos: limxn+1 = lim (3 + 2 √ xn) → a = 3 + 2 √ a → (a− 3)2 = 4a → a = 1 ou a = 9. Como x1 = 1, conclu´ımos que a = 9. Exerc´ıcio 6: Seja xn = n √ a = a1/n, onde a > 0. Prove que lim xn = 1. Demonstrac¸a˜o: (Esta´ no exemplo 13 da pg. 117 do livro do Elon) O limite e´ o´bvio quando a = 1. Se a > 1 a sequeˆncia e´ decrescente, pois para todo n temos: a > 1 → an · a > an → (an+1) 1n(n+1) > (an) 1n(n+1) → a1/n > a1/(n+1). Se 0 < a < 1 a sequeˆncia e´ crescente, pois para todo n temos: a < 1 → an · a < an → (an+1) 1n(n+1) < (an) 1n(n+1) → a1/n < a1/(n+1). Em qualquer caso, a sequeˆncia e´ limitada, pois para todo n temos: • 0 < a < 1 → 0 < a1/n < 11/n = 1 • a > 1 → a ≥ a1/n > 1 Logo, como a sequeˆncia e´ mono´tona e limitada, ela possui um limite. Suponha que limxn = l e X = {a1/n; n ∈ N}. Note que l > 0, pois: • se 0 < a < 1, enta˜o l = sup X ≥ a > 0 (note que a ∈ X). • se a > 1, enta˜o a1/n > 1 ∀n ∈ N, logo l = inf X ≥ 1. 13 Usando o fato de que se limxn = l, enta˜o toda subsequeˆncia de (xn) tambe´m converge para o limite l (Teorema 2 da pg. 109 do livro do Elon). Em particular, a subsequeˆncia (a1/n(n+1)) = (a1/2, a1/6, a1/12, · · · ) convergira´ para l. Assim, l = lim a1/n(n+1) = lim a1/n−1/(n+1) = lim a1/n a1/(n+1) = lim a1/n lim a1/(n+1) = l l = 1. 14 Ana´lise I - Lista de Exerc´ıcios 6 1. Considere a sequeˆncia (xn) com xn = cos ( npi 2 ) ∀n ∈ N. Ache lim inf xn e lim supxn. Resposta: Temos (xn) = (0,−1, 0, 1, 0,−1, · · · ). Como Xn = {xn, xn+1, · · · } , obtemos an = inf Xn = −1 e bn = supXn = 1. Portanto, lim inf xn = lim an = −1 e lim sup xn = lim bn = 1. 2. Demonstre o Lema 1: “Toda sequeˆncia de Cauchy e´ limitada.” Demonstrac¸a˜o: Se (xn) e´ uma sequeˆncia de Cauchy, enta˜o dado qualquer ε > 0, ∃n0 ∈ N tal que m,n ≥ n1 > n0 → |xm − xn| < ε. Tomando m = n1 e ε = 1, obtemos que n ≥ n1 → |xn1 − xn| < 1, ou seja, n ≥ n1 → xn ∈ (xn1 − 1, xn1 + 1). Sejam α o menor e β o maior elemento do conjunto X = {x1, x2, · · · xn1 − 1, xn1 + 1}. Enta˜o xn ∈ [α, β] ∀n ∈ N, logo (xn) e´ limitada �. 3. Demonstre o Lema 2: “Se uma sequeˆncia de Cauchy (xn) possui uma subsequeˆncia con- vergindo para a ∈ R enta˜o limxn = a.” Demonstrac¸a˜o: Dado ε > 0, ∃n0 ∈ N tal que m,n > n0 → |xm − xn| < ε2 . Se limn∈N′ xn = a, ou seja, (xn) possui uma subsequeˆncia convergindo para a, onde N′ = {n1 < n2 < · · · < nk < · · · } ⊂ N, enta˜o existe tambe´m nk ∈ N′ tal que nk > n0 → |xnk − a| < ε2 . Portanto, n > n0 → |xn − xnk | ≤ |xn − xnk |+ |xnk − a| < ε2 + ε2 = ε, donde limxn = a �. 4. Prove que a sequeˆncia (xn), com xn = 1 + 1 n , e´ de Cauchy. Demonstrac¸a˜o: Se n > n0, enta˜o 1 n < 1 n0 . Como |xn+p − xn| = ∣∣∣1 + 1n+p − 1− 1n ∣∣∣ = |n−n−p||n(n+p)| = p n(n+p) < 1 n < 1 n0 , enta˜o colocando n0 = 1 ε e m = n + p, obtemos que para qualquer ε > 0, m, n > n0 → |xm − xn| < ε, e portanto a sequeˆncia e´ de Cauchy �. 5. Seja x1 = 1 e xn+1 = 1 + 1 xn . Verifique que |xn+2 − xn+1| ≤ 12 |xn+1 − xn|. Conclua que existe a = limxn e determine a. Demonstrac¸a˜o: Usando a relac¸a˜o de recorreˆncia, obtemos xn+2 − xn+1 = 1 + 1 xn+1 − 1− 1 xn = xn − xn+1 xnxn+1 → ∣∣∣∣xn+2 − xn+1xn+1 − xn ∣∣∣∣ = 1|xnxn+1| Note xn+1 = 1 + 1 xn = xn+1 xn > 1 ∀n ∈ N. Ale´m disso, multiplicando a u´ltima igualdade por xn, obtemos xnxn+1 = xn + 1. Como xn ≥ 1 enta˜o xnxn+1 = xn + 1 ≥ 2 ∀n ∈ N, ou 15 1 xnxn+1 ≤ 1 2 . Portanto,∣∣∣∣xn+2 − xn+1xn+1 − xn ∣∣∣∣ = 1|xnxn+1| ≤ 12 → |xn+2 − xn+1| ≤ 12 |xn+1 − xn|. Como qualquer sequeˆncia definida por |xn+2 − xn+1| ≤ λ|xn+1 − xn|, com 0 ≤ λ < 1, e´ uma sequeˆncia de Cauchy (veja ex. 19 do Cap´ıtulo IV do Elon, pg. 127), conclu´ımos que existe um limite para sequeˆncia (xn). Vamos supor que limxn = a. Aplicando o limite na relac¸a˜o de recorreˆncia, obtemos limxn+1 = lim ( 1 + 1 xn ) → a = 1 + 1 a → a2 = a+ 1 → (a− 1 2 )2 = 5 4 → a = 1± √ 5 2 . Como xn ≥ 1 ∀n ∈ N, conclu´ımos que a = 1+ √ 5 2 �. 6. Seja x1 = 1 e xn+1 = 1 + √ xn. Mostre que a sequeˆncia (xn), assim obtida, e´ limitada. Determine a = limxn. Demonstrac¸a˜o: Podemos mostrar por induc¸a˜o que xn < xn+1 ∀n ∈ N (portanto e´ mono´tona). Vale para n = 1, pois x1 = 1 < x2 = 2. Suponha que seja va´lida xn < xn+1, enta˜o: xn < xn+1 → √xn < √xn+1 → 1 +√xn < 1 +√xn+1 → xn+1 < xn+2. A sequeˆncia e´ limitada inferiormente por x1 = 1, pois xn+1 = 1+ √ xn > 1 ∀n ∈ N. Ale´m disso, podemos mostrar por induc¸a˜o que xn < 3 ∀n ∈ N. Para n = 1 vale x1 = 1 < 3. Suponha que xn < 3. Enta˜o, xn < 3 < 4 → √xn < 2 → 1 +√xn < 3 → xn+1 < 3. Como a sequeˆncia e´ mono´tona e limitada, enta˜o a sequeˆncia possui um limite. Suponha que limxn = a. Aplicando o limite na relac¸a˜o de recorreˆncia, obtemos limxn+1 = lim(1 + √ xn) → a = 1 + √ a → (a− 1)2 = a → a = 3± √ 5 2 . Como xn ≥ 1 ∀n ∈ N, conclu´ımos que a = 3+ √ 5 2 �. 7. Seja (xn) uma sequeˆncia limitada. Se lim an = a e cada an e´ um valor de adereˆncia de (xn), enta˜o a e´ um valor de adereˆncia de (xn). 16 Demonstrac¸a˜o: Mostraremos que existe uma subsequeˆncia de (xn) tal que limn∈N′ xn = a, onde N′ ⊂ N. Como lim ak = a, enta˜o dado qualquer ε > 0 ∃ k0 ∈ N tal que k > k0 → ak ∈ (a− ε, a+ ε). Como ak e´ um valor de adereˆncia da sequeˆncia de (xn) ∀ k ∈ N, enta˜o para cada k existe um subconjunto Nk = {n1,k < n2,k < · · · < ni,k < · · · } ⊂ N e uma subsequeˆncia de (xn) tal que limn∈Nk xn = ak, ou seja, para cada k, dado qualquer εk > 0, existe ni0,k ∈ Nk tal que ni,k > ni0,k → xni,k ∈ (ak−εk, ak+εk) (ou seja, ak−εk < xni,k < ak+εk ). Considerando algum ak ∈ (a− ε, a + ε) para um dado k > k0, basta tomar εk = min{ak − a + ε, a + ε− ak} para garatir que (ak − εk, ak + εk) ⊂ (a− ε, a + ε). De fato, se a + ε− ak < ak − a + ε, enta˜o εk = a+ε−ak. Logo, xni,k < ak+εk = ak+(a+ε−ak) = a+ε. Por outro lado, somando ak−2ε na desigualdade a+ ε− ak < ak − a+ ε, obtemos a− ε < ak − (a+ ε− ak) = ak − εk < xni,k . Logo, para qualquer ε > 0, ni,k > ni0,k → a − ε < xni,k < a + ε, donde limn∈Nk xn = a. O mesmo resultado se verifica quando a+ ε− ak > ak − a+ ε �. 17 Ana´lise I - Lista de Exerc´ıcios 5 1. Demonstre o teorema: Toda sequeˆncia mono´tona limitada e´ convergente. Demonstrac¸a˜o: (esta´ na pg. 111 do livro do Elon) Considere a sequeˆncia na˜o-decescente (e portanto mono´tona) limitada (x1 ≤ x2 ≤ · · · ≤ xn ≤ · · · ). Como ela e´ limitada existe a = supX, em que X = {xn; n ∈ N}. Mostraremos que limxn = a. De fato, dado qualquer ε > 0, como a − � < a, o nu´mero a − ε na˜o e´ cota supe- rior de X (pois a e´ a menor das cotas superiores de X). Logo, existe algum n0 ∈ N tal que a− � < xn0 . Como a sequeˆncia e´ mono´tona, enta˜o n > n0 → xn0 ≤ xn. Como a− ε ≤ a < a+ ε ∀n ∈ N, vemos que n > n0→ a−ε < xn < a+ε, o que por definic¸a˜o significa que limxn = a �. 2. Demonstre o teorema: Sejam xn ≤ zn ≤ yn para todo n ∈ N. Se limxn = lim yn = a enta˜o lim zn = a. Demonstrac¸a˜o: (esta´ na pg. 119 do livro do Elon) Dado qualquer ε > 0, existem n1, n2 ∈ N tais que n > n1 → xn ∈ (a−ε, a+ε) e n > n2 → yn ∈ (a−ε, a+ε). Colocando n0 = max{n1, n2}, vemos que n > n0 → a−ε < xn ≤ zn ≤ yn < a+ε, logo lim zn = a �. 3. Selimxn = a enta˜o lim |xn| = |a|. Deˆ um contra-exemplo mostrando que a rec´ıproca e´ falsa, salvo quando a = 0. Resposta: Seja xn = (−1)na ∀n ∈ N. Neste caso temos |xn| = |a|, e portanto lim |xn| = |a|. Mas na˜o existe lim xn. 4. Seja limxn = 0. Para cada n, coloque yn = min{|x1|, |x2|, ..., |xn|}. Prove que yn → 0. Demonstrac¸a˜o: Como limxn = 0, enta˜o dado qualquer ε > 0, existe n0 ∈ N tal que n > n0 → |xn| < ε. Como yn = |yn| ≤ |xn| ∀n ∈ N e |xn| < ε para n > n0, conclu´ımos que n > n0 → |yn| = |yn − 0| < ε, ou seja, lim yn = 0 �. 5. Se limx2n = a e limx2n−1 = a, prove que limxn = a. Demonstrac¸a˜o: Se limx2n = a e limx2n−1 = a, enta˜o dado qualquer ε > 0, existem n1, n2 ∈ N tais que n > n1 → a − ε < x2n < a + ε e n > n2 → a − ε < x2n−1 < a + ε. Colocando n0 − 1 = max{2n1, 2n2 − 1}, vemos que em qualquer caso n > n0 → a − ε < xn < a + ε, ou seja, limxn = a �. 18 6. Prove que se limxn = a 6= 0 e limxnyn = b enta˜o lim yn = ab . Demonstrac¸a˜o: Como limxn = a 6= 0, enta˜o b a = limxnyn limxn = lim ( xnyn xn ) = lim yn �. 19 Ana´lise I - Lista de Exerc´ıcios 4 1. Seja a > 1 num corpo arquimediano K. Considere a func¸a˜o f : Z → K, definida por f(n) = an. Prove as seguintes afirmac¸o˜es: (i) f(Z) na˜o e´ limitado superiormente; (ii) inf f(Z) = 0. Demonstrac¸a˜o: (i) Como a > 1, podemos escrever a = 1 + h, com h > 0. Como K e´ arquimediano e h > 0, enta˜o dado qualquer b ∈ K, existe n ∈ N tal que nh > b. Usando a desigualdade de Bernoulli, segue-se que an = (1 + h)n ≥ 1 + nh > nh > b Assim, dado qualquer b ∈ K existe n ∈ N tal que an > b e portanto f(Z) e´ ilimitado superior- mente. (ii) Como 0 < an, ∀n ∈ N, conclu´ımos que 0 e´ cota inferior de f(Z). Resta mostrar que 0 e´ a maior das cotas inferiores, e para isso devemos mostrar que todo nu´mero c > 0 na˜o e´ uma cota inferior, ou seja, que existe algum am ∈ f(Z) tal que am < c. Novamente escrevemos a = 1 + h, com h > 0. Como K e´ arquimediano e c > 0, existe um n ∈ N tal que nh > 1 c . Usando a desigualdade de Bernoulli, segue-se que an = (1 + h)n ≥ 1 + nh > nh > 1 c ou seja, a−n < c e portanto c na˜o e´ cota inferior. 2. Deˆ exemplos de dois nu´meros irracionais x, y tais que x+ y e x · y sa˜o racionais. x = −1 1 + √ 2 , y = 1 + √ 2. 3. Sejam X ⊂ R na˜o-vazio, limitado superiormente, e c um nu´mero real. Tem-se c ≤ supX se, e somente se, para cada ε > 0 real dado pode-se achar x ∈ X tal que c− ε < x. Enuncie e demonstre um resultado ana´logo com inf em vez de sup. Resposta: Numa notac¸a˜o mais compacta, o enucidado envolvendo o supremo seria: c ≤ supX ↔ ∀ε > 0 ∃x ∈ X; c− ε < x. 20 Para o inf , o enunciado seria: inf X ≤ b ↔ ∀ε > 0 ∃x ∈ X; x < b+ ε. Suponha que inf X ≤ b e tome qualquer ε > 0. Obviamente, b < b + ε e portanto b + ε na˜o e´ cota inferior de X, ja´ que inf X e´ a maior das cotas inferiores. Logo, existe algum x ∈ X tal que x < b + ε. Reciprocamente, suponha que x < b + ε. Na˜o se pode ter b < inf X. Se fosse b < inf X, poder´ıamos escolher ε = inf X−b de modo que x < b+ε = b+(inf X−b) = inf X, um absurdo. Portanto inf X ≤ b �. 4. Seja X = { 1 n ; n ∈ N}. Prove que inf X = 0. Demonstrac¸a˜o: Como 0 < 1 n para todo n ∈ N, conclu´ımos que 0 e´ cota inferior de X. Resta provar que nenhum nu´mero c > 0 e´ cota inferior de X. Como N e´ ilimitado e c > 0, existe algum n ∈ N tal que n > 1 c , ou seja, 1 n < c. Logo c na˜o e´ cota inferior de X. 5. Sejam A, B conjuntos na˜o-vazios de nu´meros reais, tais que x ∈ A, y ∈ B → x ≤ y. Prove que supA ≤ inf B. Prove que supA = inf B se, e somente se, para todo ε > 0 dado, podem-se obter x ∈ A e y ∈ B tais que y − x < ε. Demonstrac¸a˜o: Se x ≤ y, enta˜o todo y ∈ B e´ cota superior de A. Como supA e´ a menor das cotas superiores, segue-se que supA ≤ y para todo y ∈ B. Mas isto implica que supA e´ uma cota inferior de B. Como inf B e´ a maior das cotas inferiores, segue-se que supA ≤ inf B �. Suponha que supA = inf B ↔ supA ≤ inf B e inf B ≤ supA. A u´ltima desigualdade implica (pelo exerc´ıcio 3.) que inf B−ε, na˜o e´ cota superior de A, i.e., existe x ∈ A tal que inf B−ε < x ↔ inf B < x+ε. Mas isto implica que x+ε na˜o e´ cota inferior de B, ou seja, existe y ∈ B tal que y < x+ ε, logo y−x < ε. Reciprocamente, suponha que y−x < ε↔ y < x+ ε. A u´ltima desi- gualdade implica que x+ ε na˜o e´ cota inferior de B e portanto inf B < x+ ε↔ inf B− ε < x. Usando o teorema do exerc´ıcio 3. (c ≤ supX ↔ ∀ε > 0 ∃x ∈ X; c − ε < x, com c = inf B e X = A), obtemos inf B ≤ supA. Como temos sempre supA ≤ inf B, enta˜o supA = inf B �. 6. Dados A, B ⊂ R na˜o-vazios e limitados, seja A+B = {x+ y; x ∈ A, y ∈ B}. Prove: i) A+B e´ limitado; ii) sup(A+B) = supA+ supB; iii) inf(A+B) = inf A+ inf B. 21 Demonstrac¸a˜o: i) Se A e´ limitado, enta˜o existem a, b ∈ R tais que a ≤ x ≤ b. Da mesma meneira, se B e´ limitado, existem c, d ∈ R tais que c ≤ y ≤ d. Somando as desigualdades, segue-se que (a+ c) ≤ x+ y ≤ (b+ d), e potanto A+B e´ limitado �. ii) Como supA ≥ x ∀x ∈ A e supB ≥ y ∀y ∈ B, segue-se que supA + supB ≥ x + y e portanto supA+supB e´ uma cota superior de A+B. Resta mostrar que se c < supA+supB, enta˜o existe x + y ∈ A + B tal que c < x + y, ou seja, que supA+ supB e´ a menor das cotas superiores. Suponha que c < supA + supB ↔ c − supB < supA. Esta u´ltima desigualdade implica que c− supB na˜o e´ cota superior de A e portanto existe x ∈ A tal que c− supB < x ↔ c− x < supB. Mas esta u´ltima desigualdade implica que c− x na˜o e´ cota superior de B e portanto existe y ∈ B tal que c− x < y, logo c < x+ y �. iii) Como inf A ≤ x ∀x ∈ A e inf B ≤ y ∀y ∈ B, segue-se que inf A + inf B ≤ x + y e portanto inf A+ inf B e´ uma cota inferior de A+B. Resta mostrar que se inf A+ inf B < c, enta˜o existe x + y ∈ A + B tal que x + y < c, ou seja, que inf A + inf B e´ a maior das cotas inferiores. Suponha que inf A + inf B < c ↔ inf A < c − inf B. Esta u´ltima desigualdade implica que c − inf B na˜o e´ cota inferior de A e portanto existe x ∈ A tal que x < c − inf B ↔ inf B < c − x. Mas esta u´ltima desigualdade implica que c − x na˜o e´ cota inferior de B e portanto existe y ∈ B tal que y < c− x, logo x+ y < c �. 7. Sejam x, y nu´meros reais positivos. Prove que se tem √ xy ≤ x+y 2 . Demonstrac¸a˜o: ( √ x−√y)2 = x− 2√x√y + y ≥ 0, → x+ y ≥ 2√x√y → √xy ≤ x+ y 2 . 22 Ana´lise I - Lista de Exerc´ıcios 3 1. Dados a, b, c, d num corpo K, sendo b e d diferentes de zero, prove: 1o) a b + c d = a·d+b·c b·d 2o) a b · c d = a·c b·d Demonstrac¸a˜o: 1o) (b · d) · (a b + c d ) = (b · d) · (a · b−1 + c · d−1) = (b · d) · (a · b−1) + (b · d) · (c · d−1) = (d · b) · (b−1 · a) + (b · d) · (d−1 · c) = d · (b · b−1) · a+ b · (d · d−1) · c = d · 1 · a+ b · 1 · c = d · a+ b · c Multiplicando nos dois lados da equac¸a˜o por (b · d)−1, obtemos (b · d)−1 · (b · d) · (a b + c d ) = (b · d)−1 · (d · a+ b · c) → a b + c d = a · d+ b · c b · d �. 2o) (b · d) · (a b · c d ) = (b · d) · [(a · b−1) · (c · d−1)] = (b · d) · [(c · d−1) · (a · b−1)] = (b · d) · [(d−1 · c) · (b−1 · a)] = (b · d) · [d−1 · (c · b−1) · a] = (b · d) · [d−1 · (b−1 · c) · a] = (b · d) · (d−1 · b−1) · (c · a) = [ b · (d · d−1) · b−1] · (c · a) = ( b · 1 · b−1) · (c · a) = 1 · (c · a) = (c · a) Multiplicando nos dois lados da equac¸a˜o por (b · d)−1, obtemos (b · d)−1 · (b · d) · (a b · c d ) = (b · d)−1 · (c · a) → a b · c d = a · c b · d �. 23 2. Sejam K, L corpos. Uma func¸a˜o f : K → L chama-se um homomorfismo quando se tem f(x+ y) = f(x) + f(y) e f(x · y) = f(x) · f(y), quaisquer que sejam x, y ∈ K. i) Dado um homomorfismo f : K → L, prove que f(0) = 0. ii) Prove tambe´m que, ou f(x) = 0 para todo x ∈ K, ou enta˜o f(1) = 1 e f e´ injetivo.Demonstrac¸a˜o: i) f(0) = f(0 + 0) = f(0) + f(0) Subtraindo f(0) nos dois lados da equac¸a˜o, obtemos f(0)− f(0) = f(0) + f(0)− f(0) ↔ 0 = f(0) �. ii) Primeiramente mostraremos que f(−x) = −f(x): 0 = f(0) = f(x− x) = f(x) + f(−x) ↔ f(x) = −f(−x). Suponha agora que f na˜o seja injetiva, i.e., y 6= z → f(y) = f(z) Como y 6= z, escrevemos y − z = x 6= 0. Segue que f(x) = f(y − z) = f(y) + f(−z) = f(y)− f(z) = 0 Como f(0) = 0 e f(x) = 0 com x 6= 0, conclu´ımos que f(x) = 0, ∀x ∈ K. Reciprocamente, suponha que f(x) = 0, ∀x ∈ K, e tomamos x, y ∈ K com x 6= y. Como f(x) = 0 e f(y) = 0, segue-se que f(x) = f(y). Logo, f na˜o e´ injetiva. Suponha agora que f(z) 6= 0, ∀z ∈ K − {0}. Como f e´ um homomorfismo, segue-se que f(x) = f(y) ↔ f(x)− f(y) = f(x− y) = 0. Pela hipo´tese, se x− y 6= 0 implica que f(x− y) 6= 0. Assim, (contrapositiva) se f(x− y) = 0, implica que x− y = 0, ou seja, x = y, e portanto a func¸a˜o e´ injetiva. Reciprocamente, suponha que f seja injetiva, i.e., se x 6= y, enta˜o f(x) 6= f(y). Colocando z = x− y 6= 0 segue-se que f(x) 6= f(y) → f(x)− f(y) = f(x− y) 6= 0 → f(z) 6= 0. Por fim, como f e´ um homomorfismo, segue que f(1) · f(x) = f(1 · x) = f(x) 24 Portanto, f(1) e´ um elemento neutro de L, i.e., f(1) = 1 �. 3. Prove por induc¸a˜o a Desigualdade de Bernoulli: (1 + x)n ≥ 1 + nx, va´lida para x ≥ −1 e n ∈ N. Demonstrac¸a˜o: Para n = 1 e´ claro: (1 + x)1 ≥ 1 + x. Suponha que a desilgualdade seja va´lida para n e a multiplicamos por (1 + x) ≥ 0: (1 + x)n+1 = (1 + x)n(1 + x) ≥ (1 + x)(1 + nx) = 1 + (n+ 1)x+ nx2 ≥ 1 + (n+ 1)x �. 4. Seja K um corpo ordenado. Exprima cada um dos conjuntos abaixo como reunia˜o de intervalos: a) o conjunto dos x ∈ K tais que |x− 3|+ |x+ 3| < 8; b) idem |x2 − 2| ≤ 1; c) |2x+ 1| ≤ 1; d) |x− 5| < |x+ 1|. Demonstrac¸a˜o: a) Usando |x+ y| ≤ |x|+ |y|, segue que |(x− 3) + (x+ 3)| ≤ |x− 3|+ |x+ 3| < 8, → 2|x| < 8 → |x| < 4 → −4 < x < 4 ou x ∈ (−4, 4). b) |x2 − 2| ≤ 1 → −1 ≤ x2 − 2 ≤ 1 → 1 ≤ x2 ≤ 3 → − √ 3 ≤ x ≤ −1, ou 1 ≤ x ≤ √ 3 logo, x ∈ [−1,−√3] ∪ [1,√3]. c) |2x+ 1| ≤ 1 → −1 ≤ 2x+ 1 ≤ 1 → −2 ≤ 2x ≤ 0 → −1 ≤ x ≤ 0 logo, x ∈ [−1, 0]. d) A desigualdade na˜o e´ va´lida para x = −1. Agora escrevemos: |x− 5| < |x+ 1| → ∣∣∣∣x− 5x+ 1 ∣∣∣∣ < 1 → −1 < x− 5x+ 1 < 1. 25 Se x+ 1 > 0, multiplicando este fator na desigualdade, obtemos −(x+ 1) < x− 5 < x+ 1 → −x− 1 < x− 5 e x− 5 < x+ 1, ou seja, x > −1, 2 < x e x− 5 < x+ 1. Concluimos que x > 2 satisfaz as treˆs desigualdades simultaneamente, ou seja, x ∈ (2,+∞). Se x+ 1 < 0, multiplicando este fator na desigualdade, obtemos −(x+ 1) > x− 5 > x+ 1 → −x− 1 > x− 5 e x− 5 > x+ 1, ou seja, x < −1, 2 > x e x − 5 > x + 1. Concluimos que na˜o existe x que satisfac¸a as treˆs desigualdades simultaneamente, ou seja, a soluc¸a˜o e´ ∅. Portanto, tomando a unia˜o dos dois resultados, obtemos x ∈ (2,+∞) ∪ ∅ ou x ∈ (2,+∞). 26 Ana´lise I - Lista de Exerc´ıcios 2 1. Construa uma bijec¸a˜o entre o conjunto N e o conjunto dos nu´meros ı´mpares positivo. f(n) = 2n− 1 2. Dados os nu´meros naturais a, b, prove que existe um nu´mero natural m tal que m · a > b. Como a ≥ 1, multiplicamos a desigualdade por (b+ 1): (b+ 1) · a ≥ (b+ 1) · 1 > b logo, exite m = (b+ 1) tal que m · a > b 3. Use induc¸a˜o para provar que: a) n∑ k=1 k2 = n(n+ 1)(2n+ 1) 6 , b) (a− 1)(1 + a+ a2 + ...+ an) = an+1 − 1, a, n ∈ N c) n ≥ 4 → n! > 2n Demonstrac¸a˜o: a) (vale para n = 1): 1∑ k=1 k2 = 1(1 + 1)(2 + 1) 6 = 1 (supondo a relac¸a˜o va´lida para n): n∑ k=1 k2 + (n+ 1)2 = n(n+ 1)(2n+ 1) 6 + (n+ 1)2 = (n+ 1)[(n+ 1) + 1][2(n+ 1) + 1] 6 �. b) (vale para n = 1): (a− 1)(1 + a) = a2 − 1 (supondo a relac¸a˜o va´lida para n): (a− 1)(1 + a+ a2 + ...+ an) + (a− 1)an+1 = an+1 − 1 + (a− 1)an+1 = an+2 − 1 �. c) (vale para n = 4): 4! = 24 > 24 = 16 27 (supondo a relac¸a˜o va´lida para n): n!(n+ 1) = (n+ 1)! > 2n (n+ 1)︸ ︷︷ ︸ >2 > 2n+1 �. 4. Prove que n3 − n e´ divis´ıvel por 3 para n ≥ 1. Demonstrac¸a˜o: (vale para n = 1): 13 − 1 = 0 e 0 e´ divis´ıvel por 3. (supondo que n3 − n e´ divis´ıvel por 3): (n+ 1)3 − (n+ 1) = (n3 − n) + 3(n2 + n) como o u´ltimo termo e´ divis´ıvel por 3, conclu´ımos que (n + 1)3 − (n + 1) tambe´m e´ divis´ıvel por 3. Logo, pelo Princ´ıpio de Induc¸a˜o n3 − n e´ divis´ıvel por 3 ∀n ∈ N �. 5. Sejam X e Y conjuntos finitos. Prove que |X ∪ Y | + |X ∩ Y | = |X| + |Y |. (Notac¸a˜o |X| = card(X) = nu´mero de elementos do conjunto X). Demonstrac¸a˜o: Como |X| − |X ∩ Y | = |X − Y |, e |X ∪ Y | = |X − Y |+ |Y |, substituindo a primeira na segunda obtemos |X ∪ Y |+ |X ∩ Y | = |X|+ |Y | �. 6. Defina uma func¸a˜o sobrejetiva f : N→ N tal que, para todo n ∈ N, o conjunto f−1(n) seja infinito. (Veja o Exemplo 13 do Cap. I. do Elon) Considere a func¸a˜o f(1) = 1 e ∀n ∈ N e n > 1 considere f(n) = k , onde k e´ nu´mero de fatores primos distintos que entram na composic¸a˜o de n. Assim, f−1(1) = { conjunto de nu´meros primos } ∪ {1}, f−1(2) = {2 · 3, 2 · 5, 3 · 7, 5 · 22 . . . }, etc.... 28 Ana´lise I - Lista de Exerc´ıcios 1 2 Elon, Curso de Ana´lise I, pg. 28-29, exs. 1, 3-6. 1. Dados os conjuntos A e B, seja X um conjunto com as seguintes propriedades: 1- X ⊃ A e X ⊃ B, 2- Se Y ⊃ A e Y ⊃ B enta˜o Y ⊃ X. Prove que X = A ∪B. Demontrac¸a˜o: Da primeira prorpiedade temos X ⊃ A ∧X ⊃ B ⇒ (A ∪B) ⊂ X Da segunda propriedade temos [(X ⊃ A) ∧ (X ⊃ B) ⇒ Y ⊃ X] ⇒ [(A ∪B) ⊂ Y ⇒ X ⊂ Y ] Concluimos da u´ltima implicac¸a˜o que X ⊂ (A∪B). Com efeito se X ⊂ (A∪B), temos que se x ∈ X implica que x ∈ (A ∪ B). Como (A ∪ B) ⊂ Y , enta˜o x ∈ Y . Portanto, x ∈ X e x ∈ Y , ou seja, X ⊂ Y . Assim, mostramos que (A ∪ B) ⊂ X e X ⊂ (A ∪ B), portanto X = (A ∪ B) �. 2. Sejam A, B ⊂ E. Prove que A ∩ B = ∅ se, e somente se, A ⊂ {B. Prove tambe´m que A ∪B = E se, e somente se, {A ⊂ B. Demonstrac¸a˜o: A ∩B = ∅ ↔ a ∈ A ∧ a /∈ B ↔ a ∈ A ∧ a ∈ {B ↔ A ⊂ {B �. A ∪B = E ↔ {(A ∪B) = {E = ∅ ↔ {A ∩ {B = ∅ ↔ x ∈ {A ∧ x /∈ {B ↔ x ∈ {A ∧ x ∈ B ↔ {A ⊂ B �. 3. Dados A, B ⊂ E, prove que A ⊂ B se, e somente se, A ∩ {B = ∅. Demonstrac¸a˜o: A ⊂ B ↔ x ∈ A ∧ x ∈ B ↔ x ∈ A ∧ x /∈ {B ↔ A ∩ {B = ∅ �. 2∧ =“e”, ∨ =“ou”, � =“cqd” 29 4. Deˆ exemplo de conjuntos A, B, C tais que (A ∪B) ∩ C 6= A ∪ (B ∩ C). A = {1, 2}, B = {1, 2, 3}, C = {2, 3}. 5. Se A, X ⊂ E sa˜o tais que A ∩X = ∅ e A ∪X = E, prove que X = {A. Demonstrac¸a˜o: Da propriedade A ∩X = ∅ mostra-se que X ∩ A = ∅ ↔ a ∈ X ∧ a /∈ A ↔ a ∈ X ∧ a ∈ {A ↔ X ⊂ {A Da propriedade A ∪X = E mostra-se que {(A ∪X) = {E = ∅ ↔ {A ∩ {X = ∅ ↔ x ∈ {A ∧ x /∈ {X ↔ x ∈ {A ∧ x ∈ X ↔ {A ⊂ X �. 6. Dada a func¸a˜o f : A→ B e X, Y ⊂ A. Prove que: (1) X ⊂ Y → f(X) ⊂ f(Y ) (2) f(X ∩ Y ) ⊂ f(X) ∩ f(Y ) (3) f(X ∪ Y ) = f(X) ∪ f(Y ) Demonstrac¸a˜o: (1) Se x ∈ X, enta˜o x ∈ Y e portanto f(x) ∈ f(Y ). Como isso e´ verdade ∀x ∈ X, inferimos que f(X) ⊂ f(Y ) �. (2) Como X ∩ Y ⊂ X, segue de (1) que f(X ∩ Y ) ⊂ f(X). Da mesma maneira f(X ∩ Y ) ⊂ f(Y ). Portanto conclu´ımos que f(X ∩ Y ) ⊂ f(X) ∩ f(Y ) �. (3) ComoX ⊂ X∪Y e Y ⊂ X∪Y , segue de (1) que f(X)∪f(Y ) ⊂ f(X∪Y ). Reciprocamente, se y ∈ f(X ∪ Y ), enta˜o ∃x ∈ X ∪ Y tal que y = f(x). Como x ∈ X ou x ∈ Y , segue que y = f(x) ∈ f(X) ou y ∈ f(Y ). Portanto, conclu´ımos que f(X ∪ Y ) ⊂ f(X) ∪ f(Y ) �. 30
Compartilhar