Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 MICROECONOMIA APOSTILA V – ELASTICIDADES PROF. LEONARDO FERRAZ leonardoferraz@gmail.com ELASTICIDADES • Como apresentado anteriormente, demanda e oferta configuram- se como as forças que permitem o funcionamento de uma economia de mercado, vindo a determinar as quantidades efetivamente comercializadas e os preços pelos quais as vendas são realizadas. • Como visto, os desejos de consumo e produção (demanda e oferta) sofrem interferência de fatores diversos: pelo lado da demanda (�� �), pesam o preço do bem (��), o preço de bens relacionados (��), a renda dos consumidores (�) etc.; e pelo lado da oferta (�� �), pesam o preço do bem (��), os custos de produção (��), o preço de bens relacionados (� ), dentre outros fatores. • Nesse sentido, o estudo das elasticidades possibilita quantificar o impacto de determinados fatores sobre as quantidades demandadas ou ofertadas, com vistas a dar maior entendimento sobre quais fatores interferem mais ou menos sobre os desejos de consumo e produção. DEFINIÇÕES PRIMÁRIAS • Variável explicada: trata-se daquela variável que se encontra em função de outros fatores. Por exemplo, numa função de demanda, em que �� � = � �� ; ��; � , a variável explicada corresponde ao termo �� �, que se encontra em função das demais variáveis. • Variáveis explicativas: tratam-se daquelas cuja variável explicada encontra-se em função. No exemplo acima, as variáveis ��, �� e � explicam o comportamento de �� � e, portanto, podem ser tratadas como variáveis explicativas. • Elasticidade: trata-se de uma medida para o impacto de uma alteração em certa variável explicativa sobre a variável explicada. No exemplo acima, a elasticidade-renda mede o efeito de uma variação em � sobre �� �, ou seja, calcula como �� � reage a uma variação em �. CÁLCULO E INTERPRETAÇÕES • Convencionalmente, a medida de elasticidade ( ) é calculada como uma razão entre os seguintes termos: = ∆% �����́��� ��������� ∆% �����́��� ����������� Em que ∆% corresponde à variação percentual em certa variável (explicada ou explicativa), calculada de um período para outro. • Interpretações: • Se > 1, diz-se que a variável explicada é elástica às variações na variável explicativa; • Se < 1, diz-se que a variável explicada é inelástica às variações na variável explicativa; • Se = 1, diz-se que a variável explicada tem elasticidade unitária com relação às variações na variável explicativa. EXEMPLO 1 • Considere-se um levantamento de mercado em que se constatou uma elevação de 22,5% sobre a quantidade demandada de determinado bem quando a renda dos consumidores se eleva em 7,5%. • Dessa maneira, tem-se que: = ∆% �� � ∆% � = 22,5% 7,5% = 3 • Como interpretação, pode-se então dizer que a quantidade demandada é elástica às variações de renda, visto que um aumento de 1% na renda provocaria uma elevação de 3% sobre a quantidade demandada. EXEMPLO 2 • Em outro levantamento de mercado, constatou-se que uma elevação de 5,5% sobre os custos de produção de certo bem provoca uma queda na quantidade ofertada da ordem de 3,85%. • Dessa maneira, tem-se que: = ∆% �� � ∆% �� = −3,85% 5,5% = −0,7 • Como interpretação, pode-se então dizer que a quantidade ofertada é inelástica às variações de custo de produção, visto que um aumento de 1% nos custos provocaria uma queda de 0,7% sobre a quantidade ofertada. 2 EXEMPLO 3 • Para determinado bem, considere-se que uma elevação de preço de R$ 5,00 para R$ 7,50 faça com que sua quantidade demandada caia de 1.000 para 750 unidades. Assim, a variação percentual no preço foi de 50% (visto que 7,5 − 5 5⁄ = 2,5 5⁄ = 0,5 = 50%), enquanto a variação percentual na quantidade demandada foi de − 25% (visto que 750 − 1.000 1.000⁄ = −250 1.000⁄ = − 0,25 = −25%). Nesse sentido, tem-se que: = ∆% �� � ∆% �� = −25% 50% = −0,5 • Como interpretação, pode-se então dizer que a quantidade demandada é inelástica às variações do preço, visto que um aumento de 1% em �� provocaria uma queda de 0,5% sobre �� �. OUTRAS ESTRATÉGIAS DE CÁLCULO • Como apresentado no Exemplo 3, é possível calcular a variação percentual de qualquer variável, de um período para outro, simplesmente como: ∆% = ���*� ��+�� − ���*� �+����� ���*� �+����� = �, − �- �- • Dessa forma, é possível calcular que: ∆% �� � = ./0 1 2./3 1 ./3 1 ∆% �� � = ./0 4 2./3 4 ./3 4 ∆% �� = 5/025/3 5/3 ∆% �� = 5602563 563 ∆% � = 70273 73 ∆% �� = 8/028/3 8/3 OUTRAS ESTRATÉGIAS DE CÁLCULO • Para a elasticidade-preço da demanda (representado como 5/ � ), portanto, pode-se calcular o efeito das variações do preço (��) sobre a quantidade demandada (�� �) como: 5/ � = ∆% �� � ∆% �� = ��, � − ��- � ��- � ��, − ��- ��- = ∆ �� � ��- � ∆ �� ��- = ∆ �� � ∆ �� ∙ ��- ��- � • No exemplo 3, portanto, seria possível primeiramente calcular ∆ �� � = 750 − 1.000 = −250 e ∆ �� = 7,5 − 5 = 2,5. Assim, como ��- � = 1.000 e ��- = 5, tem-se que: 5/ � = ∆ �� � ∆ �� ∙ ��- ��- � = −250 2,5 ∙ 5 1.000 = −1.250 2.500 = −0,5 OUTRAS ESTRATÉGIAS DE CÁLCULO • Essa estratégia pode ser aplicada a outras elasticidades. Sobre a função de demanda, tem-se então que: • Elasticidade-preço da demanda: 5/ � = ∆ �� � ∆ �� ∙ ��- ��- � • Elasticidade-preço do bem : (ou elasticidade-preço cruzada): 56 � = ∆ �� � ∆ �� ∙ ��- ��- � • Elasticidade-renda: 7 � = ∆ �� � ∆ � ∙ �- ��- � OUTRAS ESTRATÉGIAS DE CÁLCULO • Por sua vez, sobre a função de oferta, pode-se calcular as seguintes elasticidades: • Elasticidade-preço da oferta: 5/ � = ∆ �� � ∆ �� ∙ ��- ��- � • Elasticidade-preço do bem ;: 5< � = ∆ �� � ∆ � ∙ � - ��- � • Elasticidade-custo de produção: 8/ � = ∆ �� � ∆ �� ∙ ��- ��- � OUTRAS ESTRATÉGIAS DE CÁLCULO • Uma maneira ainda mais simples de se calcular elasticidades utiliza os coeficientes das funções de demanda e oferta. Para demonstrar tal estratégia, considere a seguinte função de demanda genérica: �� � = � + > ∙ ��, com > < 0 (devido à Lei da Demanda). • Dessa forma, se ��- � = � + > ∙ ��- e ��, � = � + > ∙ ��,, então é possível calcular que: ∆ �� � = ��, � − ��- � = � + > ∙ ��, − � + > ∙ ��- = = > ∙ ��, − ��- = > ∙ ∆ �� , com > < 0. • Ao se substituir ∆ �� � = > ∙ ∆ �� , a elasticidade-preço da demanda pode então ser calculada simplesmente como: 5/ � = ∆ �� � ∆ �� ∙ ��- ��- � = > ∙ ∆ �� ∆ �� ∙ ��- ��- � = > ∙ ��- ��- � 3 OUTRAS ESTRATÉGIAS DE CÁLCULO • Assim, ao ao se considerar uma função de demanda genérica �� � = � + > ∙ �� + � ∙ �� + � ∙ �, com > < 0 (devido à Lei da Demanda), pode-se então calcular: • Elasticidade-preço da demanda: 5/ � = > ∙ ��- ��- � • Elasticidade-preço do bem : (ou elasticidade-preço cruzada): 56 � = � ∙ ��- ��- � • Elasticidade-renda: 7 � = � ∙ �- ��- � OUTRAS ESTRATÉGIAS DE CÁLCULO • Por sua vez, ao ao se considerar uma função de oferta genérica �� � = � + � ∙ �� + ? ∙ � + ℎ ∙ ��, com � > 0 (devido à Lei da Oferta), pode-se então calcular: • Elasticidade-preço da oferta: 5/ � = � ∙ ��- ��- � • Elasticidade-preço do bem ;: 5< � = ? ∙ � - ��- � • Elasticidade-custo de produção: 8/ � = ℎ ∙ ��- ��- � EXEMPLO 4 • Para determinado bem, considere que sua demanda seja representada pela função �� � = −800 − 100 ∙ �� − 40 ∙ �� + 3 ∙ �, enquanto sua oferta seja representada pela função �� � = 1.000 + 260 ∙ �� − 100 ∙ � − 200 ∙ �� . Considere ainda que�� = 10, � = 1.000, � = 6 e �� = 3,5. • Ao se considerar o equilíbrio (ou seja, �� � = �� �), pode-se então calcular que �� ∗ = 5 e �� ∗ = 1.000. Assim, ao se utilizar a última estratégia abordada para o cálculo das elasticidades, tem-se que: 5/ � = −100 ∙ D ,.--- = −0,5 5/ � = 260 ∙ D ,.--- = 1,3 56 � = −40 ∙ ,- ,.--- = −0,4 5< � = −100 ∙ E ,.--- = −0,6 7 � = 3 ∙ ,.--- ,.--- = 3 8/ � = −200 ∙ F,D ,.--- = −0,7 OBSERVAÇÕES RELEVANTES QUANTO À ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA • Algumas observações relevantes associam-se especialmente à elasticidade-preço da demanda. • Primeiramente, destacam-se alguns fatores que alteram o valor de 5/ � : • Disponibilidade de substitutos: quanto mais concorrentes existirem, mais elástica será sua demanda com relação ao preço; • Essencialidade: quanto mais essencial for o bem, mais inelástica será sua demanda com relação às variações de preço; • Importância no orçamento: quanto menos importante for o valor do bem no orçamento total dos consumidores, mais inelástica será sua demanda com relação às variações de preço (em outras palavras, quanto maior o preço do produto, maior a elasticidade-preço da demanda); • Horizonte temporal: o impacto das variações de preço sobre a demanda tende a se alterar com o tempo. OBSERVAÇÕES RELEVANTES QUANTO À ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA • Outra importante observação refere-se a interpretações gráficas, visto que a inclinação da função de demanda pode determinar um maior ou um menor nível de elasticidade. • No gráfico acima, observa-se uma demanda associada a um produto elástico às variações de preço (pequenas mudanças em �� causam grandes variações sobre �� �). • Abaixo, analogamente, a demanda associa-se a um produto inelástico ao preço. G� �� �� �� � �� � G� OBSERVAÇÕES RELEVANTES QUANTO À ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA • Por fim, vale destacar uma importante relação entre 5/ � e as receitas cujos produtores podem auferir. Nesse aspecto, cabe definir que a receita dos produtores é o produto entre o preço de venda e a quantidade demandada pelo bem, ou seja, � = �� ∙ �� � . Assim: • Se HIJ K > L: se a demanda do bem � for elástica às variações de preço, o aumento em �� causará uma redução maior em �� �, o que, necessariamente, reduzirá a receita dos produtores; • Se HIJ K < L: se a demanda do bem � for inelástica às variações de preço, o aumento em �� causará uma redução menor em �� �, o que, necessariamente, aumentará a receita dos produtores (nesses casos, será vantajoso aos produtores elevar o preço do bem comercializado). 4 MICROECONOMIA APOSTILA VI – BEM-ESTAR PROF. LEONARDO FERRAZ leonardoferraz@gmail.com MEDIDAS DE BEM-ESTAR • Bem-estar está associado à satisfação em realizar algo. Nesse sentido, consumidores e produtores manifestam bem-estar ao interagir em determinado mercado. • Intuitivamente, sabe-se que o aumento no preço de determinado bem deve elevar o bem-estar dos produtores, ao passo que deve reduzir o bem-estar dos consumidores. Por outro lado, a queda do preço deve elevar o bem-estar dos consumidores, mas deve trazer níveis menores de satisfação por parte dos produtores. • Nesse contexto, em Microeconomia, medidas de bem- estar para os agentes que interagem em determinado mercado dizem respeito ao excedente dos consumidores e ao excedente dos produtores. EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Cada indivíduo tem uma disposição a pagar por determinado bem. Essa disposição está associada à utilidade que referido bem traz ao indivíduo, bem como ao nível orçamentário que o mesmo dispõe. • Nesse aspecto, quanto maior a utilidade do bem, maior a disposição a pagar por ele. Por sua vez, um maior nível orçamentário permite ao indivíduo consumir mais e, portanto, deve elevar sua disposição a pagar. • Como se pode observar, referida disposição a pagar reflete a própria demanda do indivíduo, ou seja, seu desejo de consumo. • Nesse sentido, cada ponto ao longo da função de demanda reflete a disposição a pagar por cada unidade demandada. EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Para observar a relação entre disposição a pagar e bem- estar dos consumidores, tome-se o seguinte exemplo: • Considere que a demanda por uma peça teatral de determinado artista seja representada pela função �� � = 201 − 0,02 ∙ ��; • Diante dessa função, pode-se chegar a uma função chamada demanda inversa, em que �� = 201 − �� � 0,02⁄ ; • Nesse sentido, é possível calcular que um primeiro ingresso poderia ser demandado por �� = 10.000, visto que, ao se usar a demanda inversa, �� = 201 − 1 0,01⁄ = 200 0,02 = 10.000⁄ ; • Analogamente, um segundo ingresso poderia ser demandado por �� = 9.950, já que �� = 201 − 2 0,02⁄ = 199 0,02 = 9.950⁄ ; • Da mesma forma, um terceiro ingresso seria demandado por �� = 9.900, já que �� = 201 − 3 0,02⁄ = 198 0,02 = 9.900⁄ ; EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Continuação: • Existem então indivíduos dispostos a pagar mais do que outros pelo ingresso (como visto, o indivíduo A pagaria R$ 10 mil, enquanto o indivíduo B pagaria R$ 9.950 e o indivíduo C pagaria R$ 9.900); • Cada ponto ao longo da demanda reflete então a disposição a pagar por cada unidade demandada, como pode ser visto ao lado; �� � �� G� N O P EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Continuação: • Agora, considere que o ingresso para referida peça teatral seja vendido por um preço único, no valor de �� ∗ = 200; • Nesse sentido, �� � = 201 − 0,02 ∙ �� = 201 − 0,02 ∙ 200 = 201 − 4 = 197, ou seja, 197 indivíduos desejarão assistir referida peça (serão então demandados 197 ingressos); • Vale destacar que, dentre esses 197 indivíduos, encontram-se aquele indivíduo A que estaria disposto a pagar �� = 10.000, bem como os indivíduos B e C que estariam dispostos a pagar �� = 9.950 e �� = 9.900, respectivamente; • Obviamente, é possível intuir que o indivíduo A estaria mais satisfeito em assistir a peça do que todos os presentes, da mesma forma que B teria mais prazer que o indivíduo C; 5 EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Continuação: • Para se dar ideia disso, é possível estimar o ganho de satisfação em estar presente na peça teatral, o que é feito ao se calcular a diferença entre o que se estaria disposto a pagar pelo ingresso e o que efetivamente foi pago; • Nesse sentido, para o indivíduo A, o ganho de satisfação corresponde a R$ 10.000 − R$ 200 = R$ 9.800; • Por sua vez, para o indivíduo B, o ganho corresponde a R$ 9.950 − R$ 200 = R$ 9.750; • Por fim, para o indivíduo C, seu ganho de satisfação corresponde a R$ 9.900 − R$ 200 = R$ 9.700; • Como visto, A estaria mais satisfeito que B, enquanto este estaria mais satisfeito que C; EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Continuação: • A diferença entre a disposição a pagar e o preço de compra é tratado como o excedente do consumidor; • Este, portanto, é uma medida para o bem-estar dos indivíduos ao consumir determinado bem; • Graficamente, pode-se observar os ganhos de satisfação como a diferença entre os pontos na curva de demanda e o preço efetivo de compra do ingresso. �� � �� G� N O P EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Através do exemplo apresentado, pode-se definir o excedente do consumidor como a diferença entre a disposição a pagar e o preço efetivo de compra, sendo uma medida de satisfação do consumidor ao adquirir determinado bem ou serviço. • Nesse sentido, se é desejado medir o bem-estar de todos os indivíduos no consumo de determinado bem ou serviço, basta somar os excedentes de cada um destes. • Como se pode observar através do último gráfico apresentado, referida medida pode ser calculada aproximadamente comoa área do triângulo acima do preço efetivo. EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • No exemplo apresentado, a área do triângulo corresponde à metade do produto entre base vezes altura, ou seja: QP = > ∙ ℎ 2 = 197 ∙ 9.850 2 = R$ 970.225 • Como interpretação, diz-se que a soma dos excedentes dos consumidores que estão presentes à peça teatral, aproximadamente, corresponde a R$ 970.225. �� � �� G� EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Como se pode observar, se o preço efetivo (também conhecido como preço ao consumidor) subir de R$ 200 para R$ 500, haverá perda de bem-estar dos consumidores, o que obviamente é algo esperado: QP = > ∙ ℎ 2 = 191 ∙ 9.550 2 = R$ 912.025 • Ou seja, com o aumento do preço do ingresso, o excedente dos consumidores caiu para R$ 912.025. �� � �� G� EXCEDENTE DOS CONSUMIDORES • Vale destacar que o excedente dos consumidores é uma medida especialmente útil para estimar variações de bem-estar diante de mudanças conjunturais em mercados. • Por exemplo, pode-se medir o quanto determinada política governamental irá atingir os consumidores ou se a mesma trará ou não benefícios sociais. • Através da mesma análise, pode-se ainda inferir quais os efeitos de uma crise econômica sobre o bem-estar dos indivíduos. 6 EXCEDENTE DOS PRODUTORES • Analogamente ao excedente dos consumidores, o excedente dos produtores mede o bem-estar dos ofertantes que interagem no mercado de determinado bem ou serviço. • Nesse aspecto, os pontos ao longo da função de oferta refletem a disposição dos produtores em vender o bem e, semelhante ao caso do excedente dos consumidor, a medida de satisfação do ofertante é a diferença entre essa disposição e o preço efetivo de venda (também conhecido como preço ao vendedor). EXCEDENTE DOS PRODUTORES • Para observar tal medida, tome-se o seguinte exemplo: • Considere que a oferta por determinado bem seja representada pela função �� � = −203 + 2 ∙ ��; • Diante dessa função, pode-se chegar a uma função chamada oferta inversa, em que �� = �� � + 203 2⁄ ; • Nesse sentido, é possível calcular que uma primeira unidade desse bem poderia ser ofertada por �� = 102, visto que, ao se usar a oferta inversa, �� = 1+ 203 2⁄ = 204 2 = 102⁄ ; • Analogamente, uma segunda unidade poderia ser ofertada por �� = 102,5, já que �� = 2 + 203 2⁄ = 205 2 = 102,5⁄ ; • Da mesma forma, uma terceira unidade seria ofertada por �� = 103, já que �� = 3+ 203 2⁄ = 206 2 = 103⁄ ; EXCEDENTE DOS PRODUTORES • Continuação: • Agora, considere que referido bem seja comercializado ao preço de �� ∗ = 200; • Assim, �� � = −203 + 2 ∙ �� = −203 + 2 ∙ 200 = −203 + 400 = 197, ou seja, serão ofertadas 197 unidades de referido bem; • Dentre estas, estão portanto aquelas que poderiam ser ofertadas a �� = 102, �� = 102,5 e �� = 103; • Não é difícil então perceber que o ganho de bem-estar na comercialização da primeira unidade ofertada equivale a R$ 200,00 − R$ 102,00 = R$ 98,00, enquanto o ganho da segunda unidade equivale a R$ 200,00 − R$ 102,50 = R$ 97,50 e o da terceira equivale a R$ 200,00 − R$ 103,00 = R$ 97,00; EXCEDENTE DOS PRODUTORES • Continuação: • Graficamente, pode-se observar os ganhos de satisfação como a diferença entre o preço efetivo de venda do bem e os pontos ao longo da curva de oferta; • Estes, portanto, representam uma medida para o bem-estar dos produtores ao ofertar determinado bem. �� � �� R� EXCEDENTE DOS PRODUTORES • Através do exemplo apresentado, pode-se definir o excedente do produtor como a diferença entre o preço efetivo de venda e a disposição a vender, sendo uma medida de satisfação do produtor ao ofertar determinado bem ou serviço. • Nesse sentido, se é desejado medir o bem-estar de todos os produtores na oferta de determinado bem ou serviço, basta somar os excedentes de cada um destes. • Como se pode observar através do último gráfico apresentado, referida medida pode ser calculada aproximadamente como a área do triângulo acima do preço efetivo. EXCEDENTE DOS PRODUTORES • No exemplo apresentado, a área do triângulo corresponde à metade do produto entre base vezes altura, ou seja: QS = > ∙ ℎ 2 = 197 ∙ 98,5 2 = R$ 9.702,25 • Como interpretação, diz-se que a soma dos excedentes dos produtores que comercializam tal bem, aproximadamente, corresponde a R$ 9.702,25. �� � �� R�
Compartilhar