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O papel dos principios no Direito do Trabalho

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O papel dos principios no Direito do Trabalho
Resumo:
Introdução
Para entendermos melhor sobre os princípios do Direito do Trabalho e como eles se aplicam no dia a dia devemos, antes de classifica-los, entender a breve diferença entre regras e princípios. Podemos considerar tal diferença em um sentido substantivo, em que elas se diferem na direção em que apontam, ou por grau de generalidade, em que segundo os seguidores dessa corrente os princípios só são diferentes das regras por serem mais abstratos. 
Após entendermos tal diferença podemos concluir que princípios orientam a legislação quando não há nenhuma norma específica sobre determinado assunto, sendo assim, fontes subsidiárias do direito. No Direito do Trabalho é importante que as normas sejam flexibilizadas para se encaixarem em todas as situações e protegerem todas as pessoas. A própria CLT no seu Art. 8º determina que: “(...)na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho”
Esse trabalho tem como objetivo mostrar a atuação dos princípios em determinadas situações em que a norma explícita não abrange, demonstrando a flexibilidade dos mesmos a fim de garantir o direito, se comparando assim aos direitos fundamentais. “Assim, princípios são normas jurídicas que atuam no ordenamento como as demais normas e com hierarquia superior, salvo quando for impossível sua aplicação ou interpretativa. ” Mascavo Nascimento (2011, p. 454)
Os princípios têm funções informadoras, quando inspira o legislador e fundamenta as normas; normativas, atuando na omissão das normas; e interpretativas, quando são flexibilizados para se encaixarem em diversas situações na falta de disposições legais. Existem princípios que são gerais a todos os ramos do direito, como a dignidade da pessoa humana, a boa-fé objetiva, enriquecimento sem causa, entre outros, e os princípios próprios do Direito do Trabalho: da proteção; da irrenunciabilidade de direitos; da continuidade da relação de emprego; da primazia da realidade; inalterabilidade contratual lesiva e da intangibilidade salarial.
O princípio da proteção consiste em dar ao trabalhador maior segurança jurídica, por ser a parte mais fraca da relação laboral. Normalmente ele vem separado em três segmentos: o in dubio pro operário; aplicação da norma mais favorável ao trabalhador; aplicação da condição mais benéfica ao trabalhador. O primeiro garante que em caso de dúvidas na legislação o entendimento deve pender sempre para o trabalhador, o segundo caso houver conflito de normas a serem embasadas deve-se aplicar a que for mais favorável ao trabalhador, como garante o art. 620 da CLT”As condições estabelecidas em Convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo”, o terceiro protege a ideia de direito adquirido, em que a condição mais vantajosa já assegurada pelo trabalhador deve ser mantida, como assegurou a Súmula nº 51 do TST "as cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamente"
O princípio da irrenunciabilidade defende que os direitos dos trabalhadores são irrenunciáveis e indisponíveis, não estando sujeitos à transação, ou seja, o trabalhador não pode renunciar aos seus direitos já adquiridos, como férias, 13º salário, buscando fortalecer tais garantias. Tal princípio é um direito fundamental embasado no Art 5º XXXVI, CF/88 “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;”
O princípio da primazia da realidade “visa à priorização da verdade real diante da verdade formal” Mascavo Nascimento (2011, p. 456), ou seja, tal princípio busca evitar que as partes tomem como certo algo fora do contrato, sendo a prática condizente com a teoria.
O princípio da inalterabilidade contratual lesiva veda a alteração do contrato a fim de prejudicar o trabalhador. Sendo assim o contratante não pode alterar unilateralmente o contrato se tal alteração não for benéfica ao trabalhador.
Por fim o princípio da intangibilidade salarial defende que deve ser garantido ao trabalhador um salário que garanta o sustento da sua família, um mínimo existencial. Tal princípio foi flexibilizado pela Carta Magna como uma exceção em caso de crise, o salário do empregado pode reduzir nesse caso a fim de seu emprego ser garantido.
Todos os princípios visam o mesmo propósito: não deixar o trabalhador, que é tecnicamente menos entendido juridicamente nas relações trabalhistas, ser enganado pelos empregadores gerando assim uma sobrecarga laboral.

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