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Guerreiro Ramos. A redução Sociologica

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Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Ciências Sociais
Sociologia IV
Professora: Adélia; Aluno: Paulo Sergio Brandão
RAMOS, Alberto Guerreiro. A Redução Sociológica - Introdução ao Estudo da Razão Sociológica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro Ltda, 1965. 
No prefácio a segunda Edição do livro A Redução Sociológica Guerreiro Ramos responde as críticas feitas por Álvaro Pinto, Florestan Fernandes e Jacob Gorender. Antes, porém, Ramos fala em três sentidos básicos da Redução Sociológica, a saber: 1) método de assimilação crítica da produção sociológica estrangeira; 2) Atitude parentética, que põe entre parênteses e estuda melhor o fenômeno e 3) como superação da sociologia nos termos institucionais e universitários que se encontra. Ao Sr. Álvaro Pinto Ramos aponta falha, e diz que ele confunde consciência crítica com filosófico e define a postura como infantilidade. Admite que alguns que aderiram a Redução sociológica adotaram um nacionalismo agressivo e intransigente como revanche ao pensamento alienígena, da qual o Sr. Álvaro Ramos é o principal representante. Ele errou por não ter assimilado o conceito de comunidade humana e universalidade. Com relação ao Sr. Florestan Fernandes, diz que confunde sociologia em hábito com sociologia em ato, a sua sociologia é informacional, institucional e escolástica, de professor de sociologia e por isso, não assume uma postura cientifica diante da realidade. Para Ramos a pratica da Redução exige mais do que informação e erudição. Além disso, o Sr. Florestan Fernandes diz que a sua sociologia defende uma falsa noção entre teoria e prática no trabalho cientifico, tornando a disciplina sociologia um conhecimento superprivilegiado. Ramos defende a substituição de uma atitude hipercorreta de fazer sociologia pela atitude critico-assimilativa, pois o sociólogo pode fazer coisa diferente em circunstâncias diferentes sem prejuízo da objetividade cientifica e conclui que os métodos e técnicas de pesquisa são universais, mas estão sujeitos a historicidade. Para Ramos o “efeito prestígio” é que aprisiona o Sociólogo num estilo de “sociologia enlatada”, e a medida que se liberta passa a deduzir suas regras sociológicas do contexto histórico social em que esta inserido. Este esforço é bem maior, diz, porém, esta sociologia em ato, da busca do conhecer na própria realidade é superior que a mera aquisição de ideias e informação especializadas. Quanto a institucionalização do ensino, Ramos diz que, é muito corrente o uso de idéias simplistas e errôneas para justificar o atraso do ensino em nosso país. E continua, como falta recursos para tudo em nosso país não podemos adotar esta justificativa como desculpas. E diz que os sociólogos deveriam ser os primeiros a saber da existência da “penúria” que existe e ter consciência dela e que o padrão do trabalho dos sociólogos brasileiros nada tem a ver com a particularidade históricas e sociais do país. E conclui que os sociólogos convencionais usam verba estrangeira e são bem pagos, por isso, da falta de consciência crítica com relação a realidade da nossa sociedade e a falta de esforço para formular e elaborar um pensamento sociológico nacional. Critica Florestan Fernandes com relação ao provincianismo, da busca de uma pureza institucional para a sociologia e o bovarismo, em que separa o mundo dos sociólogos do mundo dos leigos. Com relação ao Sr. Jacob Gorender, que critica Ramos de subjetivismo na obra “A Redução sociológica”, Ramos diz que ele não estuda a fundo os autores da qual critica e, portanto, não pode falar daquilo que não conhece. Diz que Ele nega o continuum teórico da comunidade dos pensadores e foca sua análise na luta pelo poder somente. Gorender critica Ramos relacionando a Redução Sociológica a redução fenomenológica de Husserl, mas Ramos diz que a redução só é fenomenológica, por que o século XX tem como tendência geral a fenomenologia. E assim com Marx, que Gorender defende leu os pré-socráticos e os modernos; ele (Ramos) leu também Husserl e tantos outros. Por fim, Ramos define a Redução sociológica em sete pontos, a saber: 1) É Atitude metódica, coloca entre parênteses o fenômeno e analisa todos os seus aspectos; 2) Os objetos da realidade social tem conexões de sentido e possuem vinculo de significação; 3) Noção de mundo, a consciência e os objetos estão relacionados e toda consciência é intencional por que se refere ao objeto; 4) É perspectivista, o sentido de um objeto não está desligado da realidade social, pois não há possibilidades de repetição na realidade social; 5) Seus suportes são coletivos e não individuais, a redução é um saber operativo e não especulação pela especulação; 6) procedimento critico-assimilativo da experiência estrangeira, é fazer uma mediação universal a partir do local, regional ou nacional; 7) É uma atitude altamente elaborada, sendo preciso recorrer aos conhecimentos diversos e a história, o que leva o sociólogo a indagações complexas que se dá mediante estudo sistemático e raciocínio rigoroso e que precisa justificar-se num esforço hábil de reflexão, caso a caso.

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