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Carboidratos: Fonte de Energia e Nutrientes

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CARBOIDRATOS 
Podem ser chamados de hidratos de carbono, glicídeos, glicides, entre outros nomes, são compostos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio e eventualmente com a presença de nitrogênio, enxofre e fósforo, formulação geral de Cn(H2O)n, com ligações do tipo alfa, sendo considerados fontes rápidas de energia pelo fornecimento de glicose, monossacarídeo mais simples que existe. 
Quanto as funções dos carboidratos temos como principal o fornecimento de energia primária, principalmente no fígado e nos músculos, funciona também como reserva de glicogênio, tendo uma relação com o metabolismo dos demais macronutrientes (efeito anticetogênico, evita que usemos gordura para fonte de energia, impedindo a formação de corpos cetônicos e ações poupadores da degradação de proteínas), apresenta importante função estrutural (presente na membrana celular, mantendo a integridade desta), contribuição para o mecanismo de detoxificação/depuração do fígado (ácido glicurônico é formado por carboidratos e ele é essencial para a depuração e eliminação renal) e para biossíntese de outras moléculas, como um tipo especial de proteína, a proteoglicana. 
O índice glicêmico também é bastante importante, pois fornece um indicador da habilidade da ingestão de um carboidrato elevar ou rebaixar os níveis de glicose sanguínea, eles são classificados em IG baixo (menor que 60), moderado (60 - 85) ou elevado (maior que 85). Quanto maior o índice glicêmico dos alimentos maior a velocidade deles se transformarem em glicose e caírem na circulação. 
Os fatores que vão interferir no índice glicêmico são: tipo de carboidrato, presença de outros nutrientes, como as fibras alimentares, proteínas e lipídeos e modo de preparo dos nutrientes, processamento e cozimento (alimentos processados ou cozidos tem seus índices glicêmicos elevados), por exemplo, em pessoas diabéticas devemos fortalecer a ingestão de alimentos maiores e crus, devido as fibras ainda estarem intactas e a absorção ser mais difícil. 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS 
O carboidrato corresponde a cerca de 50% da nossa dieta, fornecendo energia para as atividades diárias, que dependendo o grau de complexidade desses eles podem formar os monossacarídeos (glicose, frutose e galactose), dissacarídeos (lactose, sacarose e maltose), oligossacarídeos (3 a 10 monossacarídeos: frutooligossacarídeo e galactolideossacarídeo: ambos relacionados a proliferação de bactérias benéficas, efeito probiótico) e polissacarídeos mais de 10 monossacarídeos: amido, celulose e glicogênio). Após a digestão e absorção, a energia térmica contida no interior das moléculas de carboidratos é convertida em ligações altamente energéticas de fosfato (adenosina trifosfato – ATP), que é a principal fonte de enérgica celular.
Os monossacarídeos são as moléculas mais simples de carboidratos e não são hidrolisáveis, geralmente possuem sabor doce, são incolores e solúveis em água, porém insolúveis em solventes não polares, os mais importante bioquimicamente são as hexoses, trioses e pentoses. Do ponto de vista nutrológico, os monossacarídeos mais importantes são as hexoses: GLICOSE, FRUTOSE E GALACTOSE. A glicose é fonte energética direta e armazenada no fígado e nos músculos como glicogênio ou armazenada em triglicérides, como forma de reserva energética. A frutose é o monossacarídeo mais doce, encontrado em frutas, mel, refrigerantes e outros doces industrializados. Já a galactose, raramente encontrada livre na natureza, sendo vista mais associada a glicose, formando a lactose.
Quanto aos dissacarídeos e os oligo, podemos citar os três dissacarídeos de maior importância nutricional, a sacarose, maltose e frutose. A SACAROSE é formada pela união de glicose com frutose, encontrada no açúcar da cana e da beterraba, hidrolisada durante a digestão desunindo seus monossacarídeos no meio ácido ou pela ação enzimática da sacarase. A LACTOSE é formada a partir da junção glicosídica entre a glicose e a galactose e produzida pelas glândulas mamárias em mamíferos lactantes, menos solúvel e menos doce que os demais, sendo hidrolisada também pelas enzimas em borda de escova, a lactase. Já a união entre duas moléculas de glicose, forma a MALTOSE, encontrada em grãos em germinação que produzem uma enzima denominada diástase, que hidrolisa o amido, formando moléculas de maltose. 
Nos quadros de deficiência genética, adquirida ou em doenças que afetam as vilosidades intestinais, como doenças inflamatórias intestinais e desnutrição proteica grave relacionadas a LACTASE, pode haver incapacidade na hidrolise da lactose, resultando em sintomas de fermentação intestinal e aumento da produção de gases e do peristaltismo. 
Em relação ao amido, por ser um polissacarídeo e a principal fonte de energia para o nosso organismo, eles estão presentes em leguminosas, batatas, frutas, entre outros, composto pela amilose, que apresenta cadeia linear, e amilopectina, cadeia ramificada, diferenciados pelo tipo de ligação, a amilopectina tem ligação alfa1.4 e alfa1.6, já a amilose, apenas alfa1.4, diferenciando no momento da digestão, sendo que o cozimento facilita o processo de linearidade, sendo, portanto, sensíveis a temperatura. 
Paciente hipoglicêmico, tem-se na janta arroz cozido normal e arroz papa, qual damos? Visto que o amido apresenta amilopectina e ela é de difícil absorção, damos o arroz papa porque ele ficou mais tempo em altas temperaturas e o amido em contato com altas temperaturas tem maior facilidade no processo de linearidade de sua cadeia. Já se esse paciente fosse obeso ou diabético, damos arroz menos cozido e o interessante seria o integral que falaremos mais adiante. 
Quanto a celulose, ela provém da parte rígida da planta, cascas e folhas, porém apresenta ligação do tipo beta, que o humano é incapaz de degradar, servindo apenas como fibra dietética e importante fator do funcionamento intestinal adequado. Já o glicogênio é nossa reserva fisiológica de glicose, que fica armazenada nos tecidos hepático e muscular.
A digestão de carboidrato começa na boca, levando as glândulas salivares a produzirem a alfa-amilase (ptialina ou amilase salivar), ela quebra o amido em maltose e dextrina, componentes da amilopectina. A dextrina tem polímeros de maltose e isomaltose, sendo que essa última apresenta ligação alfa-16. No estômago, essa digestão persiste por mais ou menos uma hora, quando temos o ácido clorídrico presente a alfa-amilase é inativada pelo baixo PH gástrico, formando o quimo, que vai para o intestino delgado, tendo estimulo da produção da colecistoquinina, estimulando o pâncreas a produzir enzimas, no caso a alfa-amilase-pancreática, que continua a digestão do amido para que haja absorção. No intestino delgado temos a degradação da amilose em maltose e a amilopectina em maltose e dextrina alfa limitante (glicose e isomaltose, com ligação alfa14 e alfa16). Para que haja degradação ainda dessas moléculas, temos as ENZIMAS DE BORDA EM ESCOVA: isomaltose intestinal e dissacaridases: maltase, sacarase e lactase: 
MALTOSE: maltase: 2 glicoses. 
SACAROSE: sacarase: glicose e frutose. 
LACTOSE: lactase: glicose e galactose. 
 
Quanto a absorção, temos os produtos finais como monossacarideos, essa absorção vai do lúmen intestinal para a circulação e acontece de duas maneiras: cotransporte por transportador de sódio-glicose-1 (SGLT1), responsável pelo transporte da glicose e galactose e a difusão facilitada, onde existem ligantes GLUT2 (glicose, galactose e frutose) e GLUT5 (frutose), esses ligantes são responsáveis por fazer os monossacarídeos entrarem na célula intestinal e a GLUT2, da célula intestinal para a circulação. 
	
 Dentre os hormônios envolvidos na digestão e utilização desses carboidratos em nosso organismo temos a insulina, produzida pelas células beta pancreáticas, estimulada pela glicemia elevada, ela faz a captação de glicose pelos tecidos, com utilização imediata ou armazenada (fígado e músculo: glicogênese, formação do glicogênio a partir da glicose, sendoo tecido hepático mais responsável pelo armazenamento e distribuição desse glicogênio e músculo, armazenamento e utilização imediata, porque no fígado temos a glicose-6-fosfatase, que produz glicose livre que atravessa a membrana, ja os músculos não apresentam, sendo o glicogênio nesses tecidos então, utilizados por eles mesmos).
Já o glucagon, cerca de 2 horas depois da digestão temos queda da glicemia e produção de glucagon pelas células alfa do pâncreas, dando origem a glicogenólise, quebrando o glicogênio em glicose para fornecimento de energia e reestabelecimento do nível de glicose na circulação. 
Quanto às recomendações, os carboidratos fazem parte de 50 a 60% do Valor Energético Total e Recomendação Energética Estimada, desse valor, ainda temos uma divisão de apenas 10% carboidratos simples, os doces, bolos, açucares em geral. Dentre os fatores que exercem influência sobre o índice Glicêmico temos a quantidade de fibra alimentar contida naquele alimento, ou seja, quanto maior a quantidade de fibra, menor o índice glicêmico, o nível de cozimento, quanto mais cozido o alimento, maior o índice e combinações dos alimentos, por exemplo, se comermos pão com carne, a proteína da carne irá competir com o carboidrato do pão, diminuindo o índice glicêmico deste.
FIBRAS ALIMENTARES 
Fazem parte dos carboidratos, porém não são digeríveis, primeiramente as fibras são consideradas qualquer substância comestível que resiste a hidrólise no TGI, geralmente são encontradas em vegetais e hortaliças, temos vários tipos de fibras: Polissacarídeos não amidicoscelulose, hemicelulose, pectina (usada na fabricação de geléias, modificando sua estrutura química e formando a viscosidade de gel, encontrado na casca da laranja e maçã), goma (encontrada nas lesões vegetais) e mucilagem (encontrada no interior dos grãos), a lignina (presente na parede dos vegetais junto com a celulose) e o amido resistente (pipoca, fécula de batata, pó de banana, muito usados no controle da glicemia e emagrecimento).
As fibras podem ser solúveis e insolúveis, a primeira forma um gel quando em contato com agua e são as pectinas, gomas e mucilagens e algumas hemiceluloses, encontradas em frutas cítricas, macao, abacate, cevada, aveia, centeio, leguminosas, guar arábica e legumes, já as insolúveis, quando em contato com a água, aumenta o volume e a massa das fezes, são a celulose, hemicelulose, lignina e amido resistente, encontrados em grãos integrais e seus derivados, vegetais folhosos, grande quantidade no milho e trigo.
EFEITOS FISIOLÓGICOS DAS FIBRAS 
As fibras insolúveis aumentam o peso e o volume do bolo fecal, devido a insulibilidade a água, favorecendo o peristaltismo intestinal, aumentando o trânsito e a defecação, usadas na constipação. Quanto maior o número de fibras insolúveis ingeridas, menor o tempo de trânsito intestinal (TTT), dentro de certa recomendação, a partir disso ela pode apedrejar o bolo fecal e causar fecalomas. 
Quanto as fibra solúveis, temos a formação de um gel, retardando o esvaziamento gástrico, diminuindo o trânsito intestinal, funcionando apenas como um compactador das fezes, retardando também a absorção da glicose e dos lipídeos, devido a uma maior dificuldade das enzimas atingirem o bolo alimentar, sendo interessante em pacientes obesos e em algumas patologias, as sobras solúveis ainda reduzem a concentração plasmática do colesterol, devido a maior necessidade de sais biliares, reduzindo esses na circulação sanguínea, por último, no intestino grosso, teremos as fibras alimentares que lá são fermentadas pelas bactérias anaeróbias, que degradarão as fibras em ácidos graxos de cadeias curtas, butirato (fonte de energia para as células colonócicas), acetato, propianato (inibe a síntese de colesterol e serve de substrato para a formação de piruvato na via de produção da glicose), lactato (absorvido) e gazes, como o CO2, H e metano, responsáveis pela distensão abdominal. 
Em adultos indicamos de 25 a 30 gramas de fibras, com máximo de 35 ou cerca de 10 a 14g a cada 1000 kcal ingerida. Em crianças maiores de dois anos temos indicado cerca de 5g de fibras por dia + idade convertida em gramas, exemplo, 8 anos: 5g + 8g. Já em idosos, temos a indicação de 25 a 30g ou 10 a 13 a cada 1000kcal ingerida. Em todos temos que indicar uma relação de 3 para 1, tendo mais fibras insolúveis que solúveis. 
FIBRA NÃO É FONTE DE ENERGIA 
Quanto as indicações das fibras solúveis temos: diabetes, dislipidemia, diarréia e câncer de colo e reto (produção de butirato para as células dos colonócitos, competindo o sítio de ligação e se aderindo as células cancerígenas, podendo levar a morte dessas células e ao não "espalhamento" da neoplasia). Quanto as indicações das fibra insolúveis: constipação (tripé para funcionamento intestinal: água, fibras e exercícios físicos).
Quando temos consumo excessivo das fibras alimentares temos desconforto gastrointestinal, gerando flatulências e distensão abdominal e também pode estar relacionada com a biodisponibilidade de mineral, prejudicando a absorção de cálcio, magnésio, zinco e ferro.

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