Buscar

vida morte e liberdade

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
ÉTICA E FILOSOFIA JURÍDICA
*
FILOSOFIA
O olhar filosófico se afasta das crenças, sentimentos, prejuízos, preconceitos; toma distância para interrogar e não aceitar as coisas passivamente. 
A Filosofia diz “NÃO” ao senso comum, para indagar “o que é”, “como é” e “por que é” – momentos que constituem o pensamento crítico. 
*
V I D A
Motivação de tudo na humanidade
Bens da vida (pessoa)
Dever de tutelar a vida
Dignidade de vida
*
DISTANÁSIA, ORTOTANÁSIA E EUTANÁSIA.
*
DISTANÁSIA
Significa obstinação, diagnóstica e terapêutica, e tem uma forte conotação no autoritarismo.
Origem grega, “morte difícil e penosa”.
Distanásia indica o prolongamento do processo de morte, por meio de tratamentos (extraordinários), que apenas têm o objetivo de pronlogar a vida biológica do paciente.
*
CONDUTAS DISTANÁSTICAS
Convicção de que a vida é um bem pelo qual se deve “lutar” até o limite, não levando em consideração a sua qualidade.
 O desprezo e a ignorância pela vontade do doente e de seus familiares.
A angústia do médico diante do insucesso terapêutico e a resistência em aceitar a morte do doente.
*
ORTOTANÁSIA
Promoção de cuidados paliativos ao paciente, até o momento de sua morte. 
Definidos pela (OMS), como o controle da dor e de outros sintomas, e o cuidado dos problemas de ordem psicológica, social e espiritual.
Os cuidados visando o bem-estar da pessoa passam a ser a prioridade, e não a luta contra algo que, inevitavelmente, não tem como se combater – no caso, a doença e o fim da vida. 
*
ORTOTANÁSIA
A ortotanásia foi autorizada em nosso país, em 2010, no novo código de ética médica, fundamentada no preceito constitucional da dignidade da pessoa humana. 
O conceito de ortotanásia encolve a arte do bem morrer; é uma maneira de “enfrentar” o morrer, que rejeita a morte infeliz e as ciladas da eutanásia e da distanásia.
*
EUTANÁSIA
Ato de provocar diretamente a morte de um ser humano, de tal modo que essa morte advenha rapidamente e sem sofrimento, seja agindo para esse fim, seja abstendo-se de agir, ou seja, eutanásia ativa ou passiva
*
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Capítulo I - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade. 
XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados. 
É uma tomada de posição em favor da vida digna, que compreende também uma morte digna.
*
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Capítulo V - RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES
É VEDADO AO MÉDICO: 
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.
Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal.
*
Art. 5º CF
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
*
CP - DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Homicídio simples 
Art 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
      
Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos.   
*
HOMICÍDIO PELO CTB
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.
*
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.      
*
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:  
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
*
Forma qualificada (aborto)
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas      causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:  (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
*
Aborto de Anencéfalos
A anencefalia é definida na literatura médica como a má-formação do cérebro do bebê, havendo apenas um "resíduo" do tronco encefálico. 
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), a doença provoca a morte de 65% dos bebês ainda dentro do útero materno e, nos casos de nascimento, sobrevida de algumas horas ou, no máximo, dias. 
*
Decisão do STF 8X2
A antecipação do parto de um feto anencéfalo passa a ser voluntária e, caso a gestante manifeste o interesse em não prosseguir com a gestação, poderá solicitar serviço gratuito do Sistema Único de Saúde (SUS), sem necessidade de autorização judicial. 
Os profissionais de saúde também não estão sujeitos a processo por executar a prática.
A cada mil recém-nascidos no Brasil, um é diagnosticado com a má-formação cerebral. Esse índice deixa o Brasil em quarto lugar no mundo com mais casos de fetos anencéfalos, atrás de Chile, México e Paraguai. 
*
ESTADO – LAICIDADE. O Brasil é uma república laica, surgindo absolutamente neutro quanto às religiões. Considerações.
FETO ANENCÉFALO – INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ
MULHER – LIBERDADE SEXUAL E REPRODUTIVA 
SAÚDE 
DIGNIDADE 
AUTODETERMINAÇÃO 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
CRIME – INEXISTÊNCIA.
 Mostra-se inconstitucional interpretação de a interrupção da gravidez de feto anencéfalo ser conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código Penal.
*
VOTO DE MINISTRO 
“Aborto é crime contra a vida. 
Tutela-se a vida em potencial. 
No caso do anencéfalo, não existe vida possível. O feto anencéfalo é biologicamente vivo, por ser formado por células vivas, e juridicamente morto, não gozando de proteção estatal. [...] 
O anencéfalo jamais se tornará uma pessoa. 
Em síntese, não se cuida de vida em potencial, mas de morte segura. 
Anencefalia é incompatível com a vida”, afirmou o relator da ação, ministro Marco Aurélio Mello. 
*
VOTO DE MINISTRO
“A ação de eliminação intencional da vida intra-uterina de anencéfalos corresponde ao tipo penal do aborto, não havendo malabarismo hermenêutico ou ginástica dialética capaz de me convencer do contrário", disse PELUSO. 
"Ser humano é sujeito. Embora não tenha ainda personalidade civil, o nascituro é anencéfalo ou não investido pelo ordenamento na garantia expressa, ainda que em termos gerais, de ter resguardados seus direitos, entre os quais se encontra a proteção da vida”.
No caso de extermínio do anencéfalo encena-se a atuação avassaladora do ser poderoso superior que, detentor de toda força, infringe a pena de morte a um incapaz e de esboçar-lhe qualquer defesa" argumentou.
*
“Impedir a interrupção da gravidez sob ameaça penal equivale à tortura“
 Luiz Fux, ministro do STF
"Eu tenho vergonha. Hoje para mim foi rasgada a Carta Magna. Se ela não protege os indefesos, que dirá a nós", disse Maria Angélica de Oliveira Farias, advogada e participante de uma associação de espíritas.
*
 M O R T E 
Circunstância que abrange a todos
Inevitável
Imprevisível
Fim ou recomeço?
Beatitude:
Felicidade eterna gozada no céu pelos santos.
Felicidade serena, sem inquietações. 
*
L I B E R D A D E 
Direito fundamental - Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, À Liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LVII ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
*
Liberdade – consciência – livre escolha
Expectativas de comportamento
Padrões
Influências do meio
Vontade – querer é poder?
Livre arbítrio
*
Código penal
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
§ 1º - Considera-se: 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
*
Art. 33 - CP
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
*
Regime Prisional
*
Progressão de Regime
CRIMES HEDIÔNDOS E EQUIPARADOS
Réu primário: cumprir 2/5 da pena.
Reincidente: cumprir 3/5 da pena
CRIMES COMUNS
Cumprir 1/6 da pena no regime anterior, reincidente ou não.
*
Livre arbítrio e o cálculo do crime
A responsabilidade criminal do delinqüente leva em conta sua responsabilidade moral e se sustenta pelo LIVRE-ARBÍTRIO, este inerente ao ser humano.
O homem é um ser livre e racional, capaz de pensar, tomar decisões e agir em consequência disso:
Quando alguém encara a possibilidade de cometer um delito, efetua um cálculo racional dos benefícios esperados (prazer) e os confronta com os prejuízos (dor) que acredita vão derivar da prática do delito; se os benefícios são superiores aos prejuízos, tenderá a cometer a conduta delitiva.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais