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THAU URB I – NP1: Definições e conceitos: Cidade: Desenvolvida a partir de um núcleo, sede da autoridade. Zona povoada que se agrupam zonas residenciais, comerciais e industriais. Parte urbana. - A cidade é também um registro, uma escrita, materialização de sua própria história. - A cidade como um imã: Domínio sobre o espaço: apropriação material e ritual do território, o tijolo como unidade geométrica simples e padronizada, que permite a realização das formas físicas imaginadas. - A cidade como escrita: Construir cidade é uma forma de escrita, a cidade como local permanente de moradia e trabalho/moradores e consumidores. (Necessidade de registros, de gestão do trabalho coletivo), a cidade-escrita gera memória (registros: documentos, ordens, leis), e a própria arquitetura urbana também tem esse papel, de memorização, registro. - A cidade como política: Viver em uma cidade (aglomeração de indivíduos) implica necessariamente em viver de forma coletiva, e da necessidade de organização da vida coletiva, surge o poder administrativo encarregado da gestão das cidades. Na polis grega e Civitas romana só poderiam participar da política cidadãos por direito (não incluindo mulheres e nem escravos- não detentores de terra). - A cidade como mercado: O homem isolado produz o que necessita para sobrevivência, mas quando há possibilidade de troca configura-se a especialização do trabalho e o mercado – local urbano. - Cidade e forma: Sob o ponto de vista formal, é um conjunto de edificações para os mais variados fins, ordenadas segundo critérios que vão desde os de acomodação à topografia até as determinantes políticas e estéticas. Assim a formação das cidades ou disposição das ruas ou logradouros públicos variou e varia no tempo e espaço. o Cidade romana de Pompéia (Reticulada, alinhamento das ruas) o Cidade de salvador/BA (Começa a se formar a partir do litoral, cidade fortificado, desenho idêntico ao de Lisboa – Salvador foi por onde os portugueses chegaram ao Brasil) o Cidade de Palmas/TO (Reticulada, possui um eixo monumental onde se localiza a maior parte do poder administrativo, tem topografia plana) o Cidade de Maringá/PR (Cidade planejada, conhecida por cidade jardim pois o seu ponto focal é um grande parque e por a cidade toda ter muita área verde, desenho curvilíneo. Urbanismo: Disciplina relacionada com o estudo, regulação, controle e planejamento da cidade. (com caráter reflexivo e crítico) - O urbanismo quer resolver um problema que foi colocado antes mesmo de sua criação. - O conceito de urbanismo, originalmente, se refere à arte e técnica do arranjo das cidades, do latin “urbs” = cidade. - É o ramo dos conhecimentos voltado para os problemas, os princípios e a teoria necessária à elaboração dos projetos para construção ou reorganização de cidades. Urbanização: Ato/processo de urbanizar – de resolver os problemas da cidade. - Relacionado ao crescimento da população urbana em relação a população rural. Metrópole: Cidade principal, cidade sede da região metropolitana – cidade desenvolvida, de influência (cidade-mãe) – Campinas Carta de Atenas e o Urbanismo modernista: Carta de Atenas: CIAM- Congresso Internacional de Arquitetura Moderna Realizado em 1933 em Atenas – publicado 8 anos depois por Le Corbusier Reflete predominantemente o racionalismo de Le Corbusier. 4 funções básicas da cidade: - Habitar (residências) - Trabalhar - Recrear (lazer) - Circular A cidade progressista derivada da carta é universal, pode ser absorvida por qualquer cultura, é feita para o homem-tipo (modulor – medidas padrão) Estrutura da carta: 1– Generalidades: A cidade e sua região 2- Estado atual crítico das cidades: o Habitação o Lazer o Trabalho o Circulação o Patrimônio histórico das cidades 3- Conclusões: Pontos de doutrina Notas: Sobre os congressos internacionais de arquitetura moderna Definição do urbanismo na carta: É a administração dos lugares e dos locais diversos que devem abrigar o desenvolvimento da vida material, sentimental e espiritual em todas as suas manifestações, individuais ou coletivas. Não poderia mais estar subordinado ao estetismo gratuito, por sua essência, é de ordem funcional – 3 funções fundamentais: habitar, trabalhar, recrear. Objetivos do CIAM: Formular o problema arquitetônico contemporâneo, apresentar a ideia arquitetônica moderna, fazer essa ideia penetrar nos círculos técnicos, econômicos e sociais, zelar pela solução do problema da arquitetura. O ideário de Le Corbusier: Grandiosidade e abstração - Arquitetura e urbanismo são indissociáveis. - 1922: Plano Ville Contemporaine – Cidade Ideal – 3 mil habitantes e prédios de 60 andares - 1952: Plan Voisin – em cima do plano Haussmann Observações Separação entre pedestres e veículos; Torres de escritório; Cruzamento em nível; Habitação em fila; Superquadras; Vegetação; Habitação para operários; Eixos viários; Habitação para as classes mais altas; Áreas verdes em meio as habitações; Praça central Unidade Habitacional de Marselha – Edifício bairro: é um dos projetos mais emblemáticos de Le Corbusier e um ícone da arquitetura habitacional do movimento moderno. Iniciada a construção em 1951, logo após a 2 GM, o edifício visava abrigar 1600 habitantes, num volume com 140m de comprimento, 24 m de largura e 56 de altura. Onde na parte inferior do edifício estariam localizadas lavanderias comunitárias, educação, comércio Edifício multifuncional A cidade do modernismo: Carta de Atenas era um manifesto para uma nova cidade. Defendia um espaço habitacional homogêneo, público e com áreas verdes. Circulação hierarquizada do tráfego Habitação em massa – Verticalizada, padronizada, com luz, ar e sol a todos e executadas pelo estado. 1951-1965: Construída a cidade de Chandigarh – projetada por Le Corbusier 1957-1961: Construção de Brasília, por Lucio Costa e Oscar Niemeyer O plano de Brasília: Localização da capital: no cerrado goiano - interiorização – maior proteção (em caso de invasão, esta se daria pelo litoral, demorando mais para chegar à capital), local isolado do resto do pais (população) – manifestações. Anteprojeto de Lúcio Costa escolhido através de concurso público. Planejada para ter uma população de 600 mil hab. Em 2000, mas já em 1996 possuía mais de 1,8 milhão de habitantes. Projetada, construída e inaugurada em um mandato presidencial - 4 anos. Niemeyer e Lucio Costa colocaram em prática conceitos modernistas de cidade – Ruas sem trânsito (sem cruzamentos), edifícios sob pilotis – passagem livre em baixo-, integração com a natureza. O projeto de Lucio Costa utiliza preceitos do urbanismo modernista, principalmente a hierarquia viária de Le Corbusier, e a disposição de prédios em blocos afastados, dispostos sobre grandes áreas verdes. 1987- A cidade é tombada pela Unesco e registrada como Patrimônio histórico e cultural da humanidade. Construída dentro de um período novo, na época extremamente moderna Cidades-satélites: Surgiram com as pessoas que foram para construir Brasília com a intenção de permanecer na cidade, como não havia espaço foram se instalando as bordas da cidade, seguindo o desenho de Brasília. Maioria das pessoas que moram no plano são funcionários públicos. Ponto de encontro dos dois eixos – norte e sul – está localizada a rodoviária. O plano piloto é reservado às classes sociais favorecidas e aos funcionários, enquanto em volta dela, as cidades-satélites (19) abrigam as classes populares. – Relação entreo que é sagrado e o lixo do outro lado, que representa um verdadeiro problema. É como uma ocupação ilegal regularizada, tolerada e até estimulada, por vezes, por razões políticas e eleitoreiras. Carta de Atenas x Plano Piloto de Brasília: A construção de Brasília obedece aos preceitos da famosa carta de Atenas – seguindo as 4 funções básicas de cidade estabelecidas na carta. A área para os prédios do governo não se misturaria com as áreas de habitação. Circulação: Avenidas principais sem cruzamentos e esquinas, para que os motoristas pudessem percorrer o trajeto em menos tempo, eis que foi decidido cruzar as avenidas e as ruas uma por baixo da outra dando o máximo de locomoção na cidade. Porém não visaram um crescimento tão grande da cidade. Habitação: Implantaram no plano piloto a parte habitacional e pública nas asas norte e sul. Implantadas as superquadras, onde foi colocado tudo que o cidadão iria precisar no seu próprio quarteirão, para que não tivesse assim que sair do seu quarteirão para fazer compras, ir à escola, igreja e ao banco. A cada quatro superquadra temos um centro comercial, pequeno, para mercadorias de primeira necessidade. Trabalho: A parte de trabalho e comércio foram divididas de acordo com as moradias nas asas norte e sul. Lazer: As áreas de lazer e diversão dos habitantes de Brasília, foram ligadas as superquadras em baixo dos edifícios e nas áreas verdes das superquadras. Urbanização e Modernização: Cidade e Sociedade: - Trocas - Podemos definir as cidades como agrupamentos de população que não produzem seus próprios meios de subsistência alimentar. - Divisão técnica, social e espacial da produção – trocas de natureza diversa entre aqueles que produzem os bens de subsistência e os que produzem bens manufaturados (artesãos), bens simbólicos (religiosos, artistas), o poder e a proteção (guerreiros). - O crescimento das cidades esteve correlacionado com o desenvolvimento dos meios de transporte e armazenamento de bens - necessários para abastecer a população em qualquer estação do ano - de informações e de pessoas. - As formas das cidades, sejam elas planejadas ou não refletem as lógicas das sociedades que as acolhem. Cidades antigas – preceitos religiosos e militares que constituíam as “justificativas” principais das cidades e grupos sociais que as habitavam. Mais tarde, o desenvolvimento das cidades modernas imprimiram novas lógicas ao funcionamento das cidades. - Urbanismo contemporâneo – compreensão da sociedade moderna. As transformações de longa duração da sociedade moderna: - O correto é falar em modernização, e não em modernidade, pois a modernidade não é um estado, mas um processo de transformação da sociedade - Mudança é o princípio essencial - Muitas outras sociedades passaram e passam por transformação, têm história, mas não se organizam necessariamente tendo como núcleo central da sua dinâmica de funcionamento a mudança, o processo, o projeto. Pelo contrário, é a tradição que constitui seu princípio essencial, e a referência ao passada que fundamenta, de forma geral, suas representações de futuro. Os componentes da modernização: - Individualização: Pode-se definir em primeiro lugar, como a representação do mundo, não a partir de um grupo ao qual pertence o indivíduo, mas a partir de sua própria pessoa. - Racionalização: Consiste na substituição progressiva da tradição pela razão na determinação dos atos. - Diferenciação social: Processo de diversificação das funções de grupos e indivíduos na sociedade – divisão técnica e social do trabalho. A diferenciação produz diversidade e desigualdade entre grupos e indivíduos gerando assim uma sociedade cada vez mais complexa. Essas não são exclusivas da modernidade, mas é a sua combinação que em circunstâncias históricas particulares desencadeou a dinâmica da modernização. As primeiras fases da modernização: -Se a modernidade não é um estado, a modernização tão pouco é um processo contínuo, sendo assim possível distinguir 3 grandes fases 1ª fase ou alta modernidade: Do fim da Idade média ao começo da revolução industrial. Testemunha a transformação do pensamento e do lugar da religião na sociedade, a emancipação da política e a emergência do Estado-nação, o desenvolvimento das ciências e a expansão progressiva do capitalismo mercantil e logo a seguir do industrial. 2ª fase ou média modernidade: Da revolução industrial – produção de bens e serviços, subordinada, em grande medida, às logicas capitalistas, o pensamento técnico ocupando um lugar central na sociedade 3ª fase: Superação da modernidade – pós modernidade A cidade do renascimento e dos tempos modernos. - Revolução urbana: Abertura de novas vias, praças e jardins urbanos, redefinição do traçado e separação do público e privado, as cidades se estendem, os bairros periféricos proliferam, aglomerando de maneira nova populações e atividades. - Cidade moderna: Concebida racionalmente por indivíduos diferenciados. Ela expressa a instauração do Estado-nação, a expansão dos territórios, a mobilização das novas ciências e técnicas, a autonomia nascente dos indivíduos. Esta cidade é também moderna por que é projeto, ela cristaliza a ambição de definir o porvir, de dominar o futuro, de ser o marco espacial de uma nova sociedade, ela é o desenho de um desígnio (intenção). A cidade da revolução industrial: A segunda revolução industrial começou com a revolução agrícola, que aumentou a produção alimentar, porém expulsou do campo muitos agricultores de maneira concomitante ao desenvolvimento do capitalismo industrial. Esse duplo processo provocou um enorme crescimento demográfico e espacial nas cidades, gerando ao mesmo tempo uma grande pauperização – pobreza- de uma parte das populações urbanas. Na cidade da revolução industrial, a mobilidade das pessoas, das informações e dos bens assume igualmente um lugar novo e mais importante. A primeira necessidade é adaptar as cidades às novas exigências da produção, do consumo e das trocas mercantis. Isso requer uma malha de grandes vias de circulação, redes de água, saneamento, energia e comunicação. A eletricidade teve um papel decisivo na liberação das potencialidades de crescimento das cidades. Mais tarde, o automóvel individual e os eletrodomésticos inscreveram o fordismo.
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