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UNIDADE III 
Primeiros Socorros: 
Conceitos Iniciais
Drª. Paula Moiana da Costa
Introdução Unidade 3
VÍDEO
Apresentação da Unidade 3:
1
CENÁRIO PRÁTICO
Olá, prezado(a) estudante!
Os acidentes podem ocorrer com todos, a qualquer momento e local. Muitas vezes, 
a intervenção rápida pode significar a diferença entre a vida e a morte da vítima de
acidentes.
Se um acidente ocorrer com uma pessoa próxima a você, você saberia que atitude
tomar?
Nesta unidade, vamos aprender os cuidados básicos para os primeiros socorros de
acidentes.
2
Introdução aos Primeiros Socorros
Acidentes ocorrem, e esta é uma realidade. Independentemente do trabalho ao qual você se
dedica e de seu estilo de vida, há a possibilidade de eles ocorrerem com você e/ou com as
pessoas ao seu redor.
Ainda que nem todo profissional de saúde se dedique à prática clínica, seus conhecimentos em
anatomia e fisiologia, somados a conhecimentos em primeiros socorros, podem salvar vidas.
A maneira mais eficiente de minimizar as possíveis consequências de acidentes são os
primeiros socorros, aqueles prestados nos primeiros minutos após a ocorrência do incidente.
E, claro, quanto melhor for a formação do socorrista, maior a qualidade e eficácia destes
socorros.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Entender a importância dos primeiros socorros.
Definir as formas primárias de atuação.
Conhecer a legislação brasileira sobre omissão de socorro.
Compreender como proceder na execução dos exames primários.
Aula 01
Introdução
3
O socorro é um conjunto de ações que visam atender de forma adequada a situações em que
há risco de vida e/ou de sequelas graves. Há uma sequência para que estas ações sejam
tomadas:
Reconhecimento: Trata-se do reconhecimento da circunstância que exige ações
imediatas para impedir a exacerbação da condição.
Alerta: Os meios de socorro, como Corpo de Bombeiros e /ou ambulância, devem ser
imediatamente contatados.
Primeiros Socorros (ou pré-socorro): Ações que podem ser realizadas até a chegada do
socorro, com a finalidade de manutenção da vida e de minimizar possíveis sequelas.
Socorro local: Início do tratamento, efetuado por profissionais devidamente formados.
Transporte: O processo de transporte da vítima com os cuidados necessários, do local do
acidente até o hospital adequado, a fim de assegurar a continuidade do tratamento
iniciado no local do incidente, em ambiente adequado.
Transferência: Trata-se da entrega final da vítima ao hospital adequado.
Para que um sistema de emergência efetivamente funcione, é necessário o envolvimento de
vários atores, como a comunidade que percebe e relata a situação, os operadores das centrais
de emergência, o Corpo de Bombeiros, a equipe das ambulâncias, médicos, enfermeiros,
atendentes do hospital e demais equipes, entre outros possíveis agentes que se envolvem na
circunstância.
Primeiros procedimentos
VÍDEO
Assista a videoaula a seguir:
4
Os profissionais que possuem como incumbência iniciar o socorro no local do acidente, 
assim como os encarregados durante o transporte da vítima, são aqueles que compõem as
equipes das ambulâncias. Entretanto, em muitas situações é fundamental o apoio das pessoas
próximas ao acidente, para garantir que a situação da vítima não se agrave até a chegada
dessas equipes. Isso porque, numa circunstância de real emergência com risco de vida, as
medidas básicas de suporte à vida podem ser o diferencial entre a vida e a morte, podendo
também evitar sequelas graves e permanentes.
O pedido de socorro e a forma como ele é realizado é uma ação que, apesar de parecer simples,
é um elemento bastante importante. Afinal, as equipes de socorro dependem das informações
que lhes forem repassadas para garantir que o socorro enviado seja o mais adequado à
situação.
No Brasil, os principais serviços públicos de emergência no caso de acidentes podem ser
contatados pelos seguintes números:
192: Serviço Público de Remoção de Doentes (ambulância)
193: Corpo de Bombeiros
Ao se realizar um pedido de socorro, devemos proceder da seguinte forma:
Figura 1 - Telefones úteis para casos de emergências.
Fonte: https://tinyurl.com/y68nlvrh
ATENÇÃO
A pessoa que está prestando os primeiros socorros deve seguir um plano de ação,
baseando-se no PAS: Prevenir, Alertar e Socorrer.
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https://tinyurl.com/y68nlvrh
Procurar manter-se calmo, para informar com propriedade e de forma inteligível o
ocorrido;
Informar o local onde se encontra, com a maior precisão possível. Endereço e pontos de
referência sempre são bastante importantes para que o socorro chegue no menor tempo
possível;
Informar um número de telefone a ser contatado em caso de dúvidas;
Descrever de forma precisa a circunstância;
Responder de forma adequada às perguntas da central de emergência. Elas podem
parecer irrelevantes, mas não o são;
Seguir as recomendações fornecidas;
Manter-se na ligação até que a central de emergência indique que esta pode ser
encerrada.
6
SAIBA MAIS
O que devemos observar ao chegar no local de uma ocorrência, para relatar ao
serviço de emergência?
A primeira coisa a ser feita é verificar se a situação e/ou o local oferece perigo para a
vítima, para você e para os socorristas que virão. Especifique quais seriam estes
perigos, para que a equipe possa utilizar-se de equipamentos ou técnicas para
minimizar estes riscos no momento do salvamento. Preste atenção a ruídos que
possam indicar perigo, como barulhos de motor, 
de escape de gás, etc.
A seguir, verifique a localização das vítimas, bem como sua posição. Por exemplo: A
vítima está debaixo de um carro? Em local próximo ou distante dos pneus? Dianteiros
ou traseiros? 
Qual porção do corpo está coberta pelo carro e qual não? A vítima está de bruços, de
lado?
Então, é importante observar o estado da vítima. Está consciente? Há hemorragias
evidentes? Alguma lesão grave observável? Há ruídos de respiração? A vítima se
queixa de algo?
Caso o acidente envolva algum objeto, como veículo, por exemplo, verifique o estado
deste, qual a posição em que se encontra, se ocorreu uma possível destruição, quanto
foi destruído, etc.
Caso o acidente envolva quedas, descreva a altura em que ocorreu, a existência de
obstáculos durante a queda e quaisquer detalhes relevantes para a compreensão do
que ocorreu. E assim para quaisquer situações.
Não se esqueça de sinalizar o local sempre que possível. Caso seja um acidente de
trânsito, coloque o triângulo do veículo a alguns metros do ocorrido.
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No Brasil, a omissão de socorro constitui um crime previsto no artigo 135 do Código Penal. A
definição de omissão de socorro é deixar de prestar socorro a pessoas em situação de
vulnerabilidade, ou seja, inclui desde crianças perdidas a pessoas em risco ou feridas. Esta lei
também coloca como crime não realizar o alerta a serviços de emergência quando se verifica
que a situação existe.
É claro que qualquer pessoa presente no local da situação de emergência e que tenha
condições de prestar algum tipo de assistência tem a obrigação de fazê-lo. Profissionais de
saúde, entretanto, possuem uma responsabilidade maior. Isso porque o conhecimento que
pode auxiliar a salvar uma vida não pode ser restringido quando há esta necessidade. O único
caso em que a assistência não é considerada um dever é quando a circunstância coloca em
risco aquele que presta socorro. Nesta situação, a orientação é contatar os serviços de
emergência.
É importante lembrar, entretanto, que um indivíduo que não tenha conhecimentos suficientes
para a realização dos primeiros socorros não deve fazê-lo, sob o risco de tornar ainda pior a
situação do acidentado.
O crime de omissão de socorro para os profissionais de saúde pode ser classificado de duas
formas:
Omissão própria
O crime de omissão própria ocorre no caso de um profissional de saúde recusar-se a realizar
uma estratégia de socorro que poderia e deveria ser realizada. Assim, não realizar o
Omissão de Socorro
NA PRÁTICA
Leia a reportagem disponível no linklado da vítima, com os ombros alinhados com o
esterno do acidentado.
Suporte respiratório
a) Desobstrução das vias aéreas
O primeiro procedimento a ser feito é a desobstrução das vias aéreas. Para reconhecer a
obstrução, perceba que não há fluxo de ar pela boca e/ou nariz da vítima, mas há movimentos
torácicos.
Lembre-se de que, quando a vítima está inconsciente, é muito comum que a queda da língua na
região da faringe seja a causa de obstrução. Se for o caso, a língua pode ser levantada
manualmente.
Para realizar a desobstrução, deve-se mover a cabeça da vítima para frente, segurando em sua
nuca e em sua testa. Tome o cuidado de verificar possíveis lesões na coluna cervical ou dorsal
antes de realizar este procedimento.
Se este procedimento não for suficiente para desobstruir as vias aéreas, coloque uma mão
sobre o queixo e outra sobre a testa da vítima, então incline a cabeça para trás até que o queixo
esteja mais alto que o nariz.
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Nos dois casos, se houver obstrução visível, retire a secreção ou o objeto com suas mãos.
Verifique se a vítima está respirando novamente.
b) Ventilação artificial
Caso as vias aéreas estejam livres, mas a respiração não tenha retornado de forma espontânea,
deve-se iniciar imediatamente a respiração boca a boca.
Respiração boca a boca
A ventilação realizada pela respiração boca a boca é a técnica mais eficiente de ressuscitação
de vítimas de PCR e deve ser sempre a primeira de escolha neste caso.
Figura 30 - A Inclinação da cabeça da vítima para trás é uma técnica para promover a desobstrução
das vias aéreas.
ATENÇÃO
Ao realizar qualquer procedimento em que há contato com secreções ou fluidos
corporais, lembre-se de usar luvas. Caso estas não estejam disponíveis, envolva suas
mãos com um lenço antes do procedimento.
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Para realizar esta técnica, deite a vítima de costas. Limpe sangue ou vômito, caso haja, 
e desobstrua as vias aéreas. Então, colocando uma das mãos na nuca e outra na testa, incline a
cabeça da vítima para trás, até que o queixo fique mais alto que o nariz, e mantenha esta
posição.
A cabeça é deslocada para trás para evitar que a língua volte a obstruir a faringe durante o
procedimento. Este movimento é semelhante ao utilizado na desobstrução das vias aéreas.
Feche firmemente as narinas da vítima, com a mão que estava na testa do acidentado.
Mantenha a outra mão na nuca. Inspire profundamente e coloque a boca sobre a boca da
vítima, vedando-a totalmente. Sopre até notar que o peito da pessoa acidentada está se
movendo.
Retire a boca e pressione o estômago da vítima, para que o ar seja expirado.
Continue o procedimento, repetindo o tempo que for necessário, até que os serviços de
socorro cheguem. A frequência necessária é de 15 ventilações por minuto.
Em caso de retorno da respiração espontânea, coloque a vítima posicionada de lado, na
posição lateral de segurança.
Figura 31 - Respiração boca a boca.
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Massagem cardíaca
A massagem cardíaca externa, também chamada de compressão torácica, trata-se de uma
técnica de aplicação de pressão rítmica sobre o terço inferior do esterno. Esta pressão torácica
Figura 32 - Procedimento de desobstrução das vias aéreas.
Figura 33 - Posição de segurança, com a vítima inconsciente deitada de lado, para evitar a obstrução
das vias aéreas.
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e o pressionamento do coração fazem com que o sangue circule de forma muito basal, entre
10% a 30% do que seria a circulação com o coração funcionando corretamente.
Ajoelhado ao lado da vítima, mantenha seus braços esticados e apoie as mãos uma sobre a
outra, na metade inferior do esterno. Preste atenção para que não comprima o processo
xifoide, para não lesionar órgãos.
Perceba que sua mão deve estar posicionada na metade inferior do esterno, atente para que a
compressão seja feita apenas nessa região, sem abranger a caixa torácica.
Após certificar-se de estar na posição correta, use o peso de seu corpo para aplicar a pressão
até que o esterno se abaixe de 3 a 5 centímetros, considerando que a vítima seja um adulto
médio. Mantenha a compressão por meio segundo e solte repentinamente, sem retirar as
mãos, para não perder a posição correta.
Para verificar se a compressão que você está aplicando é suficiente, peça a um segundo
socorrista para verificar se há algum pulso na carótida, enquanto você realiza a técnica. Caso
não haja pulso, aumente um pouco a pressão.
O ideal é que a massagem externa cardíaca e a respiração boca a boca sejam combinadas. 
A frequência com que as massagens cardíacas devem ser realizadas é de 80 a 100 vezes por
minuto, mas a frequência real quando há somente um socorrista realizando ambas as técnicas
é de cerca de 60 por minuto. Assim, o ideal é que dois socorristas atuem em conjunto nos casos
de PCR.
Figura 34 - Massagem cardíaca.
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Quando realizada de forma errada, a massagem cardíaca pode provocar lesões graves e fatais.
Por exemplo, fraturas do esterno e de costelas, lesões graves em órgãos, contusão no coração,
ruptura do ventrículo cardíaco. O correto posicionamento das mãos e a intensidade da pressão
aplicada são muito importantes.
Os acidentes aquáticos estão entre as situações mais comuns em que há possibilidade de
ocorrência de parada cardiorrespiratória.
Figura 35 - Massagem cardíaca e ventilação realizadas simultaneamente por dois socorristas.
Acidentes aquáticos
ATENÇÃO
As manobras relacionadas à ressuscitação cardiorrespiratória são cansativas. 
Entretanto, 
se estiver realizando-as, não as interrompa. A interrupção levará a vítima
à morte.
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Segundo Helbingen Júnior (CHAVES et al, 2017), os acidentes aquáticos podem ser divididos
em três situações principais:
Síndrome de imersão
A síndrome de imersão consiste na exposição repentina à água em temperaturas mais baixas
do que a corporal, o que leva à arritmia, redução da pressão arterial e, potencialmente, a uma
parada cardiorrespiratória. A redução brusca da pressão arterial reduz o nível de consciência
da vítima, podendo levar a um afogamento.
Hipotermia
Diferente da síndrome de imersão, em que ocorre um choque térmico pelo contraste brusco
entre a temperatura corporal e a da água, na hipotermia há uma redução da temperatura
corpórea após a exposição prolongada à água.
Isso pode ocorrer mesmo em locais quentes, como os litorais tropicais do Brasil, uma vez que a
água raramente alcança a temperatura corporal em ambientes naturais. Todas as vítimas de
afogamento têm hipotermia, mas mesmo as que não se afogam podem apresentar esse quadro.
A hipotermia ocasiona a depressão do sistema nervoso central (SNC), que se torna progressiva
com a redução da temperatura. Este quadro é considerado leve quando a temperatura
corporal está entre 35 °C e 32 °C, e a vítima apresenta tremores. Na hipotermia moderada, a
vítima, além dos tremores, desenvolve um quadro de letargia e perda da consciência, com a
temperatura reduzida para 32 °C a 27 °C. A hipotermia se torna grave quando a temperatura
corporal se encontra entre 26 °C e 20 °C, com a vítima apresentando bradicardia,
hipoventilação e incapacidade de responder a estímulos verbais. Na hipotermia grave, os
tremores não estão mais presentes. Se a temperatura corporal atinge valores menores que 20
°C, a vítima entra num quadro de hipotermia profunda, que leva à parada cardiorrespiratória.
SAIBA MAIS
Para evitar a síndrome de imersão, basta que o rosto e a nuca sejam molhados antes
da total submersão na água.
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Afogamento
O afogamento ocorre quando há a aspiração de líquidos não corporais, levando a uma asfixia
que pode ser fatal. Segundo Sobrasa (CHAVES et al, 2017), o afogamento é a 2ª causa de
mortalidade entre meninos na faixa de 1 a 9 anos de idade no Brasil. A estatística nacional
mostra, ainda, que cerca de 6.500 pessoas morrem afogadas anualmente, sendo mais de 70%
do sexo masculino.  
* Como identificar que uma vítima está se afogando?
O processo de afogamento apresenta caracteristicamente os estágios de angústia, pânico e
submersão, mas em algumas ocasiões os estágios iniciaisnão ocorrem. Nestes casos, o
afogamento dificilmente é percebido, por configurar um processo rápido e discreto.
Geralmente está associado à síndrome de imersão ou a outras causas que reduzam a
consciência da pessoa imersa, ou submersa.
As vítimas de afogamento possuem, no entanto, respostas instintivas que podem chamar
atenção. Veja que uma pessoa se afogando não é capaz de gritar por socorro, uma vez que a
tentativa de respirar é priorizada.
Nos estágios de angústia e pânico, a vítima tende a apresentar a boca no nível da água ou a
cabeça inclinada para trás com a boca aberta. A expressão facial é de angústia, susto ou
desespero, com os olhos sem foco e a respiração ofegante. Há a tentativa de nadar, sem
deslocamento real, em posição vertical.
SAIBA MAIS
A hipotermia está associada a afogamentos, em razão das temperaturas típicas da
água. Entretanto, este quadro protege o cérebro da falta de oxigenação prolongada,
uma vez que a hipotermia reduz o metabolismo. 
Considera-se que o consumo de oxigênio pelo cérebro diminui em cerca de 5% a cada
1 °C reduzido na temperatura corpórea.
Por isso, vítimas de afogamento por vezes têm paradas cardiorrespiratórias
prolongadas sem apresentar sequelas.
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De forma involuntária, o indivíduo neste estágio bate com os braços na água de forma bastante
típica.
No momento em que se principia a submersão, é perceptível a ocorrência de tentativas
repentinas e bruscas de voltar à superfície para respirar. Em crianças, esta resistência dura até
20 segundos, e, em adultos, 60 segundos.
Ao submergir, a vítima consciente não consegue manter as vias aéreas livres de líquido por
muito tempo. O líquido aspirado provoca reações de tosse inicialmente, então se seguem a
perda de consciência e a parada respiratória, de forma simultânea, na continuidade da
aspiração de líquido. Logo em seguida, ocorre a parada cardíaca. O tempo decorrido da
submersão até a parada cardíaca é de alguns segundos a poucos minutos.
ATENÇÃO
Observe que é comum que os cabelos de um banhista sejam jogados pela água sobre a
face e os olhos. Apesar de isso não ser algo relacionado com a fisiopatologia do
afogamento, é um sinal importante a ser observado. As pessoas tendem a se
incomodar e retirar os cabelos da face quando isso ocorre num ambiente aquático. A
persistência dos cabelos jogados pode ser uma dica ao observador atento de que o
indivíduo está num processo de afogamento.
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* Como resgatar uma vítima de afogamento?
Encontre um objeto que possa servir de flutuador. Jogue-o para a vítima, se for possível. Caso
não seja, entre na água a até no máximo 2 metros de distância da pessoa que está se afogando,
então lhe entregue o objeto flutuador.
A vítima de afogamento está geralmente em desespero e tende a agarrar o socorrista de forma
instintiva. Esta ação, em conjunto com o perigo em potencial do local, oferece um sério risco de
afogamento para quem realiza o resgate.
Após providenciar um flutuador para a vítima, contate o serviço de emergência
imediatamente.
A retirada da água é importante, mas deve ser feita por orientação à vítima sobre o caminho a
percorrer, de preferência fora da água ou com o auxílio de objetos que possam puxá-la, como
cordas ou galhos. A entrada na água pelo socorrista leigo (aquele não pertencente a equipes de
serviços de emergência) só deve ser feita se realmente não houver nenhuma alternativa de
socorro. Ainda assim, este socorrista deve estar consciente do risco do resgate, a fim de avaliar
sua decisão.
Caso opte pela entrada na água, o socorrista deve se aproximar da vítima com um objeto de
flutuação à sua frente, estendendo-o à pessoa em afogamento. O resgate deve ser feito por
trás do afogado, puxando-o pelos objetos flutuantes ou carregando-o de forma a manter a
Figura 36 - De maneira involuntária, a vítima de afogamento se posiciona verticalmente e tende a
bater os braços na água de forma típica.
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cabeça fora da água, sempre pelas costas. Se a vítima estiver inconsciente, os procedimentos
de primeiros socorros devem ser realizados ainda dentro da água.
* Quais são os procedimentos de primeiros socorros para uma vítima de afogamento?
Caso a vítima esteja inconsciente e sem respiração, o ideal é que seja realizada a respiração
boca a boca ainda dentro da água, para evitar que a parada respiratória progrida para a parada
cardíaca. Para isso, entretanto, é necessária a atuação de dois socorristas: um que segure a
vítima na posição, com o auxílio de flutuadores; e outro que proceda à aplicação da técnica.
Caso isso não seja possível, leve a vítima inconsciente para a água rasa ou para a terra, para
realizar o procedimento.
Realize 10 ventilações e leve a vítima para um local seco, observando no caminho se há
respiração. Se a respiração cessar, refaça o procedimento a cada minuto. Caso não haja o
retorno da respiração, considere que o afogado está em parada cardiorrespiratória, e leve-o o
mais rápido possível para fora da água.
O transporte da vítima deve ser realizado sempre na posição vertical ou na mais próxima disso,
mantendo-se a cabeça em nível superior ao do corpo, independentemente do nível de
consciência do afogado, para evitar vômitos que obstruam as vias aéreas.
Ao chegar em local seco, a vítima deve ser deitada em decúbito dorsal (ou seja, de barriga para
cima), de forma paralela à fonte de água, e com o socorrista posicionado entre a água e a
Figura 37 - Retirada da vítima de afogamento de dentro da água. É importante que o resgate seja
feito pelas costas da vítima, mantendo sua cabeça para fora da água.
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vítima.
Não tente drenar o líquido aspirado comprimindo o abdômen ou provocando vômitos. Isso
pode levar a um aumento da broncoaspiração e elevar as chances de morte.
Se houver respiração, coloque a vítima posicionada lateralmente, na posição lateral de
segurança, até a equipe de emergência chegar. Caso não haja, proceda à respiração boca a
boca por 5 vezes.
Após os 5 procedimentos de ventilação, observe se a vítima tem pulso. Se houver, mantenha a
respiração boca a boca na frequência de 10 a 12 vezes por minuto, até que haja o retorno da
respiração ou a equipe de emergência chegar. É importante que o pulso seja checado
frequentemente. Se a respiração espontânea voltar a surgir, coloque a vítima na posição lateral
de segurança e aguarde o serviço de emergência.
Caso a vítima não tenha sinais de batimentos cardíacos, proceda à ressuscitação
cardiorrespiratória.
Procure aquecer a vítima com o uso de cobertores ou casacos.
NA PRATICA
Um idoso de 82 anos teve problemas com seu marca-passo e ficou inconsciente na
entrada de um supermercado em Jundiaí.
Reconhecendo os sinais de parada cardiorrespiratória, uma mulher realizou os
procedimentos de primeiros socorros, e o homem foi transportado para o hospital.
Esses procedimentos salvaram sua vida, uma vez que o serviço de emergência mais
próximo demoraria 30 minutos para chegar ao local.
Confira essa história por meio do link a seguir:
http://www.jj.com.br/jundiai/senhor-de-82-anos-tem-vida-salva-por-familia/
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AMPLIE SEU CONHECIMENTO
O Filme “Até o último homem” (2016), dirigido por Mel Gibson, conta a história real
de um soldado dos EUA durante a II Guerra Mundial. Esse soldado, que na realidade
era um paramédico, salvou 75 homens e foi condecorado por bravura em combate,
sem jamais ter disparado qualquer tiro.
“Os capacetes brancos” (2016), vencedor do Oscar de melhor documentário em
curta-metragem, acompanha três socorristas voluntários, durante os conflitos na
Turquia e na Síria, que tentam salvar a população civil.
Ao assistir a esses filmes, repare na conduta dos socorristas apresentados. Verifique
como a aparência de calma perante as vítimas deve ocorrer até mesmo em situações
extremas e como a agilidade nos procedimentos é importante. Compare, também, os
procedimentos representados com o que você aprendeu.
Leia um artigo da revista Superinteressante sobre casos de acidentes cujas vítimas
sobreviveram contra todas as expectativas.Informe-se a respeito dos incidentes e
compare as informações com as que você aprendeu. Pense nas explicações sobre a
sobrevivência dessas pessoas. O texto está disponível aqui:
https://super.abril.com.br/saude/6-casos-incriveis-de-sobrevivencia/
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https://super.abril.com.br/saude/6-casos-incriveis-de-sobrevivencia/
ESTUDO DE CASO
Você está viajando e, ao passar por uma estrada de terra que cruza um canavial, vê
um agricultor deitado na beira da estrada.
Você para o carro e percebe que o homem está com restos de vômito sobre a boca,
respiração rápida e extremidades frias. Ao tentar conversar com ele, percebe que o
acidentado está confuso. Não há sinais de hemorragia externa.
O que você faria para determinar a causa do acidente? Como procederia para auxiliar
esta pessoa?
Fechamento
O suporte básico de vida (SBV) é capaz de dar tempo para que a vítima seja devidamente
atendida e, desta forma, consiga sobreviver ao acidente que a acometeu. É importante que o
socorrista se sinta treinado e, principalmente, mantenha a calma durante os procedimentos.
Ao final desta aula, você foi capaz de:
Reconhecer os sinais de parada cardiorrespiratória.
Conhecer os procedimentos básicos para a ressuscitação cardiorrespiratória.
Conhecer os procedimentos fundamentais em casos de acidentes aquáticos.
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Referências
Unidade 3
BAPTISTA, N. T. Manual de Primeiros Socorros. Escola Nacional de Bombeiros. [S.l.]: SINTRA,
2008.
BORBA, D. G.; BAUMEL, L. F. S. Socorros de Urgência: Manual de procedimentos. 
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Defesa Civil. Curitiba: Defesa Civil-PR, 2013.
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES. Brasília,
1978. Disponível em: . Acesso em: 2 out. 2019.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Coração. Brasília, 2019. Disponível em:
. Acesso em: 1 out. 2019.
CHAVES, T. C. et al. Manual operacional de bombeiros: guarda-vidas/ Corpo de Bombeiros
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77
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos/coracao
CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manuais
Técnicos de Bombeiros: Resgate e emergências Médicas. Coletânea de Manuais Técnicos de
Bombeiros, 1a edição, volume 12. São Paulo: PMESP-CCB, 2006.
CORRÊA, R. G et al. Medicina do Trabalho e Primeiros Socorros. Instituto Federal do Paraná.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Curitiba: Rede e-
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FERREIRA, A. P. et al. Manual de Primeiros Socorros. Ação UNIVIDA. Liga Acadêmica da
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IMTT – INSTITUTO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES TERRESTRES. Manual de
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. Acesso em: 1 out. 2019.
SZPILMAN, David; TIPTON, Mike; SEMPSROTT, Justin et al. Drowning timeline: 
a new systematic model of the drowning process. American Journal of Emergency Medicine,
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1 out. 2019.
78
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https://doi.org/10.1161/CIR.0000000000000259
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra1013317
https://www.ajemjournal.com/article/S0735-6757(16)30484-3/abstract
	capa_unidade3
	Introdução Unidade 3
	Aula 3-1
	Aula 3-2
	Aula 3-3
	Aula 3-4
	Aula 3-5
	Referências Unidade 3a seguir, que fala sobre uma prisão por omissão
de socorro:
https://tinyurl.com/y3dl8lw3
8
https://tinyurl.com/y3dl8lw3
atendimento necessário, independentemente das consequências para a vítima que esta
omissão possa ter ocasionado, é tipificado como omissão própria.
Omissão imprópria
O crime de omissão imprópria ocorre quando a omissão do atendimento acarreta morte ou
sequela.
O crime de omissão de socorro por profissionais de saúde acarreta multa e/ou pena,
dependendo da circunstância.
Se a omissão estiver relacionada ao atendimento médico em ambiente hospitalar, a pena é de
multa seguida de detenção de 3 meses a 1 ano. Se houver lesões ou sequelas graves como
resultado da omissão, a pena é duplicada. Se a omissão resultar em morte, é triplicada.
Caso a omissão se dê nas outras formas previstas, a pena é de multa ou detenção de 1 a 6
meses. Se esta omissão acarretar lesões ou sequelas graves, ou se ocasionar a morte, há a
duplicação e triplicação da pena, respectivamente.
SAIBA MAIS
Não é incomum vermos em filmes pessoas em situação de emergência sendo levadas
para o hospital e precisando aguardar o atendimento, enquanto um desesperado
acompanhante se perde em montes de papéis e formulários a preencher.
No Brasil, o artigo 135 – A do Código Penal caracteriza estas situações como omissão
de socorro, sendo tipificado como crime “(….) exigir cheque-caução, nota promissória
ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários
administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial.”
9
O exame primário se dedica à verificação de circunstâncias que comprometam de forma
imediata a manutenção da vida da vítima. Assim, trata-se da verificação das funções vitais
dessa vítima.
Nesta primeira abordagem, é importante que todas as indicações sejam seguidas:
Verificação de perigos em potencial para o socorrista e para a vítima 
Prestar o socorro pode levar a uma situação de maior risco, como desabamentos, por
exemplo? Em caso positivo, é adequado aguardar pelas unidades de atendimento de
emergências.
Sinalização do local 
Muitas vezes, um acidente em local movimentado pode ocasionar outros acidentes,
secundários ao primeiro. Sinalizar o local devidamente impede que mais pessoas sejam
feridas e protege a vítima.
Acesso à vítima
É possível acessar a vítima? Ou ela se encontra debaixo de restos de desabamento, presa
na lataria de um carro, ou caiu num poço profundo? Caso seja possível acessar a vítima, 
verifique se é seguro para você fazê-lo. Colocar-se em situação de risco pode trazer mais
uma vítima para o acidente, em vez de salvar a primeira.
Figura 2 - É importante que um acidente seja sinalizado, para evitar que novos acidentes ocorram no
local.
O exame primário
10
A vítima está consciente?
A consciência da vítima permite que ela relate condições que você pode não perceber,
além de declarar sensações de dor que podem auxiliar no socorro. Caso ela esteja
inconsciente, 
é importante verificar se há causa clara para a inconsciência.
As vias aéreas da vítima estão livres e acessíveis?
A oclusão de vias aéreas pode impedir a respiração, levando à falta de oxigenação.
Verificar se elas estão acessíveis permite que você possa tomar decisões quanto a qual
estratégia deve ser utilizada.
Há sinais de respiração?
A vítima pode estar sem respirar ou com dificuldades para tal. Ainda que aparentemente
não haja oclusão das vias aéreas, nem sempre há possibilidade de uma verificação mais
profunda, 
e outros fatores podem levar a ausência ou dificuldade na respiração.
Há hemorragias evidentes?
As hemorragias devem ser imediatamente controladas.
Existem sinais de que a vítima pode entrar em choque?
Verifique se a pele está pálida e se a respiração e o pulso estão acelerados.
Sempre atue como se houvesse lesão vertebral e medular em acidentes
Um acidente pode provocar lesões vertebrais e medulares, e estas podem causar danos
irreparáveis. Assim, em caso de qualquer dúvida e de acidentes com impacto, o ideal é
que o socorrista proceda como se houvesse tais lesões.
a) Avaliação da consciência da vítima
Técnicas para a realização do exame primário
ATENÇÃO
A função de um socorrista é preservar a vida e a qualidade de vida de uma vítima.
Assim, aplique apenas os cuidados de emergência que você se sinta apto a realizar.
11
Para se realizar a avaliação da consciência da vítima, caso ela não esteja completamente
desperta no momento, é recomendado tocar levemente os ombros ou membros dela, em local
que esteja acessível e sem danos aparentes. Simultaneamente, fale com a pessoa acidentada,
chamando-a.
A inconsciência da vítima pode ser um fator importante de risco de vida. Isso porque a
obstrução das vias aéreas se torna fácil, em razão da possível existência de corpos estranhos
que poderiam ser expulsos pelo mecanismo de tosse. Ainda pode haver a queda da própria
língua e até mesmo o acúmulo de secreções, como vômito ou sangue.
Por isso, se a vítima não estiver consciente, é necessário que se realize a desobstrução das vias
aéreas. Abra a boca do acidentado e verifique se há objetos estranhos e/ou secreções visíveis.
Caso existam, remova-os.
Após a remoção de obstruentes visíveis, proceda assim, pelos próximos 10 segundos:
Coloque sua face próxima à face da vítima
Sinta se há ar saindo de sua boca e/ou nariz.
Ouça se há som de ar se movimentando em suas vias aéreas superiores.
Aproxime-se do tórax da vítima.
Veja se já movimentos no tórax.
Sinta se há pulso na região das carótidas.
12
b) Avaliação de hemorragias
Após a confirmação da existência de respiração da vítima, o socorrista deve observar seu
corpo, de forma geral, quanto a hemorragias graves e sinais incipientes de choque.
Figura 3 - Verifique se há pulso pela compressão das carótidas.
Fonte: https://tinyurl.com/y253ezbg
SAIBA MAIS
O choque hipovolêmico trata-se de uma circunstância em que a perfusão sanguínea é
reduzida nos órgãos vitais. Isso acarreta o fornecimento insuficiente de oxigênio para
as células, trazendo o declínio da função celular, seguida de lesões celulares
irreversíveis e morte. Se não revertido a tempo, o quadro de choque pode levar a
vítima à morte.
13
A legislação brasileira garante que todas as pessoas tenham direito a serem socorridas e
atendidas, respeitando assim o direito universal à saúde e à vida. Os profissionais de saúde têm
um papel fundamental na realização de socorros, mas não são os únicos sujeitos implicados.
De fato, a boa atuação de todos os atores envolvidos no processo de socorro é essencial para a
manutenção da vida e para minimizar possíveis sequelas graves decorrentes de acidentes.
O indivíduo que relata a ocorrência aos serviços de emergência, se mantiver a calma e fornecer
todas as informações de forma adequada e precisa, torna-se um grande responsável pela
efetividade da atuação da equipe de socorristas.
Ao final desta aula, você foi capaz de:
Entender a importância dos primeiros socorros.
Definir as formas primárias de atuação.
Conhecer a legislação brasileira sobre omissão de socorro.
Compreender como proceder na execução dos exames primários.
Fechamento
14
Exames Secundários
Introdução
Enquanto os exames primários se dedicam a verificar situações que imediatamente colocam
em risco a vida da vítima, os exames secundários objetivam verificar lesões que podem colocar
a vida da vítima em risco no próximo momento. A abordagem, a coleta de informações e a
observação detalhada da vítima são essenciais para o atendimento pelos serviços de
emergência e o tratamento nas unidades de saúde.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Reconhecer a primeira fase e a segunda fase dos exames secundários.
Compreender como realizar a avaliação dos sinais vitais.
Aula 02
15
Exames secundários
Os exames secundários podem ser divididos em duas fases:
Primeira fase dos exames secundários
Esta fase trata da coleta de informações, através de fontes diversas e da abordagem da própria
vítima.
a)Abordagem da vítima
Ao abordar a vítima, é importante estabelecer uma relação de confiança. Assim, seu tom de voz
deve ser calmo, e durante a abordagem olhe nos olhos.
Cumprimente-a antes de tudo. Pergunte seu nome e trate-a por este, de forma a trazer
proximidade. Coloque-se também fisicamente próximo à vítima e, se possível, segure sua mão
ou toque em seu ombro, de forma a transmitir confiança e tranquilidade.
O afastamento físico e pessoal, que pode ocorrer de forma involuntária, transmite falta de
confiança do socorrista ante seus próprios atos e pode despertar sensação de terror para a
vítima, ao imaginar sua própria situação. Isso pode ocasionar uma dificuldade de obtenção 
de respostas.
Estabelecida essa relação primária de confiança e proximidade, interrogue a vítima de forma
calma, direta e objetiva.
Procure descobrir a idade da vítima e seu tipo sanguíneo
Estas podem ser informações importantes aos serviços de emergência.
VÍDEO
Assista a videoaula a seguir:
16
Pergunte o que ocorreu
Por mais que pareça claro o acontecido, a descrição da vítima pode fornecer informações
importantes que tragam dados não tão óbvios ao observador externo.
Informe-se sobre os antecedentes médicos
Pergunte à pessoa acidentada se há alguma doença prévia, se utiliza algum medicamento
e se tem alergias. Estas informações condicionam o socorro, o tratamento hospitalar e 
a administração de medicamentos.
Questione sobre sua última refeição
É importante verificar o horário da última refeição. Se a vítima ingeriu alimentos
recentemente, a possibilidade de vômitos aumenta. Além disso, a ingestão de álcool
também é um ponto a ser questionado, pois pode explicar alguns sinais observados que
podem ser erroneamente interpretados como sintomas das lesões do acidente.
Identifique a principal queixa da vítima
As queixas da vítima podem trazer informações importantes sobre seu estado.
Entretanto, 
nem sempre o ponto de maior dor ou incômodo é o ponto de maior gravidade.
Ao colocar as questões à vítima, tenha atenção para fazê-las de forma que a resposta não seja
condicionada.
Por exemplo:
Você sente dores no peito?
Este é o tipo de questão que pode condicionar a vítima a dar uma resposta afirmativa, uma vez
que está em situação de vulnerabilidade e quer conquistar a atenção do socorrista para que
seja socorrida. Ainda, a própria atenção a uma região pode trazer à vítima aterrorizada a
sensação de que há dor e lesão no local citado.
Assim, a forma correta seria:
Você sente dores?
Se a vítima afirmar que sim, questione-a sobre a localização da dor. Esta técnica permite que a
vítima se concentre na identificação de uma queixa mais precisa e real.
b) Abordagem de outras fontes de informação
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As pessoas presentes no local do acidente e as que serviram de testemunhas podem trazer
informações importantes. Entretanto, sempre busque algum tipo de confirmação das
informações, seja com a vítima, seja na observação do local. Isso porque informações falsas,
fantasiosas ou exageradas são comuns nessas situações.
A ideia de outras fontes de informação, portanto, não se refere somente a testemunhas, mas
também à observação de circunstâncias que o ajudem a descrever e identificar detalhes que
possam ser importantes.
O local como fonte de informação
O local é muito importante como fonte de informação da causa do acidente. Observe com
cuidado, buscando cheiros (como gás ou gasolina, por exemplo) e mecanismos de lesão 
(qual objeto poderia ser responsável por determinada lesão, ou como ela poderia ter ocorrido).
Busque, ainda, informações que auxiliem na avaliação da gravidade. Por exemplo: De qual
altura a vítima caiu? Há muito sangue no chão? Há sinais de produtos químicos? Os detalhes
variam de acordo com o tipo de acidente ocorrido.
Segunda fase dos exames secundários
Esta fase trata da observação geral dos sinais vitais e da observação sistematizada da vítima.
a) Observação geral
Figura 4 - Em caso de acidente, é importante chamar rapidamente os serviços de emergência.
Fonte: https://tinyurl.com/y3x2zncb
18
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=acidente&title=Special%3ASearch&go=Go&ns0=1&ns6=1&ns12=1&ns14=1&ns100=1&ns106=1#/media/File:Acidente_(5628185053).jpg
Ao realizar a observação geral da vítima, considere o seguinte:
Posição da vítima e motivo do posicionamento 
A vítima está sentada? Deitada? De bruços? De lado? Qual o motivo de ela estar
posicionada dessa forma? Foi o acidente que a posicionou? Sente falta de ar, dor ou
tonturas, levando-a 
a assumir tal posição?
Observe a resposta a estímulos
Verifique se a vítima responde a estímulos verbais, como respondendo ou se
movimentando ao se dirigirem a ela. Observe também se ela tem movimentos e se reage
a estímulos de dor, 
com cuidado.
Verifique suas expressões faciais
As expressões faciais da vítima são normais? As expressões faciais indicam algum sinal de
dor? Há indicativo de alguma lesão? (Por exemplo, a boca repuxada lateralmente)
Procure por feridas e deformidades
Identifique a existência de feridas e deformidades ou posições anômalas, como um
cotovelo dobrado lateralmente, por exemplo.
Observe a pele da vítima
É importante verificar a pele no que se refere a coloração e umidade. Alguma região da
pele está vermelha, pálida ou azulada? A pele encontra-se seca ou úmida?
b) Avaliação dos sinais vitais
Entendem-se por sinais vitais os indicadores essenciais do funcionamento orgânico. As
funções a serem avaliadas nesta fase são o pulso cardíaco, a temperatura corporal, pressão
arterial e ventilação. Estes indicadores devem ser avaliados repetidamente e registrados, para
identificar alterações entre as medidas de forma progressiva.
Pulso cardíaco
O pulso cardíaco pode ser sentido – e, consequentemente, avaliado – em qualquer local
onde seja possível comprimir uma artéria. Esta função corresponde à movimentação
sanguínea nas artérias após a contração cardíaca.
A artéria radial e a carótida são os pontos mais comuns e de fácil avaliação.
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A artéria radial é localizada no pulso. Para encontrá-la, siga uma linha imaginária do indicador
até o final da palma da mão. Cerca de 2 cm após o final da palma da mão, no pulso, encontra-se
a artéria radial.
A compressão deve ser suave, para que você não confunda os pulsos cardíacos sentidos na
vítima com os seus próprios.
A artéria carótida encontra-se no pescoço, na região fronto lateral à direita da vítima.
Figura 5 - Pulso sentido na artéria radial.
Fonte:  https://tinyurl.com/y4bhjpbe
20
https://tinyurl.com/y4bhjpbe
Independentemente do local em que o pulso cardíaco for registrado, a frequência cardíaca, a
amplitude do pulso cardíaco e o ritmo cardíaco devem ser avaliados. Estes sinais devem ser
observados em tempos determinados e frequentes, e precisam ser registrados a fim de se
avaliar uma possível progressão.
A frequência cardíaca deve ser contabilizada por minuto. Ou seja, quantas contrações são
sentidas na artéria apalpada durante um minuto. Os valores de referência para adultos
saudáveis em repouso são de 60 a 100 batimentos por minuto (BRASIL, 2019).
A amplitude cardíaca se refere à força com que se sente o pulso cardíaco. Um pulso cardíaco
forte é referido como amplitude cheia, ou pulso cheio. Já um pulso cardíaco fraco, em que há
dificuldades em senti-lo, é referido como amplitude fina, pulso fino ou fraco.
O ritmo cardíaco se refere ao tempo dos intervalos entre as contrações cardíacas sentidas.
Consideramos que há uma eurritmia  se esses intervalos forem constantes, com intervalos
iguais. Se, por outro lado, os intervalos forem diferentes, estamos frente a uma arritmia. Estas
caracterizações do ritmo cardíaco também podem ser denominadas de ritmo cardíaco regular
e de ritmo cardíaco irregular, respectivamente.
Pressão arterial
Figura 6 - Pulso na artéria carótida.
Fonte: https://tinyurl.com/y2jf42j8
21
https://tinyurl.com/y2jf42j8
A pressão arterial é a denominação dada para a força que a circulação sanguínea exerce sobreas paredes arteriais. De forma complementar à aferição das medidas de ritmo cardíaco, a
pressão arterial constitui um dos mais importantes indicadores da função cardíaca.
Sua medição, entretanto, não é tão simples, pois exige a presença de equipamentos específicos.
Os aferidores digitais são o equipamento mais simples para medir a pressão arterial. Basta
colocar a braçadeira firmemente, cerca de 4 ou 5 cm acima do pulso, e dobrar o braço de
maneira que o aparelho fique na altura do coração. Um visor digital mostra, de forma
suficientemente confiável, a pressão arterial sistólica e diastólica naquele momento.
A desvantagem dos aferidores digitais de pressão relaciona-se com a sensibilidade ao
posicionamento. Se o braço estiver esticado ou abaixo da área da cintura, por exemplo, os
resultados serão bastante diferentes.
A forma mais tradicional e exata de se aferir a pressão é o uso de esfigmomanômetro
acompanhado de um estetoscópio. A desvantagem é que apenas equipes de serviços
profissionais de socorro e de atendimento clínico à saúde costumam ter acesso fácil a esses
equipamentos. Também têm sensibilidade ao posicionamento, apesar de menor do que a dos
aferidores digitais, e exigem treinamento específico.
Para aferir a pressão arterial com o esfigmomanômetro, deve-se apoiar o braço da vítima. A
braçadeira deve ser posicionada no braço, no nível do coração, cerca de 2 a 3 cm acima do
cotovelo, com os tubos sobre a artéria umeral.
22
Após a colocação da braçadeira, encontre a artéria umeral na região anterior da articulação do
cotovelo, sentindo sua pulsação. No local da artéria, posicione o estetoscópio.
A braçadeira deve ser insuflada até não ser possível ouvir a pulsação na artéria umeral com o
estetoscópio. Isso corre entre 150 e 170 mmHg, geralmente.
Figura 7 - Local para a compressão da artéria umeral com a braçadeira do esfigmomanômetro.
Fonte: https://tinyurl.com/y5vvx5aj
23
https://tinyurl.com/y5vvx5aj
Observando o movimento do ponteiro do manômetro, abra a válvula do esfigmomanômetro,
deixando o ar escapar lentamente. Quando for possível ouvir novamente os batimentos
cardíacos, verifique para qual valor o ponteiro está apontando. Este valor indica a pressão
arterial sistólica.
Continue a deixar o ar escapar, suavemente, até que se deixe de ouvir a pulsação da artéria
umeral, e verifique qual valor o ponteiro do manômetro está apontando. Este valor indica a
pressão arterial diastólica.
Deve-se esvaziar a braçadeira completamente, antes de retirar o esfigmomanômetro.
Figura 8 - Aferição de pressão arterial com uso do esfigmomanômetro e do estetoscópio.
Fonte: https://tinyurl.com/y2vnscpc
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https://tinyurl.com/y2vnscpc
Temperatura corporal
A efetiva avaliação da temperatura corporal é realizada com termômetros. A temperatura
corporal considerada normal varia de 35,5 oC a 37,5 oC. Considera-se hipotérmica a pessoa
que estiver com a temperatura corporal abaixo de 35,5 oC. Hipertérmico é aquele indivíduo
cuja temperatura corporal encontra-se acima de 37,5 oC.
Em situações de emergência, nem sempre há disponível um termômetro para o socorrista que
realiza os primeiros socorros. Uma forma de se perceber se há alteração de temperatura
corporal, ainda que de forma bem menos precisa, é pela palpação da pele. Para isso, coloque a
superfície de uma das mãos sobre a face da pessoa, preferencialmente a testa, e a outra mão
em sua própria testa. É possível comparar as sensações de temperatura dessa forma. Apesar
de se tratar de uma aferição subjetiva, ela pode trazer informações relevantes.
SAIBA MAIS
A sístole e a diástole são os estágios do ciclo cardíaco. Na sístole ocorre a contração
do coração, fazendo com que o sangue seja bombeado para a aorta pulmonar e, na
sequência, para os demais vasos sanguíneos. Assim, a pressão sistólica é alta.
Na diástole, o coração está relaxado, para que o sangue preencha suas cavidades.
Dessa forma, a pressão diastólica é baixa.
Quando afirmamos que a pressão de um indivíduo é, por exemplo, 13 x 9, isso
significa que a pressão sistólica é de 130 mmHg (milímetros de mercúrio) e a
diastólica é de 90 mmHg.
Em um adulto normal, a média da pressão sistólica é de 120 mmHg, enquanto a média
da diastólica é de 80 mmHg; e, em crianças entre 6 e 9 anos, é de 100 mmHg x 65
mmHg.
Estes valores são médios, e pequenas variações no decorrer do dia não são
consideradas anormais.
25
Ventilação
A ventilação consiste de movimentos da caixa torácica, que permitem a respiração. Esta
função, essencial para a vida humana, precisa ser avaliada em relação a frequência, amplitude e
ritmo. Para realizar essa avaliação da ventilação, o socorrista deve observar o tórax da vítima,
sem que ela o perceba, a fim de não influenciar seu comportamento. O socorrista pode simular
a avaliação de outro sinal (a do pulso, por exemplo, que utiliza um relógio para contagem do
tempo) e registrar as funções respiratórias.
A frequência ventilatória corresponde ao número de respirações completas – ou seja,
inspiração seguida de expiração – que ocorrem no tempo de um minuto. Um adulto normal tem
de 12 a 20 ciclos respiratórios completos. A partir desta informação, pode-se afirmar sobre o
aumento ou a redução da frequência respiratória.
A amplitude ventilatória se refere à expansão da caixa torácica. Esta expansão é normal,
superficial ou difícil?
Por fim, o ritmo representa os intervalos entre os ciclos respiratórios. Se o tempo entre cada
ciclo é igual, isso significa que o ritmo ventilatório está regular. Caso os intervalos de tempo
entre os ciclos sejam diferentes, isso indica que o ritmo ventilatório é irregular.
ATENÇÃO
Preste atenção na sua própria ventilação e tente registrar sua frequência por minuto.
Você percebeu como, ao fazer isso, sua respiração já não parece mais tão “natural”? 
Isso acontece porque, como a respiração é um processo que ocorre de forma
independente 
à sua vontade, mas também pode ser controlada, a própria atenção voltada a este
processo a torna submetida ao controle consciente.
É por isso que, ao registrarmos a frequência ventilatória de uma vítima, evitamos que
ela se concentre em sua própria respiração.
26
c) Observação sistematizada
A observação sistematizada da vítima corresponde ao exame físico realizado para verificar a
existência de possíveis lesões não encontradas num primeiro momento. Por ser um exame
físico de emergência, esta observação é direcionada para o tipo de acidente.
É importante que, ao realizar o exame físico sistematizado, o socorrista explique à vítima o que
vai fazer, e o faça sem alterar a posição da vítima e movimentando-a o mínimo possível. Ainda,
é necessário observar o rosto da vítima durante o procedimento, para verificar sinais de dor. A
lesão verificada deve ser tratada, e o exame deve ter prosseguimento somente depois disso.
Técnicas para o exame físico
Cabeça
O exame deve sempre iniciar-se a partir da cabeça. Com as pontas dos dedos, apalpe o couro
cabeludo, da região occipital para a frontal. Na sequência, apalpe as regiões da face. Este
procedimento destina-se a avaliar afundamentos, que indicam traumatismos. Após o exame
palpatório, verifique se há escape de líquido cefalorraquidiano ou sangue pelo nariz e/ou
ouvidos.
Na sequência, com o uso de alguma fonte de luz – pode ser uma lanterna ou a própria função
lanterna do celular –, verifique a reação das pupilas. Para isso, aponte a fonte de luz para cada
pupila e observe se há contração em cada uma delas, e se esta contração é igual. A ausência do
reflexo pupilar ou a redução em uma das pupilas indica uma lesão no sistema nervoso central,
que pode ser grave.
ATENÇÃO
Não se esqueça de que a ventilação deve ser avaliada em intervalos de tempo. Por
exemplo, 
a cada 5 ou 10 minutos. É muito importante que se faça o registro das
avaliações seriadas, 
para identificar uma possível progressão de um quadro de
dificuldade ventilatória.
27
Pescoço
Após o exame da cabeça, apalpe o pescoço, indo da base do crânio até a região frontal,onde
fica a traqueia. Este exame busca encontrar afundamentos e corpos estranhos na região
traqueal que possam obstruir a respiração de alguma forma.
Figura 9 - Pupila dilatada, ou midríase.
Fonte: https://tinyurl.com/y23zu295
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https://tinyurl.com/y23zu295
Ombros
Os ombros devem ser examinados, também com exame palpatório, na sequência do pescoço.
Este procedimento se inicia nas omoplatas e segue até as clavículas. O objetivo é encontrar
indícios de possíveis traumatismos.
Tórax
O tórax deve receber o exame palpatório partindo do esterno, pelas costelas, e indo até as
cartilagens costais, buscando sinais de alterações no posicionamento das costelas que
indiquem traumas.
Figura 10 - Traqueia.
Fonte: https://tinyurl.com/y5ht4zza
29
https://tinyurl.com/y5ht4zza
Abdômen
O abdômen deve ser mentalmente dividido em esquerdo e direito. O exame palpatório deve
ser realizado em uma metade por vez, buscando rigidez, dor, feridas e nódoas escurecidas. As
metades devem ser comparadas.
Região dorsolombar
As vértebras na região dorsolombar devem ser apalpadas em busca de sinais de traumatismo,
com movimentos curtos. É importante que as mãos sejam introduzidas de forma lenta e suave,
caso a vítima esteja posicionada de forma a não permitir o acesso direto a esta região,
movimentando a pessoa acidentada o mínimo possível. Se houver outro socorrista disponível,
indique que a cabeça seja imobilizada durante este procedimento, para impedir movimentos
do pescoço.
Cintura pélvica
Apalpe a cintura pélvica de forma simultânea bilateralmente, para verificar se há
afundamentos que indiquem traumatismo e se há preservação da simetria.
Membros inferiores
Figura 11 - Tórax.
Fonte: https://tinyurl.com/y6dxouvt
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https://tinyurl.com/y6dxouvt
Os membros inferiores devem receber o exame palpatório da coxa em direção aos pés, em uma
das pernas de cada vez, iniciando pela que estiver ao lado do socorrista. Observe se há
qualquer sinal que indique traumatismo, mudanças na coloração da pele, na sensibilidade, dor
e mobilidade.
A mobilidade pode ser verificada ao solicitar à vítima que levante a perna levemente e
movimente o pé suavemente. Não permita a execução de movimentos bruscos.
A sensibilidade pode ser observada questionando-se a vítima a respeito disso, sem e com
estímulo. Para estimular, uma caneta ou qualquer objeto levemente pontiagudo pode ser
utilizado. Toque, sem causar danos à pele, cada um dos dedos do pé e, na sequência, a região
plantar.
Em caso de queixa de perda de sensibilidade em outra região dos membros inferiores, realize o
estímulo com o objeto no local referido.
Membros superiores
De forma semelhante ao exame realizado nos membros inferiores, um braço deve ser
examinado de cada vez, iniciando pelo que estiver mais próximo a você, e observando
alterações na pele, sensibilidade e mobilidade.
O estímulo com o uso de objeto pontudo deve ser realizado em cada um dos dedos das mãos,
seguidos das palmas. Da mesma forma, em caso de queixa de insensibilidade em outros locais,
realizar o estímulo com o objeto como forma de verificação.
Fechamento
Apesar de, em princípio, parecerem semelhantes, a avaliação dos sinais vitais no exame
secundário não é a mesma avaliação do exame primário. No exame primário, a avaliação se
dedica a verificar os riscos à vida imediatos. No exame secundário, a avaliação é destinada à
identificação de demais riscos.
Realizar a avaliação dos sinais vitais é imprescindível para a atuação em primeiros socorros.
Ao final desta aula, você foi capaz de:
Reconhecer a primeira e a segunda fase dos exames secundários.
Compreender como realizar a avaliação dos sinais vitais.
31
Hemorragias
O aporte de oxigênio para as células é fundamental para a manutenção da vida. A entrada de
oxigênio para o organismo é realizada nos pulmões e, para que ele alcance os outros tecidos e
sistemas, é necessária a ação do sistema circulatório.
Se há algum dano neste sistema que permita um escape descontrolado de sangue,
denominamos isso de hemorragia. As hemorragias são quadros que podem ser graves e letais,
dependendo de seu aporte e localização, exigindo ações imediatas para seu controle.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Classificar as hemorragias.
Reconhecer formas de controlar as hemorragias.
Reconhecer os sinais de hemorragias internas e de choques.
Aula 03
Introdução
32
As hemorragias podem ser classificadas em relação ao vaso atingido ou em relação à sua
localização. Tanto o vaso atingido como a localização, interna ou externa, podem indicar
estratégias diferentes de socorro e níveis de gravidade.
a) Hemorragias originárias de artérias
Quando as artérias sofrem danos em sua estrutura que ocasionam a saída de sangue, elas
geram hemorragias com sangue vermelho-vivo, em jatos intermitentes, que correspondem aos
batimentos cardíacos. São a forma mais grave de hemorragia.
b) Hemorragias originárias de veias
Quando as veias sofrem danos estruturais que acarretam uma hemorragia, esta se dá de forma
contínua e lenta, com sangue vermelho-escuro.
c) Hemorragias originárias de vasos capilares.
Quando vasos capilares são lesados, ocorre o vazamento de sangue na forma de brotamento
de gotas. Estas hemorragias raramente oferecem riscos.
a) Hemorragias externas
As hemorragias externas são facilmente visíveis, de forma que é simples localizá-las. São fruto
de lesões externas, e sua gravidade depende do tipo de vaso atingido. Entretanto, se não
controladas, podem levar a um estado de choque.
Classificação das hemorragias
Tipos de vasos lesados que acarretam hemorragias
Localização das hemorragias
VÍDEO
Assista a videoaula a seguir:
33
O controle das hemorragias externas é realizado por meio de torniquetes ou compressão
direta, associado à redução da temperatura do local atingido e à elevação do membro
lesionado.
A compressão direta implica comprimir, com as mãos e o auxílio de um tecido limpo dobrado, a
ferida com sangramento. É importante localizar exatamente onde está ocorrendo a
hemorragia. Isso porque, quando o sangue se espalha, é possível uma identificação equivocada
da ferida.
Caso o sangramento persista, insira outro pano limpo por cima. Não remova o que estiver em
contato direto com a lesão, para não interferir na coagulação.
Para prosseguir na avaliação física, caso o tamanho e local da ferida o permitam, é possível
realizar a compressão com ataduras ou objetos que possam substituir sua função, como cintos
ou tiras largas de tecido. Estes objetos improvisados devem ser largos, de forma a não
prejudicar a circulação na área. Não utilizar barbantes, arames ou fios.
A compressão realizada por este curativo não deve ser suficiente para impedir a circulação.
Figura 12 - Compressão direta de ferida para controle de hemorragia.
34
A compressão pode ser, também, indireta. Ela deve ser usada quando não há possibilidade de
se realizar a compressão direta. A compressão indireta, manual ou por curativo compressor,
deve ser feita em algum ponto entre o coração e a ferida com hemorragia.
Os torniquetes são a última opção, quando todas as outras técnicas falharam ou em casos de
amputação (completa ou não). Esta técnica consiste em aplicar uma tira larga de tecido não
elástico sobre uma compressa, então prendê-la firmemente com um nó alguns centímetros
acima do local ferido. Neste caso, registre o horário em que o torniquete foi colocado. Se ele
não for retirado corretamente e no tempo adequado, esta técnica pode levar à necessidade de
amputação cirúrgica, já que causa sérias lesões de origem circulatória.
É possível associar a redução da temperatura local e a elevação do membro a qualquer uma
das técnicas de contenção de hemorragias descritas, quando a ocasião assim o permitir.
A redução da temperatura consiste na aplicação de compressas frias ou gelo envolto em tecido
limpo, sobre a lesão. A aplicação não deve exceder o tempo de 10 minutos contínuos, para
evitar queimaduras. A redução da temperatura no local ferido provoca vasoconstrição,
reduzindoo sangramento.
ATENÇÃO
Não se deve aplicar a técnica de compressão direta em casos de objetos empalados ou
de feridas associadas a fraturas.
SAIBA MAIS
Uma alternativa ao torniquete tradicional, em caso de hemorragia muito abundante, e
que deve ser preferida pelo socorrista, é o torniquete preso manualmente. A faixa
larga de tecido é presa pelas mãos do socorrista. Como uma pessoa é incapaz de
manter a pressão constante por muito tempo, haverá irrigação arterial na área,
reduzindo os riscos.
35
A elevação do membro utiliza a gravidade como recurso para reduzir a circulação local,
diminuindo assim o volume da hemorragia. Lembre-se de que fraturas não devem ser
movimentadas. Assim, não eleve o membro caso a ferida ocorra em conjunto com fraturas.
b) Hemorragias internas
As hemorragias internas são de difícil identificação, mas há sinais que as indicam. 
As
hemorragias internas por vezes são visíveis, quando há vazamento de sangue por orifícios do
corpo, como nariz, ouvidos, boca e outros. Entretanto, as hemorragias internas não visíveis
precisam de uma verificação de sinais e sintomas mais subjetivos.
Para identificar uma hemorragia interna que não forneça pistas visualizáveis, precisamos estar
atentos às seguintes condições:
Pressão arterial baixa
Como a hemorragia reduz o volume sanguíneo, a pressão que o sangue exerce nas paredes
arteriais também será reduzida.
Pulso cardíaco rápido e fraco
ATENÇÃO
Procure proteger-se com luvas e quaisquer equipamentos de proteção individual
(EPIs) disponíveis ao realizar os primeiros socorros, principalmente na presença de
sangue e outros fluidos corporais.
SAIBA MAIS
Denominamos de sinais as características de lesões que conseguimos ver ou
identificar de alguma forma. Sintomas se referem às queixas que a vítima relata.
36
Uma hemorragia leva à redução do volume sanguíneo, reduzindo, como vimos, a pressão
arterial.
A diminuição da pressão arterial leva à produção de adrenalina e noradrenalina, levando o
coração a precipitar seus batimentos, de forma a procurar compensar a falta de sangue para a
oxigenação de tecidos. Ou seja, para que haja a circulação suficiente da reduzida quantidade
de sangue disponível e, assim, prover a oxigenação necessária aos tecidos vitais, o coração
acelera seus batimentos. A consequência é que o pulso cardíaco fica mais rápido e de difícil
identificação, em razão da diminuição do volume circulatório.
Respiração rápida e superficial
A redução do volume sanguíneo leva a uma menor oxigenação dos tecidos, e as células passam
a funcionar de forma transitória com um metabolismo anaeróbio. Os resíduos do metabolismo
anaeróbio ativam a frequência respiratória, numa tentativa de captar maior quantidade de
oxigênio.
Pele fria, úmida e pálida, e cianose nas extremidades dos membros
Conforme pudemos verificar, menos sangue resulta em menor fluxo de oxigênio. O organismo
tende a privilegiar, sempre que há escassez de recursos importantes, os órgãos vitais. Assim, o
sangue dos vasos periféricos é destinado a esses órgãos, e a pele fria, úmida e pálida é a
consequência visível desse processo. O mesmo ocorre em relação às extremidades dos
membros, que podem apresentar-se cianóticos pela redução da circulação nesses locais.
Sede
A perda de volume sanguíneo pode ser interpretada pelo cérebro como desidratação. Dessa
forma, a vítima relata sentir sede.
37
Alteração do estado de consciência
Caso as estratégias do organismo para levar a oxigenação aos tecidos vitais não sejam
suficientes para suprir a grande perda de sangue, a vítima se torna confusa ou inconsciente.
Nos primeiros socorros, é mais complicado realizar com eficiência o controle das hemorragias
internas. Deve-se elevar os membros inferiores, manter a vítima aquecida (para impedir a
progressão de hipotermia), monitorar sinais vitais e aguardar pelo socorro.
É importante verificar a existência de vômitos, especialmente se a vítima estiver inconsciente,
para evitar que resíduos permaneçam obstruindo suas vias aéreas superiores.
SAIBA MAIS
É um sintoma comum nas hemorragias a vítima sentir sede. Entretanto, não ofereça
água, tampouco qualquer tipo de alimento.
Durante a hemorragia, o sangue é desviado para os órgãos vitais. Esse “desvio” inclui a
circulação do estômago. Se a vítima consumir algo, o fluxo sanguíneo tende a retornar
ao estômago, reduzindo o fluxo para os tecidos vitais.
ATENÇÃO
O choque hipovolêmico ocorre quando há a perda de sangue em volumes
consideráveis, tornando insuficiente o aporte de oxigênio e, menos importante, mas
relevante, de nutrientes (como glicose) aos órgãos vitais. Esta circunstância
emergencial para o organismo ocasiona diversos mecanismos fisiopatológicos que
visam à manutenção da vida num primeiro momento, mas que podem ocasionar
lesões irreparáveis de forma secundária. O choque hipovolêmico é o conjunto destes
mecanismos fisiopatológicos e indica que, se não houver uma intervenção rápida, a
vítima virá a óbito.
38
O estado de choque é definido como qualquer situação que leve à redução da perfusão
sanguínea para os órgãos vitais. Apesar de estar muito associado às hemorragias, existem
vários tipos de choque:
Choque hipovolêmico
Este tipo de choque ocorre quando há redução do volume de sangue. Suas causas podem ser
hemorragias ou desidratação, que leva à redução do volume do plasma em quadros de vômito
e diarreia.
Choque cardiogênico
Neste caso, o volume de sangue intravascular está mantido, mas o coração se encontra incapaz
de bombear volume suficiente.
Choque septicêmico
Também chamado de septicemia, trata-se de um quadro resultante de uma infecção sistêmica,
geralmente bacteriana.
Choque anafilático
Trata-se da exacerbação dos sintomas de alergia.
Choque neurogênico
Neste caso, há um distúrbio da função neural que leva à redução do tônus vaso motor. As
causas do choque neurogênico podem ser a lesão da medula espinhal ou o uso de
medicamentos.
Os choques podem ser causados por várias situações, como: hemorragias, infarto, taquicardias
ou bradicardias, queimaduras graves, traumatismos cranianos, de tórax e abdômen,
intoxicações, afogamento, choque elétrico, septicemia, picadas de animais peçonhentos,
exposição a temperaturas extremas.
Estado de choque
39
Deite a vítima de costas, afrouxe suas roupas e retire qualquer objeto ou alimento que
esteja em sua boca. Deixe os membros inferiores num nível mais alto do que o corpo, a até
30 cm do solo.
Se a vítima estiver inconsciente ou sangrando pela boca e/ou nariz, deite-a numa posição
lateral.
Observe a vítima para verificar se a respiração cessa. Caso isso ocorra, faça
imediatamente a respiração boca a boca.
Mantenha a vítima sempre aquecida.
Acalme a vítima.
A ocorrência de hemorragias pode levar ao estado de choque e, em sequência, à morte. As
hemorragias internas são especialmente perigosas, por não serem visíveis. É importante
aprender a identificar as hemorragias e a promover seu controle sempre que possível.
Ao final desta aula, você foi capaz de:
Classificar as hemorragias.
Reconhecer formas de controlar as hemorragias.
Fechamento
ATENÇÃO
Se houver sinais de fratura ou ferimentos na cabeça e no tórax, não eleve os membros
inferiores da vítima.
Reconhecer os sinais de hemorragias internas e de choques.
Entretanto, existem algumas técnicas para adiar o choque ou impedir que ele se agrave:
40
Intoxicações
As intoxicações podem ocorrer de forma acidental, voluntária ou como acidente de trabalho
com profissionais. Os incidentes mais comuns, entretanto, são as intoxicações acidentais
decorrentes do uso inadequado ou do armazenamento incorreto de algum produto.
Os agentes que causam intoxicações mais frequentemente são ingeridos na forma de
medicamentos ou de alimentos contaminados por toxinas de bactérias. Menos frequentes, mas
não menos importantes, estão a inalação de gases e vapores. Estes casos de intoxicação estão
associados comumente a acidentes de trabalho, incêndios e vazamento de gás de cozinha.
Épossível também ocorrer intoxicações via cutânea e ocular, e ainda por picadas de animais
peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões. A via intravenosa de intoxicação também
pode ocorrer, em casos de erros quanto à dose ou ao próprio medicamento e em usuários de
drogas.
As intoxicações por via retal ou vaginal são pouco comuns, mas podem ocorrer. Alguns
medicamentos são utilizados por essas vias, e, assim como em outros casos, pode haver erros
de dosagem e tipo de medicamento.
As intoxicações são dose dependentes, trata-se das emergências mais frequentes e graves.
Aula 04
Introdução
41
Ao final desta aula, você será capaz de:
Identificar sinais e sintomas gerais de intoxicações.
Entender como proceder em casos de intoxicação.
Em qualquer caso de emergência, as práticas fundamentais dos primeiros socorros devem ser
executadas. Assim, ao verificar a ocorrência de uma intoxicação, deve-se entrar em contato
com os serviços de emergência o mais rápido possível.
No contato com os serviços de emergência, é importante informar o sexo, idade, peso e
doenças anteriores da vítima, caso você possa conversar com ela. Em relação à causa da
intoxicação, em se tratando de animais é útil identificá-los. Caso o ocorrido tenha sido um
acidente com medicamentos ou produtos químicos, relate o nome, cor, cheiro, tipo de
embalagem e finalidade do produto.
Nem sempre, em casos de acidentes, temos acesso a todos os detalhes necessários. Mas,
quanto maior a quantidade de informações, mais preciso e efetivo será o socorro prestado
pelas equipes dos serviços de emergência e pela equipe de tratamento hospitalar. Se possível,
as embalagens de produtos que originaram o quadro de intoxicação devem ser entregues na
chegada da equipe de emergência.
Intoxicações
VÍDEO
Assista a videoaula a seguir:
42
De uma forma geral, os sinais e sintomas que levam à suspeita da ocorrência de intoxicações
por substâncias químicas são os seguintes:
Evidências da ingestão ou do contato com substâncias potencialmente tóxicas, como
resíduos na boca ou na pele;
Hálito com odor estranho;
Cor dos lábios e mucosas orais alterada;
Queixa de dor e/ou sensação de queimação nos órgãos que compõem o sistema digestivo;
Alterações de consciência;
Coma alternado com alucinações e delírio;
Vômitos e/ou diarreia;
Lesões na pele, queimaduras com bordas bem definidas ou bolhas;
Depressão respiratória, respiração lenta ou respiração rápida e profunda;
Redução ou ausência do volume urinário, ou alterações na cor da urina;
Convulsões;
Hipotermia, hipertermia, sudorese ou ressecamento das mucosas;
Sinais de choque;
Paralisia;
SAIBA MAIS
Caso você tenha dificuldades para identificar o animal ou inseto causador da
intoxicação, 
pode-se manter o espécime para que a equipe de emergência possa
identificá-lo. Entretanto, 
a forma mais segura de fazer isso é matar o animal ou
acondicioná-lo em local protegido.Leia a respeito aqui: 
https://g1.globo.com/ro/cacoal-e-zona-da-mata/noticia/2019/06/12/idoso-e-picado-
por-jararaca-e-leva-cobra-viva-na-mao-ate-hospital-em-ro.ghtml
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https://g1.globo.com/ro/cacoal-e-zona-da-mata/noticia/2019/06/12/idoso-e-picado-por-jararaca-e-leva-cobra-viva-na-mao-ate-hospital-em-ro.ghtml
Cianose;
Dor abdominal;
Bradicardia, taquicardia ou palpitações.
As intoxicações terão sintomas diferentes, dependendo da via de intoxicação, da dose e do tipo
de substância. Assim, os sinais descritos não ocorrerão de forma simultânea.
Na maior parte das vezes, os casos de intoxicação exigem o mínimo possível de intervenção.
a) Intoxicações por inalação
As intoxicações respiratórias podem ocorrer por poeiras, fumaças, fumos, vapores, névoas ou
gases.
As poeiras são partículas sólidas, geralmente provenientes do impacto de ferramentas sobre
materiais. Estas flutuam no ar e, assim, podem ser inaladas ou promover lesões em mucosas.
Os gases são fluidos sem forma que se espalham facilmente. Os vapores são formas gasosas de
produtos químicos sujeitos a alterações de pressão e temperatura.
A fumaça é uma mistura complexa de gases, vapores e partículas, que surgem a partir da
combustão. A fumaça pode gerar lesões em razão das características da substância em queima
ou pela própria temperatura em que se encontra.
Por fim, as névoas são gotículas em suspensão, formadas pela condensação de vapores.
A primeira providência a ser tomada é verificar se o local do acidente é suficientemente seguro
e arejado. Caso não seja, e se for possível deslocar a vítima de forma segura, retire-a do local e
leve imediatamente para uma localidade arejada.
A área deve ser isolada e o tipo de agente presente, encontrado. É importante que o socorrista
se proteja e se certifique que o agente tóxico não esteja mais presente no ambiente quando for
socorrer a vítima – ou que se utilize dos EPIs adequados.
b) Intoxicações por ingestão
Como proceder em casos de intoxicação
44
A princípio, parece claro que a remoção do conteúdo gástrico, pela indução de vômitos, seria a
resolução para este tipo de intoxicação. Entretanto, nem sempre este procedimento é
adequado, sendo dependente de há quanto tempo a ingestão ocorreu e do tipo da substância
ingerida. O vômito não deve ser induzido em casos de ingestão de substâncias corrosivas e
derivados de petróleo.
Assim, não se deve induzir a pessoa ao vômito, exceto quando isso for indicado na ligação para
os serviços de emergência. Jamais provoque vômito em vítimas que estejam inconscientes.
Estas intoxicações podem exigir os primeiros socorros para os sintomas mais graves
apresentados, como parada cardiorrespiratória. Os exames básicos e secundários relacionados
ao incidente devem ser realizados.
É importante que a vítima seja observada durante a espera pelo atendimento dos serviços de
emergência, uma vez que os efeitos podem não surgir de forma imediata. Mantenha a vítima
aquecida.
Algumas destas intoxicações por ingestão se devem às plantas venenosas comumente
encontradas. Mesmo partes de plantas comestíveis podem ser venenosas e requerem
cuidados, como caroços de pêssego, damasco e cereja.
As plantas venenosas podem causar irritação cutânea e distúrbios circulatórios quando
ingeridas, além de edema nas mucosas. Os edemas podem causar risco de vida quando
obstruem as vias aéreas.
c) Intoxicações cutâneas
As intoxicações cutâneas podem ser resultantes do contato direto com substâncias tóxicas,
poeiras, vapores e fumaça, que podem gerar inflamação ou queimaduras.
As roupas em contato com o agente tóxico devem ser removidas, e água corrente em
abundância deve ser utilizada para lavagem, durante o tempo mínimo de 15 minutos.
É importante que as roupas ou calçados sejam removidos na mesma direção da lavagem, de
forma a auxiliar na remoção do agente. Isole as roupas contaminadas.
Não tente fazer a neutralização química da substância.
d) Intoxicações oculares
As intoxicações que atingem as mucosas oculares precisam de atenção, uma vez que podem
causar perda da visão e a absorção sistêmica do agente pela mucosa.
45
Em casos de acidentes em ambientes de trabalho, usar o equipamento de proteção coletiva
(EPC) lava-olhos para a lavagem imediata.
Se a intoxicação ocorreu em outros ambientes ou se não existir um lava-olhos disponível, a
lavagem deve ser realizada com o auxílio de um recipiente, correndo a água do canto interno
para o externo dos olhos, durante 15 minutos.
Após a lavagem, é possível fazer um curativo de forma a proteger os olhos dos estímulos
ambientais.
e) Acidentes com animais peçonhentos e venenosos
Chamamos de animais peçonhentos aqueles que possuem uma estrutura capaz de inocular o
veneno na vítima. Por exemplo, ferrões e dentes. Os animais venenosos produzem veneno, mas
não possuem uma estrutura inoculadora, como alguns sapos.
Os animais peçonhentos e venenosos possuem veneno como uma forma de defesa e não são
incomuns em ambientes urbanos. No Brasil, insetos, aranhas, escorpiões e cobras são grandes
responsáveis por intoxicações dolorosas e, muitas vezes, letais.Ainda, há diversas espécies de animais aquáticos capazes de provocar intoxicação pelo contato
ou por sua ingestão.
e.1) Os insetos que mais comumente provocam acidentes são:
Abelhas e vespas
As abelhas e vespas usam seus ferrões para defenderem as colmeias. Normalmente, não são
agressivas, mas podem atacar em enxames ao se sentirem ameaçadas. As picadas isoladas
geralmente produzem sintomas de curta duração, a não ser em casos de alergias, que trazem
uma reação sistêmica grave, com edema de glote, insuficiência respiratória e renal, e hemólise
intensa. É uma ocorrência grave.
As picadas múltiplas, causadas por ataques de enxames, relacionam-se à quantidade de
picadas que incorrem em grande inoculação de veneno. Estes ataques podem gerar centenas
ou milhares de picadas e têm alta letalidade. Felizmente, este tipo de acidente é bastante raro.
Em caso de picadas de abelhas, é importante retirar o ferrão e o saco de veneno, que ficam
inseridos no local da picada. Evite usar pinças, que podem apertar o saco de veneno. A
indicação é a raspagem do local suavemente, utilizando-se uma lâmina – como a de barbear –
limpa, até que o ferrão se solte. Após a remoção, lave com água e sabão, então aplique
compressas frias.
46
Lacraias
As lacraias, também conhecidas como centopeias, são insetos bastante comuns e agressivos.
Seu veneno, entretanto, não é letal para o ser humano, geralmente com ação local.
Lagartas
Figura 13 - Abelha-europeia.
Fonte: https://tinyurl.com/yyjhuklp
Figura 14 - Lacraia.
47
https://tinyurl.com/yyjhuklp
Nem todas as lagartas são venenosas, mas algumas delas, popularmente chamadas de
taturanas, assim como as lagartas-de-fogo, provocam acidentes de forma comum.
O contato com a lagarta-de-fogo ocasiona dermatites com queimação e dor, com sintomas
como vômito, diarreia, mal-estar e outros, que tendem a regredir espontaneamente em 2 a 3
dias.
As taturanas, entretanto, podem causar sintomas hemorrágicos. O contato com elas provoca
queimaduras e, entre 2 e 72 horas após o contato, surgem palidez, hematomas, sangramento
gengival e outros sinais de hemorragia. Em cerca de 5% dos casos, esta intoxicação leva à
insuficiência renal.
Figura 15 - Lagarta-de-Fogo.
Fonte: https://vidanimal.com.br/lagarta-de-fogo/
48
https://vidanimal.com.br/lagarta-de-fogo/
Nos acidentes com estes insetos, deve-se lavar a região lesionada com água fria, aplicar
compressas frias e elevar o membro em que a lesão se encontra.
e.2) Escorpiões
Acidentes com escorpiões no Brasil têm uma letalidade em torno de 1%. A maior parte desses
acidentes ocorre nos meses de calor e acomete principalmente membros inferiores e
superiores.
Figura 16 - Taturanas.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Taturana
SAIBA MAIS
Não há tratamento de primeiros socorros eficaz contra picadas de inseto, exceto a
manutenção do suporte básico de vida, observando os sinais vitais e as técnicas
descritas para redução da dor. Lembre-se de que, se possível, o espécime agressor
deve ser capturado para identificação. 
Mas não o capture com as mãos!
49
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taturana
Escorpiões
Nomes
populares
Corpo / coloração Toxidade
Tityus serrulatus
Escorpião
amarelo
Tronco amarelo-escuro, com manchas escuras
centrais
Acidentes
graves
Tityus bahiensis
Escorpião
marrom
Tronco marrom-escuro, patas manchadas
Acidentes
graves
Bothriurus
bonariensis
Escorpião preto Preto
Baixa
toxicidade
Tabela 1 - Características dos escorpiões mais frequentes no Brasil.
Fonte:
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros
Os escorpiões mais perigosos possuem um veneno neurotóxico que age diretamente sobre o
córtex, cerebelo e a medula espinhal. Nos casos em que atinge núcleos neurovegetativos do
bulbo, causa choque e apneia, sendo estes os casos letais. Outras espécies, entretanto,
possuem veneno com ação local e sintomas transitórios.
Em caso de picadas de escorpião, o socorrista deve lavar a região atingida e aplicar compressas
frias para aliviar a dor.
É importante que a vítima permaneça em observação, uma vez que os sintomas sistêmicos
podem surgir desde alguns minutos após a picada até 3 horas depois. Se possível, registre o
horário aproximado em que a picada ocorreu, uma vez que este dado é importante para a
soroterapia e o acompanhamento da evolução do quadro.
50
e.3) Aranhas
A maior parte das aranhas brasileiras não são venenosas ou peçonhentas. Entretanto, os
acidentes com espécies perigosas são frequentes.
As espécies de importância médica são as seguintes:
Loxosceles sp.
Esta espécie é a denominada aranha-marrom. Com coloração marrom-clara, dorso esverdeado
e poucos pelos, medem cerca de 3 cm. São responsáveis por 20% dos acidentes com aranhas
no Brasil e são especialmente comuns na região Sul do país.
Sua picada geralmente traz uma dor local pouco intensa no momento do acidente, seguida por
sintomas que aparecem de 12 a 24 horas depois, com sensação de queimadura, vesículas
hemorrágicas que necrosam, febre, náusea e mal-estar.
Em até 13% dos acidentes, os sintomas são chamados hemolíticos, uma vez que levam à
icterícia, hemoglobinúria e insuficiência renal aguda.
Figura 17 - Escorpião-amarelo.
Fonte: https://tinyurl.com/y6eo6qh8
51
https://tinyurl.com/y6eo6qh8
Phoneutria sp.
Denominada popularmente de aranha-armadeira, ela é responsável pela maioria dos acidentes
no Brasil. É uma espécie agressiva e cuja picada produz sintomas como ardência intensa,
sudorese, dores musculares, câimbras e náuseas. Em casos mais graves, promove agitação,
salivação, taquicardia e arritmias respiratórias.
Possui cerca de 15 cm, com o corpo coberto de pelos curtos e de cor cinza.
Figura 18 - Aranha-marrom.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Loxosceles
52
https://pt.wikipedia.org/wiki/Loxosceles
Latrodectus sp.
A famosa viúva-negra possui cerca de 3 cm de envergadura e uma coloração bastante típica em
seu abdômen. O abdômen é quase esférico, com manchas vermelhas em forma de ampulheta,
num fundo negro.
Não é muito comum acidentes com viúvas-negras no Brasil, sendo mais frequentes na região
Nordeste. Os sinais incluem dor intensa e irradiada, convulsões tetânicas, hipotensão, febre,
arritmias cardíacas e psicoses.
Figura 19 - Aranha-armadeira.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Armadeira
53
https://pt.wikipedia.org/wiki/Armadeira
Outras espécies
A tarântula e a caranguejeira são espécies que também provocam acidentes no Brasil.
Entretanto, sua picada leva a sintomas locais, que desaparecem após alguns dias
espontaneamente.
É importante que o socorrista identifique qual espécie de aranha foi responsável pelo acidente,
para que haja o tratamento com soro adequado na unidade de saúde. Como em outros casos já
descritos de acidentes com animais peçonhentos e venenosos, a dor pode ser amenizada com a
aplicação de compressas frias. A vítima deve ser observada quanto ao surgimento de sinais
sistêmicos, e, se necessário, o prestador de socorro deve utilizar-se de técnicas para suporte
básico de vida.
e.4) Serpentes
Os acidentes com serpentes no Brasil têm grande importância, em razão de sua frequência e
gravidade em potencial.
Nem todas as serpentes são venenosas. As espécies perigosas são mais lentas e
frequentemente encontradas em áreas cultivadas. No Brasil, a maioria dos acidentes são
causados pela jararaca – gênero Bothrops – (90,8%), seguindo-se pelas cascavéis – Crotalus –
(8,4%) e corais venenosas (0,8%), sendo que o gênero Crotalus ocasiona maior gravidade e
letalidade.
Figura 20 - Aranha viúva-negra.
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Latrodectus
54
https://en.wikipedia.org/wiki/Latrodectus
Figura 21 - Jararaca.
Fonte: https://tinyurl.com/y3u6f933
Figura 22 - Cascavel.
Fonte: https://tinyurl.com/y4zdnp4e
55
https://tinyurl.com/y3u6f933
https://tinyurl.com/y4zdnp4e
Acidentes causados por serpentes venenosas geram sintomas como dor, cansaço,
perturbações visuais, náuseas, vômitos, pulso fraco e respiração rápida, extremidades frias,inconsciência, rigidez na nuca, coma e morte. Além desses sintomas gerais, acidentes com
jararacas levam a hemorragias e insuficiência renal, se não aplicado o soro antiofídico o mais
rápido possível. As cascavéis promovem insuficiência renal e urina avermelhada, e as corais
possuem veneno que provoca uma sintomatologia neurotóxica.
Ao deparar-se com uma vítima de picada de cobra, o socorrista deve mantê-la em repouso, 
para reduzir a velocidade de disseminação do veneno. O local da picada deve ser lavado com
água e sabão, e o membro afetado deve ser elevado. É importante que a vítima seja hidratada.
Alguns dos sintomas sistêmicos aparecem a partir de 6 horas após a picada. Assim, a vítima
deve ser mantida sob observação, e se necessário deve ser aplicado apoio respiratório.
Figura 23 - Micrurus corallinus – Cobra-coral verdadeira.
Fonte: https://tinyurl.com/y4dm7zne
56
https://tinyurl.com/y4dm7zne
Os demais casos exigem a orientação dos profissionais dos serviços de emergência, e não
devem ser realizadas ações sem sua indicação.
O termo limite de tolerância compreende os limites de dose de absorção de uma substância
química, por via respiratória, que não oferecem riscos à saúde.
A exposição laboral às substâncias químicas está prevista na NR 15 (Norma Regulamentadora
nº 15) da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho. Nessa NR, define-se Limite de Tolerância
(LT) como:
Concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de
exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.
(BRASIL, 1978, p. 1)
O limite de tolerância de cada substância se refere à dose abaixo da qual a saúde não seria
atingida. É determinado através da DL 50.
A DL 50, ou Dose Letal 50%, é a dosagem média de uma substância ou radiação capaz de levar
à morte 50% dos animais em teste, num período de tempo que seja relativo a uma exposição
aguda. Estas doses são extrapoladas, então, para os seres humanos – embora haja um índice de
erro relativamente grande, em razão das diferenças metabólicas entre os animais testados e
humanos.
Limite de Tolerância (LT) e Dose Letal 50%
(DL 50)
ATENÇÃO
Apesar de ser uma crença popular, não se deve perfurar a região atingida para “retirar
o veneno”. Também não coloque, em nenhuma circunstância, a região afetada em gelo
ou compressas frias.
57
Estes índices de erros levam a valores diferentes de LT para uma mesma substância, quando
comparados em países diferentes.
As intoxicações acidentais são comuns, de forma que é muito importante saber como
identificá-las e como proceder ao se deparar com estes casos.
Os primeiros socorros para casos de intoxicação podem ser resumidos em: evitar a dispersão
do agente intoxicante, principalmente se for uma intoxicação por animais peçonhentos; retirar
a vítima do local onde há gases tóxicos; retirar o contaminante cutâneo ou ocular; e realizar as
medidas básicas de suporte à vida.
Ao final desta aula, você foi capaz de:
Identificar sinais e sintomas gerais de intoxicações.
Entender como proceder em casos de intoxicação.
Fechamento
SAIBA MAIS
A Comunidade Europeia classifica as substâncias prejudiciais em Muito tóxicas,
Tóxicas e Nocivas, de acordo com os valores de sua DL 50 estimada em ratos.
As substâncias muito tóxicas possuem DL 50 menores do que 25 mg/kg. As tóxicas se
enquadram nos valores de DL 50 entre 25 e 200 mg/Kg. Já as substâncias
consideradas nocivas são aquelas que têm a DL 50 entre 200 e 2.000 mg/Kg.
58
Suporte Básico à Vida
O suporte básico de vida (SBV) trata-se de um conjunto de procedimentos aplicados
principalmente no atendimento de vítimas em parada cardiorrespiratória. Estes
procedimentos incluem solicitar auxílio, organizar as informações que devem ser prestadas,
fornecer suporte ventilatório e massagem cardíaca externa.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Reconhecer os sinais de parada cardiorrespiratória.
Conhecer os procedimentos básicos para a ressuscitação cardiorrespiratória.
Conhecer os procedimentos fundamentais em casos de acidentes aquáticos.
Aula 05
Introdução
59
A ressuscitação cardiorrespiratória (RCR) é um conjunto de técnicas utilizadas para suportar
as funções respiratórias e circulatórias em vítimas de parada cardiorrespiratória.
Para identificar a parada cardíaca, é necessário buscar sinais de que houve a interrupção dos
batimentos cardíacos. Nestes casos, a vítima apresenta pulso ausente, dilatação das pupilas, e,
ao se encostar o ouvido na região torácica dela, não é possível ouvir os batimentos cardíacos.
A parada respiratória pode ser verificada pelo cessamento da respiração, durante os exames
primários.
Se uma ou ambas situações ocorrerem, a intervenção deve ser imediata, antes que a vítima
venha a óbito.
A parada cardíaca e a parada respiratória podem ocorrer de forma isolada ou associada. Há
uma classificação causal que influencia na conduta do socorrista. A ordem da parada também é
importante. Se a parada cardíaca ocorre antecedendo a respiratória, isso implica em
complicações maiores, pois imediatamente ocorrerá o comprometimento da oxigenação do
cérebro.
a) Causas primárias
Denominamos causas primárias quando a parada cardíaca ocorre devido a algum problema
preexistente no coração. Geralmente não são decorrentes de traumatismos.
b) Causas secundárias
Parada cardiorrespiratória
Causas
VÍDEO
Assista a videoaula a seguir:
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Denominamos causas secundárias quando a parada cardíaca ocorre devido a um problema
respiratório ou a causas externas. Geralmente estão associadas a traumatismos.
Deficiência de oxigenação 
A deficiência de respiração leva à parada cardíaca e respiratória. Ocorre pela obstrução
das vias aéreas ou por doenças pulmonares preexistentes.
Transporte de oxigênio deficiente
A deficiência no transporte de oxigênio ocorre em razão de hemorragias e intoxicação
por monóxido de carbono (comum em fumaça de incêndios).
Fatores externos
Consideramos que a parada cardiorrespiratória se deve a fatores externos, como
descargas elétricas ou quando decorre do consumo de drogas ou medicamentos.
Nas emergências, apenas uma hemorragia externa muito abundante e edema agudo de pulmão
são situações mais urgentes do que a parada cardiorrespiratória. Os cuidados de SBV devem
ser instituídos no máximo 4 minutos após a PCR. Após esse período, as possibilidades de
recuperação são muito baixas.
Como identificar uma parada cardiorrespiratória (PCR)
Figura 29 - Relação entre o tempo decorrido da parada cardiorrespiratória e o início dos métodos de
suporte básico de vida, com a possibilidade de sobrevivência.
Fonte: BRASIL, 2003.
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Os sinais específicos de uma PCR são os seguintes:
Inconsciência;
Respiração ausente ou arquejante;
Espasmo da laringe;
Cianose;
Dilatação das pupilas. A dilatação das pupilas ocorre entre 1 a 2 minutos após a PCR.
Assim, trata-se de um sinal considerado tardio, e não devemos esperar por ele para
iniciarmos o socorro.
Como proceder em uma ressuscitação cardiorrespiratória
SAIBA MAIS
Por que este tempo tão curto para iniciar a ressuscitação?
Após a PCR, não há circulação de sangue para oxigenar os tecidos. As células mais
sensíveis, 
que são as do cérebro e as do coração, respectivamente, começam a morrer.
De 4 a 6 minutos após cessar a oxigenação cerebral, há danos cerebrais irreversíveis.
ATENÇÃO
Sem o aparelho desfibrilador, as técnicas de suporte básico de vida não são capazes de
reverter uma PCR, tampouco de manter a vida por muito tempo. Assim, é preciso
informar a equipe dos serviços de emergência sobre a ocorrência da PCR, para que ao
chegar se realize o atendimento especializado imediatamente.
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A vítima deve ser posicionada em uma superfície plana e firme, com o abdômen voltado para
cima. Se a superfície for macia, o acidentado deve ser colocado no chão. A cabeça deve ficar no
mesmo nível ou abaixo do nível dos pés, para não dificultar o fluxo sanguíneo para o cérebro.
O socorrista deve posicionar-se de joelhos ao

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