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ASPECTOS
LINGUÍSTICOS E
CULTURAIS DA LIBRAS
Aula 1
IDENTIDADES SURDAS
Identidades surdas
Olá, estudante!
Na jornada sobre as identidades surdas, exploraremos a riqueza
cultural e linguística da comunidade surda. Descubra como
compreender e respeitar essas identidades é essencial para a
prática profissional, promovendo inclusão e diversidade. Venha se
aprofundar nesse universo enriquecedor! Estamos ansiosos para
compartilhar conhecimento. 
Bons estudos!
16/02/2025, 12:49 Aspectos Linguísticos e Culturais da Libras
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Ponto de Partida
Boas-vindas à aula sobre as identidades surdas!
Aqui, exploraremos as nuances e riquezas dessa temática,
compreendendo como as identidades surdas se manifestam e
influenciam a vida cotidiana. A importância desse conhecimento
rompe barreiras, contribuindo para uma prática profissional mais
inclusiva e sensível.
Logicamente você já observou como somos todos diferentes, com
características pessoais biológicas, emocionais e sociais.
Transferindo essa observação para as pessoas com surdez,
questionamos: quais são e como se constroem as identidades
surdas? O que diferencia um surdo do outro e o que é comum a
todos os indivíduos surdos? Por que alguns surdos usam AASI ou
implante coclear e outros não? Como as diferentes identidades
surdas se entrelaçam e influenciam as interações sociais? Fique
atento a esses pontos, pois eles serão fundamentais para nossas
reflexões.
Ao longo do aprendizado, você descobrirá como reconhecer e
respeitar as diversas identidades surdas pode transformar
positivamente a sua prática profissional. Para finalizar esta aula,
16/02/2025, 12:49 Aspectos Linguísticos e Culturais da Libras
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discutiremos este questionamento: como o conhecimento das
diferentes identidades surdas pode influenciar a interação com o
indivíduo surdo?
No final desta jornada, você não apenas adquirirá conhecimento
teórico, mas também terá ferramentas práticas para aplicar em seu
cotidiano profissional. Desperte sua curiosidade e esteja preparado
para transformar a realidade ao seu redor. Vamos juntos nesta etapa
do seu aprendizado!
Vamos Começar!
Identidades surdas
Vários pensadores e filósofos da Antiguidade acreditavam que quem
não ouvia não falava, não se comunicava, não pensava, não
interagia e não poderia ser considerado humano. Esses estereótipos
em relação às pessoas surdas se baseavam principalmente na falta
da língua falada, uma característica marcante da humanidade. No
contraponto desse pensamento, há a língua de sinais como forma
de comunicação com pessoas surdas. É uma língua visual, com
sinais convencionados e com a qual é possível expressar-se. Dessa
forma, Quadros e Karnopp, 2004, afirmam que a formação da
identidade da pessoa surda, uma vez que ela não é ouvinte,
acontece de forma mais natural por meio da língua de sinais.
O conceito de identidade pode variar dependendo do contexto em
que é discutido, mas geralmente refere-se à compreensão individual
ou coletiva de quem somos, o que nos torna únicos ou parte de um
grupo específico. Pode envolver aspectos pessoais, como valores,
crenças, emoções e características pessoais, bem como elementos
sociais, como pertencimento a uma comunidade, cultura ou grupo
étnico. A identidade é dinâmica e pode ser influenciada por
experiências ao longo da vida, interações sociais e contextos
culturais.
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Em 1997, Roy Holcomb apresentou algumas considerações sobre a
diversidade na constituição de identidades surdas, sendo: surdos
que sentem igualmente confortáveis em ambas as culturas surdas e
ouvintes; pessoas que têm envolvimento limitado na comunidade
surda, mas que podem interagir confortavelmente com pessoas
surdas; pessoas que rejeitam qualquer envolvimento com outras
pessoas surdas; pessoas que preferem interagir com outras
pessoas surdas o máximo possível e mantêm o mínimo contato com
as pessoas ouvintes; pessoas que não se sentem confortáveis na
comunidade surda, nem entre os ouvintes e, ainda, pessoas surdas
que não tiveram a oportunidade de conhecer outras pessoas surdas
e aprender sobre cultura surda.
A formação da identidade surda acontece quando o indivíduo
reafirma seu lugar no mundo. Ao longo desse processo, o entorno
desempenha um papel significativo, e cada pessoa surda se conecta
a diversas culturas. Ao desenvolver a consciência de sua identidade
como pessoa surda, ela tem a capacidade de categorizar o que a
define de maneira mais precisa.
É de extrema importância que o surdo interaja com outros surdos, a
fim de construir sua identidade surda. Pesavento (2005) afirma que:
 
As identidades são, pelo seu lado, um outro campo de
pesquisa para a História Cultural. Enquanto representação
social, a identidade é uma construção simbólica de sentido,
que organiza um sistema compreensivo a partir da ideia de
pertencimento. A identidade é uma construção imaginária que
produz a coesão social, permitindo a identificação da parte
com o todo, do indivíduo frente a uma coletividade, e se
estabelece à diferença. A identidade é relacional, pois ela se
constitui a partir da identificação de uma alteridade. Frente ao
eu ou ao nós do pertencimento se coloca a estrangeiridade
do outro (Pesavento, 2005, p. 54). 
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A construção da identidade fundamenta-se num processo de
associação a determinado grupo e de dissociação com relação a
outros grupos. Ainda no que se refere à identidade surda, Santana e
Bergamo (2005) compartilham o seguinte entendimento: 
O modo como a surdez é concebida socialmente também
influencia a construção da identidade. O sujeito não pode ser
visto dentro de um vácuo social. Ele afeta e é afetado pelos
discursos e pelas práticas produzidos. Mas o fato é que não
existe uma identidade exclusiva e única, como a identidade
surda. Ela é construída por papéis sociais diferentes (pode-se
ser surdo, rico, heterossexual, branco, professor, pai etc.) e
também pela língua que constrói nossa subjetividade
(Santana; Bergamo, 2005, p. 568). 
Portanto, torna-se fundamental adquirir uma compreensão
aprofundada da formação do ser surdo no âmbito das relações eu-
outro, visto como um processo dialético que incorpora vivências,
reflexões nas interações com o ambiente e consigo mesmo, bem
como o autoconhecimento no desenvolvimento de sua própria
identidade ou identidades.
Nessa perspectiva, Ruzza (2020) destaca duas categorias de
identidade. A primeira, denominada identidade de pertencimento,
está associada ao nascimento ou à condição de existência dentro de
uma comunidade específica que compartilha conjuntos de valores
para a formação de identidade e reconhecimento. Em outras
palavras, trata-se de integrar-se a um grupo e segmento cultural por
pertencer a essa comunidade, independentemente do desejo
individual, sendo resultado da condição de nascimento nesse grupo.
A segunda identidade destacada por Ruzza (2020) refere-se à
identidade de projeto, na qual as causas sociais, culturais e políticas
educativas defendidas servem como referência e afinidade para a
aproximação de novos participantes. Assim, Ruzza (2020) explica
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que um indivíduo pode pertencer a uma comunidade de vida e
projetar-se em outra comunidade de destino.
Essas identidades, conforme apontado por Ruzza (2020),
desempenham um papel fundamental na constituição do ser surdo
no contexto em que estão inseridos e em processo deIFSC
(2007). 
Por último, apresentamos os sinais utilizados para representar os
números ordinais, ou seja, em contextos nos quais a ordem é
enfatizada: primeiro, segundo, terceiro etc.
Figura 8 | Sinais para números ordinais. Fonte: IFSC (2007).
 
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Vamos Exercitar?
Agora, vamos retomar este questionamento apresentado
anteriormente: como as variações linguísticas na Língua Brasileira
de Sinais impactam a comunicação e a compreensão entre os
usuários dessa língua, considerando aspectos regionais, culturais e
históricos?
As variações linguísticas na Língua Brasileira de Sinais
desempenham um papel significativo na comunicação e
compreensão entre os usuários dessa língua, sendo influenciadas
por diversos fatores, como aspectos regionais, culturais e históricos.
Assim como em línguas faladas, a Libras apresenta variações
regionais, sendo que diferentes regiões do Brasil podem ter sinais
distintos para representar conceitos similares. Além disso, aspectos
culturais também influenciam as variações linguísticas na Libras,
refletindo tradições, valores e expressões culturais nos sinais
utilizados. Compreender essas nuances culturais é essencial para
uma comunicação eficaz, demandando sensibilidade aos contextos
culturais que podem afetar a interpretação dos sinais.
As interações sociais também desempenham um papel nas
variações linguísticas da Libras, com sinais específicos surgindo em
ambientes informais, enquanto outros são mais comuns em
contextos formais ou acadêmicos. A fluência na Libras envolve a
compreensão e adaptação a essas variações sociais.
Saiba Mais
Para que você aprofunde seus estudos e amplie seu conhecimento
das variações linguísticas na Libras e outros aspectos relevantes da
Língua Brasileira de Sinais e o cotidiano da pessoa surda, indicamos
o site librasol.com.
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https://www.librasol.com.br/
Nessa página, você encontrará notícias, estudos, artigos, dicionários
e fontes para baixar gratuitamente e glossários específicos.
 
 
Referências Bibliográficas
GARCIA, A. K. C.; GUIMBA, A. C. Variação linguística no léxico da
língua brasileira de sinais: uma abordagem teórica. In: V
CONGRESSO PARAENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2018,
Marabá. Anais [...]. Marabá: Unifess, 2018. 
OLIVEIRA, R.; MARQUES, R. R. Uso da variação linguística na
língua brasileira de sinais. Revista Diálogos: linguagens em
movimento. Caderno Estudos Linguísticos e Literários, Cuiabá, ano
2, n. 1, 2014.
ORSELLI, A. R. As variações linguísticas da língua brasileira de
sinais. Revista Acadêmica Integra/Ação, v. 1, n. 1, jun. 2017.
STROBEL, L. S.; FERNANDES, S. Aspectos Linguísticos da
língua brasileira de sinais. Secretaria de Estado da Educação,
Superintendência de educação. Departamento de Educação
Especial. Curitiba: SEED/SUED/DEE, 1998.
WITKOSKI, S. A.; MAESTRI, R. de C.; OLIVEIRA, G. M. de. A
importância do estudo da variação linguística dentro da disciplina da
Libras no ensino superior. Revista Transmutare, Curitiba, v. 4,
e1910725, p. 1-14, 2019. Disponível em:
https://www.porsinal.pt/index.php?
ps=artigos&idt=artc&cat=23&idart=547. Acesso em 6 nov. 2024.
WITKOSKI, S. A. Surdez e preconceito: a norma da fala e o mito da
leitura da palavra falada. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 14, n.
42, p. 565-575, set.-dez. 2019. 
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https://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=23&idart=547
https://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=23&idart=547
Encerramento da Unidade
ASPECTOS LINGUÍSTICOS
E CULTURAIS DA LIBRAS
Videoaula de Encerramento
Estudante, é com entusiasmo que lhe damos as boas-vindas a esta
videoaula! É importante explorarmos as intricadas diferenças entre a
cultura surda e a cultura ouvinte, destacando as características
singulares que contribuem para a riqueza da diversidade humana e
linguística. A compreensão desses elementos é essencial para uma
prática profissional verdadeiramente inclusiva e sensível às nuances
culturais. Prepare-se para uma experiência de aprendizado que
ampliará seus horizontes e fortalecerá sua habilidade de valorizar e
respeitar as diversas formas de expressão cultural e linguística.
Estamos prontos para embarcar juntos nessa jornada
transformadora! 
Bons estudos!
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Ponto de Chegada
Olá, estudante!
Para desenvolver a competência de identificar e diferenciar as
características da cultura surda e da cultura ouvinte, valorizando a
diversidade humana e linguística dos usuários dessas línguas, é
imperativo iniciar suas reflexões explorando os aspectos culturais
inerentes à Língua Brasileira de Sinais (Libras). Desmistificar os
mitos associados à Libras é fundamental, realçando não apenas sua
complexidade linguística, mas também seu status linguístico legítimo
como uma língua natural e completa, detentora de todos os
aspectos gramaticais que a compõem.
Nesse contexto, é necessário compreender as identidades surdas
presentes na comunidade escolar e, consequentemente, na
sociedade em geral, reconhecendo e respeitando a singularidade de
cada indivíduo. Uma abordagem que valorize as experiências e
perspectivas diversificadas fortalece a construção de um ambiente
que genuinamente celebra a riqueza da diversidade.
A investigação das associações e organizações voltadas aos surdos
oferece uma oportunidade única para aprofundar-se nas dinâmicas
culturais e sociais presentes na comunidade surda. Essas entidades
se empenham na promoção de atividades culturais, no
fortalecimento das identidades surdas e na criação de espaços de
apoio e compreensão mútua.
Ao incorporar o esporte para surdos, é vital considerar as variações
linguísticas que permeiam a comunidade surda. O desenvolvimento
de estratégias pedagógicas inclusivas, que levem em conta essas
variações, possibilita a criação de um ambiente que não apenas
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reconhece, mas também celebra as distintas formas de expressão
linguística. 
É Hora de Praticar!
Em um cenário educacional, um grupo de estudantes surdos,
originários de diversas regiões do país, integra uma turma de
educação bilíngue. Embora compartilhem a identidade surda, suas
expressões linguísticas revelam notáveis variações, moldadas pelas
particularidades das comunidades surdas de suas origens.
Paralelamente, circulam mitos sobre a Língua Brasileira de Sinais,
impactando de maneira adversa a comunicação entre os estudantes
surdos e seus colegas ouvintes.
Reflita
Reflita
Propomos algumas reflexões muito importantes:
Como desmistificar os mitos associados à Língua Brasileira
de Sinais de maneira eficaz, promovendo uma compreensão
mais precisa e respeitosa da língua, tanto entre os surdos
quanto na comunidade em geral?
De que forma os aspectos culturais da comunidade surda
podem ser integrados de maneira significativa ao ambiente
escolar, incentivando a valorização da identidade surda e
promovendo uma atmosfera mais inclusiva?
Quais estratégias pedagógicas podem ser adotadas para
incorporar e valorizar, as variações linguísticas presentes na
comunidade surda, promovendo a participação ativa e
igualitária de todos os estudantes?
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No contextodas nuances apresentadas, surge uma preocupação:
Como fomentar a compreensão e aceitação das variações
linguísticas entre os estudantes surdos, considerando a riqueza
cultural intrínseca a essas diferenças? 
Resolução do estudo de caso
A criação de um ambiente educacional inclusivo que não apenas
respeite, mas também celebre as identidades surdas dos estudantes
requer a implementação de diversas estratégias. Em primeiro lugar,
é fundamental promover a conscientização e a educação para a
comunidade escolar, incluindo estudantes, professores e
funcionários, da riqueza da cultura surda e a diversidade linguística
presente nesse grupo. A disponibilização de recursos de
acessibilidade, como intérpretes de Libras, materiais visuais e
tecnologias assistivas contribui para uma comunicação eficaz e para
o pleno engajamento dos estudantes surdos nas atividades
escolares. Além disso, a incorporação de atividades que valorizem a
cultura surda, como eventos culturais, palestras e apresentações,
pode enriquecer o ambiente escolar e proporcionar momentos de
celebração. Estabelecer parcerias com a comunidade surda local,
trazendo membros dessa comunidade para participar de atividades
na escola, é outra estratégia eficaz. Isso não apenas oferece
modelos positivos para os estudantes surdos, mas também ajuda a
construir pontes de compreensão entre a escola e a comunidade
surda. Além disso, é essencial promover uma mentalidade inclusiva
entre os estudantes ouvintes, incentivando a empatia, o respeito e a
compreensão das diferenças. A criação de programas de mentoria
entre estudantes surdos e ouvintes pode fomentar a integração e
construir laços de amizade, contribuindo para a quebra de estigmas
e preconceitos.
Dê o play!
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Assimile
Com a finalidade de contribuir para seu aprendizado, apresentamos
um mapa conceitual contemplando os conteúdos pertinentes a esta
unidade.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Lei n°. 10.436, de 24 de abril de
2002. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2002.
CHOI, D. et al. Libras: conhecimento além dos sinais. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2011.
GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos
em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo:
Parábola, 2009.
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MARCUSCHI, L. A. Linguística de texto: o que é e como se faz?
Delta: Documentação e Estudos em Linguística Teórica e
Aplicada, v. 26, n. 1, 2010. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/delta/article/view/19979. Acesso
em: 12 fev. 2024.
QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. de. Língua de sinais
brasileira: Estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
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https://alexandria-html-published.platosedu.io/29ab641a-11be-4be8-9391-3d24d2baab6c/v1/index.html 52/52formação.
Segundo Gládis Perlin (2008), uma autora surda, a identidade surda
é atribuída ao surdo que se envolve com a política surda, cujo
comportamento, cultura e língua são determinados pela experiência
visual. Aqueles que utilizam a língua de sinais têm consciência de
sua surdez e a aceitam. Além de enfrentar dificuldades na
compreensão da língua falada, são considerados como
pertencentes a essa identidade surda. Por outro lado, aqueles que
não se enquadram nesse perfil vivem como ouvintes e estão sujeitos
a outra constituição de identidade.
Apresentamos, a seguir, as classificações das identidades surdas
segundo as autoras Perlin e Strobel (2008).
Siga em Frente...
Identidade surda flutuante
A identidade surda flutuante pode ser identificada nas pessoas
surdas que não estão conectadas com a comunidade e cultura
surda. Esses indivíduos podem se sentir constrangidos devido aos
estereótipos associados a eles, o que pode levá-los a recusar a
utilização da língua de sinais e a rejeitar a presença de intérpretes
de Libras. Muitas vezes, preferem assimilar-se ao mundo dos
ouvintes, sentindo-se orgulhosos de sua habilidade oral e
capacidade de fala. Infelizmente, essa atitude pode resultar em uma
sensação de inferioridade em relação aos ouvintes, pois podem
perceber dificuldades em acompanhar as nuances da cultura
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predominante. Essa identidade pode apresentar variações em
contextos diferentes.
Identidade surda incompleta
Essa população possui uma identidade distinta devido a uma
característica que a diferencia da identidade surda tradicional. Essa
distinção reside no fato de que a captação de mensagens por parte
dessas pessoas não é exclusivamente baseada na experiência
visual, que geralmente define a identidade surda. Apresentamos, a
seguir, algumas características dessa população:
Possuem certa porcentagem de surdez, mas conduzem suas
vidas predominantemente como ouvintes.
Para eles, o uso de aparelhos auditivos é crucial para facilitar a
audição.
Esses indivíduos surdos enfrentam desafios na busca por sua
identidade, uma vez que não se enquadram completamente na
categoria de surdos nem na de ouvintes, resultando em uma
situação intermediária.Parte superior do formulário. 
Identidade surda de transição
A integração dos surdos com a comunidade surda com frequência
ocorre tardiamente, resultando na transição da comunicação visual-
oral, muitas vezes de forma truncada, para a comunicação visual
sinalizada. Durante esse processo, os surdos enfrentam um conflito
cultural, evidenciado pelos seguintes aspectos:
Eles vivenciam um momento de transição entre essas duas
entidades comunicativas.
Quando a imersão na cultura surda não ocorre na infância, o
que é comum entre surdos filhos de pais ouvintes, a maioria
deles precisa atravessar esse período de transição.
Ao estabelecerem contato com a comunidade surda, esses
indivíduos passam por um processo de des-ouvintização,
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marcado pela rejeição da representação da identidade ouvinte.
O percurso envolve uma mudança da comunicação visual/oral
para a comunicação visual/sinalizada, sinalizando um caminho
a ser percorrido nesse processo de adaptação e
transformação. 
Identidade surda híbrida
Os surdos que inicialmente eram ouvintes, mas ao longo do tempo
perderam a audição devido a doenças, acidentes ou outros fatores,
desenvolvem uma dualidade linguística, mantendo uma
dependência tanto dos sinais quanto do pensamento na língua oral.
Nesse contexto:
Dependendo da idade em que a surdez se manifestou, esses
indivíduos possuem conhecimento da estrutura do português falado,
e ocasionalmente enviam ou recebem mensagens na forma da
língua oral.
Utilizam tanto a língua oral quanto a língua de sinais para
compreender mensagens. Essa identidade é bastante distinta, pois
alguns optam por não utilizar mais a língua oral, preferindo sempre a
linguagem de sinais.
Demonstram comportamentos típicos de pessoas surdas, como o
uso de tecnologias adaptadas para surdos.
Convivem harmoniosamente com as diferentes identidades surdas,
integrando-se de maneira equilibrada nos contextos em que se
encontram.
Identidade surda pura
A expressão identidade surda pura refere-se à vivência de uma
pessoa surda que possui uma conexão profunda e exclusiva com a
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comunidade surda e sua cultura. Essa identidade é muitas vezes
caracterizada por:
Uso primário da língua de sinais: Indivíduos com identidade
surda pura frequentemente utilizam a língua de sinais como
principal meio de comunicação. Essa escolha pode ser
influenciada por fatores como a presença de pais surdos ou
devido à imersão precoce na comunidade surda.
Culturalização surda integral: Essas pessoas tendem a estar
imersas na cultura surda desde cedo, participando ativamente
de eventos, instituições e práticas que caracterizam a
comunidade surda.
Aceitação da surdez: A aceitação da surdez é central na
identidade surda pura. Indivíduos que se identificam dessa
forma frequentemente abraçam sua surdez como uma parte
integral de quem são, sem tentativas de assimilação ao mundo
dos ouvintes.
Participação ativa na comunidade surda: Além do uso da
língua de sinais, a participação ativa em eventos, organizações
e atividades dentro da comunidade surda é uma característica
comum dessa identidade.
É importante destacar que a terminologia pode variar, e o conceito
de identidade surda pura pode ser percebido de maneiras diferentes
por diferentes pessoas surdas.
Além disso, a diversidade dentro da comunidade surda significa que
as experiências e identidades individuais podem variar
consideravelmente. 
Vamos Exercitar?
Agora, vamos retomar este questionamento apresentado
anteriormente: como o conhecimento das diferentes identidades
surdas pode influenciar a interação com o indivíduo surdo?
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É fundamental estar ciente das preferências linguísticas individuais,
reconhecendo que alguns surdos podem preferir a língua de sinais,
enquanto outros optam por métodos de comunicação oral, o que
possibilita uma abordagem mais sensível e adequada para garantir
uma comunicação eficaz.
Adaptar a comunicação conforme necessário é outra faceta
importante. Isso pode envolver o uso de intérpretes de Libras,
tecnologias assistivas ou ajustes na forma como nos comunicamos,
garantindo que as interações sejam acessíveis e compreensíveis.
Entender as experiências únicas enfrentadas pelos surdos, como
estigmas, barreiras comunicativas e desafios diários, história de vida
e a compreensão da própria surdez cultivará a empatia. Isso
permitirá uma abordagem mais sensível e compreensiva em todas
as interações.
Ao reconhecer e valorizar as diferentes identidades surdas,
contribuímos para um ambiente mais inclusivo, promovendo
oportunidades iguais e garantindo que as necessidades individuais
sejam consideradas. 
Saiba Mais
Aprofunde seus estudos das identidades surdas e os aspectos
heterogêneos da surdez, consultando o material Surdez e
linguagem, em nossa biblioteca virtual.
A autora faz uma reflexão sobre as visões médicas,
fonoaudiológicas, sociais e (neuro) linguísticas da condição do
surdo. Com base em pesquisas e em entrevistas com sujeitos
surdos e seus familiares e educadores, a autora revela a
importância de considerar múltiplos aspectos quando se trata desse
tipo de deficiência, fugindo dos lugares-comuns e preconceitos.
Indicamos: Parte 1 – A busca pela identidade e Parte 3– A
heterogeneidade da surdez e suas implicações neurolinguísticas. 
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way: anecdotes from the deaf community. 3. ed. San Diego: Dawn
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LOPES, M. C. (org.). A invenção da surdez: cultura, alteridade,
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PERLIN, G.; STROBEL, K. Fundamentos da educação de surdos.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.
PESAVENTO, S. J. História & história cultural. 2. ed. Belo
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QUADROS, R. M. De; KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira:
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RUZZA, M. L. F. de. Protagonismo surdo: currículo como construção
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Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo,
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2020.
SANTANA, A. P.; BERGAMO, A. Cultura e identidade surdas:
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26, n. 91, p. 565-582, mai./ago. 2005.
SANTANA, A. P. Surdez e linguagem. 5. ed. São Paulo: Summus,
2019. E-book.
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Aula 2
CULTURA SURDA
Cultura surda
Olá, estudante!
Esta videoaula é dedicada à exploração da cultura surda. Vamos
analisar as diferentes manifestações culturais presentes no cotidiano
da pessoa surda. É dentro da cultura surda que atuam as diferentes
identidades surdas e suas representações por meio da língua de
sinais, da identidade surda, da utilização dos sinais pessoais, das
comunidades e organização específicas da defesa da educação
bilíngue, da valorização da arte, da cultura visual e da compreensão
da história e conquistas. Não deixe de participar dessa experiência
enriquecedora. Assista agora!
Bons estudos!
Ponto de Partida
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Nesta aula sobre cultura surda, os conhecimentos e reflexões
abrangem desde a língua de sinais até a complexidade da
identidade surda, destacando a importância de organizações
específicas e o papel vital do esporte nessa comunidade vibrante.
Essa imersão não apenas enriquecerá sua compreensão cultural,
mas também fornecerá ferramentas essenciais para uma prática
profissional mais inclusiva e sensível.
Ao longo do caminho apresentaremos questões fundamentais sobre
como a língua de sinais molda a identidade, buscando entender qual
o papel das organizações na promoção da inclusão e como o
esporte para surdos supera as barreiras sociais. Também
refletiremos se a sociedade atual influencia os surdos a renunciarem
à sua identidade, buscando assimilar e dissimilar suas diferenças,
tornando-as praticamente invisíveis, ou permite e possibilita espaços
de interação e valorização da cultura surda. Convidamos você a
refletir sobre esses pontos, pois eles serão os pilares das nossas
discussões, incentivando uma análise crítica e aprofundada.
Ao final da aula, o nosso foco será discutir esta questão: de que
maneira as escolas e instituições têm adotado abordagens
inclusivas que valorizam a língua de sinais e a cultura surda,
contribuindo para uma formação identitária mais robusta?
Usufrua dessa oportunidade ímpar de aprendizado. Bons estudos!
Vamos Começar!
Cultura surda
As culturas são continuamente remodeladas conforme os grupos
que as integram. Os surdos, enquanto uma minoria, estão em uma
batalha pela inclusão de sua cultura no contexto social, buscando
legitimidade. Segundo Lacerda (2009), o acesso ao conhecimento
desprovido de consideração pela realidade cultural dos surdos não
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propicia um desenvolvimento apropriado no âmbito sociolinguístico,
podendo desencadear desajustes socioeducacionais.
Ao nos aproximarmos da realidade surda por meio de vivências e
estudos, podemos conjuntamente desvendar elementos culturais
distintivos, os quais se revelam nas formas interativas dos surdos
com a sociedade. A cultura, nesse contexto, oferece um espaço
propício para novas reflexões e construções sociais e linguísticas,
derivadas de experiências e convivências entrelaçadas e
respeitosas entre as diversas entidades envolvidas. Esse processo
reflexivo reflete não apenas traços culturais, mas também aspectos
étnicos em um momento de transformação histórica.
A cultura surda não se restringe ao uso da língua de sinais, mas
perpassa uma série de valores, costumes e comportamentos que
definem a convivência com os integrantes das comunidades surdas.
São elementos fundamentais na construção da cultura surda:
Língua de sinais: A língua de sinais é um elemento central da
cultura surda, proporcionando uma forma única e rica de
expressão.
Identidade surda: Compreensão e aceitação da surdez como
parte integral da identidade individual e coletiva.
Sinais pessoais: Criação de sinais pessoais, expressões
únicas que representam indivíduos dentro da comunidade
surda.
Comunidade e organizações: Participação em organizações
específicas e a construção de uma comunidade que
compartilha experiências e desafios comuns.
Educação bilíngue: Promoção da educação bilíngue,
envolvendo o aprendizado da língua de sinais e da língua
escrita, para garantir uma educação inclusiva.
Arte e cultura visual: Expressões artísticas, visuais e culturais
únicas que refletem a criatividade e perspectivas da
comunidade surda.
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História e conquistas: Consciência e celebração da história,
conquistas e desafios enfrentados pela comunidade surda ao
longo do tempo. 
A cultura surda, tal como a cultura ouvinte, é atravessada por
valores, comportamentos e características próprias que compõem
um grupo de surdos. Por meio dela, é possível processos de
criação, dar sentido para as coisas e simbolizar o mundo. Assim,
não podemos conceber a ideia de uma sem a outra. Além disso, é
importante ressaltar que a cultura é singular: o ouvinte tem uma e os
surdos outra, além de ser transmitida de geração a geração. 
O sinal pessoal
Um aspecto cultural distintivo evidenciado pela língua de sinais é a
atribuição de nomes visuais aos membros da comunidade surda.
Além de possuir um nome escrito, cada pessoa surda é identificada
por um nome visual que a comunidade surda utiliza na língua de
sinais. Nesse contexto, a condição de não ouvir não é considerada
uma deficiência, mas sim uma diferença. Os sujeitos surdos são
percebidos como indivíduos dotados de singularidades originadas
de sua percepção visual, conforme discutido por Karnopp (2004).
Esse sinal deve ser criado e é dado por um surdo, sendo antiético
ser batizado por um ouvinte, pois o batismo faz parte da cultura
surda. O surdo, após observar as características da pessoa e
conversar com ela, irá atribuir o sinal de identificação pessoal. Ele é
usado como uma forma mais prática e visual de identificação das
pessoas dentro da comunidade surda e ouvintes na sociedade. O
sinal é atribuído a partir da observação detrês aspectos principais:
Característica física, como rosto, cabelos, altura e corpo.
Comportamento marcante, manias.
Apelido.
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Quando uma pessoa surda se apresenta em Libras, é prático exibir
seu sinal pessoal antes de soletrar o nome usando o manual do
alfabeto, contribuindo, assim, para a construção da identidade surda
e fortalecendo os laços com a comunidade. 
As associações e organizações
As organizações e associações de surdos desempenham um papel
essencial na promoção, preservação e fortalecimento da cultura
surda em diversas esferas. Essas organizações, muitas vezes
lideradas por membros da própria comunidade surda, são
fundamentais para a criação de redes de apoio, defesa de direitos e
o desenvolvimento de iniciativas que visam à inclusão e valorização
da identidade surda. A busca por uma vida social compartilhada
entre os surdos fortalece o sentido de comunidade, promovendo o
uso da língua de sinais. Vamos explorar os tipos e a importância
dessas organizações, de acordo com Strobel (2008 e 2016):
Associações culturais e sociais: O objetivo é promover a
cultura surda, proporcionar atividades sociais, eventos culturais
e encontros que fortaleçam os laços comunitários, forneçam
um espaço vital para a expressão e celebração da cultura
surda, contribuindo para a construção de uma identidade
coletiva e o compartilhamento de experiências.
Organizações de defesa de direitos: A meta é em prol dos
direitos dos surdos, incluindo acesso à educação de qualidade,
serviços de saúde e igualdade de oportunidades. Essas
organizações desempenham um papel fundamental na
conscientização sobre questões específicas que afetam a
comunidade surda e na defesa de políticas inclusivas e
acessíveis.
Instituições educacionais específicas para surdos: A
proposta é oferecer educação inclusiva que valorize a língua de
sinais e promova o desenvolvimento acadêmico, linguístico e
cultural dos estudantes surdos, cuja importância contribui para
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o fortalecimento da identidade surda ao proporcionar um
ambiente educacional adaptado às necessidades específicas
dos estudantes surdos.
Grupos de apoio e empoderamento: Cria espaços para
compartilhar experiências, oferecer suporte emocional e
promover o empoderamento pessoal e coletivo, além de
desenvolverem um senso de comunidade, permitindo que os
surdos enfrentem desafios com o apoio de outros que
compartilham vivências similares.
Organizações culturais internacionais: Facilitam a
colaboração e o intercâmbio cultural entre surdos de diferentes
partes do mundo, ampliando as perspectivas culturais,
promovendo a compreensão global da diversidade da cultura
surda e fortalecendo a solidariedade internacional.
Organizações de acesso à comunicação: Garantem que os
surdos tenham acesso efetivo à informação por meio de
interpretação em língua de sinais, legendagem e outras
tecnologias assistivas, contribuindo para a igualdade de
oportunidades ao remover barreiras comunicacionais,
permitindo a participação plena na sociedade.
Essa característica social impulsiona a convivência em comunidades
surdas, envolvendo-se em associações de surdos, participando de
atividades conjuntas, optando por estudar em uma mesma escola,
formando tempos esportivos e participando de eventos esportivos.
Siga em Frente...
O esporte para surdos
O esporte na comunidade surda representa um elemento cultural de
extrema relevância. A participação organizada dos surdos em
atividades esportivas remonta ao século XIX, conforme
documentado por Sarmento (2013, p. 340), e pode-se observar que
registros históricos evidenciam o início do envolvimento sistemático
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dos surdos no esporte, destacando a importância cultural dessa
prática ao longo do tempo.
No início do século XX, muitas outras associações desportivas
foram criadas ao redor do mundo. No Brasil, de acordo com
Monteiro (2006), as associações desportivas tiveram sua origem no
Grêmio Esportivo, fundado em 1930, no Instituto Nacional de
Educação de Surdos (Ines). O Grêmio Esportivo do Ines foi
responsável por elaborar ou adaptar regras de esportes e desportos,
e organizar competições internas. Os eventos esportivos
representavam ocasiões significativas de convívio e interação entre
os surdos, promovendo a integração social dentro dessa
comunidade. Impulsionados pelo desejo de retomar e expandir as
oportunidades de convivência entre surdos, eles fundaram diversas
associações de surdos em diferentes regiões do Brasil. Muitas
dessas associações têm uma longa trajetória desde então. Algumas
foram estabelecidas posteriormente e outras já não existem mais.
Conforme observado por Monteiro (2006), essas associações são
robustas organizações nas quais os surdos unem forças para
defender seus direitos, consolidar sua cultura, conviver com seus
pares e celebrar suas conquistas. O esporte frequentemente surge
como uma forma de entretenimento durante jantares ou em
competições exclusivas para surdos, nas quais o esporte é o
destaque principal. Essa interação simbiótica entre eventos
esportivos e associações de surdos é evidente, pois as associações
surgiram em resposta aos eventos esportivos.
Os jogos esportivos ocupam um papel tão central na vida dos
surdos que foi necessário organizar as associações de maneira a
supervisionar e promover esses eventos, considerando que
frequentemente as atividades transcendem fronteiras municipais e
estaduais.
Diante dessas peculiaridades foi, então, percebida a necessidade de
organizar as associações para eventos esportivos em instâncias
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estaduais, fundando-se, assim, as federações esportivas. Parte
superior do formulário As Surdolimpíadas tiveram sua origem no
esforço de promover a participação esportiva e a competição entre
atletas surdos, oferecendo-lhes uma plataforma global para
demonstrar suas habilidades atléticas. A ideia inicial para a criação
das Surdolimpíadas foi concebida por Eugène Rubens-Alcais, um
educador surdo francês, durante o Congresso Mundial de Surdos
em Milão, em 1924.
A primeira edição oficial das Surdolimpíadas ocorreu em 1924, em
Paris, França e desde então, o evento passou a ser realizado a cada
quatro anos, seguindo um formato semelhantes aos Jogos
Olímpicos. A realização regular desses jogos contribuiu
significativamente para o fortalecimento da identidade surda no
contexto esportivo e para a promoção da inclusão e compreensão
global das habilidades atléticas dos surdos.
Os surdoatletas não participam dos Jogos Paralímpicos. A decisão
de separar os eventos para atletas surdos, como as Surdolimpíadas,
dos Jogos Paralímpicos foi baseada em considerações específicas
relacionadas ao desenvolvimento e à promoção de atividades
esportivas para comunidades com necessidades distintas.
O Comitê Paralímpico Internacional (IPC), responsável pelos Jogos
Paralímpicos, e o Comitê Olímpico Internacional (COI), que lida com
os Jogos Olímpicos, têm diferentes categorias e critérios para
inclusão de atletas. Os atletas surdos são geralmente representados
pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD), que
organiza as Surdolimpíadas. A separação permite que cada evento
esportivo se concentre nas necessidades específicas de suas
respectivas comunidades, garantindo a melhor promoção e
desenvolvimento do esporte para cada grupo.
Manifestações artísticas
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As manifestações artísticas também desempenham um papel
significativo na cultura surda. Por meio da dança, do teatro, da
poesia e de outras formas de expressão, os surdos têm a
oportunidade de compartilhar suas experiências e perspectivas de
mundo.
Os autores Skliar (2000) e Perlin (2004) observam que, se a base da
cultura surda não estiver presente, dificilmente o sujeito surdo irá
percorrer a trajetória de sua nova ordem, que será oferecida na pista
das representações inerentes às manifestações culturais. A Libras
desempenha um papel fundamental no contexto artístico, servindo
como meio de comunicação e expressão para as criações artísticas.
Assim, os aspectos linguísticos e culturais da Libras e da
comunidade surda são intrinsecamente entrelaçados.
Para compreender a cultura surda, torna-se relevante inferir como
os surdos percebem o mundo, usam a sua língua de sinais, quais
são suas ideias, quais crenças os constituem, quais são os
costumes que eles têm e quais são suas práticas cotidianas.
Os artefatos culturais são objetos e materiais produzidos em
determinada cultura, influenciados por um povo, meio ou região. A
produção de artefatos dentro da área da surdez é de extrema
importância, uma vez que reconhece os surdos como cidadãos
participantes de uma sociedade em sua maioria ouvinte. Isso levou
os surdos a se unirem e formarem grupos a partir de experiências
compartilhadas com seus pares.
Essa união resultou na formação do que chamamos de comunidade
surda, uma junção desses grupos em todo o país. Essa união
estabelecida entre os surdos e seus pares linguísticos gerou o
surgimento de artefatos culturais, que incluem experiências visuais,
linguísticas, familiares, literatura surda, vida social e esportiva, artes
visuais, políticas, materiais e experiências visuais.
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A literatura surda encarrega-se de resgatar as memórias das
vivências surdas ao longo do tempo, abrange uma variedade de
gêneros textuais, tais como poesia, história, piadas, literatura infantil,
clássicos, fábulas, contos, romances, lendas, entre outras
manifestações culturais, e abraça histórias autênticas e autocríticas,
incorporando elementos cômicos para transmitir mensagens
importantes de forma acessível (Morgado, 2011).
Nessas narrativas, a língua de sinais desempenha um papel central,
explorando questões de identidade e da cultura surda. Alguns
desses relatos são expressos diretamente em língua de sinais,
como declamações de poesias e outras formas de expressão
artística. Escritores, poetas e pesquisadores surdos contribuíram
significativamente para o cenário literário, publicando suas obras
tanto em língua de sinais quanto em língua portuguesa,
compartilhando modelos ricos de suas identidades culturais.
Segundo Karnopp (2004, p. 6):
Surdos reúnem-se frequentemente para contar histórias e,
entre as preferidas, estão as histórias de vida, as piadas e
aquelas que incluem elementos da cultura surda, com
personagens surdos, com tramas que, em geral, envolvem as
diferenças entre o mundo surdo e o ouvinte (Karnopp, 2004,
p. 6). 
O humor é uma característica muito forte na literatura surda, sendo
necessário ser fluente na língua de sinais para conseguir
compreender algumas de suas sutilezas linguísticas (Morgado,
2011). 
O humor reflete a diversidade cultural e linguística únicas da
comunidade surda. No âmbito da língua de sinais, como a Libras, o
humor se desdobra de maneiras distintas, incorporando jogos de
palavras visuais, trocadilhos e nuances gestuais.
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A ironia cultural surda é uma vertente comum, explorando situações
cotidianas específicas da comunidade surda, proporcionando
risadas de experiências comuns, desafios de comunicação ou
aspectos únicos da cultura surda. A sátira linguística é outra
abordagem, em que a língua de sinais se torna o foco de humor,
explorando suas características gramaticais e estruturais de maneira
divertida. Peças teatrais e performances humorísticas em língua de
sinais são populares, destacando gestos, expressões faciais e
movimentos corporais de maneira cativante.
Desenhos humorísticos e quadrinhos também encontram espaço na
literatura surda, utilizando a representação gráfica da língua de
sinais para criar situações cômicas e envolventes. Essas formas de
expressão humorística não apenas proporcionam entretenimento,
mas também servem como veículo para promover a compreensão,
construir identidade cultural e desafiar estereótipos.
Assim, o humor na literatura surda transcende o simples riso,
tornando-se uma ferramenta poderosa para comunicar, conectar e
celebrar a singularidade da comunidade surda. É uma expressão
artística enriquecedora que oferece uma perspectiva única, tanto
para leitores surdos quanto para aqueles que buscam compreender
a riqueza cultural e linguística dessa comunidade vibrante. 
Vamos Exercitar?
No início da aula, indagamos: de que maneira as escolas e
instituições têm adotado abordagens inclusivas que valorizam a
língua de sinais e a cultura surda, contribuindo para uma formação
identitária mais robusta?
As escolas e instituições têm implementado diversas abordagens
inclusivas para valorizar a língua de sinais e promover uma cultura
surda mais significativa. Uma estratégia essencial é a integração da
língua de sinais no currículo, reconhecendo-a como uma língua
legítima e promovendo uma compreensão mais ampla da
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diversidade linguística. A contratação de professores surdos também
desempenha um papel importante, não apenas como educadores,
mas como modelos a serem seguidos, proporcionando referências
positivas em posições de autoridade e facilitando a diversidade
linguística. A contratação de professores surdos também
desempenha um papel importante, não apenas como educadores,
mas como modelos a serem seguidos, proporcionando referências
positivas em posições de autoridade e facilitando a comunicação por
meio da fluência em língua de sinais.
Além disso, as escolas organizam eventos culturais que destacam a
riqueza da cultura surda, promovendo respeito, compreensão e
valorização da identidade surda. Ao adotar práticas como essas, as
instituições não apenas reconhecem a importância da língua de
sinais e da cultura surda, mas também desempenham um papel
essencial na formação de identidades fortes e positivas para os
estudantes surdos.
Saiba Mais
Para que você aprofunde seus estudos, indicamos o site That Deaf
Guy, criado por Matt Daigle, com a finalidade de compartilhar, por
meio de tirinhas e charges de humor, a rotina de indivíduos surdos,
relações entre pais e filhos, sorrisos e embaraços dessa cultura no
cotidiano. O site apresenta três personagens que fazem parte da
história em quadrinhos: Desmond é um designer gráfico surdo
casado com Helen, uma advogada ouvinte, fluente em Língua de
Sinais, que por vezes atua como intérprete. Cedric é o simpático
filho do casal: com quatro anos, o pequeno transita com facilidade
entre o mundo surdo e o mundo ouvinte. Uma família comum, que
convive – entre piadas e frustrações – com os imperativos da
surdez.
 
 
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https://handsail.net/home-tdg/
https://handsail.net/home-tdg/
Referências Bibliográficas
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educação infantil e no ensino fundamental. Porto Alegre:
Mediação/Fapesp, 2009.
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STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. 4. ed.
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Aula 3
MITOS DA LIBRAS
Mitos da Libras
Esta videoaula é dedicada aos conceitos equivocados que cercam a
utilização das línguas de sinais. No Brasil, definimos esse estudo
como mitos da Libras. Naturalmente, com o passar dos anos a
sociedade mudou sua maneira de compreender a surdez e isso
resultou em novas concepções, terminologias mais adequadas e
atitudes mais assertivas. No entanto, alguns conceitos encontram
resistência e ainda, vez ou outra, aparecem nas interações com as
pessoas surdas. Com a finalidade de esclarecê-los, convidamos
você a participar desse momento de reflexão. Assista agora! 
Bons estudos!
Ponto de Partida
Boas-vindas ao estudo dos mitos da Libras! Este espaço foi
cuidadosamente projetado para explorarmos, compreendermos e
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desconstruirmos as diversas concepções equivocadas que cercam a
Língua Brasileira de Sinais. Ao adentrarmos nessa jornada, será
possível articular com outros aspectos que envolvem o ensino, o
aprendizado e a utilização da língua de sinais.
Os mitos da Libras são representações distorcidas que muitas vezes
influenciam negativamente a percepção da comunidade surda e a
valorização da língua de sinais. Mas quais são as raízes dessas
representações distorcidas e como elas contribuem para a
marginalização da Libras? Neste espaço, buscaremos desvendar
esses equívocos, promovendo uma compreensão mais profunda e
precisa da Libras. Será uma jornada de aprendizado mútuo, em que
cada descoberta nos aproximará do objetivo maior: a construção de
uma sociedade mais inclusiva e consciente.
Para exercitarmos os nossos conhecimentos, ao final da aula
buscaremos responder: como superar as representações distorcidas
da Língua Brasileira de Sinais presentes na sociedade e muitas
vezes no próprio ambiente educacional?
Ao longo desse percurso, incentivamos a participação ativa, o
diálogo aberto e o respeito pelas diferentes perspectivas. Este é um
convite para desaprendermos juntos e construirmos conhecimento
de forma colaborativa. Estamos empolgados com a oportunidade de
desconstruir estereótipos, promover o entendimento genuíno e
contribuir para um ambiente mais inclusivo e acolhedor para todos.
Vamos embarcar em mais esta etapa do seu aprendizado.
Vamos Começar!
Os conceitos equivocados relacionados à
Libras
A Língua Brasileira de Sinais (Libras), reconhecida oficialmente no
Brasil desde 2002, representa uma língua completa e complexa. A
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desmistificação de equívocos e a correta utilização de terminologias
são fundamentais para compreender a riqueza cultural e os
aspectos linguísticos associados à Libras. Esses conceitos
equivocados da surdez e das línguas de sinais recebem o nome de
mitos. Vamos conhecê-los e desvelá-los.
Mito: A língua de sinais é universal
A Língua Brasileira de Sinais é específica do Brasil e não é
universal, surpreendendo muitas pessoas ao descobrirem que cada
país possui sua própria língua de sinais com vocabulário e
organização distintos (Quadros; Karnopp, 2004). Assim como as
línguas orais, as línguas de sinais são genuínas, e compreender
essa realidade ajuda a explicar a diversidade existente. Da mesma
forma que as línguas orais descendem do latim, como o italiano,
português, espanhol e francês, as línguas de sinais também
apresentam variações devido à evolução ao longo do tempo.
Embora muitas línguas de sinais tenham origem na língua francesa,
que foi fundamental para a educação de surdos, estudos indicam
que, historicamente, línguas de sinais como a americana e a
francesa têm menos de 30% de sinais semelhantes. De forma
análoga, cada país tem seu próprio alfabeto manual.Parte superior
do formulário É interessante destacar que também é possível
encontrar mais de uma língua de sinais dentro do território nacional.
Mito: a língua de sinais é o alfabeto manual
Gesser (2009) destaca a importância de compreender que restringir
a língua de sinais ao alfabeto manual representa uma visão limitada
do potencial linguístico da Libras. A datilologia e o alfabeto manual,
também conhecidos como alfabeto datilológico, têm um papel
relevante na representação das letras do alfabeto, sendo úteis para
soletrar nomes próprios, siglas ou termos que ainda não possuem
sinais correspondentes na Libras. No entanto, deve-se reconhecer
que a comunicação eficaz em Libras não se resume à soletração
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manual de palavras. Assim como nas línguas orais, em que cada
significado está ligado a um significante específico, em Libras a
correspondência das “palavras” nas línguas orais é expressa por
meio de “sinais” na língua de de sinais. Em uma conversa em língua
portuguesa, não soletramos letra por letra, mas sim utilizamos as
palavras, e da mesma forma, em Libras não ocorre a soletração
letra por letra, mas sim a expressão dos significados por meio dos
“sinais”. 
Mito: As línguas de sinais são icônicas
De acordo com Quadros e Karnopp (2004), a iconicidade dos sinais
seria quando a forma, o movimento e/ou a relação espacial
construída pelo sujeito surdo na execução de um sinal da Libras
propiciaria mesmo a um ouvinte sem o domínio da língua de sinais
compreender seu significado. Alguns sinais, como CASA e
BORBOLETA são considerados sinais icônicos, mas é preciso
considerar que nem todos os sinais são icônicos. A maioria dos
sinais são considerados arbitrários, ou seja, sem correlação visual
com o seu significado, como o sinal de SUJO e BRINCAR. 
Mito: As línguas de sinais só expressam conceitos
concretos
Devido à crença equivocada de que a língua de sinais está limitada
a sinais icônicos, algumas pessoas não conseguem conceber a
capacidade da Libras de expressar conceitos abstratos que podem
ser desafiadores de representar visualmente. No entanto,
contrariando essa visão restritiva, as línguas de sinais têm a
habilidade de expressar qualquer conceito, seja concreto ou
abstrato, abrangendo diferentes níveis de complexidade e diversas
áreas do conhecimento, incluindo discussões sobre política, filosofia,
artes, cálculos matemáticos, entre outros. De acordo com Choi et al.
(2011), até mesmo novos termos lexicais resultantes de mudanças
culturais ou tecnológicas podem ser traduzidos para a Libras, como
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é o caso dos sinais relacionados à covid-19, um termo
recentemente incorporado ao vocabulário da língua portuguesa. 
Mito: As línguas de sinais são agramaticaise/ou
linguisticamente inferiores
Quando os ouvintes percebem que a Libras não inclui preposições e
artigos, entre outros elementos, alguns tendem a interpretar,
erroneamente, que se trata de um sistema linguístico inferior ou
empobrecido, possivelmente carente de gramática. No entanto, essa
noção é equivocada, pois, conforme evidenciado por Choi et al.
(2011) e Quadros e Karnopp (2004), a Libras possui recursos
linguísticos e gramaticais, que permitem marcar visualmente
aspectos, normalmente, expressões por preposições, artigos e
demais características das línguas orais.
Quadros e Karnopp (2004) também enfatizam que há uma
percepção de empobrecimento na Libras devido à ausência de
vocabulário específico em certas áreas do conhecimento. No
entanto, à medida que a Libras ganha maior destaque no ambiente
escolar, há uma notável expansão do glossário de termos técnicos,
seguindo a trajetória observada em outros países, como Estados
Unidos e Canadá. É importante considerar que a língua de sinais foi,
por muito tempo, proibida nas escolas, e as propostas de
catalogação e divulgação de dicionários e glossários da Libras no
Brasil são recentes, representando desafios para uma língua que foi
reconhecida e permitida apenas recentemente. Contudo, de maneira
alguma isso implica inferioridade.
Siga em Frente...
Uso inadequado de terminologias
O uso de terminologias relacionadas à surdez, muitas vezes
negligenciado, pode ter impactos significativos nas interações
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cotidianas, na comunicação interpessoal causando situações de
desconforto, bem como perpetuar estereótipos e preconceitos,
contribuindo para a exclusão de grupos específicos. Por isso, é
fundamental o estudo e a reflexão das terminologias corretas para
referir-se aos indivíduos surdos e à língua de sinais, sobretudo em
contextos técnicos e científicos.
O uso inadequado de terminologias na Libras também se refere aos
sinais imprecisos e gestos ofensivos, que devem ser evitados para
promover um ambiente de respeito e inclusão.
Observe algumas terminologias que já foram utilizadas e atualmente
podem ser substituídas por termos mais adequados.
Surdo x mudo x surdo-mudo
O termo mudo para se referir a pessoas surdas não é mais
recomendado, pois não é preciso nem respeitoso. A surdez não
implica necessariamente a incapacidade de falar. Muitas pessoas
surdas são capazes de falar ou optam por usar formas alternativas
de comunicação, como a língua de sinais.
O termo surdo-mudo é considerado desatualizado e inadequado,
pois perpetua a ideia equivocada de que todas as pessoas surdas
são incapazes de falar. Além disso, esse termo pode ser
estigmatizante, sugerindo erroneamente uma limitação na
capacidade de se comunicar. A terminologia correta e respeitosa
para se referir a uma pessoa surda é simplesmente surdo ou
pessoa surda. Se necessário, pode-se acrescentar informações
adicionais sobre a forma de comunicação preferida da pessoa, como
surdo que usa língua de sinais ou surdo que se comunica
oralmente.
Deficiente auditivo (DA) x Pessoa
com deficiência auditiva
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A escolha de utilizar a expressão pessoa com deficiência auditiva
em vez de deficiente auditivo está relacionada a uma abordagem
centrada na pessoa, que destaca a individualidade e humanidade da
pessoa antes de sua condição ou características específicas.
Enquanto o termo deficiente auditivo é uma linguagem centrada na
deficiência, o termo pessoa com deficiência auditiva é conhecido
como uma linguagem centrada na pessoa e visa promover
respeito, inclusão e dignidade para as pessoas com deficiência. Ao
usar a expressão pessoa com deficiência auditiva, enfatiza-se a
identidade da pessoa como um todo, reconhecendo que a
deficiência auditiva é apenas uma parte de quem ela é, mas não
define sua totalidade. Essa escolha linguística visa evitar
estigmatizações e preconceitos associados à deficiência,
promovendo uma visão mais inclusiva e respeitosa.
Deficiente auditivo x surdo
A preferência pelo termo surdo em vez de deficiente auditivo
muitas vezes está relacionada à busca por uma identidade cultural e
linguística específica. A comunidade surda muitas vezes se identifica
com uma cultura surda e uma língua de sinais, como a Língua
Brasileira de Sinais. Para muitos surdos, a surdez não é vista
apenas como uma deficiência, mas como uma parte integrante de
sua identidade.
Ao utilizar o termo surdo, destaca-se o pertencimento a uma
comunidade específica e reconhece-se a surdez como uma
característica intrínseca à identidade do indivíduo. Por outro lado, o
termo deficiente auditivo pode ser percebido como mais clínico e
médico, enfatizando a perda auditiva como uma deficiência em vez
de uma parte da diversidade humana.
É importante respeitar a escolha individual das pessoas e
reconhecer que as preferências linguísticas podem variar. Algumas
pessoas surdas podem preferir ser identificadas como surdas,
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enquanto outras podem se sentir mais confortáveis com o termo
deficiente auditivo. O respeito pela escolha de terminologia é
fundamental para promover uma comunicação inclusiva e
respeitosa.
Características que garantem o status de
língua à Libras
Historicamente, a Libras foi vista por muitos como simples “gestos”
ou como a “linguagem dos sinais”, “a linguagem dos surdos”, entre
outras nomenclaturas equivocadas. Descontruir essas concepções e
comprovar que a Libras é uma língua e que perpassa por todos os
níveis linguísticos como qualquer outra língua tem sido uma tarefa
árdua a estudiosos, pesquisadores, professores e comunidade
surda (Streiechen; Kendrick, 2022)
Dessa forma, algumas concepções da língua e suas características,
adaptado de Marcuschi (2009):
Representação do pensamento: A língua é o espelho do
pensamento e as circunstâncias não afetam o seu
funcionamento. Nessa concepção, prevalece a ideia de que, se
alguém se expressa mal, é porque não pensa.
Forma ou estrutura: A língua é um sistema de regras ou um
sistema de signos (significante – parte acústica da palavra e
significado – parte conceitual da palavra).
Instrumento de comunicação: A língua é um código e é
capaz de transmitir uma mensagem de um emissor a um
receptor. Nessa concepção, a língua é tida como um
instrumento de fácil manuseio. A transmissão de informações
seria natural e a compreensão objetiva.
Atividade sociointerativa: A língua é uma atividade que tem
fundamentação cognitiva, sócio-histórica e sociointerativa.
Segundo essa concepção, a língua não é autônoma nem
abstrata.
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Há características fundamentais da Língua Brasileira de Sinais que
a legitimam como língua, destacando sua evolução histórica,
reconhecimento legal e características gramaticais e culturais. A
Libras, estruturada no Brasil a partir do século XIX, proveniente do
francês, foi oficializada como língua em 2002 pela Lei n° 10.436. O
artigo 1º dessa lei regulamenta a Libras como meio legal de
comunicação, destacando seu caráter linguístico com estrutura
gramatical própria.
A Lei n° 10.436, art. 1º, é clara quando diz que: 
Art. 1º – É reconhecida como meio legal de comunicação e
expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros
recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único.
Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma
de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de
natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria,
constituium sistema linguístico de transmissão de ideias e
fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil
(Brasil, 2002). 
A Libras apresenta uma organização gramatical única que se
diferencia das outras formas de comunicação. Quadros e Karnopp
(2004) destacam que as línguas de sinais são modalidades
gestuais-visuais em que a informação linguística é recebida pelos
olhos e produzida pelas mãos, apresentando princípios de
construção semelhantes às línguas orais. A Libras, como todas as
línguas, revela níveis linguísticos fonológicos, morfológicos,
sintáticos e semânticos, configurando-se como uma língua
completa.
A noção de língua é multifacetada, estabelecida por diferentes
perspectivas teóricas, mas a Libras desempenha um papel
fundamental como língua de sinais. Conforme apontado por Cecato
(2017), a língua é um sistema que permite a comunicação entre
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falantes, destacando sua natureza estruturada e constante, com o
elemento social como componente fundamental. A Libras atua como
língua de instrução e aprendizado para a comunidade surda,
facilitando a comunicação, promovendo a inclusão e garantindo o
acesso à educação de qualidade. Suas características fundamentam
seu reconhecimento como uma língua essencial para a inclusão e
comunicação eficaz entre surdos e ouvintes.
 
 
 
Vamos Exercitar?
Agora, vamos tratar sobre este questionamento apresentado
anteriormente: como superar as representações distorcidas da
Língua Brasileira de Sinais presentes na sociedade e muitas vezes
no próprio ambiente educacional?
Historicamente, a sociedade tendeu a perceber as línguas de sinais
como formas inferiores de comunicação, comparadas às línguas
orais, contribuindo para a crença de que a Libras seria uma língua
empobrecida.
No contexto educacional, a predominância do modelo médico de
surdez, que enfatiza a deficiência e a necessidade de correção,
também contribuiu para a marginalização da Libras. A falta de
reconhecimento oficial da língua de sinais em diversos espaços,
incluindo instituições educacionais, perpetuou o estigma de que a
comunicação por meio de sinais seria uma forma menos válida de
expressão.
A superação dessas representações distorcidas exige uma
abordagem abrangente e colaborativa. Em primeiro lugar, é
fundamental promover a conscientização e a educação a respeito da
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Libras, destacando sua complexidade gramatical, sua riqueza
cultural e a capacidade de expressar nuances linguísticas. Isso pode
ser feito por meio de iniciativas educacionais, campanhas de
sensibilização e inclusão da temática nos currículos escolares.
Além disso, é essencial combater estereótipos e preconceitos,
desafiando a ideia de inferioridade associada à Libras. Incentivar o
uso da língua em diversos contextos sociais e valorizar as
expressões artísticas, literárias e culturais em Libras são estratégias
poderosas para construir uma visão mais positiva e enriquecedora
da língua.
A promoção de políticas inclusivas e o reconhecimento oficial da
Libras como língua de direitos e garantias são passos cruciais para
combater a marginalização. Essas medidas podem ocorrer por meio
de legislações específicas, adaptações curriculares que valorizem a
educação bilíngue e a criação de ambientes educacionais
verdadeiramente inclusivos.
Saiba Mais
Aprofunde seus estudos consultando a Unidade 2 (páginas 45 até
64), da obra Língua brasileira de sinais: libras, de Silva (2015).
Nesse estudo, o autor aborda os aspectos linguísticos e culturais da
Libras, de um ponto de vista inusitado que, ao mostrar como as
coisas funcionam na prática, possibilita ao leitor um processo
intensivo (e real) da aprendizagem. O livro está disponível em nossa
Biblioteca Virtual.
 
 
Referências Bibliográficas
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https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/35534/pdf/0?code=LGR2QhfxwsaV1d2BSSic0eXPSZXlc61cKJy2MrUZP3tSN3srEwE73e3GzHo3mttNnFowxAAb6oqSuw/paLABFw==
BRASIL. Ministério da Educação. Lei n°. 10.436, de 24 de abril de
2002. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2002.
CECATO, C. Introdução aos fundamentos teóricos da
linguística. Curitiba: InterSaberes, 2017.
CHOI, D. et al. Libras: conhecimento além dos sinais. São Paulo:
Pearson Prentice Hall,
2011.
GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos
em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo:
Parábola, 2009.
MARCUSCHI, L. A. Linguística de texto: o que é e como se faz?
Delta: Documentação e Estudos em Linguística Teórica e
Aplicada, v. 26, n. 1, 2010. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/delta/article/view/19979. Acesso
em: 12 fev. 2024.
QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. de. Língua de sinais
brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
SILVA, R. D. (org.). Língua brasileira de sinais: libras. São Paulo:
Pearson, 2015. E-book.
STREIECHEN, E. M.; KENDRICK, D. Aspectos linguísticos da
Libras. In: LEMKE, C. K.; ANGELO, M. P.; COSTA, L. T. da (org.).
Debates contemporâneos na área da linguagem: diversidade e
multiculturalismo. 1. ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2022.
Aula 4
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
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Variações linguísticas
Esta videoaula é dedicada ao estudo das variações linguísticas
presentes na Língua Brasileira de Sinais, que contribui para a
pesquisa linguística e para o entendimento mais aprofundado da
estrutura da língua visando à comunicabilidade com eficiência. O
reconhecimento, o respeito e a valorização da diversidade linguística
existente na comunidade surda garantem que todos tenham acesso
à informação, ao conhecimento, à aprendizagem e participem
plenamente da vida cultural e social.
Bons estudos!
Ponto de Partida
 Boas-vindas ao estudo das variações linguísticas na Libras!
As variações linguísticas desempenham um papel fundamental na
comunicação, refletindo a diversidade cultural e social de diferentes
comunidades ao redor do mundo. Essas variações não apenas
enriquecem a forma como nos expressamos, mas também são
essenciais para a preservação das identidades culturais e étnicas.
Cada região, grupo étnico e comunidade tem suas próprias formas
de falar, expressar emoções e transmitir significados. Isso contribui
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para a riqueza da diversidade linguística, que, por sua vez, está
intrinsecamente ligada à identidade individual e coletiva.
Além disso, as variações linguísticas desempenham um papel vital
na expressão criativa. Elas oferecem uma paleta rica de expressões
que podem capturar nuances e detalhes que seriam perdidos em
uma linguagem mais padronizada. Essa expressividade contribui
para a evolução contínua das línguas, acompanhando as mudanças
sociais, culturais e tecnológicas. No entanto, será que nas línguas
de sinais, mais especificamente na Libras, a presença das variações
linguísticas é fator preponderante na comunicação? Como o surdo
utiliza, ou não, a variação linguística na língua de sinais? Será que
há semelhanças com as variações da língua portuguesa?
Ao refletir sobre esses aspectos, promovemos a inclusão social e
combatemos preconceitos associados à forma como as pessoas
falam, o que é essencial para criar sociedades mais justas e abertas
à diversidade. A compreensão das variações linguísticastambém é
decisiva para facilitar a comunicação intercultural em um mundo
cada vez mais globalizado. Valorizar essas diferenças linguísticas
contribui para uma comunicação mais eficiente e significativa em
contextos diversos.
Sabendo disso, ao final desta aula, focaremos nesta questão: como
as variações linguísticas na Língua Brasileira de Sinais impactam a
comunicação e a compreensão entre os usuários dessa língua,
considerando aspectos regionais, culturais e históricos?
Bons estudos!
Vamos Começar!
Variações linguísticas
Sabe-se que na língua portuguesa existe a variação linguística e
que ela se refere às mudanças que acontecem com a língua
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decorrentes de alguns fatores, como o espaço, o tempo, o nível
cultural e a situação de comunicação que cada pessoa se manifesta.
Assim, as variações linguísticas são objeto de estudo na linguística,
proporcionando percepções valiosas da evolução e da estrutura das
línguas (Orselli, 2017, p. 3).
As variações linguísticas geográficas, históricas e sociais estão
presentes em todas as línguas, sejam elas orais ou visuais, como é
o caso das línguas de sinais. Na Libras, as variações linguísticas
também acontecem, e é comum encontrarmos dialetos, reforçando,
assim, o seu status de língua natural. Vamos considerar as
variações linguísticas na Libras abordadas por Strobel e Fernandes
(1998). Acompanhe adiante!
Siga em Frente...
Variação diatópica
A variação diatópica, também conhecida como variação regional ou
geográfica, está presente em todas as formas de expressão
linguística, seja na oralidade de uma língua ou na língua de sinais.
No contexto da língua portuguesa, essa variação ocorre quando há
diferentes termos utilizados para se referir ao mesmo conceito,
dependendo da região analisada. Dessa forma, as diferentes
designações para um mesmo objeto linguístico são influenciadas
pelo local do emissor do discurso. Exemplos:
Pipa x pandorga x papagaio.
Semáforo x farol x sinal x sinaleiro.
Bolita x burquinha x bolinha de gude.
Em Libras, variações diatópicas também acontecem. Observe a
variação na emissão do sinal da conjunção adversativa mas,
dependendo da região em que o discurso acontece.
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Figura 1 | Variação na emissão do sinal da conjunção
adversativa mas. Fonte: Strobel e Fernandes (1998).
Observam-se, também, as variações diatópicas nos sinais de
VERDE, BRANCO e ABACAXI, entre outros.
Variação diacrônica
A variação diacrônica é a variante linguística que se refere às
nuances históricas, pois estão associadas a mudanças ao longo do
tempo cronológico. A evolução diacrônica é responsável por termos
como você serem utilizados para se dirigir diretamente ao
interlocutor. Essa palavra passou por diversas modificações ao
longo do tempo até se consolidar como tal:
Vossa mercê
Vosmecê
Vossemecê
Vosmecê
Vomincê
Vancê
Você
Ocê
Cê
Vc 
Essa variação resulta do transcorrer do tempo, uma vez que a
língua está em constante evolução, impulsionada pela criatividade
dos falantes, que buscam novas expressões para uma comunicação
mais eficaz. Em Libras, destacamos a mudança no sinal de JUNHO.
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Figura 2 | Mudança no sinal de junho. Fonte: Witkoski, Maestri e
Oliveira (2019). 
É fundamental ressaltar que boa parte das inovações linguísticas
não perdura, o que reforça a importância de observar a estabilização
das formas faladas e escritas somente ao longo do tempo. 
Variação diastrática
A variação diastrática é entendida como aquela que diz respeito às
variações linguísticas associadas a diferentes grupos sociais,
levando em consideração fatores como idade, gênero, classe social,
profissão, entre outros. Podemos destacar o uso de gírias ou
expressões específicas por jovens de determinada região que
podem não ser comuns entre pessoas mais velhas ou de outra
classe social:
Linguagem médica.
Linguagem dos advogados.
Linguagem dos surfistas.
Em Língua Brasileira de Sinais, a variação diastrática se reflete em
alterações nas configurações das mãos e/ou no movimento do sinal,
sem, no entanto, modificar seu significado semântico. Os demais
parâmetros fonológicos, como ponto de articulação, movimento,
orientação/direção e expressão não-manual (ENM) permanecem
constantes. É possível observar diferentes formas de expressar o
sinal da palavra avião em situações que envolvem maior ou menor
grau de formalidade/informalidade, destacando a diversidade de
desempenho nesse contexto linguístico.
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Figura 3 | Variação no sinal para a palavra avião.
Fonte: Strobel e Fernandes (1998).
Variação diafásica
A variação diafásica é quando as variações linguísticas ocorrem de
acordo com o contexto ou situação comunicativa, ou seja, a
linguagem varia conforme o ambiente, o propósito da comunicação,
da formalidade/informalidade, ou seja, ao falar com o chefe em uma
videoconferência sobre relatórios importantes, a tendência é usar a
língua de modo mais formal. Mas, se estivermos entre colegas de
trabalho em um happy hour, na sexta-feira à noite, o vocabulário
utilizado será mais informal.
Essas variações acontecem por causa do contexto da comunicação,
ou seja, o local e a ocasião determinam se devemos falar de
maneira mais formal ou informal com a pessoa com quem estamos
interagindo.
E, aí? Beleza?
Tipo isso.
Valeu!
Estamos gratos pela presença de todos.
 Na Libras, durante a apresentação de um trabalho acadêmico em
sala de aula, é comum observar o uso de sinais mais formais,
acompanhados por uma expressão facial neutra. Nesse contexto, a
comunicação busca transmitir seriedade e foco no conteúdo
discutido. Em contrapartida, em situações informais, como uma
conversa entre amigos, a abordagem é diferente. É evidente a
utilização de sinais mais descontraídos, expressões faciais mais
expressivas e gestos informais, contribuindo para uma interação
mais relaxada e amigável. Essa flexibilidade na linguagem de sinais
16/02/2025, 12:49 Aspectos Linguísticos e Culturais da Libras
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destaca como a variação diafásica em Libras se adapta aos
diferentes cenários e propósitos comunicativos. 
Variação numérica
A variação numérica na Língua Brasileira de Sinais diz respeito à
maneira como os números são representados e expressos por meio
dos sinais (configuração da mão e movimento). Ressalta-se a
importância de conhecer os sinais específicos para os diferentes
contextos comunicativos envolvendo aspectos numéricos.
Sinais utilizados para representar numerais como código
representativo: número de documentos, telefone, número da casa
ou ônibus, entre outros.
Figura 4 | Sinais utilizados para numerais. Fonte: IFSC (2007).
Sinais utilizados para representar quantidade. Tudo aquilo que pode
ser “contado”: objetos, dias, entre outros.
Figura 5 | Sinais utilizados para quantidade. Fonte: IFSC
(2007). 
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Na imagem seguinte, é possível observar a diferença no movimento.
Esses sinais são utilizados para indicar o horário (mas não a
duração).
Figura 6 | Sinais utilizados
para horário. Fonte: IFSC
(2007).
Sinais utilizados para representar numerais em contexto monetário
brasileiro: preços e valores em reais.
Figura 7 | Sinais para preços e valores reais. Fonte:

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