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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO I RECIFE, 15 DE SETEMBRO DE 2015 CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO I OS CUIDADOS COM A UTILIZAÇÃO COM O USO DA ÁGUA NO PREPARO DA ARGAMASSA EQUIPE Bruno Lira Everson Lima Maristella Oliveira Midiã Moreira Williane Rodrigues PROFESSORA: Cristiane Recife, 15 de Setembro de 2015 ÁGUA DE AMASSAMENTO A água é o material mais consumido no planeta e um elemento indispensável a todas as formas de vida. Além disso, é um componente fundamental do concreto, responsável pelas reações de endurecimento e usada na cura, chega representar 20% de seu volume. A água confere continuidade na mistura da argamassa, permitindo a ocorrência das reações entre os diversos componentes, sobre tudo com a química do cimento. Serve também como um meio utilizado pelo pedreiro para regular a consistência da mistura, fazendo a sua adição até a obtenção da trabalhabilidade desejada, portanto, é necessário ter um cuidado especial com a água de amassamento, pois se contiver substâncias danosas em teores acima dos estabelecidos por norma, podem influenciar no seu comportamento e propriedades como a queda da resistência, a alteração do tempo de pega, a ocorrência da eflorescência, o aparecimento de manchas e a corrosão da armadura; são os efeitos adversos mais significativos em relação à falta de cuidados com a água. Assim, não se pode empregar água do mar e outras águas com alto teor de sais solúveis e outras substâncias nocivas. Deve-se, portanto, utilizar a água potável da rede pública de abastecimento ou no caso da necessidade de utilização de água não tratada realizar testes para verificar a sua qualidade. CUIDADOS COM A ÀGUA Para evitar problemas é fundamental que a água satisfaça alguns requisitos mínimos de qualidade, especificados pela NBR NM 137/97 – Água para amassamento e cura de argamassa e concreto de cimento Portland. Segue abaixo alguns requisitos químicos que devem ser respeitados: Para sólidos totais é estabelecido o valor máximo de 5000 * 10-6 g/cm3. O pH deve estar compreendido entre 5,5 e 9,0. O teor máximo de ferro não deve ultrapassar a 1,0 * 10-6 g/cm³. Obs.: O limite de ferro só se aplica para concretos com restrições estéticas ao manchamento. A NBR NM 137 estabelece ainda requisitos químicos para o próprio concreto, considerando o aporte de sulfatos e cloretos trazidos pela água, pelos agregados, aditivos químicos, adições e cimento. O teor de sulfatos solúveis é limitado em 2000 * 10-6 g/cm³, já para cloretos solúveis são especificados valores de acordo com o tipo da estrutura. No caso do concreto simples 2000 * 10-6 g/cm³, concreto armado 700 * 10-6 g/cm3, e para o concreto protendido 500 * 10-6 g/cm³. Como orientação geral, do ponto de vista da resistência do concreto, a presença de quantidades excessivas de algas, óleo, sal e açúcar na água de amassamento devem ser vista como um sinal de advertência. De acordo com Adam Neville, a presença de algas na água pode resultar na incorporação de ar, conseqüente perda da resistência. A presença de algas pode ainda ser um indicativo da presença de matéria orgânica e, embora a norma NM 137 não faça referência específica a respeito de matéria orgânica, sabe-se que teores elevados podem intervir de modo prejudicial no endurecimento do concreto. Uma questão a ser ressaltada é quanto à utilização da água do mar ou salobra. Neville comenta que ela pode provocar uma resistência inicial maior em função da salinidade, no entanto reduzir a resistência em longo prazo pode causar corrosões da armadura, umidade permanente e eflorescências na superfície do concreto. Portanto, não deve ser utilizada. A NM 137 ainda estabelece que a água deva ser analisada se não vier da rede pública de água potável, mas sabe-se que algumas águas minerais potáveis contêm teores indesejáveis de carbonatos alcalinos que podem contribuir para a reação álcali-sílica. Águas sulfatadas, comuns em termas, também não devem ser utilizadas, pois provocam expansões prejudiciais à integridade do concreto. Outro fator que merece atenção, porém muitas vezes negligenciado, é a armazenagem da água. A NBR 12655/96 – Concreto: Preparo, Controle e Recebimento – especifica que a água destinada ao amassamento do concreto deve ser guardada em caixas estanques e tampadas, de modo a evitar a contaminação por substâncias estranhas. AVALIAÇÃO DA ÁGUA A melhor maneira de avaliar o desempenho de uma água é preparar um concreto com ela e outro de mesmo traço com água sabidamente pura. As resistências aos sete e 28 dias não podem ser 10% inferiores às do concreto com água pura. Já no ensaio de tempo de pega do cimento, não pode haver alteração em mais de 30 minutos no início ou no fim da pega. Em resumo, para produção de um concreto durável, dentro dos mais elevados padrões de qualidade, deve-se utilizar água o mais limpa possível, sem sais, ácidos, óleos, materiais orgânicos (restos de vegetação, algas) sem cheiro ou sabor. Em caso de dúvidas, deve-se analisar a água em laboratório. DOSAGEM DA ÁGUA NA ARGAMASSA Outro cuidado que devemos ter não menos importante com a água é o traço da argamassa, pois a quantidade influenciará no resultado. Para cada finalidade diferente da argamassa existe um traço ideal. É a parte mais complexa da argamassa. Na obtenção da argamassa comum o volume de água utilizada será em torno de 20% do volume dos demais materiais. Na preparação da argamassa não se deve acrescentar a água de uma só vez, o ideal é deixar uma parte para o final e acrescentar aos poucos até atingir a trabalhabilidade necessária. A argamassa deve ser utilizada duas, no máximo três horas após sua preparação, não sendo recomendada a adição de água após o preparo. PREPARAÇÃO MANUAL DA ARGAMASSA PREPARAÇÃO MECÂNICA DA ARGAMASSA BIBLIOGRAFIA Comunidade da Construção http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemas- construtivos/4/materiais/qualidade/71/materiais.html Massa cinzenta http://www.cimentoitambe.com.br/efeito-da-qualidade-da-agua-no-concreto/ Artigo Patologias das Argamassas de Revestimento – Helena Carasek - Doutora em Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Geotécnica e Construção Civil – PPG- GECON Universidade Federal de Goiás
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