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Mood Board
Processos de projeto em design apresentam características complexas e difíceis de serem descritas em etapas bem definidas. Não é possível determinar a receita que garantirá o sucesso do layout final e isso acontece porque, ao iniciar um projeto, o designer é inserido em um ambiente que conta com a coexistência de elementos, métodos e raciocínios lógicos e subjetivos, além de situações com as quais ele não tem total controle. Enquanto alguns momentos caracterizam-se pela liberdade de escolha e uso de suas habilidades, em outros, o designer é surpreendido com eventos inesperados e/ou informações que fogem do seu domínio. Um exemplo disso é a própria compreensão das intenções do cliente ou ainda, a interpretação, criação e seleção de possíveis soluções que vão sendo empregadas pelo profissional durante a realização do projeto.
Outro aspecto que define o caráter complexo dos projetos é a geração de novos problemas a partir da superação de antigos problemas. A evolução de um projeto de design acontece em um ambiente de natureza construtiva, no qual o resultado final se origina de um constante esforço de superação de obstáculos que geram novos desafios. Conforme Kees Dorst (2003), pesquisador de processos de design, trata-se de um movimento de co-evolução no qual o designer vai desenvolvendo pares de “problema – solução” que combinem a partir da interação de análises, sínteses e avaliações.  Sob este ponto de vista, fica mais fácil compreender porque o ato de projetar dificilmente pode descrito. Ele realiza-se a partir de reflexões e decisões tomadas durante o processo, articuladas com a experiência e conhecimento próprios do designer envolvido.
Nesse cenário, designers buscam a superação dos problemas de design apoiados na manipulação de diferentes estratégias visuais, como a busca de referências, desenvolvimento de sketches, além de instrumentos que auxiliam no surgimento de insights criativos. Neste artigo vamos tratar sobre o mood board, uma ferramenta essencialmente visual que vem sendo utilizada pelo Design Estratégico devido à habilidade de atuar como um mecanismo facilitador do pensamento. Segundo estudos, o mood board auxilia na definição e no direcionamento das ideias surgidas durante um processo de projeto graças às imagens que ele sustenta.
Essa ferramenta, representada na Figura 1, apresenta-se sob a forma de um quadro que combina uma série de referências visuais que apóiam a criação de uma atmosfera do projeto, principalmente em suas etapas iniciais. A própria palavra inglesa “mood” ajuda na compreensão desse instrumento, podendo ser entendida como humor, atmosfera ou mesmo um estado temporário de nossa mente.
Figura 1
O mood board é constituído pelo designer por meio de um processo de colagem que reúne fotografias, imagens de revistas ou Internet, amostras de tecidos, desenhos, objetos, texturas e cores que, conforme Garner & McDonagh-Philp (2008), conseguem exprimir emoções e sentimentos relacionados ao briefing em questão. Este é o aspecto essencial que faz do mood board um instrumento de apoio aos projetos em design. Diferente de uma colagem cuja reunião de figuras busca uma composição artística – como no caso de algumas obras cubistas de Picasso (1881- 1973) e Braque (1882-1963) – ou de um simples painel que exibe diferentes estampas ou exemplos de cores a serem implementadas em um trabalho, as referências reunidas no mood board devem ter um sentido e uma intenção que facilitem a definição e direcionamento de ideias. Deste modo, a relevância da ferramenta está mais em seu processo de criação do que em sua aparência final, já que, enquanto o designer escolhe e fixa as imagens no quadro, o mood board lhe coloca em sintonia com o projeto, oportunizando a visualização de cenários possíveis.
A especialidade do mood board está no fato de que as imagens que ele exibe atuam como meios de comunicação bastante versáteis, capazes de construir códigos traduzidos em conceitos. Enquanto elementos muito próximos dos designers – freqüentemente usados nos projetos como referências e fontes de inspiração – as imagens permitem a interpretação de mensagens e acesso a sentidos através da interação que faz com quem as observa. No caso do mood board, as imagens facilitam a identificação e superação de problemas de projeto por incrementarem o conhecimento do designer. Ambos – profissional e ferramenta – estabelecem um diálogo enriquecedor no qual as imagens facilitam o acesso a sentimentos mais abstratos e a concepção de mensagens visuais mais profundas.
Pensemos, por exemplo, na atuação do mood board inserido no contexto de projeto de logomarcas. Sabe-se que a construção dessa importante extensão gráfica da marca requer buscar em seu discurso quais aspectos devem ser evidenciados. Trata-se, portanto, de um esforço para definir e tornar tangível (através de cores, tipografias e estilos) uma série de elementos até então abstratos. O designer atua em um ambiente subjetivo no qual a decisão pelo o uso do mood board pode facilitar o contato com sentimentos dificilmente adquiridos e explanados pelo uso de palavras.
Edit:
 
Imagem da http://www.flickr.com/people/auntiep/ usado com permissão
O mood board apóia o designer através da articulação do pensamento imaginativo e do raciocínio por analogia, algo que ajuda na resolução de problemas complexos pela identificação de determinados aspectos através da articulação de aprendizados novos e antigos. Observar as imagens do mood board compreende um caminho de descobertas, uma ação de desmontar e reconstituir um objeto que jamais voltará a ser igual. Trata-se da construção de novos roteiros pelo ponto de vista de cada observador o qual associa as informações percebidas a uma série experiências, lembranças e objetivos particulares. O ato de coletar, organizar e visualizar uma diversidade de imagens que buscam “dar sentido” às ideias surgidas durante o processo de projeto, faz com que seus valores intangíveis sejam traduzidos e o designer tenha a oportunidade de explorar suas habilidades e conhecimentos tácitos, acessando referências e ações de trabalhos anteriores na busca por uma visão global do problema.
O mood board apóia o registro e a representação de pensamentos do designer. As referências visuais do instrumento expressam ideias mentais que vão sendo melhor formatadas através da combinação entre conceitos e as vivências do profissional. Nesse sentido, ele assume a forma de um “guia” que é acessado para a retomada ou exclusão de informações enquanto o processo de projeto se realiza. Como uma interface de comunicação entre designer e cliente, as mensagens expressadas pelo mood board ajudam a elucidar as argumentações e as interpretações do projeto.
Referências bibliográficas:
1. DORST, Kees. Viewpoint design research: a revolution-waiting-to-happen.Design Studies Vol. 29 Nº 1, Butterworth-Heinemann, p. 5-11, 2008.
2. GARNER, S. & MCDONAGH-PHILP, D. Problem Interpretation and Resolution
via Visual Stimuli: The Use of ‘Mood Boards’ in Design Education.In:The Journal
of Art and Design Education, 20 (1) pgs. 57-64, 2001. Obtido eletronicamente em
http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=aph&AN=4890007&site=ehost-live (1/9/2008)

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