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LivroRelatos epistemologia

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Prévia do material em texto

VERA LUCIA MESSIAS FIALHO CAPELLINI 
OLGA MARIA PIAZENTIN ROLIM RODRIGUES 
 
Organizadoras 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIVÊNCIAS DO CURSO DE PRATICAS EDUCACIONAIS 
INCLUSIVAS NA MODALIDADE EAD: 
RELATOS DOS CURSISTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNESP/FC 
BAURU 
2012 
 
 
@ 2012 - Faculdade de Ciências. Bauru/UNESP – ISBN 978-85-99703-66-3 
www.fc.unesp.br 
Av . Eng. Luiz Edmundo C. Coube, 14 -01 
17033-360 - Bauru-SP-Brasil 
Telef. (14) 3103 6000 
 
Permitido a reprodução desde que citada a fonte 
 
UNESP – Universidade Estadual Paulista 
Vice-reitor no exercício da Reitoria – Prof. Dr. Julio Cezar Durigan 
 
Campus de Bauru 
Faculdade de Ciências – FC 
Diretor: Prof. Dr. Olavo Speranza de Arruda 
Vice Diretor: Profª Adj. Dagmar Aparecida Cynthia França Hunger 
 
Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem 
Coordenadora: Profª. Drª. Tânia Gracy Martins do Valle 
Vice-Coordenadora: Profª Drª Ana Cláudia Bortolozzi Maia 
 
Curso de Aperfeiçoamento em “Práticas Educacionais Inclusivas na área de 
Deficiência Intelectual” na modalidade EaD 
Coordenadora: Vera Lucia Messias Fialho Capellini 
 
Revisora de Língua Portuguesa 
Vera Lucia Spezi Pereira 
 
Design gráfico 
Ana Laura Rolim Rodrigues 
 
Editoração e Normalização Técnica 
Glória Georges Feres 
 
 
Dados para catalogação 
371.9 Vivências do curso de praticas educacionais inclusivas na modalidade EaD: relatos 
dos cursistas. / Vera Lucia Messias Fialho Capellini e Olga Maria Piazentin Rolim 
Rodrigues, organizadoras.-- Bauru: UNESP/FC, 2012. 
 237 p. 
 
 ISBN 978-85-99703-66-3 
 
 1. Práticas educacionais inclusivas. 2. Deficiência intelectual. 3. Relatos de 
experiências. 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO 
Vera Lucia Messias Fialho Capellini 
7 
PREFÁCIO 
Leda Maria Borges da Cunha Rodrigues 
13 
PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS NA ÁREA DA DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL 
Irení Aparecida Basso 
16 
DUAS BOAS NOVIDADES: CURSO EAD É MUITO BOM E A INCLUSÃO PODE SER 
UMA REALIDADE PARA TODOS 
Lívia Maria e Silva Galvão 
17 
MEUS CAMINHOS PELA INCLUSÃO 
Marina Rossi Melo 
21 
APERFEIÇOANDO A MINHA PRÁTICA INCLUSIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA 
Alcides Pereira da Silva Junior 
28 
PRÁTICA INCLUSIVA: O APRENDIZADO GERANDO MUDANÇAS 
Amanda Nolasco de Oliveira Santos 
32 
PRÁTICAS INCLUSIVAS: UM DIREITO DOS ALUNOS 
Ana Paula Souza Báfica 
35 
PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS – DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
Mirian Coelho de Oliveira 
38 
ENTENDENDO A INCLUSÃO PARA GARANTIR E RESPEITAR OS DIREITOS DOS 
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA 
Josiani Aparecida Julio de Oliveira 
43 
ERA O QUE FALTAVA: INFORMAÇÃO PARA O EDUCADOR 
Hélvia Garcia Casadore Alberganti 
45 
INCLUSÃO: DISCUSSÃO ANTIGA – CONHECIMENTO NOVO 
Adriana Costa Ferreira 
46 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AMPLIANDO HORIZONTES E POSSIBILIDADES 
Adriana Lemos de Carvalho Soares 
48 
PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS E A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
Ana Paula Radó Donnini 
51 
UM NOVO OLHAR PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA 
Andreza Patrícia Balbino Cezário 
53 
NENHUMA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E TÃO GRAVE AO PONTO DE IMPEDI-
LO A TER AMIGOS 
Elaine Marques Santo Urbano 
56 
TECER UM NOVO OLHAR ATRAVÉS DE NOSSAS EXPERIÊNCIAS 
Maria Cristina de Andrade Silva 
57 
INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALUNO COM 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: A CONTRIBUIÇÃO DE VIGOTSKI 
Maria das Graças Estanislau de Mendonça Mello de Pinho 
61 
O PROCESSO EDUCACIONAL INCLUSIVO EM SALA DE AULA 
Débia Régia Silva Guimarães Borges 
65 
EDUCAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL: NOSSO PAPEL COMO EDUCADOR 
Deize Mara Cecconi 
68 
A INFLUÊNCIA DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
AFETANDO NOSSOS HÁBITOS, MODOS DE TRABALHAR E DE APRENDER 
Leila Paim de Souza 
71 
MINHA EXPERIÊNCIA COM O CURSO EAD 
Liliane Mendonça da Silva Nascimento 
75 
IMPORTÂNCIA DO CURSO E SEGURANÇA PROFISSIONAL 
Eliane de Almeida de Souza Valadão 
80 
APRENDER E APAIXONAR-SE FAZ TODA DIFERENÇA NA EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA 
Ivone Maria de Moura 
84 
MUDANÇA NA FUNÇÃO PEDAGÓGICA DE PROFESSOR DE EDUCAÇÃO 
ESPECIAL: UMA REFLEXÃO 
Mariza Conceição Viana 
88 
O DESAFIO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
Claudete Beatris Romani¹ 
92 
REFLEXÕES, DÚVIDAS E CERTEZAS 
Ana Mara Galasso Romera 
96 
INCLUSÃO: UMA LIÇÃO DE AMOR 
Michele Vieira Ribeiro Doneda 
98 
SUPERANDO DESAFIOS EM CURSOS A DISTÂNCIA 
Rosana de Cássia Aparecida Rodrigues Moura 
102 
APRENDENDO SEMPRE PARA AGIR COERENTEMENTE 
Vanessa Aparecida Domingues Moreira 
105 
INTEGRAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA EM SALA REGULAR 
Maria Valéria Polla Rodrigues 
107 
SOMOS TODOS IGUAIS NA DIFERENÇA 
Cristiane Covolan Luvisotto 
110 
REFLETINDO SOBRE NOSSA PRÁTICA NA DIVERSIDADE DA EDUCAÇÃO 
Keila Maria Bordignon 
114 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA MUDANÇA DA VISÃO DO SISTEMA 
EDUCACIONAL PARA SUPRIR UMA CARÊNCIA EDUCACIONAL 
Kátia Regina Silva Silveira. 
117 
UMA BOA AVALIAÇÃO COMO SENDO PONTO DE PARTIDA PARA UM 
PLANEJAMENTO MAIS EFETIVO 
Ana Paula Souza da Silva Sichetti 
120 
DESAFIOS 
Lúcia Helena Rodrigues Soquetti 
122 
PALAVRA DE ORDEM: ADMINISTRAR E CONFIAR QUE O ALUNO É CAPAZ DE 
TUDO QUE QUISER 
Grasieli Zampieri Laudissi 
124 
A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA 
Liseti Menezes Sottovia 
127 
INCLUSÃO QUALIDADE DE ENSINO PARA TODOS 
Jussara Ester da Costa Rossi 
 
130 
REFLEXÕES SOBRE CONHECIMENTOS NA ÁREA DA DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL 
Regina Novaes Silva 
134 
UMA VISÃO DO CURSO E DA INCLUSÃO FORA DA SALA DE AULA 
Tereza Maria do Amaral 
 
136 
CRESCER E APRENDER SOBRE OS SERES HUMANOS, SUAS SINGULARIDADES E 
INCAPACIDADES: REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS QUE RESPEITAM A 
TODOS. 
Thais Helena Neves de Mello 
138 
APENAS A INSERÇÃO DAS CRIANÇAS COM ALGUMA DEFICIÊNCIA NO 
AMBIENTE ESCOLAR NÃO PODE–SE CHAMAR DE INCLUSÃO 
Isabel Cristina Lemos 
140 
MINHA EXPERIÊNCIA NO EaD 
Maria Antonia de Toledo Barros Carvalho 
144 
A PRÁTICA PEDAGÓGICA COM O DEFICIENTE INTELECTUAL: REFLETINDO 
SOBRE A IMPORTANCIA DA PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA 
Ana Paula Gonçalves de Araujo Mortimer 
147 
A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES NA SUA 
PRÁTICA PEDAGÓGICA NA ESCOLA INCLUSIVA 
Rose Lapa 
150 
PERCURSOS NA CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM EM AMBIENTE VIRTUAL 
Rosalynn Davies Conrado Veiga 
154 
NOVAS PERSPECTIVAS SOBRE A INCLUSÃO NAS ESCOLAS E O QUANTO ELA 
SE FAZ NECESSÁRIA 
Edvaldo Ribeiro Filho 
160 
CORAGEM: PRÉ-REQUISITO PARA UMA TRAJETÓRIA DE ACERTOS 
Elaine Sueli Ferreira dos Santos 
161 
EAD: UMA FERRAMENTA PARA A INCLUSÃO. 
Sônia Aparecida de Angeles Cerqueira Costa 
165 
EDUCAÇAO INCLUSIVA: UM TEMA PARA REFLEXÃO NO CURSO EAD 
Gisele Coito Ermacara 
167 
RELATO SOBRE MINHA EXPERIÊNCIA COM PRÁTICAS EDUCACIONAIS 
INCLUSIVAS 
Natália Aparecida Perez Toma 
170 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: ÊNFASE EM EXEMPLIFICAÇÕES, 
SUGESTÕES DE TRABALHO E TEXTOS DE APOIO. 
Patrícia Bento de Souza Campos 
173 
DIFÍCIL SIM! IMPOSSÍVEL NÃO: APRENDI A APRENDER VIVENCIANDO OS 
ENSINAMENTOS DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS 
Patrícia Helena Martins 
174 
RENOVAÇÃO: PRÁTICA ANUAL PARA UMA EDUCAÇÃO QUE ACREDITA NO 
VALOR DOS ALUNOS 
Valéria Regina Giambroni Neves Monaco Perin 
178 
ESCOLA INCLUSIVA: PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO DE 
CONVIVÊNCIA FLEXIVEL E SAUDÁVEL COM O APOIO DA FAMÍLIA E 
EDUCADORES 
Patrícia Aparecida Porto182 
TEORIA E PRÁTICA 
Marcleida Lima Gomes 
184 
A IMPORTÂNCIA DE UM OLHAR DIFERENCIADO AO SISTEMA EDUCACIONAL 
BRASILEIRO 
Luciana Aparecida Camilo Hidalgo 
187 
PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO DA EDUCAÇÃO PARA TODOS 
Fabiana Marcuzo de Caíres 
192 
MINHA EXPERIÊNCIA E GANHOS COM O CURSO EAD 
Norma Carvalho Pereira 
195 
EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS 
Vana Beatriz Soares do Amaral 
197 
RECONHECER AS DIFERENÇAS É ESSENCIAL NO CAMINHO DA INTEGRAÇÃO 
Valéria Luiza Marques Campos 
203 
O QUE QUEREMOS EM NOSSAS SALAS DE AULA? ALUNOS TODOS IGUAIS? QUE 
SE DESENVOLVAM DE MANEIRA IGUAL? QUE SE COMPORTEM IGUAIS? 
João Paulo Silva de Oliveira 
207 
VALORIZANDO A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS ALUNOS PORTADORES DE 
DEFICIÊNCIA, ATRAVÉS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA, DO DIREITO E DA 
IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO ESCOLAR NA REDE REGULAR DE ENSINO E NA 
SOCIEDADE 
Elisangela Maria de Lima Gonçalves 
210 
COMO IDENTIFICAR O ALUNO DEFICIENTE INTELECTUAL, QUANDO ESSA 
DEFICIÊNCIA NÃO É VISÍVEL OU QUANDO AINDA NÃO É DIAGNOSTICADA? 
Mariane Della Coletta Savioli Garzotti 
213 
PRATICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS - DEFICIÊNCIAS INTELECTUAL: UM 
OLHAR REFLEXIVO 
Romanilta Julia da Rocha 
216 
O PROCESSO DE INCLUSÃO É LENTO E ENVOLVE MUITOS FATORES 
Vanuza Batista Gomes 
219 
EXPERIÊNCIAS A PARTIR DE UM CURSO EM AMBIENTE VIRTUAL 
Cibelle Aparecida Vieira de Oliveira Pereira 
224 
PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS E A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
Viviane Lauter Balbé 
227 
REFERÊNCIAS 229 
ÍNDICE DE ESCOLAS 232 
ÍNDICE DE AUTORES 235 
 
 
 
7 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
O livro Vivências do curso de praticas educacionais inclusivas na modalidade 
EaD: relatos dos cursistas, foi idealizado para constituir em um veículo de disseminação 
e divulgação das experiências de professores da Educação Básica de escolas públicas 
(municipal ou estadual) que atuam buscando a construção de escolas mais inclusivas. 
Esses professores participaram do curso de Aperfeiçoamento em Práticas Educacionais 
Inclusivas, promovido pela Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista 
“Júlio de Mesquita Filho” - Campus de Bauru, sob minha coordenação. Contei com o 
apoio de diversos professores do Programa de Pós-graduação em Psicologia do 
Desenvolvimento e da Aprendizagem, sobretudo, da Professora Olga Maria Rolim 
Piazentin Rodrigues, numa parceria com o Ministério da Educação, por intermédio em 
2007 da Secretaria de Educação Especial, incorporada à nova Secretaria SECADI em 
2011, que desenvolve em parceria com o programa Universidade Aberta do Brasil - 
UAB o Programa de Formação Continuada de Professores na Educação Especial, cujo 
objetivo é formar professores dos sistemas estaduais e municipais de ensino, por meio 
da constituição de uma rede nacional de instituições públicas de educação superior que 
ofertem cursos de formação continuada de professores na modalidade a distância. 
Como concepção idealizadora deste livro de Relatos a temática geral constitui “o 
amplo campo da educação”, para se tornar porta-voz de experiências concretas e 
vivenciadas pelos professores-cursistas, como contribuição a solução de questões 
imediatas ou de curto prazo relacionadas às práticas educativas como podemos observar 
no relato da professora-cursista quando diz: 
Como concepção idealizadora deste livro de Relatos a temática geral constitui “o 
amplo campo da educação”, para se tornar porta-voz de experiências concretas e 
vivenciadas pelos professores-cursistas, como contribuição a solução de questões 
imediatas ou de curto prazo relacionadas às práticas educativas como podemos observar 
no relato da professora-cursista quando diz: 
 
“Interessante observar que fomos nos construindo enquanto grupo, criando laços, 
apesar da distância, típica de um curso que a modalidade EaD nos impõe. Não sei 
se o mesmo ocorreu com outros grupos, com outros tutores e formadores, mas no 
caso de nossa turma, a turma 38, ficou claro que as participantes, tutora e 
formadora, apresentaram, desde o início, grande afinidade. O carinho nos emails 
 
8 
trocados era palpável, se é que tal coisa possa existir em termos de comunicação 
virtual.” 
 
 
É grande satisfação e orgulho poder reunir aqui, relatos vindos de terras 
longínquas. Queremos que nossos leitores participem dessas contribuições que vêm de 
longe, mas que dizem respeito muito de perto à dignidade do ser humano em toda a face 
da terra e, portanto, têm a ver de modo imediato com a tarefa educativa. Realçamos com 
esses Relatos que a tarefa da educação é humana por excelência, esmerando-se, muitas 
vezes, em seu aspecto científico, porém, sem nunca perder de vista o humano que 
orienta a prática que devemos, quotidianamente, exercer. 
A professora-cursista em seu relato abaixo demonstra, claramente, nosso 
objetivo de oferecer aos leitores desse livro uma variada gama de experiências e de 
sugestões de aprofundamento na compreensão da educação enquanto prática social. Seu 
depoimento diz: 
 
 
“No segundo módulo, começamos a ter contato com a especificidade da 
educação inclusiva, sua trajetória ao longo da história”. Nesse ponto, que 
sempre se levanta questionamentos sem fim, ficou visível o quanto já 
progredimos quando falamos em inclusão, educação e sociedade. Em nossos 
debates, nos maravilhosos bate-papos agendados, percebemos que ainda há 
muito a se evoluir sim, sempre. Uma das características da humanidade é a 
constante busca e necessidade de evolução é isso o que nos torna diferentes 
dos demais animais, o que nos confere a racionalidade como diferencial. 
Sendo assim, ainda precisamos e iremos sempre precisar evoluir. Porém, 
quando olhamos para a história dos deficientes, em geral, é fato que grandes 
e largos passos já foram dados até o presente momento. 
Do total abandono, em lares especializados, passando pela época em que 
divertiam o povo sendo usados como bobos da corte, vagando pelas vielas da 
exclusão, transitando levemente pelo movimento da integração, quando 
obtiveram um olhar diferenciado, até o momento inclusivo em que vivemos 
hoje, o trajeto foi longo. Foi tortuoso, dolorido, muitas vezes, exaustivo para 
os familiares, porém bem sucedido. 
Nos capítulos dois e três, do módulo dois, discutimos ética e direitos dos 
deficientes. Foram dois capítulos bem intensos e com discussões bem 
acaloradas, diria eu. O assunto abordado levantou o tapete de nossas vidas, 
de nossa sociedade e de nossas escolas, mostrando que, muitas vezes, a lei é 
deixada de lado sim e todos nós fazemos vista grossa. E o fazer vista grossa 
sinaliza uma forma de negligência, pois embora, na maioria dos casos, não 
dependa única e exclusivamente de nós professores, quando nos calamos ao 
perceber um erro legal, estamos contribuindo para a perpetuação desse erro. 
“Finalizamos esse momento, percebendo nosso papel político na instituição 
escola, junto aos nossos alunos da educação especial e da educação regular 
que estejam incluídos”. 
 
 
 
9 
Neste livro, vamos encontrar Relatos que abordam questões filosóficas, 
metodológicas e práticas que nos instigam, nos deixam incomodados e, muitas vezes, 
numa situação instigante impulsionando o Educador a buscar respostas em cursos de 
aperfeiçoamento como este, em Relatos e vivências de outros professores, em salas de 
bate-papo onde nossos cursistas se reuniram, semanalmente, para discutir e trocar 
experiências que deram certo. O Relato da professora abaixo mostra o quão importante 
foi para ela a experiência de um curso EaD 
 
 
“E chegamos ao final do curso”[...] Um curso que irá deixar muita saudade. 
Quando optamos por um curso na modalidadeEaD, invariavelmente, é por 
falta de tempo para a realização do mesmo em modalidade presencial. Não 
que o curso EaD não seja trabalhoso, pelo contrário, exige muito mais 
disciplina. Quando não nos organizamos nas leituras e realizações das 
atividades, dar prosseguimento parece impossível. 
Meu olhar de educadora inclusiva saiu fortalecido desse curso. Através dos 
textos, dos debates, dos emails trocados, fomos nos alimentando de 
informação, de conhecimento, de experiências diversas, de ideias! A cada 
dia, a cada ingresso na plataforma, uma nova e importante descoberta. 
Minha prática... Passei a avaliar constantemente o meu fazer cotidiano. Para 
cada dia, atribuo-me uma nota como educadora, percebo meus pontos 
falhos, onde preciso melhorar, o que posso fazer nesse processo de 
engrandecimento profissional. 
Ser professor... Uma missão! Não somente uma profissão, pois não se exerce 
tal função nas 8 horas em que se está frente à classe. Quando se é professor, 
se é... 24 horas por dia, 7 dias por semana. As crianças do mundo parecem 
estar sob sua responsabilidade, é como me sinto. 
Ontem, 15 de outubro, dia do professor! Quero dividir um relato... Um relato 
bobo talvez, mas que me fez encontrar, no dia de ontem, motivos suficientes 
para acreditar que estou no caminho... Na véspera, 14 de outubro, 
realizamos a festa do dia das crianças na escola onde leciono pela manhã. 
Alugamos um pula-pula grande, pois nossos alunos são adolescentes e 
adultos, é uma escola especial. Um dos meus alunos é cadeirante e assistia a 
brincadeira dos demais alunos de sua cadeira de rodas. No meio de tantas 
coisas para fazer, não me dei conta de imediato de sua solidão. Não sei 
precisar o momento em que bati os olhos nele. Fui até lá e perguntei se ele 
gostaria de ir no pula- pula. Ele disse que não. Eu insisti, disse que o 
colocaria lá. Ele disse que sim. Não precisei de ajuda para tirá-lo da cadeira 
e colocá-lo no brinquedo. E como ele não conseguia sustentar o corpo 
sentado, coloquei-o deitado mesmo, no centro da cama elástica. Solicitei a 
outro aluno que pulasse bem devagar ao lado do meu cadeirante. Com o 
vibrar da cama elástica, seu corpo saltava também. E ele ria, gargalhava 
alto, como eu nunca havia visto antes. Não fui a única a me emocionar ali. O 
monitor do brinquedo olhou para mim e disse que nunca havia visto cena tão 
linda antes. Acabados os 3 minutos que lhe eram de direito, coloquei-o de 
volta em sua cadeira, e a festa continuou normalmente para todos nós. 
Ontem à noite recebi uma ligação do aluno em questão. Era para me desejar 
feliz dia dos mestres, dizer, com sua fala um pouco enrolada, que sou muito 
importante para ele e que ele me ama. Emoção maior veio depois, quando 
sua mãe veio ao telefone me falar que o brilho nos olhos de seu filho, ao 
chegar em casa, relatando que havia pulado na cama elástica e que eu o 
havia colocado lá, não tinha preço. A cada dia, na educação especial ou 
regular, vivemos situações de vida com nossos alunos que podem realmente 
 
10 
fazer aquele dia valer a pena em nossas vidas. Enquanto professores, 
munidos de um olhar que talvez nenhum outro profissional tenha, podemos 
fazer total diferença. 
E cursos como o que estamos encerrando, contribuem e muito para a 
aquisição desse olhar. Um olhar não de piedade, de compaixão, de estar 
fazendo isto ou aquilo porque Deus pregava. Um olhar humano que batalha 
constantemente pelo humano. Um olhar que vê, que enxerga através e além... 
Um olhar que não se traduz, um olhar mais que especial!” 
 
 
Observamos, claramente, mediante os Relatos publicados neste livro que o 
trabalho com a família merece um olhar especial. Que uma das funções da escola para 
com essas famílias é a acolhida é o prestar esclarecimentos, o orientar. Muitas dessas 
famílias são de origem bem humilde e desconhecem por completo seus direitos. 
Percebe-se, aqui, a escola enquanto força política nas vidas dessas pessoas e os 
professores, tornando-se a ponte que, certamente, ligará essa família a uma forma mais 
confortável de viver. 
Esses Relatos também se constituíram em subsídios valiosos para reflexão de 
muitos paradigmas. Percebemos, nitidamente, quando a professora diz que 
 
 
“O módulo cinco, veio colaborar para a desconstrução de paradigmas. Já 
no primeiro capítulo a bomba: SEXO! Sim, nossos alunos se interessam por 
sexo! Não, sinto muito, o deficiente não é uma samambaia! O vídeo 
abordando o tema, com depoimentos de deficientes intelectuais, foi fabuloso. 
Algumas colegas mostraram-se receosas, até chocadas. Mas, abrir os olhos 
para a sexualidade de nossos alunos é imprescindível na construção de um 
ser humano completo, integral, pleno. E precisamos ter em mente que, se 
para os pais de crianças ditas normais, lidar com esse assunto é um tabu, 
imagine para os pais de alunos deficientes. Nas escolas de modo geral ainda 
não se trabalha com projetos que abordem a sexualidade efetivamente. Ficou 
a deixa para pensarmos e avaliarmos nosso papel em mais essa 
empreitada”. 
 
 
Apresentamos, assim, aos nossos leitores diferentes experiências de educadores 
que se debruçaram e refletiram sobre o processo de ensino e aprendizagem, oferecendo 
uma variada gama de experiências fundamentais para a compreensão da educação 
enquanto prática social como relata a professora cursista: 
 
 
“E chegamos ao final do curso... Um curso que irá deixar muita saudade. 
Quando optamos por um curso na modalidade EaD, invariavelmente, é por 
falta de tempo para a realização do mesmo em modalidade presencial. Não 
 
11 
que o curso EaD não seja trabalhoso, pelo contrário, exige muito mais 
disciplina. Quando não nos organizamos nas leituras e realizações das 
atividades, dar prosseguimento parece impossível. 
Meu olhar de educadora inclusiva saiu fortalecido desse curso. Através dos 
textos, dos debates, dos emails trocados, fomos nos alimentando de 
informação, de conhecimento, de experiências diversas, de ideias! A cada 
dia, a cada ingresso na plataforma, uma nova e importante descoberta. 
Minha prática... Passei a avaliar constantemente o meu fazer cotidiano. 
“Para cada dia, atribuo-me uma nota como educadora, percebo meus pontos 
falhos, onde preciso melhorar, o que posso fazer nesse processo de 
engrandecimento profissiona”. 
 
 
Os Relatos foram solicitados aos cursistas de forma colaborativa e estão 
organizados na sequencia das turmas e dos cursistas que espontaneamente escreveram 
os relatos. Em nota de rodapé, apresenta-se o nome da escola, a cidade e estado do 
cursista. Ao final do livro há um índice remissivo organizado por Estado, em seguida 
pelo nome do município e depois o nome da escola do professor participante do curso, 
Considera-se essa informação relevante para que se possa avaliar a dimensão e 
grandiosidade deste tipo de aprendizagem ao longo da vida em formato EaD. Adotou-se 
também, para efeito didático de apresentação dessa obra, o critério de retirar dos relatos, 
os agradecimentos especiais e carinhosos direcionados a coordenação, aos formadores e 
tutores, mas sintam-se todos homenageados. 
Temos, ainda, a satisfação de finalizar essa apresentação com o poema elaborado 
pela professora cursista Abadia Suassuna Patativa do Assaré: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
CORDEL DA PLATAFORMA FREIRE 
 
 
 
Certo dia na escola 
Num desses tarde HTPCs 
A coordenadora disse: 
— Hoje vou falá proceis 
Da Plataforma Freire 
Que dá curso de treis meis 
 
Foi um tar de se espremê 
Virá o zóio e torcê o nariz 
Porque ninguém sabe direito 
O que fazê com os aprendiz 
Que não querem estudáE nem iscuitá o que a gente 
diz. 
 
Na hora nem bola 
Não prestei muita atenção 
Mas no dia seguinte 
Me baixo a inquietação 
Corri pro computadô 
E diz a minha inscrição 
 
Foram dias de espera 
Até que a resposta veio 
Entre tantos escoidos 
Eu também tava no meio 
Deu frio na barriga 
E até um certo receio. 
 
Mas depois conheci a Lívia 
De nossa turma a tutora 
Minina linda de morrê 
Parece inté uma dotora 
Que além de tanto estudo 
É também fina cantora. 
 
Devagá foi ajeitando 
E a turma 15 ela formô 
Turma de muié valente 
Que numa classe faz suadô 
E pra elas o deficiente 
É um ser de muito valô. 
 
Nesses meses de estudo 
Aprendemos sobre deficiença 
Foram muitas as lição 
Que fala dessas doença 
Temos muito que aprendê 
Pra aceitá as diferença. 
 
Somos filhos de Deus 
E todos somo irmão 
Se existe palavra abençoada 
Essa palavra é INCLUSÃO 
Que dá a oportunidade 
Do deficiente sê cidadão. 
 
O trabaio é grande, 
Duro e dicultoso 
Porém, muitas veis 
É por demais prazeroso 
Você vê minino cego 
Fazendo trabaio honroso. 
 
Oxalá que no Brasil 
A Educação inclusiva 
Se torne uma realidade 
De norte a sul seja viva 
E se torne a bandeira 
Dos professô da ativa. 
 
É aqui no teleduc 
Que as coisa acontece 
Através de muito estudo 
Que nóis cresce e aparece 
E cada um pode espaiá 
O que aqui nos oferece. 
 
Tem gente do Rio de Janero, 
De Duque de Caxias, Bauru 
De Jundiaí, Cordeirópolis 
E eu de Monte Azu 
Que aqui se conheceu 
E se gosta pra chuchu. 
 
Todos dia de bate-papo 
Só se vê lamentação 
É a sardade chegando 
Apertando o coração 
Pois o curso ta caminhando 
Para sua finalização. 
 
Quero então deixá a todas 
Um abraço apertado 
Deixo também o endereço 
Pra sê sempre lembrado 
E o que oceis precisá 
É só fazê o comunicado. 
 
 
 
 
Abadia Suassuna 
Patativa do Assaré 
 
 
 
Vera Lucia Messias Fialho Capellini 
Coordenadora do Curso 
 
 
 
 
 
 
13 
PREFÁCIO 
 
 
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA FORMAÇÃO 
CONTINUADA DE PROFESSORES 
 
 
A proposta do curso Práticas Educacionais Inclusivas envolveu um grande 
número de professores das cinco regiões do nosso país, compartilhando do mesmo 
objetivo, buscar conhecimento a cerca do tema inclusão da pessoa com deficiência. 
Os professores das redes publica: municipais e estaduais, se inscreveram pela 
Plataforma Paulo Freire (MEC) a fim de terem a oportunidade de formação continuada 
gratuita e de qualidade, com propósito de conhecer estratégias para trabalhar com a 
pessoa com deficiência. 
Nosso grande desafio formar professores destas diferentes regiões, atendendo 
seus anseios e desejo de novos conhecimentos sobre como promover a inclusão da 
pessoa com deficiência, e para nossos professores, com papel de cursistas, um outro 
desafio, utilizar os recursos da tecnologia para sua formação. 
As tecnologias da informática associadas às telecomunicações veem provocando 
mudanças radicais na sociedade por conta do processo de digitalização. Uma nova 
revolução emerge a revolução digital (SANTOS, 2003). 
E neste cenário digital, o curso foi oferecido para aproximadamente 1.200 
profesores/cursistas, com carga horária de 180horas, onde utilizamos um Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, para mediação do formador/tutor com os cursistas. 
Entende-se por AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem: 
Ambiente – por ambientes podemos entender tudo aquilo que envolve pessoas, 
natureza ou coisas, objetos técnicos (SANTOS, 2003). 
Virtual - vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus, força, 
potência (SANTOS, 2003). Lévy (1996) em seu livro O que é o virtual? Nos esclarece 
que o virtual não se opõe ao real e sim ao atual. Virtual é o que existe em potência e não 
em ato. Citando o exemplo da árvore e da semente, Lévy explica que toda semente é 
potencialmente uma árvore, ou seja, não existe em ato, mas existe em potência, mas, 
caso um pássaro à coma a mesma jamais poderá vir a ser uma árvore. (LEVY, 1996; 
SANTOS, 2003). Muitas vezes a expressão virtual é empregada como alguma coisa que 
 
14 
não existe, algo fora da realidade, o que se opõem ao real. Mas, fundamentado por Levy 
(1996) virtual não se opõe ao real. 
Ambiente virtual é um espaço fecundo de significação onde seres humanos e 
objetos técnicos interagem potencializando assim, a construção de conhecimentos, logo 
a Aprendizagem (SANTOS, 2003). 
É possível atualizar e, sobretudo virtualizar saberes e conhecimentos sem 
necessariamente estarmos utilizando mediações tecnológicas seja presencialmente, seja 
à distância. Entretanto essas tecnologias digitais podem potencializar e estruturar novas 
sociabilidades e consequentemente novas aprendizagens (SANTOS, 2003). 
A modalidade de EaD ganha, a cada dia, mais espaço com o reflexo dos 
benefícios do uso da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) na educação e as 
mudanças significativas nas estratégias de ensino-aprendizagem; vivencia-se, assim, o 
momento de expansão da EaD, efetivando-se como modalidade de ensino para 
formação de grande número de pessoas em todo o mundo. 
Segundo Barros et al. (2008, p. 6), 
 
 
[...] para entender a Educação a Distância (EaD) é necessário compreender a 
educação online que engloba todos os elementos que se referem ao virtual e 
às formas metodológicas atuais organizadas para a aprendizagem. Quando 
falamos em educação online estamos nos referindo à educação não presencial 
mediada por tecnologias digitais. Isso engloba vários elementos como a EaD, 
os E. B. M. learning(s), entre outros. Pode ser entendida como um conjunto 
de ações de ensino e aprendizagem que são desenvolvidas através de meios 
telemáticos como a Internet, a videoconferência e a teleconferência. A 
educação online nos traz questões pedagógicas específicas com desafios 
novos para a EaD e a presencial. Para o uso da educação online um dos 
maiores desafios está na compreensão da diferença do paradigma virtual e do 
presencial na utilização das interfaces da tecnologia disponíveis para a aula. 
 
 
No Brasil, nos dias atuais, o número de oferta de cursos cresceu 
significativamente, visando atender à formação continuada do professor em exercício e 
às transformações na educação. Segundo Moran (2002, p. 13), 
 
 
[...] educação contínua ou continuada, se dá no processo de formação 
constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e 
prática, refletindo sobre a própria experiência, ampliando-a com novas 
informações e relações. 
 
 
15 
Este conceito caracteriza a educação continuada do professor, como uma prática 
que favorece o repensar de sua atuação, e o coloca numa condição de aprendizagem 
para as mudanças atuais no contexto educacional. 
Neste contexto está claro que a educação por meio de novas mídias conectadas é 
uma realidade cada vez mais presente e os relatos dos Professores, retratam a eficiência 
e eficácia de se aprender online. 
 
 
 
 
 
Leda Maria Borges da Cunha Rodrigues 
 
 
Articuladora de Tutoria e Professora Colaboradora Programa de Formação Continuada 
de Professores na Educação Especial 
 
 
 
 
16 
PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS NA ÁREA DA DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL 
 
Irení Aparecida Basso
1
 
 
Minha experiência com o curso EaD foi e será única, visto que, mesmo tendo 
feito pós-graduação em Psicopedagogia Educacional e Clínica, a educação inclusiva e 
as deficiências intelectuais, auditivas, visuais, físicas e outras, nunca foramtão 
esmiuçadas, exploradas e questionadas como foram nesses encontros virtuais que 
tivemos nesse curso. 
Minha prática em sala de aula sofreu grandes alterações após a leitura e o estudo 
de diversos textos e os questionamentos das nossas queridas Formadora-Colaboradora 
Telma Maria Ribeiro e Tutora-Colaboradora Fernanda Ribeiro Mattar Barbaresco. Nós 
todos ganhamos muito, mas, os alunos inclusos, com certeza, ganharão mais. 
Nada ficou sem resposta. Posso dizer que os objetivos propostos pelo curso 
sobre Práticas Educacionais Inclusivas na Área de Deficiência Intelectual foram 
plenamente alcançados. Tudo foi mencionado para que pudéssemos entender que a 
inclusão requer parcerias com todo pessoal da Unidade Escolar, família e comunidade; 
que o educador deve propiciar ao aluno condições e oportunidades de explorar seu 
potencial intelectual nas diferentes áreas do conhecimento, realizando sucessivas ações 
e reflexões, utilizando diversas ferramentas com a finalidade de proporcionar maior 
independência e autonomia à pessoa com deficiência ou dificuldade de aprendizagem. 
Fui muito auxiliada no meu saber fazer e posso dizer com certeza que meu olhar 
em relação aos meus alunos, minha prática educativa e metodologia sofreram 
transformações visíveis. Conheci pessoas maravilhosas, pude trocar ideias e vou sentir 
muitas saudades de tudo e de todos. 
 
 
 
 
1
 EMEIF “Professora Dinah de Mello Campos” - Ibitinga - SP 
 
17 
DUAS BOAS NOVIDADES: CURSO EAD É MUITO BOM E A INCLUSÃO 
PODE SER UMA REALIDADE PARA TODOS 
 
Lívia Maria e Silva Galvão
2
 
 
 Essa foi minha primeira experiência num curso a distância. Confesso que nutria 
certo preconceito em relação aos cursos não presenciais, Acreditava que não seria 
possível manter uma qualidade acadêmica, utilizando-se, apenas, da internet como 
veículo de comunicação. Ainda sou dos velhos tempos e acho que comunicação implica 
contato visual, físico. 
 Bom, se eu pensava assim, devem estar se perguntando por que resolvi me 
inscrever num curso a distância. É que apesar do preconceito, sou o tipo de pessoa que 
não gosta de julgar o que não conhece e, aliada a essa minha característica, tinha uma 
imensa vontade de voltar a estudar, algo que gosto imensamente e que, neste meu 
momento de vida, só o ensino a distância poderia proporcionar. 
 Inscrevi-me na Plataforma Freire com a ajuda de uma colega, foi muito difícil 
por problemas de conexão. Tinha a intenção de fazer um curso voltado para educação 
de crianças com altas habilidades. Como não estava disponível, escolhi esse, que é um 
tema atual e tem gerado muitas polêmicas entre os educadores. 
Passado algum tempo, quando já tinha perdido a esperança de que o curso aconteceria, 
recebi a mensagem com as instruções para participar do curso. Foi uma grande surpresa, 
em todos os aspectos. 
 Superadas as dificuldades iniciais em lidar com as ferramentas, fui me 
encantando e descobrindo que esse negócio de curso a distância é o “maior barato”. É 
incrível como podemos nos sentir acolhidos por pessoas que não vemos ou escutamos a 
voz. Foi uma grande descoberta e uma grande realização. Se me perguntarem hoje o que 
penso do ensino a distância, minha postura será totalmente diferente, aconselho a todos 
que experimentem porque realmente funciona. 
 O curso superou minhas expectativas em muitos aspectos, principalmente se 
levarmos em conta que, inicialmente, não era o curso que queria fazer. 
 Foi um curso sério, onde os conteúdos são muito bem organizados, o suporte que 
recebemos é melhor do que em um curso presencial onde, muitas vezes, as turmas são 
 
2
 EMEI “Teresa Hendrica Antonisse” – Ribeirão Preto - SP 
 
18 
muito cheias e os formadores não conseguem dispensar atenção adequada a todos. 
Apesar de estarmos em grupo, sentia-me, por vezes, como uma aluna particular, pois o 
acompanhamento é próximo e individualizado, em que cada um tem seu tempo e todos 
recebem atenção e orientação. É fantástico. A gente consegue até desenvolver 
sentimento de carinho por pessoas que só vimos por fotografia... Meus paradigmas estão 
todos de pernas para o ar... 
 O curso me proporcionou rever e ampliar minha visão em relação à inclusão, 
possibilitando reflexões e me trazendo conteúdos muito ricos. Durante o curso, me dei 
conta do quão grande era minha ignorância sobre o assunto e do quanto se tem a fazer 
para que a implementação da inclusão ocorra efetivamente nas escolas da rede pública 
de todo o país. 
 Por meio do curso pude confrontar meus preconceitos e meu ceticismo em 
relação à eficácia do processo de inclusão. É claro que ainda acho que existem muitos 
obstáculos a serem superados, mas hoje, de posse de todo este novo conhecimento, de 
tantas informações preciosas, estou bem mais otimista. 
 Acredito que este curso deveria ser obrigatório para todos os professores das 
redes públicas e particulares, pois, só através do conhecimento e da sensibilização dos 
profissionais, seremos capazes de garantir um processo de inclusão eficiente, onde tanto 
alunos incluídos como os não incluídos possam receber uma educação de qualidade. 
 A inclusão é uma realidade, no entanto, o conhecimento que os professores e 
profissionais de educação, de um modo geral, possuem sobre ela é muito precário, o que 
gera muitas críticas e posturas inadequadas que dificultam o processo de inclusão. A 
escola enquanto instituição, não foi preparada, nem do ponto de vista humano nem do 
físico, para a inclusão. 
 É comum a crença de que o “problema” do aluno incluído diz respeito apenas ao 
professor responsável pela turma, a comunidade escolar não abraçou ainda a inclusão 
como algo de responsabilidade de todos. 
 A maioria dos profissionais de educação desconhece os recursos e as tecnologias 
assistivas disponíveis para auxiliarem no desenvolvimento das habilidades dos alunos 
de inclusão. Quando se tratam de alunos com deficiência auditiva ou visual ainda existe 
uma maior difusão e conhecimento de recursos, no entanto, as deficiências múltiplas e 
intelectuais, bem como as físicas, ainda representam uma dificuldade a mais e, 
consequentemente, assustam muito os profissionais que se sentem despreparados para 
lidarem com elas. 
 
19 
 É um reflexo natural do ser humano de reagir ao desconhecido de forma 
defensiva, o que explica, em parte, a grande resistência por parte dos educadores em 
relação à inclusão. Resistência esta que, acredito, só poderá ser vencida através do 
conhecimento, da familiarização com o tema e com as estratégias e recursos 
disponíveis, pela troca de experiências que resultará na ampliação dos conhecimentos e 
no desenvolvimento de novas técnicas mais aperfeiçoadas e diversificadas para 
atendermos os alunos especiais. 
 Em contrapartida, os órgãos responsáveis pelo desenvolvimento da educação no 
país, também, têm sua parcela de responsabilidade na medida em que falham no 
cumprimento das leis, na fiscalização em relação ao cumprimento destas leis e na falta 
de divulgação destas mesmas leis. Também, não tem criado mecanismos competentes 
para prepararem os profissionais e as instituições de ensino para a inclusão. 
 Eu mesma, antes de fazer esse curso, tinha muitas dúvidas e críticas em relação à 
inclusão. Realmente duvidava que fosse possível, achava injusto com as crianças 
incluídas uma vez que necessitavam de atenção especial que eu julgava difícil de ser 
dada pelo professor, em sala, sozinho. Desconhecia por completo que a criança com 
múltiplas deficiências tem direito a um tutor para auxiliar o professor na atenção às suas 
necessidades, eque o deficiente auditivo tinha direito a um tradutor, que existiam 
programas de computador para auxiliar o deficiente visual... São tantas as coisas que eu 
desconhecia e que tenho certeza que outros tantos professores, como eu, ainda 
desconhecem e que são fundamentais para que o aluno e o professor possam realmente 
desenvolver um trabalho competente. Desse modo, volto a afirmar que todos os 
professores deveriam fazer esse curso. 
 Vivenciei uma grande oportunidade de aprendizagem sobre a inclusão e troquei 
experiências com profissionais de cidades e estados diferentes do nosso. Esse é um 
outro aspecto do ensino a distância que contribui para torná-lo tão interessante. 
Podemos ter uma visão do processo não só na nossa localidade como podemos fazer 
comparações e receber sugestões de ações realizadas em outras unidades da federação 
que deram certo. Estamos trabalhando com profissionais que estão atuando com 
educação em diferentes séries, com diferentes abordagens, em diferentes realidades. 
Essa troca de experiências proporcionada, sobretudo durante os fóruns de debate, foi 
muito rica. 
 Saí do curso com excelentes sugestões de atividades e ações, inclusive uma 
ação, envolvendo toda a comunidade escolar que foi socializada por uma colega e a 
 
20 
direção da minha escola, pediu-me que ajudasse a pôr em prática no ano que vem, em 
nossa unidade escolar. 
 Essa experiência também me levou a buscar e me inteirar mais sobre como está 
sendo gerenciado o processo de inclusão em meu município. Despertou em mim o 
interesse em pesquisar como a Secretaria Municipal de Educação organiza o suporte aos 
professores, de que recursos dispõem, quem são os profissionais responsáveis por dar 
assistência aos professores, se temos profissionais na rede aptos a funcionarem como 
tutores ou intérpretes, que tipo de recursos materiais dispomos e como poderemos 
adquirir os matérias necessários, como se sentem os professores que possuem alunos 
incluídos em suas salas, quantos alunos incluídos possuímos oficialmente na rede... São 
muitas questões para as quais quero buscar respostas, com o objetivo de sensibilizar os 
profissionais envolvidos e tentar mobilizá-los para que avancemos no processo de 
inclusão em nosso município. 
 Enfim, para quem iniciou de forma um tanto cética, cheia de preconceitos, num 
curso que não era a princípio o de sua primeira escolha, termino o mesmo imensamente 
satisfeita e feliz, aguardando ansiosamente a próxima oportunidade de participar de um 
curso de formação a distância, fazendo planos inclusive de me inscrever num curso de 
pedagogia a distância, uma vez que minha formação é no magistério(nível secundário) e 
em Psicologia(nível superior). 
 Agradeço muito a oportunidade e parabenizo a competência, não só dos 
formadores e tutores, como de todos os envolvidos responsáveis pelo sucesso de nosso 
curso, desde o planejamento até a execução final. Que muitos outros cursos como estes 
possam ser disponibilizados para nós e para todos os professores que, como eu, buscam 
aperfeiçoar sua prática profissional, mantendo-se atualizados, com o objetivo de 
oferecer sempre uma educação de qualidade aos nossos alunos. 
 
 
 
21 
MEUS CAMINHOS PELA INCLUSÃO 
 
Marina Rossi Melo
3
 
 
Lembro-me como se tivesse ocorrido hoje, dia em que o Colégio recebeu 
funcionárias da Subsecretaria Regional de Educação de Ceres – GO para triar os alunos 
das salas exclusivas e encaminhá-los às salas inclusivas. 
 
O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a 
garantia de: III – atendimento educacional especializado gratuito aos 
educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de 
ensino; (LDB Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – art. 4º) 
 
Cheguei naquela tarde para trabalhar. O acesso à biblioteca se dava pela sala de 
vídeo onde aquelas senhoras estavam conversando e, fazendo um singular diagnóstico 
de cada aluno das duas salas exclusivas que tínhamos em nosso Colégio. Ao passar por 
elas, notei a calma que demonstravam e muita autoridade no assunto, inclusão. As 
professoras traziam um a um e durante a conversa com eles, registravam suas 
observações sobre as potencialidades intelectuais. 
Daquela data em diante, ouvi muitos comentários, a favor e contra a inclusão. 
Eu, sem compreender plenamente a implicação de toda aquela ação, resolvi não tirar 
nenhuma conclusão precipitada. Na ocasião, ficou decidido que tais alunos deveriam 
realizar suas transferências para a Escola Estadual. 
A mãe de uma aluna com Síndrome de Down se revoltou e disse que não tiraria 
sua filha daquele Colégio. Realmente, não precisaria. Bastava incluí-la numa sala ali 
mesmo, como de fato aconteceu. A adolescente foi inclusa numa sala de alfabetização 
cujos alunos iniciaram o processo de convivência com a diversidade. 
 
Na lida com pessoas com deficiência, se não acreditarmos nas suas 
potencialidades ensinaremos menos coisas e reforçaremos sua dependência. 
Por outro lado, a crença nas suas capacidades e nas nossas de ensiná-los, 
pode auxiliar na promoção do seu desenvolvimento, tornando-as pessoas 
autônomas e produtivas (RODRIGUES; LEITE, 2010, p. 12) 
 
Durante os estudos realizados a respeito dos “Fundamentos” - Módulo 2, 
observei que a “educação inclusiva, ...é um processo em que se amplia a participação de 
 
3
 Colégio Estadual “Zeca Batista” - Anápolis - GO 
 
22 
todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regula” (RODRIGUES; 
MARANHE, 2010, p.20). 
 Um sentimento de inclusão e aceitação do outro com suas limitações e 
deficiências, não nasceu agora em meu coração. Penso que meus pais foram grandes 
responsáveis e influenciadores para fortalecer este amor que tenho pelas pessoas com 
deficiência. Em nossa família, conheci alguns parentes com deficiência: um tio com 
Síndrome de Down e um primo com hemiplegia e dificuldade na fala. Mas a sensação 
que tinha era de que havia muitos assim. Talvez pela humanidade com que todos 
lidavam com a situação, haja vista na Declaração Universal dos Direitos Humanos: 
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Contudo nem todas as famílias se preocupam 
com esta formação para seus filhos. 
Além de princípios familiares, os atuais educadores necessitam de formação 
ética para lidar com todas as situações no ambiente escolar. 
 
Um bom exercício profissional significa não apenas competência teórico 
técnica, mas a capacidade de respeitar e ajudar a construir a dignidade, a 
cidadania e o bem-estar daqueles com os quais nos relacionamos e que 
dependem de nossa ação. Portanto, a ética [...] deve ser aplicada a cada uma e 
a todas as atividades profissionais. (NEME, 2010, p. 04) 
 
Meu primeiro contato com alunos especiais aconteceu aos 13 anos, quando 
cursava o Ciclo 2, do Ensino Fundamental em São Paulo, na Escola Estadual de 
Primeiro e Segundo Graus Cidade de Hiroshima. 
A sala onde estudava, ficava em frente às classes especiais. Eu não sabia se nela 
só havia alunos com deficiência, mas já tinha idade o suficiente para entender que 
aquela sala era diferente. Sempre que podia, procurava observar aqueles alunos e não 
havia, nessa época, uma política de inclusão. Ninguém se preocupava em promover 
interação entre nós, mas eu tinha necessidade de interagir. Sentia uma força dentro de 
mim que me impulsionava a buscar aqueles alunos. “A convivência com pares da 
mesma idade, estimula o desenvolvimento cognitivo e social do aluno com deficiência 
[...]” (RODRIGUES; MARANHE, 2010, p. 20). 
 
É compromisso da escola inclusiva promover mudanças de atitudes 
discriminatórias – a escola deverá trabalharcom quebra de tabus, estigmas, 
desinformação, ignorância – que levam as pessoas a terem atitudes negativas 
em relação aos seus alunos com deficiência (RODRIGUES; MARANHE, 
2010, p. 20). 
 
 
23 
No ônibus, preocupava-me se os surdos não seriam enganados e de longe 
observava tudo, mas não podia conversar com eles, pois não sabia a língua de sinais. 
Os anos foram avançando e parece que houve um silêncio em meu coração. Não 
tenho lembranças de ter visto outros especiais pelo meu caminho. Exceto na igreja onde 
estagiei durante o tempo em que cursei Educação Religiosa, em 1986. 
Morava em Anápolis onde estudava, mas estagiava em Brasília – DF, numa 
igreja na Asa Norte. Ao chegar lá, fui incumbida de trabalhar com os ensinamentos da 
Bíblia às crianças enquanto os pais ouviam o sermão, durante a cerimônia religiosa que 
acontecia aos domingos. 
Nessa turma, um garoto de nove anos era surdo. Como eu faria para ensiná-lo se 
não conhecia a língua de sinais? Eu não sabia onde procurar formação, também 
ninguém me orientou a respeito, embora Brasília tivesse um trabalho já avançado com 
surdos. 
O professor precisa ser criativo 
 
A criatividade é qualidade que todo ser humano pode desenvolver em todos 
os seus fazeres. O mundo não precisa mudar para sermos criativos, mas, 
precisamos mudar nossa maneira de ver o mundo! (CAPELLINI; VALLE; 
GIRALDI, 2010, p. 02). 
 
Segundo Capellini; Valle; Giraldi (2010) podemos surpreender nossos alunos e a 
nós mesmos fazendo algo diferente, experimentando novas possibilidades, novas 
estratégias. Procurei pôr em prática estes ensinamentos embora não os conhecesse pelos 
autores supracitados e, sim, pelas experiências de vida familiar, social e religiosa. Eu 
ainda não havia feito um curso na área de inclusão ou qualquer outra capacitação para 
lidar com crianças com deficiência, contudo, sabia que “não é o aluno que se ajusta, 
adapta-se às condições de ensino, mas o movimento se dá de forma contrária [...]” 
(LEITE; MARTINS, 2010, p. 04). Então, procurava ensinar as histórias bíblicas me 
servindo de mímicas, teatro e desenhos para que ele também fosse contemplado com o 
conteúdo das aulas. 
Vinte anos depois, sem nunca mais tê-lo visto, reencontrei-o. Participamos 
juntos em Goiânia – GO de uma formação para instrutores de LIBRAS, ministrada pela 
FENEIS, promovida pela Secretaria Estadual de Educação de Goiás. Ele já estava 
casado com uma surda. Juntos relembramos as histórias vivenciadas em sua infância, 
 
24 
daquele tempo em que fui sua professora. Hoje, ele trabalha com a educação de surdos, 
em cursos de Informática, na capital goiana. 
Retomando os acontecimentos daquela época, conforme mencionei no início do 
texto, procurava sempre que possível levar alguma peça teatral, brincadeiras e presentes 
àqueles alunos das classes especiais. Na ocasião, eu cursava o Magistério e preparava 
diversas atividades teatrais. Numa destas apresentações, na Páscoa, estávamos no palco, 
eu e meu filho com seis anos na ocasião, contando história. Ele trajado de coelhinho, 
fazendo as peripécias que eu havia ensinado. 
Nessa apresentação, avistei uma menina, conhecida por mim, em meio às 
ciranças com deficiência. Foi um susto muito grande! Eu sabia que ela não era 
deficiente mental, então por que estava entre os alunos especiais? Recompus-me, 
continuei a apresentação e, no dia seguinte, procurei ajuda. Fui à Subsecretaria Regional 
de Educação, na época já inaugurada em Itapaci – GO, não mais necessitando do 
acompanhamento da Subsecretaria Regional de Educação de Ceres – GO. Lá conversei 
com a coordenadora do “Projeto Acelera”, pois me sentia segura com essa coordenadora 
que demonstrava compromisso com a educação. 
Após explicar o ocorrido e minhas percepções sobre a situação, ela me convidou 
a, junto com a família, buscarmos uma mudança de vida para aquela menina que, na 
ocasião, já estava com 11 anos e ainda era analfabeta. Eram questões decisivas que 
implicavam em “acertar” ou “errar” na escolha. 
É importante, registrar aqui que, no final do ano anterior, essa criança havia me 
falado assim: “Tia Marina, me ajude, repeti de novo”. 
Aquelas palavras ecoavam em minha mente e coração. Como podemos ajudar 
alguém quando não sabemos o que fazer? A literatura nos subsidia, dizendo que “O 
sucesso acadêmico do educando depende da parceria forte entre a família e a escola: 
juntos, com o mesmo objetivo” (MELCHIORI, RODRIGUES; PEREZ, 2010, p. 01). 
Busquei a família, explicando que levar a garota da 3ª Série para a Alfabetização 
não seria um retroceder, mas um avanço para que, alfabetizada no final do ano, a 
menina pudesse prosseguir na 4ª série, normalmente. Seus pais acreditaram em mim e 
eu acreditei na coordenadora do “Projeto Acelera”. Juntos então, família, escola e 
comunidade investimos e, ao final do ano, de fato a menina já estava alfabetizada. 
Recebi uma carta escrita por ela, com expressões de amor e gratidão. Sua dificuldade foi 
superada. 
 
25 
É importante ressaltar que a criança pode apresentar avanços lentos, mas não 
se pode aceitar que chegou ao seu ponto máximo por causa disso. O fato de 
apresentar atrasos, quando comparada aos seus colegas..., não significa que 
deixará de ter avanços. É importante o professor pensar em estratégias de 
ensino diferenciadas que possibilitem aprendizagens significativas 
(MELCHIORI; RODRIGUES; PEREZ, 2010, p. 18). 
 
Com esta experiência aprendi muito. Contudo, quero dizer que, o Projeta 
“Acelera” não é, necessariamente, a única estratégia, afinal, eu nem possuía habilidades 
para articular estas situações com a deficiência intelectual. Como cidadã busquei ajuda 
em prol de uma criança que estava à mercê do sistema educacional, esperando, 
simplesmente, aprender a ler e a escrever. 
Em 2002 o Governo Estadual enviou um instrutor de LIBRAS à Itapaci – GO 
para iniciar um curso de linguagem de sinais. Na época, eu já havia sido aprovada em 
concurso público e exercia uma função administrativa em um Colégio Estadual. As 
vagas para o curso eram destinadas aos professores, mas lutei muito por uma delas. 
Geralmente sobram vagas para estes cursos no interior do Estado. Que experiência 
maravilhosa! Foram 40 horas preciosas para mim. 
Após aquelas 40 horas (Módulo I), aguardei, incessantemente, a vinda dos 
demais Módulos para concluir o curso de 160 horas. mas somente em 2005, outra 
instrutora retornou para ministrar o Módulo II. 
Percebia que os surdos daquela cidade conheciam muito pouco de LIBRAS e 
não tinham intérprete em sala de aula, exceto um aluno que recebeu uma intérprete, 
após esta capacitação inacabada. Os surdos precisavam estudar. Tanto os adultos quanto 
os jovens e crianças estavam lá, aguardando oportunidades. Tendo estudado somente os 
conteúdos dos dois Módulos, organizei um grupo de estudo de LIBRAS, convidei várias 
pessoas da cidade, inclusive os surdos. Dentre eles, alguns eram analfabetos e não 
conheciam nada de LIBRAS. 
Naquele ano, viajei 500 quilômetros (entre ida e volta), todos os sábados, para 
concretizar meu sonho: concluir o curso de LIBRAS. A cidade onde eu morava 
distanciava da capital, quase 250 quilômetros e, somente lá havia uma escola que 
ministrava tal curso. Todos os sábados, eu sofria de dores de cabeça devido às noites 
mal dormidas, pois, acordava as 03h30min para conseguir chegar à escola às oito horas. 
Contei para isso com vários patrocinadores, afinal, o curso e as passagens estavam além 
de minhas possibilidades financeiras. 
 
26 
Hoje, com o curso “Práticas educacionais inclusivas na área da deficiência 
intelectual” através da EaD, pude me formar com qualificação e muito conforto, sem 
custos e sem sofrimentos.No início de 2006, lutei muito para organizar uma sala de alfabetização para 
aqueles surdos que não sabiam ler, escrever, contar, usar sua própria língua materna. 
Deparei-me com muitos obstáculos. Por fim, a subsecretária me autorizou usar uma 
sala, duas ou três noites por semana. Organizei aulas de no máximo 2 horas, afinal, eles 
chegavam cansados do trabalho diário. A faixa etária era de 35 a 55 anos. Lembro-me 
da alegria de uma das senhoras surdas, nos momentos de interação e aprendizado. Ela 
era a única que conhecia um pouco da linguagem de sinais, pois havia morado um 
tempo em Brasília e lá havia aprendido. 
Disseram-me que eu não poderia organizar aquela sala, pois, os surdos deveriam 
ser inclusos na rede regular. Nessa época, não havia EJA, muito menos intérprete na 
cidade. 
O trabalho de educação com aqueles surdos adultos só durou meio ano, tive que 
me mudar para Anápolis – GO. Deixei algumas pessoas com um conhecimento básico 
em LIBRAS e diversas com conhecimento superficial, mas não houve continuidade esse 
trabalho. 
Ao chegar a Anápolis, fui a Subsecretaria para definir em que escola seria 
modulada, permitiram-me escolher o local, então, optei por uma escola inclusiva, onde 
estou desde julho de 2006. 
Quando tomei conhecimento da Plataforma Freire, imaginei que poderia tentar 
uma vaga em um curso de Pós Graduação. A princípio pensei que não teria direito pelo 
fato de não estar atuando como professora, embora me sinta como docente. A 
propaganda na T.V. dizia que era para professores e, mesmo assim, resolvi tentar. 
Como não foi possível Pós Graduação, notei que as Formações Continuadas 
estavam com as inscrições abertas, efetuei a inscrição. Fiquei muito interessada em 
formação na área de deficiência, por isso me inscrevi para este curso. Procurei ser 
sincera e não omiti a função que exerço, mesmo que para isso corresse o risco de perder 
a vaga. Aproximadamente quatro meses depois, recebi um comunicado que meu pedido 
fora aceito. Fiquei muito feliz. 
Iniciei o curso! Tive algumas dificuldades no ambiente virtual, mas isso foi 
normal para quem pela primeira vez participa de um curso EaD. Aos poucos, fui 
aprendendo. Vi colegas desejando desistir, encorajei-as a continuar. 
 
27 
Todo o material que recebia foi impresso e realmente estudei-os com dedicação. 
A cada leitura, eu aprofundava meus conhecimentos sobre inclusão. Sempre partilhava 
com outros professores as novidades e, lhes disponibilizava os materiais que seriam 
necessários para a melhoria de seu trabalho. Agi como agente de transformação pela 
inclusão. Agora tenho uma riqueza em mãos. 
Estudar através da EaD é bem melhor! Posso administrar meu tempo e meus 
dias. Realizo as atividades no dia e no horário que bem desejar. É claro, obedeço a data 
da postagem, contudo esta flexibilização de horário é adequada às pessoas que estão 
engajadas em um acelerado ritmo de vida com estudos, trabalho, família, educação dos 
filhos, responsabilidades com a casa, enfim, adultos que, talvez, jamais poderiam 
frequentar uma Universidade com aulas presenciais. Também, é necessário muita 
responsabilidade, afinal, o aluno é quem administra o desenvolvimento das atividades. 
Tutor, coordenadores, formadores, técnicos no ambiente virtual desempenham 
um papel importantíssimo, subsidiando nosso aprendizado. Todas as dúvidas são 
reportadas a eles e o feedback é certo. O aluno precisa ser sério e ético, assumindo suas 
responsabilidades com o curso. Se não for centrado e objetivo com seus propósitos, 
dificilmente, chegará ao final. Venci. 
Agora é aguardar que haja flexibilidade também no sistema burocrático, a fim de 
que eu possa de fato desempenhar minha verdadeira vocação, a docência. Enquanto 
aprovada em concurso público para funções administrativas, não me permitem assumir 
uma sala de aula. Quem sabe, um dia... 
 
 
 
28 
APERFEIÇOANDO A MINHA PRÁTICA INCLUSIVA: RELATO DE 
EXPERIÊNCIA 
 
Alcides Pereira da Silva Júnior
4
 
 
Nesse relato pretendo mostrar minha satisfação ao concluir o curso “Práticas 
Educacionais Inclusivas”. Na oportunidade, pude perceber e esclarecer muitas dúvidas 
que, na prática, ainda, fazem parte do cotidiano de muitos professores que estão na rede 
pública de ensino. Curso como esse deveria ser implantado por todos os órgãos 
responsáveis por uma educação de qualidade, não apenas sob a responsabilidade do 
MEC (Ministério da Educação) que, muitas vezes, não consegue alcançar a maioria do 
público alvo esperado. 
Durante muito tempo, vivemos numa sociedade excludente, achando que o 
correto era ver as coisas “daquele modo”. Mudar essa condição é um trabalho árduo. 
Falar em concepção ainda é tabu, acreditar que de fato podemos conviver em harmonia 
com a diversidade e que ela é importante para o aprendizado em geral, faz com que os 
teóricos da área pesquisem, cada vez mais, situações reais que tornem a inclusão um 
fato real. 
A cada módulo estudado no curso, pude compreender a importância de se 
trabalhar a inclusão, falamos sobre a história da inclusão social e educacional da pessoa 
com deficiência, o desenvolvimento humano e a aprendizagem, avaliação e conceitos 
relacionados a entender melhor como se desenvolve o ser humano dentro de uma visão 
inclusiva. 
Portando, neste texto, a pretensão é demonstrar o que é possível e o que é real 
perante a inclusão através dos conhecimentos adquiridos pelo curso que sem dúvida 
trouxe conceitos importantes para a melhor compreensão na área, estruturando 
conceitos e estabelecendo relações possíveis para a inclusão. 
 No início do curso, propuseram um questionário sobre as questões levantadas 
em relação aos conhecimentos sobre inclusão. As questões estavam pautadas na relação 
que havia entre aluno-professor, aluno-aluno, professor-professor, escola-comunidade. 
As experiências que tínhamos com alunos deficientes foram levadas em conta. A partir 
 
4
 EMEI “Profa. Magda Contart dos Santos” – Pontal - SP 
 
29 
daí, foi possível compreender melhor os conteúdos que seriam propostos no decorrer do 
curso. 
Assim que terminei o curso para professor em 1989 denominado Magistério, 
curso técnico para formação de professores para o ensino nas séries iniciais do Ensino 
Fundamental, fui convidado a participar da criação da instituição APAE do meu 
município, Pontal/SP. Na ocasião, tive a oportunidade de realizar um curso de 
Especialização para trabalhar com deficientes, oferecido pela APAE de Jaboticabal/SP, 
com duração de 180 horas. Em seguida fui para o Estado trabalhar com as Classes 
Especiais, salas com crianças que tinham sido testadas por psicólogos e que eram 
encaminhadas para a alfabetização. Trabalhei até 1998, quando então as classes 
especiais foram substituídas pelas salas de recurso. 
Durante minha atuação com os alunos encaminhados para a Classe Especial, 
meu foco de trabalho era a inclusão, minha preocupação maior estava na denominação 
da sala e onde estava localizada, geralmente era uma sala pequena, embaixo da escada, 
no fundo do corredor ou até mesmo um antigo depósito. 
Procurava sempre fazer algumas parcerias com os outros professores da escola. 
Caso na escola tivesse dois primeiros anos, A e B, por exemplo, minha sala era o 
primeiro ano C. Para a continuidade de estudos, meus alunos eram encaminhados para 
uma turma que havia um professor com um perfil diferenciado, esse cuidado tinha por 
finalidade dar aos alunos, ao chegar na turma nova, maior acolhimento, não sendo 
discriminados por terem passados pela CLASSE ESPECIAL. 
Participei de vários cursos sobre inclusão, problemas de aprendizagem, 
deficiências de aprendizageme outros assuntos que eram pertinentes a minha atuação. 
Tinha muitas dúvidas em relação aquele tipo de inclusão, que, na verdade, nada mais 
era que uma exclusão. Compreender de fato que a inclusão acontece nas escolas ainda é 
difícil, pois depende muito da concepção de aprendizagem que cada um possui. 
O curso Práticas Educacionais Inclusivas na sua dinâmica propõe “a veiculação 
de informações sobre deficiência intelectual e seus desdobramentos para prestação de 
serviços, via educação, à pessoas com deficiência intelectual”. Foram trabalhados temas 
como: aspectos etiológicos, conceituais, históricos e legais da Educação Especial, 
desenvolvimento infantil, postura ética frente à deficiência, relação família escola e 
aspectos da sexualidade. 
A elaboração e execução de avaliações diagnósticas deram subsídios para a 
implementação de práticas educativas voltadas para o ensino efetivo de pessoas com 
 
30 
deficiência, como, por exemplo, o ensino colaborativo, o planejamento individualizado, 
além da utilização de recursos lúdicos e jogos. “A informática é hoje, ferramenta 
indispensável para o trabalho pedagógico.” 
Minha expectativa estava ligada aos conhecimentos que ainda não faziam parte 
de nossas práticas em sala de aula. Novos conhecimentos vão sendo adquiridos a partir 
do momento que ocorrem mudanças. A mudança de comportamento é sinal que houve 
aprendizagem. Dar importância a uma nova aprendizagem conduz a novos 
conhecimentos. Esse movimento pode ser percebido quando é possível respeitar o ritmo 
que cada um tem para aprender. Esse ritmo só será respeitado no processo de 
conhecimento das capacidades de cada um. Cada um traz uma história de vida que 
determina formas diferenciadas de comportar-se diante de uma situação. A todo 
momento o contexto de interação torna-se diferenciado e diversificado fazendo todos, 
da equipe escolar, procurar novos conhecimentos. 
Daí a importância da formação continuada, adquirindo novos conhecimentos, 
buscando aumentar a capacidade de compreensão em relação às dúvidas de qualquer 
conteúdo. Compreender melhor como ocorre a aprendizagem, respeitando o ritmo, os 
conhecimentos, as condições, as causas, os aspectos conceituais, históricos pode 
garantir o aprendizado dos alunos. Isso envolve o trabalho de toda a escola e da 
sociedade. O resultado é uma sociedade mais justa, solidária e igualitária para todos. 
Pensando que o movimento pela inclusão está atrelado à construção de uma 
sociedade democrática, aprendemos como eram os deficientes durante a história da 
humanidade. Saber que na Antiguidade estava atrelado a alguma maldição ou até 
mesmo a castigos, na Idade Moderna eram banidos da sociedade por ter 
comportamentos que não condiziam com a época, faz-nos refletir a respeito da condição 
social e educacional de cada época para a construção da história. É importante saber o 
porquê dessas condições e das ações que levaram às extremas covardias que hoje é 
possível perceber. 
O que difere a sociedade atual das sociedades antigas? Para refletir a respeito 
dessas questões é preciso atentar para a relação que temos com as pessoas. Convivemos 
com as diferenças, apesar de ainda convivermos numa sociedade individualista. 
Dar a oportunidade de inclusão social e educacional, propondo uma condição 
melhor para a convivência é função da escola. A participação de todos para a construção 
de uma sociedade inclusiva é fundamental. A participação da família é o começo. É 
nesse seio que se inicia o convívio natural das pessoas. Importar-se com o 
 
31 
desenvolvimento do indivíduo, como está relacionando-se com os outros, faz com que a 
família perceba suas necessidades. 
Na escola, podemos perceber o quanto é importante a participação da família na 
construção de cidadania. É na escola também que podemos perceber o quanto é 
necessário essa participação. Em se tratando de inclusão a falta de informação da 
família pode mudar o rumo de muitos excluídos. Como, então, colocar essa instituição, 
que tem um papel fundamental no desenvolvimento do indivíduo, numa participação 
mais ativa e efetiva? Ações conjuntas, parcerias, formação e acompanhamento são 
condições necessárias para uma escola que pensa na inclusão. 
Ter conhecimento de como ocorrem os fatores que desencadeiam a exclusão, 
torna a escola uma instituição que apresentará para toda a sociedade uma tarefa de 
facilitadora na busca de novas oportunidades para cada um. No mercado de trabalho, na 
continuidade da carreira acadêmica ou, simplesmente, conviver em sociedade, só terá 
oportunidade de escolha aquele que tiver condições de conhecimento e isso é papel de 
uma escola inclusiva. 
Entender conceitos como sexualidade, flexibilização de ensino, ensino 
colaborativo, criatividade, habilidades sociais, tecnologia assistida proporcionou a nós, 
cursistas, um aprendizado concreto, articulando o currículo prescrito com o currículo 
real nas escolas, quando se tem um conhecimento teórico a respeito de um conteúdo a 
ser trabalho é possível colocar em prática de maneira mais efetiva. 
O curso trouxe conhecimentos que proporcionarão muita reflexão sobre nossa 
prática em sala de aula. O ir e vir no desenvolvimento de atividades que atendem as 
expectativas de aprendizagem, a avaliação dos conhecimentos, a nova reflexão sobre o 
que aprendeu e o que precisa avançar contribuirá no aprendizado dos alunos. Fazer da 
inclusão uma ação que vai ocorrer de fato, está na Legislação, agora ter essa ação como 
prática, é fundamental para se ter uma sociedade justa, solidária e igualitária. 
 
 
32 
PRÁTICA INCLUSIVA: O APRENDIZADO GERANDO MUDANÇAS 
 
Amanda Nolasco de Oliveira Santos
5
 
 
 Percebe-se que a maioria dos professores está comprometido com a prática 
docente e se preocupam em fazer a diferença nas buscas constantes do saber para 
melhor atender seus alunos. 
 O professor só consegue usar, em seu trabalho, as tecnologias disponíveis, se 
conhecê-las. Fica evidente a necessidade de se pensar estratégias de promoção e 
valorização das escolas A escola é um importante espaço difusor de cultura e 
informação, tornando-se o lugar ideal para se desenvolver, junto ao aluno, a elevação de 
sua autoestima e, consequentemente, seu papel de cidadão na sociedade. 
 É necessário um vínculo afetivo para que se possa compreender as necessidades 
e o comportamento dos alunos, bem como suas limitações. Com isso, há a valorização 
dos alunos, das ideias divergentes, é incentivado o surgimento de liderança criando um 
ambiente favorável ao aprendizado com soluções criativas para os diversos problemas, 
do cotidiano escolar. 
 As crianças que frequentam as escolas, muitas delas com dificuldades de 
aprendizagem não são crianças incapazes, apenas apresentam alguma dificuldade para 
aprender. Já um aluno com desordem neurológica seguramente terá mais dificuldades 
para aprender e, consequentemente, necessitará de intervenções pedagógicas pontuais e 
sistemáticas. 
 Segundo Vigotski (1991) todo auxílio prestado à criança em suas atividades de 
aprendizagem é válido, pois, aquilo que a criança faz hoje com o auxílio de um adulto 
ou de outra criança maior, amanhã estará realizando sozinha. Desta forma, o autor 
enfatiza o valor da interação e das relações sociais no processo de aprendizagem. 
 Para enfrentar essa maratona de alunos com dificuldades ou deficiências nas 
escolas, os professores têm que procurar ajuda e, muitas vezes, as escolas não possuem. 
Elaborar aulas levando em conta os estilos de aprendizagem e criar atividades 
diferenciadas dá trabalho, implica na busca de auxílio com outros colegas ou cursos 
que, são oferecidos pela secretaria de educação da cidade em que resideou em cursos 
do MEC. Professores se inscreveram e foram selecionados para realizar esse curso por 
intermédio do TelEduc. 
 
5
 Escola “João Alcindo Vieira” - Rua Jose Bonifacio n. 487 - Guarei –SP 
 
33 
 Foi através desse curso maravilhoso que eu e muitos outros professores 
conseguimos mudar nossa prática pedagógica e ajudar os alunos com dificuldades de 
aprender e os que nem conseguiam entender o que é aprender, ou seja, crianças com 
ritmos, interesses e jeitos diferentes de aprender. Quando a aprendizagem não ocorre 
tanto o aluno quanto o professor sentem-se frustrados e desmotivados, o que acaba 
gerando uma carga emocional negativa com todo o grupo. Por esse motivo sentimos, 
muitas vezes, incapazes de ensinar, mas com a ajuda desse curso, pudemos diferenciar 
nossas atividades, criando, flexibilizando e, ainda, contando com o trabalho 
colaborativo do professor especializado, o que foi muito legal. 
 Sou professora na Escola João Alcindo Vieira e minha sala é um 3º ano, com 28 
alunos, sendo um aluno deficiente auditivo, uma aluna com atraso no Desenvolvimento 
Neuropsicomotor (DNPM) e oito com dificuldades de aprendizagem. 
 Num primeiro diagnóstico pude observar que os alunos tinham: 
 Falta de concentração; 
 Sintomas de hiperatividade; 
 Leitura escassa; 
 Dificuldades em relacionar números e quantidades; 
 Dificuldades ortográficas; 
 Desinteresse pela aprendizagem. 
 Quando me deparei com todas essas dificuldades na sala, percebi que deveria 
buscar auxílio, mas não tinha ideia de onde ou quem procurar. Estava no início do curso 
de Práticas Educacionais Inclusivas. Este curso me deu a segurança que procurava para 
seguir adiante. 
 Através da interação com os colegas do curso, da diversidade de textos 
oferecidos e das várias atividades propostas pude, com confiança, mudar minha prática 
pedagógica para, então, chegar até esses alunos, compreendendo-os melhor e, aí, ajudá-
los. As atividades aplicadas na sala foram adaptadas às necessidade de cada um. Todos 
participaram, questionaram, refletiram e realizaram atividades em grupos e 
individualmente, de acordo com as exigências das mesmas. Os agrupamentos eram 
feitos de acordo com as hipóteses de aprendizagem de cada um, sendo possível fazer as 
intervenções necessárias. A minha interação com a sala, no início, foi dificultoso, mas a 
sala possuía uma energia muito boa e contagiou todo ambiente. Pudemos juntos 
aprender. Particularmente, posso afirmar que, com as atividades desenvolvidas, 
 
34 
conseguimos uma maior integração dos alunos. Percebi que eles se sentiram mais 
valorizados e motivados toda a vez que conseguiam realizar o proposto. 
 Com a diferenciação pedagógica conseguida através do curso Práticas 
Inclusivas, respeitando os diferentes estilos de aprendizagem dos alunos, as aulas 
transcorreram de modo mais vibrante, em constante movimento de trabalho e alegria. 
 Afinal, desta forma, todos se veem como capazes e inteligentes. Ainda foi 
necessário continuar dando uma atenção especial aos alunos com dificuldades, mas a 
cada dia que passa, percebem-se seus avanços, mesmo que apresentem defasagens em 
relação ao grupo. Mas, o mais importante disso tudo foi ter resgatado a autoestima dos 
alunos. Com atividades bem planejadas e intervenções adequadas eles estão 
acompanhando o grupo com sucesso. 
 O curso Práticas Inclusivas foi muito importante para o meu aprendizado e o de 
meus alunos. O aprendizado extraído desse curso trouxe todo um contexto de 
conhecimentos que estava faltando para meu trabalho em sala de aula. Ele não só 
contribuiu para a minha carreira profissional, mas me fez dar um passo enorme para 
tentar ajudar meus colegas e melhorar o nosso trabalho em sala de aula. 
 Um ano especial, com um grupo especial! Está sendo muito bom trabalhar com 
as crianças do 3° ano, depois do curso, pois com o desenvolvimento de cada um ao 
realizar suas atividades estão se tornando crianças mais interessadas e participativas, 
dispostas com desejo de aprender. 
 Muitas dificuldades de aprendizagem são decorrentes de metodologia 
inadequada, de professores desmotivados e cansados e, ”presos” em trabalhar dentro de 
um único estilo, o professor acaba favorecendo o aparecimento dos problemas de 
aprendizagem. É importante, no momento em que surja problemas com algum aluno, 
que haja uma mobilização por parte da escola, a fim de que solucionem a possível 
dificuldade. A recusa em aprender é um ato de defesa diante de seu fracasso e 
frustração. Com o estudo, pudemos perceber que a escola tem muito ainda o que fazer 
para ajudar seus alunos. A escola deve esforçar-se para a aprendizagem ser significativa 
para o aluno. Com isso todos têm a ganhar, a escola, a família e, principalmente, a 
criança que será mais flexível, mais motivada e mais interessada em aprender. A criança 
que possui dificuldades de aprendizagem necessita adquirir confiança em si mesma e 
acreditar que é capaz. Para dar conta disso as pessoas envolvidas devem se dedicar 
profundamente para que essa dificuldade seja trabalhada e sanada. A afetividade é o 
ponto “x” para garantir o sucesso e o aprendizado dos alunos. 
 
35 
PRÁTICAS INCLUSIVAS: UM DIREITO DOS ALUNOS 
 
Ana Paula Souza Báfica
6
 
 
Atualmente, o tema inclusão está em evidência no Brasil e no mundo. Urge a 
necessidade de se pensar em uma sociedade menos desigual, onde todos tenham acesso 
aos bens e direitos que a vida, a natureza e a história prepararam. Nesse sentido, o 
debate gira em torno das acessibilidades, do acesso a uma educação de qualidade e igual 
para todos, acesso aos locais e espaços de convívio social em geral. 
Nesse sentido, ciente dos princípios, políticas e práticas educativas atuais que se 
direcionam para uma escola inclusiva, que tenha estrutura educativa como suporte 
social, que abrigue a todos, independente de suas particularidades e diferenças, faz-se 
necessário, uma retrospectiva histórica da inclusão social, destacando que em tempos 
passados, os sujeitos com deficiências eram tratados como uma ameaça à sociedade. 
Compreende-se que a proposta de inclusão implica em alguns princípios básicos: 
a aceitação das diferenças e valorização de cada ser como único, rico a sua maneira; que 
a aprendizagem se constrói convivendo com a diversidade e a cooperação; as 
dificuldades de aprendizagem têm causas e desenvolvimentos múltiplos, exigindo 
pesquisas em diversos campos de origens: genética, orgânica, intelectual, cognitiva, 
emocional (incluído aí, a estrutura familiar/relacional) e, que influências externas 
podem minimizar ou maximizar os desdobramentos das diferenças. 
O recorte dessa discussão se evidenciará em relatar aprendizagens construídas 
durante o decorrer do curso de Práticas Inclusivas e Déficit Intelectual. Primeiro, por 
compreender ser um tema pertinente para uma sociedade que tanto tem falado em 
inclusão social e que precisa continuar dando sinais reais de que ela é possível. 
Segundo, porque quando falamos em Educação e Educação Inclusiva, falamos de um 
processo que visa o indivíduo integral e sua inclusão em todas as esferas da sociedade. 
Um dos maiores desafios das escolas regulares atualmente é promover a inclusão 
dos alunos com deficiência. Primeiro por sabermos que as pessoas com deficiência não 
necessitam de piedade ou compaixão, nem tão pouco de atitudes paternalistas no sentido 
de poupá-las das atividades imprescindíveis à sua sobrevivência. Segundo, por ter a 
certeza que elas precisam serem incluídas na sociedade. Para isso devem ser oferecidas 
oportunidades educacionais e profissionais, bastando, para tanto, a compreensão dos

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