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Inspeção ante-mortem de bovinos Introdução Primeira etapa da inspeção sanitária dos animais a serem abatidos, sendo uma atribuição exclusiva do medico veterinário. Conceito Realizada em 2 etapas Técnica Conferência da documentação: GTA, atestado sanitário do med. Veterinário da propriedade. Plataforma de Inspeção ante-mortem, observação em caráter geral do lote em piquete de observação durante e após o jejum, 30 minutos antes do abate, e no desembarcar dos @. Observar diarreia, sialorreia, ectoparasitas, lesões e artrite. Alterações? Condenar em caso de: – Hipertermia ≥ 40,5ºC – bovinos, ovinos, caprinos ≥ 41ºC – suínos ≥ 43ºC – aves – hipotermia Observar os @ em geral e se necessaro separa e afere temperatura . Objetivos Certificação do estado sanitário, avaliando a sanidade dos @ para evitar o abate de @ doentes que possam causar prejuízos a saúde das pessoas. Constatação de doenças de quadros clínicos evidentes: mastite, metrite, tumorações, enterite, papilomatose, quadros neurológicos Refugar vacas paridas/abortadas Evitar o abate de vacas com gestação avançada Evitar o abate de animais com menos de 1 mês de vida extra uterina Garantir a obrigatoriedade do jejum, descanso e dieta hídrica – Artigo 110 Importância higiênico sanitária Fornecer dados para inspeção post-mortem Constatar doenças sem lesões anatômicas evidentes: Encefalites, tétano, metrite Surpreender doenças septicêmicas Policiamento sanitário (doenças de notificação obrigatória): Raiva, febre aftosa Importância tecnológica Garantir o jejum, repouso (para recuperar o estado e glicogênio, gerando ATP e após a morte acido lático que ajuda na queda de pH). e dieta hídrica para evitar contaminação na sala de abate Particularidades Animais com febre aftosa: Artigo 116 e 117 (RIISPOA) É proibida a matança “em comum” Manutenção dos animais em observação Normas técnicas abater após viremia (hipertermia) abate no final da matança animais com chapa número 3 (NE- não pode exportar) Ofício circular DIPOA 006/01 Todos os animais suspeitos e aqueles que entraram em contato deverão ser abatidos em separado. Destino às carnes: maturação sanitária(redução da temperatura em curto período de tempo) e desossa, NE Tuberculose : portaria 23 (2014) –abate sanitário ou sacrifício de bovinos e bubalinos diagnosticados positivos para tuberculose. O consumo de carne em partes depende da avaliação do estado da carne. Destruicao quando o foco é encontrado na propriedade e deve-se destruir na propriedade. Matança de emergência Conceito: – A matança de emergência é aquela destinada aos animais que chegam ao estabelecimento em precárias condições físicas ou de saúde (doenças e fraturas), impossibilitados de atingir a Sala de Matança por seus próprios meios, como também aqueles que foram retidos no Curral de Observação (bovinos) ou Pocilga de Seqüestro (suínos), após o exame geral. Tipos de matança de emergência: – Imediata – Mediata Principais causas: – Traumatismo (luxações, fraturas) – Metrites, mastites, enterítes, abscessos – Animais de descarte com tuberculinização e brucelose positivos. Local de abate: – Matadouro Sanitário (local a parte, menor e localizado próximo aos currais , evitando transporte e contaminação da sala de matança geral) – Departamento de necropsia INSPEÇÃO POST-MORTEM - exame macro de todos os órgãos e tecidos durante o abate. Condições físicas e operacionais necessárias: Iluminação adequada Dispositivos para lavagem e esterilização de instrumentos e lavatórios de mãos para evitar contaminação. Sistema de controle e registro de afecções para avaliar todas as partes do @ Velocidade de abate compatível com o numero de funcionários. Fase preparatória: na evisceração, cuidando para preservar os órgãos Fase de exame: visualização , palpação, corte técnicos porque não deve-se inviabilizar a comercialização do órgão após o corte. Normas de procedimentos Sistema de identificação funcional Pessoal qualificado e treinado Velocidade de abate determinado pelo médico veterinário Fase preparatória bem realizada (evisceração, permitindo a avaliação dos órgãos) Conceito: Exame macroscópico realizado em órgãos e meias carcaças durante o abate RIISPOA (Art. 147): a inspeção post-mortem consiste no exame de todos os órgãos e tecidos, abrangendo a observação e apreciação de seus caracteres externos, sua palpação e abertura dos gânglios linfáticos correspondentes, além de corte sobre o parênquima dos órgãos, quando necessário Local Nas linhas de inspeção (100% dos @) No DIF (departamento de Inspecao final, avalia as carcaças e vísceras doentes ou lesionadas, separada nas linhas ou @ que foram abatidos em emergência) Linhas de Inspeção LINHA A – exame dos pés LINHA B – exame do conjunto cabeça-língua LINHA C – cronologia dentária LINHA D – exame do TGI, baço, pâncreas, vesícula urinária, útero LINHA E – exame do fígado LINHA F – exame dos pulmões e coração LINHA G – exame dos rins LINHA H – exame dos lados internos e externos da parte caudal da carcaça e linfonodos correspondentes LINHA I – exame dos lados internos e externos da parte cranial da carcaça e linfonodos correspondentes Fases Preparatória: finalidade de apresentar à inspeção a peça em condições de ser inspecionada, perfeitamente limpa para facilitar o exame visual, preservando sob o ponto de vista higiênico, as porções comestíveis Fase de exame: auxiliares de inspeção com formação teórica e prática sobre as lesões Rotina oficial nas linhas de inspeção LINHA A Fase preparatória Fase de exame: observar os espaços interdigitais, observando lesões de febre aftosa. Artigo 116 e 117 (RIISPOA) É proibida a matança “em comum” Manutenção dos animais em observação Ofício circular DIPOA 006/01 Todos os animais suspeitos e aqueles que entraram em contato deverão ser abatidos em separado. Destino às carnes: maturação sanitária e desossa, NE Doença detectada no post-mortem: Suspensão do abate Notificação da autoridade sanitária Encaminhamento ao DIF: Confirmação – NE bem como das outras desviadas Maturação sanitária – +2ºC/24h seguido de desossa (maturação sanitária) +- 5 graus por 24 horas seguido de dessosa e após pode ocorrer a liberação para consumo interno. CARNE MATURADA(maciez) é # de MATURACAO SANITARIA Liberação para consumo interno: Cortes maturados e desossados Salsicharia: 70ºC/30 minutos Vísceras: idem ou salga LINHA B Fase preparatória Fase de exame: Cabeça e Língua, e observação da cavidade oral, CE, conteúdo ruminal, esclera dos olhos, lesões. Procura cisticerco em mm masseteres e pterigoides em 2 cortes sagitais duplos nos masseteres, e corte único sagital nos pterigoides. Exame de linfonodos sublinguais, partidos e retrofaringeos, buscando alterações de tamanho e petequias, lesões caseosas. Corte profundo da base da língua para procurar cisticerco, e corte profundo no cento da língua. LINHA C – dentes (@ jovem e adulto) LINHA D- TGI , baco, pâncreas, vesícula e útero (evisceração em etapa única) Fase preparatória Fase de exame: Condenar na linha em casos de contaminação fecal, enfisema, esofagostomose +- 10 ganglios mesentéricos Producao de envoltórios naturais para linguiças e outros produtos através de serosas da alca intestinal. LINHA E- fígado Faciolose, cirrose, abscessos, perihepatite, esteatose, estefanurose (suínos), hidatidose, teleangiectasia Observar bordas, palpar e corte do parênquima biliar para ver os ductos biliares para verificar migração de fascíola hepática. LINHA F – coração e pulmoes Fase preparatória Fase de exame: Pulmões: aspiração de sangue ou conteúdo ruminal, bronquite, congestão, pneumonia- linfonodos apical, traqueobrônquico direito e esquerdo, mediastinico e esofagianos. Coração: cisticercose, sinéquias- epicardio, endocárdio e miocardio Desfolhamento do coração • corte inicialpara a abertura do ventrículo direito paralelamente ao sulco longitudinal • Progressão do corte para a divisão da parede do ventrículo esquerdo • Incisão longitudinal para a abertura do ventrículo esquerdo • Corte inicial para a divisão da parede do ventrículo esquerdo situada à esquerda do corte realizado • Corte incidindo sobre o septo interventricular mostrando a parede completamente desdobrada LINHA G- rins Congestão, isquemia, nefrite, cistos, hidronefrose LINHA H- Artrites, contusões, contaminação Linfonodos: inguinais, isquiáticos, ilíacos e précrurais LINHA I Burcite brucélica, abscessos, contaminações, contusões LINHA J Carimbagem das meias-carcaças: Coxão, lombo, ponta de agulha e paleta Tinta: Violeta de metila ..... 10 g Álcool absoluto ....... 500 ml Glicerina líquida ...... 450 ml Destino das carnes a) liberação para consumo "in natura": carimbo modelo 1 b) aproveitamento condicional (AC): faz cortes para inutilizar o consumo in natura, salga: corte transversal nos músculos da face posterior do antebraço e anterior da perna e também no filé mignon com corte duplo em X. Carimbo modelo 11 conserva: cortes e Carimbo modelo 10. (embutido e pasteurização) salsicharia: idem conserva sendo os cortes em “S”, utilizando-se carimbo modelo 12.(esterilização comercial para eliminar patógeno) c) rejeição parcial- retira porcoes alteradas d) rejeição total (condenação) (CT): desfigurar as massas musculares cortando-as em X. Carimbar as carcaças com carimbo modelo 5, destinados à graxaria (racao para @) e forno crematório ou autoclave para doenças exóticas ou doenças que são controladas ou doenças causadas por bactérias formadoras de esporos. INSPEÇÃO FINAL Introdução Revisar os exames praticados nas linhas de inspeção Efetuar pesquisas mais profundas para dar o destino final à meias-carcaças e vísceras Características do DIF Característica do DIF: Em local de fácil acesso no fim das linhas 6% do tamanho da sala de matança Câmara de sequestro para armazenar para AC Faz-se o desvio de ½ carcaça, TGI, fígado, coração e pulmão, cabeça e língua com chapas metálicas numeradas para ir tudo para o DIF e serem revisadas. Isto devido a carimbagem com o numero. Técnica Observar intercorrespondência entre os órgãos e carcaça e verificar a localização da lesão Exame da cabeça Efetuar novas incisões nos masseteres e pterigóides Revisão da cadeia linfática Exame da superfície óssea, mucosas e orifícios Exame da língua Exame visual, palpação, linfonodos retrofaríngeos, sublinguais, atloideanos Novos cortes Exame dos pulmões e coração Revisão da cadeia linfática Exame visual, palpação e cortes Desfolhamento do coração Exame do fígado Cortes dos ductos biliares Cortes profundos e extensos Exame dos intestinos Linfonodos mesentéricos Exame dos estômagos Exame da carcaça Aspecto geral (coloração, serosas, articulações, ossos, medula espinhal) Diafragma e pilar Cortes na musculatura Abertura de vasos Cartilagem xifóide Linfonodos poplíteos, supra-externais, costocervical, subescapulares. Exame dos rins Destino das carnes Controle da carcaças destinadas ao aproveitamento condicional PARTICULARIDADES Casos de cisticercose: Efetuar novas incisões nos masseteres e pterigóides Efetuar cortes longitudinais na língua Desfolhamento do coração Cortes no diafragma e pilar Cortes nos músculos do pescoço e peito Obs.: caso não seja detectado nenhum cisto e o cisto inicial estava calcificado(parece areia no corte): Rejeitar o órgão e liberar a carcaça Obs: se o cisto estivesse vivo... Pesquisa na paleta: Nada (tratamento pelo frio, 10 dias a – 15 graus ou 15 dias a – 10 graus) Algum cisto: Pesquisa no traseiro Discreta: salga Moderada: conserva Generalizada: condenação Teste de pepsina e tripsina: para saber se o cisto é vivo ou calcificado : se envaginar estava vivo , se não é calcificado Icterícia (patológica) x Adipoxantose (por alimentos caratenoides que dao cor na gordura) Coloração das meninges, amarelo esverdeado ou ouro. Oxidacao do pigmento, deixa um dia parado, e se reduzir a cor, oxidar indica que é adipoxantose, se não oxidar é icterícia. Abertura de vasos Cartilagem xifóide Prova de Learche (Reação de Diazzo, art. 186 § 5): 5 ml de NaOH 5% 2 g do material 5 ml de éter 2 gr da amostra em um tubo e coloca solução de 5 ml NaOH 5% e aquece e acrescenta 5 ml de éter, vai diferenciar as camadas, se a camada de éter ficar amarela (parte de cima), é adipoxantose, se a camada de NaOH ficar amarela (parte de baixo)icterícia. Critérios de julgamentos para carcaças e vísceras Objetivos Dar o destino adequado a carcaça, visando garantir a saúde do consumidor. Julgamento de carcaças e órgãos de animais portadores de Doenças infecciosas 1- Tuberculose Granulomas específicos: – tubérculos caseosos Zona periférica de células mononucleares, fibroblasto e células gigantes e necrose caseosa central. Ocorre de forma nodular ou miliar Em serosas: tuberculose perlada ou perlácea. Acometendo linfonodos: – Complexo primário incompleto Acometendo linfonodos e órgãos: – Complexo primário completo Agente etiológico: –Mycobacterium bovis, M. tuberculosis, M. do complexo avium (MAIS) Inspeção: – Observar a cadeia linfática no exame post-mortem Julgamento: – Calcificada localizada – Caseosa localizada – Generalizada – Miliar 2) Carbúnculo hemático Agente etiológico: – Bacillus anthracis Achados de post-mortem: – Anasarca – Inchaço – Reduzido rigor-mortis – Hemorragias disseminadas – Sangue escuro e não coagulado – Fluidos com sangue nas cavidades – Esplenomegalia e amolecimento* Diagnóstico: – Gram – bacilos gram positivos: em Fluidos, edemas, sangue, baço – Cultivo – Inoculação em animais de laboratório – Teste de Ascoli – exame do couro Destino: – Condenação: Forno crematório ou autoclave 3- Brucelose Agente etiológico: – Brucella sp. PNCEBT Achados de post-mortem: – Burcite cervical brucélica Julgamento – Art. 163. condenação das carcaças com lesões extensas Parágrafo único - Nos casos de lesões localizadas, encaminham-se as carcaças à, esterilização pela calor, depois de removidas e condenadas as partes atingidas. 4- Actinomicose Doença crônica de bovinos e suínos Raramente em eqüídeos e ovinos Agente etiológico: – Actinomyces bovis – Morfologia heterogênea – Bactérias Gram-positivas Patógeno oportunista Produzem respostas inflamatórias diversas em membranas mucosas Encontrado naturalmente na orofaringe de bovinos Infecção por injúria à mucosa oral Post-mortem: – Inchaço (doloroso) da mandíbula e maxilar e mais raramente dos dentes – Abscessos na cavidade oral e na pele; – Ulcerações nas bochechas e verrugas externamente à cabeça – Osteomielite – Envolvimento mínimo dos linfonodos regionais – Lesões purulentas (pus verde-amarelado) com “grãos de enxofre” – Lesões granulomatosas na porção distal do esôfago ou na parte anterior do retículo – Peritonite localizada – Abomasite – Enterite Julgamento: – Lesões localizadas: RP e liberação para consumo in natura – Lesões generalizadas: CT – graxaria 5- Actinobacilose Agente etiológico: – Actinobacillus lignieresii – Bacilos Gram-negativos – Comensais de membrana mucosa Trato respiratório superior Cavidade oral – Pouca sobrevivência no meio ambiente Post-mortem – Língua inchada, com consistência fibrosa (“língua de pau”); – Mucosa da língua com nódulos pequenos e amarelados; presença de erosões; – Lesões granulomatosas nos linfonodos; – pus amarelo-esverdeado com “grãos de enxofre”; – gânglios parotídeos e retrofaríngeos aumentados de volume – Adelgaçamento da parede do estômago e da porção distal do esôfago; – Rúmen e retículo com placas e erosões na mucosa; – lesões no fígado e diafragma. Julgamento – Lesões localizadas: RP e liberação para consumo in natura – Lesões generalizadas: CT – graxaria6- Mastites Específicas – Brucella –Mycobacterium – Actinomyces – Actinobacillus – Lesões gangrenosas – Destino: de acordo com a especificação de cada doença. Inespecíficas – Aguda Sinais de inflamação Destino: AC - conserva – Crônica Processo restrito à gl. mamária Sem reação ganglionar regional Destino: consumo in natura 7- Leucose bovina Agente etiológico – Retrovírus oncogênico: Neoplasia infecciosa maligna - Linfossarcoma Achados – Aumento dos linfonodos superficiais – Ante-mortem: infartamento ganglionar – Post-mortem: Nódulos lardáceos nos órgãos – Destino: condenação total – graxaria. Diferenciar: – Tumor maligno – Tumor benigno Julgamento – Maligno: CT – graxaria – Benigno: Liberação 8- Febre Aftosa Ofício circular DIPOA 006/01 – Todos os animais suspeitos e aqueles que entraram em contato deverão ser abatidos em separado. – Destino às carnes: maturação sanitária e desossa, NE – Doença detectada no post-mortem Suspensão do abate Notificação da autoridade sanitária Encaminhamento ao DIF: – Confirmação – NE bem como das outras desviadas – Maturação sanitária – +2ºC/24h seguido de desossa Liberação para consumo interno – Cortes maturados e desossados – Salsicharia: 70ºC/30 minutos – Vísceras: idem ou salga 9- Clostrídios 9.1. Carbúnculo sintomático – Sinonímia: perna negra – Agente etiológico – Esporos são ativados por solução de continuidade – Comum em bovinos jovens (3m a 2a) – Comum em ovinos – Achados: Crepitação; Edema; Claudicação; Morte súbita 9.2. Gangrena gasosa – Agente etiológico – Lesões necrosantes dos tecidos moles – Contaminação por feridas – Lesões no parto – Aplicação de injeções – Achados: Crepitação subcutânea 9.3. Botulismo – Agente etiológico – Intoxicação – Ocorrência Deficiência de fósforo Ingestão de silagem com restos de animais 9.4. Tétano – Os bovinos são moderadamente susceptíveis bem como os suínos – Carnívoros – bem resistentes – Aves: não são susceptíveis 10- Abscessos e lesões supuradas Lesões localizadas – Examinar a área e os linfonodos regionais Sem reação ganglionar (seqüestrado): – Liberação Não sequestrado: – AC – conserva Lesões disseminadas e múltiplas: – CT 11- Encefalopatia espongiliforme bovina Instrução Normativa 15, de 29 de outubro de 2003 – Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos que Processam Resíduos de Animais Destinados à Alimentação Animal – Excluir da produção de farinha: Encéfalo, olhos, tonsilas, medula espinhal e parte final do intestino delgado (íleo) de bovinos de qualquer idade deverão ser destruídos por incineração e/ou enterramento, em aterro previamente aprovado pela autoridade competente, e que, se possível, deve ficar restrito ao parque industrial Julgamento de carcaças e órgãos de animais portadores de Doenças Parasitárias 1-Nematódeos 1.1. Ascaris sp. – Ascaris suun – Neoascaris vitulorum – Parascaris equorum – Ciclo hepato-cárdio-pulmonar Pode ser observado bronquite, manchas leitosas no fígado (superficiais), pontos hemorrágicos no intestino. – Julgamento: Bronquite: toalete. Fígado: toalete caso possível, senão condena o órgão. 1.2 Haemonchus contortus / Ostertagia ostertagi / Trichostrongylus axei – Lesões: nódulos na mucosa do intestino delgado e estômago de bovinos. – Julgamento: liberação após retirada da mucosa. 1.3. Esofagostomos – Oesophagostomum radiatum (bovinos e ovinos) – O. columbianum (ovino e caprino) – O. dentatum (suínos) – Lesões: intestino delgado, nódulos acometendo todas as camadas (serosa, muscular, submucosa, mucosa) – Julgamento: retirar a área lesada ou condenar os intestinos 1.4 Stephanurus dentatus (suínos) – Localização: gordura perirenal. – Destruição dos hepatócitos levando à hepatite hemorrágica e cirrose. – perihepatite e peritonite. – Forma abscesso na gordura perirenal com conseqüente nefrite, obliterações dos ureteres com hidronefrose. – Julgamento: condenação do fígado condenação da gordura perirenal e rins abscesso seqüestrado: condenar a área abscesso não seqüestrado: conserva nefrite com uremia: graxaria. 1.5. Dictyocaulus viviparus / D. filaria / Metastrongylus elongatus – Lesão: bronquite com broncopneumonia; aumento da luz bronquial levando a bronquiectasia com muco; atelectasia em áreas adjacentes; infecção secundária: pneumonia infecciosa. – Julgamento: condenação do órgão e libera o restante para consumo “in natura”. com inflamação secundária, condenação do órgão e esterilização pelo calor. 1.6 Trichinella spiralis – Zoonose (endocardite ou encefalite) – Doença exótica. Parasita de fibra muscular. – Colhe-se musculatura do pilar do diafragma – Não há diagnóstico macroscópico. – Frigoríficos exportadores de suínos para Rússia, realizam exame em todos os animais abatidos. – Julgamento: CT – forno crematório 1.7. Oncocerca (Oncocerca gutturosa) (bovinos) / O. cervicalis (equinos) – Lesões: nódulos no ligamento da nuca e outros e tendões – Expor o ligamento da nuca e observar – Com brucelose: burcite brucélica – Julgamento: toalete dos ligamentos e tendões e libera a carcaça para consumo “in natura”. Com burcite brucélica: esterilização pelo calor. 2- Acantocéfalos 2.1 Macracanthorhyncus hirudinaceus (suínos - Intestino delgado) – Lesão: nódulos em todas as camadas – Julgamento: condenação do intestino ou toalete. 3- Cestodos Generalidades – Hosp. Interm.: animais de açougue. – Forma de cistos: Cisticercus: vesícula com líquido e protoescólex Coenurus: vesícula com líquido e vários escólex Equinococcus ou cisto hidático: vesícula com membrana prolígera ou germinativa, com rompimento da membrana libera os escólex formando a areia hidatígena. Importância – Lesões levam a rejeição do consumidor com condenação. – Menor desenvolvimento do animal. – Homem como hospedeiro intermediário acidental. 3.1 Tenia solium – Estágio larvar: Cyticercus cellulosae – Local: tecido conjunto intramuscular, SN, rins, pulmões – Inativado a 58ºC, -10ºC/15 dias, salga 25% em mantas 3-4 semanas – Julgamento: Discreta: animal inteiro para banha e sólido para ração Intensa: tecido adiposo para banha e o restante condenado Intensa com edemaciação: (aspecto aquoso edemaciado): condenação total 3.2 Taenia saginata – Estágio larvar: Cysticercus bovis – bovinos e bubalinos – Localização: idem anterior – Julgamento 4- Trematóideos 4.1. Fasciola hepatica – Lesões: colangite ou angiocolite – Migração no fígado (9 semanas) Destrói sinusoides e hepatócitos levando hepatite hemorrágica: cirrose – Nos ductos biliares determina colangite. – Reflexo na carcaça: icterícia (hepática ou pós-hepática). – Julgamento: condenação do órgão e com icterícia condenação total. 5- Protozoários 5.1. Sarcosporidiose: – Sarcocystis sp (Animais e humanos) – Lesões: microscópicas nas células musculares. Nos suínos e em infecção intensa observam-se nódulos na língua. Nos ovinos, os nódulos ocorrem preferencialmente no esôfago. – Inativação: temperatura de 58ºC e congelamento. – Julgamento: suínos: – discreta: banha – intensa: condenação total – ovinos: condenar só o esôfago – generalizada: condenação total 5.2. Toxoplasma gondii (Ruminantes, suínos, aves) – Lesões: não evidentes. Suspeita-se em linfoadenomegalia generalizada principalmente em suínos. – Contaminação: Taquizoítas: leite (principalmente cabra), outras secreções Bradizoítas: carnes (cistos tissulares) Oocisto: fezes de felídeos. Inspeção de carnes derivadas de diversas afecções aparentes 1- Carnes de animais febris Os órgãos estão congestos e vasos túrgidos levando a uma descoloração muscular. Provas laboratoriais para comprovação: – pH e infiltração muscular. – Tem odor a clorofórmio. Julgamento: CT – graxaria 2- Carne de animais cansados Causas – transporte (a pé, caminhão), – estresse,– trabalho forçado, – fêmeas de parto distócico. Sinais do animal vivo – mucosas congestas, – dispneico, – andar dificultoso, – musculatura dura, – sensível. Aspecto da carcaça: – rigidez cadavérica acentuada, – escápula parece aderida ao tórax, – sínfise isquiopubiana enegrecida (baixa de oxigênio), – musculatura e medula óssea de coloração anormal (amarronzada). – seções musculares ressecadas e pegajosas. Julgamento: condenação total. 3- Carnes sanguinolentas Causas mais freqüentes – traumatismo (fraturas), – decúbito prolongado, – animal quase morto Aspecto da carcaça – lesões do tipo congestivo hemorrágico. Julgamento – se for localizado: toalete – se for generalizado: condenação. 4- Carnes insuficientemente nutritivas 4.1 Não nato (nonato): desenvolvimento fetal até o sétimo mês. – Rico em água e glicogênio e pobre em proteína. – Pulmões colabados, presença de mecônio, ausência de leite no estômago, cordão umbilical, cascos moles. – Julgamento: condenação ou liberação se na região for comum o consumo. 4.2 Neonato: do nascimento até 30 dias: – alto teor de glicogênio, baixo teor de proteínas. – Julgamento: idem anterior 4.3 carnes magras (magreza fisiológica) – diferente de caquexia que levaria à condenação total. – Julgamento de magreza fisiológica: salsicharia. 4.4 Atrofia caquética – Decorrente de doenças febris, distúrbios nutritivos, doenças crônicas – Células musculares atrofiam, aumenta o tec. conjuntivo, deposição gordurosa (auricular, perirenal, mesentérica). – Aspecto gelatinoso. Ocorre autofagia. – Julgamento: condenação 4.5 Edemaciação – cirrose hepática e nefrite crônica com estase venosa. – Alterações: idem anterior mais retenção de líquido. – Julgamento: condenação. 5- Carnes repugnantes 5.1 Odor anormal – 5.1.1. Odores de estados infecciosos ou tóxicos. Odor butírico, ocorre em animais com carbúnculo sintomático. odor de clorofórmio: doenças febris. odor de acetona: cetose ou cetonemia. odor de ác. cianídrico: intoxicação por mandioca brava. odor medicamentoso: medicamentos canforados, creolina, óleo de fígado de bacalhau. Destino: CT (graxaria). – 5.1.2 Odores simplesmente repugnantes Sexual: animais não castrados Alimentar: farinha de peixe, peixe (suínos) ovinos de áreas com cebola e alho. Julgamento – Peixe: condenação – Outros: libera mas tem que ser isolado na estocagem. odor de urina: evisceração tardia, nefrites bilaterias graves e hidronefrose. 5.2. Carnes com lesões repugnantes – Tumores: destinos já vistos – Abscessos: localizados seqüestrados ou não (destino já visto) – Contaminação: toalete e liberação, AP - Conserva CT – graxaria (dependendo da extensão da contaminação) 5.3. Carnes com coloração anormal – Melanose: toalete. Diferenciar de melanoma (em toda a pele) – Hemosiderose: marrom ou ferrugem. Observar o caráter generalizado ou não – Icterícia: depósito de pigmentos biliares.-> Diferenciar de Adipoxantose. – Devido às bactérias cromogênicas Azul: Pseudomonas cyanogenes, P. fluorescens Vermelho: Serratia macerans – Julgamento: CT
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