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Introdução aos ambientes marinhos

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1
I - O AMBIENTE MARINHO - CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
 
 
Os mares ocupam cerca de 70% da superfície do planeta. Todos os 
oceanos da Terra estão interligados por correntes, dominados por ondas, 
influenciados por mares e caracterizados pela salinidade das águas. 
Apesar de constituírem uma massa única e interconectada, existem 
algumas barreiras de caráter físico-químico que impossibilitam o livre 
movimento da biota marinha. Tais barreiras se caracterizam por diferenças 
na salinidade, na temperatura e na pressão. Estas barreiras se fazem sentir 
tanto em um gradiente vertical superfície/fundo, como em um gradiente 
horizontal, ao longo das diversas camadas de água em diferentes 
profundidades. 
 
Zonação do ambiente marinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salinidade 
A salinidade é praticamente constante no mar aberto, atingindo valores 
de 35ppm (partes por mil ou ‰). O grande volume de água existente nos 
oceanos, aliado à movimentação e conseqüente mistura entre essas massas 
de água, determinam a constância dos teores de salinidade. Seria necessário 
adicionar cerca de 1.400 bilhões de toneladas de soluto na água dos oceanos 
para que a salinidade aumentasse de 35 para 36 ppm, considerando-se o 
volume total das águas. 
Zona fótica 
Zona afótica 
Região 
nerítica 
Região oceânica 
SISTEMA 
BENTÔNICO 
Zona abissal 
Zona hadal 
Zona abissopelágica 
Zona batipelágica 
Zona mesopelágica 
Zona epipelágica 
Zona 
batial 
Zona sublitoral 
 2
A determinação da salinidade nos diversos ambientes marinhos é 
avaliada com base na quantidade de íons de cloro dissolvidos em uma 
determinada quantidade de água, ao que se dá o nome de clorinidade. 
Assim, na salinidade de 35 ppm, estabelecida como normal ou padrão para 
as águas oceânicas, existe uma proporção equivalente de íons de cloro 
avaliada em 19,3 ppm. Este valor pode ser calculado através da relação 
entre salinidade (S) e clorinidade, estabelecida da seguinte maneira: 
 
 S = 1,80655 X clorinidade 
 
 De modo geral, as substâncias dissolvidas na água do mar aparecem 
nas seguintes proporções: 
 
 Cátions 
 
g/Kg Ânions g/Kg 
Sódio 10,8 Cloro 19,3 
Magnésio 1,3 Sulfatos 2,7 
Potássio 0,4 Bromo 0,1 
Cálcio 0,4 Bicarbonatos 0,1 
Estrôncio 0,01 Ácido bórico 0,03 
 Flúor 0,001 
 (Smith, 1980) 
 
Os solutos encontrados na água do mar são provenientes, na sua 
grande maioria, dos sedimentos carreados do continente através dos rios e 
da erosão das rochas costeiras. Além disto, temos a contribuição da 
atividade vulcânica submarina. A perda de solutos é efetuada através da 
deposição dos mesmos nos fundos oceânicos, através da decantação, e 
também através de ligações químicas que formam precipitados insolúveis, 
afetando os ciclos biogeoquímicos de diversas substâncias (principalmente 
sulfatos e carbonatos), de vital importância para a manutenção dos 
ecossistemas não só marinhos como terrestres. 
O pH da água do mar é 1igeiramente alcalino, devido à maior 
proporção de cátions sobre a de ânions, estando por volta de 8,2. Devido à 
facilidade da reação que forma o CaCO3 na água do mar, a partir do CO2 
dissolvido, estas águas possuem uma propriedade altamente tamponadora. 
 
CO2 + HOH ↔ H2C03 , H2CO3 ↔ H+ + HCO3- 
 
 HCO3- ↔ H+ + CO3- -, CO3- - + Ca ↔ CaCO3 
 
A salinidade da água do mar é afetada por vários fatores, entre eles a 
evaporação, a precipitação pluviométrica, a movimentação e a mistura das 
massas d’água, o afluxo de água doce do continente, e a precipitação dos 
solutos para o fundo. Estas variações se fazem sentir com maior intensidade 
na interface água/ar e nas regiões costeiras. 
 
 
 3
Correntes: 
Existem diversos tipos de correntes oceânicas, importantes na 
distribuição a nível global da biota marinho. 
 As correntes de superfície são geradas por ventos causados pelas 
diferenças de temperatura entre os pólos e o equador, que por sua vez geram 
zonas de alta e baixa pressão. A direção destes ventos, assim como a das 
águas, é afetada pela força de Coriolis, provocada pelo movimento de rotação 
da Terra. 
 As correntes de profundidade são geradas por diferenças de 
temperatura e salinidade entre as diversas massas de água em contato umas 
com as outras. 
 Existem também determinadas correntes chamadas correntes de 
ressurgência, nas quais águas profundas e ricas em nutrientes sobem à 
superfície pela ação de ventos costeiros que afastam a água superficial. Isto 
provoca a ascensão destas massas de água fria com os seus nutrientes até 
então inacessíveis. A sua presença origina regiões de alta produtividade, 
consistindo em regiões importantes para a indústria pesqueira. São também 
encontradas em grande quantidade aves marinhas que dependem do 
estoque de peixes para a sua sobrevivência. Estas regiões se localizam 
principalmente na costa oeste dos continentes, destacando-se as costas do 
Peru, Estados Unidos, Portugal e África. 
 
 
Marés: 
 As marés constituem um fenômeno de grande importância nas zonas 
costeiras, exercendo um efeito mais drástico nas áreas cobertas e 
descobertas diariamente pelo fluxo e refluxo das águas. 
 As marés são causadas basicamente pela força centrífuga gerada pelo 
movimento de translação da Terra em torno do Sol, e pela força de atração 
gravitacional entre a Terra e os demais corpos celestes do sistema, 
principalmente a Lua, devido à sua proximidade, e o Sol, devido à sua massa 
(2o Lei de Newton). 
Valores máximos e mínimos das marés: 
 
Maré de Sizigia: Sol, Lua e Terra alinhados (Lua cheia e Lua nova) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
T 
 4
Maré de quadratura: Sol, Lua e Terra formando um ângulo reto (quarto 
crescente e quarto minguante). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Periodicidade das marés: Ao longo do dia solar (24 h) ocorrem duas préa-
marés e duas baixa-marés. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Diversos fatores como o contorno da costa, ventos, e correntes locais 
podem alterar o fluxo esperado das marés. 
 Os períodos de submersão e imersão estabelecem uma série de 
fenômenos observados na biota das regiões litorâneas, tais como, relógios 
biológicos e adaptações comportamentais e fisiológicas. 
 
 
Pressão: 
A variação da pressão é maior no ambiente marinho do que no 
terrestre, uma vez que a cada 10 m de profundidade observamos um 
aumento de 01 atm na pressão. Esta varia no ambiente marinho, de 01 atm 
 
 
 
T 
 5
na superfície até aproximadamente 1100 atm na Sonda de Witjas na Fossa 
das Marianas (11.022 m). A pressão influencia a distribuição da biota nas 
grandes profundidades, uma vez que exige o desenvolvimento de adaptações 
para vencer este tipo de “stress”. 
 
 
Temperatura: 
 A temperatura varia menos no ambiente aquático do que no terrestre, 
atingindo valores médios de -3ºC nas águas árticas, e 27ºC nas águas 
tropicais. 
 A temperatura influi na salinidade, na medida em que nas regiões 
polares, por exemplo, a água congela deixando livres os sais em solução, 
acarretando um aumento na salinidade. Por outro lado, em regiões quentes e 
rasas, a salinidade pode também se elevar como conseqüência da 
evaporação. 
A diferença de temperatura entre as massas de água origina, como já 
foi dito, correntes oceânicas que apresentam características físicas diferentes 
da água que as circunda. Estas correntes funcionam tanto como barreiras à 
invasão de determinados organismos, assim como um verdadeiro veículo de 
dispersão para outros organismos, como é verificado em determinados 
peixes migradores. 
Os efeitos são, como nos demais fatores, mais drásticos na região 
costeira.Luz: 
 A água, em comparação com o ar, possui uma maior capacidade de 
absorver a luz. Esta absorção se faz de maneira diferente para cada um dos 
comprimentos de onda do espectro. Dependendo do número de partículas 
em suspensão na água do mar, a luz vai penetrar a profundidades maiores 
ou menores, delimitando a chamada zona fótica. Nas águas costeiras esta 
pode se estender até os 30 m de profundidade no máximo, enquanto que no 
mar aberto esta faixa pode atingir os 100 m ou mais. Outros fatores que 
influenciam a penetração da luz são: 
• Grau de agitação da superfície da água (maior porcentagem de luz 
refletida). 
• Ângulo de incidência da luz na superfície, que varia com a latitude 
(maior penetração no equador e menor nos pólos), e com a estação do 
ano (relacionadas com a inclinação do planeta). 
• Cobertura pelo gelo e pelas nuvens. 
 
 Uma vez que a atividade fotossintética é determinada pela presença da 
luz, temos que a produtividade primária é limitada às camadas de água onde 
a luz pode penetrar. 
 
 
 
 
 6
 
 
 
 
 
 
Produtividade: 
A produtividade primária é menor no ambiente marinho do que no 
terrestre, devido à baixa concentração de nutrientes dissolvidos, aliado ao 
fato de que o fitoplâncton está limitado à zona fótica. 
Nas zonas temperadas uma circulação vertical das águas ocorre no 
outono e na primavera, devido ao aquecimento diferencial das diversas 
camadas, possibilitando assim, a reciclagem dos nutrientes perdidos nas 
águas mais profundas e recuperados desta forma na zona fótica. Nas regiões 
tropicais, por outro lado, devido às pequenas variações térmicas, ocorre uma 
forte estratificação das camadas d’água, o que impede a circulação sazonal. 
Os nutrientes tendem, portanto, a permanecer decantados longe da zona 
fótica, por longos períodos de tempo. Apesar da alta luminosidade, as regiões 
tropicais apresentam baixos valores de produtividade justamente devido a 
esta perda de nutrientes para os fundos oceânicos, o que não ocorre nas 
zonas temperadas, que apresentam valores mais altos para este fator. 
Outras zonas de alta produtividade são constituídas pelas águas 
polares e pelas costeiras. Nas primeiras, pela alta quantidade de sais e 
nutrientes acumulados na porção líquida das águas devido ao congelamento 
e também pela maior quantidade de gases dissolvidos na água devido às 
baixas temperaturas. Nas águas costeiras, devido em primeiro lugar à maior 
proporção ocupada pela zona fótica na coluna de água, e também devido à 
presença de algas bentônicas aliadas ao fitoplâncton, elevando a biomassa 
dos produtores. Além disso, essas águas recebem o afluxo de nutrientes 
carreados do continente. 
 
amarelo 
laranja 
verde azul violeta 
50 M 
100 M 
150 M 
 
Ângulo de 
incidência 
200 M 
250 M 
Ar 
 
Água 
 
 
vermelho 
Refletida por 
partículas 
Refletida pela 
superfície 
 7
Ambiente 
marinho 
Superfície 
(106 Km2) 
Produtividade 1ª 
bruta 
(Kcal/m2/ano) 
 
Produção bruta 
total 
(1016 Kcal/ano) 
Mar aberto 
(prov. Oceânica) 
326,0 1.000 32,6 
Zonas costeiras 
(prov. Nerítica) 
34,0 2.000 6,8 
Regiões entre-
marés (litoral) 
0,4 6.000 0,2 
Estuários e 
Recifes 
2,0 20.000 4,0 
Total 362,0 -- 43,6 
 
Ambiente 
terrestre 
 
Total 135,0 -- 57,4 
 Segundo Odum, 1972.

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