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Negócio jurídico

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ATOS JURÍDICOS – serão sempre LÍCITOS (PÚBLICO OU PRIVADO)
Ilícito não é ato Jurídico. É antijurídico.
Um comportamento. Conduta de uma pessoa.
DISTINÇÃO – Negócio Jurídico e Ato Jurídico em Sentido Estrito
Vamos reforçar a idéia: não devemos confundir negócio jurídico com o ato jurídico em sentido estrito. Este não é exercício de autonomia privada. Logo, o interesse objetivado não pode ser regulado pelo particular e a sua satisfação se concretiza no modo determinado pela lei. 
Já no negócio jurídico, o fim procurado pelas partes baseia-se na autonomia da vontade privada. 
O negócio leva em consideração o fim procurado pela parte ou partes e a esse fim a ordem jurídica adapta os efeitos. 
Conceito
Negócio Jurídico é uma espécie do gênero ato jurídico em sentido amplo. É o ato destinado à produção de efeitos jurídicos, desejados pelo agente e tutelados pela lei. É toda ação humana, de autonomia privada, com o qual o particular regula por si os próprios interesses, havendo uma composição de interesses.
Objeto
O exemplo clássico de Negócio Jurídico é o contrato. Qualquer tipo de
contrato. Num contrato as partes contratantes acordam que devem conduzir-se de determinado modo, uma em face da outra. Vamos tomar como exemplo um contrato de locação. Nele, uma das partes se compromete a fornecer a outra, durante certo lapso de tempo, o uso e gozo de uma coisa infungível; por outro lado a outra parte se obriga a remunerar este uso (chamamos esta remuneração de aluguel). Os efeitos deste negócio devem ser totalmente previstos e desejados pelas partes: qual o valor da locação? qual o prazo da locação? qual o dia que deve ser efetuado o pagamento? qual o local em que o pagamento vai ser efetuado? o locatário deve pagar o IPTU? e o condomínio do prédio? quais as obrigações de cada parte durante o contrato? Todos estes itens (entre outros) são os efeitos do contrato. Todos eles podem ser “negociados” entre os contratantes. O contrato propriamente dito e os efeitos deste contrato devem ser previstos e desejados pelos interessados. 
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Manifestação de vontade e com isso você cria, altera e extingue direito. Classificamos os Negócios Jurídicos em:
1 - Quanto à manifestação de vontade:
• Unilaterais - quando a declaração de vontade emana de uma ou mais
pessoas, mas na mesma direção colimando um único objetivo; o ato se
aperfeiçoa com uma única manifestação de vontade. Exemplos: testamento, renúncia, desistência, promessa de recompensa, etc.
Subdividem-se em:
a) receptícios – quando a declaração tem de se tornar conhecida do destinatário para produzir os efeitos. Exemplo: a revogação de mandato (ou seja, de uma procuração) – se eu revogo uma procuração eu devo comunicar isso à pessoa a quem eu outorguei os poderes. 
b) não receptícios – quando o conhecimento do fato por parte da outra pessoa é irrelevante. Exemplo: um testamento – quando eu faço o meu testamento, nada mais precisa ser feito; não preciso comunicar ninguém desse fato, nem mesmo os meus herdeiros,beneficiados pelo testamento. Outro exemplo: renúncia de herança.
• Bilaterais – quando a declaração de vontade emana de duas manifestações de vontade, em sentido oposto, mas coincidentes sobre o objeto. Exemplos: perdão (“A” pode perdoar “B”; mas este perdão somente surtirá efeitos se “B” aceitar o perdão), contratos como a compra e venda (comprador e vendedor), ou a locação (locador e locatário), etc. Podem ser simples (vantagem ou benefício para uma das partes e encargo à outra – ex: doação) ou sinalagmáticos (vantagens e ônus a ambas as partes – ex: locação, compra e venda,
etc.). Veremos melhor esse item na aula sobre contratos.
• Plurilaterais – contratos que envolvem mais de duas partes (ex: contrato de sociedade com mais de dois sócios).
2 - Quanto às vantagens:
• Gratuito – só uma das partes aufere vantagem, não havendo contraprestação; são atos de liberalidade (ex: doação simples, comodato, etc.).
• Oneroso – ambos os contratantes possuem ônus e vantagens recíprocas (ex: locação, compra e venda, etc.).
3 - Quanto ao tempo em que devam produzir efeitos:
• Inter vivos – destinados a produzir efeitos durante a vida dos interessados. Ex: locação, compra e venda, mandato, casamento, etc.
• Causa mortis – emitida para a criação do direito após a morte do declarante. Ex: testamento, codicilo (que é uma disposição de última vontade de pequenas coisas, como um anel, roupas etc.), legado, etc.
4 – Quanto a seus efeitos:
• Constitutivos – se sua eficácia se opera ex nunc (ou seja, se efetiva a
partir do momento da conclusão do negócio – Ex: contrato de compra e venda).
• Declarativos – se sua eficácia é ex tunc (ou seja, se efetiva a partir do momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de vontade, retroagindo no tempo – Ex: divisão de condomínio, reconhecimento de filho, etc.).
5 - Quanto à subordinação:
• Principais – são aqueles que têm existência própria e não dependem
de qualquer outro (ex: compra e venda, locação, doação, etc.).
• Acessórios – são aqueles que têm a sua existência subordinada à de um contrato principal. Exemplo clássico: fiança. A fiança só existe por causa de um contrato principal; ela não têm existência jurídica autônoma (lembrem-se da regra: “o acessório segue o principal”). Se eu sou o locador de um imóvel, quero que o locatário (inquilino) apresente um fiador, que ficará responsável pelo pagamento da dívida, caso o locatário não cumpra com a obrigação. Logo o contrato de locação é o principal e a fiança é o contrato acessório, que somente existe por causa do principal. Outro exemplo: cláusula penal (que é a multa contratual, conforme veremos adiante).
6 - Quanto às formalidades:
• Solenes (formais) – obedecem a uma solenidade especial, a uma
forma prescrita em lei para se aperfeiçoarem. Exemplos: casamento,
testamento, compra e venda de um bem imóvel, etc.
• Não solenes (forma livre) – a lei não exige formalidades especiais
para seu aperfeiçoamento. Exemplos: locação, compra e venda debens móveis, etc.
7 – Quanto às pessoas:
• Impessoais – independe de quem sejam as partes e de eventual qualidade especial para a prática do ato. Ex: contrato uma pessoa para pintar um muro; qualquer pessoa pode pintar um muro; não há uma habilidade especial para isso.
• Intuitu personae – o ato se realiza em função das qualidades especiais de uma pessoa. Ex: outorgo mandato a pessoa de minha confiança; desejo ser operado por cirurgião de minha confiança; desejo ser defendido no Tribunal do Júri pelo advogado “X”, etc.
8 – Quanto à causa:
• Causais – estão vinculados a uma causa. Exemplo: o registro da escritura de um imóvel está sempre ligado à existência da escritura de compra e venda deste imóvel; se a compra e venda for defeituosa, o registro também o será.
• Abstratos – estão desvinculados de qualquer outro negócio.
Exemplo: compro uma casa pagando com um cheque; a emissão deste é desvinculada; se a compra e venda for considerada nula, o cheque continuará valendo, principalmente se estiver nas mãos de terceiros.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Alguns elementos do negócio jurídico são chamados de essenciais porque constituem elementos de existência e validade. Outros são chamados de acidentais, pois são requisitos de eficácia do negócio. Vamos apresentar um gráfico para melhor classificar os elementos constitutivos. Depois vamos analisá-los um a um.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
I – Essenciais – dizem respeito à validade do Negócio.
A) Gerais
1 – Capacidade das Partes
2 – Objeto Lícito, Possível, Determinado ou Determinável
3 – Consentimento/declaração de vontade
B) Especiais – forma prescrita ou não defesa em lei
II – Naturais – são os efeitos decorrentes do Negócio Jurídico.
III – Acidentais – dizem respeito à eficácia do negócio.
1 – Condição
2 – Termo
3 – Modo ou EncargoI - ELEMENTOS ESSENCIAIS GERAIS
Como vimos acima, os requisitos de validade do negócio jurídico são:
capacidade das partes (elemento subjetivo), objeto lícito, possível,
determinado ou determinável (elemento objetivo), consentimento e forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104 do CC). Os três primeiros são elementos gerais, comuns a todos os Negócios Jurídicos
 Já o último (a forma) é um elemento especial, pois diz respeito apenas alguns contratos. Nem todos os Negócios Jurídicos exigem uma forma especial. Por isso analisamos a forma em um item autônomo. 
CAPACIDADE DO AGENTE
Se todo negócio jurídico pressupõe uma declaração de vontade, a capacidade do agente é indispensável. 
Os artigos 3º e 4º do Código Civil apresentam o rol das pessoas absoluta ou relativamente incapazes. Já analisamos quem são essas pessoas
.
Enquanto os absolutamente incapazes são representados em seus interesses por seus pais, tutores e curadores, os relativamente incapaces (embora possam participar pessoalmente dos negócios jurídicos) devem ser assistidos pelas pessoas a quem a lei determinar. O ato praticado pelo absolutamente incapaz sem representação é nulo. 
Já o ato realizado pelo relativamente incapaz sem assistência é anulável.
 Lembrando que o vício da incapacidade é um instrumento que age a favor do incapaz, protegendo-o. 
Incapacidade
• Absoluta (art. 3º CC) → falta de representação → ato nulo.
• Relativa (art. 4º CC) → falta de assistência → ato anulável.
Espécies de Representantes:
a) Legais – a norma jurídica confere poderes para administrar bens
alheios. Exemplos: pais, tutores e curadores, em relação aos bens dos filhos,tutelados e curatelados.
b) Judiciais – nomeados pelo Juiz para exercer certo cargo em um
determinado processo. Exemplos: administrador judicial de uma falência,inventariante, etc.
c) Convencionais – através de mandato, expresso ou tácito, verbal ou
escrito. Exemplos: procuração outorgada (fornecida) a um advogado para patrocinar um processo judicial.
OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL, DETERMINADO OU DETERMINÁVEL
Além da capacidade das partes, para que o negócio jurídico se repute
perfeito e válido, deverá versar sobre um objeto lícito, conforme a lei, não sendo contrário aos bons costumes, à ordem pública e à moral. Exemplo: na locação de um imóvel para fins residenciais, este é o objeto do contrato. 
Além disso, o objeto deve ser possível, realizável. Se o negócio implicar
prestações impossíveis, também será considerado nulo; a impossibilidade pode ser jurídica ou física (ex: venda de herança de pessoa viva; ir à lua e voltar em 1 dia etc.). 
Ainda, deve ser o mesmo determinado ou, ao menos, determinável, ou seja, deve ser previamente conhecido e individualizado ou devem existir critérios que permitam sua futura individualização (indicação de gênero e quantidade, ainda que não seja mencionada a qualidade).
Falta de objeto lícito, possível, determinado ou determinável → Negócio Jurídico Nulo.
C) CONSENTIMENTO
A manifestação de vontade exerce papel importante no negócio jurídico,
sendo um elemento básico. Portanto, é necessário que esta vontade seja espontânea, livre de qualquer vício. O consentimento pode ser expresso (se declarado por escrito ou verbalmente, mas de maneira explícita) ou tácito (se resultar de um comportamento do agente que demonstre, implicitamente, sua anuência, sua concordância com a situação), desde que o negócio, por sua natureza ou por disposição legal, não exija forma expressa.
O silêncio pode importar em anuência, se as circunstâncias e os usos o
autorizarem e não for necessária a declaração de vontade expressa (art. 111 CC). Ou seja, o silêncio somente terá valor jurídico se a lei assim determinar.
Outro princípio básico relativo às declarações de vontade é de que se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem (art. 112 CC). Ou seja, os negócios, de uma forma geral, podem conter alguma cláusula duvidosa ou algum ponto controvertido, sendo necessária uma interpretação. Pelo Código esta interpretação deve procurar se situar mais na vontade real dos contratantes, procurando as conseqüências e os efeitos desejados por eles, indagando sua real intenção, do que no sentido literal do negócio (que seria o exame gramatical, de forma “fria” de um texto do contrato). 
Além disso, os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (art. 113 CC). 
O artigo 114 estabelece que os negócios jurídicos benéficos (ex: uma doação pura e simples) e a renúncia interpretam-se estritamente, isto é, o Juiz não poderá dar a estes negócios uma interpretação mais ampla. O Juiz deve ficar restrita ao que foi estipulado pelas partes.

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