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Tirapegui_ 2013_ Nutrição_ fundamentos e aspectos atuais_ GESTANTES E NUTRIZES

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Prévia do material em texto

Patrícia Helen de Carvalho Rondó Natália Pinheiro de Castro 
Miriam Coelho de Souza Verônica Luiza Vale Euclydes Colovati 
Fernanda Agapito Simões
 
Alimentação na gestação e na lactação
8
INTRODUÇÃO 
O estado nutricional materno está relacionado ao cres-
cimento e desenvolvimento do feto. A gestante ou lactante 
que possui menores reservas nutricionais apresenta maior 
risco de o feto e o recém-nascido apresentarem ganho de SHVR� H�RX� FRPSULPHQWR� LQVXÀ�FLHQWHV� H�� QRV� FDVRV� PDLV�JUDYHV�� DSUHVHQWDUHP� GpÀ�FLW� GR� GHVHQYROYLPHQWR� QHXUR�
cognitivo. Em contrapartida, a gestante obesa tem maior 
risco de aborto ou óbito fetal e de gerarem recém-nascidos PDFURVV{PLFRV�²�EHErV�FRP�PDLV�GH���NJ�H�FRP�PDLRU�ULV�
co de desenvolverem doenças crônicas não transmissíveis 
quando adultos.
EXISTE ALGUMA FASE DA GESTAÇÃO EM QUE A 
ALIMENTAÇÃO ADEQUADA É MAIS IMPORTANTE? 
No passado, acreditava-se que as necessidades nutricionais 
da gestante se restringiam quase que exclusivamente ao tercei-
ro trimestre da gestação. Atualmente sabe-se que a alimentação 
materna deve ser adequada antes mesmo da concepção. 
O estado nutricional antes da gestação é chave para a 
saúde materna e para a redução dos riscos de defeitos no 
nascimento. Mulheres que desejam engravidar, por exem-
plo, devem consumir cerca de 400 µg/dia de ácido fólico 
além do ácido fólico oriundo da dieta. Essa suplementação 
reduz o risco de defeitos do tubo neural, além de outros 
problemas fetais. Mulheres vegetarianas também devem 
fazer suplementação de vitamina B12, uma vez que o esta-
do nutricional desta vitamina também é fator de risco para 
defeitos do tubo neural. A anemia, que atinge 29,4% das 
mulheres brasileiras em idade fértil e pode ser evitada com 
a suplementação, pode ocasionar restrição de crescimento 
intrauterino e prematuridade. Outros fatores que antecedem 
a concepção podem melhorar as chances da concepção e a 
lactação, como a manutenção do peso ideal1.
Tradicionalmente, os requerimentos nutricionais na 
gestação têm sido baseados nos custos nutricionais, calcu-
lados com base no aparecimento de novos tecidos, no au-
mento da demanda metabólica e das reservas fetais. Sabe-se 
hoje que as recomendações nutricionais devem considerar, DOpP�GD�GLYHUVLGDGH�ELROyJLFD�GD�JHVWDQWH��YDULDomR�JHQp�WLFD�H�DGDSWDomR�À�VLROyJLFD��� IDWRUHV�DPELHQWDLV�� FXOWXUDLV��HFRQ{PLFRV�H�DFHVVLELOLGDGH�GH�DOLPHQWRV��TXH�GHÀ�QLUmR�VXD�
exata necessidade nutricional. Assim, as recomendações 
preconizadas em diferentes partes do mundo variam em TXDQWLGDGH�H�HVSHFLÀ�FLGDGH�GH�QXWULHQWH�UHFRPHQGDGR��GH�YLGR�j�GLVSRQLELOLGDGH�H�LQWHUSUHWDomR�GRV�GDGRV�FLHQWtÀ�FRV�
e pesquisas daquela população. 
COMO DEVE SER A SAÚDE DA MULHER QUE 
DESEJA ENGRAVIDAR? 
O estado nutricional da mulher antes da concepção SRGH�LQÁ�XHQFLDU�QmR�VRPHQWH�R�VHX�JUDX�GH�IHUWLOLGDGH�H�KD�
bilidade de conceber bebês saudáveis, mas também a sua 
saúde após o parto e na fase posterior da idade reprodutiva.
$�SUHVHQoD�GH�GHVQXWULomR� WUD]�SURIXQGDV� LQÁ�XrQFLDV�
na saúde, principalmente se ocorre durante os anos repro-
dutivos da mulher. A desnutrição, associada à privação de 
Nutrição: Fundamentos e Aspectos Atuais124
alimentos reduz a fertilidade, interrompe precocemente a 
menstruação e diminui a libido. O baixo peso da mulher na 
concepção faz com que o transporte de nutrientes e oxigê-QLR�SDUD�R�IHWR�VHMD�LQVXÀFLHQWH�SDUD�R�VHX�FUHVFLPHQWR��R�
que pode predispor a prejuízos no desenvolvimento neu-
rológico, sistema imunológico além de sequelas no cres-
cimento pós-natal.
Atualmente relaciona-se a obesidade materna à maior 
incidência de cesariana, pré-eclâmpsia, prematuridade, bebês 
pequenos e grandes para idade gestacional e morte perinatal.
A mulher em idade reprodutiva, e principalmente a que 
deseja engravidar deve:
r� Assegurar a ingestão de uma dieta saudável, de boa qua-
lidade nutricional, variada em alimentos e preparações 
com pelo menos três porções de frutas e três porções de 
legumes e verduras nas refeições diárias;
r� aumentar o consumo de alimentos fontes de minerais e 
vitaminas, como frutas, verduras e legumes;
r� consumir alimentos ricos em carboidratos complexos 
como cereais, pães, massas e amiláceos como batata, man-
dioca e cará, ao invés de alimentos ricos em carboidratos VLPSOHV��GRFH��Do~FDU��UHIULJHUDQWH��FKRFRODWH��
r� reduzir o consumo de gorduras saturadas, principal-
mente as frituras, açúcar, sal e sódio;
r� aumentar a ingestão de alimentos ricos em folato, como 
brócolis, feijões, lentilhas, ervilhas, arroz integral, no-
zes e castanhas. As frutas e verduras podem fornecer 
cerca de 40% das necessidades de folato em uma dieta 
normal e variada;
r� moderar o consumo de álcool e bebidas com alto teor 
de cafeína, tipo café, chá e refrigerante a base de cola;
r� manter uma atividade física programada, como cami-
nhar, nadar, andar de bicicleta etc.;
r� PDQWHU�VH� HP� XPD� IDL[D� GH� SHVR� VDXGiYHO� >SHVR� �NJ��GLYLGLGR�SHOD�DOWXUD��Pò�� �,0&�HQWUH������H������@�
r� não fumar e
r� sempre higienizar bem os alimentos e as mãos, para evi-
tar as doenças transmitidas por alimentos.
A GESTANTE DEVE AUMENTAR A QUANTIDADE DE 
CALORIAS NA SUA DIETA? 
Além das necessidades normais da mulher, referentes 
ao seu tamanho e à atividade física, a gestação traz custos 
energéticos extras. O ganho de peso durante a gestação é a VRPDWyULD�GR�SURGXWR�GD�FRQFHSomR��IHWR��SODFHQWD�H�OtTXLGR�DPQLyWLFR���GR�FUHVFLPHQWR�H[WUD�GH�PXLWRV�WHFLGRV�PDWHU-
nos e do aumento do depósito de gordura materna. A neces-VLGDGH�HQHUJpWLFD�GXUDQWH�D�JHVWDomR�IRL�GHÀQLGR�SRU�%XWWH�
e King2�FRPR�´R�QtYHO�GH�LQJHVWmR�GH�HQHUJLD�GRV�DOLPHQWRV�
que irá equilibrar o gasto energético, quando a mulher tiver 
tamanho e composição corporal e nível de atividade física FRQVLVWHQWHV�FRP�D�ERD�VD~GH��������(P�PXOKHUHV�JUiYLGDV��D�
necessidade de energia inclui as necessidades associadas à 
deposição de tecidos consistente com o desfecho positivo GD�JHVWDomRµ��$LQGD�VHJXQGR�HVVHV�DXWRUHV�2 o custo ener-
gético de uma gestação completa, considerando-se 40 se-
manas gestacionais e ganho de peso de 12 kg, foi estimado HP���������N-���������NFDO���GDV�TXDLV���������N-���������NFDO�� VmR� UHTXLVLWDGDV� SDUD� R� GHSyVLWR� GH� JRUGXUD�� �������N-� ������� NFDO�� SDUD� R� GHSyVLWR� GH� SURWHtQDV� H� R� UHVWDQWH����������N-���������NFDO��H��������N-��������NFDO��VmR�GHV-
tinados ao aumento do metabolismo basal da gestante e à HÀFiFLD�GD�XWLOL]DomR�GH�HQHUJLD��UHVSHFWLYDPHQWH��
O custo de energia da gestação não é igualmente distri-
buído durante os três trimestres. O depósito de energia na IRUPD�GH�SURWHtQD�RFRUUH�SULPDULDPHQWH�QR�VHJXQGR�������H�WHUFHLUR�WULPHVWUHV��������$�GHSRVLomR�GH�HQHUJLD�QD�IRUPD�
de gordura é distribuída da seguinte forma: 11% no primeiro 
trimestre, 47% e 42% nos segundo e terceiro trimestres. Ou 
seja, estima-se que seja necessário um acréscimo médio de ����N-�����NFDO���������N-������NFDO��H�������N-������NFDO��
por dia nos primeiro, segundo e terceiro trimestres, respecti-
vamente. Entretanto, poucas mulheres necessitam aumentar 
a ingestão calórica para alcançar esse valor, pois há uma 
adaptação no metabolismo energético, compensada por uma 
diminuição da atividade física. Este conceito forma a base 
da recomendação para o consumo de energia estabelecido SHOD�:+2�)$2��7DE�������3
7DEHOD������5HFRPHQGDo}HV�SDUD�FRQVXPR�HQHUJpWLFR�GXUDQWH�D�JHVWDomR
Recomendação Trimestre Incremento kcal/dia Total da gestação (kcal) Comentários
FAO/WHO (2001) 1o
2o
3o
85
285
475
77.000 Ganho de peso de 12 kg durante a 
gestação
Reino Unido (2011) 3o 190 17.000 Mulheres abaixo do peso e ativas
Estados Unidos (2005) 2o e 3o 180 39.862 Média da deposição de energia
Holanda (1987) Todos 244 68.310 Mulheres saudáveis
)RQWHV��)$2�:+2�818���������6$&1���������,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH���������YDQ�5DDLM�-0�H�FROV���������3-6125Alimentação na gestação e na lactação
0HOKRU�TXH�WHQWDU�TXDQWLÀFDU�DV�QHFHVVLGDGHV�HQHUJpWL-
cas em termos calóricos, não se considerando os indivíduos 
separadamente, deve-se considerar o peso da gestante e seu 
respectivo ganho de peso durante a gestação.
Uma gestante que tenha peso pré-gestacional baixo 
também deve apresentar baixas reservas de nutrientes, ne-
cessitando, portanto, de um maior adicional de energia; 
aquela que apresenta um excesso de peso ou obesidade no 
período pré-gestacional não precisa se preocupar em au-
mentar a ingestão de calorias na dieta, voltando-se somente 
para a qualidade da dieta ingerida.
QUAL O GANHO DE PESO IDEAL DURANTE A GESTAÇÃO?
Nas últimas décadas ocorreram grandes mudanças 
em termos de recomendações para o ótimo ganho de peso 
materno. Inicialmente, pensava-se que restringindo a die-
ta da mulher durante a gestação, reduzir-se-ia o risco de 
ganho de peso excessivo, mas pouco se conhecia sobre 
os danos das restrições alimentares em nível de desen-
volvimento fetal. Posteriormente, estabeleceu-se que 
o ganho de peso durante a gestação deveria ser contro-
lado, evitando-se, no entanto, a restrição dietética radi-
cal. Atualmente, após a avaliação de inúmeras pesquisas 
epidemiológicas, o Institute of Medicine of the National 
Academy of Science estabelece que a relação peso/altura QD� IDVH� SUp�JHVWDFLRQDO�� H[SUHVVD� FRPR� ,0&� �tQGLFH� GH�PDVVD�FRUSRUDO��p�XP�H[FHOHQWH�tQGLFH�SDUD�DYDOLDU�R�SHVR�
gestacional. Assim, mulheres com baixo IMC devem 
ganhar mais peso que mulheres com IMC maiores. Um 
ganho excessivo de peso materno aumenta o risco de pré-
-eclâmpsia, diabetes gestacional, complicações no parto, 
obesidade após o parto e maior risco de falta de sucesso QD�DPDPHQWDomR��7DE��������
7DEHOD������*DQKR�GH�SHVR�UHFRPHQGDGR�GH�
DFRUGR�FRP�R�,0&�>SHVR��NJ��SRU� 
estatura2��P2�@�
IMC
Ganho de peso (kg) 
recomendado
Baixo peso (< 18,5) 12,5 a 18
Normal (18,5 a 24,9) 11,5 a 16
Sobrepeso (> 25) 7 a 11,5
Obesidade (> 29) 5 a 9
)RQWH��,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH��������7
O reduzido ganho de peso, principalmente em ges-
tante com peso pré-gestacional baixo, aumenta o risco de XP�UHFpP�QDVFLGR�FRP�EDL[R�SHVR��SHVR���������J��H�GH�
depleção dos depósitos nutricionais maternos. As mulhe-
res que iniciam a gestação com baixo peso em relação à 
estatura devem ganhar mais peso que a média das outras 
gestantes, enquanto as mulheres obesas devem ganhar 
menos peso.
As mulheres que iniciam a gestação com um excesso de 
peso em relação à estatura, ou que ganham peso muito rapi-
damente no início da gestação, não devem restringir a dieta, SRLV�SRGHP�DSUHVHQWDU�GHÀFLrQFLD�GH�YLWDPLQDV�H�PLQHUDLV��
Essas mulheres devem, no entanto, adequar a proporção dos 
diferentes grupos de alimentos, principalmente diminuindo 
a quantidade de açúcar e gordura e aumentando a ingestão 
de frutas, verduras e legumes. 
Uma gestante com estado nutricional marginal ou des-
nutrida compromete o desenvolvimento normal do bebê e 
sua própria saúde, pois limita as reservas de nutrientes do 
organismo. A carência nutricional materna faz com que a 
placenta não se desenvolva totalmente, o que levará a um 
prejuízo nutricional do feto. A placenta é um órgão meta-
bolicamente ativo e, como qualquer outro tecido do orga-
nismo, necessita de nutrientes para o seu perfeito funciona-
mento; como uma glândula, produz uma série de hormônios 
que manterão a gestação e prepararão o seio da mãe para a 
lactação. Somado a isso, evidências têm associado à restri-
ção de nutrientes durante a gestação e a desnutrição mater-
na ao desenvolvimento de diabetes, hipertensão e doenças 
cardiovasculares na vida adulta do concepto. Assim sendo, 
as gestantes com carências nutricionais graves produzirão 
bebês de baixo peso e com maior chance de apresentarem 
anormalidades ou má-formação. 
A obesidade, assim como a desnutrição materna, tam-
bém está associada a um maior risco de nascimento de be-
bês com baixo peso e outras complicações para o recém-
-nascido, além de aumentar os riscos de complicações para 
a mãe. Em estudo realizado na Escócia, Bhattacharya e cols. ������8 observaram que o aumento do IMC materno estava 
relacionado à maior incidência de pré-eclâmpsia, hiperten-
são gestacional, macrossomia e partos induzidos.
A MANUTENÇÃO DO PESO NO APÓS O PARTO 
PREDISPÕE À OBESIDADE. A LACTAÇÃO E A 
INGESTÃO DE CÁLCIO FACILITAM A PERDA DE PESO?
A lactação sabidamente facilita a perda de peso no pe-
ríodo pós-parto. Quanto maior o período de lactação, maior 
a facilidade em perder a gordura corporal após o parto. A 
perda de peso materno no pós-parto é referida como maior 
entre quatro a seis meses de lactação nas mulheres que 
amamentam exclusivamente ao seio, em relação às que já 
introduziram alimentos sólidos para os bebês. Apesar de 
haver citação em alguns trabalhos da literatura a respeito 
da ingestão de cálcio como um facilitador da perda de peso 
corporal, trabalhos recentes não referem nenhum impac-
to da suplementação com cálcio no pós-parto na perda de 
peso corporal.
Nutrição: Fundamentos e Aspectos Atuais126
A GESTANTE DEVE AUMENTAR A QUANTIDADE DE 
PROTEÍNAS NA SUA DIETA?
O aumento da necessidade da ingestão de proteínas duran-
te a gestação é devido principalmente ao crescimento de novos WHFLGRV��IHWR��SODFHQWD�H�WHFLGRV�PDWHUQRV���(P�XPD�JHVWDomR�
normal, cerca de 597 g são depositadas em decorrência do 
aumento de 12 kg de peso da mãe. Entretanto, a deposição 
proteica não é constante durante o decorrer da gestação, o in-
cremento diário é de 0 g no início da gravidez para 5,1 g antes 
do parto. Considerando-se que 70 a 75% da proteína ingerida 
são utilizadas, um adicional de 8 g de proteína/dia é necessário QR�SHUtRGR�GH�PDLRU�UHTXHULPHQWR��'H�DFRUGR�FRP�D�206�²�2UJDQL]DomR�0XQGLDO�GD�6D~GH��������9 a recomendação de 
51 g/dia de proteínas supre as necessidades da gestante.
'RLV�JUXSRV�GH�PXOKHUHV�SRGHP�DSUHVHQWDU�GHÀFLrQFLD�
de proteínas durante a gestação:
r� Mulheres estritamente vegetarianas, por não obterem 
uma mistura apropriada de aminoácidos e
r� mulheres de baixo nível socioeconômico, que ingerem 
uma dieta pouco variada.
De maneira geral, as mulheres fora desses grupos de 
risco não precisam aumentar a quantidade de proteínas na 
dieta. Estudos de intervenção mostram que a suplementa-
ção proteica não oferece nenhum benefício adicional e que, 
mesmo em mulheres parcialmente desnutridas, a energia, 
em vez da proteína, é o fator limitante de nutrientes na dieta.
Assumindo-se que as mulheres em idade reprodutiva 
selecionam dietas que garantem uma ingestão média de pro-
teínas ao redor de 70 g/dia, garante-se um valor acima das VXDV�QHFHVVLGDGHV�H�GR�UHFRPHQGDGR�SHOD�206��������9
TODA MULHER DEVE INGERIR FERRO DURANTE A 
GESTAÇÃO?
Na gestação, é necessária uma quantidade extra de ferro 
para expansão da massa de células vermelhas, desenvolvi-
mento do feto e da placenta e para reserva da perda de sangue 
durante o parto. Em circunstâncias normais, essas necessida-
des podem ser atingidas pelo aumento da absorção intesti-
nal de ferro, redução das perdas, cessação da menstruação e 
mobilização dos depósitos de ferro maternos, fazendo com 
que nenhuma ingestão extra seja necessária. Entretanto, gran-
de parte das mulheres inicia a gestação com baixa ingestão/
depósitos inadequados de ferro, não estando aptas a satisfa-
zer às necessidades desse mineral. No Brasil, estima-se que 
a anemia atinja 30 a 40% das gestantes e 30% das mulheres HP�LGDGH�UHSURGXWLYD��$�DQHPLD�SRU�GHÀFLrQFLD�GH�IHUUR�SRGH�
prejudicar o crescimento do feto e aumentar o risco de baixo 
peso ao nascimento e parto prematuro.
(P� DPSOD� UHYLVmR� ELEOLRJUiÀFD� UHDOL]DGD� SRU� &RUWrV�H� FROV�� �������10 aparentemente é no último trimestre que 
ocorre o maior requerimento de ferro pela gestante. Em al-
guns estudosdessa revisão, realizados com gestantes brasi-
leiras nas últimas quatro décadas, apontaram a prevalência 
da anemia com o avançar da idade gestacional. A necessida-
de de ingestão adicional de ferro aumenta ao longo da gesta-
ção variando de 0,8 mg até 1 0mg nas últimas seis semanas. 
Em estudo recente realizado no Reino Unido,11 onde a VXSOHPHQWDomR�GH�IHUUR��LQJHVWmR�GH�PHGLFDPHQWR�FRQWHQGR�IHUUR��SDUD�DV�JHVWDQWHV�QmR�p�KDELWXDO��REVHUYRX�VH�XPD�UH-
lação positiva entre a ingestão de ferro pela dieta e por su-
plementos no primeiro trimestre da gestação com o peso do 
neonato. Essa informação sugere que o ferro ingerido no pri-PHLUR�WULPHVWUH�GD�JHVWDomR�H[HUFH�LQÁXrQFLD�QR�GHVHQYROYL-
mento fetal. Apesar disso, a quantidade de ferro recomendada 
para gestantes pelo Institute of Medicine é de 27 mg/dia no 
segundo e terceiro trimestres da gestação, valor impossível de 
ser obtido exclusivamente com a dieta.
$�206�������12 aconselha, por medida de segurança, 
que a gestante seja suplementada com 100 mg/dia de sulfato 
ferroso a partir da segunda metade da gestação. No entanto, 
dosagens superiores são recomendadas nos seguintes gru-
pos de gestantes:
r� Ingestão crônica baixa de ferro;
r� níveis de hemoglobina menores que 12 g/dL na fase ini-
cial da gestação;
r� história prévia de anemia;
r� história de menstruação abundante;
r� pequeno intervalo entre a gestação atual e última gestação;
r� JHVWDo}HV�P~OWLSODV��S��H[���JHPHODU��H
r� IDWRUHV� FOtQLFRV� DIHWDQGR� D� DEVRUomR� GH� IHUUR� �S�� H[���YHUPLQRVH��
HÁ OUTROS MINERAIS IMPORTANTES NA GESTAÇÃO 
E NA LACTAÇÃO? 
Vários micronutrientes são importantes durante a gesta-
ção e a lactação. As recomendações de micronutrientes em 
diferentes países são apresentadas nas tabelas 8.3 e 8.4. 
A necessidade de cálcio, por exemplo, duplica durante 
a gestação e é particularmente alta nas últimas dez sema-
nas, quando o cálcio é transferido para o esqueleto fetal. 
Surpreendentemente, nenhum aumento em termos dieté-
ticos é necessário, devido às adaptações que ocorrem na 
absorção e no metabolismo do cálcio. O Reino Unido e 
a OMS não recomendam nenhum aumento extra no con-
sumo de cálcio a gestantes, pois entendem que, durante a 
gestação, a mobilização dos depósitos de cálcio materno VXSUH�DV�QHFHVVLGDGHV��SRLV�Ki�XP�DXPHQWR�GD�HÀFLrQFLD�GH�
absorção de cálcio. Porém, deve ser considerado um aporte 
extra de cálcio a gestantes adolescentes, porque a demanda 
por cálcio é aumentada competitivamente entre a gestante 
e o feto. Os Estados Unidos e o Canadá recomendam au-
mento de consumo preventivo de cálcio de 400 e 500 mg/GLD��UHVSHFWLYDPHQWH��7DE��������
127Alimentação na gestação e na lactação
Apesar da recomendação de cálcio da dieta não dife-
rir entre as gestantes e não gestantes, a suplementação do 
cálcio na gestação tem sido estudada na prevenção de pré-�HFOkPSVLD� �FRQGLomR� PDUFDGD� SHOD� KLSHUWHQVmR� PDWHUQD��FRP�SHUGD�GH�SURWHtQD�SHOD�XULQD��19
No caso das lactantes, sabe-se que o cálcio é diretamen-
te transferido do plasma materno para o leite; a concentração 
de cálcio do leite materno independe da ingestão de cálcio 
da mãe, com exceção do consumo abaixo de 400 mg/dia de 
cálcio. A quantidade de cálcio secretada para o leite materno 
é 36 mg/100 mL, podendo variar entre as lactantes. Uma 
mulher produz aproximadamente 750 mL de leite por dia, 
fazendo com que seja secretado 280 mg de cálcio. Conside-UDQGR�DV�SHUGDV�GH�FiOFLR�GD�ODFWDQWH�SHOD�XULQD������PJ�GLD��H�SHOD�SHOH�����PJ�GLD��H�FRQVLGHUDQGR�yWLPD�D�DEVRUomR�GR�FiOFLR��LQGX]LGD�SHOD�SURODFWLQD�²�KRUP{QLR�GD�JHVWDomR���DV�QHFHVVLGDGHV�GH�LQJHVWmR�GHVVH�PLFURQXWULHQWH�GHYHP�ÀFDU�
em torno de 1.300 mg/dia, 300 mg além da sua necessida-GH�QRUPDO��6H�D�GLHWD�QmR�IRUQHFHU�D�TXDQWLGDGH�VXÀFLHQWH�
de cálcio para a produção do leite materno, há uma grande 
chance de que haja um comprometimento dos depósitos de 
cálcio do esqueleto, ocasionando desmineralização óssea a 
longo prazo. De qualquer maneira, assim como no caso do 
ferro, as necessidades aumentadas só podem ser atingidas se D�LQJHVWmR�H�RV�GHSyVLWRV�GH�FiOFLR�IRUHP�VXÀFLHQWHV��
O Institute of Medicine preconiza que a ingestão de 
fósforo na gestação deve ser mantida, ou seja, tanto as ges-
tantes como as mulheres não grávidas e as lactantes devem 
ingerir cerca de 700 mg de fósforo por dia. Essa relação 
é alterada quando a gestante é adolescente: nesse caso, a 
ingestão diária desse micronutriente deve ser de 1.250 mg.
Em relação ao magnésio, sabe-se que o bebê possui 
cerca de 1 g de magnésio ao nascer e que este montante 
é adquirido da mãe, principalmente nos dois últimos tri-
mestres de gestação, a uma taxa de 6 mg/dia. A absorção 
de magnésio da dieta é de 50%, portanto, um incremento 
extra de magnésio durante a gestação é de suma importân-
cia para cobrir as necessidades do feto e da mãe. O mag-
nésio possui importante papel no desenvolvimento esque-
lético e na manutenção do potencial elétrico dos nervos e 
da membrana muscular. Atua como cofator enzimático em 
muitas reações do organismo, principalmente na produção GH�HQHUJLD� �$73���QD� UHSOLFDomR�GR�'1$�H�QD� VtQWHVH�GH�
RNA. Os Estados Unidos, a Comunidade Europeia e o Ca-
nadá recomendam ingestão extra de magnésio a gestantes �7DE�������1R�HQWDQWR��R�5HLQR�8QLGR�DÀUPD�TXH�DV�DGDS-WDo}HV�ÀVLROyJLFDV�GXUDQWH�D�JHVWDomR�VXSUHP�DV�QHFHVVL-
dades do feto e da gestante, não havendo necessidade de 
recomendação extra. 
O leite materno contém cerca de 28 a 40 mg/L de mag-
nésio, ou cerca de 30 mg em 750 mL/dia, de leite secretado. 
As recomendações de magnésio a lactantes estabelecem um 
adicional que varia de 50 a 75 mg/d além do normal reco-
mendado às gestantes. 
Quanto ao iodo, o incremento de 50 a 75 µg/dia para 
gestantes garantirá a demanda extra do feto e compensará a 
perda desse micronutriente pela urina, causado pelo aumen-
to do clearence renal durante a gestação. O incremento de 
7DEHOD������5HFRPHQGDo}HV�GH�FRQVXPR�GLiULR�GH�PLQHUDLV�H�HOHWUyOLWRV�GXUDQWH�D�JHVWDomR
Recomendação
Trimestre 
gestacional
Ca 
(mg)
P 
(mg)
Mg 
(mg)
Na (mg)
K 
(mg)
Fe 
(mg)
Zn 
(mg)
I (µg)
Se 
(µg)
Cu 
(µg)
WHO/FAO (1988, 2002) 1o
2o
3°
1.000
1.000
1.300
NR¨ 220
220
220
NR NR 8a
43
62
5,5b
7
10
200 
200
200
26
28
30
NR¨
EURRECA* (média das 
recomendações dos 
países)
1o
2o
3°
1.000
1.000
1.000
883,3
883,3
883,3
320
320
320
1500
1550
1500
3.100
3.100
3.100
25
25
25
10,5
10,5
10,5
200
200
200
55
55
55
1,1
1,1
1,1
Reino Unido (1991) 1o
2o
3°
700
700
700
550
550
550
270
270
270
1.600
1.600
1.600
3.500
3.500
3.500
14,5
14,5
14,5
7
7
7
140
140
140
60
60
60
1,2
1,2 
1,2
Estados Unidos (2001, 
2005, 2010)
1o
2o
3°
1.000
1.000
1.000
700
700
700
350c
350
350
2.300
2.300
2.300
4.700
4.700
4.700
27
27
27
11
11
11
220
220
220
60
60
60
1.000
1.000
1.000
�$�&RPLVVmR�(XURSHLD�IXQGRX�HP������R�(855(&$��(85RSHDQ�PLFURQXWULHQW�5(&RPPHQGDWLRQV�$OLJQHG��SDUD�GHVHQYROYHU�H�SDGURQL]DU�
as metodologias utilizadas para formular as necessidades de micronutrientes em dezessete países europeus. Acesso em junho de 2013. 
¨�NR: nenhuma recomendação; a Mulheres em idade fértil; b Disponibilidade moderada, recomendação normativa; c Gestantes entre 19 e 
30 anos 
)RQWHV��)$2�:+2���������%HDWRQ����������(855(&$��DFHVVR�HP�MXQKR�GH��������&20$���������,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH���������,QVWLWXWH�
RI�0HGLFLQH���������,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH��������12-18
Nutrição: Fundamentos e Aspectos Atuais128
50 µg/dia para lactantes se baseia na estimativa das necessi-
dades do bebê e não nas perdas de iodo via leite materno.
A OMS estima que 20 milhões de pessoas em todo o 
mundo apresentem lesões cerebrais emconsequência da de-ÀFLrQFLD�PDWHUQD�GH�LRGR��
O iodo, responsável pela formação dos hormônios ti-
reoidianos, é um importante elemento na manutenção do 
metabolismo, no desenvolvimento e na maturação do cé-UHEUR��$�GHÀFLrQFLD�PDWHUQD�GH�LRGR�SRGH�RFDVLRQDU�KLSR-WLUHRLGLVPR�QR�IHWR��R�GHQRPLQDGR�´FUHWLQLVPRµ��DOWHUDomR�
essa associada a um severo retardo mental. As manifes-
tações do cretinismo incluem surdez, baixa estatura e es-
pasticidade, dependendo do período da gestação em que o 
problema se instala. O cretinismo pode ser prevenido pela 
administração de iodo antes ou durante os três primeiros 
meses de gestação. 
Alguns alimentos como repolho, nabo, brócolis, man-
dioca, milho, broto de bambu, batata doce e feijões tipo 
lima, contêm substâncias goitrogênicas, os cianoglicosídeos 
que, em excesso, podem inibir o transporte ativo de iodo.
&RPR�IRUPD�GH�FRQWHU�DV�GRHQoDV�SURYRFDGDV�SHOD�GHÀ-
ciência de iodo, o Ministério da Saúde estabeleceu, há aproxi-
madamente 30 anos, o enriquecimento do sal de cozinha com 
20 a 60 mg de iodo por kg de produto.20
O ferro no leite materno apresenta-se numa concentra-
ção que varia de 0,2 a 0,9 mg/L, circulando junto com uma 
proteína chamada lactoferrina, que é sintetizada pelas célu-
las alveolares mamárias. Nos primeiros seis meses de alei-
tamento, a quantidade de ferro secretada no leite é de cerca 
de 50 mg, o equivalente a aproximadamente metade do que 
seria perdido de ferro com a menstruação em seis meses. 
As recomendações de ferro oscilam entre 9 e 30 mg, depen-
dendo muito da dieta. Sugere-se às lactentes o aumento de 
consumo de cereais, carnes, peixes e verduras. 
Geralmente, o consumo dietético de zinco é abaixo do 
recomendado para gestantes e lactantes, mesmo em países LQGXVWULDOL]DGRV�� $� GHÀFLrQFLD� GH� ]LQFR� HVWi� DVVRFLDGD� j�
malformação do feto e ao baixo peso ao nascer. A suplemen-
tação de zinco é, portanto, recomendada a gestantes e lac-
tantes que consomem dieta inadequada em alimentos fontes GH�]LQFR��S��H[���FDUQH��IUDQJR��OHLWH�H�GHULYDGRV���IXPDQWHV��
dependentes de drogas e nos casos de gestação múltipla. 3DUD�FRPSHQVDU�D�SREUH�DEVRUomR�GH�]LQFR�GD�GLHWD� �����D�������p�UHFRPHQGDGR�j�JHVWDQWH�R�FRQVXPR�GLHWpWLFR�GH�
cerca de 3,4 a 20 mg/dia de zinco ao longo da gestação e 
dependendo da dieta. Há uma alta probabilidade de o baixo 
consumo de zinco da dieta estar associado a um inadequado 
consumo de proteínas e ferro. Entretanto, a suplementação 
de ferro também pode inibir a absorção de zinco, principal-
mente em níveis superiores a 30 mg/dia de ferro. 
$�FRQFHQWUDomR�GH�]LQFR�QR�LQtFLR�GD�ODFWDomR�p�DOWD����D� �� PJ�/�� GHFUHVFHQGR� VLJQLÀFDQWHPHQWH� GXUDQWH� RV� WUrV�SULPHLURV�PHVHV� DSyV�R�SDUWR� �����PJ�/���$OJXQV� HVWXGRV�
em animais indicam que a absorção de zinco é aumentada 
durante a lactação, independentemente das reservas de zin-
co da mãe. As necessidades de zinco da nutriz podem ser 
supridas pela involução do útero e reabsorção óssea após 
o nascimento, associado ao zinco da dieta. Assim, a reco-
mendação dietética de zinco para lactantes varia entre 12 a 
19 mg/dia para os primeiros seis meses de lactação e de 12 
a 17,5 mg/dia para os demais meses, dependendo da dieta.
Estudos epidemiológicos têm mostrado associação en-WUH�GHÀFLrQFLD�GH�]LQFR�H�VLQWRPDV�GH�HVWUHVVH�H�GHSUHVVmR��
Em estudo recente, observou-se a redução dos níveis estres-
se nos sintomas de depressão nas gestantes que ingeriram 
mais zinco pela dieta. No entanto, é necessário maior nú-
mero de estudos com gestantes para estabelecer o papel do 
zinco como possível ferramenta de auxílio nos sintomas de 
depressão. 
O selênio tem importante papel na formação da enzima 
glutationa peroxidase que, juntamente com a vitamina E, a 
catalase e a superóxido dismutase, são componentes indis-
pensáveis ao sistema de defesa antioxidante do organismo. 
Através de um grupo de enzimas, as selenoproteínas, par-
ticipa da síntese do hormônio tri-iodotironina, a partir da 
tiroxina. Quantidades plasmáticas reduzidas de selênio no ÀQDO�GR�SULPHLUR�WULPHVWUH�GH�JHVWDomR�IRUDP�DVVRFLDGDV�j�
ruptura precoce das membranas e ao nascimento do bebê 
prematuro.21�$�HÀFLrQFLD�GR�RUJDQLVPR�HP�DEVRUYHU�VHOrQLR�
da dieta é de cerca de 55% a 65%, porém os níveis de se-
lênio no alimento dependem do solo e da região em que o 
alimento foi plantado. 
A concentração de selênio no músculo esquelético é 
de cerca de 0,3 para 1,2 µg/g de proteína. Sabendo-se que 
durante a gestação há um aumento de proteínas, em con-
sequência, há um aumento das necessidades de selênio. A 
OMS recomenda um incremento diário de selênio durante 
a gestação e a lactação equivalente a 4 e 16 µg à necessi-
dade normal da gestante e lactante, respectivamente, ao 
longo do tempo.
O cobre faz parte de muitas enzimas do organismo, in-
cluindo a citocromo oxidase e a superóxido dismutase, que 
estão envolvidas em reações metabólicas, como a utilização 
de oxigênio durante a respiração celular e a utilização de 
energia. Também faz parte da síntese de proteínas, princi-
palmente dos tecidos conjuntivos do esqueleto e vasos san-
guíneos, e da síntese de compostos neuroativos do sistema 
nervoso. É estimado que o organismo contenha cerca de 80 
mg de cobre, com maiores concentrações no fígado e no cé-
rebro. A concentração de cobre no fígado do recém-nascido 
é alta, para suprir os níveis de cobre necessários aos primei-
ros dois meses de vida pós-parto, quando a ingestão de leite 
materno é relativamente pequena. 
Devido à adaptação metabólica da gestante, não se con-
sidera que a gravidez aumente a necessidade dietética de 
cobre, porém se preconiza incremento diário nas dietas das 
lactantes para suprir a necessidade durante a fase de lacta-omR��7DE��������
129Alimentação na gestação e na lactação
AS NECESSIDADES DE VITAMINAS SÃO 
AUMENTADAS NA GESTAÇÃO E NA LACTAÇÃO? 
Durante a gestação e a lactação, as concentrações de nu-
trientes circulantes são geralmente diminuídas devido a uma H[SDQVmR�GR�YROXPH�VDQJXtQHR��SULQFLSDOPHQWH�GR�SODVPD���
embora a quantidade total circulante possa estar aumentada. 
Em geral, as vitaminas hidrossolúveis e seus metabólitos es-
tão presentes em menores quantidades em mulheres gestan-
tes, em comparação com as não gestantes; o inverso ocorre HP�UHODomR�jV�YLWDPLQDV�OLSRVVRO~YHLV��YLWDPLQDV�$��'��(�H�.���$V�DOWHUDo}HV�PHWDEyOLFDV��LQGX]LGDV�SRU�KRUP{QLRV���DV�
mudanças do volume plasmático, da função renal e dos pa-
drões de excreção urinária fazem com que a avaliação das 
necessidades nutricionais na gestação seja um pouco compli-
cada, embora s esaiba que estejam aumentadas. As tabelas 8.5 
e 8.6 apresentam as recomendações de vitaminas para gestan-
tes e lactantes, de acordo com diferentes referências. 
Durante a gestação, particularmente no último trimes-
tre, existe uma utilização aumentada da vitamina C. Assim, 
para atender à demanda fetal, é preconizado o incremento de 
10mg de vitamina C, além da recomendação normal para a 
mulher adulta. O leite materno secreta 20 mg/dia de vitami-
na C, fazendo com que a necessidade dessa vitamina para a 
lactante esteja aumentada. Portanto, de acordo com as várias 
recomendações em diferentes países, isto perfaz uma varia-omR�GH����D����PJ�GLD��7DE��������(VWXGRV�PHWDEyOLFRV�VREUH�D�WLDPLQD��YLWDPLQD�%���PRVWUDP�TXH�Ki�XP�DXPHQWR�GD�H[-
creção desta vitamina durante a gestação. A recomendação 
de tiamina durante a gestação que está associada ao meta-
bolismo energético varia entre 95 a 120 µg MJ-1� �����D�����SRU�������NFDO���$�QHFHVVLGDGH�H[WUD�GH�ULERÁDYLQD�GXUDQWH�D�
gestação é de cerca de 0,3 mg/dia para garantir o aumento da 
atividade da glutationa redutase eritrocitária. Apesar do ajuste ÀVLROyJLFR�QR�DXPHQWR�GH�FRQYHUVmR�GR�WULSWRIDQR�j�QLDFLQD��
é recomendado um adicional de 2 mg/dia de niacina, devido 
ao aumento das necessidades de energia. 
$�QHFHVVLGDGH�GH�SLULGR[LQD��YLWDPLQD�%���p�DXPHQWDGD�durante a gestação, particularmente no terceiro trimestre, e 
está relacionada com o aumento da necessidade de proteína, 
recomendando-se um adicional de 0,15 a 0,6 mg/dia. Tam-
bém é recomendado um incremento de 0,2 a 0,4 µg de coba-ODPLQD��YLWDPLQD�%�����SDUD�DWHQGHU�j�GHPDQGD�GD�JHVWDomR��
A elucidação das mudanças induzidas pela gestação nos KRUP{QLRV�FDOFLRWUySLFRV��UHVSRQViYHLV�SHOR�HTXLOtEULR�GR�FiO-FLR��GHL[D�PDLV�FODUR�R�SDSHO�GD�YLWDPLQD�'��1D�JHVWDomR��DV�
mudanças no metabolismo da vitamina D, devido principal-
mente à produção uterina de calcitriol, não parece alterar a ne-
cessidade materna dessa vitamina. Como a transferência de vi-
tamina D da mãe para o feto é importante para manter o cresci-
mento fetal, a suplementação não é desencorajada. Assim, para 
assegurar a adequada absorção de cálcio, é recomendado um LQFUHPHQWR�HQWUH�����D����—J�GLD��RX�����8,��GH�YLWDPLQD�'��
Em virtude do aumento metabólico durante a gestação, 
podendo ocasionar aumento da produção de radicais livres, 
há necessidade de um incremento de vitamina E de cerca de 
2 mg de alfatocoferol por dia, de acordo com a recomenda-
ção canadense. 
Devido à escassez de estudos em relação à necessidade 
dietética de vitamina K, adota-se a recomendação norte-ame-
ricana de 65 µg/dia ou cerca de 1 µg/kg/dia para não gestan-WHV��JHVWDQWHV�H�ODFWDQWHV��7DEV������H�������
Algumas mulheres talvez possam ingerir, através da ali-
mentação, todas as vitaminas e minerais de que necessitam. No 
entanto, mulheres desnutridas, estressadas, fumantes, alcoóla-
tras, adolescentes, portadoras de certas doenças crônicas e as 
que ingerem uma dieta não balanceada necessitam, obrigatoria-
mente, de suplementação com vitaminas e minerais. A gestan-
te vegetariana, embora saudável, apresenta um risco maior de GHVHQYROYHU�DQHPLD��VHFXQGiULD�j�GHÀFLrQFLD�GH�YLWDPLQD�%���
7DEHOD������5HFRPHQGDo}HV�GH�FRQVXPR�GLiULR�GH�PLQHUDLV�H�HOHWUyOLWRV�GXUDQWH�D�ODFWDomR
Recomendação Ca (mg) P (mg) Mg (mg) Fe (mg) Zn (mg) I (µg) Se (µg) Cu (µ)
WHO/FAO (2002) 1000 NR 270 15a 9,5A
8,8B
7,2C
200 35
42
NR
EURRECA (média das 
recomendações dos países)
1100 930 330 15 12 200 65 1,3
Reino Unido (1991) 700 + 550 550 + 440 270 + 50 NR 7 + 6 
7 + 2,5
NR 60 + 15 1,2 + 0,3
Estados Unidos (2001, 2010) 1000 700 310* 9 12 290 70 1300
A: 0 a 3 meses; disponibilidade moderada; B: 3 a 6 meses; disponibilidade moderada; C: 6 a 12 meses; disponibilidade moderada; a: disponi-
bilidade de 10%; *: mulheres entre 19 e 30 anos; NR: nenhuma recomendação. 
)RQWHV��)$2�:+2���������%HDWRQ���������(855(&$��DFHVVR�HP�MXQKR�GH��������&20$���������,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH���������,QVWLWXWH�
RI�0HGLFLQH��������12-17
Nutrição: Fundamentos e Aspectos Atuais130
7DEHOD������5HFRPHQGDo}HV�GH�FRQVXPR�GLiULR�GH�YLWDPLQDV�GXUDQWH�D�JHVWDomR
Recomendação
Trimestre 
gestacional
Vit A 
(ERa)
Vit D 
(µg)
Vit E 
(mg 
D-Teb)
Vit K 
(µg)
Vit C 
(mg)
Vit B1 
(mg)
Vit B2 
(mg)
Niacina 
(ENd)
Vit B6 
(mg)
Folato 
(µg/dia)
Vit B12 
(µg)
WHO/FAO 
(2002)
1o
2o
3o
800
800
800
5
5
5
NR
NR
NR
55
55
55
55
55
55
1,4
1,4
1,4
1,4
1,4
1,4
18
18
18
1,9
1,9
1,9
600
600
600
2,6
2,6
2,6
EURRECA 
(média das 
recomendações 
dos países)
1o
2o
3o
800
800
800
10
10
10
10
10
10
60*
60
60
85
85
85
1,4
1,4
1,4
1,55
1,55
1,55
17c
17
17
1,9
1,9
1,9
500
500
500
2,6
2,6
2,6
Reino Unido 
(1991, 2007)
1o
2o
3o
700
700
700
10
10
10
NR
NR
NR
NR
NR
NR
50
50
50
0,8
0,8
0,8
1,4
1,4
1,4
13
13
13
1,2
1,2
1,2
600
200
200
1,5
1,5
1,5
Estados Unidos 
(2001, 2010)
1o
2o
3o
770
770
770
15
15
15
15
15
15
90
90
90
85
85
85
1,4
1,4
1,4
1,4
1,4
1,4
18c
18
18
1,9
1,9
1,9
600
600
600
2,6
2,6
2,6
��YDORUHV�PtQLPRV�H�Pi[LPRV��TXDQGR�D�PpGLD�QmR�p�IRUQHFLGD�SHOR�SURJUDPD�1XWUL�5HF4XHVW��(855(&$���a ER: equivalente em retinol; 
b Ơ�7H���DOID���WRFRIHURO��c: mg/dia; d (1��HTXLYDOHQWH�HP�QLDFLQD����(1� ��PJ�RX���PJ�GH�WULSWRIDQR�GLHWpWLFR���
)RQWHV��)$2�:+2���������(855(&$��DFHVVR�HP�MXQKR�GH��������&20$���������,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH���������,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH�
��������)RRGV�6WDQGDUGV�$JHQF\��������12,14-17,22
7DEHOD������5HFRPHQGDo}HV�GH�FRQVXPR�GLiULR�GH�YLWDPLQDV�GXUDQWH�D�ODFWDomR
Recomendação Vit A (ERa)
Vit D 
(µg)
Vit E 
(mg 
D-Teb)
Vit K 
(µg)
Vit C 
(mg)
Vit B1 
(mg)
Vit B2 
(mg)
Niacina 
(ENd)
Vit B6 
(mg)
Folato 
(µg/
dia)
Vit B12 
(µg)
WHO/FAO 
(2002)
850 5 NR** 55 70 1,5 1,6 17 2 500 2,8
EURRECA 
(média das 
recomendações 
dos países)
1200 10 12 60* 110 1,5 1,7 17c 2 500 2,8
Reino Unido 
(1991, 2007)
600 + 350 10 NR NR 40 + 
30
0,8 + 
0,2
1,1 + 
0,5
13 + 2 NR 200 1,5 + 0,5
Estados Unidos 
(2001)
1300 5 19 90 120 1,4 1,6 17c 2 500 2,8
��YDORUHV�PtQLPRV�H�Pi[LPRV��TXDQGR�D�PpGLD�QmR�p�IRUQHFLGD�SHOR�SURJUDPD�1XWUL�5HF4XHVW��(855(&$���
15��QHQKXPD�UHFRPHQ-
dação; a ER: equivalente em retinol; bƠ�7H��DOIDWRFRIHURO��c: mg/dia; d (1��HTXLYDOHQWH�HP�QLDFLQD����(1� ���PJ�RX����PJ�GH�WULSWRIDQR�
GLHWpWLFR���
)RQWHV��)$2�:+2���������(855(&$��DFHVVR�HP�MXQKR�GH��������&20$���������,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH���������,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH�
��������)RRGV�6WDQGDUGV�$JHQF\��������12,14-17,22
DEVE-SE UTILIZAR A SUPLEMENTAÇÃO COM 
VITAMINA A NA GESTAÇÃO E NA LACTAÇÃO? 
Durante a gestação e a lactação, a ingestão diária reco-
mendada de vitamina A sofre um acréscimo de 37 a 67%, em 
UHODomR�j�UHFRPHQGDomR�SUHFRQL]DGD�SHOD�)$2�206�������12 
de 270 µg RE/dia para mulheres em idade reprodutiva. 
7DQWR� D� GHÀFLrQFLD� VHYHUD� GH�YLWDPLQD�$�TXDQWR�R� H[-
cesso podem provocar malformações do feto. Apesar de não 
existirem estudos conclusivos no homem, é contraindicada a 
131Alimentação na gestação e na lactação
ingestão de altas doses de vitamina A na gestação, ou mesmo 
da utilização tópica de vitamina A para tratamento de pele �YLWDPLQD�$�QD�IRUPD�GH�iFLGR�UHWLQRLFR���$�LVRWUHWLQRtQD��XP�
dos retinoides mais utilizados para tratamento dermatológi-
co de acne juvenil, apresenta, de acordo com alguns estudos, 
uma prevalência de 15 a 45% de teratogenicidade para o feto, 
afetando principalmente a face, o sistema nervoso central e o 
coração, além de provocar aborto espontâneo em 20 a 30% 
dos casos. 
A vitamina A apresenta-se em produtos de origem ani-PDO��UHWLQRO��H�YHJHWDO��FDURWHQRLGHV���2V�DOLPHQWRV�IRQWHV�GH�RULJHP�DQLPDO�VmR�ItJDGR��yOHR�GH�ItJDGR�GH�SHL[HV��S��H[���WXEDUmR��EDFDOKDX�HWF����PDQWHLJD��JHPD�GH�RYR�H�TXHLMR��2V�
alimentos fontes de origem vegetal incluem manga, mamão, EXULWL��yOHR�GH�SDOPHLUDV��S��H[���yOHR�GH�GHQGr���FHQRXUD��WR-
mate, vegetais de folhas verde-escuras, batata doce etc. Sabe-�VH�TXH�XP�HTXLYDOHQWH�GH�UHWLQRO��(5��FRUUHVSRQGH�D���—J�GH�
retinol, 6 µg de betacarotenos e 12 µg de outros carotenoides �4XDGUR������
4XDGUR������(TXLYDOHQWH�GH�UHWLQRO
1 ER = 1 µg de todos trans-retinóis [livres ou como 
componentes do retinil (retinil-éster)]
1 ER = 3,33 UI de vitamina A ou 3,5 nmol de retinol ou retinil éster
1 ER = 6 µg de todos trans-betacarotenos ou 12 µg de outros 
pró-vitaminas A carotenoides (10 UI de pró-vitaminas A 
carotenoides)
)RQWH��$GDSWDGR�GH�)XUU�������23
As gestantes/lactantes que ingerem uma dieta balan-
ceada, mesmo que vegetarianas, não necessitam de su-
plementação com vitamina A, desde que no seu cardápio 
constem alguns dos alimentos já citados. No Reino Unido, 
desde 1995, é contraindicado o consumo de fígado durante 
a gestação devido à elevada quantidade de vitamina A nesse 
alimento, considerando-se que a vitamina A em doses ele-
vadas pode ser teratogênica para o feto. A OMS preconiza 
a utilização da suplementação de 200.000 UI devitamina A 
para lactantes, que enriquecerá o leite materno e garantirá o DSRUWH�GHVVD�YLWDPLQD�QDV�iUHDV�GH�ULVFR��SDtVHV�RQGH�D�GLHWD�VDELGDPHQWH�p�EDVWDQWH�SREUH�HP�YLWDPLQD�$��
POR QUE EM ALGUNS PAÍSES É ENFATIZADA 
A IMPORTÂNCIA DO CONSUMO DE FOLATO NO 
PERÍODO INICIAL DA GESTAÇÃO? 
A maioria das gestantes, tanto em países desenvolvidos 
como subdesenvolvidos, ingere de 200 a 250 µg de folato ao 
dia. No entanto, as necessidades diárias de folato durante a JHVWDomR�VmR�GH�����—J�GLD��7DE������VHJXQGR�R�,QVWLWXWH�RI�0HGLFLQH�H�D�)$2�206��
O folato é uma vitamina essencial para a divisão celu-
lar, precursor de vários e importantes cofatores enzimáticos H�p�XP�LPSRUWDQWH�QXWULHQWH�HP�WRGD�D�JHVWDomR��$�GHÀFLrQ-
cia crônica de folato resulta em anemia megaloblástica e foi 
associado ao sangramento no terceiro trimestre, aborto, des-
colamento da placenta, prematuridade, baixo peso do bebê 
ao nascer e hipertensão gestacional; a sua prevenção é uma 
importante medida de saúde pública. 
1R�%UDVLO��D�IRUWLÀFDomR�GH�IDULQKDV�FRP�IHUUR�H�iFLGR�
fólico, resolução RDC número 344 do Ministério da Saú-
de, de 13 de dezembro de 2002, estabelece que, a partir de 
dezembro de 2004, todos os alimentos produzidos com fari-
nhas de trigo e milho serão obrigatoriamente enriquecidos. 
Estudos mais recentes mostram que o folato é crucial na 
fase inicial da gestação. Uma ingestão inadequada de folato QD�IDVH�GH�IHFKDPHQWR�GR�WXER�QHXUDO��HP�WRUQR�GH����GLDV�DSyV�D�FRQFHSomR��SDUHFH�DXPHQWDU�R�ULVFR�GH�GHIHLWRV�GR�WXER�QHXUDO��FRPR�HVSLQKD�EtÀGD��DQHQFHIDOLD�HWF��
Devido ao fato de o folato exercer uma importante in-ÁXrQFLD� QR� LQtFLR� GD� JHVWDomR�� D� QHFHVVLGDGH� GHVWD� YLWDPL-
na pode ocorrer antes mesmo que a mulher perceba que está 
grávida. Considerando-se que grande parte das gestações não p�SODQHMDGD��H�HVVDV�JHVWDo}HV� WrP�PHQRU�FKDQFH�GH�VHUHP�GLDJQRVWLFDGDV�HP�XPD�IDVH�SUHFRFH���DOJXQV�SURÀVVLRQDLV�GD�
área de saúde advertem que as mulheres em idade de pro-FULDomR�GHYHP�FRQVXPLU�XPD�TXDQWLGDGH�VXÀFLHQWH�GH�IRODWR��
Os alimentos ricos em folato são os vegetais de folhas 
verdes, feijão, lentilha, soja e algumas frutas. Esses alimen-
tos, em sua maioria, não são popularmente consumidos e, 
como o folato é facilmente destruído pela ação da fervura, a 
quantidade de folato que chega à mesa é questionável. 
É PERIGOSO ADQUIRIR INFECÇÃO ALIMENTAR DURANTE A 
GESTAÇÃO? QUE ALIMENTOS DEVEM SER EVITADOS?
Na gestação, existe risco para certas infecções transmi-
tidas através da alimentação, como listeriose, salmonelose e 
toxoplasmose. 
Listeriose
Causada pela bactéria Listeria monocytogenes. As gestan-
tes possuem uma chance doze vezes maior de serem acometi-
das pela listeriose em relação à população em geral. Embora 
a gestante não manifeste sintomas preocupantes, as probabili-
dades de aborto e parto prematuro são grandes, em função da 
invasão da placenta pela bactéria atingindo o feto, que ainda 
não possui um sistema imunológico capaz de se defender do 
patógeno. Considera-se que 85 a 95% dos casos de listeriose 
são originários da contaminação alimentar, especialmente ali-PHQWRV�SURQWRV�SDUD�R�FRQVXPR��FRQWDPLQDomR�DFRQWHFH�SHORV�HTXLSDPHQWRV�XWLOL]DGRV�QD�LQG~VWULD���$V�JHVWDQWHV�VmR�DFRQ-
selhadas a evitar alimentos com maior chance de conter a Lis-
teria, como o leite não pasteurizado, queijos macios, vegetais FUXV�H�DOLPHQWRV�SUp�FR]LGRV��FRPR�ÁDQV��WRUWDV�HWF�
Nutrição: Fundamentos e Aspectos Atuais132
Salmonelose
A infecção pela salmonela pode ocasionar gastroenterite. 
A bactéria salmonela está presente em ovo cru consumido em 
sobremesas ou maioneses caseiras. As gestantes devem asse-
gurar-se de que os ovos comprados sejam frescos, armazena-
dos na geladeira e cozidos antes de consumidos.
Toxoplasmose 
Essa infecção resulta de um parasita encontrado nas 
fezes de gato, no solo, na carne crua e no leite não pasteu-
rizado. Na gestação, ela pode resultar em anomalias fetais 
severas, incluindo retardo mental e cegueira. As medidas 
preventivas são a higiene alimentar, como lavagem de 
mãos, armazenamento adequado dos alimentos e prevenção 
da contaminação de alimentos. 
O DIABETES GESTACIONAL PODE OCASIONAR 
PROBLEMAS NO FETO? 
A regulação dos níveis plasmáticos de glicose é de ex-
trema importância para a gestante com diabetes mellitus ou 
com diabetes gestacional. Quando os níveis de glicose estão HOHYDGRV��KLSHUJOLFHPLD���RFRUUH�HOHYDomR�GRV�QtYHLV�JOLFr-
micos no feto, estimulando a secreção de insulina e aumen-
tando as necessidades de oxigênio para metabolizar o exces-
so de glicose. Os baixos níveis de oxigênio, resultantes da 
oxidação de glicose, ocasionam um aumento do número de 
hemácias fetais. 
A hiperglicemia nas seis a oito primeiras semanas de 
gestação é associada a um risco quatro a dez vezes maior de PDOIRUPDo}HV�FRQJrQLWDV��QD�IDVH�ÀQDO�GD�JHVWDomR��p�DVVR-
ciada à hipoglicemia, ao aumento da mortalidade perinatal, à 
prematuridade e ao abortamento espontâneo. O aumento dos 
níveis de insulina fetal atua como um fator de crescimento, UHVXOWDQGR�HP�PDFURVVRPLD��UHFpP�QDVFLGR�FRP�SHVR�PDLRU�TXH�������J���H�SRVWHULRUPHQWH�HP�PDLRU�ULVFR�GH�DSUHVHQWDU�
obesidade e diabetes na adolescência e idade adulta. 
Todos os problemas decorrentes da hiperglicemia no 
período gestacional podem ser evitados com um perfeito 
controle dos níveis plasmáticos de glicose através da dieta e 
da insulinoterapia. A utilização de hipoglicemiantes orais é 
contraindicada durante a gestação. 
2�LGHDO�p�TXH�D�JOLFHPLD��GRVDJHP�SODVPiWLFD�GH�JOLFR-VH��VHMD�GHWHUPLQDGD�FRPR�URWLQD�HP�WRGDV�DV�JHVWDQWHV�FRP�
idade gestacional entre 24 a 28 semanas. 
QUANDO EXISTE HISTÓRIA FAMILIAR DE 
HIPERTENSÃO ARTERIAL DURANTE A GESTAÇÃO, 
DEVE-SE RESTRINGIR O USO DE SAL NA DIETA? 
$�KLSHUWHQVmR�DUWHULDO�LQGX]LGD�SHOD�JHVWDomR��KLSHUWHQ-VmR�JUDYtGLFD��SUHYLDPHQWH�GHQRPLQDGD�WR[HPLD�JUDYtGLFD��
LQFOXL�D�SUp�HFOkPSVLD��KLSHUWHQVmR�FRP�SHUGD�GH�SURWHtQDV�DWUDYpV�GD�XULQD�H�RX�HGHPD��H�D�HFOkPSVLD��
Vários estudos relacionam a hipertensão gravídica com 
fatores nutricionais, incluindo obesidade, alta ingestão de 
sódio e ingestão inadequada de vitamina B6, zinco, cálcio, 
magnésio e proteínas. No entanto, recentemente, a OMS ������24 publicou recomendações para a prevenção e trata-
mento da pré-eclâmpsia e eclâmpsia, e considerou-se que QmR�Ki�HYLGrQFLDV�TXH�MXVWLÀTXHP�D�UHVWULomR�GD�LQJHVWmR�GH�
sal e as suplementações da vitamina D e C para prevenção 
da pré-eclâmpsia e suas complicações. Em contrapartida, 
em regiões nas quais a ingestão de cálcio é baixa, a suple-
mentação de 1,5 a 2 g de cálcio por dia é recomendada para 
a prevenção de pré-eclâmpsia, principalmente nas mulhe-UHV�TXH�WHP�ULVFR�SDUD�R�GHVHQYROYLPHQWR�GD�GRHQoD��SUp-
-eclâmpsia em gestações anteriores, diabetes, pressão alta, GRHQoD�UHQDO��GRHQoDV�DXWRLPXQHV�H�JHVWDo}HV�P~OWLSODV����
QUAL O MAIOR PERIGO EM SE INGERIR ÁLCOOL 
DURANTE A GESTAÇÃO? 
A ingestão de álcool durante a gestação está relaciona-
da ao aparecimento de uma síndrome no feto caracterizada 
por retardo de crescimento pré e pós-natal, anomalias do 
sistema nervoso central e/ou da face e outros defeitos ao 
nascimento. 
A incidência dessa síndrome é de 10% em mulheres que 
consomem de 1,5 a 8 drinques/semana e de 30 a 40% nas TXH�FRQVRPHP�PDLV�TXH�RLWR�GULQTXHV�VHPDQD��GHÀQLQGR�VH�
um drinque padrão como sendo aproximadamente 355 mL 
de cerveja, 148 mL de vinho ou 44 mL de outras bebidas 
alcoólicas. 
Alguns pesquisadores desaconselham qualquer inges-
tão de álcool durante a gestação, alegando que, mesmo em 
baixas dosagens, o álcool pode ser nocivo ao feto. 
QUAL É A DIFERENÇA ENTRE AS NECESSIDADES 
ENERGÉTICAS NA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO? 
O ESTADO NUTRICIONAL MATERNO AFETA A 
LACTAÇÃO? POR QUANTO TEMPO A MULHER DEVE 
AMAMENTAR SEU FILHO? 
O custo energético da amamentação deve ser adicionado 
às necessidadesenergéticas da mulher, se a atividade física 
permanecer a mesma. Assim, as necessidades nutricionais na 
lactação são até mesmo maiores que na gestação. Em caso de 
amamentação exclusiva, os gastos energéticos da amamenta-
ção são de aproximadamente 626 calorias por dia, conside-
rando a produção de 749 g de leite. A amamentação parcial, 
dos 6 aos 24 meses após o parto, seria de 461 calorias por dia, 
baseado em uma produção de 550 g de leite. 
O acúmulo do tecido de gordura que ocorre durante a ges-
tação irá cobrir parte dos gastos energéticos da lactação. No 
133Alimentação na gestação e na lactação
entanto, a mobilização das reservas energéticas na lactação 
não é regra e dependerá muito do estado nutricional materno 
antes da concepção e do ganho de peso durante a gestação. 
A mudança do peso materno é maior nos três primeiros me-
ses de lactação e maior ainda nas mulheres que amamentam 
exclusivamente. Em mulheres bem nutridas, Butte e King ������2 estimam que a perda mensal chega a 5.207 calorias.
Em relação à lactação, somente para as mães excessiva-
mente desnutridas parece ocorrer um prejuízo. De maneira 
geral, o fracasso na lactação está mais relacionado a uma téc-
nica inadequada de amamentação, falta de apoio educativo, 
fatores culturais, trabalho materno e ausência de creches. 
$SHVDU�GDV�GLÀFXOGDGHV�HP�VH�DYDOLDU�D�TXDQWLGDGH�GH�
leite produzida diariamente durante a fase de amamentação, 
a maioria das mulheres produz cerca de 400 mL/dia nas pri-
meiras semanas após o parto, podendo atingir 800 mL/dia 
nas semanas seguintes. 
Em relação ao tempo em que a gestante deve amamen-WDU� VHX� ÀOKR�� HVWH� SDUHFH� GHSHQGHU�PDLV� GH�PHFDQLVPRV�
hormonais do que propriamente de fatores nutricionais. 
Enquanto a criança estiver sugando os seios da mãe, ela 
produzirá leite. Entretanto, após os 6 meses, o aleitamento PDWHUQR�H[FOXVLYR�QmR�p�VXÀFLHQWH��GHYHQGR�VH�LQWURGX]LU�
outros alimentos na dieta infantil. 
QUANDO A CRIANÇA AMAMENTADA NÃO GANHA 
PESO, PODE-SE PENSAR QUE O LEITE É FRACO? 
O crescimento da criança é uma medida indireta da 
quantidade e da qualidade do leite materno. No entanto, 
outros fatores estão envolvidos, incluindo-se a técnica de 
amamentação. Algumas crianças não conseguem sugar 
quantidades adequadas de leite materno por problemas na ´SHJDµ�FRUUHWD�GD�DXUpROD�H�GR�PDPLOR��DSHVDU�GH�D�PmH�HV-
tar produzindo quantidade adequada de leite. 
Estudos referem que as crianças amamentadas exclu-
sivamente ao seio durante os primeiros seis meses de vida 
mostram um crescimento adequado e menor prevalência de GRHQoDV�GR�TXH�DV�FULDQoDV�HP�DOHLWDPHQWR�DUWLÀFLDO�RX�FRP�
aleitamento misto. 
O ideal é que durante o pré-natal os seios sejam devida-
mente preparados para o aleitamento e as futuras mães, orien-
tadas em relação a todo o processo da lactação, para que a an-
siedade materna não venha a prejudicar o bem-estar da criança. 
O CAFÉ, QUANDO INGERIDO DURANTE A GESTAÇÃO, 
PODE AFETAR O CRESCIMENTO DO FETO?
A cafeína, quando ingerida durante a gestação, demora 
um maior número de horas para ser removida da corrente san-
guínea materna, podendo persistir no feto por até 97 horas. O 
impacto da presença dessa substância no organismo fetal por 
um período prolongado de tempo ainda é desconhecido. 
Os estudos relacionando abortamento, morte neona-WDO� H� EDL[R� SHVR� DR� QDVFLPHQWR� ²�%31� �SUHPDWXULGDGH� H�RX�UHWDUGR�GH�FUHVFLPHQWR� LQWUDXWHULQR��FRP�D� LQJHVWmR�GH�
cafeína durante a gravidez é controverso. Em estudo recente FRP��������JHVWDQWHV��YHULÀFRX�VH�TXH�D�LQJHVWmR�PDWHUQD�
de cafeína foi consistentemente associada ao menor peso 
ao nascimento e a maior chance de nascimentos de bebês 
pequenos para idade gestacional.25 Em estudo de revisão re-
cente,26 observou-se que a restrição materna da ingestão de 
cafeína durante os segundos e terceiros trimestres da gesta-
ção não teve efeito no peso ao nascimento e na idade gesta-
cional. Apesar de controverso, é desaconselhado o consumo 
exagerado de cafeína durante a gestação, incluindo o café 
e determinados tipos de chás, refrigerantes à base de cola, 
chocolate e outras substâncias contendo cafeína durante a 
gestação, principalmente uma ingestão de cafeína acima ou 
igual a 600 mg/dia. 
ALGUNS ALIMENTOS DA DIETA MATERNA PODEM 
INFLUENCIAR O DESCONFORTO CAUSADO POR 
CÓLICAS NOS BEBÊS AMAMENTADOS COM LEITE 
MATERNO? 
A cólica do bebê é responsável por 10 a 20% das visitas 
ao pediatra nas primeiras semanas de vida e pode levar à 
exaustão dos pais e ao estresse. Estudos tem mostrado que 
a dieta materna hipoalergênica pode reduzir a cólica dos be-ErV�QRV�SULPHLURV�PHVHV�GH�YLGD��+LOO�H�FROV�� ������27 ob-
servaram que a mudança da dieta materna controle para a KLSRDOHUJrQLFD��HOLPLQDomR�GH� ODWLFtQLRV��RYRV��DPHQGRLP��FDVWDQKDV��QR]HV��WULJR��VRMD�H�SHL[H��UHGX]LX�HP�����D�FyOL-
ca dos bebês amamentados. Em revisão sistemática realiza-
da recentemente,28�RV�DXWRUHV�FRQÀUPDUDP�D�LPSRUWkQFLD�GD�
dieta hipoalergênica para a redução dos sintomas da cólica 
em bebês amamentados.
NA GESTAÇÃO E NA LACTAÇÃO É COMUM 
OCORREREM NÁUSEAS, VÔMITOS, AZIA E 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL? 
Em um período precoce da gestação podem ocorrer 
náuseas e vômitos, seguidos por um desaparecimento es-
pontâneo dos sintomas e retorno do apetite. Pequenas refei-
ções secas, frequentes, de carboidratos facilmente digeríveis 
e pobres em gorduras são mais bem toleradas. Para obtenção 
de um alívio desses problemas, deve-se preconizar a inges-
tão de alimentos e líquidos em pequenas quantidades, várias 
vezes ao dia. Quando o vômito é prolongado e persistente �KLSHUHPrVH�JUDYtGLFD���D�KRVSLWDOL]DomR�p� IUHTXHQWHPHQWH�
indicada para reposição de líquidos e eletrólitos. 
A azia é um sintoma comum no último trimestre da ges-
tação, devido à pressão do útero aumentado sobre o estô-
mago, associada a um relaxamento do esfíncter inferior do 
Nutrição: Fundamentos e Aspectos Atuais134
esôfago. Para alívio da azia, deve-se comer devagar peque-
nas quantidades de alimento várias vezes ao dia, evitando-se 
deitar após as refeições. 
As mulheres frequentemente desenvolvem constipação 
durante a gestação devido à diminuição da motilidade in-
testinal, inatividade física e pressão exercida pelo intesti-
no sobre o útero aumentado. Para obtenção de alívio desse SUREOHPD��GHYH�VH�DXPHQWDU�D�TXDQWLGDGH�GH�À�EUDV��S��H[���SmHV��FHUHDLV�H�YHJHWDLV�FRP�À�EUDV��H�IUXWDV�VHFDV�QD�GLHWD��
Em casos extremos, deve-se fazer uso de laxantes. Durante 
a lactação não ocorrem náuseas, vômitos, azia e constipação 
intestinal. No entanto, deve-se preconizar uma maior hidra-
tação da lactante através da ingestão de água, sucos, leite 
etc. Normalmente, as próprias mulheres referem mais sede 
no período de amamentação. 
O ESTADO EMOCIONAL DA MÃE PODE AFETAR O 
ESTADO NUTRICIONAL DO FETO? 
Estudos envolvendo animais demonstram uma associa-
ção entre estresse materno e baixo peso na prole. No entan-
to, só recentemente se observou um interesse no possível 
impacto do estresse materno na população humana. Uma 
relação direta entre estresse materno e baixo peso ao nasci-
mento, prematuridade e retardo de crescimento intrauterino 
pode estar ligada à liberação de catecolaminas, resultando 
em hipoperfusão placentária e consequente restrição de oxi-
gênio e nutrientes para o feto, ocasionando um prejuízo do 
crescimento fetal e/ou de parto prematuro. Uma elevação 
das concentrações de corticosteroides ou opiáceos aumenta D�YXOQHUDELOLGDGH�D�GRHQoDV�LQIHFWRFRQWDJLRVDV��SDUWLFXODU�PHQWH�FRULRDPQLRQLWH���XP�PDLRU�JUDX�GH�UHDWLYLGDGH�QHX�
romuscular e aumento da secreção de ocitocina. A relação 
entre estresse materno e baixo peso ao nascimento, pre-
maturidade e retardo de crescimento intrauterino pode ser 
indireta, considerando-se que mulheres estressadas podem 
fazer maior uso de cigarros, álcool e café. Existem escassosestudos prospectivos avaliando a associação entre estresse 
materno, e só um deles realizado no Brasil. A maioria des-
ses estudos aponta que o estresse durante a gestação apre-
senta associação importante com o peso ao nascimento e à ,*��LGDGH�JHVWDFLRQDO���PDV�QmR�DR�UHWDUGR�GH�FUHVFLPHQWR�LQWUDXWHULQR��SHVR�DR�QDVFLPHQWR�SRU�,*�PHQRU�RX�LJXDO�DR�SHUFHQWLO����GD�FXUYD�GH�:LOOLDPV���$SDUHQWHPHQWH��D�PmH�
que apresenta estresse psicológico, particularmente no quin-
to ou/e sexto mês de gestação está mais sujeita a dar à luz D�XP�EHEr�FRP�EDL[R�SHVR�DR�QDVFLPHQWR��SHVR�PHQRU�TXH�������J��H�D�XP�EHEr�SUHPDWXUR��,*�PHQRU�TXH����VHPDQDV���
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