Buscar

1 - Constitucionalismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Constitucionalismo
Concepção e origem histórica
Na concepção do Professor Sylvio Motta, denomina-se constitucionalismo o movimento nascido da vontade do homem de comandar seu destino político e de participar da vida do Estado. Esta participação poderia ser como senhor do governo ou, ao menos, com a garantia de que os governantes respeitariam um rol mínimo de Direitos. 
Assim, o homem na condição de ser social que o é, renúncia à parte de sua liberdade em prol do bem comum, a ponto de se inserir em sociedade, como diziam os romanos, ubi homo, ibi ius (onde existem homens, há a sociedade).
Diante da vontade espontânea de conviver em sociedade, o movimento denominado constitucionalismo, nascido do âmago do ser humano tem origem que remonta aos primórdios das civilizações. 
Numa cronologia histórica e escrita, vê-se o constitucionalismo nascer na antiga Roma, com a possibilidade de veto da plebe às legislações de cunho aristocrata, ou seja, os patrícios deveriam negar seguimento aos “projetos de lei” que fossem rechaçados pelos tribunos da plebe por conterem normativo contrário às classes menos favorecidas.
Ex.: Um normativo denominado Lei Valério Publícola, determinava aos patrícios não punirem de maneira injusta fisicamente aos plebeus, pelo que, qualquer tentativa de aprovação de norma aristocrata que burlasse tal legislação, seria vetada por força da vontade da participação dos tribunos da plebe. Houve evolução do instituto, a ponto de qualquer cidadão romano manejar do instituto denominado Interdicto in Homine Libero Exhibendo, um remoto antecedente do habeas corpus.
Posteriormente, entre avanços e recuos de “direitos fundamentais”, houve na Europa Ocidental, especificamente na Inglaterra, no ano de 1688, durante a Revolução Gloriosa, uma concessão do poder absoluto do monarca Guilherme de Orange aos parlamentares, no chamado Bill of Rights (Carta de Direitos). A atitude do monarca em dividir o poder e se submeter a algumas normas parlamentares, trouxe o surgimento de proteções de direitos e garantias individuais mínimas. 
Noutro contexto histórico e político, a noção de constitucionalismo moderno surge com os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade da Revolução Francesa de 1789, minando por vez o Poder do Monarca Absoluto, extirpando os privilégios de nascimento da nobreza, inaugurando uma efetiva Constituição com garantia de direitos individuais, e a formalização da tripartição dos Poderes idealizada pelo filósofo Montesquieu.
 Contudo, apesar do respeito ao ser humano como ser individual, inexistia uma proteção social, existindo por lema político e econômico o “laisser faire, laisser passer” (deixe fazer, deixe acontecer), uma abstenção total do Estado ante às convulsões sociais. De nada adiantava ser livre de nascimento para viver na completa mendicância, enquanto a burguesia francesa explorava essa mão de obra “livre”, mas sem condições de combater aos abusos econômicos da burguesia.
Ante a exploração do trabalho dos operários, surgem os princípios de justiça social consolidados a partir de Manifesto Comunista de 1848 de Karl Marx e Frederich Engels, que passou a propalar a idéia segundo a qual deveria o Estado buscar legitimação garantindo os direitos sociais, nem que fosse para remetê-los ao plano de promessa a ser descumprida após.
O conceito de justiça social escolhe instrumentos para sua efetivação, quais sejam, o respeito à dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais, a construção de uma sociedade livre, justa solidária, a garantia do desenvolvimento nacional e a promoção do bem – estar de todos. 
Dessa singela exposição das principais filosofias e movimentos populares, extrai-se que o constitucionalismo foi a luta do homem por liberdade em face do governo (na maior parte das vezes tirânico) e por um conjunto mínimo de direitos a serem respeitados não só pelos governos, mas também pelos concidadãos. Essas pretensões deveriam vir agasalhadas em constituições feitas a partir da vontade popular, mesmo que se submetendo a um rei ou imperador.
Considerando que, de um ou de outro, todos os Estados possuem regras básicas, o constitucionalismo teve a finalidade de inserir nesses regramentos, um mínimo de garantias contra o arbítrio, entre as quais a mais importantes eram a divisão das funções estatais e a proteção dos cidadãos em face do Estado, com a definição de um conjunto de limitações quanto ao fato – previsível – de o Estado invadir o campo privado de seus integrantes, prevendo os antídotos contra isso.
Constituição Garantia
É a Constituição que se preocupa especialmente em proteger os direitos individuais frente aos demais indivíduos e especialmente ao Estado. Impõe limites à atuação do Estado na esfera privada e estabelece ao Estado o dever de não-fazer (obrigação-negativa, status negativus).
As constituições garantia, são sucintas, pequenas. Cuidam apenas de regras gerais, estruturais dos Estados, como também dos Direitos e garantias e fundamentais. O melhor exemplo desse tipo de constituição consisa é a norte-americana.
Nossa Constituição Federal é programática, pois vai muito além da organização do Estado e dos direitos e garantias individuais, sendo tal fato estudado melhor posteriormente na análise da . No intuito de ilustrar melhor uma constituição garantia, a CF se assim o fosse, deteria em seu conteúdo apenas os arts. 1º caput, art. 2º, art. 2º ADCT e art. 5º, os quais cuidam apenas da estrutura do Estado brasileiro e os direitos e garantias individuais. 
Conceito de Constituição
O moderno conceito de constituição pode ser assim definido:
“A constituição nada mais é do que o modo de ser, a forma de organização de um Estado, sua lei fundamental. Detalhando a definição, Constituição é o conjunto de normas e princípios, escritos ou costumeiros, que estabelece e disciplina o modo de aquisição, exercício e perda do poder, forma de Estado, a forma de governo, o regime de governo, a separação dos poderes, os órgãos estatais e seu funcionamento, as finalidades para atuação do Estado, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as garantias que os asseguram, bem como qualquer outro assunto considerado digno de previsão constitucional, a exemplo do meio ambiente, da ordem econômica e social. 
Concepção das constituições 
Concepção sociológica
Teórico: Ferdinand Lassale
Segundo o autor os problemas constitucionais não são problemas de Direito, mas do Poder. A Constituição de um país deverá refletir sua realidade social, com base em problemas reais e efetivos do poder naquele país em que vige (O que é uma constituição?).
A Constituição somente terá validade se expressar a realidade social e o poder que a comanda. Os fatores reais de poder são identificados, no nosso país, por ex. no movimento dos sem-terra, nos sindicatos, o PCC e outras forças que delimitariam e ditariam o conteúdo da Constituição.
Frase célebre do autor que sempre cai em provas e concursos: “De nada serve o que se escreve numa folha de papel se não se ajusta à realidade, aos fatores de reais de poder.” – Nas provas também usam sempre a expressão “Folha de papel em branco”.
Concepção Política
Teórico: Carl Schmitt
A Constituição nada mais é do que a decisão política fundamental de um povo, visando sempre a dois focos estruturais básicos – organização do Estado e efetiva proteção dos direitos fundamentais (Teoria da Constituição). A tônica desse modelo diverge dos demais por deixar a interpretação constitucional na mão dos políticos ou de um único político, gerando uma completa insegurança. Ex.: Na Alemanha nazista, a interpretação da Constituição de Weimar (1919), ficava a cargo de Hitler, jamais da corte suprema, equivalente ao nosso STF. 
Ao longo de pouco mais de uma década, percebeu-se a inviabilidade do modelo (1933-1945), sendo logo abandonado e adotado o modelo jurídico-formal de Kelsen todos os países civilizados, porém foi inegável a contribuição de Schmitt das noções deconstituição material e formal absorvidas por Hans Kelsen dentro do Positivismo jurídico.
Nasce a partir de Carl Schmitt a noção de constituição material, ou seja, deveria haver na Constituição apenas a organização do Estado e a efetiva proteção de direito e garantias fundamentais. Se a CF/88 fosse constituída apena composta pelo art. 1º (organização do Estado) e art. 5º (direitos e garantias fundamentais), já seria uma verdadeira constituição na concepção política.
De outra maneira, as outras normas residuais mesmo que tratadas dentro da constituição são denominadas pelo autor de meras leis constitucionais, compondo a denominada constituição formal, por não tratarem de norma de interesse à Constituição (organização do Estado e proteção de direitos e garantias fundamentais), em que pesem estarem nela inseridas. Ex.: Art. 242, § 2º da CF determina que o Colégio Pedro II no RJ será mantido na órbita Federal.
Concepção puramente jurídica ou formal 
Teóricos: Hans Kelsen e Konrad Hesse
 Hans Kelsen e Konrad Hesse inovaram ao tratar a concepção de Constituição como adotamos modernamente, principalmente no Brasil. Os filósofos entendiam que o fundamento de validade da Constituição encontra-se puramente no âmbito do Direito, limitando-se exclusivamente à dimensão jurídica e jamais à sociológica ou política (Teoria Pura do Direito). Toda a vida das pessoas precisa ser regida pelas leis, elas ditam a vida e comportamento das pessoas, porém sempre com o alerta de que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei que assim o determine (art. 5º, inciso II da CF).
O ordenamento jurídico para os teóricos seria representado por uma pirâmide, estando a CF no topo, denominado hodiernamente pelo princípio da “supremacia constitucional”, abaixo dela estariam as demais normas chamadas de infraconstitucionais, tais como leis complementares, ordinárias, delegadas e medidas provisórias. Já os decretos, portarias, circulares, instruções normativas, estariam na base da pirâmide por se fundamentarem na lei. 
Obs.: Desenhar a pirâmide do ordenamento jurídico aos alunos, a destacar a supremacia da Constituição Federal.
Conceito de Direito Constitucional
O Direito Constitucional configura-se direito público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado. Suas normas constituem uma ordem em que repousam a harmonia e a vida do grupo nela inserido. 
Relação do Direito Constitucional com outros ramos do Direito e disciplinas não jurídicas
Todos os demais ramos do Direito dele emanam do Direito Constitucional como seu ponto de apoio.
Obs.: Desenhar árvore com tronco e galhos.
O Direito Constitucional está intimamente ligado à filosofia, história, linguística, pois trata-se de uma construção sistêmica dos mais diversos campos da vida humana que culminaram em uma “norma maior” dentro de um Estado, centralizadora dos anseios do povo nela inserido num determinado tempo e espaço .
Da Constituição Liberal à Social
 
Constituição da República Federativa do Brasil
Evolução Histórica 
Constituição Imperial de 1824
Primeira Constituição firmada no Brasil, outorgada pelo imperador D. Pedro I. Teve sua vigência por 65 anos, a mais longa da história, adotando como forma de governo a monarquia. 
Merece destaque a organização dos poderes, por fugir do modelo clássico de Montesquieu, existindo um quarto Poder, o Moderador. Segundo Benjamim Constant o Poder Moderador garantia a independência e harmonia dos demais poderes. Na realidade, o Poder Moderador era exercido pelo Imperador, podendo anular e reformar todos os atos advindos dos outros poderes.
O Estado era unitário e ficava nas mãos do Imperador, que nomeava e exonerava os presidentes das províncias quando bem entendesse, inexistia o federalismo da atual Constituição.
A religião oficial do Brasil era a católica apostólica romana. 
Mulheres eram proibidas de votar, os homens somente poderia votar se tivessem uma renda mínima. Não fosse suficiente, os candidatos aos poucos cargos eletivos deveriam ter uma renda maior do que aquela para simplesmente votar. Quanto mais alto o cargo, mais alta deveria ser a renda para concorrer no pleito eleitoral almejado. Denomina-se a essa forma de sufrágio de plutocracia ( governo dos ricos).
Não existia controle de constitucionalidade das leis.
Constituição de 1891
Após a queda do Poder Imperial em 1889, houve a necessidade de se mudar a forma de governo para República, com a inevitável formação de nova carta magna.
Convocada uma Assembleia Constituinte, presidida por Prudente de Moraes, a nova Constituição primou pelo sistema de governo presidencialista, tripartição clássica do poder, o Estado passou e ser Federal e abolida a religião oficial (Estado laico).
Surge nessa Constituição o Supremo Tribunal Federal e o primeiro sistema de controle de constitucionalidade (difuso). Ampliou os poucos direitos e garantias individuais da Constituição anterior revogada, além do então inédito remédio Constitucional do habeas corpus.
Constituição de 1934
Getúlio Vargas assume o poder em 1930, com a promessa de que dissolvida a República Velha iria convocar uma nova Assembleia Constituinte. O tempo decorre, Vargas não cumpre sua promessa. Eclode em São Paulo a Revolução Constitucionalista de 1932. 
Vargas pressionado pelas armas paulistas, sentiu-se forçado a elaborar uma nova Constituição. A inspiração da nova Carta Magna veio da Constituição Alemã de Weimar (1919), sendo a primeira Constituição Social do Brasil, já que admitiu em seu texto os primeiros direitos trabalhistas e o voto das mulheres.
A Constituição de 1934 foi a com menor vigência de todas, apenas 3 anos.
Constituição de 1937
A Constituição de 1937 nascida do ímpeto ditatorial de Vargas, concentra nas mãos do presidente as funções legislativa e executiva, controlando inclusive o Poder Judiciário e as informações divulgadas na imprensa.
A Constituição de 1937 denominada polaca, justiticava a manutenção da ditatura pela necessidade de freiar o comunismo, nazismo e fascismo em ascensão no mundo.
Constituição de 1946
No pós guerra, não foi possível a Vargas houve redemocratização do Brasil, sendo promulgada novamente uma constituição de cunho democrático. 
Constituição de 1967
O golpe militar de 1964 destituiu o então presidente João Goulart, outorgando pelas mãos do exército um texto constitucional preocupados com a Segurança Nacional. Houve supressão paulatina de direitos e garantias individuais com a emissão de atos institucionais.
Constituição de 1969
A EC 1/69 alterou a Constituição de 1969 para determinar que o país seria comandado por uma junta de militares da marinha, exército e aeronáutica, até nomeação de um próximo presidente.
Constituição de 1988
Em 1988 foi promulgada a atual CF, voltada para a proteção dos direitos individuais do cidadão, sendo fruto do processo de redemocratização do país.

Outros materiais